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DOM23SET
Domingo
23 de Setembro de 2018
Ano 43 • N.º 15395

Kz 45,00
Director: VÍCTOR SILVA
Director-Adjunto: CAETANO JÚNIOR
www.jornaldeangola.co.ao

VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO

MAIS DE 500 PESSOAS MORRERAM NO ANO PASSADO EM PRAIAS E RIOS

NESTA EDIÇÃO

CAETANO JÚNIOR
O essencial do acessório
PALAVRA DO DIRECTOR • 2
Época balnear
MORTE DE PRESIDENTE
Chefe de Estado
envia condolências
abre com alerta
aos vietnamitas
POLÍTICA • 5

TANZÂNIA
para o risco
de afogamentos
SOCIEDADE • 17

Número de mortes do
naufrágio sobe para 207
ÁFRICA • 6

RÁDIO E TELEVISÃO
Ministro pede celeridade
na digitalização do sinal
POLÍTICA • 5

NOVO HOSPITAL DO BIÉ

Governador quer
obras concluídas
nos prazos
REGIÕES • 15

ANDEBOL

CHEFE DE ESTADO FAZ ESTREIA NA ASSEMBLEIA-GERAL DA ONU

Presidente já está em Nova Iorque

Na primeira participação na
Assembleia-Geral das Nações
Unidas, o Presidente da República
Filipe Cruz reconhece
junta-se a mais de uma centena
fraca qualidade
de líderes mundiais a discursar
na formação
na 73ª Sessão. Os debates come-
DESPORTO • 22
çam terça-feira, com discursos
de abertura da presidente da
Assembleia-Geral, Maria Fer-
nanda Espinosa, e do Secretá-
rio-Geral das Nações Unidas,
António Guterres. João Lourenço
será o 12º orador do período da
manhã de quarta-feira. O Chefe
de Estado tem ainda encontros
com os Presidentes do Quénia,
Uhuru Kennyata, da Croácia,
Kolinda Grabar-Kitarovic, e de
Cuba, Miguel Diaz Canel. A dele-
gação angolana participa em
várias reuniões de alto nível,
como a Cimeira da Paz Nelson
Mandela, para assinalar o cen-
tenário do nascimento do herói
da luta contra o racismo na África
do Sul. Angola participa ainda
numa conferência sobre as gran-
des endemias. ÚLTIMA • 24

JUSTINO RAMOS
General lança livro
sobre diplomacia MISSÃO DA SADC AGT DE LUBUMBASHI
POLÍTICA • 5 MINISTÉRIO DO COMÉRCIO
EDIÇÕES NOVEMBRO

ELEIÇÕES Angolanos Dados fiscais 1º de Agosto

Mulheres no Brasil
contra Bolsonaro deixam Lesotho são unificados
MUNDO • 7
em Novembro A partir de Outubro, o Número
CADERNO
Angola começa a retirar as tro-
pas e meios a partir de 20 de
Novembro, mas vai continuar
a apoiar o processo de reposição
da segurança e estabilidade
naquele país da região austral
do continente. O ministro da
Defesa Nacional, Salviano
Sequeira, esteve no Lesotho e
assistiu à transferência da
chefia da Missão de Prevenção
da SADC para o Reino do
Lesotho (SAPMIL) de Angola
para a Zâmbia. POLÍTICA • 4
chega hoje
de Identificação Fiscal ou A equipa
“Cartão de Contribuinte” das de futebol
pessoas singulares nacionais do 1ºde
passa a corresponder ao do Agosto
Bilhete de Identidade. O dos chega hoje
cidadãos estrangeiros resi- de Lubum-
dentes condiz com o número bashi, RDC, depois do apu-
do Cartão de Residente. O ra m e n to p a ra a s
ajustamento da numeração
decorre até 31 de Dezembro,
Centros de logística meias-finais da Liga dos
Clubes Campeões de
altura em que a Administração
Geral Tributária deve arrancar
e mercados abastecedores África. O campeão nacio-
nal eliminou o TP
com o processo de actualização
da numeração das entidades
com novos regulamentos Mazembe. Nas meias-
finais defronta o Esperance
ECONOMIA • 9
colectivas. ECONOMIA • 9 de Tunis. DESPORTO • 23
2 OPINIÃO Domingo
23 de Setembro de 2018

PALAVRA
DO DIRECTOR Rua Rainha Ginga, 12-26
Caixa Postal 1312 - Luanda
Redacção: 222 020 174 REVISTA DA SEMANA
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Caetano Júnior Sábado, 15 de Setembro Quarta-feira, 19 de Setembro

DIRECTOR:
Víctor Silva
Os restos mortais do antigo chefe do Estado- O presidente da Assembleia Nacional,
Maior adjunto das Forças Armadas Fernando da Piedade Dias dos Santos,

O essencial do acessório
O Primeiro-Ministro de Portugal cumpriu, há poucos dias,
uma visita oficial a Angola. A viagem de António Costa ajudou
a descomprimir o ambiente, carregado de tensão, que carac-
terizou a relação entre o país ibérico e o da SADC, nos últimos
sete/oito anos. Não havendo como o prover de modo mais
concebível, esse hiato foi preenchido com equívocos, mal-
entendidos, omissões, enfim, com o cognominado “irritante”,
num conjunto de situações que puxaram para trás décadas
de investimentos num relacionamento que se pretendia
harmonioso e de benefícios recíprocos.
Independentemente do que terá concorrido, de facto,
para o esfriar das relações entre os dois países e para o
decorrente tempo perdido na implementação de eventuais
parcerias que estivessem na agenda no momento em
que se deu a ruptura, a verdade é que ficaram para trás
oportunidades únicas; janelas de possibilidades agora
irrecuperáveis. É como a água do curso que faz o rio:
pode-se tirar proveito da seguinte, nunca da mesma.
E o rescaldo da visita de Costa ajuda a compreender
a dimensão dos prejuízos que causou o tempo de espera
por uma solução que dirimisse, definitivamente, as dife-
renças que separavam Portugal e Angola: são onze os
acordos assinados, entre os quais sobressaem o de coo-
peração estratégica, para o quadriénio 2018/2022; o que
regula as dívidas a empresas portuguesas e o que coloca
fim à dupla tributação nas transacções comerciais, sem
falar já do que define o aumento do número de voos
entre os dois países.
Se formalizados, por exemplo, há cinco anos, os enten-
dimentos ora rubricados já teriam produzido efeitos
práticos na vida de cada um dos países. Muito provavel-
mente, mais investidores portugueses teriam apostado
em Angola e empresários angolanos seriam hoje, com o
auxílio de homólogos locais, detentores de um conhecimento
mais vasto e realista sobre a melhor estratégia para fazer
aplicações em Portugal.
Por outro lado, se a assinatura dos acordos tivesse
sido consumada mais cedo, depois de tantos anos,
inúmeros obstáculos à implementação de procedimentos
que, por exemplo, agilizam o investimento, a importação
e a exportação teriam sido, de certeza, removidos e o
intercâmbio encontraria campo aberto para fluir. Sem
falar sequer de outros ganhos que protocolos de cooperação
rubricados no tempo devido propiciam, particularmente
na área social, sendo exemplos a Educação e a Saúde.
Ainda bem que voltamos, cidadãos de Angola e de
Portugal, a testemunhar o aperto de mão entre os
respectivos chefes do Governo, no território de um deles.
Um gesto formal, mas de transcendente significado,
porque sela a retoma; porque abre a porta para o retorno
à normalidade nas relações entre países, cujos laços his-
tóricos e até culturais têm as raízes enterradas num
passado comum, tão forte e presente que as desinteligências
entre os homens são insuficientes para as remover.
Num repente, o ambiente nas relações oficiais entre
ambos os países começa a desanuviar; a crispação que
o descrevia perde espaço, fica para trás, abrindo opor-
tunidade para o necessário clima de optimismo e confiança.
Na conferência de imprensa conjunta com o Chefe de
Estado angolano, no Palácio Presidencial, o Primeiro-
Ministro António Costa disse que as visitas de alto nível
político dos dois lados “têm de ser intensificadas” e “reto-
marão o seu ciclo normal”.
E é mesmo de um “ciclo normal” de que está necessitada
a cooperação Portugal/Angola; de viagens constantes, num
sobe e desce interminável, que dê ímpeto à negociação, ao
diálogo, ali onde se vislumbre a mínima possibilidade de
ganhos conjuntos. Nações como estas duas, com um passado
impossível de ignorar, porque volta e meia assoma, para
fazer cobranças, devem estar unidas na causa e na necessidade,
sempre que comuns. Pensar o contrário é uma ilusão que
não tem como ser alimentada. Portanto, urge aproveitar o
tempo. Para tanto, há que prevenir incidentes susceptíveis
de hipotecar acordos mútuos, de travar projectos bilaterais
ou anular anseios de toda uma Nação.
Também é preciso reforçar a tolerância e o respeito
que devem prevalecer entre países. A cooperação merece
ser feita sob o mesmo substrato; sem senhores, nem vas-
salos; sem chantagem, nem exigências que só encontram
sustentação na arrogância. O passado recente pode servir
de conselheiro neste novo caminho que Portugal e Angola
desbravam para o futuro a dois.
... Um porvir que as jeans de António Costa são incapazes
de atrapalhar, por representarem uma gafe menor, no
caso de assim configurar; uma ligeira quebra de protocolo.
Neste novo contexto da cooperação, é muito importante,
como diria Manuel Carvalho, do jornal Público, “distinguir
o essencial do acessório, o fundamental do supérfluo”.
DIRECTOR-ADJUNTO:
Caetano Júnior
DIRECTORES EXECUTIVOS:
Angolanas, Arlindo Chenda Pena “Ben-Ben”, concede em Luanda uma audiência à enviada
Manuel Feio, Guilhermino Alberto falecido na África do Sul a 18 de Outubro de especial de Comércio da Primeira-ministra
EDITOR EXECUTIVO: 1998, vítima de doença, são sepultados no britânica para Angola e Zâmbia, Teresa May, a
Diogo Paixão
cemitério da aldeia de Lupitanga, comuna baronesa Lindsay Northover, com quem
SUB-EDITOR EXECUTIVO:
Cândido Bessa de Chivaulo, no município do Andulo, abordou vários domínios, com destaque para
GRANDE REPÓRTER:
província do Bié, sua terra natal. a área parlamentar.
Luísa Rogério Um total cinco pessoas morreram por asfixia O ex-chefe do Estado Maior General das
EDITORIAS: e sete ficaram feridas, na parte exterior do FAA, Geraldo Sachipengo Nunda, é ilibado
POLÍTICA:
Santos Vilola (editor-chefe), estádio 11 de Novembro, em Luanda, após o do processo judicial de burla por
Fonseca Bengui (sub-editor) e
Bernardino Manje (sub-editor) jogo entre 1º de Agosto e o TP Mazembe, a defraudação, que lesaria o Estado angolano
Adelina Inácio, João Dias, César André,
Edna Dala, Garrido Fragoso contar para a primeira “mão” da Liga dos em cerca de 50 mil milhões de dólares,
e Gabriel Bunga
OPINIÃO:
Clubes Campeões Africanos. conhecido por “Burla Thailandesa”, num
Ambrósio Clemente (editor-chefe),
Faustino Henrique (sub-editor)
O 1º de Agosto, tri-campeão angolano, despacho de não pronúncia proferido pelo
empata a zero na recepção ao TP Mazembe, Tribunal Supremo.
SOCIEDADE:
Nhuca Júnior (editor), da República Democrática do Congo, na OTribunal Provincial de Luanda Dona Ana
Alberto Pegado (editor),
José Meireles (editor), primeira-mão dos quartos de final da Liga Joaquina condena, a um ano de cadeia por
Rodrigues Cambala, André da Costa,
Kilssia Ferreira, Manuela Gomes, dos Campeões Africanos de futebol em jogo desacatos num avião da TAAG - Linhas
Augusto Cuteta e Alexa Sonhi
REGIÕES:
disputado no estádio 11 de Novembro. Aéreas de Angola e ter proferido palavras
Sérgio Chivaca (editor-chefe),
Béu Pombal (sub-editor),
obscenas aos assistentes de bordo, o
Filipe Eduardo cidadão de nacionalidade portuguesa,
ECONOMIA:
Cristóvão Neto (editor-chefe),
Domingo, 16 de Setembro Rúben Martins Nunes.
Armando Estrela, (sub-editor),
Ana Paulo, Kátia Ramos, Madalena Uma delegação liderada pelo Vice-
José, Natacha Roberto e Victorino
Presidente da República, Bornito de Sousa,
Joaquim
MUNDO:
Bernardino Fançony (editor-chefe),
realiza na cidade do Cuito, visitas ao Quinta-feira, 20 de Setembro
António Canepa Cemitério Monumento, às instalações da O Presidente da República, João Lourenço,
DESPORTO: administração municipal, ao Centro Infantil exonera Maricel Martinho da Silva Capama
Amândio Clemente (editor-chefe),
Anaximandro Magalhães (sub-editor), Kilamba e à Escola de Formação Técnica de do cargo de vice-governadora da província
António Cristóvão, Honorato Silva,
Armindo Pereira, Teresa Luís, Saúde “Comandante Bula”. do Huambo para o sector Político, Social e
Vivaldo Eduardo,
António de Brito O general de exército, Francisco Furtado, Económico.
CULTURA:
António Bequengue (editor-chefe),
disserta, na cidade de Luena, província do O Banco Nacional de Angola (BNA) efectuou,
Adriano Melo (sub-editor),
Francisco Pedro (sub-editor),
Moxico sobre o tema “A paz como factor uma sessão de venda de divisas em leilão aos
Amilda dos Santos, Manuel Albano,
Mário Cohen e Roque Silva
imperativo da participação da juventude no bancos comerciais, tendo colocado no
GENTE E FIM-DE-SEMANA: desenvolvimento”, enquadrado nas mercado primário o montante de USD 55
António Cruz (editor-chefe),
Isaquiel Cori (editor) celebrações do 17 de Setembro. milhões para cobertura de operações de
Edna Cauxeiro (sub-editora),
Ferraz Neto (sub-editor) O protótipo de um sistema “ regulador de natureza comercial e privada.
e César Esteves
trânsito móvel”, inventado pelo freelancer A Procuradoria-Geral da República (PGR)
EDIÇÕES ESPECIAIS:
Adalberto Ceita, André dos Anjos, Marcelino Canganjo, é um dos projectos encaminha para o Tribunal Supremo, o
Domingos dos Santos, Edivaldo
Cristóvão, Leonel Kassana vencedores da nona edição da Feira do processo de José Filomeno dos Santos, ex-
e Yara Simão
Inventor/Criador Angolano, que encerra, presidente do conselho de administração
FOTOGRAFIA:
Francisco Bernardo (editor-chefe),
em Luanda. do Fundo de Desenvolvimento Soberano de
José Cola (editor),
Dombele Bernardo, Domingos
Angola (FDSA), e de Valter Filipe, ex-
Cadência, Eduardo Pedro, João Gomes, governador do Banco Nacional de Angola
Maria Augusta, Miqueias Machangongo,
Mota Ambrósio, Paulo Mulaza, Kindala
Manuel, Santos Pedro;
Segunda-feira, 17 de Setembro (BNA), para se pronunciar e marcar a data
O Vice-Presidente República, Bonito de de julgamento.
Sousa, acompanhado por uma delegação
CORRESPONDENTES PROVINCIAIS:
constituída por ministros, secretários de
Adão Diogo (Lunda Sul),
Alberto Coelho (Cabinda),
Vladimir Prata (Namibe), Estado, deputados, membros da Fundação Sexta-feira, 21 de Setembro
Isidoro Natalício (Cuanza-Norte),
Jaime Azulay (Benguela), Agostinho Neto e familiares do primeiro O Presidente da República, João Lourenço,
Jesus Silva (Lobito),
Estanislau Costa (Huíla), Presidente de Angola, preside no pavilhão do deixa o país com destino a Nova Yorque, onde
João Mavinga (Zaire),
Joaquim Aguiar (Lunda-Norte), Sporting do Bié, ao acto central do Dia do vai participar na 73ª sessão da Assembleia
Silvino Paulo (Uíge),
Lourenço Manuel (Cuando Cubango), Herói Nacional. Geral das Nações Unidas, a primeira
Luís Pedro (Cuanza-Sul),
Noé Jamba (Bengo), A circulação dos comboios de passageiros e participação como Chefe de Estado angolano,
Quinito Kanhamei (Cunene),
Samuel António (Moxico), de carga do Caminho de Ferro de na Assembleia Geral da ONU.
Fernando Cunha (Huambo),
Francisco Curinhingana (Malanje) Moçâmedes (CFM) no troço Namibe/Huíla é O ex-ministro dos Transportes, Augusto
PAGINAÇÃO E ARTE:
restabelecida após 11 dias de interrupção. Tomás, é detido em Luanda, como resultado
Salvador Escórcio (editor),
Eugenia Victor, Adilson Santos, Augusta
de uma medida de coacção pessoal aplicada
Lucéu, Tomás Cruz, Noé Pungue, Ana pela Procuradoria-Geral da República (PGR),
Dinamene, Evaristo Sacupalica, João
Augusto, Josefa Carvalho, Maria
Messele, Alberto Bumba, Inês
Terça-feira, 18 de Setenbro por indícios de crimes de peculato e
Quingando, Margarida Zilungo, Maria da
Silva, Saldanha Pedro, Raúl Geremias,
A Declaração Comum de Intenções entre corrupção na gestão do Conselho Nacional de
António Quipuna, Henrique Faztudo Angola e Portugal sobre a implementação Carregadores (CNC).
CARTOON E ILUSTRAÇÃO:
Armando Pululo, Casemiro Pedro
do Acordo de Promoção e Protecção O ministro de Estado e Chefe da Casa Civil
e Edna Mussalo Recíproca de Investimento (APRI) é do Presidente da República, Frederico
rubricado em Luanda pelos ministros das Cardoso, procede em Luanda, à abertura
COPY DESK:
Rui Ramos, Paulo Pinha, Arlindo Relações Exteriores, Manuel Augusto e dos da 1ª reunião ordinária do conselho
Soares, Esperança Vieira Dias, João Sá.
Negócios Estrangeiros português, Augusto consultivo da comunicação social, que
O Jornal de Angola
Santos Silva. decorre sob o lema “ Não há democracia
utiliza os serviços da ANGOP, AFP,
Reuters, EFE e Prensa Latina
A Televisão Pública de Angola, TPA, com a sem liberdade de expressão e sem
RTP e Agência de Notícias Lusa assinam, em liberdade de imprensa”.
PUBLICIDADE: Luanda, dois protocolos de cooperação que O 1º de Agosto qualifica-se para as meias-finais
(+244) 926 406 929
(+244) 923 402 700 visam sobretudo a troca de conteúdos, da Liga de Clubes Campeões de África em futebol
e-mail: assistência técnica, formação e superação de ao empatar a uma bola em Lumbumbashi diante
publicidade@jornaldeangola.com
quadros e ainda visitas e trocas de do TP Mazembe da República Democrática do
experiência entre os subscritores. Congo, em jogo da segunda-mão.
PROPRIEDADE
Edições Novembro, E.P.
CARTAS DOS LEITORES
SEDE:
Rua Rainha Ginga, 12-26
Caixa Postal 1312 - Luanda Passaporte africano mos por via dos quais os africanos espectro da pobreza. Mas antes
Redacção: 222 020 174
Telefone geral (PBX): 222 333 344
Fax: 222 336 073
Escrevo pela primeira vez para o podem transpor as fronteiras, rea- parece óbvia a necessidade das vias
Telegramas: Proangola
e-mail: ednovembro.dg@nexus.ao
Jornal de Angola para falar sobre o lidade que pode também contribuir de comunicações estarem prepa-
chamado passaporte africano que decisivamente para afugentar o radas para o cenário que todos os
a organização continental tinha pro- africanos esperam com alguma
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Víctor Silva (presidente)
metido instituir em toda a África. ESCREVA-NOS
ansiedade, o de circular livremente
ADMINISTRADORES EXECUTIVOS Acho que se trata de uma boa ideia, Cartas recebidas na pelo continente. Pelo menos ali onde
Caetano Pedro da Conceição Júnior
José Alberto Domingos mas é preciso que internamente o Rua Rainha Ginga, 12-26 as condições de paz, segurança e
Carlos Alberto da Costa Faro Molares D’Abril Caixa Postal 1312 - Luanda
Mateus Francisco João dos Santos Júnior continente evolua para a livre circu- estabilidade o permitam.
lação desde o norte ao sul do continente. ou por e-mail:
ADMINISTRADORES NÃO EXECUTIVOS
Olímpio de Sousa e Silva ednovembro.dg@nexus.ao ADELAIDE MATOS
Catarina Vieira Dias da Cunha Precisamos de acelerar os mecanis- Malanje
OPINIÃO Domingo
23 de Setembro de 2018 3
PERSPECTIVA OLHARES

