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PROCESSOS DE SEGURANÇA
CONTRA INCÊNDIO E PÂNICO
Cap BM Ednaldo Fernando Rodrigues
APRESENTAÇÃO
Introdução.................................................................... 1
1.
INTRODUÇÃO
Ao receber o PSCIP o analista deve (anexo a este memorial existe uma lista de
verificação para facilitar):
1) Atestar seu o recebimento pelo Sistema de Protocolo da SAD/MT;
2) Conferir o recolhimento da TASEG de acordo com o Grupo, a Área e o serviço
requerido;
IMPORTANTE!
O serviço de análise não pode iniciar se a taxa correspondente não for recolhida.
3) Conferir o credenciamento do Responsável Técnico através do site do Corpo de
Bombeiros através do link “Credenciados”;
4) Conferir se todas as folhas estão assinadas;
5) Conferir a existência dos seguintes itens:
a) Etiqueta;
b) Requerimento;
c) ART;
d) Folha Resumo;
e) Memorial descritivo das medidas de segurança contra incêndio e pânico;
f) Memorial industrial se for de ocupação Industrial;
g) Cálculo da necessidade do SPDA;
h) Planta de combate a incêndio;
i) Conjunto de plantas arquitetônicas.
6) Conferir o preenchimento da Etiqueta;
- Carga de incêndio: o CNAE da empresa vai definir qual a atividade oferece
maior risco potencial. Portanto, nem sempre a atividade principal é a que tem o maior
risco. A NTCB 07 tem a definição de carga de incêndio para cada atividade relacionada
no CNAE;
- Altura: nesse campo a altura computada do piso do nível da descarga até
o piso do último pavimento é informada de acordo com a Tabela 2 da Lei 8.399/2005.
Exemplo: uma edificação que apresentar uma altura de 10 m, medida da maneira
descrita, e que tenha mais de um pavimento, é classificada como Tipo III.
q
M i
Hi
fi A
f
Onde:
qfi – valor da carga de incêndio específica, em
Megajoule por metro quadrado de área de piso
Mi – massa total de cada componente i do
material combustível, em quilograma
Hi – potencial calorífico específico de cada
componente i do material combustível, em Megajoule
por quilograma, conforme Tabela B.1 da NTCB 01;
Af – área do piso do compartimento, em
metro quadrado.
Exemplo prático:
Um depósito com uma área de pavimento 800 m2 e que estoca 10.000 kg
de PVC, 10.000 kg de madeira e 10.000 kg algodão.
Valor do potencial calorífico de cada material:
PVC = 17 Mj/kg
Madeira = 19 Mj/kg
Algodão = 18 Mj/kg
Substituindo na fórmula teremos:
qfi = 54000
800
Formato circular
Formato em “Y”
Formato em “T”
Obs.: Podem ser usados outros tipos de retorno desde que garantam a
entrada e saída das viaturas. Portanto, o analista deve utilizar o princípio da
razoabilidade para aproximar a sugestão do RT à norma.
Em caso de Centros esportivos e de exibição, os acessos de viaturas devem
ser separadas das saídas utilizadas para o público, ou seja, as viaturas devem entrar e
sair sem terem seu deslocamento interrompido pelos transeuntes.
Nos campos devem ser previstos dois acessos de viaturas em lados ou
extremidades opostas e também uma área sinalizada de 20 x 8m em local adjacente
externo para o posicionamento das viaturas.
EM PLANTA
Na planta basta que se confira as larguras e comprimentos indicados na
norma.
3.2 SEGURANÇA ESTRUTURAL CONTRA INCÊNDIO
O objetivo de se projetar a segurança estrutural é fornecer elementos para
o conjunto estrutural de uma edificação de modo que a mesma, em contato com o
fogo, suporte um determinado tempo para que não seja possível a propagação das
chamas e o colapso estrutural.
Não há o que se questionar quando o Responsável Técnico enquadra a
edificação nas Tabelas da Instrução Técnica referida. Haja vista a emissão da ART.
Basta que o Analista verifique se o que foi colocado no memorial está previsto na
norma.
