Вы находитесь на странице: 1из 47

Noções de Lógica

Palmas/TO, setembro de 2010

1
NOÇÕES DE LÓGICA

Joel dos Santos Brandão1

I - ÁLGEBRA DAS PROPOSIÇÕES

1. Proposição

Uma proposição é uma declaração ou sentença (afirmativa ou negativa) que pode ser verdadeira ou
falsa.

Exemplo:
Analise as seguintes sentenças:
a) “Sete mais dois é igual a nove” - é uma declaração afirmativa; portanto, uma proposição.
Sabemos ser verdadeira (valor lógico V).
b) “Tocantins não fica na região Centro-Oeste” - é uma declaração negativa; portanto, uma
proposição. Sabemos ser verdadeira (valor lógico V).
c) “O dobro de cinco é dez?” - é uma pergunta, e não uma declaração. Portanto, não é uma
proposição. Não se pode atribuir a ela um valor lógico (V ou F).
d) “Menino, vá brincar!” - é uma sentença imperativa, e não uma declaração. Portanto, não é uma
proposição.

1.1. Proposições simples e compostas

Proposição simples é uma declaração que exprime um pensamento com sentido completo.

Exemplos:
A Lua é um satélite da Terra.
Sócrates é um homem.
Eu estudo lógica.
Todos os homens são mortais.

Em lógica simbólica, costumamos representar as proposições simples pelas letras p, q, r, s, t, etc.


Assim, as proposições acima ficariam:
p: A Lua é um satélite da Terra.
q: Sócrates é um homem.
r: Eu estudo lógica.
s: Todos os homens são mortais.

Proposições compostas são aquelas formadas pela junção de duas ou mais proposições simples.
Exemplos:

João é magro e José é alto.


Mário foi ao cinema ou Marcelo ficou em casa.
Vinícius não é estudioso.
Se João estudar, será aprovado.
João será aprovado se e somente se estudar.
1 Pós-graduado em Ensino, graduado em Engenharia Elétrica e Administração, graduando em Licenciatura em
Matemática, ex-professor efetivo do IFPI.

2
Em Lógica Simbólica, a ação de combinar proposições é chamada de “operação”, e os conectivos
são chamados de “operadores”, e são representados por símbolos específicos; apresentamos abaixo
as cinco operações lógicas, com seus respectivos conectivos e símbolos:

Operação Conectivo Símbolo


Conjunção e ∧
Disjunção ou ∨
Negação não ~ ou ¬
Condicional Se … então →
Bicondicional Se e somente se ↔

Assim, as proposições compostas acima, ficariam:

João é magro e José é alto.


p: João é magro
q: José é alto
p∧q

Mário foi ao cinema ou Marcelo ficou em casa.


p: Mário foi ao cinema
q: Marcelo ficou em casa

p∨q

Vinícius não é estudioso.


p: Vinícius é estudioso

~p: Vinícius não é estudioso

Se João estudar, será aprovado.

p: João estuda
q: João será aprovado

p→q

João será aprovado se e somente se estudar.

p: João será aprovado


q: João estuda

p↔q

3
1.2. Conjunção

Se p e q são proposições, a expressão p∧q é chamada conjunção de p e q, e as proposições p e q são


chamadas fatores da expressão.
Ex.: João é magro e José é alto
p: João é magro
q: José é alto
A expressão (João é magro) e (José é alto) será representada por: p ∧ q.

Para melhor fixação, vamos representar a conjunção por um circuito elétrico com duas chaves em
série visto na figura abaixo:

Convenções:
Chave aberta = F Chave fechada = V
Lâmpada apagada = F Lâmpada acesa = V

Situações possíveis:
a) Se tivermos as duas chaves abertas (F), a corrente não circulará e a lâmpada não se acenderá (F).
b) Se uma das chaves estiver fechada e a outra aberta, a corrente não circulará e a lâmpada não se
acenderá.
c) Se as duas chaves estiverem fechadas (V) a corrente circulará e acenderá a lâmpada (V).

Analisando as situações, concluímos que só teremos a lâmpada acesa quando as duas chaves
A e B estiverem fechadas.

Podemos representar as situações em um mapa chamado de Tabela Verdade:

A B S=A∧B
V V V
V F F
F V F
F F F

1.3. Disjunção

A utilização do conectivo “ou” na língua portuguesa por vezes encerra ambiguidades. Por

4
exemplo, quando digo “Maria foi à praia ou ao supermercado” significa que ela ou foi à praia ou ao
supermercado, pois não há como ela ir aos dois lugares ao mesmo tempo. Nesta acepção, o “ou” é
exclusivo. Agora veja a expressão: Mário foi ao cinema ou Marcelo ficou em casa. Neste caso, não
há indicação se apenas um ou os dois fatos ocorreram simultaneamente, tratando-se, portanto, de
um “ou inclusivo”. Assim, quando não forem possíveis ocorrer dois fatos simultaneamente
estaremos diante de um “ou exclusivo”, caso contrário, será um “ou inclusivo” ao qual chamaremos
apenas de “ou”.

Para construirmos a tabela verdade, nos valeremos novamente do circuito elétrico, só que
desta vez as chaves estarão em paralelo:

Usando as mesmas convenções do circuito para conjunção, teremos as seguintes situações:


a) Se as duas chaves estiverem fechadas (V) a lâmpada se acenderá (V).
b) Se uma das chaves estiver aberta e a outra fechada, mesmo assim a lâmpada se acenderá.
c) Se as duas chaves estiverem abertas (F) não terá como passar corrente e a lâmpada ficará apagada
(F).

A tabela-verdade ficará, então, da seguinte forma:


A B S=A ∨ B
V V V
V F V
F V V
F F F

1.4. Disjunção exclusiva

Já foi mencionado anteriormente que o conectivo “ou” pode ser inclusivo ou exclusivo. Ele
é exclusivo quando duas ou mais proposições não podem assumir o mesmo valor lógico. Por
exemplo:

p: Joel é piauiense ou tocantinense

Significa que Joel ou é piauiense ou é tocantinense, não podendo ser um e outro.

Em lógica simbólica usa-se geralmente o símbolo ∨ para o “ou inclusivo” e ∨ para o “ou
exclusivo”. A expressão p ∨ q lê-se “ou p ou q” ou “p ou q, mas não ambos”.

5
O valor lógico da disjunção exclusiva de duas proposições é definido pela seguinte tabela-
verdade:

p q p∨q
V V F
V F V
F V V
F F F

1.5 Negação

Se p é uma proposição, a expressão ¬ p é chamada de negão de p. A negação inverte o valor


verdade de uma operação. Se p for verdadeira, a sua negação será falsa, e vice-versa. A tabela-
verdade é facilmente construída:

p ¬p
V F
F V

A negação é feita antepondo o advérbio “não” ao verbo da proposição. Por exemplo,

p: Mário gosta de frutas


~p: Mário não gosta de frutas

Mas existe outras formas de construir uma negação, antepondo-se expressões como “é falso
que”, “não é verdade que”. Exemplo:

q: Joel é matemático
~ q: Não é verdade que Joel é matemático
ou ~ q: É falso que Joel é matemático

Note que a negação da negação de uma proposição p é a proposição p, ou seja, ¬ ¬ p = p.


Exemplo:
r: As borboletas são amarelas
~ r: As borboletas não são amarelas
~ ~ r: É falso que as borboletas não são amarelas

Esta última expressão (~~r) é o mesmo que afirmar que “as borboletas são amarelas” (r).

Você se lembra da letra da música Sampa do cantor Caetano Veloso? Saberia, então, me
dizer qual é o “avesso do avesso do avesso do avesso”?

