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Guia Prático para Enfrentar a

Crise Educacional
Vol. 1 – Contribuições de Carol Dweck
Introdução

Se você é professor ou estudante, provavelmente tem enfrentado turbulências e tempestades da


maior crise da educação deste país. Portanto, este guia é para você. (•̀ᴗ•́) ‫و‬

Mesmo que você não trabalhe com educação, ou fique todo dia sentado em uma sala de aula,
você já passou muitos anos esquentando aquela carteira, certo?

Então este guia pode servir também para você refletir sobre como sua experiência na escola
influenciou sua forma de aprender...e também gerar reflexões sobre possíveis caminhos para
superar dificuldades de aprendizagem que você ainda tenha - ou mesmo para ajudar seus filhos
nessa jornada.

Recentemente fiz um vídeo chamado "A Hora do Pesadelo da Educação", com base em dados
recentes sobre a crise da educação no Brasil.

Mais da metade dos jovens neste país perdeu o interesse pelos estudos. Caiu a ficha? Pense no
futuro que nos espera.

Deixe-me explicar uma indignação que tenho: em meu mestrado na UNICAMP, tive contato com
autores, teorias e possibilidades fantásticas para a educação. Porém, minha impressão é que
são justamente esses conhecimentos que faltam aos educadores e estudantes do nosso Brasil.

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Nosso país é grande. Há escolas esquecidas no meio de pântanos, de sertões. Esses
conhecimentos, provenientes de pesquisas geniais sobre motivação, inteligência e
aprendizagem precisam chegar a todos.

Esse pequeno e-book é o início de uma série de compartilhamentos que acho cruciais para
nosso educadores e estudantes enfrentarem dificuldades de aprendizagem e desmotivação em
seu dia a dia.

Espero poder contribuir um pouco na sua batalha do dia a dia na sala de aula. Haja café!

))
((
c|˜˜|

PS: para quem faz parte da minha lista de e-mails, este texto tem uma novidade: os possíveis
enganos sobre a Mentalidade de Crescimento e os cuidados necessários.

-`ღ´-

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Inteligência e Motivação: Como estudantes indígenas
superaram alunos da Microsoft
(♥‿♥) RESUMO: siga para o final.

Perguntas para esquentar o café:

- Quais são as crenças sobre inteligência


abordadas neste texto?

- Como elas afetam a motivação do estudante?

- Como os estudantes indígenas superaram os


alunos da Microsoft?

Eu explico. E começo falando da pessoa responsável por isso: Carol Dweck.

Perspicaz, carismática e de raciocínio rápido, dona daquele brilho, daquele foco que apenas
pessoas especiais têm, a Dweck teve um grande impacto na minha própria jornada como
pesquisador e educador.

Carol é de Nova Iorque. Atualmente leciona e faz pesquisas na Universidade de Stanford sobre
motivação, personalidade e inteligência, entre outros temas. Já lecionou também nas
universidades de Harvard e Columbia.

Ler seus artigos científicos já havia sido impactante.


Sabe aquela sensação: Como eu nunca ouvi falar disso antes?

Vê-la no YouTube, alguns anos depois, dando palestras no TED, Google e Khan Academy, entre
outros, foi uma experiência ainda mais marcante. Pude ver a pessoa por trás da pesquisa - de
alguma forma isso torna a experiência mais real - os textos ganham vida.

Mais de uma vez me vi pausando o vídeo para dar uma respirada, pegar mais café e processar
novamente os resultados e as implicações impactantes de seus estudos.

Quantos alunos de diferentes escolas, em diferentes estados de nosso país, já não disseram:
Eu não consigo aprender isso...

Quantos estudantes já não desistiram de tentar entender algo, com a ideia de que Essa matéria
não é para mim. Isso não entra na minha cabeça!

Quantos alunos tiveram decepções consigo mesmos, e acabaram alterando seus caminhos
futuros? Opa, dificuldades com matemática? Geografia? Física? Desisto de qualquer carreira
nessa direção, não sirvo para isso...não tenho esse dom.