Augusto Santos Silva | * CITAÇÕES Victor de Carvalho

A arte e a política
“Se não se faz nada,

Portugal e Angola
se não se sanciona,
não se pune,
não se processa,

uma parceria estratégica para o futuro não se condena

aqueles que têm
sinais muito
O artista sul-africano Ayanda Mabululu, com a liberdade
que a arte permite, construiu uma peça que colocou em ex-
posição numa galeria de Joanesburgo e na qual se podia
evidentes ver Nelson Mandela a fazer uma saudação nazi, tendo por
Quem, em Angola, olhar apenas com ressentimento cesso. Parceria significa, precisamente, cultivá-lo com de terem sido pano de fundo uma gigantesca bandeira com a cruz suástica,
para Portugal e quem, em Portugal, olhar ainda com vontade e método, reconhecendo escolhos, assimetrias corrompidos, símbolo do tenebroso Adolfo Hitler.
avidez, egoísmo ou condescendência para Angola, ficará ou divergências e dando-se o tempo e recursos ne- é evidente Esta peça de arte, com uma forte mensagem política, ra-
irremediavelmente à margem da parceria estratégica. cessários à sua superação. A visita do primeiro-ministro que os outros pidamente se transformou no centro de todas as discussões
É evidente que Portugal e Angola estão ligados António Costa a Luanda confirmou a vontade, delineou farão o mesmo” e polémicas no país, relegando para plano secundário temas
pela história. Ninguém o nega. Durante o método e identificou os recursos: o sociais importantes como o aumento galopante da crimina-
João Lourenço
muito tempo, no colonialismo, uma novo programa de cooperação; o re- lidade e o debate sobre se vai, ou não, haver uma efectiva
história dolorosa, que a opressão co- As potencialidades forço da linha de crédito a empresas
Presidente da República
reforma agrária, para já se não falar do que terá que ser feito
lonial é uma terrível violação da dig-
nidade das pessoas e dos povos. Entre
do país e o portuguesas para execução de projetos
em Angola; o acordo para evitar a
“ Estamos para travar o reacender de uma perigosa disputa racial.
De um momento para o outro, a política foi buscar à arte
1961 e 1974, a Guerra Colonial levou empenhamento dupla tributação; a extensão da cola-
a construir
o nosso próprio
um argumento para colocar em agenda um assunto, que
a violência ao extremo. Mas ela foi
também a Guerra de Libertação do po- do Presidente boração bilateral às áreas fiscal e fi-
nanceira; o foco específico nos setores espeto de liberdade
não sendo displicente, revela bem aquele que é actualmente
o sentimento dos sul-africanos, perdidos num labirinto de
vo angolano e esteve diretamente as- João Lourenço agrícola e agroindustrial; a intensifi- e garantias,
direitos e deveres
problemas e com dificuldade em dar com o caminho certo
sociada à libertação dos portugueses cação das ligações aéreas. Ao mesmo para uma saída.
face à ditadura do Estado Novo. no combate tempo, a cooperação portuguesa gere do cidadão, Voltando à peça de Ayanda Mabululu, como seria de
Ninguém deve esquecer este passado
– e as marcas que deixou e perduram.
à corrupção, dois projetos europeus muito impor-
tantes para o desenvolvimento de An-
no que à liberdade esperar, ela gerou opiniões divergentes. Uns dizem tratar-
se de uma ofensa sem precedentes através de uma ligação
de imprensa
Mas também não deve esquecer que na melhoria gola, a revitalização do ensino técnico diz respeito, que dizem estar a ser feita entre Nelson Mandela e o
ele é passado.
Quando Angola foi palco de uma do ambiente e da formação profissional e o apoio
à pequena agricultura mercantil e à
e é um processo
Tanto num caso
regime nazi, recordando que
o antigo presidente sul-africa-
que nunca termina”
longa guerra civil, e vítima dos conflitos institucional segurança alimentar.
como no outro,
no era um lutador pela liber-
por procuração entre as superpotências No plano empresarial e do ponto Celso Malavoloneque dade e pela igualdade, tudo
da Guerra Fria, Portugal soube ser so- e na diversificação de vista português, a situação angolana Secretário de Estado da
Comunicação Social
curiosamente, os aquilo que Hitler queria apagar
lidário e apoiar os esforços de paz e re-
conciliação. No século XXI, liberto fi-
da economia é um grande desafio. Por um lado, a
escassez de divisas e os apertos finan- políticos evitam
da face da Terra.
O artista defende-se, argu-
nalmente da opressão colonial e da criam enormes ceiros provocam incumprimentos e “ Não é verdade
pronunciamentos mentando que Nelson Mande-
luta fratricida, o grande país africano
pôde dedicar-se à reconstrução e Por- oportunidades atrasos que reduzem as exportações,
penalizam as empresas e trabalhadores
que a Procuradoria-
Geral da República que os possam
la não seria o tal lutador pela
liberdade e pela igualdade,
tugal perfilou-se como parceiro óbvio para quem quiser expatriados e criam incerteza e risco. não terá acusado comprometer
como muitos defendem, mas
de desenvolvimento. Por outro, as potencialidades do país sim o grande responsável por
Os movimentos migratórios, a mobi- comprometer-se e o empenhamento do Presidente João
bem o general ainda hoje a minoria branca
Nunda, no universo
lidade de estudantes, as relações comer-
ciais e de investimento, as trocas entre
com a nova Angola Lourenço no combate à corrupção, na
melhoria do ambiente institucional e de pessoas
estar na posse das principais
riquezas do país, através da
agentes universitários, culturais, despor- na diversificação da economia criam acusadas, o grosso criação de um sistema multiracial que penaliza fortemente
tivos e políticos, a colaboração entre ins- enormes oportunidades para quem foi pronunciado. a maioria negra.
tituições públicas, tudo foi criando uma nova interli- quiser comprometer-se com a nova Angola. É normal” Segundo Ayanda Mabululu, na defesa pública que fez da
gação social que ia muito mais fundo do que a espuma Mota Liz sua liberdade artística, a peça é o tributo que ele decidiu
dos dias e os humores das lideranças. Certamente * Ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal Vice-procurador-geral da fazer aos pobres sul-africanos negros que, mesmo sendo
para pesar dos que permaneciam numa visão tardo- República amplamente maioritários na sociedade, continuam deses-
DR
colonial ou ficavam ainda presos dos clichés ideológicos peradamente sem perspectivas de futuro.
de antanho, mas inelutavelmente, a interligação foi- “ A escola que A imprensa sul-africana deu uma ampla cobertura a esta
se fortalecendo à medida que, com a estabilização e apenas ensina a ler polémica, o que também constitui mais uma oportunidade
o crescimento de Angola, a relação com Portugal foi e a escrever já está para que a sociedade esgrimisse os seus argumentos, numa
ficando mais recíproca e equilibrada. a ficar para trás. altura em que a questão do racismo volta a estar na agenda
O caminho não tem sido fácil, refém aqui e ali de Hoje, estamos num sul-africana como um problema cada vez mais actual.
equívocos e tensões, contrariado pelos interesses mundo moderno Enquanto uns defenderam que a peça deveria ter sido
que prejudica e os preconceitos que desafia. Mas e temos de retirada da Galeria FNB de Joanesburgo, por constituir “uma
a interligação das duas sociedades, por via da par- acompanhar ofensa a um herói nacional”, a Fundação Nelson Mandela é
tilha linguística, da proximidade cultural e da in- a evolução mais pragmática e considera que ela é, no limite, um teste
terdependência económica, constitui a base mais à liberdade de expressão artística.
sólida do relacionamento bilateral. Angola apoiou
e as expectativas Ayanda Mabululu, insistiu sempre em dizer que nada tem
António Guterres na ONU e António Vitorino na OIM
das crianças a ver com a política e que apenas pretendeu manifestar, através
e Portugal apoiou Angola no Conselho de Segurança e das suas da arte, seu instrumento de trabalho, a sua postura crítica em
porque em todos esses casos se tratava de escolher famílias” relação aquilo que é o legado de Mandela recusando-se, por
um dos “nossos” – não nossos tutelados mas nossos António Pacavira isso, a pedir desculpa a quem quer que seja.
próximos, nossos iguais. Presidente da Associação Esta não é a primeira vez que Ayanda Mabululu faz da
Nacional do Ensino Privado
As fundações do relacionamento bilateral não (ANEP) arte um instrumento político através do qual expressa o seu
ficam por aqui. Como Estados soberanos, Angola sentimento. Anteriormente, Jacob Zuma foi exibido numa
e Portugal têm interesses comuns – e isso conta “A imprensa peça artística onde se podia vê-lo num acto sexual, sobre-
muito. Convergem na projeção global da língua, goza de uma pondo-se a sua imagem a outras mais difusas e pequenas
na estabilidade da África Central e Austral, na segu- posição que simbolizam o povo sul-africano a assistir a tudo com ex-
rança marítima no Atlântico Sul, na triangulação pressões de incredulidade.
entre África, a América Latina e a Europa, no mul-
preferencial Tal como Bobi Wine fez no Uganda em relação ao presidente
tilateralismo. São destinos recíprocos de pessoas,
no nosso sistema Yoweri Museveni, com as letras das suas canções mais
capitais, bens e serviços. constitucional, famosas, também Mabululu opta pela liberdade artística
Ora, a consciência de que cabe a cada um definir não para para expor as suas críticas e assim despertar a sociedade
soberanamente os seus interesses e de que cabe a lhe permitir para uma discussão profunda de problemas com os quais
ambos trabalharem sobre interesses comuns é que que ganhe dinheiro, os políticos têm dificuldades em lidar, sobretudo quando
permite transformar a proximidade social numa par- nem para converter envolvem temas como o poder absoluto de um presidente
ceria política e institucional, ampla e de longo prazo. os jornalistas num ou o racismo marcante numa grande nação.
Ela contém várias dimensões. A concertação di- grupo favorecido, Diferentemente do que sucedeu a Bobi Wine, que já esteve
plomática na cena internacional. A cooperação, que mas sim para se preso e aguarda por julgamento num tribunal militar, Ayanda
se estende da educação à saúde e da segurança e de- dar cumprimento Mabululu até agora ainda só foi criticado e perante as ameaças
fesa às áreas sociais. A relação económica, quer co- do direito público de processos judiciais reage dizendo que é pobre e nada
mercial quer de investimento, e nas duas direções. E a saber ” pode perder, muito menos a sua liberdade de consciência.
o domínio da cultura e das ideias, que vai do conhe- Tanto num caso como no outro, curiosamente, os políticos
cimento e das artes à comunicação e ao diálogo Frederico Cardoso evitam pronunciamentos que os possam comprometer não
Ministro de Estado e Chefe da
sobre democracia e direitos humanos. Casa Civil do Presidente da entendendo que, cada vez mais, a arte é uma forma cada
República
O relacionamento não é um estado, mas um pro- vez menos subtil de fazer política.
4 POLÍTICA
EFECTIVOS ANGOLANOS DE FORA
Forças Armadas Angolanas deixam o Reino do Lesotho a partir de Novembro, pondo fim a uma permanência de meses
Lesotho pede continuidade
da missão militar da SADC
Ministro da Defesa angolano adiantou que, independentemente da prorrogação
da missão, já não será com o contingente militar angolano incluído na missão
O Governo do Lesotho mani-
festou o interesse da per-
manência da missão militar
da Comunidade de Desen-
volvimento da África Austral
(SADC) para a reestruturação
das Forças de Defesa e Segu-
rança daquele país, informou
sexta-feira, em Luanda, o
ministro angolano da Defesa,
Salviano Sequeira.
Em breves declarações à
Angop, no Aeroporto 4 de
Fevereiro, o ministro da
Defesa Nacional disse que
“ o G ove r n o d o Le s o t h o
manifestou o desejo de que
o prazo da missão militar da
SADC no seu país seja pror-
rogado, outra vez, visto que
o período da mesma termina
já em Novembro deste.
Salviano Sequeira adian-
tou que este é um assunto a
debater pelos países mem-
bros da SADC, mas sublinhou
que, independentemente da
prorrogação, já não será com
o contingente militar ango-
lano incluído.
“A partir do dia 20 de
Novembro deste ano, no
cumprimento da missão,
Angola cessa e começa a reti-
rar as suas tropas e meios e
ainda que seja atendida a
solicitação do Lesotho, a
missão de reestruturação
será substituída por outras
tropas de um dos países da
SADC”, declarou o ministro,
deixando, entretanto, claro
que Angola continuará a
apoiar o processo de repo-
sição da segurança e esta-
bilidade naquele país da
região austral do continente.
O ministro da Defesa pro-
cedeu, no Lesotho, em repre-
sentação do Comandante-
E m - C h e f e d a s Fo rç a s
Armadas Angolanas (FAA),
João Lourenço, a transfe-
rência da chefia da Missão
de Prevenção da SADC para
o Reino do Lesotho (SAPMIL)
de Angola para a Zâmbia.
Presidência angolana
Angola presidiu a SAPMIL e
o Comité de Supervisão, no
quadro da presidência rota-
tiva do Órgão de Política,
Defesa e Segurança da SADC.
O mandato terminou em
Agosto último, durante a 38ª
Cimeira dos Chefes de Estado
e de Governo da comuni-
dade, realizada em Wind-
hoek, Namíbia.
“A partir
do dia 20
de Novembro
deste ano,
no cumprimento
da missão, Angola
cessa e começa
a retirar as suas
tropas e meios”
O Reino do Lesotho vive
uma prolongada crise política
caracterizada por golpes e
te n tat iva s d e g o l p e s d e
Estado, assim como quedas
de governos e eleições ante-
cipadas. Em 2015 e 2017,
registou o assassinato de dois
chefes das forças armadas.
Na s e q u ê n c i a d e s s e s
d e s e nvo lvi m e nto s , o
Governo do Lesotho solicitou
a intervenção da SADC que
lançou a SAPMIL em Novem-
bro de 2017 e procedeu ao
desdobramento, em Dezem-
bro do mesmo ano, de um
contingente de 269 efectivos,
entre militares, polícias, civis
e especialistas de inteligência
de sete dos 16 países mem-
bros da organização regional.
Neste contingente, Angola
detém o maior número de
efectivos militares, com qua-
tro pelotões, seguida da Zâm-
bia, com um.
A 1 de Dezembro do ano
passado, um grupo de mili-
tares angolanos partiu para
o Reino de Lesoto, onde par-
ticipou numa missão de paz
com vista à estabilidade
daquele país da região austral
do continente.
Trata-se de um contin-
gente do batalhão de apoio
à paz, na composição de uma
companhia de infantaria,
enviado ao Lesoto no quadro
da Força de Alerta da Comu-
nidade de Desenvolvimento
da África Austral (SADC).
Angola integra a referida
missão, contribuindo assim
para a estabilidade política
e de segurança naquele país.
Quando os efectivos das
FA A d e i xo u A ng o l a e m
Dezembro último, o ministro
angolano da Defesa Nacional
lembrou que Angola também
beneficiou da solidariedade
de outros países, na luta pela
conquista da sua liberdade
e afirmação no concerto das
nações. Por isso, disse, agora
também está disponível a
colaborar nos esforços para
o alcance da paz e de um
ambiente que propicie o
desenvolvimento.
EDIÇÕES NOVEMBRO
Salviano Sequeira disse
ser neste âmbito que os países
membros da SADC decidiram
criar a missão de prevenção
para o Lesoto, integrada pelas
componentes militar, policial
e civil, a fim de cumprirem
com o mandato que, dentre
outros, tem como objectivo
apoiar na consolidação da
paz e segurança daquele país.
Esta é a primeira missão
de operações de apoio à paz
que Angola cumpre no qua-
dro de uma organização
regional, no âmbito da Carta
das Nações Unidas.
O ministro da Defesa
Nacional pediu aos militares
para honrarem a nação com
o mais elevado sentido do
dever, observando o rigor,
a competência, o espírito de
entre-ajuda e disciplina. A
ideia, segundo Salviano de
Jesus Sequeira, é que, no
final da missão, o país se
orgulhe do efectivo cumpri-
mento da missão.
Na ocasião, o comandante
do contingente angolano,
brigadeiro Sabino Saara,
assegurou que Angola vai
prestar o seu apoio na esta-
bilidade do Lesoto.
O oficial general, que era
igualmente o comandante
do contingente da SADC,
disse que as tropas iam para
uma missão de seis meses
renováveis.
A tropa angolana, com-
posta por 164 efectivos, foi
preparada para o desafio,
que passa por restabelecer
a s i t u a ç ã o n o Re i n o d o
Lesoto, Estado-membro da
SADC.
ITÁLIA
Comunidade
faz reflexão
sobre Neto
A comunidade angolana em
Roma reflectiu na quarta-
feira sobre a figura do pri-
meiro Presidente de Angola,
António Agostinho Neto,
durante um acto político-
cultural realizado na Embai-
xada de Angola na Itália.
A actividade, presidida
pela ministra conselheira da
Embaixada de Angola, Dulce
Gomes, em representação
do embaixador Florêncio
de Almeida, inseriu-se nas
celebrações do Dia do Herói
Nacional, assinalado a 17
de Setembro.
Dulce Gomes disse que
Agostinho Neto “dedicou a
sua juventude à causa mais
nobre do povo angolano,
deixando bem patente na
história angolana um legado
de honra, cuja dimensão
transcendeu as fronteiras do
território nacional”.
Durante a sua vida, lem-
brou, “Agostinho Neto não
poupou esforços e suas
acções levaram à proclama-
ção da Independência Nacio-
nal, abolindo para sempre
os vínculos e os laços polí-
ticos da desigualdade e da
opressão colonial”.
A diplomata recordou que
o pensamento político de
Neto compreendeu a preo-
cupação de libertar todos os
povos do Mundo submetidos
à opressão colonial e ao apar-
theid, criando assim o lema
“Na Namíbia, no Zimbabwe
e na África do Sul está a con-
tinuação da nossa luta”.
Dulce Gomes enalteceu
a dimensão humanista e cul-
tural de Agostinho Neto.
MALANJE
PGR carece de quadros
para melhorar acção
Os serviços da Procuradoria
Geral da República (PGR)
instalados nos municípios
de Calandula e Cacuso, pro-
víncia de Malanje, necessi-
t a m d e m a i s q u a d ro s e
infra-estruturas condignas
para acomodação dos fun-
cionários e melhorar a pres-
tação de serviços.
As preocupações foram
apresentadas quarta-feira,
no decurso da visita de cons-
tatação efectuada pela sub-
procuradora-geral adjunta
da República acompanhante
da província de Malanje,
Maria Pacavira.
O procurador-geral da
República no município de
Calandula, António Van-
Dúnem, disse que a visita da
magistrada Maria Pacavira
constitui uma mais-valia, na
medida em que visou cons-
tatar os problemas vividos.
O magistrado do Ministério
Público disse estar preocu-
pado com o elevado índice
de criminalidade nos muni-
cípios de Calandula e Mas-
sango, com destaque para
homicídios voluntários, vio-
lações, furtos, roubos, ofensas
Domingo
23 de Setembro de 2018
DIPLOMACIA
Cônsul
de Portugal
em Cabinda
A província de Cabinda já
possui um cônsul honorário
de Portugal, indicado pelo
Governo português, que
passa a assumir a respon-
sabilidade dos serviços con-
sulares na região mais ao
norte do país.
Trata-se de António Gon-
çalves Morgadinho, cujas
cartas credenciais que o
acreditam no cargo foram
apresentadas ao governador
de Cabinda, Eugénio Labo-
rinho, numa cerimónia tes-
temunhada por membros
do Governo, dos órgãos de
defesa e segurança, magis-
trados do Ministério Público
e Judiciais e representantes
da comunidade portuguesa
na província.
Eugénio Laborinho disse,
na ocasião, que a indicação
do cônsul português na pro-
víncia vai contribuir para
o fortalecimento dos laços
de amizade e cooperação
entre os dois Governos.
O cônsul português afir-
mou que uma das principais
tarefas do seu consulado é
ajudar a comunidade lusa
residente em Cabinda, evi-
tando que a mesma se des-
loque constantemente a
Luanda para resolver ques-
tões que podem ser tratadas
em Cabinda.
Aos cidadãos angolanos
residentes na província de
Cabinda interessados, o
diplomata António Morga-
dinho garante tornar mais
célere e eficaz o processo de
at r i b u i ç ã o d e v i s to s d e
entrada em Portugal.
Pedro Suculate|Cabinda
corporais, exploração de
minerais estratégicos e cultivo
e comercialização de liamba.
António Van - Dúnem
disse que o município de
Calandula precisa de pelo
menos mais um magistrado,
devido ao elevado índice de
crimes registados nos últimos
dias nas mesmas áreas.
Entretanto, Maria Pacavira
já disse que as soluções da
PGR vão depender do Orça-
m e n t o G e ra l d o E s t a d o
(OGE), porque a instituição
não tem, de imediato, capa-
cidades para resolver pro-
blemas do género.
No município de Cacuso,
a PGR enfrenta inúmeras
dificuldades, com destaque
para a falta de infra-estru-
turas apropriadas e o redu-
zido número de quadros
para responder à demanda
do município, assim como
melhor acomodação dos
profissionais.
De acordo com o repre-
sentante da PGR em Cacuso,
Joaquim Francisco, para dar
resposta às várias ocorrências
a instituição tem trabalhado
em parceria com a Polícia.
POLÍTICA Domingo
23 de Setembro de 2018
DO GENERAL JUSTINO
Diplomacia
é retratada
em livro
“Angola pelos caminhos da
paz (1975-2002) – Diplo-
macia e guerra”, é o título
do livro, de cerca de 700
páginas, da autoria do
tenente-general Justino da
Glória Ramos, a ser lançado,
vendido e autografado no
dia 28 deste mês, no Museu
da Força Aérea, localizado
na Base Aérea.
A temática resulta do tra-
balho de dissertação de dou-
toramento do autor que há
três anos defendeu, com dis-
tinção, a tese em História
Moderna e Contemporânea,
pelo instituto Superior de
Ciências do Trabalho e da
Empresa – Instituto Univer-
sitário de Lisboa (ISCTE-IUL).
Na altura, o autor recebeu
elogios do júri e demais assis-
tentes, que consideraram o
trabalho como sendo “um
estudo profundo e interes-
sante”, recomendando que
a obra “fosse publicada
quanto antes”, por ser um
estudo de referência sobre
a afirmação progressiva de
Angola no contexto regional,
africano e internacional.
Deste modo, após três anos
de concertações afins, o autor
decide colocar em livro o refe-
rido estudo, cujo acto de lan-
çamento está a ser preparado
ao pormenor. Não obstante o
período demarcado, 1975-2002,
o autor da obra faz incursões
interessantes ao aparecimento
e desenvolvimento do nacio-
nalismo angolano, desde a
década de 1950; da resistência
anticolonial à descolonização;
emergência e trajectória dos
movimentos de libertação de
Angola até aos acontecimen-
tos que se desenrolaram no
país, quer no teatro de ope-
rações militares, como no
campo da diplomacia prati-
camente de guerra, já na
senda do conflito armado.
Neste percurso há a assi-
nalar aspectos relevantes e
alguns até inéditos sobre
estabilização e consolidação
do Estado, tentativa de golpe
de Nito Alves, o Estado e as
Igrejas, condicionalismos
militares, a intervenção inter-
nacional e regional na guerra
fria, o longo caminho negocial
para a paz, a cimeira de Gba-
dolite, os acordos de Bicesse,
Operação Restauro, entre
outros factos que fizeram parte
da realidade angolana e da
história recente de Angola.
Dentre várias abordagens,
o livro retrata ainda aspectos
ligados à dimensão conjun-
tural interna e externa, os
efeitos da desestabilização
de Angola, a última batalha
da guerra fria, com particular
destaque para a dimensão
regional do conflito, incidindo
nos relatos sobre o longo
caminho para a paz, passando
pelos acordos de paz para a
pacificação do conflito, con-
cluindo com o capítulo sobre
a difícil construção de uma
nova Angola.
Justino da Glória Ramos
mostrou-se expectante pelo
lançamento do seu primeiro
rebento.
Morais Canâmua
MORTE DO PRESIDENTE
Chefe de Estado vietnamita morreu vítima de doença
João Lourenço solidário
com o povo do Vietname
O Chefe de Estado angolano,
João Lourenço, manifestou o
“mais profundo sentimento
de tristeza” pela morte do Pre-
sidente da República Socialista
do Vietname, Tran Dai Quang,
ocorrido sexta-feira por moti-
vos de doença.
“Tomei conhecimento, com
o mais profundo sentimento
de tristeza do passamento físico
do senhor Tran Dai Quang,
Presidente da República Socia-
lista do Vietname, ocorrido
ontem por motivos de doença”,
lê-se na mensagem do Chefe
de Estado endereçada ao Pri-
meiro-ministro daquele país,
Nguyen Xuan Phuc.
João Lourenço considera
que se trata de uma “perda
irreparável de uma figura ilus-
tre da nação vietnamita, que
vai certamente deixar um vazio
na sociedade e na vida política
do Vietname, país ao serviço
do qual colocou o seu saber e
a sua energia, para o trans-
formar numa nação próspera”.
O Chefe de Estado angolano
afirma que “estou seguro que
o povo do Vietname saberá
honrar a memória desse esta-
dista, procurando com o seu
empenho e determinação con-
cluir a obra que iniciou para
“JEANS” DE ANTÓNIO COSTA
Governante luso assume culpa
O ministro dos Negócios
Estrangeiros, Augusto Santos
Silva, assumiu as responsa-
bilidades pela apresentação
em traje informal do Pri-
meiro-ministro português,
António Costa, no dia em que
desembarcou em Luanda,
para uma visita oficial.
“A responsabilidade pelas
questões protocolares é do
Ministério dos Negócios Estran-
geiros e, portanto, essa res-
ponsabilidade é minha e não
do Primeiro-ministro. Sendo
o ministro, assumo a respon-
sabilidade de todos os serviços
do Ministério dos Negócios
Estrangeiros que são, aliás,
excelentes”, disse Augusto
Santos Silva, citado pelo jornal
português “Expresso”.
O ministro luso negou,
no entanto, que o episódio
das calças de ganga do Pri-
meiro-ministro seja falha
protocolar. “O que aconteceu
foi que, por ser feriado em
Angola naquela segunda-
DR
impulsionar o desenvolvi-
mento do Vietname”.
João Lourenço chegou a ser
convidado, em Maio, pelo
homólogo vietnamita a realizar
uma visita de Estado àquele
país asiático, com vista ao
reforço da cooperação entre
os dois países.
O convite constava de uma
mensagem que o Chefe de
Estado vietnamita endereçou
ao Presidente angolano. Foi
portador da mensagem o vice-
ministro dos Negócios Estran-
geiros do Vietname, Vu Hong
Nan, que a entregou ao ministro
das Relações Exteriores, Manuel
Augusto, que fez chegar ao
Chefe de Estado.
Na mensagem, segundo o
vice-ministro vietnamita, o
Chefe de Estado vietnamita
propunha ao Presidente João
Lourenço o reforço da coope-
ração bilateral, em particular
a parceria política e tecnológica.
Durante o encontro, ficou
decidido que os dois países
devem reforçar a cooperação
nos sectores da educação, saúde,
agricultura , telecomunicações
e petróleos. Vu Hong Nan afir-
mou que Manuel Augusto assu-
miu o compromisso de visitar
aquele país em breve.
feira, 17 de Setembro, a parte
oficial da visita decorria na
terça-feira e no primeiro dia
o Primeiro-Ministro centrava
as suas actividades na relação
com os portugueses, empresas
e pessoas”, justificou.
Augusto Santos Silva refor-
çou que o Primeiro-ministro
luso, quando aterrou em
Luanda de madrugada, estava
a iniciar a parte informal da
respectiva deslocação.
“Angola teve o gesto, que
muito apreciámos, de dar à
própria chegada a solenidade
de alas militares - que não é
um desfile, mas uma cortesia
que se destina a valorizar o
convidado. Elas fizeram-se
e não houve nenhuma ques-
tão”, afirmou.
“Nenhuma questão se pôs
de natureza protocolar, nem
se podia pôr, a não ser para
um sector da opinião pública
portuguesa que só sabe preo-
cupar-se com coisas que
não existem”, disse.
EXPANSÃO DA RÁDIO E TELEVISÃO
Ministro pede celeridade
na digitalização do sinal
João Melo garante a utilização de várias compensações
para minimizar problemas até à conclusão do projecto
Responsável reconhece situação crítica na cobertura do sinal de rádio e televisão
Edna Dala
O ministro da Comunicação Social, João
Melo, defende que o país tem de avançar
com o projecto de digitalização do sinal
de televisão.
João Melo, que falava em Luanda no
primeiro Conselho Consultivo do sector
desde a formação do Executivo saído
das eleições gerais, esclareceu, no
entanto, que, “enquanto o projecto não
é concluído, precisamos encontrar uma
solução transitória para expandir o sinal
de rádio e televisão”.
O ministro reconheceu que o país vive
uma situação crítica em relação à cobertura
nacional do sinal de rádio e televisão,
considerando “um problema grave que
temos que vencer rapidamente”.
Durante o encontro, que decorreu
sob o lema “Não há democracia sem
liberdade de expressão e sem liberdade
de imprensa”, o ministro sublinhou
que, para o efeito, a estratégia é encontrar
uma solução transitória para aumentar
os níveis de cobertura actual.
O encontro, que reuniu adidos de
imprensa, gestores dos órgãos de comu-
nicação públicos e privados e especialistas
estrangeiros, João Mello reconheceu que
"a situação não é boa, pois em termos
de cobertura territorial, a rádio e televisão
andam à volta dos 50 por cento.
Sem avançar os números da cobertura
em termos populacional, João Melo
acrescentou que a cifra poderá ser um
pouco maior, visto que há muitas áreas
do país que ainda são desabitadas.
"O sistema que temos é muito depen-
dente de fontes alternativas, que passa
pelo fornecimento de combustível, o que
não funciona a contento, daí a necessidade
de encontrar uma solução transitória
enquanto o projecto de implantação de
televisão digital terrestre avança", disse.
João Melo lembrou que o Ministério
das Telecomunicações e Tecnologias
de Informação ofereceu a possibilidade
de o sector da Comunicação Social usar
via Angosat as compensações do satélite
que a Rússia está a fornecer ao país.
O ministro disse ter orientado a Rádio
e a Televisão a começarem imediata-
mente a trabalhar com o Ministério das
Telecomunicações e Tecnologias de
Informação, para ver se por via das
5
JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
compensações garantidas possa ser
expandindo o sinal de rádio e televisão
via satélite, ampliando assim, num
prazo curto, o sinal para mais áreas
do país.
João Melo esclareceu que não há
nenhuma relação unívoca directa entre
o processo de implementação das autar-
quias locais, marcado para 2020, e o de
implantação das rádios comunitárias.
Explicou que as rádios comunitárias
são possíveis e úteis a todo tempo por
isso têm que ser bem feitas.
“O sistema que temos é
muito dependente de fontes
alternativas, que passa pelo
fornecimento de combustível,
o que não funciona a
contento”
João Melo lembrou que não existe
ainda um consenso sobre o que devem
ser rádios comunitárias, daí a necessidade
de estudar as melhores experiências
de outros países nesta matéria e, depois,
promover um debate entre os órgãos
de comunicação social e ministério de
tutela, incluindo as comunidades, para
encontrar um formato que se encaixe
às necessidades. Este processo, segundo
o ministro, tanto pode acontecer antes,
durante ou depois da implementação
das autarquias locais.
Compensações do Angosat
O ministro das Telecomunicações e Tec-
nologias de Informação, José Carvalho
Rocha, disse que a instituição pretende
apoiar o Ministério da Comunicação
Social a expandir-se em todo território.
José Carvalho da Rocha lembrou que,
no âmbito das compensações que estão
a receber da Rússia, dos 144 megahertz
que estão a receber nas duas bandas, o
Ministério das Telecomunicações e Tec-
nologias de Informação fez uma pla-
nificação para os diferentes serviços
cruciais do Estado, com prioridade para
os serviços de emissão do Bilhete de
Identidade, o Instituto Nacional de Segu-
rança Social, a prestação de serviços
para alguns órgãos essenciais do Estado
6 ÁFRICA
JULGAMENTO DE MEMBROS DO BOKO HARAM
Mais de meio milhar de pessoas foram constituídas arguidas desde Outubro do ano passado
Justiça nigeriana visada
em relatório internacional
A Organização Não Governamental Human Rights Watch exige
que a Justiça nigeriana seja mais incisiva nos processos onde são
julgados membros do Boko Haram, nomeadamente através da
audição das vítimas dos ataques desse grupo terrorista de modo a
que possam esclarecer devidamente tudo o que se passou
Victor Carvalho
Um relatório divulgado pela
Human Rights Watch aponta
à Justiça nigeriana várias
lacunas jurídicas no modo
como trata os processos judi-
ciais que envolvem membros
do grupo Boko Haram.
As lacunas jurídicas refe-
ridas no relatório têm tido
como consequência a rea-
l i zação d e j u lga m e nto s
demorados e nem sempre
com a aplicação das penas
ajustadas à natureza dos cri-
mes que deram origem aos
diferentes processos.
No essencial, a referida
organização considera que
a Justiça tem sido branda na
forma como aplica os pre-
ceitos jurídicos em casos que
envolvem suspeitos de apoiar
o grupo terrorista, com ten-
dência para os incluir no lote
daqueles que praticam cri-
mes de sangue.
Por outro lado, no sentido
contrário, o relatório lamenta
que as populações e comu-
nidades vítimas de ataques
desferidos pelo Boko Haram
não tenham sido chamadas
a depor para assim possibi-
litar a aplicação de penas
mais justas.
“A Nigéria precisa de pro-
curar Justiça para os respon-
sáveis pelas atrocidades do
Boko Haram e acabar com
a detenção prolongada de
milhares de suspeitos”, disse
Anietie Ewang, emissária da
organização para a Nigéria
e responsável pela divulgação
do relatório.
As críticas produzidas
pela Human Rights Watch
estão particularmente cen-
tradas nos julgamentos que
decorreram à porta fechada
em Outubro do ano pas-
sado, tendo na primeira
ronda do pro ce ss o sido
arguidas 575 pessoas.
Nas duas rondas seguin-
tes, em Fevereiro e Julho
deste ano as sessões já foram
públicas, mas o modo como
decorreram suscitaram tam-
bém críticas.
Argumentos
pouco sustentados
Uma dessas críticas tinha a
ver com a pouca sustentação
dos argumentos da acusação,
uma vez que a maioria dos
arguidos foi indiciada apenas
por fornecer 'material e apoio
não-violento ao Boko Haram,
incluindo a reparação de veí-
culos, lavagem de roupas ou
fornecimento de comida.
O relatório, refere tam-
bém que as audições e os
p ro c e d i m e nto s fo ra m
muito curtos, com alguns
a durar menos de 15 minu-
tos, o que levou a que se
q u e st i o n a ss e o p ró p r i o
código penal da Nigéria.
“A maioria das acusações
foi formulada de forma ambí-
gua e vaga, sem a informação
crucial que a lei nigeriana
exige, como datas, lugares
e detalhes específicos das
DR
alegadas ofensas”, refere o
relatório da organização onde
também é salientada a ausên-
cia de intérpretes oficiais ou
o uso de intérpretes não trei-
nados, com recurso a alega-
das confissões.
O relatório refere que num
dos julgamentos, a ausência
de intérpretes levou a que
um procurador do Ministério
da Justiça actuasse como tra-
dutor, tendo um observador
apontado erros crassos que,
eventualmente alteraram o
depoimento do arguido.
O relatório denuncia ainda
que vários dos arguidos não
puderam reunir-se com os
seus advogados de defesa até
ao dia do julgamento.
Vários acusados terão sido
julgados individualmente,
enquanto outros em grupo,
algo que leva a organização
dos Direitos Humanos a estar
céptica quanto à regularidade
dos procedimentos.
“Alguns suspeitos foram
julgados individualmente,
mas outros foram julgados
em grupo, nalguns casos sem
considerar a hipótese de
terem sido coagidos a come-
ter a ofensa pela qual estão
a ser julgados, ou se o fizeram
simplesmente para sobre-
viver”, afirmou a organiza-
ção.Na sequência desses
julgamentos os tribunais
absolveram 97 arguidos e ili-
baram cinco, mas a Human
Rights Watch admite que pos-
sam nunca vir ser libertados
das cadeias.
Conacry
FILHO DE SEKOU TOURÉ
CORRE RISCO DE FICAR
TRINTA ANOS DE PRISÃO
Mohamed Touré, filho do
primeiro Presidente da
Guiné Conacry, Ahmed
Sekou Touré, e a sua esposa
podem enfrentar até 30
anos de prisão, nos Estados
Unidos da América, se
forem condenados por
prática de escravidão,
refere a imprensa norte-
americana.
Na sexta-feira, Mohamed
Touré e Denise Cros-Touré
foram alvos de cinco
acusações, incluindo
trabalho forçado e abrigo
ilegal de estrangeiros para
benefício financeiro, um
caso que envolve uma
jovem que terá sido
escravizada durante
16 anos no Texas, EUA.
Mohamed Touré e a esposa
terão levado a vítima da sua
aldeia guineense, em
Janeiro de 2000, para
trabalhar em casa, numa
área rica de Southlake, no
Estado do Texas. Durante
esse período, a jovem foi
obrigada a cozinhar, limpar,
lavar a roupa, jardinar,
pintar e cuidar dos cinco
filhos do casal, segundo
o Departamento
de Justiça dos EUA.
O casal é também acusado
de confiscar o passaporte
da vítima, que permaneceu
ilegalmente nos EUA desde
que o seu visto expirou.
A vítima acabou por
escapar em 2016, com
a ajuda de ex-vizinhos.
LÍBIA
CONFRONTOS ARMADOS
NA CIDADE DE TRÍPOLI
PROVOCAM MORTES
Pelo menos 96 pessoas
morreram na sexta-feira,
incluindo civis, nos
confrontos entre grupos
armados rivais em Trípoli,
indica um balanço
efectuado pelas
autoridades do país. Os
confrontos iniciados a 26
de Agosto já provocaram
também 444 feridos,
segundo o Ministério da
Saúde, citado pelas
agências internacionais.
DR
Os combates que se
reiniciaram na quinta-feira
mataram, no mesmo dia,
11 pessoas, incluindo oito
civis e feriram 33 outras,
interrompendo o cessar-
fogo mediado pela ONU no
início deste mês. Em 11 de
Setembro, foram
disparados mísseis em
Trípoli, incluindo no único
aeroporto ainda aberto na
cidade.
A Líbia vive um conflito
armado desde a revolta de
2011, que derrubou e
matou o então Presidente
Muammar Kadhafi.
TANZÂNIA
Naufrágio provoca
207 vítimas mortais
O número de pessoas que
morreram na sequência do
naufrágio de um navio de
passageiros no Lago Vitória,
na Tanzânia, subiu para 207,
de acordo com os meios de
comunicação locais.
As operações de resgate
recomeçaram ontem de
manhã, tendo sido recupe-
rad o s m a i s 2 4 c o r p o s ,
segundo informou a televisão
estatal TBC.
A embarcação MV. Nyerere
naufragou na quinta-feira
no Lago Vitória, a cerca de
50 metros do local onde iria
atracar. O navio transportava
cerca de 400 passageiros,
apesar da sua capacidade
máxima ser para 100 pessoas
e 25 toneladas de carga.
O Presidente da Tanzânia,
John Magufuli, já enviou con-
dolências às famílias das
Número de vítimas do acidente continuava ontem a subir
MOÇAMBIQUE
Polícia inicia “caça”
a bandos armados
A Polícia moçambicana disse
que estão em curso opera-
ções para a captura dos gru-
pos armados que mataram
dez pessoas numa aldeia
remota da província de Cabo
Delgado e atacaram uma
patrulha militar noutro ponto
da região. “As operações
para a captura destes indi-
v í d u o s j á d e c o r re m n a
região”, disse ontem o porta-
voz do Comando-Geral da
Polícia, Inácio Dina.
Nas últimas 24 horas, gru-
pos armados desconhecidos
mataram dez pessoas numa
aldeia remota da província
de Cabo Delgado, norte de
Moçambique, e atacaram
uma patrulha militar noutro
ponto da região:
O ataque aconteceu num
povoado pertencente ao posto
de Mucojo, distrito de Macomia,
no litoral centro de Cabo Del-
gado. Segundo a Polícia, o
grupo entrou a disparar e matou
dez residentes, além de ferir
outras 15 pessoas e incendiar,
pelo menos, 30 casas.A embos-
cada a uma patrulha militar
Domingo
23 de Setembro de 2018
vítimas mortais e desejou
uma rápida recuperação aos
passageiros que foram, entre-
tanto, hospitalizados.
O navio pertence à Agên-
cia de Serviços Electrónicos
e Electromecânicos da Tan-
zânia e naufragou enquanto
fazia a ligação entre a penín-
sula de Ukerewe e a ilha de
Ukora, na zona sul do Lago
Vitória, o maior do conti-
nente africano.
Naquele lago, um impor-
tante ponto de atracção turís-
tica rodeado pelos territórios
da Tanzânia e Quénia, regis-
tam-se vários naufrágios todos
os anos sobretudo devido a
fortes tempestades. Segundo
a Cruz Vermelha, em 1996,
mais de 800 pessoas morre-
ram no naufrágio do ferryboat
“Bukoba” no Lago Vitória, ao
largo de Mwanza.
DR
aconteceu mais a norte, junto
a Pundanhar, distrito de
Palma, acrescentou a polícia
sem precisar as consequências
dos confronto.
O último ataque tinha
acontecido a 8 de Setembro,
também contra um povoado
do posto administrativo de
Mucojo, distrito de Macomia.
Três dias depois, a polícia
garantiu que a situação estava
“sob controlo”.
Povoações remotas da pro-
víncia de Cabo Delgado,
situada entre 1.500 a dois mil
q u i l ó m e t ro s a n o r te d e
Maputo, têm sido atacadas
por desconhecidos desde
Outubro de 2017, provocando
um número indeterminado
de mortos, na ordem das deze-
nas e um número ainda maior
de deslocados.
Os ataques acontecem
numa altura em que avançam
os investimentos de compa-
nhias petrolíferas em gás natu-
ral na região, mas sem que
até agora os atacantes tenham
entrado no perímetro reser-
vado aos empreendimentos.
MUNDO
23 de Setembro de 2018
BRASIL
Movimentos
de mulheres
contra eleição
de Bolsonaro
Dezenas de grupos orga-
nizados de mulheres estão
contra a eleição do candi-
dato de extrema direita às
eleições presidenciais de 7
de Outubro, Jair Bolsonaro,
pelas ideias e ataques à
esquerda e a homossexuais.
Apesar de liderar as
sondagens, está a ser ata-
cado por dezenas de gru-
pos de mulheres nas redes
sociais para tentar virar
a tendência que lhe dão
como favorito à vitória na
eleição de 7 de Outubro
com mais de 25 por cento
da tendência de voto.
DR
Candidato de extrema-
direita lidera as sondagens
Jair Bolsonaro lança ata-
ques constantes aos seus
alvos favoritos: a esquerda
e os homossexuais. O apelo
à guerra civil e à matança
tem sido igualmente recor-
dados pelos activistas do
movimento “Ele não” em
vídeos recuperados de anti-
gas entrevistas do antigo
capitão pára-quedista do
Exército brasileiro.
Um desses grupos, com
menos de um mês,
“Mulheres Unidas contra
Bolsonaro”, rapidamente
d i s p a r o u p a ra o s 2 , 5
milhões de membros.
Criado em finais de
Agosto, o grupo aberto no
Facebook, explicou ao jor-
nal britânico “The Guar-
dian” que chegou aos 600
mil membros em 24 horas.
“Precisamos de estar
unidas para evitar o que
seria um desastre para o
nosso país”, declarou um
dos membros do grupo,
Maíra Motta”.O Presidente
Trump pode agradecer a
vitória nas presidenciais
norte-americanas de 2016
à influência das redes
sociais junto dos eleitores.
Essa foi uma lição que
ficou para os candidatos
de todas as latitudes:
redes tão estruturadas
como o Facebook ou o
Twitter podem inverter
tendências de voto.
A guerra eleitoral pas-
sou também para o
mundo virtual e ninguém
descura essa frente de
batalha. Talvez por isso
a página do movimento
das mulheres tenha sido
de imediato fixada como
um alvo a abater.
Domingo
Breves
APROXIMAÇÃO
VATICANO RECONHECE
BISPOS NOMEADOS
POR PEQUIM
Foi dado o primeiro passo
para terminar com uma
ausência de relações
diplomáticas que dura há
quase 70 anos.
No dia em que o Papa
Francisco inicia a visita
oficial aos países do
Báltico, o Vaticano anuncia
que assinou um acordo
com a China que permite
reconhecer, pela Santa Sé,
todos os bispos nomeados
pelo país asiático.
De acordo com a agência
Reuters, o Vaticano
anuncia a aproximação,
mas sublinha que se trata
de um “acordo pastoral e
não político”, o que pode
ser justificado pelo facto de
não haver qualquer
menção a Hong Kong que a
Santa Sé reconhece
diplomaticamente, mas
que a China considera uma
província rebelde.
Segundo a agência Lusa,
que teve acesso ao
comunicado do Vaticano,
no documento é explicado
que se trata de um acordo
provisório, assinado ontem
numa reunião em Pequim
pelo sub-secretário de
Relações do Vaticano com
os Estados, Antoine
Camilleri, e pelo vice-
ministro dos Negócios
Estrangeiros da China,
Wang Chao, como chefes
das delegações do Vaticano
e da China,
respectivamente.
O acordo, informou o
Vaticano, “trata da
nomeação de bispos, que é
uma questão de grande
importância para a vida da
Igreja [Católica] e cria as
condições para uma
RESOLUÇÃO
ONU reforça eficácia
dos capacetes azuis
O Conselho de Segurança
da Organização das Nações
Unidas (ONU) aprovou, por
unanimidade, uma resolu-
ção, proposta pelos EUA,
para reforçar a eficácia dos
“capacetes azuis” e sancio-
nar mais duramente os fra-
cassos dos contingentes em
proteger os civis.
Nos últimos anos, várias
operações de paz foram
afectadas por casos de abu-
sos sexuais ou de inacção
quando os civis estavam
ameaçados por grupos
armados, designadamente
na República Centro Afri-
cana e no Sudão do Sul.
A resolução, criticada
pela Federação Russa, para
quem a sua elaboração não
envolveu suficientemente
os países fornecedores das
tropas, prevê, em caso de
problemas, “retenções nos
re e m b o l s o s ” d a O N U e
“substituições” ou “chama-
das” (ordem de regresso)
dos contingentes envolvi-
dos.Algumas destas medidas
7
IRÃO
colaboração mais ampla a
nível bilateral”.
Do lado chinês, o ministro
dos Negócios Estrangeiros
Ataque durante desfile militar
referiu que o Governo de
Pequim e o Vaticano
assinaram um acordo que
prevê não só a
causa vários mortos e feridos
manutenção, como a Atacantes são descritos como “Takifiri”, um termo
melhoria das relações
entre as duas instituições. antes usado para descrever o grupo extremista
Recorde-se que as relações Estado Eslâmico
diplomáticas entre a China
e o Vaticano chegaram ao DR
fim quando, em 1951, Mao
Tsé-tung expulsou do país
o núncio católico.
EUA
EXÉRCITO FALHA
OBJECTIVO
DE RECRUTAMENTO
O Exército dos Estados
Unidos da América (EUA)
falhou este ano, pela
primeira vez desde 2005, o
seu objectivo de
recrutamento, ficando
aquém da meta dos 76.500
recrutas em cerca de 6.500
(8,5 por cento), apesar do
aumento de vantagens e
garantias.
Os líderes deste ramo das
Forças Armadas norte-
americanas especificaram
que recrutaram cerca de 70
mil recrutas no ano fiscal
que termina em 30 de
Setembro (nos EUA, o ano
orçamental decorre entre 1
de Outubro e 30 de
Setembro), aquém dos
76.500 que pretendiam.
Longe dos objectivos de
recrutamento também
ficaram a Guarda Nacional
e as Reservas do Exército.
Já a Marinha, a Força Aérea
e os Marines preencheram
os objectivos de
recrutamento para 2018. Milhares de pessoas assistiam ao desfile militar, incluindo mulheres e crianças
Há falta de atracção no
Exército, apesar do Homens armados atacaram ontem um nianas”, acrescenta o ministro.
aumento de orçamento. desfile militar na cidade iraniana de Citado pela agência Isna, Ramezan
Ahvaz (oeste), matando e ferindo um Sharif, porta-voz da Guarda Revolucio-
número indeterminado de pessoas, noti- nária Iraniana, exército ideológico do
ciou a televisão estatal iraniana. Irão, acusa os atacantes de estarem ligados
O órgão de comunicação social des- a um grupo separatista árabe apoiado
creveu os atacantes como “Takifiri”, um pela Arábia Saudita.
termo antes usado para descrever o grupo
extremista Estado Islâmico.
As vítimas assistiam a uma parada
Teerão acusa “um regime estrangeiro”
apoiado pelos Estados Unidos de ser
responsável pelo atentado que hoje
militar realizada por ocasião da Semana
da Sagrada Defesa, que assinala a guerra
entre o Irão e o Iraque (1980-1988).
matou pelo menos oito militares durante
um de sfile militar em A hvaz , no
sudoeste do Irão.
já foram aplicadas, mas com Segundo a Irna, que cita fontes “bem “Terroristas recrutados, treinados e
esta resolução trata-se de informadas”, homens armados e vestidos pagos por um regime estrangeiro atacaram
as “sistematizar”, sublinha- com uniformes da Guarda alvejaram o Ahvaz [...]. O Irão considera que os patro-
ram fontes diplomáticas. local onde militares e comandantes da cinadores regionais do terrorismo e os
Os capacetes azuis da polícia estavam sentados. seus mestres norte-americanos são res-
Organização das Nações O ataque matou vários membros da ponsáveis pelos ataques”, escreve o
Unidas têm intervindo em Guarda Revolucionária, grupo de elite ministro dos Negócios Estrangeiros ira-
vários países africanos. A do país. niano, Mohammad Javad Zarif, na sua
Monusco, missão de paz da A agência Irna informou que havia conta no Twitter.
ONU na República Demo- mulheres e crianças entre os espectadores
crática do Congo, é a maior da parada militar, referindo ainda que Capacidades defensivas
e mais cara de todas. Mas o número de mortos poderá subir. Na sequência do ataque, o Presidente
há várias. Momentos depois do ataque, o movi- iraniano afirmou que o país vai con-
O conflito na República mentoradicalEstado Islâmico reivindicou tinuar a aumentar as capacidades
Centro Africana eclodiu após o atentado, em Ahvaz, capital do Khu- defensivas, sublinhando que os mísseis
o afastamento do poder em zistão, no sudoeste do país. que está a desenvolver “preocupam
2013 do então Presidente Fran- Teerão acusou “um regime estrangeiro” os ocidentais”.
çois Bozizé pelas milícias apoiado pelos Estados Unidos de ser res- “Nós nunca reduziremos as nossas
Seleka, que pretendiam defen- ponsável pelo atentado em Ahvaz. capacidades defensivas (...) vamos
der a minoria muçulmana, “Terroristas recrutados, treinados e aumentá-las dia-a-dia”, disse Has-
desencadeando uma contra- pagos por um regime estrangeiro atacaram san Rohani.
ofensiva dos anti-Balaka, Ahvaz (...) O Irão considera que os patro- “O facto de vocês [ocidentais] estarem
maioritariamente cristãos. cinadores regionais do terrorismo e os zangados com os nossos mísseis só
A instabilidade já causou seus mestres norte-americanos são res- demonstra que estas armas são as mais
milhares de mortos,apesar ponsáveis pelos ataques”, escreve o eficazes”, acrescentou.
de não ser possível indicar ministro dos Negócios Estrangeiros ira- Donald Trump, presidente em exer-
números fiáveis e obrigou niano, Mohammad Javad Zarif, na sua cício este mês do Conselho de Segurança
cerca de um milhão de pessoas conta no Twitter. ONU, organiza no fim de Setembro uma
a abandonar os seus lares, à “O Irão reagirá rapidamente e fir- reunião de Chefes de Estado e de Governo
pro cura de s egurança e memente para defender as vidas ira- sobre o Irão.
melhores condições sociais.
8 ECONOMIA
ÁFRICA DO SUL
Governo transfere fundos
para reanimar a economia
O Presidente Cyril Ramaphosa anuncia decisão de alocar 50 mil milhões de
randes do orçamento entre as medidas destinadas a impulsionar o crescimento
O Governo sul-africano vai
alocar 50 mil milhões de
randes (pouco mais de um
trilião de kwanzas) do actual
orçamento de Estado para
impulsionar o crescimento
da economia, anunciou na
sexta-feira o Presidente
daquele país.
Cyril Ramaphosa, que é
igualmente presidente do
partido no Governo, o Con-
gresso Nacional Africano
(ANC), no poder desde 1994,
disse que as novas reformas
políticas visam reverter a
estagnação da economia
nacional, que entrou em
recessão no segundo trimes-
tre deste ano, pela primeira
vez desde 2009.
O Chefe de Estado sul-
africano sublinhou que as
medidas anunciadas “vão
beneficiar as mulheres, os
j ove n s e a s p e q u e n a s e
médias empresas”, mas
advertiu que o “Governo
Presidente da África do Sul (direita) afirma que a opção pela recolocação se deve a impossibilidade de mobilizar novas verbas
BRAZZAVILLE-KINSHASA
Construção de ponte
entre as duas capitais
A edificação de uma ponte
sobre o rio Congo para ligar
Brazzaville e Kinshasa res-
surgiu na quinta-feira num
fórum realizado na capital
da RDC para discutir o curso
de projectos de infra-estru-
turas na África Central, a
região mais desprovida do
continente neste domínio.
“Os estudos estão con-
cluídos. Estamos a tratar do
financiamento para avançar
para a fase de construção”,
não tem condições no actual
ano fiscal de aumentar a
despesa pública ou de con-
trair novos empréstimos”.
“Temos por isso que prio-
rizar áreas do nosso orça-
mento e a nossa despesa”,
disse Cyril Ramaphosa numa
conferência de imprensa,
em Pretória, transmitida pela
televisão pública.
O Presidente sul-africano
afirmou ainda que “o objec-
tivo do plano de recuperação
é rever a prioridade dos gas-
tos públicos para serem apli-
cados em actividades com
maior impacto económico”.
Cyril Ramaphosa disse que
o Governo identificou a agri-
cultura e a actividade eco-
nómica em zonas urbanas
periféricas e rurais como prio-
ritárias para a intervenção.
Na Agricultura, o Chefe
de Estado disse que “o
Governo vai criar um milhão
de empregos até 2030, dar
declarou à imprensa o alto
funcionário do Governo do
Congo-Brazzaville Blaise
Onanga, num fórum na feira
especializada Expo Cimento
consagrado ao desenvolvi-
mento do Corredor da África.
O processo de licitação
foi lançado, afirmou o direc-
tor de Manutenção de Estra-
das Blaise Onanga, sem
avançar os custos ainda
“confidenciais” do projecto
sobre o qual trabalham téc-
apoio a agricultores emer-
gentes negros e subsidiar a
exportação das principais
culturas agrícolas”.
Reforma agrária
Cyril Ramaphosa disse ainda
que nomeou um painel de
dez especialistas que irá acon-
selhar o Governo na imple-
mentação da reforma agrária
e redistribuição de terra, pro-
cesso liderado pelo vice-pre-
sidente David Mabuza.
No sector da Saúde, o
Chefe de Estado disse que
“o Governo vai disponibi-
lizar financiamento para a
compra de camas hospita-
lares e lençóis, e o Ministério
da Saúde vai preencher os
2.200 postos de trabalho
actualmente vagos”.
O Presidente Ramaphosa
acrescentou que o Governo
vai criar também um fundo
de investimentos em infra-
estruturas no valor de 400
nicos da República Demo-
crática do Congo e do Congo
Brazzaville.
“Vamos financiá-lo por
via da cooperação com a
China”, revelou o porta-voz
do Governo de Kinshasa,
Lambert Mende, à AFP. “Esta-
mos a tentar financiamentos
entre os 60 mil milhões de
dólares que a China dispo-
nibilizou para a África, como
anunciou recentemente o
Presidente chinês Xi Jinping.”
mil milhões de rands (8,05
triliões de kwanzas).
Cyril Ramaphosa disse
acreditar que as medidas
anunciadas irão ajudar à recu-
peração da economia do país.
Questionado pelos jor-
nalistas sobre onde é que o
Governo irá obter os fundos
anunciados e como tenciona
implementar as medidas
anunciadas, Cyril Rama-
phosa respondeu: “Assim
que sairmos desta sala”,
remetendo o esclarecimento
para o ministro das Finan-
ças, que o acompanhou,
juntamente com o ministro
das Empresas Públicas, Pra-
vin Gordhan.
O ministro das Finanças,
Nhlanhla Nene, disse aos
jornalistas que “os fundos
para a intervenção finan-
ceira seriam obtidos de pro-
gramas governamentais
com baixo desempenho”,
sem dar mais detalhes.
DR
Kinshasa e Brazzaville,
as duas capitais mais próxi-
mas do mundo - além de
Roma e da Cidade do Vati-
cano - estão separadas por
2,5 e 4 km do rio Congo.
O projecto é, na verdade,
uma ponte ferroviária e rodo-
viária entre Brazzaville e
Kinshasa, com a extensão
da ferrovia até Ilebo (centro
da RDC), disseram os ora-
dores da Expo Cimento.
“O projecto é da era de
Mobutu”, reclamou, céptico,
um orador, referindo-se ao
Presidente do antigo Zaire
(1965-1997).
A ideia de uma ponte entre
Kinshasa e Brazzaville é parte
do projecto maior de Corredor
Ocidental de estradas e portos
ligando a RDC a Angola,
Congo-Brazzaville, Gabão e
República Centro-Africana.
PETRÓLEO
Curso do dólar cedeu sexta-feira e encerrou a 78,50 dólares
Preço ronda os 80
dólares por barril
O petróleo foi na sexta-feira
negociado em alta nas prin-
cipais praças internacionais,
Londre s e Nova Iorq ue ,
encerrando em 78,50 dólares
por barril depois de perdas
de 0,25 por cento ao longo
da sessão.
A negociação de sexta-
feira aproximou o curso do
crude dos 80 dólares, em
reacção à descida registada
no dia anterior, depois do
Presidente dos Estados Uni-
dos, Donald Trump, ter
pressionado uma vez mais
a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo
(OPEP) para aumentar a
produção no sentido de
fazer descer os preços. A
Reuters noticiou ontem que
o s p a í s e s - m e m b ro s d a
OPEP e outros produtores
estão a discutir a possibi-
lidade de aumentar a pro-
dução em 500 mil barris
por dia (bpd) para contornar
a queda da oferta do Irão,
em decorrência das sanções
norte-americanas.
A OPEP, Rússia e outros
a l i ad o s c o n c lu í ra m u m
acordo no final de 2016 para
cortar a oferta, mas meses
depois de uma redução maior
que a estabelecida no pacto,
concordaram, em Junho,
impulsionar a produção.
As discussões actuais não
estão finalizadas, mas sig-
nificam que os produtores
de petróleo têm de reduzir
a cooperação para níveis
inferiores a cem por cento,
disse uma fonte na sexta-
feira citada pela Reuters.
Rio Congo, tendo ao fundo uma vista da cidade de Kinshasa
Domingo
23 de Setembro de 2018
DR
Baixa em Agosto
A OPEP reduziu a produção
de petróleo no mês de Agosto,
já que a queda da oferta ira-
niana devido às sanções dos
EUA acabou por arruinar as
tentativas de elevar a produ-
ção para os níveis acordados,
disseram fontes do cartel.
Na sexta-feira, uma fonte
referiu que os aliados da
OPEP liderados pela Rússia
estavam a considerar a pos-
sibilidade de aumentar a
oferta de petróleo em mais
500 mil barris por dia, já que
as sanções dos EUA ao ter-
ceiro maior produtor da
OPEP, o Irão, atacam as
exportações de Teerão.
A negociação de
sexta-feira
aproximou o curso
do crude dos 80
dólares, em reacção
à descida registada
no dia anterior
“Se um aumento na pro-
dução for proposto, haverá
uma abundância de contra-
argumentação no mercado
que reduzirá ainda mais a
capacidade disponível”, afir-
mou Olivier Jakob, da con-
sultora Petromatrix.
Uma missão de monitori-
zação dos países OPEP e não-
OPEP reunida ontem e hoje
na capital argelina (Argel)
considerou que o cumpri-
mento do acordo de redução
de oferta atingiu os 129 por
cento em Agosto.
DR
ECONOMIA
23 de Setembro de 2018
TURISMO
Ângela Bragança
visitou Feira
do Artesanato
A ministra da Hotelaria e
Turismo, Ângela Bragança,
destacou, ontem, em Luanda,
durante na Feira de Artesanato,
Roupas e Gastronomia Ango-
lana, o contributo do sector
para a melhoria do ambiente
de negócios no país.
Ângela Bragança referiu
que, à medida em que os
empresários investem no sec-
tor do turismo, estimulam o
ambiente de negócios,
criando oportunidades para
a elevação da cultura e da
economia do país.
“A actuação dos feirantes
é um importante mecanismo
para melhorar o ambiente de
negócios, garantir condições
favoráveis ao empreendedo-
rismo, elevar os indicadores
de qualidade de vida e incre-
mentar a produção de conhe-
cimento e informação”,
realçou a ministra, citada pela
Angop na feira organizada
para assinalar o Dia Mundial
do Turismo, no dia 27.
MOTA AMBRÓSIO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Ministra Ângela Bragança
durante da visita à feira
O turismo fomenta ini-
ciativas para o desenvolvi-
mento económico local,
aprimora a gestão dos peque-
nos negócios, aproveitando
os recursos naturais, huma-
nos, físicos e financeiros dis-
p o n íve i s , d i s s e  n g e l a
Bragança, defendendo a cria-
ção de parcerias que consi-
d e ro u s e re m u m a “ b o a
estratégia” para a obtenção
de resultados concretos.
“Para que ocorram inicia-
tivas empreendedoras, é neces-
sário que o ambiente onde
estejam inseridas seja propício
para empreender”, frisou a
ministra que também reco-
nheceu que o sector do turismo
em Angola tem dificuldades,
cuja superação passa pela cap-
tação de mais investimentos
e o estabelecimento de políticas
de atracção de parcerias.
A ministra considerou que
o desenvolvimento do turismo
necessita de investidores capa-
zes de “empreender e inovar”,
tendo como pressuposto prin-
cipal a arrecadação de receitas
para o auto-sustento e o cres-
cimento económico de Angola.
Sublinhou que, apesar
das dificuldades actuais, o
turismo terá um papel fulcral
no desenvolvimento da eco-
nomia angolana, por ter
potencial suficiente que deve
ser explorado com a parti-
cipação do empresariado
estrangeiro.
Domingo
CENTROS LOGÍSTICOS
Encontro tem prevista a participação do ministro do Comércio
Regulamento adoptado
apresentado amanhã
O Ministério do Comércio
apresenta amanhã, em Luanda,
os regulamentos sobre a orga-
nização e funcionamento dos
Centros de Logística e Distri-
buição (Clod) e Mercados
Abastecedores (Mab), que cons-
tam de decretos presidenciais
e publicados em Diário da Repú-
blica a 26 e 31 de Julho.
Está prevista a participação
do ministro do Comércio, Joffre
Van-Dúnem, na sessão em que
é apresentado o projecto de
regulamento interno do exer-
cício da actividade comercial
no Clod Viana e do Mab Benfica,
em Luanda, de acordo com
uma nota de imprensa da ins-
tituição governamental na qual
o encontro é anunciado. Os
Centros de Logística e de Dis-
tribuição, com um papel central
no abastecimento grossista e
retalhista e na formação de pre-
ços, foram abertos à iniciativa
privada em Angola, ao abrigo
de nova legislação já em vigor.
O Decreto Presidencial nº
174/18, que aprova o Regula-
mento sobre a Organização e
Funcionamento dos Clod,
entrou em vigor a 26 de Julho,
definindo-os como locais dota-
dos de infra-estruturas de apoio
a produtores, distribuidores e
16 MILHÕES DE KWANZAS
ONG financia projectos
agrícolas em Calandula
A Organização Não Gover-
namental Acção de Desen-
volvimento Rural e Ambiente
(ADRA) empregou, em 2017,
cerca de 16 milhões de kwan-
zas para o desenvolvimento
de 16 projectos agrícolas no
município de Calandula,
Malanje, revelou o coordena-
dor naquela província.
Gomes Américo disse num
encontro municipal de auscul-
tação das comunidades de Calan-
dula sobre as acções da ADRA
entre 2017-2018, que a assistência
financeira serviu para o aumento
dos níveis de produção e
melhoria das condições de
vida dos beneficiários.
A par do financiamento, a
ADRA entregou sementes de
hortícolas para diversificar a
produção e formou vários
camponeses em práticas agrí-
NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO
outros agentes económicos
que exercem actividades que
lhes estão correlacionadas e
constituídos por mercados
abastecedores, entrepostos,
empresas de distribuição e de
prestação de serviços permi-
tidos por lei.
A instalação dos Clod, nos
quais se efectuam predomi-
nantemente operações comer-
ciais por grosso e por retalho
de produtos alimentares e não
alimentares, pode ser de ini-
ciativa privada, com autorização
do Ministério do Comércio, o
qual emite recomendações e
directivas à entidade gestora,
que assumem a natureza de
serviço público.
Em paralelo, a iniciativa
pode ser do próprio Estado,
por via dos ministérios do
Comércio ou do da Adminis-
tração do Território e Reforma
do Estado ou de outras pessoas
colectivas de direito público.
A implementação dos Clod,
considerados instrumentos
estratégicos de aplicação de
medidas de política relacio-
nadas com o sector do comér-
cio, tem como objectivos
principais uniformizar a acti-
vidade comercial no processo
de formalização da economia.
colas, o que teve impacto posi-
tivo na vida dos beneficiários
e suas famílias.
Gomes Américo manifes-
tou-se animado com os resul-
tados, garantindo que a ADRA
vai continuar a dar “particular
atenção” às comunidades
rurais, prevendo, ainda este
ano, o financiamento de dois
projectos comerciais e um agrí-
cola, num montante ainda em
estudo. A organização pretende
alargar sua acção em Calandula,
sobretudo à comuna do Cuale.
O encontro municipal das
comunidades da ADRA é um
espaço de auscultação da
população para a recolha de
opiniões sobre “boas práticas”
relativas ao desenvolvimento
sustentável, com o envolvi-
mento de membros de vários
estratos sociais.
ADMINISTRAÇÃO GERAL TRIBUTÁRIA
NIF está agregado
aos dados pessoais
A partir de Outubro, o NIF das pessoas singulares
nacionais passa a corresponder com o número do BI
Repartições Fiscais vão desempenhar um papel activo no processo de migração
Armando Estrela
A actualização e migração da antiga
numeração do Número de Identificação
Fiscal (NIF) para a que corresponde
com o número do Bilhete de Identidade
(BI) e do Cartão de Residente, no caso
de estrangeiros, foi sexta-feira anunciada,
na sede da Administração Geral Tributária
(AGT), pelo chefe da Direcção de Cadastro
e Arrecadação, Shinya Jordão.
A partir de Outubro, o NIF ou “Cartão
de Contribuinte” das pessoas singulares
nacionais passa a corresponder ao número
do BI, ao passo que o dos cidadãos estran-
geiros residentes condiz com o número
do Cartão de Residente. O ajustamento
dessa numeração decorre até 31 de Dezem-
bro, altura em que a AGT deve arrancar
com o processo de actualização da nume-
ração das entidades colectivas.
O processo que está a ser desenvol-
vido pela AGT, em parceria com o Minis-
tério da Justiça, será implementado de
forma faseada. Inicialmente, serão
abrangidos os contribuintes do “Tipo
1”, referentes ao grupo de “Pessoas Sin-
gulares” com e sem actividade comercial
e, depois, serão efectuadas alterações
às demais tipologias.
Futuramente, passam somente a coa-
bitar dois tipos de NIF, sendo um atribuído
a “Pessoas Singulares” e outro a “Pessoas
Colectivas”. Conforme o estipulado no
nº 1, do artigo 4º, do Decreto Executivo
nº 366/17, de 27 de Julho, o NIF é atribuído
pela AGT, ou sequencialmente gerado
de forma automática pelo “Sistema do
Registo Geral de Contribuintes” e tem
como finalidade identificar pessoas sin-
gulares, colectivas ou equiparadas, no
âmbito das relações jurídico tributárias
e de outras situações afins.
“Obviamente que essa transformação
vai ter implicação na vida dos cidadãos,
porque o número de contribuinte até
aqui vigente, que no caso de cidadãos
nacionais começa pelo número 1, vai
passar a ser igual ao número do Bilhete
de Identidade. Ou seja, o dígito 1 que
existe inicialmente no NIF vai deixar
de existir e deve ser substituído por um
zero e o último dígito vai ser retirado”,
explicou Shinya Jordão.
Em termos concretos, o cartão de
contribuinte registado na Repartição
9
DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Fiscal, até aqui, com a numeração
103093887BE0350, com a transformação
em curso o NIF começa com o zero habi-
tual do BI e termina sem o zero final do
N I F, c o m o é e x e m p l o o n ú m e r o
003093887BE035, que corresponde a
um cidadão nacional registado na Repar-
tição Fiscal correspondente.
Durante o período de transição
(Setembro, Outubro, Novembro e
Dezembro), os antigos Números de
Identificação Fiscal serão utilizados em
simultâneo com a numeração agora em
implementação. A partir de Janeiro de
2019, as entidades públicas e privadas
apenas vão aceitar o novo NIF adaptado
ao BI e ao Cartão de Residente.
Futuramente,
passam a coabitar dois tipos
de NIF, sendo um atribuído
a “Pessoas Singulares”
e outro a “Pessoas Colectivas”
De referir que a antiga regulamentação
permitia que uma mesma pessoa possuísse
vários cartões de contribuinte. Porém,
com base no Decreto Executivo nº 366/17,
uma pessoa, seja individual ou colectiva,
possua apenas uma única numeração de
contribuinte, isto é, um único NIF, inde-
pendentemente das actividades comerciais
que este esteja a desenvolver.
Segundo o director de Cadastro e
Arrecadação, neste momento ocorre a
situação em que um mesmo cidadão
tem vários NIF, um do “Tipo 1” (para
pessoas singulares) e vários do “Tipo
2” (para pessoas singulares também,
mas que exercem uma actividade comer-
cial). “Isto faz com que a fuga e a evasão
fiscal prolifere e o que se procura é,
também, combater a fuga e a evasão ao
fisco”, sublinhou Shinya Jordão.
As acções em torno dessa transfor-
mação constituem uma vantagem para
a AGT, porque, realçou o chefe da Direc-
ção de Cadastro e Arrecadação, “isso
representa uma economia de esforço
muito grande, já que permite à Admi-
nistração Geral Tributária fazer projecções
mais realistas, em termos de arrecadação
de receitas, coisa que tem sido muito
difícil fazer, nos termos actuais”.
10 Domingo
23 de Setembro de 2018