1.6. Condicionamento ou implicação

Considere a seguinte promessa a seu filho Júnior:

6
Se você lavar o carro, então eu o empresto a você.

Esta é uma proposição composta pelas duas proposições “você lavar o carro” e “eu empresto
a você”, ligadas pelo conectivo “se... então”. Em Lógica Simbólica este conectivo é chamado de
“condicional” e representado pelo símbolo →.
Então, se p e q são proposições, a expressão p → q é chamada condicional de p e q; a
proposição p é chamada antecedente, e a proposição q consequente da condicional. A operação de
condicionamento indica que o acontecimento de p é uma condição suficiente para q acontecer, ou
de outra forma, q é condição necessária para p acontecer.

Para construir a tabela-verdade, vamos analisar a promessa feita ao Júnior: “se você lavar o
carro, então eu o empresto a você”. As proposições simples são:
p: você lavar o carro
q: eu o empresto a você.

p (você lavar o carro) → q (eu o empresto a você)


a) Júnior lavou o carro (V) e você emprestou o carro (V) – Promessa cumprida (V).
b) Júnior lavou o carro (V) e você não emprestou o carro (F) – Promessa não cumprida (F).
c) Júnior não lavou o carro (F) e você emprestou o carro (V) – não havia promessa para o caso de
Júnior não lavar o carro; portanto, não se pode falar em promessa descumprida (F). Nesse caso,
consideraremos a promessa feita acima como cumprida (V), já que emprestar ou não o carro ficará
apenas a critério do pai dele.
d) Júnior não lavou o carro (F) e você não emprestou o carro (F) - mesma observação feita na letra
“c”.

A tabela-verdade ficará assim:

p q p→q
V V V
V F F
F V V
F F V

Vejamos outro exemplo:

Se Carlos passou de ano, então Carlos passou em Matemática.

Podemos representar as proposições como:


p: Carlos passou de ano
q: Carlos passou em Matemática

p (Carlos passou de ano) → q (Carlos passou em Matemática)

Observe que a “Carlos passar de ano” é condição suficiente para “Carlos passar em
Matemática”, mas o contrário não é verdadeiro, ou seja, “Se Carlos passou em Matemática, então
Carlos passou de ano”, ele pode ter sido reprovado em outras disciplinas. Uma conclusão
interessante que podemos tirar é:
p → q não equivale a q → p. Não vale, portanto, a propriedade comutativa para a

7
implicação.

Pelo mesmo motivo, a expressão “Se Carlos não passou de ano, então Carlos não passou em
Matemática” também não será verdadeira. Ou seja,

p → q não equivale a ~ p → ∼ q

Entretanto:
“Se Carlos não passou em Matemática, então Carlos não passou de ano” significa o mesmo
que:
“Se Carlos passou de ano, então Carlos passou em Matemática”.

Em forma simbólica:

p → q equivale a ~ q → ∼ p

A expressão “Se Carlos passou de ano, então Carlos passou em Matemática” é exatamente a
mesma que qualquer uma das expressões abaixo:

• “Carlos passar de ano é condição suficiente para Carlos ter passado em Matemática”
• “Carlos passar em Matemática é condição necessária para Carlos passar de ano”
• “Carlos passou de ano somente se Carlos passou em Matemática”

Exercícios:
1. Utilizando a tabela-verdade, demonstre as seguintes equivalências:
a) p → q ⇔ ~ q → ∼ p.

p q p→q ~q ~p ~q →∼p

b) p → q ⇔ ¬ p ∨ q

p q p→q ~p q ~p∨q

8
1.7. Bicondicionamento ou dupla implicação

Considere a proposição:

Cláudio será aprovado se e somente se ele estudar

Neste caso, temos duas proposições ligadas pelo conectivo “se e somente se”:
p: Cláudio será aprovado
q: Ele estudar

Em Lógica Simbólica, essa operação é denominada bicondicionamento e o seu conectivo é


representado pelo símbolo ↔. E a expressão p ↔ q é chamada bicondicional de p em q.
Na expressão citada, o conectivo “se e somente se” indica que se Cláudio estudar será
aprovado e esta é a única possibilidade de Cláudio ser aprovado, isto é, se Cláudio não estudar, não
será aprovado. Os dois acontecimentos serão ambos verdadeiros ou ambos falsos, não existindo
possibilidade de uma terceira opção.

A tabela da dupla implicação é representada abaixo:

p q p↔q
V V V
V F F
F V F
F F V

Exercício: Demonstre, utilizando a tabela-verdade, que p ↔ q ⇔ (p → q) ∧ (q → p).

p q p↔q p→q q→p (p → q) ∧ (q → p)


V V V
V F F
F V F
F F V

1.8. Equivalência lógica

De acordo com os valores lógicos que as proposições compostas assumem, elas podem ser
classificadas em:

i) Tautologia
É uma expressão que assume sempre o valor verdadeiro, independentemente da verdade dos
termos que a compõem.

Exemplo: p ∨ ¬ p

9
p ~p p ∨ ~p
V F V
F V V

ii) Contradição
É uma expressão que assume sempre o valor falso em qualquer interpretação.
Exemplo: p ∧ ¬ p

p ¬p p∧¬p
V F F
F V F

As expressões equivalentes quando colocadas na forma bicondicional são sempre


tautológicas.
Exemplo: Vimos que p → q ⇔ ¬ q → ¬ p; vamos mostrar que p → q ↔ ¬ q → ¬ p é uma
tautologia.

p q p→q ¬q ¬p ¬q→¬p p→q↔¬q→¬p


V V V F F V V
V F F V F F V
F V V F V V V
F F V V V V V

A relação de equivalência possui as seguintes propriedades:


• Reflexiva: p ⇔ p
• Simétrica: Se p ⇔ q então q ⇔ p
• Reflexiva: Se p ⇔ q e q ⇔ r então p ⇔ r

Vejamos abaixo as principais equivalências lógicas:

a) Leis da comutatividade

p∧q⇔q∧p
p∨q⇔q∨p

Exemplo: “Fui ao teatro e à escola” equivale à “Fui à escola e ao teatro”.

b) Leis da associatividade

(p ∧ q) ∧ r ⇔ p ∧ (q ∧ r)
(p ∨ q) ∨ r ⇔ p ∨ (q ∨ r)

c) Leis da distributividade

10
p ∧ (q ∨ r) ⇔ (p ∧ q) ∨ (p ∧ r)
p ∨ (q ∧ r) ⇔ (p ∨ q) ∧ (p ∨ r)

d) Leis de De Morgan

¬ (p ∧ q) ⇔ ¬ p ∨ ¬ q
¬ (p ∨ q) ⇔ ¬ p ∧ ¬ q

Exemplo: “É falso que Joel gosta de cálculo e lógica” equivale a “Joel não gosta de cálculo ou não
gosta de lógica”.

e) Leis de idempotência

p∧p⇔p
p∨p⇔p

f) Lei da dupla negação

¬ (¬ p) ⇔ p

g) Lei da condicional

p→q⇔¬p∨q

Exemplo: “Se continuar chovendo, o rio vai transbordar” equivale a “Para de chover ou o rio vai
transbordar”.

h) Lei da bicondicional

p ↔ q ⇔ (p → q) ∧ (q → p)
p ↔ q ⇔ (p ∧ q) ∨ (¬ p ∧ ¬ q)

Exemplo: “Eu vou cursar matemática se e somente se meu pai me der um carro” equivale a “se eu
cursar matemática, então meu pai me dá um carro, e, se meu pai me der um carro, então eu vou
cursar matemática”; também equivale a “eu vou cursar matemática e meu pai vai me dar um carro,
ou, não vou cursar matemática e meu pai não vai me dar um carro”.