Dificuldades de aprendizagem destroem futuros. Bloqueiam caminhos. Nos impedem de


chegarmos a melhores versões de nós mesmos.
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A grande contribuição da Carol Dweck é
apontar que o futuro da aprendizagem de um
estudante depende em grande parte de sua
crença sobre sua própria inteligência.

Como assim, a crença do aluno? Eu explico:


essa crença significa como ele entende sua
própria inteligência, como ele a interpreta.

É comum ouvirmos alguém dizer: Fulano é


uma pessoa muito inteligente!

Mas essa é uma visão da inteligência como


algo fixo, sólido, imutável. Nessa linha de pensamento, ou você nasceu inteligente...ou nem
tanto. Se você pensar dessa forma, é como se sua inteligência, talentos e habilidades
estivessem gravados em um muro de pedra: não mudam.

Eu não tenho o dom para isso. Já ouviram essa frase? E não é difícil que você mesmo já tenha
dito essas palavras.

Claro que nascemos com mais facilidade para algumas habilidades do que para outras. Mas não
é incomum acabarmos nos aprisionando em uma zona de conforto onde evitamos nos expor a
novos desafios e aprender novas competências. Não é incomum pararmos de aprender.

A Dweck chama isso de Mentalidade Fixa: o entendimento da inteligência como uma entidade
em um estado imutável.

Alunos com esse tipo de mentalidade irão geralmente sentir ansiedade diante de tarefas e
desafios que os tirem de sua zona de conforto. Para resolver essas tarefas, eles irão ter como
principal objetivo *demonstrar que sabem*.

Aprender, para esse tipo de estudante, não é tão importante quanto ser visto como capaz,
como habilidoso. Ele irá então, demonstram os estudos, tentar atalhos: colar na prova, faltar,
"ficar doente", evitar a exposição, recusar qualquer crítica...

Mesmo a comum atitude de decorar e depois esquecer, se pensarmos bem, pode estar
relacionada ao objetivo de conseguir uma nota, e não de realmente aprender aquilo para a vida.

Estudantes com essa mentalidade encaram o erro e as dificuldades em provas ou tarefas como
falta de inteligência. É como se o resultado negativo revelasse que ele não tem talento ou
habilidade natural para aquela matéria.

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Eles geralmente desistem mais facilmente, e não se esforçam, pois acreditam que o esforço
também quer dizer falta de inteligência.

Não há motivos para continuar tentando se eles não acreditam ter o talento necessário...e esse
problema irá provavelmente acompanhar alunos com essa mentalidade para o resto da vida.

Essas palavras da Dweck trouxeram ecos do passado. Em vários momentos de minha vida com
certeza tive uma Mentalidade Fixa...fico pensando do que exatamente eu desisti por conta
disso...

Sem contar que tenho a sensação de que aprendi muito pouco na escola, esqueci a maioria das
coisas. Provavelmente porque minha preocupação (extrema ansiedade, na verdade) era mais
conseguir uma boa nota do que realmente aprender. Fico imaginando o quanto isso afeta a
minha vida hoje...

O pensamento Nunca vou conseguir fazer isso! Isso não tem nada a ver comigo! Não tenho
esse tipo de talento! entre muitos outros, com certeza me perseguiu por muitos anos...até eu
descobrir a Dweck nas aulas do meu mestrado, com minha querida orientadora Evely
Boruchovitch.

))
((
c|˜˜| Haja café! Um golinho para recuperar as energias ...

Mas vamos ao lado bom da história: a Dweck também traz à tona a Mentalidade de
Crescimento.

É a vontade sincera de encarar novos desafios, sair da zona de conforto, ter uma grande
curiosidade, e se esforçar para aprender coisas novas - mesmo que isso inclua o risco de
cometer erros.

Quem tem essa mentalidade tem também uma maior motivação, acompanhada também de uma
melhor produtividade.
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Para quem pensa assim, erros cometidos só
os estimulam mais a querer resolver o desafio
- ou seja - eles valorizam o esforço e têm
perseverança.

Aliás, para essas pessoas, o fracasso


acontece devido justamente à falta de esforço,
ou ao uso da estratégia errada para a
ocasião. Um erro nunca é encarado como falta
de inteligência.