Caso o RT necessite reduzir o Tempo Requerido de Resistência ao Fogo
(TRRF), deverá fazê-lo conforme o cálculo do Anexo D da norma. Sendo que, os
cálculos não podem reduzir mais que 30 minutos dos TRRF da Tabela A. Esse
procedimento pode ser utilizado quando se tem edificações existentes e os materiais
postos não têm o TRRF da referida tabela.
Os TRRF resultantes deste cálculo não podem ter valores inferiores à:
- 15 minutos, para edificações do Grupo A; D; E; G e Divisões I-1; I-2; J-1 e J-
2;
- 30 minutos para as demais edificações.
Onde:
teq – tempo equivalente em minutos
qfi – carga de incêndio do compartimento analisado em Mj/m2
yn – produto de yn1 x yn2 x yn3 que levam em conta a presença de medidas de
proteção ativa
yn1 = 0,60 se existir chuveiros automáticos
yn2 = 0,90 se existir Brigada de incêndio
yn3 = 0,90 se existir detecção automática
Quando constatada a ausência de algum meio, adotar o
yn = 1
ys – produto de ys1 x y2, onde o primeiro diz a característica da edificação e o
segundo o Risco de ativação do incêndio
Para yS1 temos:
Onde:
1 ≤ yS1 ≤ 3
Af – área do compartimento
analisado em m2
h – altura do piso habitável mais alto
do edifício
W 2,35
ys1 1,27
ys2 0,85
ys1 x ys2 ys = 1,08
Como se pode ver, esse método não é válido para essa edificação, pois o
tempo mínimo estabelecido pela Tabela A da norma correlata já define um tempo de
30 minutos de TRRF para edificação.
EM PLANTA
Não há a necessidade de se apresentar uma planta com os dados de TRRF,
portanto é opcional, ficando a cargo do responsável técnico apresentar.
3.3 COMPARTIMENTAÇÃO HORIZONTAL
Este dispositivo normativo serve com uma barreira para que o fogo ou a
fumaça proveniente da queima não se propague para outros ambientes situados
horizontalmente adjacentes, ou seja, para que o fogo seja confiando em somente um
ambiente. Em alguns casos, estabelecidos pelas tabelas da Lei 8.399/2005 este item
poderá ser substituído pelo sistema de Chuveiros Automáticos.
A compartimentação horizontal se dá através de paredes que devem ter
propriedade corta-fogo e se estender do piso ao teto. Caso a cobertura (telhado) seja
constituída de material combustível, esta parede deve ultrapassa-lá em 1m.
Este item está automaticamente dispensado nas áreas destinadas
EXCLUSIVAMENTES a estacionamento de veículos. Os demais casos deverão ser
consultados o Anexo B da Instrução Técnica referenciada.
IMPORTANTE!
A Compartimentação Horizontal somente isenta a instalação do Sistema
de Hidrantes quando a parede corta-fogo for prevista como separação de risco, não
resultar em área superior a 750 m2 (logicamente) e for instalada obedecendo a
seguinte configuração:
1) Não possuir aberturas;
2) Ultrapassar em 1m os telhados;
3) Permanecer estável mesmo quando a estrutura do telhado entrar em
colapso;
4) Ter o TRRF igual ao da estrutura principal, porém, não inferior a 120 min;
5) As aberturas situadas em lados opostos devem distar de 2 m entre si. Na
impossibilidade, pode ser instalada uma aba vertical de 0,90m solidária à parede corta-
fogo perpendicular ao plano das aberturas.
EM PLANTA
- Deve ser mostrado o setor compartimentado;
- A da parede usada na compartimentação de estar na cor vermelha.
3.4 COMPARTIMENTAÇÃO VERTICAL
Enquanto que a Compartimentação Horizontal limita a propagação do fogo
ou fumaça entre os compartimentos, a Compartimentação Vertical restringe ao
máximo a propagação entre os pavimentos. O analista deve observar em memorial a
configuração dos elementos que separem aberturas de pavimentos consecutivos,
assim sendo:
- Vigas e/ou parapeito – altura mínima de 1,20m separando as aberturas
dos pavimentos;
- Prolongamento de entrepisos – no mínimo 0,90m do plano externo da
fachada.
Obs.: As edificações de risco baixo podem ter a distância da aba horizontal
e a distância da verga até o piso da laje superior somados, desde que totalize no
mínimo 1,20m;
Se as fachadas forem envidraçadas, os vidros podem ser corta-fogo.