i) Lei da contraposição

p→q⇔ ¬q →¬p

j) Lei da absorção

p→p∧q⇔p→q

l) Lei de Clavius

¬p→p⇔p

11
m) Lei da refutação por absurdo

(p → q) ∧ (p → ¬ q) ⇔ ¬ p

n) Lei do dilema

(p → q) ∧ (¬ p → q) ⇔ q

Exemplo: “Se for aprovado, ganho uma viagem, e, se não for, também ganho” equivale a “ganho
uma viagem”.

o) Lei da demonstração por absurdo (onde F é uma contradição)

(p ∧ ¬ q) → F ⇔ (p → q)

p) Lei da importação-exportação

p → (q → r) ⇔ (p ∧ q) → r

1.9. Inferência lógica

Uma inferência lógica é uma tautologia da forma p → q, que são representadas por p ⇒ q
(lê-se, p, logo q). As regras de inferência são formas que nos permitem concluir o consequente, uma
vez que consideremos o antecedente verdadeiro.
As regras de inferência têm as seguintes propriedades:
Reflexiva: p ⇒ p
Transitiva: Se p ⇒ q e q ⇒ r, então p ⇒ r

Para provar a tautologia das regras de inferência, vamos exemplificar usando a regra
conhecida como Modus Ponens:
(p → q) ∧ p ⇒ q

p q p → q (p → q) ∧ p (p → q) ∧ p → q

São exemplos de regras de inferência:


a) Regra de adição

p ⇒ (p ∨ q)

Exemplo: “Sou bonito; logo, sou bonito ou antipático”

12
b) Regra da simplificação

(p ∧ q) ⇒ p

Exemplo: “Fui ao cinema e ao teatro; logo, fui ao cinema”.

c) Regra da simplificação disjuntiva

(p ∨ q) ∧ (p ∨ ¬ q) ⇒ p

Exemplo: “Trabalho ou estudo; trabalho ou não estudo; logo, trabalho”.

d) Regra do silogismo disjuntivo (ou alternativo)

(p ∨ q) ∧ ¬ p ⇒ q

Exemplo: “Trabalho ou estudo; não trabalho; logo, estudo”.

e) Regra do silogismo conjuntivo (ou incompatibilidade)

¬ (p ∧ q) ∧ q ⇒ ¬ p

Exemplo: “É falso que estudo e trabalho; trabalho; logo, não estudo”

Podemos demonstrar a veracidade desta regra de inferência utilizando a tabela-verdade:

p q (p ∧ q) ¬ (p ∧ q) ¬ (p ∧ q) ∧ q
V V V F F
V F F V F
F V F V V
F F F V F

Se V(q)=V, para que V(¬ (p ∧ q) ∧ q) seja verdade a V(p) deve ser igual a F.

f) Dilema construtivo

(p → q) ∧ (r → s) ∧ (p ∨ r) ⇒ (q ∨ s)

Exemplo: “Se vou à festa, fico cansado; se fico em casa, durmo; vou à festa ou fico em casa; logo,
fico cansado ou durmo”.

13
Exercício: Analise o dilema construtivo utilizando a tabela-verdade:

p q (p → q) r s (r → s) p∨r

g) Dilema destrutivo

(p → q) ∧ (r → s) ∧ (¬ q ∨ ¬ s) ⇒ (¬ p ∨ ¬ r)

Exemplo: “Se vou à festa, fico cansado; se fico em casa, durmo; não fico canso ou não durmo; logo,
não vou à festa ou não fico em casa”.

h) Regra da inconsistência (de uma contradição se conclui qualquer proposição)

(p ∧ ¬ p) ⇒ q

Exemplo: “A torre Eiffel caiu; a torre Eiffel não caiu; logo, sou Leonardo Di Caprio”.

i) Modus Ponens (modo de afirmar)

(p → q) ∧ p ⇒ q

Exemplo: “Se ganhar na loteria, ficarei rico; ganhei na loteria; logo, fiquei rico”.

j) Modus Tollens (modo de negar)

(p → q) ∧ ¬ q ⇒ ¬ p

Exemplo: “Se ganhar na loteria, ficarei rico; não fiquei rico; logo, não ganhei na loteria”.

l) Regra da atenuação

p→q⇒ p→q∨r

Exemplo: “Se ganhar na loteria, ficarei rico; logo, se ganhar na loteria, ficarei rico ou gordo”.

m) Regra da retorsão

¬p→p⇒p

Exemplo: “Se eu não casar, caso; logo, caso”.

14
Exercícios de fixação

1. Utilizando as propriedades, simplifique as expressões abaixo:


a) (p ∧ q ∧ r) ∨ (p ∧ ¬ r) ∨ (p ∧ ¬ q)

b) (¬ p ∧ ¬ q ∧ ¬ r) ∨ (¬ p ∧ q ∧ ¬ r) ∨ (¬ p ∧ q ∧ r) ∨ (p ∧ q ∧ r)

2. Dizer que não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto, é logicamente equivalente a dizer
que é verdade que:
a) Pedro não é pobre ou Alberto não é alto;
b) Pedro não é pobre e Alberto não é alto;
c) Pedro é pobre ou Alberto não é alto;
d) Se Pedro não é pobre, então Alberto é alto;
e) Se Pedro não é pobre, então Alberto não é alto.

Resolução:

“Não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto”

p: Pedro é pobre
q: Alberto é alto

A expressão fica:
~ (p (Pedro é pobre) ∧ q (Alberto é alto))
ou seja,
~ (p ∧ q)

Aplicando De Morgan, teremos:


~ ( p ∧ q) ⇔ ~ p ∨ ~ q

ou ainda,

~p∨~q⇔p→~q

A expressão “Não é verdade que Pedro é pobre e Alberto é alto, corresponde a:

– Pedro não é pobre ou Alberto não é alto


– Se Pedro é pobre, então Alberto não é alto

A alternativa correta é a alternativa “a”.

15
3. Se Carina é amiga de Carol, então Carmem é cunhada de Carol. Carmem não é cunhada de Carol.
Se Carina não é cunhada de Carol, então Carina é amiga de Carol. Logo:
a) Carina é cunhada de Carmem e é amiga de Carol;
b) Carina não é amiga de Carol ou não é cunhada de Carmem;
c) Carina é amiga de Carol ou não é cunhada de Carol;
d) Carina é amiga de Carmem e é amiga de Carol;
e) Carina é amiga de Carol e não é cunhada de Carmem.

Resolução:

p: Carina é amiga de Carol


q: Carmem é cunhada de Carol
r: Carina é cunhada de Carol
s: Carina é cunhada de Carmem
t: Carina é amiga de Carmem

Transformando as alternativas em expressões simbólicas:


a) s ∧ p
b) ~p ∨ ~ s
c) p ∨ ~ r
d) t ∧ p
e) p ∧ ∼ s

Escrevendo o enunciado em forma de álgebra de proposições, teremos:


i) Se Carina é amiga de Carol, então Carmem é cunhada de Carol: p → q

ii) Carmem não é cunhada de Carol: ~ q

iii) Se Carina não é cunhada de Carol, então Carina é amiga de Carol: ~ r → q

A representação fica, então:

p→q
~r→q
~q
├?

Podemos rearranjar algumas expressões utilizando as propriedades aprendidas:


Como sabemos que “Carmem não é cunhada de Carol” (~ q), podemos reescrever as expressões a
partir dessa informação:
Pela lei da contraposição,
p→q⇔~q→~p e
~r→q⇔~q→r

Daí, já podemos concluir que:

~ p: Carina não é amiga de Carol


r: Carina é cunhada de Carol

16
O que poderíamos ter concluído usando o Modus Tollens:
(p → q) ∧ ∼ q ⇒ ~ p
(~ r → q) ∧ ∼ q ⇒ r

Dentre as alternativas, observamos que a letra “b” possui a disjunção ~p ∨ ~ s, mas que nada nos
foi dito sobre a proposição s. No entanto, podemos aplicar perfeitamente a regra da adição:
~p⇒~p∨~s

Ou seja, a uma proposição pode ser “somada” qualquer outra.