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 Domingo, 23 de Setembro de 2018

MATIAS DAMÁSIO
“Escamei peixe e engraxei sapatos
para sobreviver em Luanda”
Histórias de superação e aventuras acompanharam sempre a trajectória do cantor Matias Damásio. Hoje, ele é bem
sucedido no universo artístico, mas com um passado duro e de muitas dificuldades. Satisfeito com a consolidação da
sua carreira, Damásio conta que essa é um processo contínuo e que sente que ainda tem muito caminho pela frente.
Matias fala, também, da recente polémica que o envolveu, assinalando haver um negativismo muito grande por
parte de pessoas que o querem derrubar a todo o custo e que o seu “feitiço é só cantar e nada mais”

Curiosidades + Comer fora + Comer em casa + Reportagem + Cultura + Roteiro de casa + Roteiro de rua
 2 CURIOSIDADES Domingo
23 de Setembro de 2018

Horóscopo
Carneiro de 21/03 a 20/04 Angola
Nesta semana é fundamental ter cuidado para não precipitar DR
Saiba
coisas que precisam de mais tempo para serem bem feitas.
Cuidado especial ao pressionar os outros. Boa para viagens
e eventos. Invenção
da televisão
Touro de 21/04 a 20/05 O interesse em criar um apa-
Periodo produtivo e positivo. Faça as coisas com cautela relho televisor já existia desde
e atenção. Pode ter resultados esperados há algum tempo, o século XIX, mas esse processo
mas algum contratempo envolvendo as relações. Não foi extremamente demorado.
exija demais das pessoas. Foi por volta de 1840 que co-
meçou-se a estudar a possibi-
lidade de realizar transmissões
Gémeos de 21/05 a 20/06 de imagens a longa distância.
Nesta semana exige-se muita atenção nas coisas que faz. Em 1942, o cientista escocês
Tente respirar fundo. Confie mais no fluxo da vida. Orga- Alexander Bain conseguiu exe-
nize-se melhor. cutar o primeiro envio de uma
imagem, mas ainda estava lon-
ge de ser o que conhecemos
Caranguejo hoje em dia.
de 21/06 a 21/07 Um pouco mais para o final do
Óptimos dias para se organizar melhor nas coisas pro- século XIX, ficou provado pelo
fissionais ou materiais, nas questões mais práticas da britânico Willoughby Smith que
vida, ou nas emoções e relações. Bom momento para cui- a substância selénio era capaz
dar-se melhor e dar atenção especial à saúde. de converter energia luminosa
em energia eléctrica. Na mesma
época, foi desenvolvido por
Paul Niokow, um jovem de 24
anos, um disco com orifícios
Leão
de 22/07 a 22/08
Algumas portas abrem-se para si nesta semana, aprove
Reserva florestal do Golungo-Alto espiralados.
Esse disco tinha a capacidade
de fraccionar uma imagem em
cada oportunidade que o universo oferecer. Dias de mais A Reserva do Golungo-Alto é um local propício para desfrutar da magnitude da natureza. vários elementos que poste-
felicidade, de optimismo e sorte. Óptimo momento para Tem uma área de 558 quilómetros, faz fronteira com o Rio Zenza a Norte, com a Reserva riormente eram reorganizados
organizar coisas práticas e para encontros pessoais ou de Calucais a Oeste e a Sul com o Rio Calucala. Existem na Reserva, pacaças, hipopótamos, para a transmissão. Enquanto
afectivos. antílopes, veados, galinha do mato e perdizes. Há, também, elefantes, leões, leopardos, isso, ainda estudante, o russo
lobos, hienas, chacais e mabecos. Vladimir Zworykin discutia
Virgem com seu professor Rosing a
de 23/08 a 22/09 possibilidade da criação da
Espera-se uma semana feliz, com tudo a fluir e funcionar Fazem anos esta semana televisão. A partir de 1906, Ro-
bem, do jeito que gosta. Aproveite todo esse universo a sing sabia que a resposta estava
seu favor. Confie que está tudo certo, mas que cada um na utilização de um tubo de
tem seu ritmo. raios catódicos.
Anastácio de Brito Em 1923 Zworykin, que havia
se mudado para os EUA con-
Balança Anastácio de Brito nasceu aos 23 de Setembro de 1959, seguiu tempo e dinheiro para
de 23/09 a 22/10 em Malanje. Anastácio de Brito é jornalista e igualmente ir adiante em sua invenção e
Aguardam-se dias mais intensos e cheios de acontecimentos chefe de Divisão de Educação Política e Ideológica do criou um tubo iconoscópico.
importantes. Algumas turbulências podem deixar-lhe Departamento de Informação do Comité Central do MPLA. Dois anos depois, John Baird
mais inseguro, especialmente pelos risco de imprevistos, Iniciou a sua carreira no jornalismo em 1979, na Agência conseguiu fazer sua primeira
contratempos e surpresas não muito agradáveis nas suas Angola Press (ANGOP), como redactor-repórter. Em 1981 transmissão em casa, empol-
relações. foi nomeado delegado da ANGOP na província do Bengo gado com a novidade correu
e transferido para o Lubango, em 1984, onde durante até seu assistente que serviu
Escorpião cinco anos exerceu o cargo de delegado regional (Huíla de cobaia e se tornou a primeira
de 23/10 a 21/11 e Cunene). De 1989 a 1991 exerceu a função de Adido de imagem viva a ser transmitida.
Bom momento para cuidar mais de si, do visual, da Imprensa da Embaixada de Angola na República da Cote Em 1927 Baird fez uma trans-
imagem, do corpo, da saúde. mas cuidado com a ansiedade, D´Ivoire. missão de Londres até Glasgow
com as expectativas exageradas e com o risco de agir por e no ano seguinte de Londres
impulso. para Nova York.
Luís das Neves
Sagitário Empresário e homem dedicado à produção agrícola, Países com a Internet
de 22/11 a 21/12
Aproveite essa fase de mais visibilidade para mostrar seu
Luís das Neves, nasceu no dia 23 de Setembro, em
Luanda. Adepto da formação do ASA, Luís das Neves,
mais rápida do mundo
melhor. Boa semana para pôr em marcha os seus melhores homem do Cazenga, é devoto da paróquia de São Os três países com Internet
projectos. Dias especialmente positivos nos assuntos José de Calumbo. Trata-se de uma das figuras em- mais rápida do mundo estão
profissionais. blemáticas da zona da Comarca de Viana, em Luanda. na Ásia, de acordo com uma
Ligado ao empreendedorismo, com referências nas pesquisa realizada pela empresa
mais diferentes áreas, com destaque para os transportes de consultoria Statista, publi-
Capricórnio e restauração. cada em Agosto de 2013.
de 22/12 a 20/01 Os dados colocam Coreia do
Semana boa para planear a vida, pensar em cursos e Sul, Japão e a China - apenas
viagens, para resolver questões internas e para encontrar a região de Hong Kong - no
amigos. Não ligue se nem todo mundo concorda com o Helena Sumbo topo do ranking, com média
que pensa. de velocidade de 14,2 Mbps,
É oriunda do Bairro do Maculusso, imediações da igreja 11,7 Mbps e 10,9 Mbps, respec-
Sagrada Família. Nasceu no dia 24 de Setembro. Senhora tivamente. Ainda de acordo
Aquário de um carácter e personalidade ímpar, Helena Sumbo, com a pesquisa, 3,1 Mbps é a
de 21/01 a 19/02 é actualmente um dos rostos visíveis do Ministério do média mundial de velocidade
Boa semana para as amizades, aproveite esses dias em Ordenamento do Território e Habitação, destacada na da Internet.
conversas e definições dos assuntos mais importantes área dos Recursos Humanos (RH). Após os três primeiros colocados
da vida. se encontra a Suíça, com uma
velocidade muito próxima à
dos países asiáticos, 10,1 Mbps.
E a partir daí segue o domínio
Peixes de 20/02 a 20/03 europeu, com mais quatro paí-
Semana positiva para os assuntos de trabalho, com algumas ses na sequência: Holanda, que
respostas e acontecimentos que podem surpreender posi- tem 9,9 Mbps; Letónia, com 9,8
tivamente. Um bom momento para planear as férias e pensar Guilherme Galiano Mbps; República Tcheca, com
como aperfeiçoar conhecimentos. 9,6 Mbps; e Suécia, com 8,9
É hoje uma referência da televisão angolana, mas foi Mbps. Abaixo aparece o único
uma figura pública de proa na Rádio em Portugal. Por país que não é de Europa ou
lá, esteve na Rádio Comercial, foi um dos fundadores Ásia, os EUA, que possui internet
Editor-Chefe: António Cruz
Editor: Isaquiel Cori
da RDP África e, de volta à sua Angola natal, encabeçou com velocidade média de 8,6
Subeditores: Edna Cauxeiro e Ferraz Neto a área de projectos especiais da TV Zimbo. Neste Mbps. A lista dos dez primeiros
Edição de Arte: Sócrates Simóns, Raúl canal, regressa para ajudar a contar a história do país, colocados é fechada com mais
Geremias, Henrique Faztudo e A.Quipuna
Textos: Adriano de Melo, A. Santos e L.
com o programa Memórias da Independência. Nasceu um local da Europa: a Dinamar-
Fim-de-Semana Kanyanga no dia 28 de Setembro. ca, que regista velocidade média
Fotos: JAimagens e Globo de 8,2 Mbps.
 Domingo
23 de Setembro de 2018 DANÇA 3
VASCO GUIWO| EDIÇÕES NOVEMBRO ARQUIVO DO ARTISTA

António Duarte Leitão Rosa Neto é um

exemplo de superação e de conquistas.
Aos 64 anos, depois de obter a reforma
como fotógrafo do Centro de Imprensa
Aníbal de Melo, o veterano converteu
os seus tempos livres em oportunidades
para se aperfeiçoar como bailarino e
JOHN ROSAS guitarrista. Hoje é um dos rostos mais
visíveis, em Angola e além-fronteiras,
da kizomba. Os vídeos das “passadas”