Elas sabem que se encontrarem uma outra


estratégia e se esforçarem mais, vão de
alguma forma conseguir resolver o problema.

Novamente, memórias vêm à tona...como nos sentimos diferentes nestes momentos em que
conseguimos realmente aprender algo...os poucos momentos da Mentalidade de Crescimento
que tive em minha educação são marcantes até hoje...

Mas vamos ao cenário da crise motivacional na educação brasileira. A crise que extermina
futuros.

A Dweck vai te deixar mais otimista, pode apostar.

Ela fez inúmeros estudos, nas últimas décadas, que demonstraram como a Mentalidade de
Crescimento pode melhorar, significativamente, a motivação e o desempenho de nossos alunos.

Há um estudo em especial que eu gostaria de destacar aqui: em Seattle, a Mentalidade de


Crescimento foi trabalhada com estudantes indígenas que estavam com problemas nos
resultados de um teste estadual. Após um ano e meio, eles venceram os alunos da Microsoft no
mesmo teste.

Muitos outros estudos confirmam os resultados positivos e empolgantes de se trabalhar a


Mentalidade de Crescimento em estudantes.

Ao leitor estudante (ou eterno aprendiz): essa é uma habilidade que todos nós precisamos
desenvolver. Pesquise sobre Mentalidade de Crescimento (Growth Mindset), vai encontrar muita
coisa legal na internet. Fale com o seu professor ou mentor. Você vai precisar dessa skill no
game da vida real.

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Navajo Nation - um salve aos estudantes indígenas!

Ao leitor educador (ou mães/pais): se conseguirmos promover a Mentalidade de Crescimento


em nossos estudantes/filhos, iremos não só motivá-los mais, mas também abrir portas para
novos futuros possíveis.

E, quem sabe, com o tempo, criar um futuro melhor - e também possível - para o nosso país.

-`ღ´-

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Possíveis enganos sobre a Mentalidade de Crescimento
Não foque apenas no esforço! Se as estratégias usadas para aprender não estão
adequadas, o estudante pode se esforçar, esforçar, esforçar e não obter resultados, o que
pode ser muito frustrante. Ele pode desistir por causa disso! Ajuda muito ter um repertório de
estratégias que funcionam.

Se você está tentando ajudar alguém que está utilizando uma Mentalidade Fixa para tentar
aprender algo, cuidado para não fazer a pessoa se sentir mais culpada ainda. Foque em
buscar, junto com ela, uma nova estratégia...ou no benefício do esforço.

Se você for falar sobre Mentalidade de Crescimento, precisa vivenciá-la primeiro. A


incoerência perante o aluno pode tirar a sua credibilidade sobre o assunto.

Reflita sobre suas próprias crenças de aprendizagem, sobre o seu foco ao aprender algo:
você foca mais em provar que tem tal habilidade? Evita desafios mais difíceis? Ou foca mais
na aprendizagem em si, no prazer em aprender? Você tende a persistir em desafios difíceis?

A Dweck descreve o caminho para se obter uma Mentalidade de crescimento como uma
jornada cheia de desafios. Não é fácil, fomos praticamente educados para termos uma
Mentalidade Fixa…

Se você reage negativamente a erros...precisa saber que esse tipo de atitude promove uma
Mentalidade Fixa. Erros são necessários. Há quem chame os erros de metodologia da
aprendizagem. É uma questão de analisar as estratégias utilizadas, o nível de esforço...e
tentar novamente!

Nas palavras da própria Dweck: todos nós somos uma mistura de Mentalidades Fixas e de
Crescimento. É uma batalha constante termos consciência de nossas percepções e atitudes.

Trabalhe constantemente para reconhecer os momentos em que você adota uma


Mentalidade Fixa. Apenas dessa forma você poderá ajudar outros a ter consciência de suas
próprias e se libertarem delas.

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-`ღ´-
(♥‿♥) Resumo

- Mentalidade Fixa é quando acreditamos que nascemos com inteligência e habilidades


definitivas, imutáveis.

- Mentalidade de Crescimento é a crença de que podemos aumentar nossa inteligência e


habilidades a cada desafio, tarefa ou teste .