Portanto, a resposta é a alternativa “b”.

4. O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do castelo, e é condição suficiente para a
duquesa ir ao jardim. Por outro lado, o conde encontrar a princesa é condição necessária e suficiente
para o barão sorrir e é condição necessária para a duquesa ir ao jardim. O barão não sorriu. Logo:
a) a duquesa foi ao jardim ou o conde encontrou a princesa;
b) se o duque não saiu do castelo, então o conde encontrou a princesa;
c) o rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa;
d) o rei foi à caça e a duquesa não foi ao jardim;
e) o duque saiu do castelo e o rei não foi à caça.

Resolução:

r: o rei ir à caça
c: o duque sair do castelo
j: a duquesa ir ao jardim
p: o conde encontrar a princesa
b: o barão sorrir

Transformando as alternativas em expressões simbólicas:


a) j ∨ p
b) ~ c → p
c) ~ r ∧ ~ p
d) r ∧ ∼ j
e) c ∧ ∼ r

As proposições do enunciado podem ser escrito da seguinte forma:


i) “O rei ir à caça é condição necessária para o duque sair do castelo” é o mesmo que dizer “o
duque sair do castelo é condição suficiente para o rei ir à caça”, ou ainda, “se o duque sair do
castelo, então o rei vai à caça”:
c→r

ii) “O rei ir à caça é condição suficiente para a duquesa ir ao jardim” é o mesmo que “se o rei for à
caça, então a duquesa vai ao jardim”:
r→j
iii) “O conde encontrar a princesa é condição necessária e suficiente para o barão sorrir” é o mesmo
que “o barão sorrirá se e somente se o conde encontrar a princesa”:
b↔p
iv) “O conde encontrar a princesa é condição necessária para a duquesa ir ao jardim”, dito de outra

17
forma, “a duquesa ir ao jardim é condição suficiente para o conde encontrar a princesa”, ou ainda,
“Se a duquesa for ao jardim, então o conde vai encontrar a princesa”:
j→p
v) “O barão não sorriu”:
~b

Arrumando, teremos:

c→r
r→j
b↔p
j→p
~b
├?

Da bicondicional (iii) concluímos que, se “o barão não sorriu”, então “o conde não encontra a
princesa” (~ p).

Do Modus Tollens (MT) em (iv):


(j → p) ∧ ~ p ⇒ ~ j, ou seja, “a duquesa não vai ao jardim”.

Continuando com o MT em (ii):


(r → j) ∧ ~ j ⇒ ∼ r, ou seja, “o rei não foi à caça”.

Da mesma forma em (i):


(c → r) ∧ ∼ r ⇒ ∼ c, ou seja, “o duque não saiu do castelo”.

Analisando as alternativas:

a) j ∨ p
V(j) = F
V(p) = F
logo, V(j∨ p) = F

b) ~ c → p
V(~c) = V
V(p) = F
logo, V(~ c→ p) = F

c) ~ r ∧ ~ p
V(~ r) = V
V(~ p) = V
logo, V(~ r ∧ ~ p) = V

d) r ∧ ∼ j
V(r) = F
V(~ j) = V
logo, V(r ∧ ∼ j) = F

18
e) c ∧ ∼ r
V(c) = F
V(~ r) = V
logo, V(c ∧ ∼ r) = F

A resposta é a alternativa “c”: “ o rei não foi à caça e o conde não encontrou a princesa”

5. Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica. Por outro lado, se Geografia não é difícil, então
Lógica é difícil. Daí segue-se que, se Artur gosta de Lógica, então:
a) se Geografia é difícil, então Lógica é difícil;
b) Lógica é fácil e Geografia é difícil;
c) Lógica é fácil e Geografia é fácil;
d) Lógica é difícil e Geografia é difícil;
e) Lógica é difícil ou Geografia é fácil.

Resolução:

f: Lógica é fácil
g: Artur gosta de Lógica
q: Geografia é fácil

O enunciado fica, portanto:


i) “Ou Lógica é fácil, ou Artur não gosta de Lógica”, este é um caso de “ou exclusivo” que podemos
representar por:
f ∨ ~ g.
ii) “Geografia não é difícil, então Lógica é difícil”, “Geografia não é difícil” é o mesmo que dizer
“Geografia é fácil”, e “Lógica é difícil” é o mesmo que “Lógica não é fácil”. Portanto, a
representação simbólica fica:
q→~f
iii) “Artur gosta de Lógica”:
g

Considerando o “ou exclusivo” em (i), se V(g) = V, então V(f) deve ser V, isto é, “Lógica é fácil”.
No caso do “ou exclusivo, lembre-se que se V(f) for V, V(~ g) deve ser F, e vice-versa.

Aplicando a lei da condicional em (ii):


q→~f⇔f→∼q

Então, se “Lógica é fácil, então Geografia é difícil”. Do Modus Ponens,


f→∼q∧f⇒~q
Em suma, concluímos que:
– Lógica é fácil (f)
– Geografia é difícil (~ q)

Vamos analisar as alternativas:


a) ~ q → ~ f
b) f ∧ ∼ q
c) f ∧ q
d) ~ f ∧ ∼ q
e) ~ f ∨ q

19
A alternativa “b” é verdadeira, pois:
V(f) = V
V(~ q) = V
logo, V(f ∧ ∼ q) = V

6) Se Fulano é culpado, então Beltrano é culpado. Se Fulano é inocente, então ou Beltrano é


culpado, ou Sicrano é culpado, ou ambos, Beltrano e Sicrano, são culpados. Se Sicrano é inocente,
então Beltrano é inocente. Se Sicrano é culpado, então Fulano é culpado. Logo:
a) Fulano é inocente, e Beltrano é inocente, e Sicrano é inocente;
b) Fulano é culpado, e Beltrano é culpado, e Sicrano é inocente;
c) Fulano é culpado, e Beltrano é inocente, e Sicrano é inocente;
d) Fulano é inocente, e Beltrano é culpado, e Sicrano é culpado;
e) Fulano é culpado, e Beltrano é culpado, e Sicrano é culpado.

Resolução:

f: Fulano é inocente
t: Beltrano é inocente
s: Sicrano é inocente

Em representação simbólica, o enunciado fica:


i) “Se Fulano é culpado, então Beltrano é culpado”:
~f→~t
ii) “Se Fulano é inocente, então ou Beltrano é culpado, ou Sicrano é culpado, ou ambos, Beltrano e
Sicrano, são culpados”, este é um caso de “ou inclusivo”:
f→~t∨~s
iii) “Se Sicrano é inocente, então Beltrano é inocente”:
s→t
iv) “Se Sicrano é culpado, então Fulano é culpado”:
~s→~f
Usando a lei da condicional, as expressões podem ser escrita como:
i) ~ f → ~ t ⇔ t → f
ii) f → ~ t ∨ ~ s ⇔ ~(~ t ∨ ~ s) → ~ f e aplicando De Morgan, t ∧ s → ~ f
iii) s → t ⇔ ~ t → ~ s
iv) ~ s → ~ f ⇔ f → s

Vamos analisar as alternativas e testar cada uma:


a) f ∧ t ∧ s
Se V(f) = V, então, V(s) = V, e V(t) = V
No entanto, substituindo em (ii), vemos que: V(t ∧ s) = V e V(~ f) = F, o que gera uma incoerência.
Portanto, esta alternativa está incorreta.

b) ~ f ∧ ~ t ∧ s
c) ~ f ∧ t ∧ s
d) f ∧ ~ t ∧ ∼ s
e) ~ f ∧ ~ t ∧ ∼ s
Se V(~ f) = V, então V(~ t) = V, e V(~ s) = V.