O bailarino e guitarrista de John Rosas e da esposa Isabel Simão

Rosas tornaram-se em autênticas aulas
de dança nas redes sociais Youtube

que conquistou o mundo e Facebook, com milhares

de visualizações

Ferraz Neto
A dança e a música definem
o actual estilo de vida do
mais velho António Duarte
Leitão Rosa Neto. Por via
dessas artes, ganhou o pseu-
dónimo John Rosas. É um
exímio executante dos di-
ferentes estilos de dança,
com realce para a kizomba.
O nome John Rosas en-
trou para a lista de muitos
internautas espalhados pelo
mundo quando, pela pri-
meira vez, um fã anónimo
o viu dançar numa ceri-
mónia de casamento e pu-
blicou o vídeo, em 2016.
Tornou-se viral e espa-
lhou-se rapidamente, num
autêntico sucesso.
A caminhada para a dança
e até a sua afirmação acon-
teceram de forma ingénua.
Não teve educação nenhuma
de dança, muito menos co-
nheceu uma escola que o
pudesse moldar: “Trata-se
de um dom familiar. Aprendi
com os meus pais e a minha
avó”, disse.
Luandense de gema, co-
mo soe dizer-se na gíria,
nasceu no bairro Ingombota,
aos 9 de Maio de 1954.
Aos 64 anos, John Rosas
integra o leque restrito de
bailarinos angolanos que
disseminam a dança kizom-
ba, com actuações pelos di-
ferentes salões e festas nas
18 províncias do país, além
de coleccionar convites e
pedidos de amizade prove-
nientes das diferentes partes
do mundo.
A tradição vem de longe.
Desde tenra idade, que des-
pertou o seu interesse pela
dança e a música. Inspirado
pelos encontros familiares
aos finais de semana e de
cada mês, António Duarte
Leitão Rosa Neto foi aper-
feiçoando os seus dotes
dançantes. Na época, o pai,
Elísio Rosa, possuía um me-
gafone, que possibilitava a
organização de tardes e noi-
tes dançantes.
As quedas da vida
Na década de 60, Luanda era
uma cidade em crescimento
nos domínios da construção
civil. John Rosas teve de ab-
dicar de uma vida social mais
activa e de qualidade, uma
vez que, com a morte do avô
paterno, ocorreu na família
uma “transumância”, em
termos de residência.
Estas mudanças obrigaram
a distanciamentos familiares
bem como a horários dife-
rentes de convívio. “Tiraram-
nos da Ingombota para o
Rangel. Meses depois, par-
tiram-nos a casa no Rangel
e mandaram-nos para o Bairro
Indígena. De lá, mudámos
depois para o Prenda.”
Quando chegou pela pri-
meira vez ao Bairro Prenda,
na zona da Sagrada Esperança,
onde passou desde então a
viver, até muito recentemente,
John Rosas “já sabia o que
queria de dança e de música:
tornar-me num verdadeiro
homem de cultura.”
Entretanto, naquela época,
interage e convive com vários
nomes de referência que o
ajudam a mostrar o que sabia
sobre dança e música e a sair
do anonimato.
Quem foram essas pes-
soas?, perguntamos a John
Rosas. “Pomba, Janota, Hélder,
Beto, Maventa, Zé Catorze,
entre outros”, respondeu. A
década de 70 está marcada
na trajectória do mais velho
John Rosas. Com as per-
sonalidades que apontou
acima, integrou o agrupa-
mento musical Os Kiban-
dos, Mini-Dikanza e actuou
nas diferentes casas noc-
turnas de Luanda e não só.
Os segredos e o
estilo Semba Rosa
John Rosas não precisou de
aulas e de exercícios físicos
para ganhar a performance
e a fama de bom bailarino.
"Não há uma fórmula im-
batível para gerar um bai-
larino de excelência. É difícil,
quando tens uma criança
pequena, basta dar-lhe no-
ções e dialogar”, explica.
Aos 64 anos,
diz com
assertividade
que é o único
angolano
que possui um
estilo individual
de dança.
“Nunca vi
ninguém
semelhante
a mim
quando danço”
Mas além da constituição
de um corpo, há caracterís-
ticas intelectuais que podem
determinar o nível. “Às vezes,
os bailarinos têm todas as
condições físicas e não são
inteligentes a dançar”, su-
blinha, acrescentando que,
antigamente, os bailarinos
tinham cada um o seu estilo
de dançar e até de andar.
E John Rosas reuniu todas
essas condições e criou um
estilo próprio: Semba Rosa.
“Não é porque obtive os re-
sultados que obtive que dei-
xei de me esforçar”, afirma.
“Apreciei muito o Didi da
Mãe Preta e o Zé da Minga.
Foram bailarinos especta-
culares, especiais, e não ape-
nas no palco. Mostravam-se
tão simples e naturais que
tiveram um domínio em
mim. É impressionante.”
Aos 64 anos, diz com as-
sertividade que é o único
angolano que possui um es-
tilo individual de dança.
“Nunca vi ninguém seme-
lhante a mim quando danço”,
diz. “Mas isso é só uma ques-
tão de tempo, pois já come-
çaram a surgir jovens com
85 por cento do meu estilo
de dança.”
Instrumentista multifacético
António Duarte Leitão Rosa
Neto é um homem de per-
sonalidade vincada. John
Rosas pode ser também
considerado homem dos
sete ofícios. Na caminhada
pelo sustento da vida, já foi
camionista, repórter foto-
gráfico, político e chefe de
turno na Rádio Nacional de
Angola (RNA).
Cresceu, amadureceu, lu-
tou pelos seus sonhos, ouviu
alguns “não”, mas nunca de-
sistiu. No domínio musical,
também teve de lutar e im-
por-se diante das contrarie-
dades. Talvez seja por isso
que os desafios musicais lhe
tenham levado a aprender a
tocar quase tudo: reco-reco,
maraca, dikanza, guitarra…
Carismático e de trato
fácil, o veterano bailarino
destaca-se pela diferença.
“Sou o criador da música
‘Kamba Diami’ e ‘Diogui-
to’”, cantada e interpretada
por Guilherme e por Ban-
gão. Lisonjeado por poder
fazer parte “da realização
dos sonhos de muitos jo-
vens”, salienta que já tocou
em agrupamentos como
“Os Gingas”, “Corimbas”
e “Fenomenal”.
Juntos na dança e no amor
Apesar das vicissitudes da
vida, John Rosas sente-se
realizado tanto a nível pro-
fissional como conjugal. O
kota é casado há vários anos
com a actual companheira
de dança, a mais velha Isabel
Simão Rosas. No seu enten-
der, “foi Deus que a enviou.”
O romance teve início em
1990, num encontro ocasio-
nal numa das praias de Luan-
da. A união de ambos resultou
numa família de 14 filhos.
“Quando nos conhecemos,
houve um desafio, de quem
dançava melhor.” Isabel Ro-
sas nunca acreditou no talento
do parceiro e arriscou-se a
aceitar o desafio. Nem mesmo
as advertências amedronta-
ram Isabel Simão.
Em pleno casamento e
sob o olhar atento de cen-
tenas de convidados, Isabel
e John “rasgaram” o salão
de lés-a-lés, deixando pas-
mados quem os acompa-
nhou. A cumplicidade e a
forma de rebolar fizeram
com que, no final, os con-
vidados aplaudissem de pé.
Hoje, o casal reparte o seu
tempo cuidando dos netos
e dançando em casamentos
e festas na cidade de Luanda
e não só. “Somos chamados
a dançar em festas de casa-
mento ou de instituições pú-
blicas e privadas.” Apesar
de ter atingido o apogeu nos
últimos anos, John Rosas es-
cusa-se a falar em transmis-
são de valores às futuras ge-
rações. E justifica-se: “es-
capei à morte por causa da
dança.” Apesar do tempo
transcorrido, as imagens da-
quele trágico episódio ainda
estão gravadas na sua me-
mória. Tudo aconteceu na
década de 60, num dos salões
do bairro Sambizanga, quan-
do duas jovens encantadas
com o seu charme, decidiram
convidá-lo a dar um pé de
dança. Tratava-se de rapa-
rigas com ligações próximas
ao Didi da Mãe Preta.
O gesto foi interpretado
pelos homólogos do Didi da
Mãe Preta como desrespeito.
Gerou-se intimidações ver-
bais e mais tarde físicas. Saiu
ileso. Desde então, John Rosas
comunga o princípio de que
“a dança é um sentimento
profundo, que nos leva a
amar a pessoa com quem
dançamos.”
Daí que as interpretações
sejam diferentes, para quem
não está por dentro da dan-
ça. Sem rodeios, o veterano
bailarino recomenda ser re-
comendável que cada bai-
larino tenha a sua própria
parceira. Outro senão acon-
teceu durante um concurso
de dança, onde o seu ad-
versário seria a lenda Mateus
Pelé do Zangado.
Humilde e detentor de
princípios, recusou-se a dis-
putar a final em reconheci-
mento aos feitos e à idade
de Mateus Pelé do Zangado.
“Os mais novos devem res-
peito aos mais velhos. Seria
humilhante um jovem ven-
cer um indivíduo que co-
meçou a galgar primeiro que
eu os degraus da dança. Fica
a mensagem aos mais jo-
vens”, remata.
 4 CAPA
“O meu feitiço é mesmo
só cantar e nada mais”
Em entrevista ao Jornal de Angola, Matias Damásio conta como foi a sua trajectória de vida até
conquistar os principais palcos nacionais e internacionais. Tudo começou no bairro da Lixeira, em
Benguela, ainda miúdo. Conquistar a Gala à Sexta-feira, da Televisão Pública de Angola, interpretando
“Mãe Querida”, o Festival da Canção de Luanda e o de Música Popular Angolana (Variante), este
último com o tema “Mboa Ana”, em 2003, foram os grandes momentos da sua vida enquanto
compositor/cantor. Matias fala também das vicissitudes que viveu e esclarece a recente polémica
Manuel Albano
Quem hoje olha para o Matias
Damásio pode confundir-se e
pensar que sempre teve vida
fácil…
Não tive vida fácil. Em casa
dos meus pais, não tinha te-
levisão e muito menos um
rádio para escutar música.
As pessoas perguntam-me
como ganhei o gosto pela mú-
sica. Infelizmente, é mais nas
zonas pobres onde existem
mais casebres de venda de
bebidas fermentadas. Come-
cei a ter contacto com a mú-
sica porque nesses locais havia
megafones para entreter a
clientela. Eram ambientes
que destruíam muitas famí-
lias, porém, tive a oportuni-
dade de ouvir música todos
os dias, na década de 80. Tinha
os meus oito anos quando
comecei a ter contacto com
a música das Antilhas e, mais
tarde, com as de Eduardo
Paim, nos finais da década
de 80 e princípios da de 90.
Foram as minhas primeiras
referências naquela época.
Quando é que acontece a
aventura de o Matias
Damásio vir para Luanda?
Em 1994, com apenas 12 anos,
decidi fazer uma aventura
como muitos da minha idade
fizeram, para conseguir chegar
à capital do país. Era muito
comum, por isso não me con-
sidero um herói por uma coisa
considerada normal, tentar
a sorte em Luanda. Fui co-
brador dos famosos carros
“catronga”, no antigo mercado
do Roque Santeiro, no bairro
Pesqueiro. A minha intenção
era mesmo me dar bem na
grande cidade, porque os mais
velhos quando regressavam
para Benguela levavam sem-
pre aparelhos de som e bici-
cletas. A ideia que tínhamos
na altura era que tudo em
Luanda era fácil de se obter.
Na época, o meu pai estava a
cumprir o serviço militar e a
minha mãe também não tinha
condições para nos sustentar.
Foi então que decidi vir via
barco para Luanda.
Como foi então o seu
“baptismo” na grande
cidade?
Já em Luanda, fui obrigado a
ir escamar peixe no Kapos-
soka e engraxar sapatos nas
ruas. Não aguentei. Eram ac-
tividades difíceis. A vida na
de “exorcismo” que o envolveu
rua é muito dura e acabei por
voltar para a minha terra natal.
Dois anos depois, regresso
com a minha mãe, porque
ela sentia a minha insatisfação.
Ficámos uma temporada na
casa da tia Cambiça, a quem
eu faço uma homenagem nu-
ma das minhas canções. Co-
mo já tinha os vícios da rua,
fui aprender a tocar viola e
fazia os meus “biscatos” para
ajudar em casa. Nessa altura,
já gostava de cantar. Fui fazer
os testes para participar na
Gala à Sexta-feira, da Tele-
visão Pública de Angola
(TPA), mas não passei e fiquei
como um dos suplentes, seria
chamado caso houvesse al-
guma desistência. Tive que
dar o contacto do vizinho e
ficava todos os dias à espera
de uma chamada na casa
do tio Mateus e da tia Caty,
os únicos que tinham tele-
fone na época, no Morro
Bento. Num dos dias, o te-
lefone tocou e comunica-
ram-me que deveria
comparecer porque havia
a desistência de um dos con-
correntes e eu deveria ocu-
par a vaga.
O que aconteceu depois?
Isso foi em 2003, quando aca-
bei por vencer a Gala à Sex-
ta-feira, com a interpretação
da música “Mãe Querida”.
Esse tema foi uma homena-
gem à minha mãe, que na
época era lavadeira do general
“Bazuca”. Porém, apercebi-
me que afinal não era o único
filho de uma lavadeira, pela
carga sentimental que a mú-
sica transmitia às pessoas.
Tive dois grandes momentos
na minha vida artística: o pri-
meiro foi ter vencido a Gala
à Sexta-feira, depois o Festival
da Canção de Luanda e o Fes-
tival de Música Popular An-
golana (Variante), este último
com o tema “Mboa Ana”.
Nessa altura, a ficha caiu-
me e comecei a acreditar que
aquele era o meu momento.
O meu pai dizia: “onde está
o teu coração, está a tua ri-
queza.” Levei sempre comigo
essa frase. Na época, ainda
fazia de tudo um pouco, des-
de o teatro aos meus “biolos”
(negócios). Foi então que de-
cidi parar e dedicar-me so-
mente à música.
Depois desse feito na sua
carreira, voltou a participar
em outros concursos?
Sim. Era uma fase em que
Domingo
23 Setembro de 2018
MATIAS DAMÁSIO
| EDIÇÕES NOVEMBRO
BIOGRAFIA
MATIAS DAMÁSIO
Nasceu a 9 de Maio de
1982 em Benguela,
mas foi em Luanda
que encontrou
melhores condições
de trabalho e de
mercado. A arte de
cantar é a grande
ferramenta que
lapidou para dar início
a uma carreira com a
finalidade de garantir
o seu auto-sustento.
Chegou à grande
cidade capital do país
e venceu. Esta é a sina
de um menino que
procurou perseguir o
seu sonho e hoje é
uma das figuras mais
prestigiadas da cena
musical angolana.
Agora, Damásio tem
estado a deixar a sua
marca no mercado
internacional,
utilizando o mercado
português para vingar
no continente
europeu. Ele já entrou
mesmo na lista dos
músicos angolanos
mais internacionais,
onde constam Bonga,
Paulo Flores, Anselmo
Ralph e C4 Pedro.
Voz conhecida da
procurava afirmar-me no mercado. como Manuel Rui, Jacinto de Lemos, kizomba, actuou nos
Participei no concurso Estrelas ao Mendes de Carvalho (Uanhenga Xitu) coliseus de Lisboa e
Palco, onde fiquei entre os 12 finalistas. e tantos outros. do Porto em 2017, o
Fui o segundo classificado no concurso que enriqueceu mais
Domingão Coca-Cola, onde tive como Apostar mais na composição teve os ainda a sua carreira
opositores a Banda Maravilha e o seus resultados? internacional.
cantor João Alexandre. Participei em Muito! Comecei a desenvolver outras Produto da trova,
vários festivais de música religiosa. qualidades e habilidades. Hoje, sinto- Matias é casado com
Procurava manter-me sempre ocupado me um compositor/cantor, razão que Carolina Damásio,
antes e depois de ter conquistado os acho que tem sido o segredo fundamental com a qual tem três
concursos. de tanto sucesso. A minha carreira tem filhos: Eli, Matias e
sido sustentada mais pelas minhas com- Gabriel. Dedicou os
Onde está o segredo para tanto sucesso posições do que propriamente pelo temas “Mãe Querida”
numa carreira ainda tão promissora? canto. Actualmente, sinto-me um artista e “Papá” aos seus
Sabia das minhas limitações vocais e, seguro, realizado e com projectos artísticos progenitores.
naquela fase, decidi dedicar-me mais bem definidos para não me deixar in- A quinta obra
às composições porque de antemão fluenciar pelo surgimento de vários discográfica do filho
estava consciente que não poderia estilos musicais. É normal que um cantor do bairro da Lixeira,
competir com grandes vozes da época no início da sua carreira se sinta inseguro em Benguela, é uma
como o Dodó Miranda, o Walter Ananaz e desorientado. dedicatória à sua
e a Yola Semedo. Embora reconhecesse falecida vovó Augusta,
que sabia cantar, não me sentia ainda Quais são os principais projectos em cujo nome dá título
tão seguro para afirmar que já tinha carteira de Matias Damásio? ao álbum.
conquistado o mercado. Precisava en- Recentemente, inaugurámos os nossos O seu lançamento
quadrar-me em alguma coisa e foi escritórios, no bairro Talatona. Em De- está para breve.
assim que dediquei mais tempo à com- zembro deste ano, vamos inaugurar os
posição. Procurava ler literatura angolana estúdios de gravação. Sinto que fui muito
 Domingo
23 Setembro de 2018
ajudado enquanto artista pela
comunicação social e por pes-
soas particulares e colectivas.
Agora, chegou o momento
de poder, também, contribuir
para a ascensão de novos ar-
tistas. Criei a produtora Arca
Velha em substituição da MD
Produções, que estava mais
voltada às produções do Ma-
tias Damásio. Com a nova de-
signação, tornei o projecto
mais alargado e abrangente,
dando espaço aos trabalhos
de outros músicos e projectos
culturais. A produtora já tra-
balhou para projectos musicais
com as Africanas, Bruna Ta-
tiana, Edmásia Mayembe,
Dom Caetano, Isidora Campos
e Damásio Brother’s. Gravá-
mos o hino dos 40 anos de
independência com a parti-
cipação de vários artistas,
produzimos o Festival Na-
cional de Trova, conquistado
pelo Kyaku Kyadaff, realizá-
mos o primeiro festival in-
fanto-juvenil promovido pelo
Team Club.
Conseguiu realizar parte dos
seus sonhos, com a carreira
musical?
Foi com a música que con-
segui mandar os meus irmãos
estudar no estrangeiro e dar
uma vida digna aos meus fi-
lhos e familiares. Foi da música
que consegui ter casa própria
e constituir família, é graças
a ela que faço tudo para a mi-
nha família não viver as mes-
mas dificuldades pelas quais
passei. Sou de origem humilde
e pobre. Hoje, vivo basica-
mente da música, soube tirar
rendimentos de todo o di-
nheiro que já ganhei com a
actividade artística. Não ga-
nhávamos mal, porém, temos
também muitas despesas.
A nossa vantagem é não ter
que esperar pelo fim do mês
para ter salários como na fun-
ção pública. Actualmente,
não tenho razões de queixa
financeiramente. Tenho sa-
bido capitalizar os meus ren-
dimentos. Sou casado com
Carolina Damásio, com quem
tenho três filhos: Eli, Matias
e Gabriel. Sou da trova, por
isso tive, com o passar do
tempo, de constituir uma
banda, que me tem apoiado
muito. Sempre disse aos
meus irmãos, que também
estão a seguir a carreira mu-
sical, que não teriam facili-
dades de minha parte e que
deveriam saber rentabilizar
e potencializar os proventos
provenientes da música.
Têm realizado uma digressão
a nível internacional e na-
cional, que começou no ano
passado depois de ter con-
quistado o Disco de Ouro
outorgado pela Sony Music.
Fale-nos um pouco desse pro-
jecto…
No ano passado, editei o meu
disco “Por Amor” pela editora
multinacional Sony Music.
Isso nos permitiu abrir as por-
tas para Portugal, onde o disco
alcançou vendas superiores
a 20 mil unidades. É o reco-
nhecimento do trabalho que
tenho feito ao longo desses
anos como profissional. Esta
é a segunda distinção que Da-
másio recebe. Neste mesmo
ano, em Portugal, a Rádio FM
atribuiu-me um “Single de
Ouro”, pelo facto de a música
“Loucos” ter sido a mais ou-
vida. Trata-se de uma versão
do tema original homónimo,
com a participação do por-
tuguês Héber Marques, in-
tegrado no álbum “Por Amor”.
O meu videoclipe tem mais de
40 milhões de visualizações
na Internet. Estamos a realizar
vários concertos. Começámos
no Soyo, nos dias 7 e 8 de Abril,
no Campo 11, seguindo-se a
cidade do Uíge, dia 14 de Abril,
na Praça da Independência,
depois Saurimo, dia 21, no Largo
1º de Maio, Malanje, 5 de Maio,
no Campo do Ferrovia, Lubango,
12 de Maio, no Largo Millenium,
Benguela, 19 de Maio, no Largo
de África e em Luanda, dia 26
de Maio, no Quatro Campos,
em Viana. Participámos do
projecto “Somos Angola, So-
mos Cuca”, com a finalidade
de actuarmos em diversos
pontos do país cantando os
EDIÇÕES NOVEMBRO
temas que me fizeram atingir
o auge da carreira artística.
Em Agosto, fizemos um con-
certo com mais de 20 mil pes-
soas em Corroios.
Recentemente realizou dois
concertos na Casa 70.
Superou as suas
expectativas?
O meu primeiro grande es-
pectáculo da carreira foi há
dez anos na Casa 70. Um es-
paço que bastante respeito,
por me ter proporcionado
inúmeras alegrias. Nos dias
6 e 7, respectivamente, re-
gressei ao local, para realizar
dois concertos intimistas.
Aproveitei para explorar os
sucessos dos quatro discos
que tenho no mercado: “Vi-
tória”, “Amor e Festa na Li-
xeira”, “Por Amor” e “Por
Angola”. Fui “obrigado” a fa-
zer uma capela de mais de
dez temas que não estavam
incluídos no guião, baseada
num repertório de sucessos
antigos e novos. Foram dois
espectáculos memoráveis,
em duas horas de concerto
interpretei canções como
“Buquê de Rosas”, “Papá”,
“Juro Por tudo”, “Porquê”,
“Loucos”, “Angola”, “Beijo
Rainha”, “Matemática de
amor”, “Agi Sem Pensar”,
“Saudades de Nós”, “Mboa
Ana” e “Porque Queríamos
Ver-nos”, dueto que fiz
com a cantora espanhola
Vanesa Martín.
Como surgiu o convite para
cantar com a espanhola
Vanesa Martín?
Graças ao êxito que tive na
Europa com o disco “Por
Amor”, fui convidado pela
cantora espanhola Vanesa
Martín, uma das artistas que
mais sucesso tem feito ac-
tualmente, para fazer uma
versão em dueto do tema
“Porque Queramos Vernos”
do seu álbum “Munay”, esse
já editado em Espanha. O
tema foi gravado em duas
versões (em espanhol e em
espanhol/português). O en-
graçado é que as pessoas
estão a ficar habituadas a
cantar mais na segunda ver-
são. Fui convidado pela can-
tora a participar em Dezembro
no seu concerto no Wizink
Center de Madrid. Depois
dessa participação, pretendo
atingir vários países da
América Latina.
Temos conhecimento de que
está a preparar um grande
espectáculo para o Altice
Arena, em Portugal…
É verdade. Pela primeira vez,
vou apresentar-me no dia 24
de Novembro, no palco Altice
Arena, em Lisboa, num con-
certo para interpretar os êxitos
da carreira e temas inéditos.
É a maior sala de espectáculos
de Portugal, com capacidade
para mais de 20 mil espec-
tadores, onde já passaram ar-
tistas como a cantora Beyoncé,
Shakira, Richie Campbell,
Anselmo Ralph e C4 Pedro.
Chegou então o meu momento
de estrear nesta mística sala.
É também nessa fase que vou
apresentar o meu quinto disco,
em homenagem à minha fa-
lecida avó, intitulado “Au-
gusta”. É um disco com uma
carga sentimental muito forte.
Outras surpresas vão ser anun-
ciadas em breve e o Jornal de
Angola vai ser um dos privi-
legiados, por ser um órgão
sério, credível, que merece
toda a minha consideração.
Também estou feliz pelo facto
de uma vez mais poder estar
entre os “Mais Queridos” da
edição de 2018, no qual estou
a concorrer com o tema do pro-
jecto “Juro Por Tudo”.
“O meu sucesso
tem sido muito
sustentado pelas
minhas
composições”
Como foi que a sua mulher
reagiu aquando das
informações acerca
do seu suposto “romance
secreto” com a fadista
portuguesa Marisa?
(Risos). Foram boatos publi-
cados em alguma imprensa
internacional e reproduzida
por outra nacional, segundo
os quais eu mantinha um “ro-
mance secreto” com a fadista
Marisa. Na verdade, as pessoas
começaram a fazer relação com
a letra que escrevi para a fadista,
“Quem Me Dera”. Somos ami-
gos e nos damos bastante bem.
As pessoas encontraram várias
interpretações dentro da letra,
mas mesmo a pessoa que pro-
duziu essa notícia fê-lo com
algum respeito. Embora falsa,
houve algum profissiona-
lismo do articulista para não
ferir sensibilidades. Daí eu
dizer que compreendo que
muitos precisam desses boa-
tos para sobreviver. Se qui-
sermos falar da vida de uma
figura pública, temos que
ainda averiguar, fazer algum
trabalho de investigação para
evitar erros de interpretação.
Ela (Marisa) também é mi-
nha convidada para o meu
espectáculo do dia 24 de No-
vembro em Portugal. Sou
admirador do seu trabalho
e tem sido um privilégio po-
der trocar experiências ar-
tísticas com ela. A minha
mulher compreendeu, por-
que temos uma relação aber-
ta e bastante comunicativa,
apesar dessas coisas criarem
sempre algum desconforto.
A polémica
do “exorcismo”
Tem existido uma onda de
descontentamento das pes-
soas em relação a toda essa
situação. O que tem a dizer
sobre as acusações?
Tinha prometido vir a público
com um comunicado de im-
prensa para esclarecer a po-
l é m i c a d o “e xo r c i s m o”,
quando voltasse da Europa,
onde participo de uma di-
gressão. Tudo começou quan-
do fomos a Benguela, para
um espectáculo de apresen-
tação do Disco de Ouro. Fui
surpreendido por um rapaz,
que era miúdo de rua (lavador
de carros), que me surpreen-
deu ao subir em palco para
interpretar uma das minhas
canções. Na altura, nem do-
cumento tinha. Reconheci
logo que ele tinha talento
para a música e decidi apoiá-
lo. Falei com o meu amigo
Gaspar Santos, que tem sido
um parceiro, e decidimos le-
vá-lo para Portugal. Nem sa-
bíamos que tinha família.
Gravámos um videoclipe e
parte dos temas que deveriam
constar de um disco do Mário.
A culpa não é do rapaz, ele
apresenta muitos traumas
porque viver na rua não é fácil.
Todavia, o menino não con-
seguia se adaptar à nova rea-
lidade da sua vida. Por uma
questão de preservar a ima-
gem do pequeno, prefiro não
fazer referências, mas que em
nada têm a ver com questões
ligadas à feitiçaria ou outras
práticas semelhantes.
Houve da vossa parte a
tentativa de ajudá-lo a
superar esses traumas que
não quer mencionar?
Claro que sim! Mas nem com
isso o Mário Comate melhorava
de comportamento. As pessoas
podem nem acreditar, mas
enquanto ele esteve comigo
tudo fiz para dar-lhe uma outra
oportunidade, porque também
passei por aí e revia-me na
sua história de vida. Então,
porquê que só agora o iria pre-
judicar? Quando viemos ao
país, para apresentar o disco
num espectáculo da Unitel,
no Campo dos Coqueiros, em
Julho de 2017, o Mário já não
regressou a Portugal. Ele ficou
com os meus pais em Luanda,
para dar início ao processo
de promoção e divulgação
dos temas do seu primeiro
disco. O comportamento do
menino estava a afectar já os
CAPA 5
vizinhos. O Comate precisava
ser mais humilde e fazer mais
por si mesmo. Esforçou-se
pouco pela oportunidade que
estava a ter. Diante da situação
de insubordinação perma-
nente, os meus pais decidiram
devolvê-lo à sua família de
origem, e não à rua como se
diz. Com o aparecimento cons-
tante na media, também fomos
nos apercebendo que o miúdo
afinal tem uma família.
Porque demorou a reagir
diante de uma acusação
dessas?
Achei desnecessário, porque
não é uma prática comum na
minha família. Tivemos que
tratar toda a documentação
dele para poder viajar, porque
não tinha nenhuma docu-
mentação. Nego qualquer
envolvimento com exorcismo
e penso mesmo que estou a
ser a vítima preferida de mui-
tos. Penso que a família do
jovem tenha ficado revoltada
ou descontente pelo facto de
o Mário não ter regressado
para Portugal. Se calhar, cria-
ram algumas expectativas.
Ficámos a saber que estáva-
mos a ser acusados de tais
práticas através do programa
de televisão “Fala Angola”,
emitido no dia 27 do mês pas-
sado. Somos todos religiosos
e a minha mãe é pastora da
Igreja Bom Deus. Recuso-me
a aceitar tais comportamen-
tos. O meu feitiço é mesmo
só cantar e nada mais. Estou
mais preocupado a investigar
para não me deixar ser ultra-
passado no tempo e no es-
paço. Se tivesse feitiço, seria
para jogar como o Cristiano
Ronaldo ou o Messi. Há um
negativismo muito grande
por parte de algumas pessoas
que me querem derrubar a
todo o custo. Prefiro nem citar
nomes ou instituições para
evitar criar mais polémicas.
Tenho humildade suficiente
para pedir as minhas sinceras
desculpas a todos os bons
profissionais da comunicação
social, por ter sido infeliz nos
pronunciamentos proferidos
recentemente sobre essa
questão. Não sou contra a
imprensa colorida, mas é im-
portante existir algum rigor
quando estamos a abordar
um assunto delicado. Mereço
um pouco mais de respeito,
até porque as pessoas conhe-
cem a minha trajectória.
DOMBELE BERNARDO| EDIÇÕES NOVEMBRO
 6 TURISMO
ÁREA TRANSFRONTEIRIÇA DE CONSERVAÇÃO OKAVANGO-ZAMBEZE
Abertura de fronteiras
estimula agentes do turismo
As acções para a implementação em Angola da Zona de Livre Comércio (ZLC) da SADC estão em fase avançada, mas será
certamente Victoria Falls, a emblemática cidade turística do Zimbabwe, que vai ser o epicentro de todas as transacções
Armando Estrela
As fronteiras da comunidade
de desenvolvimento da área
transfronteiriça de conser-
vação Okavango-Zambeze
estão abertas e com essa evo-
lução estão criadas todas as
condições para a transfor-
mação e efectivação do pro-
jectado turismo regional,
dentro e fora da Comunidade
de Desenvolvimento da Áfri-
ca Austral (SADC).
Contas feitas, a República
da Namíbia do pós-apartheid
pode ser, até aqui, a que
melhor ostenta o troféu da
abertura de fronteiras, por
ter permitido, logo de início,
que os vizinhos circulassem
p elo s e u te r r itó r i o s e m
maiores embaraços, dando
oportunidade que as pes-
soas entrassem pelo seu
país, tanto por via da língua
que identifica os povos da
fronteira, quanto pelo sal-
vo-conduto, na ausência
do passaporte.
Na realidade, esta foi uma
conquista sem igual da Na-
míbia, por esse gesto de livre
entrada ter sido feito sem
quaisquer atropelos, nem
possíveis, que venham a ser efectivadas por terra
evocação de acordos, sejam
eles bi ou trilaterais. Sem
dúvidas, isto vai continuar
a ser um triunfo para o res-
pectivo Estado, compara-
t i va m e n t e a o s d e m a i s
membros da Comunidade
de Desenvolvimento da
África Austral.
Até bem pouco tempo,
sabe-se, era também possível
angolanos entrarem em ter-
ritório zambiano sem qual-
quer visto oficial, se tal fosse
feito pela fronteira nami-
biana, ou mesmo por popu-
l a ç õ e s f ro n te i r i ç a s d a s
longínquas regiões do Luau
e Zambeze, província do Mo-
xico. Contudo, com a in-
cumbência do cumprimento
rigoroso das leis locais, que
não são nada favoráveis para
um estrangeiro.
O último “impasse” que
envolveu directamente as
fronteiras de Angola e da
Zâmbia foi resolvido a 16 de
Agosto deste ano, numa ce-
rimónia oficial simbólica de
entrada em vigor do acordo
de supressão de vistos nos
passaportes ordinários, re-
gistada no Aeroporto Inter-
nacional 4 de Fevereiro, que
pôs fim, assim, à ansiedade
que sempre transportou cada
cidadão dos países da SADC,
com relevante particulari-
dade para Angola e Zâmbia.
Poucos dias depois, an-
golanos e zambianos podem
entrar e sair de ambos os
países sem necessidade de
visto, num período de 30
dias, prorrogáveis até 90
dias ao ano. Mas um dado
certo é o facto do Aeroporto
Internacional 4 de Fevereiro
estar já a funcionar como
uma excelente alternativa
das populações vizinhas,
para as escalas desejadas
com os países do continente
americano.
Em resultado dos acordos
bilaterais, a isenção de vistos
nos passaportes ordinários
vigora em quase todos os
países da SADC, depois da
primeira iniciativa do Go-
verno do Presidente João
Lourenço, que a 23 de No-
vembro rompeu com os di-
versos impasses que
prevaleciam nas relações
entre Angola e a África do
Sul, até aqui os dois gigantes
económicos da África Sub-
saariana, quando, na cidade
de Pretória, foi assinado o
acordo de supressão de vistos
nos passaportes ordinários,
depois de já os terem abolido,
há alguns anos, nos passa-
portes diplomáticos e de ser-
viço. Desde 1 de Dezembro
de 2017, a circulação de pes-
soas entre os dois países ficou
totalmente liberalizada.
Hoje, todos os acordos
eliminaram as barreiras mi-
gratórias até aqui incom-
preensíveis e permitem a
livre circulação dos povos
da SADC, sem necessidade
de visto. Desde Fevereiro,
e com base no princípio
de reciprocidade diplo-
mática, Angola isentou
vistos de turismo a vários
países africanos (Botswa-
na, Ilhas Maurícias, Sei-
cheles e Zimbabwe) e um
da Ásia (Singapura), além
de ter simplificado proce-
dimentos para outros 35
países, incluindo todos da
União Europeia.
Bolsas internacionais
de turismo
Com a abertura das fron-
teiras, o denominado “Plano
O p e ra t iv o d o Tu r i s m o
(POT)” continua a ser um
dos principais instrumentos
de trabalho do Ministério
do Turismo, visando a cap-
tação de receitas financei-
ras, a formação de quadros
e o desenvolvimento do tu-
rismo interno.
Denominada BITUR/Oka-
vango, a Bolsa Internacional
d e Tu r i s m o d e A n g o l a
apressa-se a competir com
a INDABA - Africa’s Top
Travel Show, da África do
Sul, e a Sanganai/Hlanga-
nani - World Tourism Expo,
do Zimbabwe.
O caminho é longo, mas
a gíria mostra que nada é
impossível. A BITUR/Oka-
vango pode tornar-se na
terceira maior atracção tu-
rística da região, se Angola
desejar e o INFORTUR - o
Instituto de Fomento Turís-
tico de Angola, ter um maior
espaço de intervenção, tendo
em conta que grande parte
dos promotores regionais
do turismo tem os olhos
postos no incipiente turismo
angolano, apesar de a Zâm-
bia possuir já um forte e in-
vejável centro de atracção
turística.
Domingo
23 de Setembro de 2018
EDIÇÕES NOVEMBRO
Apesar da situação eco-
nómica e financeira difícil
que o país atravessa, o mo-
mento é uma excelente
oportunidade para se pro-
mover o turismo interno.
Para já, o país deve ajustar
os seus programas e planos,
para enfrentar, com sucesso,
o futuro, acelerando a in-
tervenção dos diversos sec-
tores da cadeia do turismo
nacional, para melhor se
promover e diversificar o
turismo, estimulando-se o
emprego e a arrecadação de
receitas, e para melhor se
acolher o investimento ex-
terno neste sector, que já
tem bons sinais de interve-
nientes da região.
A Bolsa Internacional de
Turismo de Angola, que é
uma outra excelente opor-
tunidade para de negócios,
troca de experiências e para
capacitação das pessoas, deve
enquadrar-se nos padrões
das feiras internacionais em
que Angola se faz presente
com o seu potencial de qua-
dros e produtos, tendo em
atenção as experiências que
os mesmos conseguem captar
em cada uma das realizações.
 Domingo
23 de Setembro de 2018
O comprometimento das enti-
dades públicas e o papel do sector
privado para o desenvolvimento
do turismo e o papel do turismo
na dinamização da economia local
e fiscalização do sector do Turismo
deve continuar a ser prioridade
para o ministério de tutela. Tal como
nos demais países, é altura de An-
gola escolher, em harmonia com
as principais intenções e interve-
nientes na actividade turística e
ambiental, o foco da nossa Bolsa
Internacional.
INDABA
A INDABA - Africa’s Top Travel Show,
com epicentro na cidade ecológica
de Durban, no Albert Luthuli Con-
vention Center, é actualmente a nú-
mero um das feiras de turismo
concebidas no continente. Não restam
dúvidas que a INDABA é actualmente
o maior parque de desfile de viagens
de África. Todos os anos, no mês de
Maio, leva para viagens de familia-
rização, conhecidas por “Fam Trip”,
milhares de pessoas de todos os
cantos do universo, à custa do or-
çamento cabimentado à SAT (South
African Tourism), a entidade gover-
namental responsável pela promoção
do turismo sul-africano.
O termo “INDABA” provém da
língua Zulo, onde significa “Con-
ferência Tribal”, uma reunião de
um pequeno grupo dirigente que
toma decisões importantes para
os restantes. O crescimento do tu-
rismo e a partilha dos seus bene-
fícios contribuem para substituir
a pobreza e o desespero por pros-
peridade e esperança e o “Africa
Travel Indaba” tem sido o tram-
polim ideal para o maior cresci-
mento do turismo sul-africano.
No ano passado, a África registou
um recorde de 62 milhões de visitas,
praticamente um crescimento de 8
por cento/ano. A esse respeito, o
ministro do Turismo da África do
Sul, Derek Hanekom, sublinhou:
“Essas histórias poderosas de África,
um continente que já deu tanto para
o mundo, nunca deixarão de sur-
preender os seus visitantes. Em
África sabemos receber os visitantes
com carinho e talento únicos e sa-
bemos como hospedá-los profis-
sionalmente à nossa maneira.
Podemos garantir uma experiência
de mudança de vida, pois, contar
histórias faz parte de quem somos.”
As viagens e o turismo continuam
a ser os que mais crescem no mundo,
superando outros sectores da eco-
nomia global. Hoje, o turismo já
contribui com cerca de 8 por cento
para o Produto Interno Bruto de
África e emprega 6,5 por cento da
força de trabalho. “Imaginem o im-
pacto que isso terá no crescimento,
nos empregos e nos meios de sub-
sistência se, ou melhor, quando,
dobrarmos e quadruplicarmos isso!
Podemos aumentar exponencial-
mente o valor que o turismo traz,
colaborando para que o turismo
funcione para todos”, notou Derek
Hanekom.
Sanganai/Hlanganani
A segunda maior feira de turismo
do continente é a Sanganai/Hlan-
ganani - a World Tourism Expo, de
periodicidade anual, organizada pela
Autoridade de Turismo do Zimbabwe
(ZTA), onde se mostra a mais ampla
variedade dos melhores produtos
turísticos africanos e que atrai visi-
tantes internacionais e jornalistas
de todo o mundo. A Feira é a sucessora
de Shanyai/Vakatshani - Zimbabwe
International Travel Expo (ZITE),
que decorria, anualmente, no “Harare
International Conference Centre”.
Em 11 edições da Sanganai/Hlan-
ganani, a feira, alojada na pitoresca
cidade de Bulawayo, a segunda
maior do Zimbabwe, já regista a
convergência do mundo inteiro para
o seu território, com altas presenças
internacionais, entre os quais líderes,
expositores e compradores de alto
calibre. Até hoje, atraiu líderes da
África do Sul, Botswana, Malásia,
China, Zâmbia, Malawi, Quénia,
Moçambique, Namíbia, Indonésia,
Índia, Itália, Egipto e Gana e actores
dos principais mercados mundiais
de turismo.
Na edição deste ano, Angola foi
à Sanganai/Hlanganani, com o apoio
da Embaixada de Angola em Harare,
com os representantes dos Ministérios
do Turismo e Ambiente, operadores
do sector e com a TAAG - Linhas
Aéreas de Angola, além da imprensa.
Para os participantes, não restam
dúvidas de que o Zimbabwe é um
destino maravilhoso para o turismo,
pelo seu elevado planalto e pela
bacia hidrográfica visível entre os
rios Zambeze e Limpopo.
Bulawayo é nome derivado dos
reis Bulawayo e é conhecida como
“Cidade dos Reis”. Muito rica em
história cultural, é quase uma obri-
gação visitá-la. Segundo os nativos,
a cidade de Bulawayo era original-
mente a casa de Lobengula, o último
dos Reis Matebele. A cidade tem
muito a oferecer e está localizada
nas imediações do Hwange Parque
Nacional, The Victoria Falls (uma
das maravilhas do mundo) e The
Matobo Hills (onde Cecil John Rhodes
e o Rei Mzilikazi estão enterrados).
Entre as atracções estão dois patri-
mónios mundiais da UNESCO no
Parque Nacional de Matobo e nas
Ruínas de Khame.
O epicentro regional
não é Bulawayo
Contudo, não é a partir de Bulawayo
que os países da região podem fa-
cilmente cruzar-se, mesmo com as
actuais facilidades criadas pela livre
circulação transfronteiriças de pes-
soas e bens. As acções para a im-
plementação em Angola da Zona
de Livre Comércio (ZLC) da SADC
estão em fase avançada, mas será
certamente Victoria Falls, a emble-
mática cidade turística do Zimbabwe,
que vai ser o epicentro de todas as
transacções que venham a ser rea-
lizadas por terra. Victoria Falls é o
ponto mais curto a ter em conta por
grande parte dos “aventureiros” de
países localizados a sul de Angola.
Victoria Falls dista, aproxima-
damente, 2.496 quilómetros da ca-
pital angolana - Luanda, passando
por alguns minutos pela Zâmbia
(230 minutos sem parar) e durante
muitas horas pela Namíbia e dentro
de Angola (mais de 31 horas de via-
gem), e 1.186 quilómetros da cidade
do Luena, sede provincial do Moxico,
passando pela República da Zâmbia
(mais de 20 horas sem parar e em
estrada conservada).
Porém, os pontos-chave dessa
incursão rodoviária, fundamental-
mente de âmbito turístico, serão as
distâncias a partir das referências
de fronteira. Como já referido, Vic-
toria Falls é o epicentro, por ser a
localidade que mais próxima está
de Angola, Namíbia, Zâmbia, Bots-
wana, Zimbabwe, África do Sul, Es-
watini, Lesoto, Moçambique, Malawi,
Tanzânia e República Democrática
do Congo.
Por terra e a caminho de Angola
desde Victoria Falls, a primeira
paragem, não obrigatória, pode
ser Livingstone, o grande centro
turístico da Zâmbia, logo na tra-
vessia da ponte que divide o
Zimbabwe dos zambianos. Con-
tudo, a paragem obrigatória deve
ser, necessariamente, Katima
Mulilo (Namíbia), depois de se
percorrer, em 3 horas e 50 mi-
nutos, quase 217 quilómetros,
com passagem por Mambova e
Livume, no interior zambiano.
De Victoria Falls a Santa Clara
(Cunene) o percurso é de 1.175
quilómetros. Sem parar, o mes-
mo pode ser feito em 13 horas
e 40 minutos, passando antes
por Oshikango (Namíbia), Kat-
witwi (883 quilómetros e 10H20
de viagem) e Rundu (724 qui-
lómetros, em 8H50), bem pró-
ximo de Calai (Cuando Cubango).
Entre Victoria Falls e Bulawayo
o percurso é feito em 5 horas e
para Harare levam-se quase 9
horas. De Victoria Falls a Joa-
nesburgo (África do Sul) per-
correm-se 1.300 quilómetros,
em 16 horas e 20 minutos. Já para
Lusaka (Zâmbia), a distância de
482 quilómetros transita-se em
7 horas. Entre Victoria Falls e
Gaberone (Botswana) levam-se
10 horas e 40 minutos para uma
caminhada de 923 quilómetros.
O ar é opção rápida
Enquanto se espera por melhores
momentos para ensaiar-se as
oportunidades turísticas e ne-
gócios que a região SADC oferece,
o preferível e o mais proveitoso
meio opcional é o aéreo, onde
bem se aconselha, numa ligação
directa da TAAG com Harare,
uma viagem confortável num
Boeing 737-700, também de úl-
tima geração e com conforto à
desportiva, enquanto numa das
tripulações bem cuidadas pelo
comandante Chagas de Carvalho
ou em cabine proveitosamente
assistida por Tânia Von Haff e
Neila Bompastor.
A companhia de bandeira an-
golana já teve péssimos mo-
mentos. Mas, actualmente já
bem se enquadra, com perfeição,
no complexo padrão de concor-
rência que o sector aéreo exige:
cumprimento de horário e bom
serviço de bordo. Ainda assim,
a “Catering”, que apoia a trans-
portadora nacional, é aconse-
lhada a seguir o mesmo ritmo,
já que há lacunas com a alimen-
tação. O turismo apresenta-se
hoje como uma das melhores
fontes de emprego, o simples
motivo que deve exigir de todos
os seus intervenientes sucesso
e compaixão por aquilo que se
faz como negócio e, acima disso,
por aquilo que se pode mostrar
para engrandecer Angola.
De qualquer modo, o rumo
TURISMO 7
EDIÇÕES NOVEMBRO
para o progresso do país já está
traçado e as distâncias com os
diversos pontos do continente e
do mundo foram todas estreitadas.
Além das isenções de visto, Angola
estabeleceu, desde Fevereiro deste
ano, procedimentos de simpli-
ficação dos actos administrativos
para concessão de “visto de tu-
rismo” a cidadãos de 35 países,
entre os quais oito países africanos,
casos de Lesoto, Madagáscar, Ma-
lawi, Cabo Verde, São Tomé e
Príncipe, Marrocos, Suazilândia
e Argélia. Na Europa, a medida
aplica-se a todos os países da
União Europeia, além da Noruega,
Reino Unido, Islândia, Mónaco,
Rússia, Suíça e Vaticano.
Zona de Livre Comércio
Angola já ultima todos os prepa-
rativos para a sua adesão final à
Zona de Livre Comércio da SADC,
a efectivar-se já no primeiro tri-
mestre de 2019. A divulgação de
toda a informação disponível
sobre a ZLC da SADC já é um facto
junto dos principais actores que
vão operacionalizar esse processo
em território angolano.
Composta de 16 Estados-
membros (Angola, África do
Sul, Botswana, Comores, Eswa-
tini, Lesoto, Madagáscar, Malawi,
Maurícias, Moçambique, Na-
míbia, Republica Democrática
do Congo, Seychelles, Tanzânia,
Zâmbia e Zimbabwe), a SADC
implementa, há alguns anos, o
processo de integração econó-
mica regional baseado na libe-
ralização comercial e financeira
e no desenvolvimento industrial
e das infra-estruturas.
A Zona de Livre Comércio da
SADC é a primeira fase do pro-
cesso de integração regional,
que visa promover o bem-estar
das populações por via da re-
dução do custo das importações
e exportações, pela eliminação
de tarifas aduaneiras sobre o
comércio intra Comunidade de
Desenvolvimento da África Aus-
tral, pela harmonização dos pro-
cedimentos aduaneiros, pela
diversificação da economia e
pela industrialização dos Esta-
dos-membros.
Hoje, o “Protocolo sobre Tro-
cas Comerciais da SADC”, as-
sinado em Agosto de 1996, é a
base legal da Zona de Livre Co-
mércio, tendo entrado em vigor
quase quatro anos depois, isto
a 25 de Janeiro do ano de 2000.
Angola só ratificou o referido
protocolo em 2003, através da
Resolução n.º 5/03, de 25 de
Fevereiro, da Assembleia Na-
cional. A Zona de Livre Comér-
cio da SADC foi lançada em
2008 e 13 Estados-membros já
a implementam, com excepção
de Angola, República do Congo
e Comores.
 8 CULTURA Domingo
23 de Setembro de 2018

MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | KIMBELE

PARA SANAR CONFLITO DE SUCESSÃO

Reino dos Bayaka aguarda
pelos restos mortais do Rei Kianvu
Um conflito de sucessão ao trono, provocado pela morte e enterro dos restos mortais do rei Kianvu
Luvunga Mbuia Kalungu na cidade do Uíge e a indicação de um soberano pelo Governo Provincial
do Uíge, instalou-se no Reino dos Bayaka, com a maioria dos chefes de clã a não reconhecerem
legitimidade na figura imposta pelas autoridades provinciais. Além de que, tradicionalmente,
o processo de sucessão só ocorre após o funeral do rei na capital do Reino.

