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A Importância das Unidades de Conservação para o Meio Ambiente

Nas últimas décadas os debates sobre "meio ambiente" têm sido aprofundados nas mais
diversas instâncias da sociedade, sendo possível identificar uma crescente consciência de que o futuro
da humanidade depende da proteção e conservação dos sistemas naturais.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, o direito a um "meio ambiente
ecologicamente equilibrado" foi pela primeira vez previsto na Carta Magna brasileira, estabelecendo
no art. 225:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

Uma das ferramentas utilizadas para assegurar a efetividade desse direito foi a instituição do
Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), por meio da Lei 9.985/2000. Essa lei cuidou
da regulamentação do art. 225, §1º, incisos I, II, III e VII da Constituição Federal.
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das
espécies e ecossistemas;
II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as
entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a
serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;
VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.

Embora as leis 4771/65 (antigo Código Florestal Nacional) e 6938/81 (Política Nacional de
Meio Ambiente) já tratavam das Unidades de Conservação, de forma esparsa, o SNUC unificou o
tratamento das Unidades de Conservação, dispondo em um único diploma.
As Unidades de conservação são espaços do território nacional, incluindo as águas
jurisdicionais, com características relevantes do ponto de vista natural. Esse espaço é legalmente
instituído pelo Poder Público, com objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial
de administração, ao qual se aplicam garantias adequadas de proteção (art. 2o, I da Lei 9.985/2000).
Como se observa, o que se busca é a proteção dos recursos naturais existentes em áreas
limitadas que, em razão de suas características, necessitam de uma tutela especial por parte dos entes
estatais. Desta forma, a gestão do SNUC é feita com a participação das três esferas de governo
(federal, estadual e municipal) e as competências dos órgãos de gestão vão desde a coordenação e
acompanhamento do sistema, até a sua implementação propriamente dita.
O SNUC é gerido pelos seguintes órgãos, com as respectivas atribuições:
 Órgão consultivo e deliberativo: representado pelo Conselho Nacional do Meio
Ambiente (CONAMA), tem a função de acompanhar a implementação do SNUC;
 Órgão central: representado pelo Ministério do Meio Ambiente, tem a finalidade de
coordenar o SNUC;
 Órgãos executores: representados na esfera federal, pelo Instituto Chico Mendes de
Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e IBAMA, e nas esferas estadual e
municipal, pelos órgãos estaduais e municipais de meio ambiente. Os órgãos
executores do SNUC têm a função de implementá-lo, subsidiar as propostas de
criação e administrar as unidades de conservação federais, estaduais e municipais, mas
nas respectivas esferas de atuação.

Os objetivos do SNUC se encontram nos incisos do art.4º:


 contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no
território nacional e nas águas jurisdicionais;
 proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional;
 contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais;
 promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
 promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no
processo de desenvolvimento;
 proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
 proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica,
espeleológica, arqueológica, paleontológica e cultural;
 proteger e recuperar recursos hídricos e edáficos;
 recuperar ou restaurar ecossistemas degradados;
 proporcionar meios e incentivos para atividades de pesquisa científica, estudos e
monitoramento ambiental;
 valorizar econômica e socialmente a diversidade biológica;
 favorecer condições e promover a educação e interpretação ambiental, a recreação em
contato com a natureza e o turismo ecológico;
 proteger os recursos naturais necessários à subsistência de populações tradicionais,
respeitando e valorizando seu conhecimento e sua cultura e promovendo-as social e
economicamente.