20
Testando em (ii), V(t ∧ s) = F, a expressão resulta em F → V, cujo resultado dá V.

A resposta correta é a alternativa “e”.

7. Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é filha de Alice. Ou Ana é filha de Alice, ou Ênia é
filha de Elisa. Se Paula não é filha de Paulete, então Flávia é filha de Fernanda. Ora, nem Ênia é
filha de Elisa nem Inês é filha de Isa.
a) Paula é filha de Paulete e Flávia é filha de Fernanda;
b) Paula é filha de Paulete e Ana é filha de Alice;
c) Paula não é filha de Paulete e Ana é filha de Alice;
d) Ênia é filha de Elisa ou Flávia é filha de Fernanda;
e) Se Ana é filha de Alice, Flávia é filha de Fernanda.

Resolução:

f: Flávia é filha de Fernanda


a: Ana é filha de Alice
e: Ênia é filha de Elisa
p: Paula é filha de Paulete
i: Inês é filha de Isa

Escrevendo o enunciado em forma simbólica, temos:


i) “Se Flávia é filha de Fernanda, então Ana não é filha de Alice”:
f→~a
ii) “Ou Ana é filha de Alice ou Ênia é filha de Elisa”:
a∨e
iii) “ Se Paula não é filha de Paulete, então Flávia é filha de Fernanda”:
~p→f
iv) “ nem Ênia é filha de Elisa nem Inês é filha de Isa”:
~e∧∼i

Pela regra da simplificação, a expressão de (iv) fica:


~e∧∼i⇒~e

De (ii), temos: ~ e ∧ (a ∨ e) ⇒ a

De (i), aplicando a lei da contraposição: f → ~ a ⇔ a → ~ f

De (iii): ~ p → f ⇔ ~ f → p

Analisando as alternativas:
a) p ∧ f
b) p ∧ a
c) ~ p ∧ a
d) e ∨ f
e) a → f

21
A resposta correta é a letra “b”, pois V(p) = V e V(a) = V, logo V(p ∧ a) = V.

8. Se Nestor disse a verdade, Júlia e Raul mentiram. Se Raul mentiu, Lauro falou a verdade. Se
Lauro falou a verdade, há um leão feroz nesta sala. Ora, não há um leão feroz nesta sala. Logo:
a) Nestor e Júlia disseram a verdade;
b) Nestor e Lauro mentiram;
c) Raul e Lauro mentiram;
d) Raul mentiu ou Lauro disse a verdade;
e) Raul e Júlia mentiram.

Resolução:

n: Nestor disse a verdade


j: Júlia falou a verdade
r: Raul falou a verdade
l: lauro falou a verdade
s: há um leão feroz nesta sala

Em forma simbólica, o enunciado fica assim:


i) “Se Nestor disse a verdade, Júlia e Raul mentiram”: n → ~ j ∧ ~ r
ii) “Se Raul mentiu, Lauro falou a verdade”: ~ r → l
iii) “ Se Lauro falou a verdade, há um leão feroz nesta sala”: l → s
iv) “ não há um leão feroz nesta sala”: ~ s

Então, temos as seguintes proposições:


n→~j∧~r (i)
~r→l (ii)
l→s (iii)
├~s (iv)

De (iii), pela lei da contraposição: l → s ⇔ ∼ s → ~ l


De (ii): ~ r → l ⇔ ∼ l → r
De (i): n → ~ j ∧ ~ r ⇔ ∼ (~ j ∧ ~ r) → ~ n , e por De Morgan: (j ∨ r) → ~ n

Vamos analisar as alternativas:


a) n ∧ j
Se V(n) = V, então V(j) deve ser igual a V. Substituindo em (i): V → F ∧ V(~ r), qualquer que seja o
valor de V(~ r), o consequente será falso, logo o resultado é F.

b) ~ n ∧ ~ l
V(~ l) = V, logo V(~ n) deve ser V. Substituindo em (i): V(j) ∨ V → V. Portanto, independentemente
do V(j), o resultado será V.

c) ~ r ∧ ~ l
V(~ l) = V, e de (ii) V(r) = V, logo V(~ r) = F; portanto, o resultado é F.

d) ~ r ∨ l

22
De (i) e (ii): V(~ l) = V, logo V(l) = F e V(r) = V, logo V(~ r) = F; portanto, o resultado será F.

e) ~ r ∧ ~ j
V(r) = V, logo V(~ r) = F, e, portanto, independentemente do valor de j, o resultado será V.

Resposta: alternativa “b”, ou seja, “Nestor e Lauro mentiram”.

9. Quando não vejo Carlos, não passeio ou fico deprimida. Quando chove, não passeio e fico
deprimida. Quando não faz calor e passeio, não vejo Carlos. Quando não chove e estou deprimida,
não passeio. Hoje, passeio. Portanto, hoje:
a) vejo Carlos, e não estou deprimida, e chove, e faz calor;
b) não vejo Carlos, e estou deprimida, e chove, e faz calor;
c) vejo Carolos, e não estou deprimida, e não chove, e faz calor;
d) não vejo Carlos, e estou deprimida, e não chove e não faz calor;
e) vejo Carlos, e estou deprimida, e não chove e faz calor.

Resolução:

v: vejo Carlos
p: passeio
d: fico deprimida
c: chove
f: faz calor

Arrumando o enunciado:
i) “Quando não vejo Carlos, não passeio ou fico deprimida”: ~ v → ~ p ∨ d
ii) “Quando chove, não passeio e fico deprimida”: c → ~ p ∧ d
iii) “Quando não faz calor e passeio, não vejo Carlos”: ~ f ∧ p → ~ v
iv) “Quando não chove e estou deprimida, não passeio”: ~ c ∧ d → ~ p
v) “ Hoje, passeio”: p

Portanto, temos as seguintes proposições:


~v→~p∨d (i)
c→~p∧d (ii)
~f∧p→~v (iii)
~c∧d→~p (iv)
├p (v)

Aplicando a lei da contraposição em (iv), temos: ~ c ∧ d → ~ p ⇔ p → ∼ (~ c ∧ d), e por De


Morgan, p → c ∨ ~ d.

De (ii): c → ~ p ∧ d ⇔ p ∨ ~ d → ~ c, independentemente de V(~ d), como V(p) = V, logo V(~ c)


= V ou V(c) = F. Ou seja, se passeio, não chove.

E, modificando (iv): como V(p) = F e V(c) = F, logo V(~ d) = V ou V(d) = F. Ou seja, se passeio,
não fico deprimida.

De (i), aplicando a lei da contraposição: ~ v → ~ p ∨ d ⇔ p ∧ ~ d → v; como V(p) = V e V(~ d) =


V, logo V(v) deve ser V. Ou seja, “vejo Carlos”.

23
De (iii): ~ f ∧ p → ~ v; como V(p) = F e V(~ v) = F, V(~ f) deve ser igual a F, ou V(f) = V. Ou seja,
“faz calor”.

Concluímos, então, que:


– p: passeio
– ~ c: não chove
– ~ d: não fico deprimida
– v: vejo Carlos
– f: faz calor

Analisando as alternativas:
a) v ∧ ~ d ∧ c ∧ f

b) ~ v ∧ d ∧ c ∧ f

c) v ∧ ~ d ∧ ~ c ∧ f

d) ~ v ∧ d ∧ ~ c ∧ ~ f

e) v ∧ d ∧ ~ c ∧ f

A resposta é a alternativa “c”.

10. Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro. Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não é
neto de Beto. Se Carlos é filho de Pedro, então Breno é neto de Beto. Ora, Jorge é irmão de Maria.
Logo:
a) Carlos é filho de Pedro ou Breno é neto de Beto;
b) Breno é neto de Beto e Ana é prima de Bia;
c) Ana não é prima de Bia e Carlos e filho de Pedro;
d) Jorge é irmão de Maria e Breno é neto de Beto;
e) Ana é prima de Bia e Carlos não é filho de Pedro.

Resolução:

a: Ana é prima de Bia


c: Carlos é filho de Pedro
j: Jorge é irmão de Maria
b: Breno é neto de Beto

Colocando o enunciado em forma simbólica:


i) “Ana é prima de Bia, ou Carlos é filho de Pedro “: a ∨ c
ii) “Se Jorge é irmão de Maria, então Breno não é neto de Beto”: j → ~ b
iii) “ Se Carlos é filho de Pedro, então Breno é neto de Beto”: c → b
iv) “Jorge é irmão de Maria”: j

De (iv) e (ii), concluímos ~ b, ou seja, “Breno não é neto de Beto”.

Aplicando a lei da contraposição em (iii), temos: c → b ⇔ ~ b → ~ c, ou seja, “Carlos não é filho

24
de Pedro”.

De (i): Como V(c) = F, logo V(a) deve ser igual a V. Ou seja, “Ana é prima de Bia”.

Assim, concluímos que:


– a: “Ana é prima de Bia”
– ~ b: “Breno não é neto de Beto”
– ~ c: “Carlos não é filho de Pedro”

Analisando as alternativas:

a) c ∨ b
b) b ∧ a
c) ~ a ∧ c
d) j ∧ b
e) a ∧ ~ c

Resposta: alternativa “e”.

25
II - SILOGISMO

1. Noções de Teoria dos Conjuntos

Indicamos em geral um conjunto por uma letra maiúscula (A, B, C...) e um elemento por
uma letra minúscula (a, b, c, x, y, z etc).
A relação em elemento e conjunto é de “pertence”, representada pelo símbolo ∈, e a relação
entre dois ou mais conjuntos é de contido, não contido e contém, representados, respectivamente
pelos símbolos: ⊂, ⊄ e ⊃.
Εxemplificando:

Seja A formado pelos elementos x, y e z. E o conjunto B formado pelos elementos x, y, z, e w.


Então,
A = {x, y, z}
B = {x, y, z, w}

Representando no Diagrama de Euler-Venn:

Com relação aos conjuntos dizemos então que:

x∈A
A⊂ B

1.1 Reunião de Conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chama-se reunião de A e B o conjunto formado por elementos


que pertencem a A ou a B.

A ∪ B = {x | x ∈ A ou x ∈ B}

Representando em um Diagrama de Venn:

26
Propriedades da reunião:

Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, valem as seguintes propriedades:


i) A ∪ A = A (idempotente)
ii) A ∪ Ø = A (elemento neutro)
iii) A ∪ B = B ∪ A (comutativa)
iv) (A ∪ B) ∪ C = A ∪ (B ∪ C) (associativa)

1.2. Intersecção de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chama-se interseção de A e B o conjunto formado pelos


elementos que pertencem a A e a B.

A ∩ B = {x | x ∈ A e x ∈ B}

Representando por meio de Diagrama de Venn:

Propriedades da intersecção:

Sendo A, B e C conjuntos quaisquer, valem as seguintes propriedades:


i) A ∩ A = A (idempotente)
ii) A ∩ U = A (elemento neutro)
iii) A ∩ B = B ∩ A (comutativa)
iv) (A ∩ B) ∩ C = A ∩ (B ∩ C) (associativa)

Propriedades que relacionam a reunião e a intersecção:


i) A ∪ (A ∩ B) = A
ii) A ∩ (A ∪ B) = A
iii) A ∪ (B ∩ C) = (A ∪ B) ∩ (A ∪ C) (distributiva da reunião em relação à intersecção)
iv) A ∩ (B ∪ C) = (A ∩ B) ∪ (A ∩ C) (distributiva da intersecção em relação à reunião)

1.3 Diferença de conjuntos

Dados dois conjuntos A e B, chama-se diferença entre A e B o conjunto formado pelos


elementos de A que não pertencem a B.

A – B = {x | x ∈ A e x ∉ B}

27
Representando por meio de Diagrama de Venn:

1.4 Complementar de B em A

Dados dois conjuntos A e B, tais que B ⊂ A, chama-se complementar de B em relação a A o


conjunto A – B, isto é, o conjunto dos elementos de A que não pertencem a B.

Símbolo:

ou 
A

Representando em Diagrama de Venn:

Exercícios:
1. Em uma escola que tem 415 alunos, 221 estudam inglês, 163 estudam francês e 52 estudam
ambas as línguas. Quantos alunos estudam inglês ou francês? Quantos alunos não estudam nenhuma
das duas?

2. Uma população consome três marcas de sabão em pó: A, B e C. Feita uma pesquisa de mercado,
colheram-se os resultados tabelados abaixo:
marca A B C AeB B e C C e A A, B e C Nenhuma das três
n.º de 109 203 162 25 41 28 5 115
consumidores

Pede-se:
a) número de pessoas consultadas;
b) número de pessoas que só consomem a marca A;

28
c) número de pessoas que não consomem a marca A ou C;
d) número de pessoas que consomem ao menos duas marcas.

2. Silogismos

Todo argumento que consiste em duas premissas e uma conclusão denomina-se silogismo.
Exemplificando:

Todos os homens são mortais


Carlos é um homem
Logo, Carlos é mortal

No caso, as duas primeiras proposições são denominadas premissas e a terceira conclusão.

Tomemos a segunda proposição:


Carlos é um homem

Essa premissa é uma declaração de que determinado indivíduo (Carlos) possui uma
propriedade específica (é um homem). Assim, Carlos é o sujeito e “é um homem” é um predicado.
Em Lógica Simbólica, representamos o predicado por inicial maiúscula e o sujeito a seguir
entre parêntesis; assim “Carlos é um homem” fica:
H (Carlos)
Caso não houvesse determinação da pessoa escreveríamos assim:
H (x) ou Hx
Esta última representação é denominada de sentença aberta, enquanto que H (Carlos) é uma
sentença fechada.

Não podemos atribuir valor verdadeiro ou falso para uma sentença aberta. A substituição das
variáveis de um aberto por constantes chama-se instanciação ou especificação.

A primeira proposição é chamada premissa maior: “Todos os homens são mortais”; e a


segunda proposição, de sentido mais particular, é chamada de premissa menor: “Carlos é um
homem”.

2.1 Quantificadores

No cálculo de predicados podemos também definir as operações de conjunto, disjunção,


negação condicional e bicondicional, sobre enunciados e/ou abertos.
Vejamos alguns exemplos de obtenção da forma lógica e simbólica de expressões textuais,
utilizando os predicados definidos:
i) Gatos caçam ratos (Gx – x é um gato; Rx – x é um rato)
Forma lógica: se x é um gato, x caça ratos
Forma simbólica: Gx → Rx

ii) Chineses velhos são sábios (Cx – x é chinês; Vx – x é velho; Sx – x é sábio)


Forma lógica: Se x é chinês e é velho, então x é sábio
Forma simbólica: Cx ∧ Vx → Sx

29
iii) São raros os políticos que não mentem (Rx – x é raro; Px – x é político; Mx – x mente)
Forma lógica: Se x é político e não mente, então x é raro
Forma simbólica: Px ∧ ¬ Μx → Rx

iv) Carros só se locomovem com gasolina (Cx – x é carro; Lx – x se locomove; Gx – x tem


gasolina)
Forma lógica: se x é carro, então x se locomove se e somente se tiver gasolina
Forma simbólica: Cx → (Lx ↔ Gx)

Podemos ter os seguintes casos para um aberto Px em um universo U:


• todos os x em U satisfazem P; isto é, Vp = U
• alguns x em U satisfazem P; isto é, Vp ≠ Ø
• nenhum x em U satisfaz P; isto é, Vp = Ø

No primeiro caso, dizemos que “para todo x em U, Px é verdadeiro”, ou simbolicamente:

(∀x ∈ U) (Px) ou (∀x)(Px) ou ∀xPx

onde o símbolo ∀ chama-se “quantificador universal”.