Caso não sejam, devem ser previstos os elementos acima informados (vigas e/ou
parapeito ou prolongamento de entrepisos).
EM PLANTA
Assim sendo:
I) Tabela 1 (Ocupação) – Grupo = F; Ocupação/Uso = Locais de reunião de público;
Divisão = F-6.
II) Tabela 2 (Altura) – Código L; Edificações baixas: H≤6m.
III) Tabela 3 (Área) – α (área do maior pavimento); Código P = de pequeno pavimento
(SP < 750 m2).
β (área do pavimento abaixo da soleira de entrada); Não se
enquadra.
γ (área total); Código T = edificação pequena (St < 750 m2)
IV)Tabela 4 (Características construtivas) – Código Z; Tipo = edificações onde a
propagação do fogo é difícil.
V) Tabela 5 (População e unidade de passagem) – Duas pessoas por m2; Acessos e
descarga C = 100; Escadas e rampas C = 75; Portas C= 100
VI)Tabela 7 (Saídas e tipo de escada) – duas saídas e Escada enclausurada protegia
(EP)**.
**É admitido o uso de Escada normal (NE) em edificações deste caso (área < 750 m2).
VII) Tabela 6 (Distância a ser percorrida) – 40 m (Edificações Z, sem chuveiros
automáticos e com mais de uma saída).
Obs.: reparem que para classificar na Tabela 6 deve-se antes classificar em
todas as outras tabelas.
RESUMO DO ENQUADRAMENTO
Tab 1 Tab 2 Tab 3 Tab 4
α γ
F-6 Código L Código Z
Código P Código T
Trataremos do cálculo para a largura das saídas desta edificação haja vista
as dúvidas dos Responsáveis Técnicos e Analistas.
Faremos o cálculo considerando o pavimento de maior população. Como a
edificação tem três pavimentos tipo de 80 m2, os cálculos serão feitos com base em
um pavimento e depois multiplicados por três.
População: 160 pessoas (2 pessoas por m2; área de 80 m2)
Largura das Portas, Acessos e Descargas:
P 160
N= N= N =1 60
C 100
Ou seja, duas unidades de passagem. Reparem que o cálculo finda neste
ponto não necessitando multiplicar por 0,55m como era feito. Pois, para as portas, a
NBR 9077/2001 (item 4.5.4.2) já traz as larguras. E no caso, deve-se ter no mínimo
duas portas de 1,00m cada.
Largura da Escada:
P 160
N= N= N =2 1
C
Ou seja, três unidades de passagem. Neste caso multiplica-se o valor
encontrado por 0,55 exigindo-se então uma escada de 1,65m de largura.
EM PLANTA
- Tipo de escada;
- Identificar as barras antipânico e as portas corta-fogo;
- Indicar a lotação máxima do ambiente (opcional);
- Identificar os pontos de captação de ar;
- Identificar os dutos;
- Identificar a sala dos grupos moto-ventiladores;
- Legenda de acordo com as normas.
3.7 PLANO DE INTERVENÇÃO DE INCÊNDIO
Este item aborda todos os aspectos para que o Corpo de Bombeiros
intervenha no interior da edificação com todas as informações possíveis referentes aos
riscos presentes. Além disso, esses dados podem ser utilizados pelos ocupantes da
edificação.
Pode-se dizer que o Plano de Intervenção de Incêndio é um resumo de todas
as informações para que seja manuseado facilmente. Nele devem constar:
- Localização com distância do Corpo de Bombeiros;
- População total e por setor, inclusive Portadores de Necessidades
Especiais;
- Horário de funcionamento;
- Riscos inerentes à atividade (caldeiras, geradores elétricos, gases tóxicos,
gases congelantes, GLP, etc);
- Existência de brigada de incêndio ou outro grupo de apoio;
- Procedimento básico de emergência.
Aqui o Responsável Técnico tem por dever percorrer todas as dependências
da edificação contemplada e locar em planta todos os riscos imagináveis, sendo
assinada pelo responsável pela edificação, também.
O plano por si só não executa a sua função. Deve-se colocá-lo em prática,
divulgando-o para todos os ocupantes da edificação.