As peculiaridades de cada região, bioma, comunidade e ambiente não devem ser descartadas
por ocasião da criação de uma Unidade de Conservação. Por tal motivo, o legislador optou por dividir
as Unidades de Conservação integrantes do SNUC em duas categorias, com características específicas:
Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável.
O objetivo básico das Unidades de Proteção Integral é a preservação da natureza, admitindo
apenas o uso indireto, assim considerado aquele que não envolve coleta, dano ou destruição dos
recursos naturais. São em geral formadas por terras públicas ou quando particulares, sujeitas à
desapropriação. Compõe este grupo:
 Estação Ecológica: área destinada à preservação da natureza e à realização de pesquisas
científicas.
 Reserva Biológica: área destinada à preservação da diversidade biológica, onde podem
ser efetuadas medidas de recuperação de ecossistemas alterados e de preservação e
recuperação do equilíbrio natural, da diversidade biológica e dos processos ecológicos
naturais.
 Parque: área destinada à proteção dos ecossistemas naturais de grande relevância
ecológica e beleza cênica, onde podem ser realizadas atividades de recreação, educação e
interpretação ambiental, e desenvolvidas pesquisas científicas. Os Parques são muito
conhecidos devido à importância que têm para a recreação, turismo ecológico e
educação ambiental. Por sua ampla distribuição no território brasileiro e por permitirem
a visitação pública, são as unidades de conservação que propiciam a maior variedade de
experiências e a maior interação entre o visitante e a natureza.
 Monumento Natural: área que tem como objetivo básico a preservação de lugares
singulares, raros e de grande beleza cênica.
 Refúgio de Vida Silvestre: ambiente natural onde se asseguram condições para a
existência ou reprodução de espécies ou comunidades da flora local e da fauna residente
ou migratória. Permite a existência de propriedades privadas em seu interior.

Já o segundo grupo, Unidades de Uso Sustentável, o objetivo primordial é compatibilizar a


conservação da natureza com o uso sustentável de parcela de seus recursos. São constituídas sobre
terras particulares, restringindo alguns usos, com fulcro de assegurar os atributos naturais. Enquadram
neste grupo:
 Área de Proteção Ambiental (APA): área em geral extensa, com certo grau de ocupação
humana, dotada de atributos naturais, estéticos e culturais importantes para a qualidade
de vida e o bem-estar das populações. Pode ser criada em terras pertencentes ao Poder
Público ou em terras particulares. Trata-se de uma categoria bastante genérica, somente a
regulamentação de uma APA pode especificar e detalhar seus objetivos.
 Área de Relevante Interesse Ecológico (ARIE): área de pequena extensão, com pouca ou
nenhuma ocupação humana e com características naturais singulares, cujo objetivo é
manter ecossistemas naturais de importância regional ou local e regular o uso admissível
dessas áreas.
 Floresta nacional: área com cobertura florestal de espécies predominantemente nativas e
tem como objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa
científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas. A
visitação pública é permitida, no entanto, é condicionada às normas estabelecidas no
plano de manejo pelo órgão responsável pela administração do local.
 Reserva Extrativista: área natural com o objetivo principal de proteger os meios, a vida e
a cultura de populações tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, ao
mesmo tempo, assegurar o uso sustentável dos recursos naturais existentes.
 Reserva de Fauna: área com populações animais de espécies nativas, terrestres ou
aquáticas, onde são incentivados estudos técnico-científicos sobre o manejo econômico
sustentável dos recursos faunísticos.
 Reserva de Desenvolvimento Sustentável: área natural onde vivem populações
tradicionais que se baseiam em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos
naturais.
 Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): área privada criada para proteger a
biodiversidade a partir de iniciativa do proprietário

Em se tratando de autorização para visitação, pesquisa e ocupação humana, essas áreas