A expressão ∀xPx afirma que Px é verdadeira para cada x ∈ U; então, se U = {u1, u2, ...un},
temos que a conjunção Pu1 ∧ Pu2 ∧ … ∧ Pun}.

O fato descrito na segunda opção, quando V p ≠ Ø é representado por “existe um x em U tal


que Px é verdadeiro”, ou, simbolicamente:

(∃x ∈ U) (Px) ou (∃x) (Px) ou, resumidamente, ∃x Px

onde ∃ é denominado de “quantificador existencial”.


A expressão ∃x Px afirma que Px é verdadeiro para pelo menos um x ∈ U; então, se U =
{u1, u2, ...un}, temos que a conjunção Pu1 ∨ Pu2 ∨ … ∨ Pun}.

Claramente, a negação de “todos são alunos” é “nem todos são alunos” (e não “nenhum é
aluno”), ou simbolicamente:

¬∀xAx

E dizer que “nem todos são alunos” é o mesmo que dizer “existe alguém que não é aluno”,
ou seja, “existe um x tal que x não é aluno”, ou, simbolicamente:

∃x¬ Ax ⇔ ¬∀xAx

Da mesma forma as expressões “não existem alunos” e todos não são alunos” são
equivalentes:

¬∃x Ax ⇔ ∀x¬Ax

2.2 Silogismo categórico

30
Silogismo categórico é um argumento composto de três proposições categóricas. Chama-se
proposições categóricas afirmações sobre conjuntos de elementos, afirmando ou negando que uma
classe esteja contida na outra, no todo ou em parte.
Existem quatro tipos de proposições categóricas, exemplificadas abaixo:

a) Todo gato é um felino


b) Nenhum político é desonesto
c) Alguns felinos são ferozes
d) Alguns políticos não são desonestos

1.º caso: Proposição universal afirmativa


Todo S é P

indica que todos os elementos da classe S estão contidos na classe P.


Forma simbólica: ∀x (Sx → Px)

Diagrama de Venn:

Como S está contido em P, retira-se, sombreando, a área que está fora.

2.º caso: Proposição universal negativa

Nenhum S é P

indica que as classes S e P não têm elementos em comum.


Forma simbólica: ∀x (Sx → ¬ Px)

Diagrama de Venn:

3.º caso: Proposição particular afirmativa

Algum S é P

31
indica que alguns membros da classe S pertencem também à classe P.
Forma simbólica: ∃x (Sx ∧ Px)

Diagrama de Venn:

Põe-se um x na interseção das classes indicando o elemento que tanto está em S quanto em
P.

4.º caso: Proposição particular negativa

Algum S não é P

indica que existem elementos de S que não estão em P.


Forma simbólica: ∃x (Sx ∧ ¬ Px)

Diagrama de Venn:

Vamos verificar a validade de um argumento utilizando os diagramas de Venn no exemplo


abaixo. O silogismo será válido se, e unicamente se, as duas premissas afirmarem em conjunto o
que é dito pela conclusão.

Tigres são animais ferozes.


Alguns tigres vivem na Índia.
Logo, alguns animais ferozes vivem na Índia.

Vamos representar Tigre por T, ferozes por F e Índia por I. As proposições ficam, então:

Todo T é F
Algum T é I
Logo, Algum F é I

Representamos as duas premissas no diagrama:

32
O x colocado na interseção de T e I já prova a conclusão “algum F é I”.

A validade do exemplo acima também poderia ser mostrado por meio de cálculo de
predicado. Para tanto, o que deve ser provado é a sua invalidade, atribuindo V para as premissas e F
para a conclusão. Caso negativo, o argumento é válido. Um argumento não válido é chamado de
falácia. Todo argumento válido goza da seguinte propriedade:
A verdade das premissas é incompatível com a falsidade da conclusão.

Em termos simbólicos o argumento acima fica:

∀x (Tx → Fx)
∃x (Tx ∧ Ix)
∴ ∃x (Fx ∧ Ix)

Supondo que exista apenas um elemento no universo, digamos a (o que chamamos de instanciação);
o argumento assume a forma:

Ta → Fa
Ta ∧ Ia
∴ Fa ∧ Ia

Para que as premissas sejam verdadeiras e a conclusão falsa:

VL[Ta → Fa] = V (1)


VL[Ta ∧ Ia] = V (2)
∴ VL[Fa ∧ Ia] = F (3)

De VL[Ta ∧ Ia] = V, temos que VL[Ta] = V e VL[Ia] = V.


Substituindo VL[Ta] = V em (1), observamos que a única forma de tornar verdadeira a proposição é
fazer VL[Fa] = V.

Temos, portanto:
VL[Ta] = V
VL[Ia] = V
VL[Fa] = V

A conclusão não poderá, portanto, ser falsa, pois VL[Fa] = V e VL[Ia] = V, o que resulta: VL[Fa ∧
Ia] = V.

Pode-se provar também a validade do argumento acima utilizando a tabela-verdade. Basta

33
então verificar se há uma linha onde todas as premissas são verdadeiras e a conclusão também
verdadeira. Nesse caso, o argumento é válido. Se as premissas forem verdadeiras e a conclusão falsa
o argumento é não-válido (é uma falácia).

Ta Fa Ia Ta → Fa Ta ∧ Ia Fa ∧ Ia
V V V V V V
V V F V F F
V F V F V F
V F F F F F
F V V V F V
F V F V F F
F F V V F F
F F F V F F

O argumento mostrou válido, porque as premissas e conclusões receberam V na primeira


linha.

34
Exercícios de fixação

1. Em uma comunidade, todo trabalhador é responsável. Todo artista, se não for filósofo, ou é
trabalhador ou é poeta. Ora, não há filósofo e não há poeta que não seja responsável. Portanto, tem-
se que, necessariamente:
a) todo responsável é artista;
b) todo responsável é filósofo ou poeta;
c) todo artista é responsável;
d) algum filósofo é poeta;
e) algum trabalhador é filósofo.

Resolução:

Dizer que “todo artista, se não for filósofo, ou é trabalhador ou é poeta” é o mesmo que “se for
artista que não é filósofo, ou é trabalhador ou é poeta”. Que na forma simbólica fica:

A∧ ¬F→T∨P

Dizer que “não há filósofo e não há poeta que não seja responsável” é o mesmo que “todo filósofo é
responsável e todo poeta é responsável”

Representando o enunciado da seguinte forma:

Todo T é R (i)
Todo A ∧ ¬ F é T ∨ P (ii)
Todo F é R (iii)
Todo P é R (iv)

Onde:
T – trabalhador
R – responsável
A – artista
F – filósofo
P – poeta

A representação em diagramas de Venn fica:


i)

ii)

35
O x representa os elementos que são A e não são F.
Como todo T é R, todo P é R e todo F é R, então: todo A ∨ F é R. Ou, em diagrama de
Venn:

Assim, todo artista é responsável.

iii) Todo F é R

iv) Todo P é R

Reposta: alternativa “c”

36
2) Todas as amigas de Beto são, também, amigas de Berenice, mas nenhuma amiga de Berenice é
amiga de Bruna. Todas as amigas de Bia são também amigas de Bela, e algumas amigas de Bela são
também amigas de Bruna. Como nenhuma amiga de Bela é amiga de Berenice, e como Bela, Bia e
Bruna não tem nenhuma amiga em comum, então:
a) pelo menos uma amiga de Bia é amiga de Bruna;
b) pelo menos uma amiga de Beto é amiga de Bruna;
c) todas as amigas de Bela são amigas de Beto;
d) todas as amigas de Bela são amigas de Bia;
e) nenhuma amiga de Bia é amiga de Beto.