Silvino Fortunato /Kimbele
É actualmente soberano do
Reino Bayaka o rei Muanauta,
cuja autoridade real é reco-
nhecida pelo Governo an-
golano, a partir da acreditação
que lhe foi feita pelo Governo
Provincial do Uíge. Essa au-
toridade, entretanto, é for-
t e m e n t e re j e i t a d a p e l a
maioria das regedorias do
Cuango. De modo que, na
prática, a autoridade de Mua-
nauta confina-se a poucas
regiões do Alto Zaza, con-
forme líderes tradicionais
contactados pelo Jornal de
Angola.
A rejeição deve-se ao in-
cumprimento dos rituais de
sucessão, havendo quem afir-
me ter havido usurpação de
poder após a morte por doen-
ça do rei Kianvu Luvunga
Mbuia Kalungu em 1999.
Segundo Francisco Kam-
ba, regedor de Madioko e
membro da família real Ba-
yaka, o povo só terá outro
rei quando os restos mortais
de Kianvu forem trazidos do
Uíge, onde estão enterrados,
e definitivamente sepultados
em solo Bayaka. A instabi-
lidade militar vivida na altura
da sua morte dificultou a in-
tenção do Governo Provincial
do Uíge de transladar o corpo
do rei para a sua terra natal,
onde seriam cumpridos todos
os rituais.
A rejeição deve-
se ao
incumprimento
dos rituais de
sucessão,
havendo quem
afirme ter havido
usurpação de
poder após a
morte por
doença do rei
Kianvu Luvunga
Mbuia Kalungu
em 1999.
Ainda para Francisco Kam-
ba, somente será declarado
o falecimento do Rei Kianvu
Luvunga Mbuia Kalungu
quando as suas ossadas che-
garem ao solo dos Bayaka.
“Aí sim, será encontrado um
novo rei, segundo o nosso
costume”, disse.
Uedika Nzangi a Tsumbo,
representante do clã Tsui- O Reino Bayaka tem sido póteses de ser confirmado um rei “não pode ser enter-
komba, reiterou que en- representado por João Mbuia, no trono. “O rei tem de re- rado fora da sua soberania.”
quanto o rei Kianvu não for um dos filhos da primeira sidir na região, junto do seu A inquietação juntou na
enterrado na região, o Reino linha hereditária do reino, povo”, insiste Uedika Nzangi Mbanza Kanambu, a pri-
Bayaka continuará sem rei, até a entronização do suces- a Tsumbo. meira sede do Reino Bayaka,
ficando assim obstruída a sor de Kianvu Luvunga. “A exumação, translada- os três regedores da comuna
sua normalização política Acontece, porém, que João ção e enterro, na terra natal, do Cuango, sobas das aldeias
e administrativa. “O povo Mbuia vive em Luanda. Ele dos restos mortais do rei Kian- e membros ou representantes
pede, por isso, os restos mor- disse ter abandonado a pro- vu Luvunga Mbuia Kalungu das famílias reais do Reino,
tais do seu rei, para dar se- víncia do Uíge e a região do constituem o principal entrave que decidiram solicitar ao
guimento à sua sucessão, o Cuango por força do conflito para a normalização institu- Governo Provincial do Uíge
que levantará o actual vazio armado terminado em 2002. cional do Reino Bakongo Ba- os apoios necessários para
existente”, frisou. Enquanto continuar a residir yaka”, acrescentou Uedika a transladação das ossadas
De acordo com o costume em Luanda, terá poucas hi- Nzangi a Tsumbo, para quem do rei Kianvu. Na ocasião,
Bayaka, as exéquias e o en-
terro são marcados por vários
processos, conduzidos na
sede do reino, o Cuango, por
um representante da casa
real e na presença dos re-
presentantes de todos os clãs.
Sucede ao rei falecido um
membro da família real, ob-
servando-se o princípio da
sucessão patrilinear. “Não
foi cumprido nenhum desses
procedimentos quando o
Governo provincial decidiu
indicar Muanauta como
substituto do rei Kianvu. Na
nossa tradição, não pode um
soberano ser indicado por
outro poder”, defende Uedika
Nzangi a Tsumbo.
 Domingo
23 de Setembro de 2018
João Mbuia, um dos filhos
do defunto, que mereceu
vénias em todas as aldeias
por onde passou, foi rece-
bido com honras tradicio-
nais (batuques, danças e
oferta de cola e sal em prato
branco, tapado) em reco-
nhecimento simbólico da
autoridade soberana.
“Estamos a encontrar
muitas dificuldades para tra-
zermos o corpo do nosso
rei”, reafirmou Francisco
Kamba.
O estado consideravel-
mente degradado da via e
a travessia do rio Zaza, cuja
ponte se encontra destruí-
da, constituem as dificul-
dades fundamentais
apresentadas na reunião
do poder tradicional do rei-
nado, aliado aos procedi-
mentos administrativos.
Kianvu Mbuia Luvunga
Ka lu ngu su c e d e u , e m
meados dos anos 70, ao
seu sobrinho Kianvu Kam-
bungu, até a altura do seu
falecimento aos 99 anos
de idade.
Organização tribal
Até finais da época colonial,
o rei, que vivia no Cuango,
vinha de tipóia à sede do
município para tratar dos
assuntos do reinado com as
autoridades coloniais. Desde
sempre, à sede, fundada pe-
los colonos há oitenta anos,
não chegava a autoridade do
rei, embora vivessem à sua
volta povos que eram con-
trolados por ele. A autoridade
colonial quando formou o
posto administrativo de Kim-
bele juntou todos os povos
que viviam dispersos em
clãs, próximo da concentra-
ção colonial, organizando-
os em regedorias e sobados.
Hoje, a sede do Kimbele
é composta por sete rege-
dorias, nomeadamente Kim-
bele, Kimafoto, Kimbetolo,
Kassanda, Kimaria, Kimu-
Nkombundundu, Ngindu
Diulu, Sangonda, Munibata,
Yanga, Munilemba, Nkam-
bambi, Kalambamuenho,
Ntunduanga, Impassa, Isenzi
e Munikambuanga integram
a geografia antropológica do
reino. Vinte e uma outras fa-
mílias estão fixadas fora da
sede do reino, incluindo os
Nka Ndamba (Damba) e os
Nka Bunga (Buengas).
Devem suceder ao rei os
membros paternos da família
Kianvu. Na impossibilidade,
aparecem sucessivamente os
membros das famílias Ikom-
ba, Mbangi Buka e Ipopo.
Todas as fontes orais
consultadas são unânimes
quanto à origem dos povos
que hoje habitam a região
de Kimbele e a soberania
dos Bayaka. Para o titular
adjunto da regedoria de
Kibetolo, Alfredo António,
“os nossos antepassados
vieram de Mbanza Kongo.
Uns primeiro pararam no
Ttsotso, outros em Maque-
la, só depois é que foram
para o Cuango; outros fo-
ram para o Kuilo Kambon-
zo e Buengas. Somos todos
os mesmos.”
Figuras tradicionais
Os nomes mais sonantes da
época primária da coloni-
zação da região foram o ve-
lho Kambele, cuja influência
e poder resultaria na atri-
buição da corruptela do seu
nome – Kimbele - ao mu-
nicípio. Havia também o
Marimba, o Kasanda e o
Kampassa, que tinham o
controlo de outros clãs. Ka-
kieji foi rei do extinto Reino
de Mbala Kaloji. Morreu nu-
ma batalha com os portu-
gueses. Tinha o seu exército
armado, sobretudo com ca-
nhangulos, de acordo com
o ancião Alfredo António.
Emancipação juvenil
Os jovens de 15 a 20 anos
entravam em alvoroço, ex-
pectantes para poderem ser
as primeiras a observar o
rosto dos rapazes. “Esse dia
era de festa nas sanzalas”,
observou o velho António.
“Tirava-se os batuques, os
kissanji e punha-se a gente
toda a dançar. Infelizmente,
esta prática de emancipação
e orientação juvenil para a
vida adulta deixou de existir
há muito tempo”, lamentou.
Kimbele de ontem e de hoje
Uma fila intermitente de eu-
caliptos e uma diminuta ro-
tunda, construída com
cimento, indicam a entrada
da vila de Kimbele, que se
encontra instalada no cume
de uma montanha, de onde
se pode observar à distância
as aldeias que a circundam,
bem como as montanhas
que terminam em profun-
dos declives.
“Os brancos encontraram
muitos lugares planos, mas
só queriam construir aqui
para observarem qualquer
eventual ataque. Eles sempre
tiveram medo de serem ata-
cados pelos nativos”, disse
municipal da Cultura.
A língua predominante em
Kimbele é o kikongo, havendo
também variantes desta, co-
mo tsotso, bambata e belua.
A língua padrão foi herdada
do Reino do Kongo e é falada
por todos os povos que inte-
gram o Reino dos Bayaka.
Nos arredores da vila, vi-
viam, em aldeias familiares,
os batsotso, um subgrupo ét-
nico dos bayaka, os primeiros
povos que afluíram à região,
depois de se terem desmem-
brado da autoridade do antigo
Reino do Kongo.
Chefiados pelo rei Kianvu,
os batsotso fixaram-se ini-
cialmente nas margens do
rio Cuango, de onde poste-
riormente foram saindo para
ocupar e influenciar outras
regiões, incluindo os arredores
da sede de Kimbele, onde
hoje são maioritários, de acor-
do com Jorge Muhinga, o di-
rector local da Cultura.
Actualmente, chegam à
vila, desordenadamente,
mais populações e os bairros
vão crescendo. As residências
populares são rudimentares.
Quase todas foram construí-
CULTURA 9
MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | KIMBELE
o instrumento fundamental
da música na região. Daqui,
saíam grupos que iam ac-
tuar ao Uíge, Sanza Pombo,
Maquela do Zombo e nou-
tros lugares.”
A região sempre gerou
exímios tocadores de batu-
que, destacando-se muitos
mais velhos. “Enquanto pe-
queno, ouvíamos o mais ve-
lho Lutshatadico, o Kiamuini,
o Lundengui e outros, que
tocavam bem o batuque, o
ngombo e o kissanji”, disse
o director municipal da Cul-
tura. Essa linhagem de exí-
mios instrumentistas terá
sido precursora das gerações
de músicos modernos como
os Afra Sound Stars, na dé-
cada de 80.
Ainda hoje, se toca o ba-
tuque e o ngombo nas san-
zalas. “Dançamos o batuque,
principalmente nas comunas
do Cuango e Alto Zaza. A
maka do batuque nas tardes
ou noites luarentas ainda
continua. As crianças e os
jovens juntam-se e tocam e
dançam ao som do batuque”,
enfatizou o responsável.
A nova geração de músicos
de Kimbele começou a emer-
gir com os Afra Sound Stars.
Depois, veio o grupo Tata
Ngana, do Socorro. Agora,
está a emergir e a consolidar
as suas posições a geração
do Nzarra, Dauton e Ngudi
ya Bana. Continuam a entrar
novos talentos no mundo da
música. “O Ngudi ya Bana
não está há dois anos desde
que foi a Luanda e já gravou
boas músicas. Dentro de
pouco tempo, poderão emer-
gir mais dois ou três novos
cantores”, mostrou-se con-
fiante Jorge Muhinga.
“Não temos escolas para
a preparação dos jovens no
campo musical. Os talentos
aparecem espontaneamente.
Eles começam a despontar
quando cantam em festas e
noutros lugares. A partir daí,
vão sendo solicitados a can-
tar aqui e acolá, até se ca-
tapultarem no mundo da
música nacional. Deslo-
cam-se a Luanda em busca
de patrocínios, que local-
mente é difícil de encontrar”,
explicou Muhinga.
A administração muni-
cipal, por estar desprovida
de recursos, não pode apoiar
os jovens talentos. “Não te-
mos fundos para isso. Essa
é a realidade. Futuramente,
se as coisas melhorarem, po-
derão ser apoiados”, disse o
director da área cultural, que
mencionou os nomes Mateta
e Ricardo Candanda como
os que, sempre que podem,
patrocinam os miúdos que
demonstram talento musical,
a par das associações Ana-
kimbele e Uandangos. “Eles,
através dos respectivos pre-
sidentes, estão sempre pre-
sentes quando solicitados,
num gesto que anima a ad-
ministração municipal”, con-
cluiu Jorge Muhinga.
MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | KIMBELE

nanga e Kimpaxi.
Os portugueses foram os
primeiros a estabelecer-se no
actual território da sede mu-
nicipal de Kimbele, segundo
informação de Jorge Muhinga.
“Das informações que ouvimos
dos mais velhos, soubemos
que os portugueses entraram
a partir do rio Cuango, oriundos
das Lundas, subiram o rio
Cuango para se fixarem aqui
e formaram o Conselho do
Cuango, que mais tarde re-
sultou no actual município de
Kimbele, com sede em Kim-
bele”, avançou Muhinga.
O Reino dos Bayaka tem
a sua sede na comuna do
Cuango e faz fronteira com
a região da Baixa de Kassan-
ge, Kassongo Lunda (Repú-
blica Democrática do Congo),
as regiões do leste do antigo
Reino do Kongo, assim como
com os territórios do povo
hungu, ao sul.
Dados disponibilizados
pela corte real referem que
o Reino Bayaka foi fundado
por volta do ano 1566, por
dissidentes do Reino do Kon-
go, que se fixaram, primeiro,
na região do Tsotso e daí para
a região do Cuango Cuilo,
actual município de Kimbele.
A partir daí, foram-se es-
palhando por várias regiões.
Além dos Kianvu, 43 ou-
tras famílias reais, entre elas
os Ikomba, Mbangi, Buka,
Ipopo, Kuamba, Buka, Muela,
Kambanzi, Muana Uta Kiala
eram confinados a certos lu-
gares na floresta, sempre à
beira de um rio e longe dos
olhares de terceiros, sobre-
tudo mulheres. Os pais jun-
tavam os filhos em números
que atingiam entre 20 e 40
mancebos. Havia vezes que
aos pais, somente estes, era
permitido visitar os emaci-
pantes, quando fosse preciso
aumentar a logística.
Os mancebos ficavam em
cativeiro entre 6 e 12 meses,
contados desde o dia da cir-
cuncisão. Mesmo depois de
curados, os mancebos não
podiam tomar banho. Era-
lhes friccionado carvão, ervas
e outros produtos silvestres
para clarear a pele. O rigor
da disciplina comparava-se
ao do serviço militar, cuja
execução era entregue a pro-
fissionais da época, coman-
dados pelo Mokonda.
Os jovens aprendiam as
lições da vida, para que
quando retornassem ao con-
vívio da comunidade se tor-
nassem adultos e com
conhecimentos múltiplos,
dotados de disciplina, edu-
cação e respeito.
Abandonavam o Longo
(lugar de circuncisão) em fila
indiana, todos cobertos de
panos. Eram estendidos pa-
nos ou qualquer outro re-
vestimento por onde eles, os
ikumbi (circuncisados), pi-
savam. Em todas essas ce-
r i m ó n i a s , a s ra p a r i g a s
ao Jornal de Angola o director
municipal de Kimbele da
Cultura, Jorge Muhinga, que
indicou terem sido inúmeras
as investidas dos guerreiros
bayaka, que não queriam ter
a vizinhança dos colonos
portugueses.
A sede de Kimbele oferece
ainda traços da era colonial,
constituídos pelas lojas in-
tegradas às residências di-
minutas, que se perfilham
lado-a-lado no sopé e no
corpo da montanha.
O edifício-sede da admi-
nistração colonial já não exis-
te. Foi derrubado, muito
recentemente, pela máquina
humana, que instalou em
seu lugar antenas de telefonia
móvel. Continuam a resistir
há mais de oitenta anos ou-
tros imóveis coloniais, in-
cluindo a pequena paróquia
da Igreja Católica, encravada
na esquina final da rua prin-
cipal que se estende por pou-
co menos de 700 metros
antes de terminar no enorme
largo, bem próximo de uma
monstruosa ravina.
Na vila de Kimbele, há
muita mistura de povos. Os
batsotso são predominates
nas comunas do Alto Zaza e
Cuango, existindo também
os batsamba, que são maioria
em Ikoka. “Desde sempre e
talvez por sermos todos
oriundos de Mbanza Kongo,
vivemos em harmonia”, dis-
se Jorge Muhinga, director
das de pau-a-pique, o único
material usado na região para
a edificação de casas, que
são maioritariamente cober-
tas de chapas de zinco. Exis-
tem outras que são cobertas
de capim.
“Por causa da terra que é
arenosa, aqui não fazemos
casas de adobe, como nos
outros lugares. Os que têm
recursos compram blocos de
cimento e fazem as suas ca-
sas”, explicou José Manuel,
um morador da região.
De lés-a-lés, avista-se es-
tabelecimentos hoteleiros e
outros edifícios modernos
construídos sob iniciativa de
alguns filhos da terra.
Uma centralidade, cons-
truída há pouco tempo, aco- MAVITIDI MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO | KIMBELE
moda alguns técnicos há cinco
quilómetros da sede-muni-
cipal. Outros interessados
aguardam por “qualquer coi-
sa”, para terem acesso a casas
modernas e cómodas.
As ravinas estão sempre
presentes, incomodando a
tranquilidade popular, mesmo
nas aldeias que antecedem
o acesso à vila.
Geração
de talentos musicais
Kimbele é uma das maiores,
se não mesmo a maior, praça
de talentos musicais originários
da província do Uíge, segundo
o director local da Cultura. “É
a base. Já era famoso desde os
tempos em que o kissanji era
 10 CRÓNICA DE DOMINGO Domingo
23 de Setembro de 2018

QUANDO SE DEU A TRAFULHA

À volta da vela apagada
Ainda não sei por que razão, sempre que estamos juntos, ela não se esquece de perguntar
a minha idade e eu vezes há em que aumento mais uns meses ou mesmo uns anitos

Soberano Kanyanga
Nessas visitas de reconhe-
cimento ou de “ajuda e con-
trolo”, como as chamávamos
noutro tempo, fui ver a minha
prima Rosária Albano, no
Morro da Luz. A velha Rosária,
como a tratamos carinhosa-
mente, é uma pessoa de paz
permanente, sem os fingi-
mentos natalícios, e está sem-
pre a rir e a fazer sorrir os que
a cercam contando cenas,
umas verdadeiras e outras
que inventa para entreter os
sobrinhos e netinhos. No oeste
de África, ela estaria próxima
de uma “griot”.
Ainda não sei por que ra-
zão, sempre que estamos
juntos, ela não se esquece
de perguntar a minha idade
e eu, sabendo da sátira que
vem sempre da boca dela,
vezes há em que aumento
mais uns meses ou mesmo
uns anitos, só para adoçar
a conversa.
Desta vez, começou a fa-
lar sobre a idade que eu e
suas filhas tínhamos quando
se deu a trafulha. E dizia a
velha Rosária para a Remisa,
a segunda das suas filhas,
que “quando chegou a tra-
fulha ela, agora já senhora,
contava com apenas dois
anos, sendo que a Geny, que
vem a seguir à Remisa, es-
tava no sexto mês de ges-
tação”. E foi tudo a propósito
de quem era o mais velho
entre eu e as suas duas filhas
em presença.
A minha atenção redo-
brada para a leitura correcta
do seu discurso levou-me
a descodificar o que chamou
ela de trafulha (confusão
dos movimentos, antes e
depois da independência
de Angola).
- Mana, eu, a trafulha já
me encontrou. - Expliquei
para aclarar a questão das
idades.
- Você, assim, tem já quan-
tos anos? - Questionou ela,
para depois acrescentar que
“só sabia da data certa do
nascimento dos seus dois
primeiros filhos”, pois era
ainda moça, e recitou as datas
com dia, hora e tudo.
- A Angelina nasceu no
dia 15 de Setembro de 1965.
Ela e o Segunda foi quase es-
cadinha. Criei a Angelina só
um ano. No ano seguinte, 1
de Agosto de 1967, nasceu o
Segunda. O Toy e o Roque
(filhos de uma irmã e uma
prima respectivamente) nas-
ceram em 1968. - Acrescentou
a septuagenária.
Todos seguíamos atentos,
inclusive os netos dela e o
meu primogénito, Mociano
que se acha mais dado às con-
tas do que às estórias, dado
o seu curso de Arquitectura.
- E por que a mana se lem-
bra da data de nascimento
dos primeiros filhos e não
dos outros? - Voltei a indagar,
antes ainda que lhe respon-
desse sobre a minha idade.
- Bem, essa aqui, apon-
tava para a Remisa, en-
quanto buscava outra data
memorável, é a que estava
nas costas quando fui ao
óbito do soba Kitinu (meu
avô materno e homónimo).
Encontrei a Kilombu tinha
parido naquele mesmo dia.
Por isso, você Luciano não
pode ser mais velho da
Geny. - Explicou ela meio
equivocada.
- Então, se a mana foi com
a Remisa ao colo ao óbito do
nosso avô e encontrou a mãe
deu-me à luz naquele mesmo
dia, sendo que a trafulha ainda
não tinha começado e a Geny
ainda não estava na barriga
da mana, como é que ela se
torna minha mais velha?
Quando eu nasci, a Remisa
era a neném do colo. Quando
chegou a trafulha ela tinha
dois ou três anos e eu um ano.
A Geny que no ano da trafulha
estava na barriga da mana
terá nascido em 1976. Por-
tanto, eu tenho 41 anos. A
Remisa tem 43 e a Geny tem
39. - Esclareci.
A idosa que seguia atenta
a minha explanação, aba-
nando a cabeça de cima para
baixo, em jeito de aprovação,
ficou alguns segundos com
a bola de funje a meio cami-
nho entre o prato e a boca. A
kisaka estava já fria e mesmo
a pasta de bombô estava tam-
bém com pouco calor.
- Quarenta e um anos tem
o mano? É muito. E eu que
te encontrei “te nasceram”
naquele mesmo dia em que
a tua mãe foi chorar o pai
dela, avô Kitinu, tenho quan-
tos anos? Só pode ser 250
anos. - Concluiu sem aguar-
dar por uma resposta.
A assistência, sobretudo
os netos e o sobrinho, o meu
filho, fizeram gosto à boca e
riram-se um pouco da con-
versa da idosa.
- Avó, no mundo não há
pessoa viva com essa idade.
- Retorquiram.
- Mas eu tenho. Me levem
“no” governo para me apre-
sentar na televisão. Se o Lu-
ciano tem 41 anos, eu só posso
ter mesmo 250. - Reforçou
a velha Rosaria, preparan-
do-se para contar outras ma-
lambas seguidas, sempre de
forma atenciosa, pela moçada
que se diverte e aprende com
a velha da família.
É que no meio de tanta
brincadeira da anciã há sem-
pre lições que ficam retidas
sobre a forma digna de viver
em comunidade e alguns re-
latos históricos que comple-
mentam a narração científica.
Já depois da minha reti-
rada, contaram-me que a
prelecção prosseguiu com os
netos que pretendiam mais
detalhes sobre o que ela cha-
ma de trafulha.
E constou-me que ela
contou tim tim por tim tim
qual dos Movimentos ficou
com o povo, dando vacinas,
cobertores, sal e roupas de
fardo, quando os outros re-
gressaram às matas de onde
voltavam de forma relâmpago
apenas para queimar tractores
e pilhar galinhas.
- Nós estávamos mbora
com o Movimento do Neto
que não fazia mal às pessoas.
É por isso que chamo aqueles
dias que antecederam e se
seguiram à independência
do tunda mundele como mo-
mentos de trafulha. - concluiu
a velha Rosária.
A vela, sobre a qual se
formara uma roda, já tinha
vivido a vida que lhe fora
dada pelo fabricante. Sem
energia eléctrica e sem outra
vela substituta, os netos fo-
ram escapando um a um,
chamados pelo sono. Ela
continuava empolgada, ora
recontando estórias ora in-
tercalando adivinhas ex-
pressas no seu materno
Kimbundu.
Porém, à medida que a
roda ia ficando vazia, foi per-
cebendo do passo apressado
do relógio para o dia seguinte
e, no final, a velha seguiu-
os também.

COMER EM CASA

Arroz espanhol Salada de frango Compota de goiaba

Ingredientes
• 1 chávena de arroz (escolhido e lavado);
• 3 colheres de sopa de óleo;
• 1 cebola e 1 dente de alho (picados);
• 2 tomates partidos e 3 chávenas de água;
• 2 colheres de chá de sal;
• 1-2 colheres de sopa de salsa picada;
• gindungo a gosto;
• 1-2 chávenas de carne de galinha (cozida e desfeita);
• ou 1-2 chávenas de carne moída ou 1 lata de atum;
• 1 chávena de cenoura (às rodelas);
• 1 chávena de feijão verde (cortado em bocados);
Preparação
Frite o arroz no óleo até começar a ficar castanho,
mexendo com frequência. Adicione a cebola e o alho e
frite até estar transparente. Adicione o tomate e as
outras hortaliças, a salsa, o sal e água (se for com
carne moída, deve adicioná-la neste momento). Tape
e deixe cozer em lume brando por 20 minutos. (Se
fizer o prato com carne de galinha ou atum, deve
adicionar agora). Sirva com salada de alface.
Ingredientes Ingredientes
• 1 frango (cozido ou assado); • 8 goiabas grandes (não muito maduras);
• 1 laranja (em filetes); • raspa e sumo de ½ limão;
• 1 maçã (em pequenos cubos); • 2 colheres de sopa de açúcar;
• ¼ chávena de caju torrado;
Molho
• 1 pitada de pimenta; Preparação
• ¼ colher de chá de colorau; Descasque as goiabas finamente e corte em
• ½ colher de chá de sal; quartos. Coloque numa panela, adicione o
• 1 colher de sopa de salsa picada; açúcar, o sumo e a raspa de limão e água até
• 1 colher de chá de mostarda em pasta; quase tapar as goiabas. Ferva durante uns 5
• 2 colheres de sopa de maionese; minutos e deixe arrefecer antes de servir. Se for
• ⅓ chávena de iogurte natural; para conservar, despeje a compota em frascos
esterilizados, vede e ferva em banho-maria
Preparação durante 15 minutos. Deixe arrefecer dentro
Tire a pele e os ossos do frango e corte a dessa água.
carne em pedacinhos. Corte a casca da
laranja incluindo a parte branca dos gomes.
Retire o interior de cada gome. Isto são
“filetes”. Se for grande corte ao meio. Misture
todos os ingredientes do molho muito bem e
despeje por cima da salada. Deixe macerar 1
hora. Polvilhe com caju antes de servir.
 Domingo
23 de Setembro de 2018
Manuel Albano
O tema “Era feliz e não sabia”,
da autoria do compositor Dino
Ferraz, interpretado por Carla
Moreno, venceu o Grande
Prémio da Canção de Luanda
na 21.ª edição do concurso de
música da rádio Luanda An-
tena Comercial (LAC).
A gala de consagração foi
realizada no Largo Martin Lu-
ther King, adjacente à estação
emissora, em Luanda, e neste
ano o festival prestou uma
homenagem a vozes antigas
da rádio em Angola.
A música interpretada por
Carla Moreno conquistou
igualmente o prémio de Me-
lhor Produção. O prémio de
Melhor Voz e Letra foi atribuído
à canção “Voa”, da autoria de
Né Gonçalves, interpretada
pela candidata Tyller, que re-
cebeu 200 mil kwanzas e um
certificado de participação.
O prémio de Melhor Inter-
pretação foi atribuído à música
Matondorinho, interpretada
por Konstatino Chicato.
A canção “Manu Ndayé”,
da autoria de Calabeto, in-
terpretada por Josina Neto,
foi a vencedora do prémio
LAC-Unitel, escolhida pelos
ouvintes da emissora através
de votação por mensagem e
telefonema. Este ano, o fes-
tival teve como concorrentes
“Era feliz e não sabia”
conquista Prémio da Canção
O Largo Martin Luther King foi pequeno para albergar o número
de assistentes no local. Este ano a organização prestou uma
homenagem as vozes antigas da rádio em Angola
Carla Moreno, Cláudia Wime,
Wilder Amado, Josina Ngeto,
Stévio Hélvio, Márcia Au-
gusto, Tyller, a dupla Jay
Lourenço e Jordânia, Kons-
tatino e Herodes Domingos,
que interpretaram temas
inéditos.
Tema
do compositor
Dino Ferraz,
interpretado por
Carla Moreno,
foi eleito o melhor
Um dos momentos mais
esperados foi o musical coor-
denado pela cantora Anabela
Aya, no qual participaram os
cantores Dom Caetano, Pa-
trícia Faria, Legalize e Chrys
MC, envolvendo directores
musicais, instrumentistas,
crianças, actores e bailarinos,
incluindo membros do Ballet
Kilandukilo.
O convidado especial Nda-
ka yo Wiñi exprimiu a espi-
ritualidade através das canções
na 21.ª edição do Festival da
Canção de Luanda, quando
subiu ao palco para dar início
ao festival. O músico levou
GALA 11
PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO
FESTIVAL DA LAC
ao palco a naturalidade e au-
tenticidade das suas músicas,
quando interpretou o tema
“Tchove tchove”. Ndaka yo
Wiñi, também conhecido co-
mo “A voz do povo”, percor-
reu musicalmente vários
recantos do país.
O convidado começou por
aquecer a noite “viajando”
por vários ritmos, desde os
melódicos, a sua “zona de
conforto”, aos mais dançantes,
exaltando a natureza, locais
e sítios, numa valorização do
estilo tradicional, privilegiando
a fusão com o moderno.
Ndaka yo Wiñi lançou no
dia 25 deste mês o álbum
“Olukwembo”, composto
por 11 temas de sua autoria.
No espectáculo, interpretou
temas do disco e teve ainda
a possibilidade de estar em
palco com a cantora Anabela
Aya, vencedora do Grande
Prémio da Canção de Luanda,
na 20.ª edição do ano pas-
sado, com a canção “Teu no-
me é um”, da autoria do
compositor Jomo Fortunato.
O júri foi composto por
Raul Fernandes, Alcino Se-
medo, Lito Costa e Marta San-
tos. O Festival da Canção de
Luanda da LAC privilegia o
género lírico, valorizando a
melodia, a harmonia e o ritmo
(lento e moderado). A orga-
nização apoio a gravação, di-
vulgação e promoção do disco.
12 Domingo
23 de Setembro de 2018

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VENDA DE MÁQUINAS GRÁFICAS

Empresa angolana no ramo de artes gráficas, situada em Luanda, está a vender
equipamentos gráficos de ocasião.

Máquina offset Rotativa: Heidelberg WEB 16

Máquinas offset Planas: Heidelberg e Roland,
Máquinas de acabamento: Alcear, Colar livros, Agrafar Revistas, Guilhotinas,
Agrafar, Minerva, Laminação, Corte e Vinco, etc.