De todos os pontos do plano a parte mais importante é a planta. É ela que
mostra detalhadamente todos os riscos, rotas de fugas, áreas de refúgio e
equipamentos para o combate ao incêndio.
Deve ser colocada na entrada da edificação, portaria ou recepção, nos
pavimentos de descarga e junto ao “hall” dos demais pavimentos de forma que seja
visualizado por ocupantes da edificação e equipes do Corpo de Bombeiros, em caso de
emergências. A planta deve ser apresentada, preferencialmente, em escala e
obrigatoriamente em papel A2, A3 ou A4.
3.8 BRIGADA DE INCÊNDIO
Quando se trata de brigada, o Analista tem que ter em mente que o
legislador previu que o tempo-resposta das equipes de emergência não seria suficiente
para que as mesmas debelassem as chamas ou evacuassem as pessoas do local
sinistrado.
Ter um “braço” do Corpo de Bombeiros dentro da empresa faz com que a
população fixa tenha mais segurança diante de uma situação adversa. E é por esses e
outros motivos que a NBR 14276 prevê de forma clara a quantidade de pessoas que
formarão a brigada e a carga-horária dos cursos.
No cálculo abaixo, o Analista entenderá o que deve ser apresentado no
memorial.
Exemplo: Comércio de Risco Médio com uma população fixa de 32
colaboradores.
- Como vemos pela Tabela A.1 do Anexo A, para esta edificação, temos 04
(quatro) brigadistas para uma população fixa de 10 colaboradores. Quando a
população passa do número de 10, deve-se usar a Nota 5 da mesma Tabela. Assim
sendo, temos para o nosso exemplo o seguinte cálculo:
População fixa até 10 pessoas = 04 brigadistas
População fixa de 32 pessoas = 32 – 10 = 22 pessoas
A Nota diz que, para Risco Médio, devemos acrescentar 1 brigadista para
cada 15 pessoas, dessa forma teremos 2 brigadistas a mais. Totalizando 06 brigadistas.
Esse número é por turno de funcionamento. Portanto, se edificação funcionar em dois
turnos, a edificação deverá ter 12 brigadistas ao todo.
O número decimal deverá ser sempre aproximado para o número
imediatamente superior.
Ainda na tabela, vemos que o curso exigido para a brigada desta edificação
é o Nível de Treinamento Básico que tem carga-horário de 08 horas de acordo com a
Tabela B.2.
Ponto importante da norma:
Nas UTI, centros cirúrgicos e nas Divisão H-3, toda a população fixa deve
fazer parte da brigada.
3.9 ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA
A iluminação de emergência é dentre os itens de segurança, o mais
funcional. Pois, é ela que direciona a saída segura para o espaço livre exterior e
fornece condições de resgate e manobras emergenciais às equipes de socorro.
O Analista ao visualizar a planta onde constam as luminárias devem se
colocar na situação de uma pessoa dentro do ambiente e tentar ao máximo vislumbrar
um ambiente escuro e cheio de fumaça, que serão obstrutores das rotas de fuga e
saídas de emergência.
A NBR 10898 traz de forma clara o que deve conter um projeto de
iluminação de emergência, bastando para o Corpo de Bombeiros saber o seguinte:
- Qual o tipo de sistema:
- Autonomia do sistema que não deverá ser menor que 1 hora;
- A altura a serem instaladas as luminárias;
- A luminância em lux das luminárias, sendo 3 lux para locais planos e 5 lux em
desníveis.
Observações:
- É permitido o uso de pontos de iluminação no piso indicando as rotas de
saída;
- Um ponto não deve distar do outro mais que quatro vezes a altura de
instalação, nunca superior a 15 m. Exemplo: Se os pontos forem instalados a 2,5 m de
altura, a distância entre eles não podem ser maior que 10 m;
- O posicionamento das luminárias em escadas deve ser de tal modo que
não sejam projetadas sombras assim como em obstáculos.
EM PLANTA
- Indicar os pontos de iluminação de emergência;
- Indicar a localização da central do sistema;
- Indicar a localização do grupo motogerador, se houver;
- Legenda de acordo com as normas.
