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RESENHA: CRIMINOLOGIA CRÍTICA E CRÍTICA

DO DIREITO PENAL - ALESSANDRO BARATTA


12/16/2016

Baratta define a Sociologia Jurídica e a diferencia da Sociologia Jurídica Penal, trazendo


a ideia de uma Sociologia Criminal que vem a desmistificar as análises realizadas ao longo
do tempo pela criminologia, observando o comportamento desviante, sua gênese e sua
função dentro da estrutura social.

Por Iverson Kech Ferreira


Baratta define a Sociologia Jurídica e a diferencia da Sociologia Jurídica Penal, trazendo
a ideia de uma Sociologia Criminal que vem a desmistificar as análises realizadas ao longo
do tempo pela criminologia, observando o comportamento desviante, sua gênese e sua
função dentro da estrutura social.

Por Iverson Kech Ferreira


Alessandro Baratta e a Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal: Introdução
à Sociologia do Direito Penal: Resenha

Com apresentação de Nillo Batista e prefácio de Juarez Cirino dos Santos, a obra surgiu
para complementar uma lacuna que gera parte da crise do direito penal e criminal. A
criminologia crítica trabalha as ideias do desvio social, estudando os processos de
criminalização e os mecanismos de rotulação das pessoas.

Baratta define a Sociologia Jurídica e a diferencia da Sociologia Jurídica Penal, trazendo


a ideia de uma Sociologia Criminal que vem a desmistificar as análises realizadas ao
longo do tempo pela criminologia, observando o comportamento desviante, sua gênese
e sua função dentro da estrutura social.

Para o autor, o direito penal apresenta a tendência de privilegiar interesses de classes


dominantes no sistema e a imunizar o processo tendente à criminalização de indivíduos
que pertencem a tal classe. Tais indivíduos são ligados funcionalmente à existência de
acumulação capitalista e tendem a dirigir o processo de criminalização para as formas
de desvio típicas das classes consideradas subalternas. Entende que o direito penal
possui seu processo de separação e proteção de uma classe mais abastada e arraigada
nos moldes capitalistas em detrimento de outros. Portanto, identifica que existem
estamentos sociais e que dentre eles encontram-se aqueles considerados para um
controle intensificado do direito penal.

Seu objetivo é a abolição do cárcere por dois motivos: o primeiro leva em conta a
inutilidade do sistema prisional enquanto controlador da criminalidade e por seus
claros efeitos de estigmatização e marginalização, após o desvio primário e a entrada do
indivíduo em tal bastilha. O segundo diz respeito a reinserção do condenado em uma
sociedade portadora da ideologia dominante, que se funda em estereótipos e conceitos
formulados pelo senso comum, trazendo o jargão lei e ordem contra tudo e contra todos
aqueles que não perfazem sua noção de igualdade, mitigada por uma consciência
obscurecida a qualquer tipo de solidariedade. Para Baratta, solidarizar também significa
dignificar um sistema de política criminal que tenderia aos processos de humanização
das penas, o minimalismo penal como tendência e a definição de novos processos de
alteridade e aceitação dentro dos mecanismos de formação, entre eles, a escola, são
primordiais passos para uma nova interação entre direito penal e sociedade, retirando
o ranço existente que separa uns dos outros.

A penalização seria, como deveria ser desde os primórdios passos do direito das penas,
a última etapa a ser analisada de fato, todavia, situações que se diferenciam do comum
e conhecido cárcere seriam aproveitadas, em prol do retorno do indivíduo a própria
sociedade, e, em favor da comunidade em geral que o receberá após seu período de
internação. Sugere a prisão como formadora da destruição dos moldes sociais aos quais
vive-se hoje, pois o próprio aparato de marginalização existente no interior do cárcere
causa, de todas as formas possíveis, a segregação e destruição do humano que adentra
suas bordas.

O autor explica em suas iniciais páginas as escolas da criminologia e de direito penal,


iniciando com a Escola Liberal Clássica do século XVIII e XIX, os pioneiros da moderna
criminologia, com Cesare Beccaria e Francesco Carrara, para quem a pena serviria
apenas para a defesa social e para a eliminação do perigo social, sendo a reeducação um
resultado acessório, que se pode dispensar, nesse caso. Sua crítica soa muito atual
mesmo anos após ter sido elaborada.

Estuda também a criminologia Positivista, do Século XIX e XX e a influência do


positivismo-jusnaturalismo, enraizado num rígido determinismo e individualizando
sinais antropológicos de criminalidade, diferindo sujeitos normais e sujeitos criminosos
por causas biológicas, afirmando a pena como defesa social. Suas citações seguem desde
List na Alemanha e Lombroso na Itália.