possuem diferentes regras gerais. Apesar das regras gerais serem similares quando definidas pela Lei
Federal, as diretrizes específicas sobre o funcionamento, restrições e gestão estão contidas no
documento denominado "Plano de Manejo". Trata-se de um documento técnico mediante o qual,
fundamentado nos objetivos gerais da unidade de conservação, estabelece-se o zoneamento e as
normas que devem presidir o uso da área e o manejo dos recursos naturais, inclusive a implantação das
estruturas físicas necessárias à gestão da unidade. Após a data de sua criação, toda unidade de
conservação deve dispor de um plano de manejo que deve ser elaborado no prazo de cinco anos. Esse
plano deve abranger a área da Unidade de Conservação, sua zona de amortecimento e de corredores
ecológicos, bem como medidas para promover a integração das UCs à vida econômica e social das
comunidades vizinhas (no caso das unidades que as comportam).
Assim, os gestores das UC devem seguir o planejamento estabelecido no Plano de Manejo
(ações, políticas, normas, planos, zoneamento) monitorando e analisando os resultados obtidos em
relação aos objetivos traçados. Quando os resultados não forem os esperados o planejamento deverá
ser revisado e alterado, monitorado e avaliado, num processo contínuo e permanente de
planejamento/replanejamento.
Apesar da enorme importância destes planos para um melhor funcionamento das unidades de
conservação no Brasil, poucas são as que possuem este documento. De acordo com relatório do
ICMBio, mais da metade das Unidades de Conservação Federais não possuem Plano de Manejo. Isso
se transforma num empecilho para os gestores destas UCs, por não ter suas ações e planejamentos
formalizados.
Em linhas gerais, os principais desafios das Unidades de Conservação são:
 Proteção em áreas povoadas: A proteção de áreas relevantes do ponto de vista
ambiental localizadas nos dois biomas brasileiros mais povoados, Cerrado e Mata
Atlântica, é dificultada por já ter bastante intervenção humana em seu interior, além de
interesses econômicos nas áreas ainda intocadas. Estes dois são os biomas mais
fragmentados e, por isso, são justamente os que mais necessitam de áreas dedicadas à
proteção da natureza.
 Unidades de uso sustentável: As unidades de conservação da categoria "uso
sustentável" encaram o desafio maior de definir o que pode ser utilizado, quem pode
utilizá-lo e quanta utilização é sustentável.
 Áreas de interesse econômico: As áreas protegidas por lei e que tem potencial para
desenvolvimento econômico sofrem maior pressão em seu entorno, e a falta de ações
como a criação do Plano de Manejo e de fiscalização das suas áreas pode prejudicar os
objetivos traçados elas.
 Populações tradicionais: As atividades de subsistência das comunidades tradicionais
que já habitavam a área antes da criação das UC – ribeirinhos, caiçaras, seringueiros,
quilombolas e outras variantes – por vezes são prejudicadas pelas restrições de
intervenção e pela falta de um plano de manejo que seja participativo e que preveja
condições adequadas de qualidade de vida para essa comunidade.

Uma Unidade de Conservação em que existam iniciativas capazes de articular as ações com
diversos atores, terá maiores chances de sucesso na real garantia de sua conservação. Portanto, para
que as UCs tenham o sucesso esperado, é preciso que haja compreensão por parte do poder público e
da sociedade sobre a importância destes instrumentos. Nesse sentido, é fundamental que se
estabeleçam políticas que respondam aos desafios da atualidade (p.ex.: promover e incentivar o
manejo das áreas protegidas, enquanto aumenta-se o número de UCs com tamanhos adequados). Essas
políticas somente serão bem sucedidas se contarem, em seu processo de elaboração, implementação e
acompanhamento, com a participação efetiva dos povos e populações que trabalham e vivem nesses
territórios de uso comum.

Referências:

ANDRADE, Manoel Pereira de; IADANZA, Enaile do Espírito Santo. Unidades de Conservação no Brasil:
algumas considerações e desafios. Revista de Extensão e estudos Rurais | REVER, Viçosa, v.5,n.1, p. 81-96
jan./jun. 2016. Disponível em: <http://www.revistarever.ufv.br/index.php/rever/article/download/110/49>.
Acesso em: 14 jun. 2017.

ICMBIO, FFSP, Instituto Curicaca. Lições aprendidas sobre monitoramento de planos de manejo.
Comunidade de ensino e aprendizagem em planejamento de UC – CEAPUC. Disponível em:
<http://www.mma.gov.br/images/arquivo/80255/LICOES_APRENDIDAS_etapa_planejamento.pdf>. Acesso
em: 14 jun. 2017.

MACIEL, Marcela Albuquerque. Unidades de Conservação: breve histórico e relevância para a efetividade do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIV, n. 90, jul 2011.
Disponível em: <http://www.ambito-
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SANTANA, Rebeka Cristiny Barbosa de et al. A Importância das Unidades de Conservação do Arquipélago de
Fernando de Noronha. HOLOS, [S.l.], v. 7, p. 15-31, nov. 2016. ISSN 1807-1600. Disponível em:
<http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/view/4217/1581>. Acesso em: 14 jun. 2017.

VIEIRA, João Pedro Bazzo; TAVARES, Matheus Henrique. Você sabe o que são Unidades de
Conservação? In: Politize! Publicado em 25 de outubro de 2016. Disponível em:
<http://www.politize.com.br/unidades-de-conservacao-tudo-sobre/>. Acesso em: 14 jun. 2017.

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