3.10 MONITORAMENTO DE GASES E POEIRAS
Considerando que não existe normativa específica para este item e ele só é
exigido na Tabela 6N.1 (Silos, armazéns e secadores de cereais) da Lei n° 8.399/2005,
deve-se utilizar por similaridade a Instrução Técnica 27/2011 do Corpo de
Bombeiros da Polícia Militar do Estado de São Paulo, sendo que deve constar no
projeto:
- A coleta da poeira produzida;
- Ventiladores à prova de explosão em locais confinados para a renovação
do ar a partir da retirada de gases e poeiras;
- Dispositivos de alívio de explosão nos locais onde haja esse risco.
- Aeração dos grãos para evitar a geração de gases através da sua
decomposição.
O Responsável Técnico deverá apresentar de forma sintética como será
atendido este item, descrevendo todo o funcionamento do sistema adotado.
IMPORTANTE!
Um grande causador de explosões dentro de silos é a eletricidade estática.
Portanto, o aterramento é um item obrigatório.
3.11 DETECÇÃO DE INCÊNDIO E ALARME
3.11.1 DETECÇÃO
O profissional deve entender que esse sistema é o responsável pela
agilidade na desocupação da edificação, identificando precocemente o incêndio.
Porém, deve-se ter o cuidado para que, ao projetar os detectores, outros fenômenos
não os acionem acidentalmente, tais como a radiação solar e a calefação.
Outros sistemas podem ser ligados diretamente a esse, tais como: sistemas
automáticos de combate, iluminação de emergência, fechamento/abertura de portas
corta-fogo, desligamento da energia elétrica normal.
A análise deve identificar e exigir:
- O tipo de sistema: Convencional, Endereçável, Analógico ou Algorítmico;
- Que os detectores sejam instalados a uma altura máxima de 8 m em teto
plano ou com vigas de 0,20 m, atendendo uma área de 36 m2 e de 81 m2, para
detectores térmicos e de fumaça, respectivamente;
- Que os detectores sejam instalados à 0,15 m das paredes laterais e em
casos JUSITIFICADOS, podem ser instalados nas paredes laterais a uma distância entre
0,15 m e 0,30 m do teto;
- A planta única do sistema indicando inclusive o trajeto da fiação;
- Que cada ambiente dever ser protegido por um único tipo de detector.
Não é permitido proteger parte de um ambiente com detectores de fumaça e outra
parte com detectores térmicos;
Quando se tem obstruções no teto, as áreas de ação dos detectores devem
ser de acordo com a tabela abaixo:
Lado do Raio do
Área de ação
Caso Obstrução quadrado Detector círculo
máxima (m2)
inscrito(m) (m)
Tetos lisos ou 6,00 Térmico 4,20
1 obstáculos até 36,00
9,00 Fumaça 6,30
0,20 m
Obstáculos de
Redução de 2/3
2 0,20 e 0,60 m de ----- ----- -----
do caso 1
altura
Obstáculos com
Redução de 1/2
3 altura maior que ----- ----- -----
do caso 1
0,60 m
O analista deve atentar-se para o tipo de detector escolhido pelo
responsável técnico para verificar a funcionalidade e eficiência dos dispositivos nos
diversos ambientes, considerando ainda, os materiais e os fenômenos que possam
acontecer.
Localização dos detectores:
Áreas regulares
Igual ao lado do quadrado inscrito
Distância máxima entre
num círculo correspondente a ação do
dois detectores
detector
Distância das paredes ≥ 15 cm (recomenda-se 30 cm)
laterais, muros, Máxima igual à metade da distância
Teto prateleiras, dutos de ar, entre dois detectores do mesmo
etc. ambiente
0,7 vezes a distância entre os
Distância dos cantos detectores sendo no máximo de 4,2 m
regulares para os térmicos e 6,3 para os de
fumaça
Parede
Entre 15 cm e 30 cm do teto
lateral
Deve-se dividir em retângulos menores de modo que fiquem
Áreas
contidos num círculo de diâmetro igual a 0,7 vezes a raiz quadrada
estreitas
da área de ação do detector
Áreas irregulares
0,7 vezes a raiz quadrada da área de ação do detector
3.11.2 ALARME
3.11.2.1 ACIONADORES
O sistema de alarme tem a sua funcionalidade atrelada ao sistema de
detecção. Porém, mesmo assim, deve ser previsto acionadores manuais,
adicionalmente.