- Foi a Carol Dweck que elaborou esses conceitos, fazendo muita pesquisa e estudos
científicos. Ela criou as Self-theories of Intelligence (prefiro traduzir como "Teorias sobre a
própria inteligência", para facilitar o significado. Considero confusas as outras traduções que
existem).

- Estudantes que (inconscientemente) adotam uma Mentalidade Fixa apresentam menos


motivação para aprender e um desempenho inferior. Evitam tarefas que os tirem de sua zona
de conforto, pois têm muita ansiedade nesses momentos. São focados em demonstrar
capacidade, ao invés de aprender significativamente. Por isso, preferem as tarefas que
demonstrem que eles são habilidosos. Acreditam que o esforço é um sinal de falta de
inteligência. Desistem facilmente diante de dificuldades. Encontram atalhos para conseguirem
bons resultados ou evitarem uma tarefa que consideram ameaçadora (colam, faltam, etc).
Entendem que ter dificuldades significa não ter habilidade natural para aquela tarefa.

- Já alunos que têm a Mentalidade de Crescimento são atraídos por oportunidades de aprender
algo novo. São focados em desenvolver suas habilidades e sua inteligência. Diante de
dificuldades, se esforçam mais ou tentam novas estratégias. São mais motivados e mais
produtivos. Assumem o risco de cometerem erros para aprender novos conhecimentos.

-`ღ´-

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⌐■_■ Algumas dicas da Dweck para professores
- Comece a debater o tema da Mentalidade do Crescimento com seus alunos, gradualmente.
Comece a observar que tipo de mentalidade eles manifestam.

- Reflita sobre as suas próprias crenças sobre inteligência.

- Na hora de dar um retorno ou fazer um comentário em relação a alguma tarefa ou prova,


foque sempre no esforço e nas estratégias que ele aplicou. Os alunos sempre chegam às
respostas certas porque utilizaram as estratégias adequadas para aprender aquele
conhecimento e aplicaram o esforço necessário. Demonstre que você percebeu isso!

- Ao fazer críticas, foque sempre no processo, e não no próprio aluno. Dizer "Estou
desapontado com você..." estimula a Mentalidade Fixa, pois irá estimulá-lo a ter como objetivo
ser aceito, e não aprender. Uma alternativa seria algo como "Essa atitude ou estratégia não
está funcionando...vamos tentar pensar em outra?".

- Enfatize que as habilidades são conquistadas através de esforço e estratégia. Se achar


interessante mencione que a situação é parecida nos vídeo-games, onde eles sempre
precisam se esforçar para conquistar novas habilidades (skills).

- É interessante comparar o desempenho de um aluno ao seu desempenho passado, ao invés


de compará-lo a outro aluno. Ao compará-lo com os outros, irá promover a Mentalidade Fixa
(ele irá focar na sua imagem perante a classe, e não em sua aprendizagem).

- Cite estudos científicos que demonstram a capacidade dos nossos cérebros de criar novas
conexões e aumentar nossa inteligência e habilidades.

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(◔_◔) Acharam o texto útil? Se me derem um retorno, especialmente com dúvidas ou
sugestões, podem incentivar o projeto (e também me motivar). Meu e-mail:
nilton@cafeeducacao.com.br

(°^°)/

*Bibliografia*

Dweck, C. S. (2017). Mindset. Great Britain: Robinson.

Dweck, C. S. (1999). Self Theories. New York: Psychology Press.

Dweck, C. S. & Master, A. (2009). Self-theories and Motivation: students' beliefs about
intelligence. In K. Wentzel and A. Wigfield (Eds.), Handbook of motivation at school (pp.123 -
140). New York, NY: Routledge.

Weiner, B. (2000). intrapersonal and interpersonal theories of motivation from an attributional


perspective. Educational Psychology Review, 12 (1), 1-14.

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Nilton Machado, Chief Ninja Learner no Café Educação, Mestre em Educação pela Unicamp,
Psicólogo pela Adams State University (convalidado na USP), Designer de Jogos e diversos
projetos de colaboração digital.

WhatsApp: (19) 98820 8730; Linkedin: Nilton Machado

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