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Como fuzilar 5 bilhões de seres humanos?

Alceu A. Sperança

O deputado “socialista”
Ricardo Gonçalves é uma
gracinha. Ele se queixa
que quase não tem
dinheiro para comer.
Recebendo em Euros o
equivalente a cerca de 13
mil reais entre salário e
diárias, essa lhe pareceu
uma forma de defender
os cortes sociais impostos
pelos “ajustes”
capitalistas promovidos
por seu partido em
Portugal.

É como se ele dissesse (e vão dizer muito no Brasil!) que os ricos


também fazem sacrifícios com os cortes nos serviços públicos.
Como os pobres deputados se sacrificam e mal conseguem comer,
por que o povo não faria também um pequeno sacrifício pelo bem de
“todos”?
Sacrificada tem sido, sempre, a vida de quem sustenta o luxo dos
EUA. Embora sejam 5% da população mundial, os usamericanos
(pois americanos nós também somos) são responsáveis por 32% do
consumo planetário.
O relatório State of the World 2010, da Worldwatch Foundation,
calculou que o mundo conseguiria manter de forma adequada uma
população planetária de apenas 1,4 bilhão com os mesmos hábitos
de consumo dos EUA.
Como somos quase 7 bilhões, a conclusão é óbvia: para que todos
mantenham um padrão igual ao dos usamericanos, seria preciso
fuzilar ou deixar morrer de fome, peste e falta de remédios no
mínimo uns 5 bilhões de nós. Entende-se porque se horrorizam com
essa mania de pobre querer ter direitos humanos.
Tem ainda o lance da “pegada ecológica”, da dupla Rees-
Wackernagel: quantos hectares produtivos seriam necessários para
recompor os recursos gastos pelo homem?
Se os pobres quiserem ter o mesmo padrão USA de consumo,
serão necessários 9,4 hectares, equivalente a gastar mais de cinco
planetas iguais ao nosso. Mas a propaganda nos impele a consumir,
consumir.
O modo de vida dos nababos “usamericanos” tem feito a pobreza
crescer em seu próprio território. Como suas otoridades estão
perdendo a guerra no Afeganistão e no Iraque, precisam de um
“estoque” maior de pobres e jovens para servir de bucha para seus
canhões. É preciso, pois, produzir pobres e armas.
A ong União para as Liberdades Civis enviou ao Comitê dos
Direitos da Criança da ONU um informe intitulado “Soldados da
desgraça”, acusando o exército de alistar meninos com apenas 11
anos em escolas públicas de áreas pobres habitadas por minorias
raciais.
No desespero para repor o “estoque” de buchas, foi reduzido o
coeficiente de inteligência mínimo para se alistar e facilitado o
trâmite para quem tenha antecedentes criminais: adolescente,
minoria racial, maluquinho, fracassado na escola e delinquente? Vai
tu mesmo (ou preferencialmente)!
A orientação dada ao oficial recrutador é se infiltrar nas escolas e
se oferecer como voluntário para ser treinador de algum esporte,
monitorar os escoteiros locais, participar de todas as funções
escolares e, inclusive, “comer na cantina várias vezes por mês”.
Eles também recorrem a um jogo online chamado “Exército dos
Estados Unidos” para atrair possíveis recrutas mirins, com a
intenção de treiná-los a usar armas e envolvê-los em combates
virtuais e outras missões.
Adolescentes das primeiras séries do curso secundário, entre 11 e
14 anos de idade, segundo a Aclu, recebem uniforme e instrução
militar, marcham, portam fuzis reais e de madeira. Os estudantes
afro-americanos e latino-americanos representam 54% dos
integrantes desses programas de recrutamento.
Um recrutamento muito parecido com o das crianças pobres aqui
no Brasil pelos traficantes. E o resultado é o mesmo: ir para uma
guerra de onde o cara sai morto, mutilado ou sem samba – ruim da
cabeça ou doente do pé.

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