A NBR 9441/1998 deixava a cargo do projetista a instalação de acionadores
com tampas de vidro. Porém, por motivos de segurança, a NBR 17240 (substitutiva)
estabelece que o vidro não pode resultar em estilhaços quando quebrado.
No projeto de instalação dos pontos de acionamento deverá constar:
- A forma de fixação se de embutir ou sobrepor. Quando se optar pelo de
embutir, deverá ter uma sinalização na parede ou teto, numa altura máxima de 2,50
m. Optando-se pelo de sobrepor, a sinalização deve ser imediatamente acima do
dispositivo;
- Altura de instalação que deverá ser maior que 0,90 m e menor que 1,35
m;
- A distância máxima a ser percorrida para se acionar o dispositivo que não
poderá ser superior a 30 m. Sendo esse caminho livre de obstáculos;
- Pelo menos um ponto em cada pavimento. Sendo que os mezaninos
estão dispensados caso a distância máxima do ponto mais próximo seja aquela de 30
m.
Ainda assim, o projetista e o analista não poderão deixar de observar que,
sempre que possível, os pontos devem ser locados próximos aos hidrantes ou
mangotinhos. E obrigatoriamente próximo às entradas no pavimento térreo e às
escadas nos demais pavimentos, quando houver.
Fato curioso é relatado pelos colaboradores de empresas ou indústrias que
participam de treinamentos de evacuação. Diz respeito às lesões nos membros
superiores. Pois, os dispositivos foram instalados nas rotas de fuga e o fluxo contínuo e
rápido de pessoas durante os eventos acabou por resultar nessas situações. A norma
não proíbe a instalação nas rotas de fuga. Porém, é essencial a sensibilidade do
projetista nesse caso.
→ →
EM PLANTA
- Localização das sinalizações;
- Não se faz necessário apresentar o círculo partido ao meio dizendo as
dimensões da placa. Pois, no memorial já está constando as dimensões mínimas que as
placas devem ter;
- Legenda de acordo com as normas.
3.13 EXTINTORES
Os extintores são os melhores aliados para o combate aos princípios de
incêndio. Pede-se atenção para o fato deles serem utilizados somente nos princípios
de incêndio. Pois, a sua pequena carga, demanda um tempo muito curto de combate.
É necessário que no projeto, o profissional avalie os materiais que constem
no ambiente para definir o tipo de extintor eficaz para a situação.
Quando o analista visualizar o projeto, deve conseguir identificar:
- Tipo;
- Capacidade dos extintores;
- Distâncias máximas a serem percorridas;
- Área máxima de cobertura por cada extintor.
Uma dúvida muito comum é com relação às definições de unidade
extintora e capacidade extintora.
Assim, esclareceremos os dois termos:
Unidade extintora é o extintor com determinada quantidade de agente
extintor. Exemplo: extintor de 10 L de espuma, extintor de 6 kg de gás carbônico,
extintor de 8 kg de pó químico seco.
Já capacidade extintora é uma forma de se medir o poder de extinção do
extintor.
Dimensionar a quantidade pela capacidade extintora é mais eficiente que
pela unidade extintora.
O Decreto 857/1984 define a área máxima de cobertura por unidade
extintora e a distância máxima a ser percorrida até se encontra uma, tudo em função
do risco:
Risco Área de cobertura (m2) Distância a percorrer* (m)
Baixo 500 25
Médio 300 20
Alto 200 15
Bomba
Acionamento Vazão Potência Altura manométrica
Válvula de fluxo 292 l/min 4 CV 38 mca
Velocidade real da água na tubulação Reserva Técnica para Incêndio
Sucção Recalque
9.000 l
1,10 m/s 1,85 m/s
Tubulação Diâmetro da canalização de Diâmetro da canalização de
Material Hazen Willians sucção recalque
Aço
120 75 mm 65 mm
galvanizado
PRESSÕES E VAZÕES MÍNIMAS PELO DECRETO 857/1984
Existe uma exceção que o decreto faz que é em relação as edificações que
tenham risco predominantemente Baixo e que sejam alimentados por reservatórios
elevados. Nesse caso, é permitida a pressão de 6 mca o que confere uma vazão
mínima de 85 l/min no bocal do esguicho.