Os interessados devem entrar em contacto através do seguinte endereço elec-

trónico: maqgrafica.usada@gmail.com
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Domingo
23 de Setembro de 2018 13
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 14 ARTES PLÁSTICAS Domingo
23 de Setembro de 2018

POR EMPRESA AMERICANA

Artista Hildebrando
de Melo representado nos EUA
Os trabalhos do artista plástico angolano Hildebrando de Melo estão a ser representados, desde Agosto passado,
nos Estados Unidos da América, pela empresa New Vision Art(NVA), passando a integrar o leque de artistas
desta empresa que representa a fina flor dos homens das artes no Estado Utah, Estados Unidos da América.
EDIÇÕES NOVEMBRO
O convite para representar artista angolano tem vindo Ensarte na categoria Juventude
o artista angolano nos Estados a se notabilizar pela brilhante e do Prémio Desenhos na
Unidos da América partiu folha de serviço que ostenta, Areia da Empresa Norsk Hidro.
do proprietário da NVA, Mark onde se destacam experiên- Tem várias obras em exibição
Hartshorn, que manifestou cias de trabalhos em edições em colecções particulares,
a intenção depois de ter apre- de serigrafia no Centro Por- nacionais e internacionais,
ciado a obra do artista em tuguês de Serigrafia e no ate- tendo já exposto em Portugal,
exibição no site do Mormon lier Plano B do também artista Estados Unidos da América,
Arts Center. e mestre Aladino Jasse. Alemanha e Angola.
Recentemente, Hilde- Nascido no Bailundo, pro- “Assim é a pintura de Hil-
brando de Melo expôs o seu vincia do Huambo, Hilde- debrando Melo, misteriosa e
último trabalho de casa na brando Teixeira Mesquita de até enigmática. (…) Muitos
Universidade de Colúmbia, Melo fez o curso de pintura defini-la-iam precipitada-
em Nova Yorque, onde con- na Associação das Lameiras mente como pintura abstrac-
tinua em exibição. em Vila Nova de Famalicão, ta, mas este é mais um engano
Hildebrando de Melo ex- Portugal. Foi distinguido com do que esta quase exotérica
plicou que na sequência do o prémio Angola 35º, como obra encerra”, segundo o crí-
acordo, deverá desenvolver a personalidade que mais tico de arte espanhol Fer-
uma série de trabalhos ar- contribuiu em 2008 nas artes nando Galan.
tísticos cujo conjunto deverá visuais. Individualmente ex- Sobre o trabalho de Hil-
chamar-se “A Outra; Des- põe com frequência desde debrando de Melo, mais con-
coberta da Cor ”, que segundo 1994, contando já com 14 cretamente uma mostra sobre
o artista está já em curso. mostras que passaram por imbondeiros, o artista plástico
A descoberta de novas Angola, Portugal, Espanha e docente universitário an-
matizes, dentro do proces- e Holanda. Com outros ar- golano Francisco Van-Dú-
samento do espectro da mis- tistas, Hildebrando de Melo nem“Van” escreveu: “Constitui
tura da cor em si, com vista participou em mais de uma um grande tributo aos im-
a atingir uma tonalidade úni- dezena de exposições, entre bondeiros com os seus grandes
ca para uso no seu trabalho, elas na Agora Gallery em potenciais mitológicos, me-
representa, de acordo com Nova Iorque, na galeria alemã dicinais, alimentares, socia-
o artista plástico angolano, Struggles Bamber e Colecção lizantes, ambientais e
a sua principal linha de força ENSA seguros, apresentado ecológicos.”
no momento. no pavilhão de Angola na E acrescentou: os imben-
Para além da sua envol- Bienal de Veneza de 2013. deiros encontram-se “in-
vência na publicação de obras As obras do artista integram tegrados pelo artista através
de arte contemporânea, a ainda várias colecções pri- de formas bastante sintéti-
NVA, que tem os seus escri- vadas e de empresas e insti- cas, mas igualmente extra-
tórios em Salt Lake City, ca- tuições nacionais, como do vagantes, com técnicas
pital do Estado de Utah, é Banco Nacional de Angola, vanguardistas, num mundo
detentora de uma galeria de Sonangol, Companhia Na- contemporâneo, onde tudo
exibição e venda de trabalhos cional de Seguros de Angola, parece já inventado, mas na
originais de arte. British Petroleum, entre ou- realidade ainda há muito por
De recordar que o jovem tras. Foi vencedor do prémio se percorrer.”
 Domingo
23 de Setembro de 2018
Novelas
MALHAÇÃO
A turma apoia Michael,
que sofre com homofobia
Santiago fica incomodado com o assédio
a Michael. Marli, Paulo e Getúlio agra-
decem o apoio de Brigitte ao Le Kebek.
Incentivados por Michael, todos acom-
panham o jogo de futebol de Santiago.
Márcio fica incomodado ao ver um cartaz
com a foto de Pérola. Michael sofre com
o ataque dos adeptos. Hugo e Kavaco
revoltam-se contra os adeptos adver-
sários. A equipa do Sapiência vence o
jogo com um golo de Santiago. A turma
apoia Michael, que sofre com homofobia.
Márcio incomoda-se por sentir ciúmes
de Pérola e não conseguir vibrar com
o sucesso da namorada. Jade e Pérola
afirmam a Michael que ele está apai-
xonado por Santiago.
O TEMPO NÃO PÁRA
Betina beija Samuca
Amadeu diz a Samuca que comprou a
Criotec porque deseja ser congelado.
Betina avisa Zelda que comprou a Zelda
Larocque, e que é sua sócia. Zelda e Be-
tina são presas por exploração de tra-
balho escravo. Marocas emociona-se
com o discurso de Samuca aos seus
funcionários, mas discute com o ex-
noivo sobre Betina. Dom Sabino é de-
mitido da padaria. Amadeu oferece um
emprego a Dom Sabino. Emílio anuncia
que os accionistas votaram a favor da
destituição de Samuca da presidência
da SamVita. Barão paga a fiança de
Zelda, e Teófilo promete protegê-la.
Betina beija Samuca e tenta conven-
cê-lo a unir-se a ela para voltarem à
SamVita. Marciana conta a Samuca que
Marocas alugou um quarto no cortiço.
SEGUNDO SOL
Galdino vê Laureta esconder
vídeo de Karola e Remy juntos
Rochelle ofende Roberval, que expulsa a
sobrinha de casa. Laureta é libertada da
prisão, e Nolasco enfurece-se. Laureta
acredita que Rosa a traiu e tranca-a num
pequeno quarto. Beto afirma a Luzia que
a ajudará a encontrar o filho dos dois.
Beto e Luzia amam-se. Galdino vê
quando Laureta esconde uma pen-drive
com um vídeo de Karola e Remy juntos, e
entrega uma cópia do vídeo a Luzia. Luzia
conta a Cacau e Roberval seu plano para
desmascarar Karola na frente de todos.
Roberval oferece um emprego a Rochelle,
que desdenha do tio, e os dois acabam
por se agredir. Luzia alerta Ícaro sobre
Laureta, mas o rapaz desconfia da mãe.
Todos se preparam para o show de Beto.
ROTEIRO DE CASA 15
Filmes Mais pequenos Futebol
Marshall Gelson Dala e Jonathan Buatu
defrontam Benfica na Luz
Caderneta do Panda
A Caderneta do Panda vai juntar
o melhor de vários mundos: a
tradição das cadernetas, os jogos
divertidos, a descoberta dos
A história de Thurgood Marshall,
o primeiro afro americano a tor-
cromos e, claro, as novas
tecnologias. Com interactividade
nar-se juíz no Supremo Tribunal
e realidade virtual,
de Justiça e o caso que acabaria
por definir a sua carreira: um a Caderneta do Panda vai unir
homem negro acusado de atacar toda a família.
uma socialite branca, que jura Domingo, às 08h16
não ser culpado do crime.
A equipa dos angolanos Gelson Dala, 22 anos, e Jonathan Buatu,
Domingo - 17h05 24 anos, o Rio Ave desloca-se hoje ao Estádio da Luz, na Freguesia
de São Domingos, onde joga diante do Benfica, para a quinta
jornada da Primeira Liga Portuguesa de futebol. Um desafio
O Quadrado Maggie & Bianca aguardado com bastante expectativa pelos admiradores de Gelson
Dala, que já disputou 334 minutos de jogo e apontou dois golos
Fashion Friends na Liga e Jonathan Buatu que alinhou durante quatro desafios a
Depois das férias titular. A formação dos angolanos ocupa o sétimo lugar da
de Verão, os “The competição, com sete pontos, enquanto o conjunto as águias
partilham a primeira posição da classificação com os arsenalista
Mood Boards” de Braga e leões, com dez.
terão de enfrentar Canal de TV: Super Máximo (DSTV e Zap)
uma série de Hora: 18h30
novidades, que incluem um Local: Estádio da Luz
Christian é o respeitado curador
professor novo e os “Cool
de um museu de arte contem- Ghost”, a banda rival, inscrita Séries
porânea. A sua próxima exposi-
ção, 'O Quadrado', pretende
na Academia de Moda. Há
também novas metas para Berlin Station T2
evocar o altruísmo em quem a alcançar, como ganhar
vê. Mas quando o seu telefone
é roubado irá demonstrar que
o estágio.
nem sempre é fácil viver à altura
dos nossos ideais
Domingo - 17h20
Festa dos Animais
O Missionário A festa dos animais,
que dia
maravilhoso,
olha o que
encontrei,
canções e
rimas,
Cuddlies.
Domingo, às 14h00
Mario, um criminoso acabado
de sair da prisão, pede ajuda ao Drama Total:
seu irmão para se esconder. Este
manda-o para uma pequena vila Famosos
onde ficará com o padre Etienne. Gelado, Lamacento
Quando chega, descobre que o Valerie trabalha para conseguir informação sobre um grupo
Gelado - Os
padre morreu e os habitantes extremista, enquanto o filho adolescente de Robert chega
pensam que ele é o novo páro- concorrentes a Berlim e começa a fazer perguntas. Entretanto, Frost acata
co. mais o pedido do embaixador para espiar a delegação.
Domingo - 22h30 carismáticos
juntam-se para Sábado - 29 de Setembro - 23h00
Tv Séries
A Experiência competir nesta
edição especial
de Drama Total.
Domingo, às 18h55
Elena de Avalor
Príncipe Demasiado Encantado
- Enquanto está a
visitar um reino
vizinho, Elena é
convencida por
Travis é um desempregado que
se inscreve num programa ex-
um príncipe
mimado a pôr Accidentally On Purpose
perimental, no qual os partici- de parte a sua Baseada no best-seller de Mary F. Pols, esta é uma comédia
pantes assumem papéis de capacidade de sobre uma mulher solteira, Billie, que fica 'acidentalmente'
presidiários e de guardas pri- grávida, depois um caso de uma só noite com um homem
sionais numa prisão vazia, a julgar e fazer muito mais novo e decide ficar com o bebé... e com o homem.
troco de dinheiro. Rapidamente um intervalo nas
descobrem a violência no com- suas funções. Quarta - 3 de Out ubro - 10h20
portamento humano. Domingo, às 13h23 Tv Séries
Domingo - 21h20
 16 ROTEIRO DE RUA Domingo
23 de Setembro de 2018

Artes plásticas Filmes Em Estreia (Cinemax)

Festa
Último dia da Feira da LAC
Encerra hoje mais uma edição da Feira da LAC
(Luanda Antena Comercial), organizada por
Johny English: Volta Atacar
esta estação de rádio no quadro do seu 26º Estreia - 5 de Outubro
aniversário. O evento teve início na quarta- Actores: Rowan Atkinson,
feira e atraiu para o Largo Martin Luther King Olga Kurylenko, Emma
muitas famílias que não queriam deixar escapar Thompson
uma oportunidade de desfrutar de mais uma
iniciativa de qualidade da LAC. O programa Ano: 2018
para hoje inscreve a realização do casting Mini Argumento:
Estrelas ao Palco, sessões de teatro e zumba, William Davies
além de uma exibição do colectivo Abadá Ca- Género: Acção, Comédia
poeira. Os expositores culturais e de gastronomia Realizador: David Kerr
estão lá para completar as opções de bem
estar para os visitantes. É uma rara oportunidade Sinopse
de diversão e reencontro com amigos em O filme conta a história
pleno centro de Luanda. de “Johnny English”, a
última esperança dos ser-
Largo da LAC viços secretos, chamado
Hoje de volta da sua reforma,
para entrar em acção e
descobrir o hacker infor-
mático responsável pelo
ataque. Homem com al-
gumas capacidades e mé-
todos analógicos, Johnny
English tem que superar os desafios da tecnologia moderna
para ter sucesso nesta missão.

Teatro Turma Da Noite

Katchanja expõe na Tamar Golan Há teatro no Camões Estreia - 28 de Setembro

Está patente desde a última sexta-feira na galeria Tamar Golan, em Actores: Kevin Hart, Tif-
Luanda, a primeira exposição individual do artista angolano Horácio Gente do teatro, que inclui fazedores e público fany Haddish, Keith David
Katchanja, intitulada “Entre Baixas e Musseques”. Segundo uma nota amante dessa forma de arte, encontram esta
de imprensa a propósito, “o artista plástico desenvolve um trabalho semana no Camões/Centro Cultural Português, Ano: 2018
actual e relevante, fazendo a diferença social entre lágrimas e sorrisos para debater e conviver. Estão previstas duas
de acordo com a vida e caminhos diferentes, a espera que o sol brilhe, sessões do programa “Há Teatro no Camões”, Argumento: Kevin Hart,
amanhã.” Katchanja, de 23 anos de idade,é natural do Andulo, província que dada a sua regularidade já ganhou espaço Harry Ratchford
do Bié. Cresceu no Cuanza-Sul, em Porto Amboim, mas em 2014 viajou e público. No dia 25 o programa reserva a
para o Huambo, onde começou a frequentar o curso de Artes Plásticas realização da mesa redonda “O Programa Género: Comédia
no atelier dos mestres Zimuto e Fernando. Mudou-se para Luanda, onde em Cena: Promoção do Teatro ou Audiência
continua o seu processo de formação. para a TPA”, com as participações de Gilberto Realizador: Malcolm
Capitango, Walter Cristovão, Emanuel Paim, D. Lee
Galeria Tamar Golan James Joaquim, Damião Kuvula, Flávio Ferrão
Até 8 de Outubro e António Custódio. O Grupo Aqmazonas Sinopse
Teatro exibe a peça “Cemitério 38”. No dia
seguinte a a mesa redonda será sobre “A in- Nesta comédia realizada
fluência de Agentes Estranhos ao Teatro por por Malcolm D. Lee (“Girls
Razões Económicas”, com a participação de Trip”) acompanha um
Simão Paulino, António Frampénio, Waldano grupo de desajustados
Lukizaia, Sidónio Massoxi e Osvaldo Moreira. que são obrigados a fre-
A peça teatral “Batata Quente” será exibida quentar uma turma de
pelo Colectivo de Arte Twabixila. A iniciativa adultos para conseguirem
é apoiada pelo BFA e Tipografia Corimba. a difícil tarefa de passar
no exame final do secun-
Camões( Centro Cultural português dário.
Terça e quarta-feira, 17 horas

Palestra Uma Aventura do Outro Lado

Estreia - 28 de Setembro

Sonhos não se guardam
Na senda do movimento social caracterizado
pela realização de palestras motivacionais,
ou de auto-ajuda, que vem ocorrendo nos úl-
timos anos em Angola, com foco em Luanda,
Kanguimbu Ananaz e Benvindo Magalhães
apresentam-se como prelectores na palestra
“Os sonhos não se guardam”, que ao mesmo
tempo será ocasião para a recolha de donativos
(roupas, calçados, alimentação, etc), no âmbito
do projecto solidário Kundi ya Mbote.
Actores: Callum Maloney, Dermot Magennis, Ian Coppinger
Ano: 2018
Género: Animação
Realizador: Christoph Lauenstein, Wolfgang Lauenstein
Sinopse
Luís tem doze anos e está muitas vezes sozinho. Não tem muitos
amigos e o seu pai, que é
ovnilogista, não tem tempo
para ele e vive obcecado
em provar a existência de
vida inteligente no espaço.
O director da escola pensa
que Luís está a ser negli-