A partir dos anos 30, o início de uma criminologia contemporânea que tenta superar as
teorias patológicas da criminalidade e o determinismo. Todavia, a forte presença da
ideologia de Defesa Social ainda se perfaz avassaladora. O mito é de que a lei protege a
todos, igualando-os, trazendo o direito penal como um epiteto da igualdade, que
infelizmente, não prevê as diferenças sociais e econômicas.

Baratta também evidencia os estudos de Durkheim, trazendo seu entendimento de


crime e delito, aceito como um elemento funcional (que pode ser estudada em
anteriores artigos) e não como uma patologia da vida social como muitos entendiam.
Nesse viés, Baratta segue em suas analises a forma durkheimiana das regras do método
sociológico. Dessa forma, o autor se utiliza das formações sociais para negar a ideologia
da defesa social e todos os seus princípios.

Traz a vertente dos estudos da Escola de Chicago, estudada por Howard Becker,
o interacionismo simbólico, afirmando que o comportamento dos indivíduos somente
pode ser compreendido a partir das interpretações que cada um faz, em seu tempo, dos
mecanismos de interação social em que se encontra envolvido. Nesse sentido, traz as
teorias do conflito (Dahrendorf e Coser) e a sociologia do conflito; que a grosso modo,
nega os princípios do interesse social e interpretando os interesses dos grupos que
detêm o poder e que são priorizados quando as leis são realizadas, geralmente por
afiliados desse mesmo agrupamento. Assevera o autor que um importante item foi
deixado de lado em toda critica realizada até então: a seletividade no momento da
aplicação da lei: “O papel do Estado e direito na determinação do conflito faz com que este
seja institucionalizado.”
Os estudos referentes ao Labelling Aproach ou Etiquetamento são um enorme
diferencial nas análises de Baratta, que afirma ser o sistema penal a reprodução da
realidade social, que funciona desde o início em uma meritocracia viciada em seus
aparatos de seleção desde a escola, definindo em suas salas os grupos considerados
marginais, que são os alunos das classes mais pobres. Para ele, todo o sistema é classista
e seletivo e o que confirma isso é o preconceito e o senso comum na aplicação da lei
penal. O homem está fadado a ser estigmatizado na sociedade, dependendo muito do
berço de onde nasce e do lugar de onde vem.

Defende o autor, com entusiasmo, o direito penal mínimo, na intervenção penal


minimalista.

Todavia, entende que o que se vê é um crescimento da criminalização de condutas. A


sociedade do conflito em que se vive é o grande obstáculo ao direito penal mínimo. Para
a minimalização do direito penal, Baratta prevê alguns passos fundamentais:
criminalizar e penalizar condutas das classes dominantes, penalizar condutas corruptas
das classes políticas, diversificar os procedimentos, desinstitucionalizar o sistema
penal, despenalizar condutas socialmente selecionadas para a penalização. Para isso,
afirma a contração do sistema punitivo, trazendo a justiça restaurativa para a realidade.
Acerca a justiça alternativa, nas entrelinhas pode-se entender a aflição crescente do
autor: como, nos dias hodiernos, fazer valer a justiça restaurativa ou um direito
alternativo ao cárcere, diante uma tendência mercantilizadora e privatista de
transformação do direito penal?

A abolição das desigualdades por intermédio de uma política criminal que resgate a
identidade e entenda as lutas de classes, visando políticas sociais de destaque e inclusão
em detrimento a atual política de exclusão que temos hoje em dia, é um dos tópicos
asseverados pelo autor.

Para Baratta, o sistema capitalista impossibilita a obtenção da igualdade entre seus


viventes, sendo a distribuição de riquezas muito desigual, citando o socialismo como o
melhor governo para se obter essa igualdade.

Por fim, a obra deve ser estudada pois possibilita diferenciar os sistemas e formas de se
entender todo o aparato sociológico e filosófico por trás do direito penal. O significado
de manifesto, entendido por Juarez Cirino dos Santos em seu prefácio, clama por uma
sociedade livre e igualitária abrindo-se para a diversidade e entendo a liberdade da
expressão da individualidade de cada um, desfazendo-se de um controle social
altamente autoritário e sem serventia nenhuma, a não ser a formação de mais violência
e mais caos.

Referencias:
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. Introdução à
Sociologia do Direito Penal. 6° ed. Rio de Janeiro: Revan, 2011

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