Para instalações de produção, manipulação, armazenamento e distribuição
de derivados de petróleo e/ou álcool (destilaria ou refinaria, parques de tanques e/ou
tanques isolados, plataforma de carregamento, posto de serviço e armazém de
produtos acondicionados) as vazão e pressões mínimas são as seguintes:
Tipo de área Pressão Vazão
Coberta 30 mca 700 l/min
Descoberta 40 mca 809 l/min
A NBR estabelece que a pressão nos esguichos não pode ser superior ao
dobro da pressão calculada para o esguicho mais desfavorável.
Outros pontos a serem rigorosamente observados:
- A localização dos abrigos e tomadas devem obedecer a distância máxima
de 5 metros das saídas. Idem se a edificação possuir mais de um pavimento;
- A válvula de retenção deve ser instalada na saída do reservatório e na
saída da bomba. Não é regulamentar a instalação próxima ao hidrante de recalque,
mas pode ser apresentada com vistas a prevenção contra atos de vandalismo;
- Quando interno, o hidrante poderá ter no máximo 30 m de mangueira;
- Quando externo, o hidrante poderá ter no máximo 60 m de mangueira
desde que esteja afastado a, no mínimo, 15 m da edificação a ser protegida;
- A canalização externa pode ser em cimento amianto, PVC ou materiais
termoplásticos desde que estejam enterradas;
- O diâmetro mínimo da canalização de alimentação do sistema é de
63mm. Na NBR é admitida a canalização de 50 mm para o sistema de mangotinhos;
- Deve ser apresentada uma planta com o isométrico com as devidas cotas
para ser possível visualizar os hidrantes mais desfavoráveis e os mais favoráveis;
- Os hidrantes não podem ser instalados nas escadas ou antecâmaras.
Salvo se comprovado em memorial pelo responsável técnico, o hidrante, pode ser
instalado na caixa das escadas;
- Apesar de que o Decreto 857/1984 não traz nada sobre o material que
deve ser fabricado o reservatório, é notório que esse item não pode ser construído em
material combustível. Já a NBR 13714 regula que se for utilizado um material diferente
de concreto armado ou metálico, deve ser resistente ao fogo, a choques mecânicos e
intempéries. Para tanto, é essencial que o projetista relate qual o material e qual o
tempo que o mesmo resiste ao fogo. Recomenda-se que esse tempo não seja inferior a
2 horas;
- O hidrante de recalque deve ter diâmetro de 63 mm segundo o decreto e
de acordo com a NBR 13714 deve ser de no mínimo 50 mm e no máximo 100 mm;
- A pressão em qualquer ponto do sistema não pode ser superior a 100
mca.
EM PLANTA
- Identificar os pontos de hidrantes, botoeira e a tubulação;
- Identificar o hidrante de recalque;
- Identificar os hidrantes mais desfavoráveis;
- Identificar o painel próximo a bomba de incêndio;
- Identificar a bomba de incêndio;
- Identificar a reserva técnica para incêndio;
- Constar o detalhe da sucção;
- Apresentar o isométrico;
- Mostrar o raio de cobertura por hidrante (opcional);
- Legenda de acordo com as normas.
3.15 CHUVEIROS AUTOMÁTICOS
A água descarregada pelos chuveiros produz menos danos que os jatos
compactos das mangueiras dos hidrantes e a eficácia desse sistema é indiscutível.
Além disso, o acionamento automático e conjugado como sistema de
alarme, aumenta a chance controle do sinistro e do salvamento de vidas.
Assim, como tratado no item sobre hidrantes, é apresentado abaixo, um
resumo tabelado (ilustrativo) dos dados essenciais que devem constar no memorial.
Tipo de Sistema
Canalização molhada
Método utilizado Classe de Risco
Tabela ou Cálculo Leve, Ordinário, Extraordinário ou Especial.