Lima mostra “Poética da memória” Mediateca de Luanda

Sábado, 14-16 horas
genciado e que devia ser
levado para um internato.
É nesse momento que três
Vai até 30 de Setembro a exposição “Ideogramas - Poética da Memória”,
da artista brasileira Cida Lima patente desde 5 de Setembro no Centro aliens patetas se despenham
Cultural Brasileiro. A mostra remete para o seu primeiro trabalho em Mo- à porta dele: Nag, Wabo e
çambique, que começou com uma pesquisa estética de rostos femininos. Mog. Eles vieram à procura
Então, a talha da madeira resultou na exposição “Faces Makonde”, em de um colchão de massa-
parceria com o Museu Nacional de Artes de Maputo e a Associação dos gens que viram num canal
Escultores Makonde. A série seguinte é parte do projeto “Ideogramas televendas do planeta Terra:
Africanos”, que começou no tempo em que a artista viveu no Quénia. A o Nabbi Dabbi. Luís fica ra-
morar em Luanda desde 2017, Cida Lima coloca nas suas telas “registos diante, torna-se logo amigo
e resíduos do seu processo criativo, com a intenção de compartilhar os deles e esconde-os do pai
seus percursos”. Enfim, trata-se do exercício de uma poética da memória que está convencido de que
e dos afectos. os aliens são seres perigosos
e devem ser congelados as-
Centro Cultural Brasileiro sim que forem avistados.
Até 30 de Setembro
Domingo
23 de Setembro de 2018
RECORDAÇÃO
ANTÓNIA DOS SANTOS
VIEIRA DE OLIM
Querida mamã, todos os dias vivemos
com a sua imagem gravada em nossos
pensamentos, é esta saudade, que pesa
em nosso peito, mas em dias como este,
sua ausência é ainda mais dolorosa, pois
custa muito não ter você aqui, não lhe
poder dar um abraço e um beijo de para-
béns, nem hoje e nem nunca mais. Com
saudade e amor eterno. (15.999)
FALECEU
DELFINA BARROS
JOÃO DOMINGOS
Balbina da Silva Lemos (mãe), Vanusa,
Solange e Miro (filhos), Caty, Paulo, Fre-
derico (Fred), Vereda, Bela, Tony e Nelito
(irmãos), Milocas, Zinga, Marieth, Jovânia,
Esdra, Asafe, Eduaínio, Wine, Ly e Betinho
(sobrinhos) comunicam o falecimento
de DELFINA BARROS JOÃO DOMINGOS,
ocorrido dia 20/9/2018. O funeral rea-
liza-se amanhã, dia 24/9/2018, às 10h00,
no cemitério do Benfica. (16.028)
FALECEU
CASSULE CAHOMBO JOÃO
Domingos António Francisco, Lourenço
António Francisco Cândido cumprem o
doloroso dever de comunicar o falecimento
de sua mãe CASSULE CAHOMBO JOÃO,
ocorrido dia 20 de Setembro de 2018.O
funeral realiza-se hoje, dia 23/9/2018,
no cemitério do Benfica, às 10h00.
(16.023)
MISSA
MARIA DA GRAÇA VILARINHO
Filhos, netos e familiares comunicam
que será rezada Missa do 1º Ano, em
memória da sua querida MARIA DA
GRAÇA VILARINHO, amanhã, segunda-
feira, dia 24/9/2018, na Igreja da Sagrada
Família, pelas 18h30. (15.959)
RECORDAÇÃO
ANTÓNIA DOS SANTOS
VIEIRA DE OLIM
Hoje, seria o dia do seu aniversário, mamã,
você não está mais entre nós, mas sentimos
a tua presença em todos instantes,pessoas
como você nunca morrem; nunca vão embora,
e são imortais. Mamã, espero que onde quer
que estejas, sua alma possa sentir o nosso
amor. Recordação dos seus filhos: Vany Marra,
Carla Marra, Bruno Marra e Santinho Gomes.
(15.999A)
MISSA
SUZANA MARIA DA SILVA
FEIJÓ PALHARES (Duda)
Domingos Manuel Palhares “Natal”
(esposo), Patrícia Palhares, Divaldo
Palhares, Manuel Palhares, Hildeberto
Palhares, Nataniel Palhares e Nicolson
Palhares (filhos), noras,netos, familiares
comunicam que será rezada a Missa do
1º Ano de SUZANA MARIA DA SILVA
FEIJÓ PALHARES (Duda), amanhã, dia
24/9/2018, às 18h30, na Igreja de Nossa
Senhora de Fátima. (15.990)
13
CONDOLÊNCIAS
BARTOLOMEU MAHULO
O Conselho de Administração e o colectivo de trabalhadores da Administração Geral
Tributária (AGT) cumprem o doloroso dever de comunicar o falecimento do funcionário
BARTOLOMEU MAHULO, ocorrido no dia 17 de Setembro de 2018, por doença. Nesta
hora de dor e luto, juntam-se à família enlutada endereçando os mais profundos
sentimentos de pesar. Paz à sua alma! (100.717)
FALECEU FALECEU
JOÃO ADÃO NELSON KIVULA
SEBASTIÃO CORREIA
Antónia Paulo Mendes Adão (esposa), Luísa Jacinto Correia (esposa), Ronaldo
Amélia Adão e Lídia Mendes (filhas), Correia, Romastiny Correia, Cidadinho
sobrinhos, primos, netos e demais fami- Correia (filhos), Filomena Correia, Ana
liares comunicam o falecimento de JOÃO Correia, João Correia, Carlos Correia,
ADÃO, ocorrido no dia 20/9/2018, por Kilson Correia (irmãos) e demais familiares
doença. O funeral realizar-se-á em data comunicam o falecimento de NELSON
a anunciar oportunamente. (15.993R) KIVULA SEBASTIÃO CORREIA, ocorrido
dia 20/9/2018. O funeral realizar-se-á
em data a anunciar oportunamente.
(16.003R)
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(300.013)
14
HOSPITAIS FORTALEZAS
Josina Machel Fortaleza de São Miguel
222 336 346/222 336 349 Avenida Marginal de Luanda
S.O. Pediatria Fortaleza de
222 339 888 São Pedro da Barra
Hospital Pediátrico Bairro Petrangol - Luanda
222 391 442 Penedo ou Casa Reclusão
Américo Boavida Ingombota, Luanda
222 380 118/222 380 119
Fortaleza de Massangano
Hospital Militar Município de
222 322 315/222 322 316 Cambambe/Cuanza-Norte
Hospital do Prenda Fortaleza da Quibala
222 351 300/222 351 400 Cuanza-Sul
Maternidade Central Fortaleza da Vila do Seles
222 323 052 Província do Cuanza-Sul
Fortaleza da Vila do Ambriz
Província do Bengo
EMERGÊNCIAS
MÉDICAS
Serviço Nacional
116
923 604 914 / 924 367 795
FARMÁCIAS
923 306 999 / 923 463 305
Farmácia Alameda
AI. Manuel Van-Dúnem, 254
222 430 293
Farmácia Alex
R. Com. Gika - 222 327 960
Farmácia Maculusso
BOMBEIROS Av. Com. Che Guevara, 72/B
222 322 442
Farmácia Central I 24/24
Posto de Comando
Largo Amílcar Cabral, 16
928 186 157
115
Farmácia Central II 24/24
Unidade Operativa Central Rotunda do Gamek
222 323 333 9928186159
Unidade Especial do Porto Farmácia Central III 24/24
222 310 656 R. Direita da Samba, 586
928 186 162
Unidade Munic. de Viana
Farmácia Girassol
222 290 540
R. Rei Katyavala, 165
222 449 895
Farmácia Desta Vez, Lda
R. Oliveira B° Nelito Soares
222 266 388
Farmácia Egiwal
Av. Comdt Valódia - Viana
POLÍCIA 222 291 074
Farmácia Higiene
R. Cmdt Kwenha, n.º 206
222 332 827
Posto de Comando
113 Farmácia Idasia
222 332 301 / 222 330 895 Av. Ho Chi Min - 222 326 762
Farmácia Ingombotas
Números Alternativos
R. Guilherme Inglês, 38
912 640 753 / 912 640 734 222 333 278
912 640 778 / 912 640 773
Farmácia Janeiro
912 640 749 / 912 640 738 Av. 4 Fevereiro, 131
Unidade Operativa de 222 332 260
Luanda - 222 260485
Farmácia Janica
Piquete - 222 260 472 R. Guerra Junqueiro, 11
1.ª Esquadra - 222 339 601 222 446 567
Farmácia Kianda
3.ª Esquadra - 222 442 415
Av. Murtala Mohamed, 71
3.ª Esquadra - 222 441 486 222 309 455
4.ª Esquadra - 222 339 604 Farmácia Kinaxixi
5.ª Esquadra - 222 382 966 Av. Cmdt Valódia, 25 r/c
222 449 443
6.ª Esquadra - 222 261 806 Farmácia Lanesa
7.ª Esquadra - 222 262 372 Av. Ho Chi Min, 343 r/c
8.ª Esquadra - 222 351 896 222 445 926
Farmácia Luanda
Sub-Unidade da Camuxiba
222 352 382 R. Aníbal de Melo, 35/37
222 445 490
9.ª Esquadra - 222 380 900 Farmácia Luvofer
10.ª Esquadra - 222 264 859 Av. Hoji Ya Henda
Sub-Unidade Hoji Ya Henda 222430 087
222 380 806 Farmácia Mediang
Município de Viana R. Liga Nac. Africana, 55/A
222 440 517
Comandante da Divisão
Farmácia Modelo
914 041 071
AI. Manuel Van-Dúnem
2.º Comandante 222 449 449
914 041 127
Farmácia Novassol
Município da Ingombota Av. Portugal, 69A
Comandante da Divisão 222 391 502
914 041 103
Farmácia Pague Menos
Município do Rangel Mirantes, Talatona
Comandante da Divisão 222 480 502
914 041 083 Farmácia Provifarma
Aviário B.º Cazenga
SIC 912 412 959
Farmácia Rainha Ginga
R. Raínha Ginga, 179
Serviços de Investigação 222 337 997
Criminal Farmácia Romed
222 261 276 R. Rei Katyavala, 27
Piquete - 222 261 981 222 447 175
Farmácia Sadia
Av. Comdt Valódia, 31
INSPECÇÃO 222 430 284
Farmácia Sagrada SOS
DAS ACTIVIDADES R. Joaquim Kapango, 61
222 395 468
ECONÓMICAS Farmácia Serra
R. Amílcar Cabral, 62/64
Piquete - 222 336 693 222 394 047
Farmácia Tropical
Pedro Féiix Machado
INADEC 222 334 862
Farmácia Universal
R. Cón. Manuel Neves
Instituto Nacional de 222 442 052
Defesa do Consumidor
Farmácia Vaiódia
Edifício ex-Palácio de Vidro Av Hoji Ya Henda, 42
923 324 291
912640833 / 946813515
Apoio ao Consumidor Farmácia Yohan
21 Janeiro, B. Morro Bento
914545752 222 405 655
Domingo
23 de Setembro de 2018
R O T E I R O
BIBLIOTECAS MUSEUS RÁDIOS TELEVISÕES CINEMAS EVENTOS
Biblioteca Nacional Memorial Dr. António ZAP Cinemas
de Angola Agostinho Neto 0h/1h • Jornal da meia noite
Rua Comandante Gika Av. Dr. António A. Neto 1h/5h • Dia novo Semana: 21 a 27 de 09
• Título: Avida por um fio
222 326 769 Praia do Bispo-lngombota 2h • Jornal da hora
3h • Jornal da hora
• Género: Acção
Biblioteca Municipal 222 653 900
4h • Jornal da hora
www.maan.co.ao
• Sessões:13h00 /15h30
Governo Provincial de 5h • Jornal da hora Agenda
info@maan.co.ao
18h00 /21h00/23h30
Luanda nacional Vanguarda
Biblioteca Camões Museu Nacional policial (20’)
00h00 • TPA 24 Horas
Avenida de Portugal n° 50 de História Natural Kamatondo (30’)
Rua Nossa Sr.ª Muxima Música angolana 00h30 • Cine à Madrugada
Ministério das Relações 6h/9h • Manhã informativa
222 334 055
Exteriores 9h • Agenda nacional 02h30 • Janela Aberta Exposição
Rua Major Kanhangulo Museu das Forças Armadas
9h/12h • Magazine da manhã
Av. Murtala Mohamed 05h30 • Ginástica para Dez telas de acrílico, uma
Óscar Ribas 10h • Jornal da hora
222 371 451 / 222 372 128 10.10h • Rádio-piô instalação e a
Bairro do Cruzeiro Todos
222 372 623 11h • Jornal da hora apresentação artística da
B. da Faculdade de 06h00 • Bom dia Angola
Museu Nacional 12h • Agenda nacional tradição do povo congolês
Ciências da Universidade
de Antropologia Jornal das regiões 09h00 • Malta da Alegria integram a exposição
Agostinho Neto
Avenida Marginal
Rua Frederick Engels
Museu Nacional
(15’) Clássicos
angolanos (musical) 09h30 • A sua Manhã
individual do artista
plástico Thó Simões
Arquivo Histórico Nacional
R. Pedro Félix Machado, 49
da Escravatura
15 Km a Sul de Luanda,
13h • Jornal da tarde
Desportivo 11h00 • Ponto Informativo intitulada “Congolândia -
Multiversos em
Centro Cultural Dr. para lá do Mercado do 14h • Sons da tarde (30’) 11h10 • A sua Manhã Desencanto”, foi
Agostinho Neto 14h • Radio piô (reposição) inaugurada na quinta-feira,
Artesanato do Benfica 15h • Jornal da hora Agenda 12h00 • Jornal Nacional
Bairro Operário, R. H, 44/46
B. da Alliance
222 371 743
Museu da
nacional
15.10h • Geração viva
12h30 • Diário Desportivo
no Camões - Centro
Cultural Português, em
Française de Luanda Força Aérea 17h • Rádio jornal Resumo 13h00 • Jornal da Tarde Luanda.
Lg. da Sag. Família,
• Título: Ready Player One -1
Av. 21 de Janeiro do rádio jornal
R. do Bocage, 12 19h • Agenda nacional 14h00 • África Hoje
• Género: Acção/Aventura
915925644/916215580
Biblioteca “Zé-Du”z 19h/20h • Constelações 14h30 • Saúde em Dia
• Sessões:13h30/16h30
20h • Jornal da noite Patente até
R. Francisco Sotto Mayor 4 de Outubro
19h00/21h20/00h00*
222 354 773 20h30h Desportivo 15h00 • Janela Aberta
21h • Agenda nacional
(sex, sáb e vésp de feriado)
Biblioteca da UEA 16h00 • Ponto Informativo
Sede da UEA
Biblioteca Kilamba 16h10 • Janela Aberta
Bairro Golfe, Largo 17 de 00h00 • Início do Turno da 17h50 • Ministério do
Setembro (Avô Kumbi) TEATROS Madrugada “D”
01h00 • Síntese informativa. Comércio
Biblioteca do
CENFOR/MAPESS 02h00 • Síntese informativa. 18h00 • Ecos & Factos
R. Ferreira do Amaral, 77, Elinga Teatro 02h10 • Teste Desportivo
R/C Largo Trlstâo da Cunha 03h00 • Síntese Informativa. 18h05 • ABC da Educação
Centro Cultural e 04h00 • Síntese informativa.
Biblioteca e Livraria 04h30 • Aspectos científicos Financeira
Multicultura Recreativo Kilamba
Rua B3 Nelito Soares do Desporto. 19h00 • Vencedores
R. dos Combustíveis,
05h00 • Síntese informativa.
Cacuaco - Kikoío, 47 Centro Cultural Dr 19h15 • Telenovela:
05h10 • Efemérides do Dia Espetáculo
Agostinho Neto 05h25 • Previsão de Tempo
LIVRARIAS B.º Operário, Rua H, 44/46 05h30 • Ginástica na Rádio.
Proibido Amar
O agrupamento “Os
Auditório Horizonte 06h00 • Boletim Informativo 20h00 • Telejornal Jovens do Prenda” celebra
Mestria Nzinga Mbande (Primeira Rdição). as bodas de prata no palco
Largo do Kinaxixe Escola Nzinga Mbande 21h00 • Parlamento
-Início do bloco da do Centro Cultural e
Chá de Caxinde Salão da LAASP Manhã “A” 21h30 • Telenovela: A Regra Recreativo Kilamba, com
Cine Nac. Sá da Bandeira
Rua Salvador Allende
Rua da Liga Africana
Cine Teatro Nacional
06h15 • Efemérides do Dia.
06h25 • Previsão do Tempo. do Jogo
um espectáculo inserido
no programa Muzongué da
Mensagem Rua 1.º Congresso do MPLA 06h30 • Manchetes do Dia/ 21h30 • Seriado: Tradição.
Rua 1.º Congresso do MPLA Desenvolvimento
QuemManda CINEMAX /Kilamba
222 370 929 dos Assunto.
06h50 • Títulos da Imprensa naMinha Vida
Livraria Académica Hoje, 23 de Setembro
• Título: Mile 22
Nacional e Estrangeira. Semana: 21 a27 de 09
R. Nossa Sr.ª da Muxima, 14 07h00 • Síntese informativa. 21h30 • Documentário:
em Luanda.
• Género: Acção,
949 438 951 07h30 • Top de Notícias.
Sala ( VIP)
Livraria Cheik Anta Diop 07h50 • Títulos da Imprensa O Mundo Cultural
• Sessões:13h30/15h40/17h50
Rua 1. nº 84. Benfica Bairro
DISCOTECAS Nacional e Estrangeira. Nganguela
/20h00/22h10
Chinguar - 928 065727 08h00 • Síntese informativa.
(Apenas dias 21 e 22)
08h30 • Top de Notícias.
-Terceiro tempo(2ªfeira);
Povoado
• Título: The Nun: Freira Maldita
Angolanos na Diáspora
Rua do Kero/ Kilamba
(sala 1)
(3ª feira); Putos do
• Género: Terror
Brasília Girabola(4ª feira);Clube
• Sessões: 13h40/16h00
Angola(5ªfeira);
IGREJAS Rua da Samba, 156/158,
18h20/20h40/23h00
Luanda Antevisão daJornada(6ªfeira)
09h00 • Sínteseinformativa
(Apenas dias 21 e 22)
Kilamba (3ª,4ª, 5ª e 6ª feiras).
Igreja de Jesus Rua de Gaia B3, Luanda 09h15 • 1ª Edição Espaço
• Título: Nada a Perder
(Sé Catedral) Desportivo Internacional, Hoje
• Género: Biografia
Bay In
Largo do Palácio, 12 com Antena 1 05h00• Programa religioso:
(sala 2)
Ilha do Cabo, Luanda
Igreja dos Remédios de Portugal
• Sessões: 12h40/ 15h30/ 18h20
Tamariz “Centro Reoboth”
(Sé Velha) 09h30 • Top de Notícias.
Rua Rainha Ginga Ilha do Cabo, Luanda (3ª, 4ª e 6ª feiras) 05h30 • Videoclips
09h35 • Futebol Africano.
Igreja de Roseira
• Título: Homem-Formiga*
(3ª e 6ª feitas) 06h00 • Programa religioso: Exposição
Nossa Senhora do Carmo Vila de Cacuaco
e a Vespa 3D
Largo do Carmo 10h00 • Síntese Informativa. “IURD” A exposição individual do
(sala 2)
Barssulo 10h30 • Top de Notícias
Igreja da Sagrada Família 07h00 • Nossa Terra artista e mestre Kapela
• Género: Acção, Aventura
Zona Zagra Nzenza, Mussulo 10h35 • Desporto Internacional
Largo da Sagrada Família Paulo intitulada “Regresso
• Sessões:20h10/ 22h40
Miami Beach 11h00 • Síntese Informativa. 08h00 • Coração Esmeralda
Igreja de a Poto-Poto” foi
-Futuro(Desporto
(Apenas dias 21 e 22)
Nossa Senhora da Nazaré Ilha do Cabo, Luanda 09h00 • Sexto Sentido inaugurada dia 31 de
Escolar as 3ª feiras)
Largo do Ambiente Chill Out Agosto, às 18 horas, no
•Título: Meg: Tubarão Gigante
11h30 • Top de Notícias. 12h00• Programa religioso:
Ilha do Cabo, Luanda Espaço Luan-da Arte (ELA),
• Género: Terror
Igreja Metodista Unida 12h30 • Ponto de Vista, Visto
Ponto ponto(crónica “IURD” na Baixa luandense.
(sala 3)
Central de Luanda Jango Veleiro
Rev. Agostinho Neto, 4 R/C desportiva) 12h30 • Cooltura
• Sessão: 13h50/16H30/
Ilha do Cabo, Luanda
- Inicio do Bloco da
19h00/21h30
Igreja Evangélica do 13h00 • Jornal da Hora Patente até
Link Space Tarde, Turno”B”. 23 de Outubro.
Espírito Santo
(Filme esquebra)
Rua Ngola Kiluangi (Discoteca de Quintal) 12h15 • Programa Desportivo 14h00 • Fala Angola
R. Gamek à direita, Luanda em cadeia nacional.
• Título: Hotel Transylvania 3:
Igreja Kimbanguista 13h00 • Transmissão em 15h00 • A Tarde é Nossa
Férias Monstruosas VP
Largo Albano Machado Luanda Kings Club
cadeia com RNA do 17h30 • Giro Desportivo
• Género: Animação
Igreja do Nosso Senhor Junto ao Magistério jornal da tarde.
(sala 4 )
Jesus Cristo no Mundo Primário da Vila Alice, Luanda 18h00 • Made in Angola
13h35 • Compacto Desportivo.
• Sessões: 13h40/15h50/18h00
Bairro Golfe 1 Doo.bahr 14h00 • Pausa Musical 19h00 • Dez Mandamentos
Igreja Adventista do 7.º Dia Edifício ESCOM, Luanda 14h30 • Manchetes da Tarde
20h00 • Jornal da Zimbo
Rua Rei Katiavala 14h40 • Temas de formação
•Título: Sexta-Feira Mwangolé
Elinga Bar Desportiva: 21h00 • Debate Livre
Igreja Evangélica dos
• Género: Ficção Científica
Ao lado do edifício do BPC, -Segundas feiras:
Irmãos em Angola 23h00 • Documentário:
(sala 4)
R. Bento Banha Cardoso, 29 Luanda Histórias do futebol.
Igreja Assembleia Lookal Ocean Club -Terças e quartas-feiras:
Onda Olímpica.
Esposas Selvagens
• Sessão: 20h10/ 22h10
(Apenas dias 21 e 22)
Ilha do Cabo, Luanda 00h00 • Programa Religioso: Exposição
de Deus Pentecostal
do Maculusso Palos
- Quartas-feiras:
Regras e leis de jogos “IURD” “Kuku. Transcendência e
Av. Cmdt. Che Guevara, 104
Igreja Metodista
Rua Frederic Engels, Luanda de várias modalidades
desportivas.
01h00 • Programa Religioso: Metamorfose. 2ª via” é o
• Título: O Predador 3D
Grémio do Chico Coio título da exposição do
Unida da Bethel - Sextas-feiras: “Igreja Pentecostal” artista plástico Manuel
(sala 2)
Av. Hoji Ya Henda, 98 Zona 5 Rua Senado da Câmara,
Treinamento Ventura, que está patente
• Género: Acção, Terror
Luanda 02h00 • Programa Religioso:
Igreja Baptista de Luanda Desportivo.
Av. Deolinda Rodrigues Oásis Night Club 15h00 • Síntese Informativa. “Verbo Vivo”
• Sessões:14h00/ 16h20/
na galeria do
coleccionador Hélio
18h40/ 21h00/23h20*
Igreja Teosófica Espirita Cacuaco-Caxito, C51, Panguila 14h10 • Desenvolvimento 02h30 • Programa Religioso: Pegado, na Ilha do Cabo,
R. Transp. Miranda da Actualidade junto ao Posto de Emissão
Discoteca Múkua “Mandato da Fé”
Henriques, Lotes dos R. Cmdt Vaiódia, 20, Viana (2ª edição Espaço de Bilhete de Identidade,
prédios dos Cubanos Desportivo 04h00 • Programa Religioso: em Luanda.
Club Tchirinawa Internacional,
Igreja JOSAFAT “Espaço Josafat”
Golfo 2-Luanda Benguela com Antena 1
* Apenas dias 21 e 22 Setembro
Switch Super Club De Portugal). 04h30 • Programa Religioso:
IFEPAA - Bom Deus Patente até
Palanca, Rua P, 2 Luanda “Mandato da Fé” 30 de Setembro.
REGIÕES Domingo
23 de Setembro de 2018
CONSTRUÇÃO DA NOVA UNIDADE SANITÁRIA DO BIÉ
Antigo hospital provincial do Bié está degradado
Governador quer obras
concluídas nos prazos
Pereira Alfredo exigiu ao empreiteiro a entrega da obra do
novo Hospital Provincial na data acordada contratualmente
Matias da Costa |* Cuito
O governador provincial do
Bié, Pereira Alfredo, exigiu
aos empreiteiros que estão a
construir o novo Hospital
Provincial, na cidade do Cuito,
para cumprirem com os pra-
zos contratuais, por o actual
Hospital Geral estar total-
mente degrado e sem capa-
cidade para responder à
procura dos pacientes.
Pereira Alfredo, que man-
t eve u m e n c o n t ro c o m
membros do seu governo e
empresas contratadas para
a construção de projectos
sociais no Bié, depois de
uma visita ao antigo hospital
geral , disse que os emprei-
teiros devem acelerar as
obras da nova unidade sani-
tária, porque grande parte
da população local que
busca assistência médica
não é atendida por o actual
hospital não ter capacidade
para tanta procura
“A construção do novo
Hospital Geral do Bié tem
financiamento externo, pelo
que não vejo constrangimen-
tos relevantes para o incum-
p r i m e nto d o s p ra zo s
contratuais”, realçou o gover-
nador, que reforçou a intenção
de inscrever o projecto de
obras do antigo hospital do
Bié em novos programas do
Governo. “ Vamos reabilitar
o antigo hospital para atender
outras áreas, desconcentrar
os serviços de saúde e garantir
melhor assistência à popu-
lação”, frisou.
Outros sectores
Pereira Alfredo radiografou,
igualmente, os sectores pro-
dutivos da energia e água,
mostrando-se expectante
com o aumento e melhoria,
em breve, de serviços das
respectivas áreas.
O governador afirmou que
os problemas dos sectores da
Energia e Água têm soluções
à vista a partir do próximo
ano, acrescentando que a área
energética da cidade do Cuito
conta com um grupo gerador,
com capacidade de produzir
20 megawatts.
No sector das Águas está
em construção um sistema
de captação, que vai bombear
32.100 metros cúbicos por
dia, para cobrir a periferia da
cidade do Cuito.
Pereira Alfredo garantiu
empenho do Governo da
província para mitigar os
problemas sociais. Fontes
ligadas à empresa respon-
sável pela construção do
novo hospital dão conta que
a conclusão das obras está
prevista no final de 2019.
Entrega de projectos
Até Dezembro do ano em
curso fica concluída a nova
central térmica do município
do Cuito, com capacidade de
20 megawatts, segundo o
director provincial do Gabi-
nete dos Serviços Técnicos e
Infra-estruturas, Abel Guerra.
“Com a entrada em fun-
cionamento dos novos grupos
geradores o município do
Cuito terá 36 megawatts de
capacidade energética”, subli-
nhou Abel Guerra, salientando
que o projecto eléctrico con-
templa cerca de 97 mil metros
de linha de baixa tensão e
prevê mais de quatro mil liga-
ções domiciliares.
As ruas da cidade do Cuito
também estão dentro do pro-
jecto de iluminação pública.
Segundo Abel Guerra está
a ser igualmente instalada
12 PTs na cidade do Cuito,
com capacidades de 250 a
600 KVA.
Em relação ao sector das
Águas, decorre a construção
do sistema de captação e tra-
ta m e n to a p a r t i r d o r i o
Cuquema, com a previsão de
entrega em Junho do próximo
ano, e uma conduta de 400
quilómetros, que vai bombear
32.100 metros cúbicos por
dia, prevendo-se 15 mil liga-
ções domiciliares.
Abel Guerra garante o
trabalho contínuo de sen-
sibilização da população
para a preservação dos bens
em construção.
Serviços de Correios
A falta de um meio de trans-
porte para ajudar na recepção
e envio das encomendas pro-
venientes de várias localidades
obriga os profissionais dos
Correios a recorrer aos famo-
sos “kupapatas”, afirmou ao
Jornal de Angola o delegado
provincial da instituição,
Bonifácio Cristóvão.
O responsável disse que
a empresa não possui
nenhum meio de transporte,
facto que dificulta o normal
funcionamento da instituição,
principalmente quando chega
a época chuvosa.
O Bié é uma região onde
a chuva é muito intensa e as
encomendas recebidas pela
Transportadora Angolana
Aeréa de Aviação ( TAAG)
acabam por molhar, pois mui-
tas vezes, por falta de meios
de transporte, os estafetas
vão buscar as encomendas
com kupapatas, explicou.
O delegado provincial dos
Serviços de Correios lembrou
que várias solicitações foram
feitas e direccionadas ao então
titular do Governo da pro-
víncia do Bié, mas não sur-
tiram efeitos.
Bonifácio Cristóvão subli-
nhou que “para conservar
algumas encomendas que
merecem cuidados especiais
são obrigados a pedir a com-
preensão dos clientes para se
deslocarem a área de recepção
com os seus próprios meios.
Quanto ao envio e recepção
de encomendas de grande
dimensão, pela TAAG, pro-
venientes das estações do
Chinguar e Cunje, o delegado
dos Correios na província do
Bié explicou que são obrigados
a alugar táxis.
As únicas estações de cor-
reios em funcionamento no
Bié são as da comuna do Cunje
e do Chinguar, que distam a
sete e 75 quilómetros, res-
pectivamdente, da cidade do
Cuito, segundo o delegado
dos Correios.
Quanto à adesão dos clien-
tes, o responsável aclarou que
regista-se uma baixa de soli-
citações, pelo que procuram
soluções para o restabeleci-
mento da normalidade.
A recuperação das estações
existentes em seis municípios
constam entre os objectivos da
direcção dos Correios no Bié.
* Com Delfina Victorino
Ambaca
INVESTIMENTOS
POPULAÇÃO TEM NOVAS
INFRA-ESTRUTURAS
Um centro de saúde, uma
escola do II ciclo e quadra
polidesportiva foram
inaugurados na sede
comunal do Luínga, no
município de Ambaca,
província do Cuanza-Norte.
Construídas no âmbito do
Programa de Investimentos
Públicos (PIP), a unidade
sanitária tem 15 camas, sala
de espera e de
internamento, consultório
médico, farmácia,
laboratório de análises
clínicas, salas de
imunização, consultas pré-
natais, partos e pós parto.
A unidade sanitária será
assegurada por dez
funcionários, dos quais um
médico, dois enfermeiros,
igual número de técnicos de
laboratório e uma parteira e
conta ainda com uma
ambulância.
A escola do II ciclo,
denominada “Liceu do
Luínga”, que tem oito salas
de aula, com capacidade
para albergar 640 alunos,
em dois turnos, foi edificada
num período de seis meses
e conta ainda com gabinetes
para os responsáveis da
instituição, balneários,
quadra desportiva, cantina,
entre outras dependências.
Em declarações à imprensa,
o soba geral da comuna do
Luínga, Tito Kipopo, referiu
que as novas infra-
estruturas contribuirão para
a melhoria de vida dos
habitantes da comuna e de
outras regiões
circunvizinhas, na prestação
de assistência médica,
instrução e formação
académica dos jovens.
Por seu turno, o director da
saúde no município de
Ambaca, Inocêncio José,
referiu que a nova unidade
sanitária constitui uma
experiência piloto na
província do Cuanza-Norte,
por dispor de equipamentos
que só se encontram em
hospitais municipais.
Adiantou que a nova
unidade sanitária vai ainda
atender as populações da
comuna de Kateko Kangola,
município de Kalandula, na
província de Malanje, e do
sector de Bengueji, no
município de Quiculungo,
Cuanza- Norte.
Na ocasião, o governador
provincial, José Maria,
garantiu que o Executivo vai
continuar a implementar
programas que visam a
criação de serviços
sociais básicos e
consequentemente a
melhoria da qualidade de
vida da população.
EDIÇÕES NOVEMBRO
SAÚDE NO SOYO
Hospital Municipal
ampliado em breve
O director geral da principal
unidade hospitalar do Soyo
assegurou ao Jornal de Angola
que a Angola LNG garantiu
reabilitar e ampliar a unidade
sanitária, a partir do terceiro
trimestre de 2019.
De acordo com o médico
Pedro António, com a rea-
bilitação e consequente
ampliação, o Hospital Muni-
cipal do Soyo vai contar com
novas áreas de serviço hos-
pitalar e mais camas para
atender a procura.
“Há dias que trabalhamos
com Angola LNG, que man-
dou um engenheiro, que fez
o levantamento e tem o pro-
jecto aprovado. A informação
que temos é que no terceiro
trimestre de 2019 a parte
velha entrará em obras.
Vamos abrir novos serviços,
tais como cuidados inten-
sivos, neonatologia e fisio-
terapia. Estamos a pensar
também em criar serviços
de recuperação nutricional,
porque o Soyo tem muitos
casos de crianças com má
nutrição”, explicou.
Os casos de urologia,
como frisou, não são tratados
de forma específica, por falta
Centro hospitalar vai beneficiar de obras de reabilitação
CABINDA
Exigida transparência
na gestão do erário
Disciplina, rigor e transpa-
rência na gestão dos bens
públicos são as recomenda-
ções do governador provincial
de Cabinda, Eugénio Labo-
rinho, aos quatro novos admi-
ni stradore s municipai s
adjuntos para as áreas Finan-
ceira e Orçamental (Cabinda,
Cacongo, Buco-Zau e Belize),
incluindo secretários provin-
ciais de distintos órgãos públi-
cos, recentemente nomeados.
O governador , que falava
na cerimónia de empossa-
mento dos novos membros
do Governo, afirmou que
os bens públicos colocados
à disposição dos mesmos
“não são para uso pessoal,
mas sim para o bem estar
da população”.
Pa ra o m u n i c í p i o d e
Cabinda, o governador Eugé-
nio Laborinho empossou
Daniel Conde, para adminis-
trador municipal adjunto para
a área Financeira e Orçamen-
tal. Para o Buco-Zau foi
15
de serviços daquela área no
hospital do Soyo, sendo os
pacientes graves encami-
nhados para unidades de
referência em Luanda.
“Se um dia esta unidade
sanitária for elevada à Hos-
pital Geral, teremos esses
serviços todos, porque tere-
mos mais meios para poder-
mos contratar especialistas.
Neste momento é impossível,
porque os recursos são ínfi-
mos. Os casos de urologia
são atendidos pelos médicos
de clínica geral e os mais
graves transferimos para
Luanda”, avançou.
Em termos de perfil epi-
demiológico, como fez saber,
a malária lidera a lista, por
ser a doença que mais óbitos
causa, seguindo-se as doenças
diarreicas e respiratórias, dia-
betes e hipertensão.
O município tem registado
a falta de fármacos, em função
da exiguidade de recursos
financeiros disponíveis. “Não
é segredo para ninguém, mui-
tas vezes mandamos o familiar
adquirir os medicamentos,
mas esse período um dia vai
terminar”, concluiu.
Jaquelino Figueiredo
DR
empossado António Luís Gime
e para Cacongo, Domingos
João Gabriel
Segundo o governador, “a
gestão financeira e orçamental
requer muita responsabili-
dade, inteligência, disciplina
e transparência, por ser o
suporte principal das admi-
nistrações municipais na arre-
cadação de receitas e na
execução das despesas”.
O governante lembrou aos
empossados que a melhoria
da qualidade de vida da
população é traduzida na
satisfação dos serviços sociais,
como a saúde, educação,
saneamento básico, energia
eléctrica, água, habitação,
alimentação e vias de acessos.
Os novos administrador
municipais adjuntos foram
todos unânimes em reafirmar
a sua plena disposição em
trabalhar em prol do bem
estar das populações, respei-
tando sempre a lei.
Pedro Suculate
16 SOCIEDADE
ABERTURA DA ÉPOCA BALNEAR ACONTECEU ONTEM EM LUANDA
Afogamentos no país
matam 3.670 cidadãos
Ministério do Interior realiza um programa de prevenção
e segurança dos cidadãos nas praias, rios e lagoas do país
André da Costa
Durante os últimos oito anos,
um total de 3.670 cidadãos,
entre crianças, adolescentes
e adultos, morreu nas praias,
lagoas e rios do país, vítimas
de afogamento, segundo
dados revelados ontem à
imprensa, na Ilha de Luanda,
pelo secretário de Estado do
Ministério do Interior, durante
a abertura da época balnear
2018/2019.
Os afogamentos, na sua
maioria, disse Hermenegildo
Félix, derivam do incumpri-
mento, ignorância, desres-
peito e descuido por parte
das vítimas no tocante às
normas que regem o acesso
ao mar, no qual o banhista
não deve aceder à água depois
de uma refeição, bem como
a atenção que deve prestar
às crianças.
Segundo ele, os dados refe-
rem-se a 2010/2011 com 502
mortes (menos 128 do que
no ano anterior), 2011/2012
com 454 (-48), 2012/2013
com 254 (-200), 2013/2014
com 489 (+235), 2014/2015
com 438 (-52), 2015/2016
com 326 (-112), 2016/2017
com 656 (+330) e 2017/2018
com 555 (-101) mortos.
Hermenegildo Félix disse
que o Ministério do Interior
tem realizado um programa
de prevenção e segurança dos
cidadãos nas praias, rios e
lagoas do país, visando reduzir
o número de mortes por afo-
gamento e os riscos de desastres
que afectam principalmente
as populações residentes em
áreas ribeirinhas.
Durante o período em refe-
rência, as províncias de Luanda,
Benguela, Namibe, Lunda-
Norte e Huambo foram as que
mais mortes por afogamento
registaram, com realce para
A abertura da época balnear foi marcada com a realização de uma marcha na Ilha do Cabo
DADOS DAS ÉPOCAS
BALNEARES NO PAÍS
De 2010 a 2018, o Serviço
de Protecção Civil e
Bombeiros registou mortes
nas praias, rios, cacimbas e
lagoas
656
Mortes registadas entre
2016-2017
555
Mortes registadas entre
2017-2018
502
Mortes registadas entre
2010-2011
489
Mortes registadas entre
2014-2015
454
Mortes ocorridas entre
2012-2013
as duas últimas, onde os sinis-
tros ocorrerem essencialmente
em cacimbas.
O secretário de Estado do
Interior sublinhou que a época
balnear 2017/2018 registou
uma diminuição de 101 mortes
por afogamento, em relação
ao período anterior, e acres-
centou que o MININT trabalha
para reverter a situação, com
a implementação de acções
de prevenção, com realce
para o programa “Praias Segu-
ras de Angola”.
“O programa “Praias Segu-
ras” é uma mais-valia para
a protecção e preservação da
vida humana, por englobar
a formação e inserção de
equipas de nadadores-sal-
vadores, na prevenção e
socorro às vítimas, bem como
acções de mobilização da popu-
lação para reduzir os afoga-
mentos”, disse Hermenegildo
Félix, que acrescentou que o
Serviço de Protecção Civil e
Bombeiros, afecto ao Ministério
do Interior, está a sinalizar as
praias proibidas para banhistas,
assim como intensificar o tra-
balho de parceria com outros
organismos do Estado e a socie-
dade, visando reduzir as mortes
por afogamento.
Para Hermenegildo Félix,
o Ministério do Interior está
a trabalhar no sentido de
envolver crianças e a comu-
nidade para uma recreação
salutar sobre os cuidados a
observar nas praias, assim
como a promoção do desporto
náutico e de lazer.
“O Ministério do Interior
trabalha na promoção de polí-
ticas de gestão integrada para
salvar vidas humanas nas
praias marítimas e fluviais que
potenciam as unidades de
socorro a náufrago, e que pro-
movem o turismo e a protecção
do meio ambiente no país.”
O desenvolvimento de um
papel interventivo de resgate
e salvamento de cidadãos em
situação de crise ou perigo
de vida, constam das medidas
realizadas pelo Ministério do
Interior, por intermédio do
Serviço Nacional de Protecção
Civil e Bombeiros.
Para Hermenegildo Félix,
a abertura da época balnear
tem como propósito incentivar,
fomentar e manter nas praias
do país um clima de respeito
pelas normas de segurança,
no sentido de prevenir e repri-
mir a criminalidade no âmbito
balnear e assegurar que os
cidadãos conheçam as regras
de conduta e outros riscos que
cada praia pode apresentar.
DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕEA NOVEMBRO
Breves
ACIDENTE DE VIAÇÃO
TIRA A VIDA A CASAL
Um casal morreu há dias,
na povoação de Kicanda,
comuna do Lombe,
província de Malanje,
quando se dirigia à lavra.
O motorista que atropelou
mortalmente o casal fugiu
do local do acidente sem
ter prestado auxílio às
vítimas. O marido morreu
aos 58 anos e a mulher aos
52. Os moradores de
Kicanda já tinham
manifestado preocupação
com a falta de prudência de
camionistas, por
conduzirem em excesso de
velocidade quando passam
pelas aldeias próximas da
Estrada Nacional 230.
A preocupação é resultante
do intenso movimento de
crianças que vão à escola,
com risco iminente de
atropelamento.
Os moradores pedem a
colocação de quebra
molas, a fim de permitirem
a desaceleração dos
camionistas quando
passarem pelos bairros
situados ao longo
da estrada.
Francisco Curihingana|
Malanje
ASSOCIAÇÃO DE
DESEMPREGADOS
PROCURA APOIOS
PARA AS SUAS ACÇÕES
A falta de condições
financeiras dos seus
membros, bem como a
inexistência de apoios por
parte de instituições
públicas e privadas, tem
dificultado a realização
de várias actividades
agendadas para este
ano, por parte da
Associação Nacional dos
Trabalhadores Domésticos
e Desempregados de
Angola, revelou fonte
da agremiação.
Uma das actividades
preparada com a devida
antecedência, mas que
acabou por não se realizar
devido a dificuldades
logísticas, foi o primeiro
encontro nacional sobre
o emprego e desemprego,
em que pretendiam
abordar as causas, efeitos e
soluções, então marcada
para dia 13 de Setembro,
em saudação ao Dia
do Herói Nacional.
A agenda dessa agremiação
prevê realizar encontros
para estabelecer soluções a
curto e médio prazos e
definir uma nova estratégia
que possa garantir
dignidade dos associados.
Debater a política social
do Executivo na criação
de emprego, no combate
à fome e à pobreza, bem
como as autárquicas
locais, são temas que
preocupam os membros
da ANTRADODA. A difícil
situação social em
que se encontram os
desempregados, bem
como os empregados
domésticos, está a
comprometer a realização
das suas actividades, visto
que ela é uma ONG que
congrega pessoas carentes.
Kílsia Ferreira
CAMINHOS DA VIDA
LEOPOLDINA FEKAYAMÃLE
Professora dedicada
à causa das mulheres
A filha do Namibe desde cedo se apaixonou
pela literatura e pela intervenção social
Rui Ramos
Leopoldina Elamba Kassule
Kassinda Fekayamãle é a
segunda filha, dentre seis
irmãos, de Elias Kassinda e
Itelvina Cassule, e nasceu
no Namibe em 1995.
“O Namibe é o meu canto
no mundo, independente-
mente de onde vá haverá
sempre uma parte de mim
presa a este lugar”, disse
Leopoldina Fekayamãle, que
viveu a maior parte dos 23
anos de vida que tem nas
terras do deserto.
Leopoldina Fekayamãle
passou por muitos conflitos
por causa do nome. “Os meus
c o l e g a s a b u s ava m - m e
muito”, conta. Tinha cinco
nomes e só um era em por-
tuguês, os outros eram em
umbundu e os preconceitos
em relação às línguas regio-
nais faziam as pessoas dizer
coisas como “tens nomes
feios e o pior é que são mui-
tos”, “tens nomes desele-
gantes, do mato”.
Em 2010 Leopoldina
Fekayamãle vai para a Escola
de Formação de Professores
Patrice Lumumba, para fazer
o ensino médio. “Não queria
ser professora, sonhava ser
juíza, mas lembra-se de o
pai dizer “minha filha, nós
somos pobres, fazer forma-
ção de professores dá-te
acesso a um emprego”. Não
percebia essa visão do futuro
que o pai tinha, precisava de
viver um pouco mais, lidar
mais com o mundo. "Sabia
que era pobre, tínhamos dias
difíceis, faltava muitas vezes
o básico na mesa."
A época de ensino médio
foi a que transformou Leo-
poldina Fekayamãle no que
é hoje: uma menina apai-
xonada pela literatura e com
vontade de ser uma profes-
sora competente.
A convivência com o seu
primeiro professor de Lite-
ratura, Miguel Gullander,
levou-a a perceber que podia
ser uma experiência bastante
enriquecedora. “Ele dava
aulas com paixão, notava-
se o quanto ele amava o que
ensinava; tratava a todos com
respeito e carinho e puxava
por nós, incentivava-nos a
buscar a excelência.”
Nessa época, Leopoldina
Fekayamãle come çou a
transformar-se na leitora
voraz que é hoje, lia os clás-
sicos da Literatura Universal.
Na 11.ª classe começa a escre-
ver textos analisando os livros
que lia de forma crítica.
Chegou à 13.ª classe, o
último ano do ensino médio,
era o ano de estágio como
professora. Calhou na escola
11 de Novembro, no bairro
Kassanje. Seria a sua primeira
experiência como professora,
Domingo
23 de Setembro de 2018
CEDIDA
tinha 18 anos e o seu rosto
“parecia ainda mais criança
do que o de hoje”.
Em 2014, Leopoldina
Fekayamãle mudou-se para
a província da Huíla para
continuar os estudos no Ins-
tituto Superior de Ciências
da Educação (ISCED-Huíla),
no curso de Linguística-Por-
tuguês, tendo terminado o
em 2017. Foi a época de abra-
çar causas sociais e o começo
de um processo de cons-
ciencialização política, social
e cultural.
Aos 20 anos, Leopoldina
Fekayamãle tornou-se femi-
nista e decidiu envolver-se
nas lutas pelos direitos das
mulheres em Angola. “O
feminismo não é guerra entre
homens e mulheres, é sobre
justiça social e sobre repensar
e modificar as estruturas
que relegam a mulher para
posições de subalternização
na sociedade.”
Em 2016, Leopoldina
Fekayamãle junta-se ao
colectivo de mulheres “Ond-
jango Feminista” do qual faz
parte até hoje. “Trabalhar
com o Ondjango em prol dos
direitos das mulheres é uma
das melhores coisas que faço
na vida actualmente.”
Ainda em 2016, integrou
o grupo de redactores da
revista online “Palavra&Arte
“ e escreve artigos relacio-
nados com Ensino e Educa-
ção. “Trabalhar com a equipa
de jovens da revista é uma
forma gratificante de difundir
o amor pela literatura.”
No início de 2018, aos 23
anos, Leopoldina Fekaya-
mãle integra a equipa do
colectivo “AIA, Arquivo de
Identidade Angolano”, com-
prometido com o activismo
a favor das pessoas LGBTIQ
em Angola que ainda passam
por discriminações e pre-
conceitos sociais.
Leopoldina Fekayamãle
foi admitida no recente con-
curso público do Ministério
da Educação e diz estar ansiosa
por começar a dar aulas e
a transformar as salas de
aula em lugares de promo-
ção da cultura.
SOCIEDADE Domingo
23 de Setembro de 2018
VIH/SIDA EM MENINAS
Especialista do FNUAP pede mais engajamento do Executivo
Luta contra Sida
pede mais verbas
Kilssia Ferreira
A consultora para a saúde
sexual e reprodutiva do
Fundo das Nações Unidas
para a População (FNUAP),
Marina Coelho, recomendou
em Luanda, um maior
investimento e engajamento
do Executivo no projecto de
mobilização social e pre-
venção do vírus da sida.
A responsável da agência
especializada das Nações
VIGAS DA PURIFICAÇÃO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Unidas realçou a necessi-
dade de os governos expan-
direm o projecto de
mobilização de zonas rurais
e criar espaços fixos (mer-
cados, igrejas, escolas e
outro s ) para a s s e ss õ e s
informativas, garantindo
confidencialidade e liber-
dade de expressão.
Marina Coelho, que falava
durante o final da apresen-
tação do Projecto de Mobi-
lização Social e Prevenção
do VIH/sida, aconselhou
também o Executivo a criar
um sistema de manutenção
de stock de testes de VIH,
hepatites e sífilis.
A consultora para a Saúde
Reprodutiva frisou que a
meta do Projecto de Mobi-
lização Social e Prevenção
do VIH/Sida consiste em
atingir cerca de dez mil tes-
tagens, objectivo não con-
cluído, por causa da rotura
de stock de testes. Por isso,
entre Dezembro de 2016 e
Junho deste ano, foram rea-
lizados 7.885 testes nas pro-
víncias de Luanda, Cunene,
Huíla e Benguela.
Os dados globais referem
que Luanda, com três casos
positivos de VIH/sida, num
total de 2.496 testes reali-
zados em quatro províncias
do país, no quadro de Pro-
jecto de Mobilização Social
de Meninas na Prevenção da
doença, está a registar um
avanço positivo em termos
de precaução da infecção do
vírus, embora tenha testado
menos pessoas.
No total, 54 casos positivos
de VIH/sida foram registados
em mulheres e homens dos
dez aos 24 anos, no período
em estudo, nas referidas pro-
víncias, com base nos dados
do projecto desenvolvido
entre o Governo angolano e
o FNUAP.
Em função das amostras
apresentadas, os promotores
do projecto concluíram que
a maior prevalência é entre
pessoas com idades acima
dos 25 anos. Por exemplo,
nestas pessoas foram feitos
1.131 testes, dos quais 24
deram resultados positivos.
O projecto de mobilização,
que apontava para 30 mil
meninas das quatros pro-
víncias, consiste em esti-
mular a criação de ambientes
propícios para a prevenção
do VIH/sida entre meninas
dos dez aos 24 anos dentro
e fora da escola, mas ascen-
deu a 34.082.
Os organizadores con-
sideram que a meta alcan-
çada por cada uma das
províncias é uma demons-
tração do quanto as meninas
e mulheres jovens estão
preocupadas em discutir
sobre as suas experiências
e preocupações relaciona-
das com a saúde sexual e
reprodutiva.
Os resultados mostram,
por exemplo, que a província
da Huíla alcançou o maior
número de meninas mobi-
lizadas, com uma percen-
tagem de 9.807. Benguela
ocupa o segundo lugar, com
9.257, Cunene, com 7.518, e
Luanda, em último lugar,
com 7.500 meninas abran-
gidas pelo projecto.
A actividade de apresen-
tação dos resultados do pro-
jecto contou com a presença
de Alcine Cunha, em repre-
sentação da ministra da
Juventude e Desportos, Ana
Paula Neto, de Paolo Balla-
delli, representante residente
do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvi-
mento (PNUD), e de António
Coelho, secretário executivo
da Rede Angolana das Orga-
nizações Não Governamen-
tai s de Luta Contra o
VIH/sida (ANASO), entre
outras individualidades.
A palavra à EPAL-EP
A Empresa Públicade Águas,
EPAL-EP, tomou conheci-
mento de uma notícia publi-
cada no Jornal de Angola, no
dia 23 de Julho do ano cor-
rente, na página 24 da secção
Sociedade, com o título “Altas
tarifas de água deixam con-
sumidores agastados”.
Perante o exposto, vimos
junto de V. Exas. esclarecer
o seguinte:
1- O novo tarifário plas-
mado no Decreto Executivo
Conjunto nº 230/18 de 12
de Junho de 2018 será apli-
cado na facturação do con-
sumo do mês Julho, cujo
processamento está previsto
para os primeiros dias do
mês de Agosto. Nesta pers-
pectiva, são injustificadas
as informações publicadas
no vosso jornal sobre a inci-
dência do novo tarifário nas
facturas da EPAL-EP.
2- Os moradores da Cen-
tralidade do Kilamba têm
uma facturação com base
na leitura de contador. Na
ausência de leituras, por
falta de acesso ao edifício
ou aos armários de conta-
dores, recorre-se à média
de consumo, que é ajustada
logo que se consiga efectuar
a leitura. Nestes casos o
acerto pode resultar em
débito, “se o consumo regis-
tado no contador for superior
aos valores facturados”, ou
crédito, “se o consumo regis-
tado no contador for inferior
17
aos valores facturados.”
3- A facturação da Cen-
tralidade do Kilamba dife-
rencia-se das outras zonas,
devido à cobrança da Taxa
de Saneamento, resultante
dos serviços prestados na
Estação de Tratamento de
Águas Residuais existente
na Centralidade.
4- Para o tratamento de
reclamações e eventuais
esclarecimentos, a Centra-
lidade do Kilamba dispõe
de uma Agência Comercial
na rua Amílcar Cabral nº
198 B, quarteirão L, um posto
de cobrança no Xyami Cen-
tro Comercial e um posto
móvel no quarteirão W,
junto ao edifício nº 11.
5- O jornalismo pauta-
se pelo princípio do con-
traditório, motivo que nos
leva a convidar a imprensa
a fazer o seu papel de cla-
rificar e manter rigorosa a
informação que prestamos
com verdade, porque tal
nos é exigido.
O Conselho de Admi-
ni stração da EPAL - EP,
ciente do compromisso que
tem, continuará a trabalhar
para melhorar o abasteci-
mento de água à província
de Luanda.
Direcção de Comunica-
ção e Marketing, em Luanda,
14 de Setembro de 2018.
O director
Domingos Paciência
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(300.044)
18 LAZER
HOJE NA HISTÓRIA
Nasce o cantor
espanhol Júlio Iglesias
Num dia como hoje, a
23 de Setembro de 1943,
nasce Júlio José Iglesias
Puga de la Cueva, mais
conhecido como Júlio
Iglesias. É um ex-fute-
bolista, cantor, com-
positor e empresário
espanhol de fama inter-
DESCUBRA AS SETE DIFERENÇAS
CURIOSIDADES
O uso de aparelhos para os dentes
O aparelho ortodóntico,
ou aparelho dentário, é
um dispositivo utilizado
por ortodontistas nos seus
pacientes para fazer o ali-
nhamento dos dentes
quando eles se desen-
volvem com uma má for-
mação. Serve para corrigir
a posição dos dentes para
fins estéticos e funcionais.
Existem vários tipos
de aparelhos para os den-
tes, dentre eles os fixos
e os removíveis. O tipo
de aparelho ideal para a
correcção dos dentes
depende de uma avalia-
ção criteriosa do orto-
dontista. Os aparelhos
removíveis estão mais
indicados para pequenos
movimentos dentários e
pacientes em fase de
crescimento onde se pode
aproveitar o crescimento
deste paciente, a deno-
minada ortopedia fun-
cional dos maxilares, cujo
objectivo principal é a
alteração do crescimento
ósseo da face. Já a apa-
relhagem fixa, composta
de bráquetes colados aos
dentes, está mais indicada
nacional. Iglesias dedi-
cou-se inicialmente à
carreira desportiva,
com o objectivo de tor-
nar-se um jogador pro-
fissional de futebol.
Jogou no Real
Madrid, na posição de
guarda-redes, mas, na
por Casimiro Pedro
para pacientes que neces-
sitam de uma movimen-
tação maior dos dentes
impedindo inclinações
indesejáveis, tendo em
vista a possibilidade de
controlar o dente tridi-
mensionalmente nestes
tipos de aparelhos. Exis-
tem vários tipos de téc-
nicas tanto para aparelhos
removíveis como para
fixos, cabendo ao orto-
dontista avaliar a mais
adequada para cada tipo
de má oclusão.
Os aparelhos dentários
estéticos podem ser fixos
ou removíveis.
Os aparelhos fixos
estéticos são feitos de
porcelana policristalina,
que dá uma aparência
mais opaca ao bráquete,
ou monocristalina que
dá uma característica
translúcida ao bráquete,
mais conhecidos como
safira. Existem também
aparelhos ortodónticos
estéticos totalmente
re m ov íve i s e q u a s e
imperceptíveis, nor-
malmente compostos de
poliuretano, que aplicam
noite de 22 de Setembro
de 1963, quando con-
duzia o seu carro, sofreu
um acidente que o dei-
xou semi-paralisado
durante um ano e meio,
com poucas hipóteses
de voltar a andar.
Internado no Hospital
Eloy Gonzalo, em Madrid,
passou a escrever poemas
românticos que encan-
taram uma das enfer-
meiras que lhe atendia;
ofereceu uma viola, a
partir daí começou a
forças mais leves e des-
tinados a problemas
menos severos.
Em 1881, pesquisa-
dores ingleses encon-
traram uma múmia, nas
margens do rio Nilo, no
Egipto, com idade esti-
mada por arqueólogos
entre 3000 e 2500 anos
de idade, que tinha uma
e sp é cie de aparelho
dentário. Era uma tira
de metal, que prendia
os dentes mais tortos
da múmia.
Hipócrates e Aristó-
teles, na Grécia antiga,
já discutiam ideias sobre
como corrigir dentes tor-
tos. Já os etruscos, pren-
diam as arcadas dos seus
mortos com tocos de
madeira para que eles
não caíssem no túmulo,
pois acreditavam que,
assim, o falecido manteria
um belo sorriso na vida
após a morte. E no século
1 aC, o fisiologista romano
Aurelius Cornelius Celsus
escreveu um tratado em
que recomendava a pres-
são dos dedos para cor-
rigir os dentes.
Domingo
23 de Setembro de 2018
musicar os poemas.No
final dos anos 1960, já PALAVRAS CRUZADAS por Paulo Freixinho
totalmente recuperado
do acidente, procurou
uma produtora musical
para oferecer as can-
ções aos intérpretes da
empresa.
Propuseram-lhe que
cantasse “La vida sigue
igual”, no Festival de
Benidorm.
Sagrado grande ven-
cedor, assinou o seu pri-
meiro contrato com a
Columbia Records.
HORIZONTAIS VERTICAIS
1 - Lagoa (...), as águas do rio 1 - Fiado, empréstimo.
Luxiko correm lentamente 2 - Aquele que nega a existência
sobre esta lagoa de Deus.
proporcionando uma 3 - Soberano.
paisagem bastante 4 - A unidade.
agradável a todos que se 5 - Ridículo, fora de moda.
deslocam àquele local na 6 - Escuta.
província da Lunda Norte. 7 - Segurança.
7 - Termo. 10- Parcela. 8 - Viagem.
11 - Órgão do sentido da 9 - Reside.
audição e do equilíbrio. 12 - Observei.
13 - Regra. 14- Mover 14 - Caminho por mar.
ANEDOTAS circularmente (os olhos).
15 - Ouro (símbolo químico).
16 - Roupa exterior do homem.
17 - Que contém mil.
16 - Instrumento para soprar o 18 - Rosto.
Na rua, iam dois homens lume e para introduzir o ar 19 - Terceira nota musical.
embriagados, um atrás nos canos do órgão. 21 - A mim.
do outro. O homem da 17 - Terreno inculto, coberto de 22 - Divisão do tronco de uma
frente diz: plantas agrestes. 18- Um árvore.
cento. 20- Segue o exemplo 23 - Apanha.
— Se eu fosse o ministro, de. 22- Destruição 25 - Que se pode cortar, partir ou
isto seria uma maravilha. completa. 24- Ligação mastigar facilmente.
As casas eram de borla, (figurado). 25- Invólucro de 26 - Governador árabe.
não haveria inflação, um produto. 27 - Linhas Aéreas de Angola.
toda a gente receberia 27 - Assunto. 28- Redução das 28 - Legar.
bem, não existiria formas linguísticas “de” e “a” 30 - Juntei.
pobreza, … numa só. 31 - Decilitro (abreviatura).
Falando sem parar, o 29 - Dado aos prazeres do 32 - Entregou.
homem caminha em mundo. 32- Sofrimento. 34 - Compact Disc.
33 - Cheirar. 34- Comer a ceia.
direcção a uma tampa 35 - Assumir expressão alegre.
do esgoto aberta e cai 36 - Tecido adiposo.
lá dentro. Então, o
homem de trás diz:
— É sempre a mesma
coisa. Um governo que
promete e não cumpre
cai! SUDOKU
Estava um polícia a fazer
uma investigação e diz,
convicto:
— Não há dúvida. Este
homem suicidou-se.
— Mas como é que é
possível? Então não foi o
outro que o matou, com Preencha toda
uma espada? - pergunta a grelha com
o colega, admirado. números de 1 a 9.
— Foi. Mas quem o Cada número
não deverá ser
mandou fazer frente a utilizado mais do
uma espada com um que uma vez por
simples pau?! linha, por coluna
e por quadrado
de nove casas.
Uma rapariga vai
candidatar-se a ama de
um casal rico.
— Acho que tu ainda és
muito pequena, para
SOLUÇÕES dos problemas do dia 23 de Setembro de 2018
ficar a tomar conta de PALAVRAS CRUZADAS SUDOKU SETE
um bébé. – diz a mãe DIFERENÇAS
HORIZONTAIS
da criança. 1 - KARUMBO. 7- FIM. 10- ITEM. 11- OUVIDO.
13- LEI. 14- REVIRAR. 15- AU. 16- FOLE. 17-
• A bola,
— Pois saiba que é uma MATO. 18- CEM. 20- IMITA. 22- RAZIA. 24-
ELO. 25- TARA. 27- TEMA. 28- DA. 29-
• O telhado,
vantagem, MUNDANO. 32- DOR. 33- INALAR. 34- CEAR.
35- RIR. 36- GORDURA.
• A camisola,
minha senhora! – • A barba,
VERTICAIS
Respondeu a 1- KILAPI. 2- ATEU. 3- REI. 4- UM. 5- BOELO. • Os dedos,
6- OUVE. 7- FIRMEZA. 8- IDA. 9- MORA. 12-
candidata. VI. 14- ROTA. 16- FATO. 17- MILENAR. 18- • A orelha,
CARA. 19- MI. 21- ME. 22- RAMO. 23-
— Se eu deixar cair o AGARRA. 25- TENRO. 26- EMIR. 27- TAAG. • A janela.
28- DOAR. 30- UNI. 31- DL. 32- DEU. 34- CD.
bebé a queda é de
pouca altura!
Domingo
23 de Setembro de 2018 19
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20 GENTE Domingo
23 de Setembro de 2018

HUÍLA (LUBANGO)
COMUNIDADE ANGOLANA
Mayazuda pesquisa
Figura de Agostinho Neto hábitos e costumes
enaltecida em Cuba Os ritmos, assim como
os hábitos e costumes
da população da Huíla,
farão parte do
próximo trabalho
A comunidade angolana em Cuba enalteceu no sábado, dia 15, a figura do primeiro Presidente de Angola, discográfico de
Dr. António Agostinho Neto, durante uma actividade político-cultural realizada pela Embaixada de Angola Mayazuda. Maya Pinto,
para assinalar o Dia do Fundador da Nação e do Herói Nacional, que se celebra a 17 de Setembro. A actividade, artisticamente
presidida pelo embaixador de Angola em Cuba, José César Augusto “Kiluanji”, contou com a presença de conhecida como
embaixadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Comunidade de Desenvolvimento Mayazuda, esteve
da África Austral (SADC), antigos embaixadores de Cuba em Angola, diplomatas angolanos, comunidade na cidade do
estudantil angolana e outros convidados. Chamado a pronunciar-se sobre o homenageado, o adido de Imprensa Lubango, capital
da Embaixada de Angola em Cuba, Fernando Tati, considerou que o exemplo de Agostinho Neto, assim como da província da
o seu profundo amor à Pátria e ao povo, continuam válidos hoje para todo o povo angolano, em particular para Huíla, com a
a juventude, que deve empenhar-se na sua formação académica para contribuir melhor para o desenvolvimento finalidade de
do país. A programação incluiu a declamação de poemas de Agostinho Neto, música e a exibição de um vídeo efectuar
com depoimentos de várias personalidades, maioritariamente cubanas, que conviveram com Agostinho Neto pesquisas
e relataram episódios dessa vivência. de conteúdos
musicais que integram
CEDIDA PELA EMBAIXADA DE CUBA
o acervo musical do
seu próximo trabalho
discográfico, revelou
a autora de “Simba
Ué” e de “Kwankaran”.
O álbum interpretado
em português, vai
contemplar vários
estilos musicais, com
realce para kuduro e
house music, e contará
com subsídios
de artistas nacionais
e estrangeiro,
nomeadamente The

PAULO MULAZA | EDIÇÕES NOVEMBRO

Groove, Bebucho
que Cuia, Telma Lee
e Edmásia e do
moçambicano Afro
Madjaha. Dezembro
próximo será a data de
lançamento da sua
primeira obra discográfica
intitulada “Minha Bênção”.
Além de cantora, Mayazuda
foi Miss Maianga 2011,
tendo também
experimentado
a carreira de actriz.

INTERNACIONALIZAÇÃO PROGRAMA “NA BACK”

Os desafios Manda Chuva divulga
artísticos dança na Europa
de Lil Saint O kuduro e os diferentes estilos de dança de Angola
estão em evidência no continente europeu.
O músico e apresentador Manda Chuva é o rosto
principal do programa televisivo “Na back”, cujo
A vida é feita de desafios. Foi foco principal é a internacionalização dos
nesta senda que o músico Lil diferentes estilos musicais, com destaque
Saint anunciou no Lubango para o kuduro. Segundo informação
que vai apostar, a partir de disponibilizada à Gente, a partir da Europa,
2019, na internacionalização Manda Chuva revela que o propósito é a
da sua carreira, com a realização de internacionalização do estilo e avaliar o
digressões pelas Américas e Europa. progresso do kuduro na diáspora. Outro
Apesar de não indicar datas, revelou o dos objectivos é mostrar a patente cultural
objectivo de divulgar as suas canções e angolana em países da Europa, com realce
afirmar-se no mercado internacional. para Portugal, França, Holanda, Espanha,
O autor de temas como “Volta só já” Bélgica, Alemanha e Suécia. “Aqui na
DOMBELE BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO

e “Canta comigo” disse que neste diáspora existem muitos bons

momento decorre o processo de fazedores de kuduro, tanto
CEDIDA PELO APRESENTADOR

assinatura de protocolos com alguns angolanos como os residentes.

promotores de eventos do estrangeiro, O programa vai mostrar vários
para definir a agenda. Lil Saint gravou os kuduristas que fazem sucesso
discos “Entre a vida e a música” e “New na diáspora. A Bekuduro
Day” em 2011 e 2017, respectivamente. é o único canal deste estilo”,
salienta o músico em nota
endereçada à reportagem da Gente.
GENTE Domingo
23 de Setembro de 2018 21
SÃO PETERSBURGO (RÚSSIA)
Angola em “peso”
no Fórum das Mulheres
A ministra da Cultura, Carolina Cerqueira, encontra-se desde quarta-feira em São Petersburgo,
a maior cidade da Rússia. Segundo uma informação endereçada à reportagem da Gente pelo
Ministério da Cultura, Carolina Cerqueira encabeça a delegação angolana que participa no II Fórum
das Mulheres da EuroAsia (Europa-Ásia). O evento, que conta igualmente com a presença de
distintas individualidades femininas africanas, inclui debates sobre economia, experiências de
parlamentares e debates sobre as temáticas do desenvolvimento sustentável e segurança global.
No painel sobre a mulher e o progresso social, a titular da pasta da Cultura de Angola foi convidada
a dissertar sobre os museus como pólo cultural de excelência. Em abordagem, consta ainda a
questão da mulher na Cultura, entre a tradição e a inovação, que irá permitir a troca de experiências
com base nas realidades e desafios das sociedades dos países presentes e o interesse das mulheres
nas iniciativas locais e globais. A delegação angolana integra quadros seniores do Ministério
da Cultura e o ministro conselheiro da Embaixada de Angola na Rússia, Gonçalves Miguel.
As imagens são da responsabilidade do Ministério da Cultura.

DISCOGRAFIA FÉRIAS

O “Dentro da Chuva” O imparável

de Aline Frazão Calado Show
Calado Show é um homem imparável.
Nem mesmo as férias impediram o
humorista de exibir-se nas localidades
em que se acomodou.
Em entrevista recente a um dos canais
Ana Aline dos Santos Frazão está de regresso às televisivos do país, Calado Show
lides discográficas. Segundo nota endereçada à revelou que esteve ausente do país em
reportagem da Gente, a sessão de apresentação gozo de férias, durante o mês de Agosto.
estava agendada para o dia 21 de Setembro, O humorista aproveitou os dias de
sexta-feira, inicialmente pelas diferentes redes descanso para conhecer diferentes
sociais disponíveis na Internet. O novo “rebento” países e viajar de norte a sul da
discográfico denomina-se “Dentro da Chuva”, sob Europa. Mas, nem mesmo isso
a chancela da produtora SOBA e-Music, sendo o o impediu de facturar alguns
quarto álbum de originais de Aline Frazão. Depois tostões. “Nem mesmo as férias me
do disco “Clave Bantu (2011), Movimento (2013) impediram de facturar. Aproveitei
e Insular (2015), Aline Frazão traz ao público a minha permanência pela
um álbum constituído por 11 faixas musicais. Europa para ganhar algum
O álbum conta com a participação dinheiro em diferentes casas
do violoncelista Jaques Morelenbaum, nocturnas”, respondeu
passando pelo percussionista Calado Show, quando
Zero Telles, pela cantora e compositora brasileira questionado sobre o seu
Luedji Luna e pelo português João Pires silêncio. O humorista não
ARQUIVO DO HUMORISTA

(Coladera), que partilha com Aline a autoria de revelou quanto ganhou,

uma das canções. Em Angola, o álbum poderá ser mas disse
ANDRÉ SANTOS

comprado em kwanzas pela plataforma online que nesta sua curta

SOBA e-Music, na página: www.soba-store.com. passagem pela Europa
esteve em países como
22 DESPORTO
ANDEBOL JÚNIOR MASCULINO
Técnico reconhece mau trabalho nos escalões que dão sustento à alta competição
Fraca qualidade na formação
coloca Angola no sexto lugar
Selecção às ordens de Filipe Cruz evidenciou debilidades
técnicas e tácticas no campeonato disputado em Marraquexe
Teresa Luís
A baixa qualidade do tra-
balho feito nos clubes nos
escalões de formação está
na origem do sexto lugar
alcançado pela Selecção
Nacional júnior masculina
de andebol, na 24.ª edição
do Campeonato Africano das
Nações (CAN), disputado
recentemente na cidade de
Marraquexe, Marrocos.
A constatação foi feita pelo
seleccionador Filipe Cruz,
em entrevista ao Jornal de
Angola. O técnico lamentou
a prestação do “sete” nacio-
nal, que esteve aquém das
expectativas, mas defendeu
um encontro urgente da
família do andebol, para
inverter o quadro actual.
“Não estamos a trabalhar
como devíamos nos escalões
jovens. Houve situações
incompreensíveis durante
os jogos, com muitas debi-
lidades técnicas e tácticas.
A fase actual é deficitária; pre-
cisamos de organizar a casa.
Desta vez fomos apenas par-
ticipar. Foi impossível ombrear
de igual para igual com os
adversários”, afirmou.
Segundo Filipe Cruz, o
facto de Angola falhar o CAN
de 2016 criou um vazio e
acrescentou que após o “Afri-
cano” do Quénia em 2014,
onde conquistou a medalha
de bronze, se regista uma
quebra qualitativa.
“Alguns jogadores juniores
que estiveram comigo no
Gabão (2012) e Quénia estão
na selecção principal. Quatro
anos depois só o Feliciano
Coveiro integrou os seniores.
É uma situação preocupante
face ao futuro”, explicou.
Dos 16 atletas que repre-
sentaram o país na prova,
sete são do 1º de Agosto.
Apesar deste contra-senso,
Filipe Cruz deu mão à pal-
matória. “Se estivéssemos
a trabalhar bem na forma-
ção, antes da partida, eu
teria definido os objectivos
do grupo, tal como acontece
em seniores. Os jogadores
participam nos campeona-
tos nacionais e provinciais,
mas é difícil ver um com
nível aceitável. Um ou outro
tem qualidade, mas estão
atrasados”, realçou.
Q u e s t i o n a d o s o b re a
resolução do problema, o
seleccionador assegurou
ter contactado os membros
da associação de treinado-
res, no sentido de aborda-
rem a situação.
“Não estamos a
trabalhar como
devíamos nos
escalões jovens.
Houve situações
incompreensíveis
durante os jogos,
com muitas
debilidades técnicas
e tácticas”
“Se formos capazes de
discutir o assunto, juntos
p o demo s encontrar um
denominador comum. Temos
de falar todos a mesma língua.
Se assim não for, é melhor
não pensarmos no futuro.
As nossas ideias de jogo pre-
cisam de ser as mesmas e
assim resolvermos a cem
por cento ou a maior parte
dos défices”, desabafou.
Apesar do diagnóstico
JOÃO GOMES | EDIÇÕES NOVEMBRO
preocupante, no cômputo
geral, Filipe Cruz considera
positiva a evolução da selec-
ção durante a competição
e reconheceu no palco do
Africano que exigiu demais
dos atletas.
“Angola ficou na penúl-
tima posição, mas foi notório
o crescimento de jogo a jogo.
Em função das nossas ideias
relativamente à preparação,
sentimos que os jogadores
assumiram de forma titu-
beante as nossas orientações.
Neste tipo de provas devemo-
nos apresentar ao mais alto
nível. As debilidades técnicas
e tácticas, dificuldades na
interpretação do jogo e defi-
ciências físicas, fizeram com
que os resultados fossem os
indesejados”, salientou.
Com a desistência da
Líbia, o campeonato foi
jogado em “poule” única.
O técnico explicou que, ape-
sar de estarem bem na pri-
meira parte dos desafios,
na segunda fase a má con-
dição física dos jogadores
veio ao de cima e destapou
as fragilidades do combi-
nado nacional.
“Jogar em ‘poule’ única
foi mais difícil e complicado.
A falta de contacto regular
é preocupante. Os nossos
atletas são todos franzinos,
cuja média de altura é de
1,75 metros a 1,78. Ainda
assim, os rapazes tudo fize-
ram para dignificar o nosso
andebol. Foi importante
ganhar experiência inter-
nacional. Saímos ricos em
todos os aspectos de jogo e
isso vai servir de alavanca
para encararmos os próximos
desafios de outra forma”,
afirmou o treinador.
Breves
XADREZ ANGOLANO
JOGA OLIMPÍADAS
NA CIDADE DE BATUMI
A selecção angolana de
xadrez embarcou ontem às
18 horas para a cidade de
Batumi (Geórgia), onde
de 24 de Setembro
a 5 de Outubro disputa
as Olimpíadas, com
o propósito de dignificar
o continente africano.
Inicialmente prevista para
sexta-feira, a viagem
aconteceu apenas ontem,
por razões administrativas.
Com o objectivo de ficar
entre os três melhores de
África na competição
mundial, a caravana
chefiada pelo secretário-
geral da federação
angolana da modalidade
(FAX), Manuel Pedro, é
integrada por oito
xadrezistas, entre os quais
Luciano Oliveira, Erickson
Soares e Catarino
Domingos (Mestres
Internacionais), e Sérgio
Miguel (especialista).
Em femininos , defendem
as cores do país as mestres
Fide (MF) Ednásia Júnior,
Luzia Pires, Irinea Gabriel e
Delfina João. David Silva e
Esperança Caxita, também
mestres, juntam-se
à equipa já no local
do evento, saídos da
Turquia, onde disputaram
o Mundial.
De acordo com Manuel
Pedro, além das
Olimpíadas, Angola
participa também no
congresso da Federação
Internacional de Xadrez
(Fide). Na cerimónia,
marcará presença uma
delegação chefiada pelo
presidente de direcção da
FAX, Tito Martins.
A última participação de
Angola foi em 2016. Na
altura, a FAX era liderada
por Aguinaldo Jaime.
ERROS DA FERRARI
PREJUDICAM VETTEL
Bernie Ecclestone comentou
o actual estado da Ferrari e
os erros que a equipa tem
cometido nos últimos
tempos, prejudicando a
corrida ao título por parte
de Sebastian Vettel. O antigo
líder da Fórmula 1 diz que,
na altura de Michael
Schumacher, a equipa
italiana não cometia
erros destes.
“O Vettel foi, infelizmente,
puxado para trás pela Ferrari
em Monza e agora
novamente em Singapura,
ao chamarem-no muito
cedo para a troca de pneus.
Isto nunca aconteceria com
o Schumi (Michael
Schumacher). Na verdade,
tudo já está decidido, o
Hamilton é o campeão do
Mundo”, disse Bernie
Ecclestone durante uma
visita à Ringier Pressehaus,
grupo que publica, entre
outros, o jornal “Blick”.
A seis corridas do fim do
campeonato, Lewis
Hamilton lidera com mais 40
pontos do que Sebastian
Vettel. O próximo Grande
Prémio, agendado para
Domingo, 30 do corrente,
acontece na cidade olímpica
de Sochi, Rússia.
BASQUETEBOLISTA RECUPERA DE CIRURGIA
Reggie Moore falha
disputa da Supertaça
Contratado esta época pelo
ASA, o extremo-poste Reggie
Moore, 2,02 metros, 37 anos,
falha, por estar a recuperar
de cirurgia ao nariz, a disputa
da Supertaça Wlademiro
Romero em basquetebol
sénior masculino, frente ao
1º de Agosto, na quarta-feira,
às 18 horas, no Pavilhão Gim-
nodesportivo da Cidadela.
Reggie Moore contraiu a
lesão maxilo-facial (fractura
do osso nasal) a 16 do cor-
rente, ao serviço da Selecção
Nacional sénior, no jogo
diante da Tunísia, último
referente à quarta janela do
Torneio Africano de Quali-
ficação para a 18.ª edição do
Campeonato do Mundo, a
decorrer de 31 de Agosto a
15 de Setembro do próximo
ano, na China.
O jogador encontra-se
em Portugal onde recupera
satisfatoriamente da cirurgia,
apurou o Jornal de Angola
junto do médico dos hen-
decacampeões africanos,
João Mulima.
Em declarações ao JA, João
Mulima esclareceu: “Infeliz-
mente, não disponho ainda
Extremo-poste defende nesta temporada as cores do ASA
ÉPOCA 2018/2019
Academia Olímpica
estreia na natação
A equipa da Academia Des-
portiva Escolar Olímpica da
A n u n c i a ç ã o ( A DE OA )
estreia-se este ano nos Cam-
peonatos Provinciais e Nacio-
nais de natação, sob a égide
da Federação Angolana da
modalidade (FAN), época
desportiva 2018-2019.
O anúncio foi feito ontem
pela vice-presidente da fede-
ração, Ana Lima, durante a
terceira edição do festival
de natação que marcou a
abertura da presente tem-
porada, no Complexo da
Piscina de Alvalade.
A dirigente afirmou que
a inclusão de alguns clubes
e escolas na competição
visa trazer outra dinâmica
ao s ca mp e o n ato s e p o r
esta via elevar o potencial
das equipas.
“Pretendemos massificar
cada vez mais a prática da
natação e contribuir para o
aumento substancial do
Domingo
23 de Setembro de 2018
do relatório. Tudo quanto lhe
posso dizer é que a cirurgia
correu bem e a recuperação
tem sido a melhor. Agora tem
de ficar em repouso absoluto.”
Prosseguindo, o clínico
disse: “A operação podia ter
sido feita em Tunes (capital
tunisina), onde o atleta lesio-
nou-se e a FIBA cobriria
todos os custos inerentes,
mas achámos por bem não
fazer, por depois ser arriscado
viajar por causa da altitude.
Em Portugal é diferente por
ele ter família lá.”
Reggie Moore, agora com
dupla nacionalidade, norte-
americana e angolana, após
naturalização, chegou a
Luanda em 2008, para defen-
der as cores do extinto Recrea-
tivo do Libolo, equipa da
província do Cuanza-Sul e
cujos direitos desportivos
foram adquiridos pelo Sport
Libolo e Benfica, formação
extinta oficialmente esta
semana pelos dirigentes.
De 2012 a 2014, jogou no
1º de Agosto e de 2015 a 2017
re p re s e n to u o Pe t ro d e
Luanda.
Anaximandro Magalhães
DR
número de praticantes”, disse
Ana Lima.
No festival participaram
atletas dos clubes de Luanda
e das diferentes escolas de
natação, bem como profes-
sores, juízes e cronometristas.
As provas dos 15 e 50 metros
livres para nadadores entre
os 10 e 12 anos, demonstra-
ções de estafetas 4x25 metros
para os atletas dos 13 e 14,
aula de ginástica para crianças
dos 8 aos 12 anos, e natação
livre na categoria “masters”
foram os momentos mais
altos da actividade.
O festival encerrou com
uma partida do pólo aquático,
tendo a equipa do Onda Sport
Clube perdido diante da
ADEOA, por 5-4. Após o tor-
neio de abertura da época
desportiva, as distintas for-
mações começam a preparar
a disputa da “prova do mar”,
agendada para 29 do corrente,
às 10h00, na Baía de Luanda.
DESPORTO
23 de Setembro de 2018
FUTEBOL
Kabuscorp está
focado no título
do Girabola
O Kabuscorp do Palanca
abre as suas “oficinas”, na
próxima quarta-feira, com
a realização dos testes médi-
cos, tendo em vista a época
futebolística 2018/2019, onde
o objectivo visa a conquista
do título do Girabola.
No dia seguinte, os palan-
quinos seguem para a pro-
víncia de Benguela, onde
realizam um estágio de pré-
temporada, à semelhança
do ano passado.
Com o propósito de regres-
sar às grandes conquistas no
campeonato, após o feito
inédito de 2013, a direcção
do Kabuscorp aposta na
experiência de Paulo Torres,
ex-treinador do Interclube,
depois do terceiro lugar
alcançado no campeonato.
“No Girabola, o Kabuscorp
entra sempre com o foco no
título. Este ano não vai fugir
à regra. Estamos a montar
uma equipa forte e capaz de
voltar a vencer a competição.
Na época finda não foi pos-
sível o título, porque surgiram
alguns problemas alheios à
nossa vontade. Não estamos
preocupados com as questões
levantadas pela FIFA. Penso
que o actual elenco da FAF
é causador dos casos que
foram surgindo”, disse.
ARÃO MARTINS | EDIÇÕES NOVEMBRO
"O Girabola perdeu qua-
lidade com a retirada de pon-
tos ao Kabuscorp. Depois
dos problemas vividos pelo
Libolo e Kabuscorp, obrigou
o 1º de Agosto a organizar-
se", justificou à Rádio Cinco,
Bento Kangamba.
No Kabuscorp, Paulo
Torres fez uma redução no
plantel, tendo dispensado
sete jogadores, casos de
Libero, Debele, Mussumar,
Dário, Nandinho, Filhão e
Gui. Os reforços são anun-
ciados durante o estágio
pré-competitivo, na cidade
de Ombaka.
Quanto à notícia veicu-
lada de que o Kabuscorp
encerrava as portas por
razões financeiras, o dirigente
desportivo desvalorizou a
informação posta a circular.
Não é verdade. É uma brin-
cadeira de mau gosto de
alguém que quer denegrir
a minha imagem e do meu
clube. O Kabuscorp está bem
e recomenda-se, garantiu
Bento Kangamba.
Em 2018, o Kabuscorp
ocupou o modesto nono
lugar, com 32 pontos. Venceu
nove jogos, perdeu dez, mar-
cou 30 golos e sofreu 37.
António de Brito
Domingo
ASSEGURADA A QUALIFICAÇÃO À PENÚLTIMA FASE
1º de Agosto regressa hoje
com visto das meias-finais
Tri-campeões nacionais são aguardados no Aeroporto
Internacional por dirigentes, sócios e adeptos do clube
Jogadores estão moralizados e querem fazer história na Liga dos Clubes Campeões Africanos
António de Brito
Com o apuramento garantido
para as meias-finais da Liga
dos Clubes Campeões, onde
cruza com o Esperance de
Tunis, ao eliminar nos quar-
tos-de-final o TP Mazembe,
sexta-feira no Estádio de
Lubumbashi, com empate a
um golo, após o nulo na pri-
meira -mão, o 1º de Agosto
regressa hoje à noite ao país,
via Joanesburgo.
No Aeroporto Internacio-
nal 4 de Fevereiro, a formação
militar deve ser aguardada
seguramente por sócios,
adeptos, simpatizantes, ami-
gos do clube e público em
geral, no intuito de prestarem
o merecido tributo à equipa
pelo feito alcançado na prova
continental.
O 1º de Agosto é a segunda
equipa angolana a marcar
presença nas meias-finais
da Liga dos Clubes Cam-
peões, depois de o Petro de
Luanda ter conseguido tal
proeza, em 2001.
No jogo da primeira-mão,
o 1º de Agosto recebe o Espe-
rance de Tunis, no dia 2 de
Outubro, no Estádio Nacional
11 de Novembro. A segunda-
mão disputa-se a 23 do
mesmo mês, no Estádio
Olímpico de Radès, em Tunis.
O Esperance não é um
adversário desconhecido do
1º de Agosto. Ambas as equi-
pas defrontam-se pela quinta
vez nas competições sob a
égide da Confederação Afri-
cana de Futebol (CAF). A
formação tunisina está em
vantagem nos jogos dispu-
tados, pois detém um registo
de três vitórias e um empate.
Frente aos tunisinos, os
rubro e negros pretendem
quebrar a invencibilidade,
com o propósito de garantir
presença na tão ambicionada
final. Nos jogos entre si, o 1º
de Agosto não tira da memória
a final da extinta Taça dos
Vencedores das Taças, perdida
na capital do país, em 1998.
Assis, antigo médio da
formação militar, desper-
diçou uma grande penali-
dade, que daria ao clube o
título africano.
O 1º de Agosto
é a segunda equipa
angolana a marcar
presença nas
meias-finais
da Liga dos Clubes
Campeões, depois
de o Petro
de Luanda
ter conseguido
tal proeza, em 2001
Em declarações à Rádio
Cinco, Paulo Jorge “Man-
gueijo”, vice-presidente para
o futebol do 1º de Agosto,
disse que o Esperance de
Tunis é uma equipa a res-
peitar, mas não é invencível.
“Não tememos qualquer
q u e s e j a o a dv e r s á r i o .
Calhou-nos o Esperance
como seria outra equipa.
Estamos nas meias-finais
por mérito próprio. O clube
está a representar Angola e
passo a passo vamos chegar
lá", garantiu, acrescentando
que o 1º de Agosto está a
fazer aquilo que tinha pers-
pectivado antes do arranque
da época futebolística, que
passava pelo apuramento à
SANTOS PEFDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
fase de grupos. Para o sucesso
de Lubumbashi, o técnico
Zoran Maki contou com os
préstimos de Tony Cabaça e
Julião (guarda-redes); Isaac,
Dani Massunguna, Bobó,
Paizo, Mingo Bille e Yisa
(defesas), Macaia, Chow,
Mongo, Ibukun, Guelor,
Geraldo , Buá e Mário
(médios); Razak e Jacques
(avançados).
FAF felicita
campeão angolano
Contactado pelo Jornal de
Angola , Artur Almeida e
Silva, presidente de direcção
da Federação Angolana de
Futebol (FAF), congratulou-
se com o feito alcançado
pelos militares do Rio Seco.
“É um grande feito do 1º de
Agosto. Este feito é também
do futebol angolano. Esta
proeza é fruto da boa orga-
nização do nosso embaixador
nas Afrotaças. Daqui em
diante esperámos vitórias,
para vencermos a taça.”
Domingos Tomás, presi-
dente da Associação Provin-
cial de Futebol de Luanda,
não quis ficar indiferente e
felicitou os agostinos pela
passagem à fase seguinte.
“Aproveito para endereçar
muitas felicidades à direcção
do 1º de Agosto por esta
retumbante vitória. Algumas
palavras me escapam, por-
que jogámos num ambiente
totalmente adverso. Mos-
trámos ao TP Mazembe, que
somos capazes e silenciámos
por completo o Estádio de
Lubumbashi. Estamos muito
p róx i m o s d a f i n a l . Q u e
ve n h a o E sp e ra n c e d e
Tunis”, salientou o dirigente
desportivo.
APÓS DEFENDER DOIS PENALTIES
Zeca Amaral considera
Tony Cabaça um herói
Depois de defender duas
grandes penalidades, aos 43
e 48 minutos, o guarda-redes
Tony Cabaça é apontado, pelo
antigo seleccionador nacional
e actual técnico do Bravos do
Maquis, Zeca Amaral, como
herói da qualificação do 1º
de Agosto às meias-finais da
Liga dos Clubes Campeões
Africanos de futebol.
Em declarações à Angop,
a propósito do feito histórico
da equipa militar, mercê do
empate a um golo diante do
TP Mazembe do Congo
Democrático, na cidade de
Lubumbashi, no jogo dos
quartos-de-final, o treinador
defendeu os dois momentos
como sendo decisivos para
elevação da moral dos rubro
e negros numa altura em que
a partida se encontrava igua-
lada a uma bola.
Zeca Amaral realçou que
a qualificação começou a ser
desenhada no jogo da pri-
meira-mão em Luanda, onde
perto de 50 mil espectadores
testemunharam no Estádio
Nacional 11 de Novembro o
empate nulo.
O técnico do Bravos do
Maquis acrescentou: “O 1º
de Agosto não esteve no
seu melhor, mas demons-
trou estrutura e espírito de
entreajuda cruciais para
atingir o sucesso neste tipo
de competição”.
Segundo Ruben Garcia, a
qualificação deveu-se a
audácia do conjunto nacio-
nal, e enalteceu também a
CRÍTICO INGLÊS JOEY BARTON
“Neymar Júnior é a Kim
Kardashian do futebol”
Fiel ao seu estilo, Joey Barton
fez duro ataque a Neymar
Júnior, avançado do Paris
Saint-Germain (PSG) e da
selecção canarina de futebol,
comparando o internacional
brasileiro a norte-americana
Kim Kardashian.
“O meu filho de seis anos,
quando diz que quer ser o
melhor do mundo, fala de
Cristiano Ronaldo, Leonel
Messi e Mohamed Salah.
Nunca de Neymar. De resto,
esse nome nunca é pronun-
Craque brasileiro continua a ser alvo de inúmeras censuras
23
SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO
Técnico verga-se à exibição
do guarda-redes militar
actuação de Tony Cabaça,
por ter defendido os penáltis.
O seleccionador dos Palancas
Negras em 1989 afirmou que
apesar de o capitão Dani
Massunguna causar os cas-
tigo s máximo s , o blo co
defensivo controlou o ímpeto
ofensivo do adversário.
“O espírito de sacrifício
e disciplina táctica, perante
um oponente bem mais
experiente, estão na base do
bom resultado”.
De nome completo Adão
Joaquim Bango Cabaça,
“Tony Cabaça” tem 32 anos,
mede 1,80 metros, pesa 77,8
quilos e usa preferencial-
mente o pé direito. O
guarda-redes ingressou no
clube em 2012, na época
seguinte foi emprestado ao
Desportivo da Huíla, regres-
sou ao clube militar no fim
de 2014 e alterna a titula-
ridade com Neblu.
ciado lá em casa. É a Kim
Kardashian do futebol”, disse
o inglês, num artigo de opi-
nião no diário L´Equipe.
“Não é o melhor do
mundo, isso mesmo ficou
demonstrado no Mundial da
Rússia. Não está ao nível de
Ronaldo ou Messi e tem
vários jogadores à frente
dele”, sustentou Barton,
rematando: “Neymar, mais
que um fenómeno de futebol,
é um fenómeno de publici-
dade, como a Kardashian”.
DR

DOM23SET
ISSN 0446-9518
9 770446 951006
ALTO
1º de Agosto
Militares fazem história
A equipa de futebol do 1º
de Agosto alcançou um fei-
to inédito, ao qualificar-se
para as meias- finais da Li-
ga dos Clubes Campeões
Africanos, mercê do em-
pate a um golo, na sexta-
feira, diante do TP Mazem-
be. O resultado demonstra
que com empenho e dedi-
cação as equipas angola-
nas podem ir longe. Depois
do feito histórico, os mili-
tares do Rio Seco defron-
tam na fase seguinte da
competição o Esperance
de Túnis, cuja primeira
mão está marcada para 2
de Outubro, no Estádio Na-
cional 11 de Novembro.
Resta agora à equipa mili-
tar trabalhar com o mesmo
dinamismo para chegar à
fase final da competição.
BAIXO
Vandalismo
Cristo-Rei não é poupado
Quase diariamente há
informações de actos de
vandalismo de bens pú-
blicos, um pouco por to-
do o país. Sinceramente
não se compreende as
razões que levam algu-
mas pessoas a agirem
de tal forma. Depois de
sucessivos actos de sel-
vajaria, o monumento
ao Cristo -Rei, classifica-
do como património his-
tórico nacional, e o Le-
treiro Gigante do Luban-
go, a 2.100 metros de
altura, são vandalizados
com frequência. Ambos
são considerados como
os principais “cartões de
visita” da capital da Huíla.
Não há palavras para des-
crever atitudes tão desa-
gradáveis como estas. É
caso para dizer que a so-
ciedade está doente.
COMPRA DE ARMAMENTO
China chama embaixador
americano após sanções
O Governo chinês chamou ontem
o embaixador dos Estados Unidos
em Pequim, Terry Branstad, para
CHEFE DE ESTADO ESTÁ EM NOVA IORQUE
Chefe de Estado é saudado pelo embaixador Agostinho Tavares à chegada a Nova Iorque
Transição política em Angola
seguida com muito interesse
Fonseca Bengui | Nova Iorque
O Presidente da República
está em Nova Iorque, EUA,
onde discursa, quarta-feira,
na 73.ª Sessão da Assembleia
Geral das Nações Unidas.
João Lourenço será o 12.º
orador do período da manhã
de quarta-feira, segundo dia
do debate geral, que começa
na terça-feira, com discursos
de abertura da presidente da
Assembleia Geral, Maria Fer-
nanda Espinosa Garces, e do
Secretário-Geral das Nações
Unidas, António Guterres.
O ministro das Relações
Exteriores, Manuel Augusto,
disse que há “ grande expec-
tativa dos angolanos sobre
o que o Presidente vai dizer”
na Assembleia Geral.
Há também uma grande
expectativa da comunidade
COMBATES
Governo da Líbia quer
medidas firmes da ONU
O Governo da Líbia pediu
à s Naçõ e s Unida s para
tomarem medidas “mais
firmes e eficazes” para pro-
teger os civis dos combates
que decorrem na capital do
país, que já fizeram mais
de 100 mortos desde Agosto.
protestar contra as sanções de
Washington ao exército chinês,
anunciou o jornal Global Times.
internacional na medida em
que a transição política em
Angola tem sido seguida com
muito interesse.
Amanhã, o Chefe de Estado
discursa no fórum de negócios
Angola-Estados Unidos, orga-
n i z a d o p e l a C â m a ra d e
Comércio norte-americana,
em Nova Iorque.
Participam no fórum, des-
tinado à apresentação das
oportunidades de negócios
n o m e rc a d o a n g o l a n o ,
empresários de Angola e dos
Estados Unidos.
O Chefe de Estado vai
igualmente ter encontros
bilaterais, devendo encon-
trar-se amanhã com os Pre-
sidentes do Quénia, Uhuru
Kennyata, da Croácia, Kolinda
Grabar-Kitarovic, e do Con-
selho de Estado de Cuba,
Miguel Diaz Canel.
Num comunicado divul-
gado na sexta-feira à noite,
o Governo internacional-
mente reconhecido da Líbia
(GNA, na sigla inglesa) con-
vocou a missão da ONU no
país para “colocar o Con-
selho de Segurança em
Em causa, estão a san-
ções impostas pelo
Governo norte-ameri-
cano ao Equipment Deve-
lopment Department
(EDD), responsável pelas
armas e equipamentos
das tropas chinesas, e ao
seu diretor, Li Shangfu,
por ter comprado arma-
FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO
A delegação angolana
participa em várias reuniões
de alto nível, como a Cimeira
da Paz Nelson Mandela, para
assinalar o centenário do
nascimento do estadista sul-
africano e herói da luta con-
tra o racismo na África do
Sul, Nelson Mandela.
Segundo a organização,
o evento é uma oportuni-
dade para se reflectir sobre
como a comunidade inter-
nacional pode assegurar
que os ideais, princípios e
valores de Mandela sejam
promovidos em prol da paz
e estabilidade globais.
Angola participa também
numa conferência sobre as
grandes endemias como a
malária e a tuberculose,
com uma delegação che-
fiada pela ministra da Saúde,
Sílvia Lutucuta.
contacto com a realidade
dos eventos sangrentos na
Líbia para que assuma a
sua responsabilidade”.
Apesar de um acordo de
cessar-fogo a 4 de Setem-
bro, sob a égide da ONU,
os confrontos recomeça-
ram e sta s emana , com
especial intensidade no
bairro de Salaheddine e na
estrada para o aeroporto
internacional de Tripoli,
destruído em 2014 pelos
confrontos de então.
mento à empresa Roso-
boronexport, exportadora
russa de armamento, que
já havia sido sancionada
por Washington.
Com estas sanções, a
empresa chinesa fica
impedida de fazer tran-
sações financeiras nos EUA
e de exportar produtos.
MANUEL PAULO E ISABEL BRAGANÇA
Mandados de detenção
para directores do CNC
O Ministério Público
emitiu sexta-feira man-
dados de detenção contra
o director-geral do Con-
selho Nacional de Car-
regadores (CNC), Manuel
António Paulo, e a direc-
tora-geral adjunta para
a área de Administração
e Finanças da mesma
instituição, Isabel Cris-
tina Gustavo Ferreira de
Ceita Bragança.
Uma fonte da Procu-
radoria-Geral da Repú-
blica, que confirmou o
facto ao Jornal de Angola,
afirmou que os manda-
dos foram emitidos na
sexta-feira, logo após a
detenção do ex-ministro
dos Transportes, Augusto
Tomás, e do director-
geral adjunto para a área
Técnica do CNC, Rui
Moita.
Até ao fecho desta edi-
ção, a fonte ainda não
t i n h a c o n fi r m a d o a
d e te n ção d e Ma nu e l
António Paulo e Isabel
Bragança. Todos são sus-
peitos de terem cometido
crimes de peculato, cor-
REVELA NAÇÕES UNIDAS
Epidemia de cólera mata
cem pessoas na Nigéria
Uma epidemia de cólera
matou quase 100 pessoas
nas últimas duas semanas
no nordeste da Nigéria,
uma região devastada pelas
acções do grupo extremista
Boko Haram, informou
ontem a ONU.
Foram “3.126 casos iden-
tificados nos estados de
Yobe e Borno”, indicou um
comunicado do Escritório
da ONU para a Coordenação
de Assuntos Humanitários
(OCHA) em Abuja, subli-
nhando que a epidemia já
tinha “matado 97 pessoas”
nesses dois estados. A epi-
demia foi declarada há duas
semanas em Borno, epi-
centro da violência e onde
centenas de milhares de
pessoas vivem em campos
de deslocados, tendo atin-
gido agora o estado vizinho
de Yobe, “onde 989 casos
foram identificados a partir
de 20 de Setembro”.
No início da semana, a
ONU anunciou que a doença
matou mais de 500 pessoas
em toda a bacia do lago
Chade (Nigéria, Chade,
PUBLICIDADE
rupção, branqueamento
de capitais, entre outros.
Na sexta-feira, num
comunicado, a Procura-
doria-Geral da República
indicou que o Ministério
Público tinha decretado
a medida de coacção pes-
soal de prisão preventiva
a Augusto Tomás e Rui
Moita, na sequência do
caso que investiga actos
de gestão do Conselho
Nacional de Carregadores,
órgão afecto ao Ministério
dos Transportes.
A Procuradoria-Geral
da República informou,
igualmente, que a ins-
trução preparatória pros-
s e g u e c o m c a rá c t e r
secreto, com vista à sua
conclusão e posterior
remessa ao Tribunal.
Augusto Tomás foi
exonerado do cargo de
ministro dos Transportes
em Junho, na sequência
de várias irregularidades
detectadas por elemen-
tos da Inspecção Geral
do Estado nas empresas
afectas ao Ministério dos
Transportes.
Camarões e Níger) e que 27
mil pessoas contraíram cólera
nas últimas semanas.
A estação chuvosa é pro-
pícia para a propagação da
epidemia, que ressurge
todos os anos quase sempre
no mesmo período, em
campos de deslocados
internos ou em locais onde
as condições sanitárias
estão muito deterioradas.
A cólera é uma infecção
diarreica aguda causada
pela ingestão de água ou
alimentos contaminados.
O seu tratamento é fácil,
nomeadamente pela rei-
dratação, mas pode matar
em poucas horas por falta
de tratamento.
Os confrontos entre o
Boko Haram e o exército
já mataram mais de 34 mil
pessoas desde 2009 e cerca
de 1,8 milhão de pessoas
ainda não conseguiram
voltar para as suas casas.
Segundo as organizações
não-governamentais, 11
milhões de nigerianos pre-
cisam urgentemente de
ajuda humanitária.