Área de cobertura
Espaçamento entre chuveiros Área total protegida
por chuveiro
Normativo Real
Normativa Real Espaçamento entre ramais Normativa Real
Normativo Real
Diâmetro
Tipo de rede
Ramais Sub-ramais
Aberta ou fechada 75, 65 e 50 mm 50, 40, 32 e 25 mm
Reservatório
Vazão
Subterrâneo
do
Chuveiros
Sistema
Vazão Fator Diâmetro Orientação Temperatura Tipo
-1/2 Cobertura
3.200 l/min 57 l/min 8 l/min.kPa 12,7 mm Pendente 67 °C
Padrão
Bomba (s)
Acionamento Vazão Potência Altura manométrica
Pressostato 3200 l/min 50 CV 44 mca
Velocidade real da água na tubulação Reserva Técnica para Incêndio
Sucção Recalque
192.000 l
1,10 m/s 1,85 m/s
Material da tubulação Diâmetro da canalização de sucção Diâmetro da canalização de recalque
Aço galvanizado 125 mm 100 mm
EM PLANTA
- Identificar a área de aplicação hachurada e a tubulação;
- Identificar os pontos de chuveiros automáticos de toda a edificação;
- Identificar as válvulas de governo e alarme;
- Identificar o painel próximo a bomba de incêndio;
- Identificar a bomba de incêndio;
- Identificar a reserva técnica para incêndio;
- Constar o detalhe da sucção;
- Apresentar o isométrico;
- Legenda de acordo com as normas.
3.16 RESFRIAMENTO E ESPUMA
Espuma
Área a ser resfriada por
Tempo de Quantidade de câmaras asperores, hidrantes ou CM
Taxa de aplicação
aplicação de espuma
Distâncias
Entre costados Entre hidrantes ou CM Dos hidrantes ou CM dos costados
Nível de proteção
EM PLANTA
- Identificar a malha;
- Identificar os captores;
- Identificar os eletrodos de terra;
- Identificar os condutores de descida;
- Identificar as caixas de inspeção;
- Apresentar planta baixa e de corte;
- Legenda de acordo com as normas.
3.18 CENTRAL DE GÁS LIQUEFEITO DE PETRÓLEO
Atualmente o estado de Mato Grosso faz uso de somente um tipo de gás
para as instalações prediais: Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). Portanto, não será
abordado o Gás Natural (GN).
No memorial devem constar as seguintes informações:
- Capacidade e quantidade do(s) recipiente(s);
- Quanto à localização: de superfície, parcialmente enterrados ou
enterrados;
- Quanto ao formato: cilíndrico ou esférico;
- Quanto à posição: vertical ou horizontal;
- Quanto à fixação: fixos ou não-fixos;
- Quanto ao manuseio: transportáveis ou estacionários;
- Quanto ao abastecimento: trocáveis ou abastecidos no local;
- Distâncias mínimas de segurança;
- Localização da canalização da rede de distribuição: aparente, embutida ou
enterrada;
- Quantidade de extintores de Pó Químico Seco de acordo com a
capacidade total da central;
- A distância do extintor até a central, não superior a 10 m;
- Importante colocar que os recipientes estacionários com capacidade
individual superior a 10 m3 devem ser protegidas por rede fixa de água (hidrantes) e os
superiores a 20 m3 por sistema de nebulizadores ou aspersores neste último caso
pode-se adotar a NBR 17505 para o dimensionamento;
- TRRF das paredes do abrigo na qual está a central, mínimo de 2 horas;
- Se os recipientes forem localizados em área com possibilidade de acesso
ao público, deve ser protegida com cerca de tela, gradil, elementos vazados ou outro
material incombustível com altura mínima de 1,80 m e que não interfira na ventilação;
Logicamente, pelas características do GLP, os recipientes não podem ser
instalados em locais confinados como porões, garagens subterrâneas, forros, etc.;
Breve comentário: os cálculos de perda de carga, poder calorífico,
densidade, potências, velocidade da rede, fatores de simultaneidade, entre outros, não
fazem parte do projeto de combate a incêndio. São de responsabilidade técnica e legal
da ANP petróleo verificar esses dados. Pois dizem respeito ao consumo.
EM PLANTA
- Identificar a localização da central de gás;
- Identificar os afastamentos regulamentares;
- Identificar o local de abastecimento das divisas;
- Quando os botijões de 13 kg forem localizados dentro das unidades
residenciais, deve ser indicada sua localização para se poder avaliar as questões de
ventilação e segurança;
- Legenda de acordo com as normas.