Resolução:

Vamos representar da seguintes forma:


B – amigas de Beto
R – amigas de Berenice
U – amigas de Bruna
I – amigas de Bia
L – amigas de Bela

As expressões do enunciados são:


i) Todas as amigas de Beto são, também, amigas de Berenice.
Todo B é R
B→R

Ou

ii) Nenhuma amiga de Berenice é amiga de Bruna


Nenhum R é U
R→¬U

37
iii) Todas as amigas de Bia são também amigas de Bela

Todo I é L
I→L

iv) Algumas amigas de Bela são também amigas de Bruna


Algum L é U
L∧U

v) Nenhuma amiga de Bela é amiga de Berenice


Nenhum L é R
L→¬R

vi) “Bela, Bia e Bruna não tem nenhuma amiga em comum” é o mesmo que “Não existe uma
pessoa que seja amiga de Bia e Bela e Bruna”

38
¬ (L ∧ I ∧ U)

Como todo I é L, e algum L é U, o diagrama acima fica:

Analisando as alternativas:
a) Algum I é U (F)

Observando o diagrama do item vi vemos que a não há nenhum elemento em comum entre I e U.
Logo, a alternativa é incorreta.

b) Algum B é U (F)
Como Todo B é R e Nenhum U é R, então:
B→R
U→¬R⇔R→¬U
∴B→¬U

Ou seja, nenhum B é U

c) Todo L é B (F)
Como nenhum L é R e todo B é R, temos:
L→¬R
B→R⇔¬R→¬B
∴L→¬B

Ou seja, nenhum L é B

39
d) Todo L é I (F)

Como sabemos que todo I é L, e sabemos que:


I → L é diferente de L → I, logo a alternativa está incorreta.

e) Nenhum I é B (V)

Como
I→L
L→¬R
B→R⇔¬R→¬B
∴I→¬B

3. Em um grupo de amigas, todas as amigas loiras são, também, altas e magras, mas nenhuma
menina alta e magra tem olhos azuis. Todas as meninas alegres possuem cabelos crespos, e algumas
meninas de cabelos crespos têm também olhos azuis. Como nenhuma menina de cabelos crespos é
alta e magra, e como neste grupo de amigas não existe nenhuma menina que tenha cabelos crespos,
olhos azuis e seja alegre, então:
a) pelo menos uma menina alegre tem olhos azuis;
b) pelo menos uma menina loira tem olhos azuis;
c) todas as meninas que possuem cabelos crespos são loiras;
d) todas as meninas de cabelos crespos são alegres;
e) nenhuma menina alegre é loira.

Resolução:

L: loira
A: alta
M: magra
Z: olhos azuis
G: alegres
C: crespos

i) “ todas as amigas loiras são, também, altas e magras”


Todo L é A e M
L→A∧ M

ii) “nenhuma menina alta e magra tem olhos azuis”


(A ∧ M) → ¬ Z

iii) “Todas as meninas alegres possuem cabelos crespos”


G→C

40
iv) “ algumas meninas de cabelos crespos têm também olhos azuis”
Algum C é Z
C∧Z

v) “nenhuma menina de cabelos crespos é alta e magra”


C → ¬(A ∧ M)

vi) “não existe nenhuma menina que tenha cabelos crespos, olhos azuis e seja alegre”
¬ ∃x(Cx ∧ Zx ∧ Gx)

Do diagrama acima, conclui-se que: G → ¬ Z

Analisando cada alternativa:

a) Algum G é Z
Do diagrama de “vi” verifica-se que não há elemento de G que esteja também em Z.
Alternativa “F”.

b) Algum L é Z
L∧Z

De (i) e (ii), temos:


L→A∧ M
(A ∧ M) → ¬ Z
∴L→¬Z
Ou seja, nenhum L é Z; portanto, a alternativa é incorreta.

c) Todo C é L
C→L

41
Para fazer a verificação da validade dessa proposição, vamos verificar a validade do argumento
abaixo:
C∧Z
L→¬Z
∴C→L

Fazendo a dedução por absurdo, temos:

C∧Z (V)
L→¬Z (V)
∴C→L (F)

VL(C) = V, VL(Z) = V
VL(¬ Z) = F
Então VL(L) deve ser F.

Como VL(C) = V e VL(L) = F, então a conclusão é F.

Portanto, a alternativa é falsa.

d) Todo C é G
De (iii), G → C, que é diferente de C → G. Logo, a alternativa é falsa.

e) Nenhum G é L
G→¬L

Vamos fazer a dedução por absurdo:

G→¬Z (V)
C∧Z (V)
L→¬Z (V)
∴ G → ¬ L (F)

VL(C) = V e VL(Z) = V
VL(L) = F
VL(G) = F

A conclusão será então: F → V que resulta em V.

A alternativa é verdadeira.

4. Na formatura de Hélcio, todos os que foram à solenidade de colação de grau estiveram, antes, no
casamento de Hélio. Como nem todos os amigos de Hélcio estiveram no casamento de Hélio,
conclui-se que, dos amigos de Hélcio:
a) todos foram à solenidade de colação de grau de Hélcio e alguns não foram ao casamento de
Hélio;
b) pelo menos um não foi à solenidade de colação de grau de Hélcio;
c) alguns foram à solenidade de colação de grau de Hélcio, mas não foram ao casamento de Hélio;
d) alguns foram à solenidade de colação de grau de Hélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio;

42
e) todos foram à solenidade de colação de grau de Hélcio e nenhum foi ao casamento de Hélio.

Resolução:

Consideremos a seguinte notação:


S: os que foram à solenidade de Hélcio
C: os que foram ao casamento de Hélio
H: amigos de Hélcio

Arrumando as expressões:
i) “Todos os que foram à solenidade de colação de grau estiveram, antes, no casamento de Hélio”.
Todo S é C

ii) “Nem todos os amigos de Hélcio estiveram no casamento de Hélio” é mesmo que dizer “Algum
amigo de Hélcio não foi ao casamento de Hélio”.
Algum H não é C

Representando as três proposições em diagrama de Venn:

Verificamos facilmente do diagrama que alguns amigos de Hélcio não foram ao casamento
nem a solenidade de formatura; alguns foram ao casamento e não foram à solenidade e todos os que
foram à solenidade foram ao casamento. Portanto, a resposta correta é a alternativa “b”.

5. Dizer que a afirmação “todos os economistas são médicos” é falsa, do ponto de vista lógico,
equivale a dizer que a seguinte afirmação é verdadeira:
a) pelo menos um economista não é médico;
b) nenhum economista é médico;
c) nenhum médico é economista;
d) pelo menos um médico não é economista;
e) todos os não-médicos são não-economistas.

Resolução:

“Todos os economistas são médicos”.


Todo E é M
∀x (Ex → Mx)
A negação da expressão acima é:
¬∀x (Ex → Mx) que é equivalente à ∃x ¬ (Ex → Mx)

43
Usando a lei da condicional:
∃x ¬ (¬ Ex ∨ Mx), aplicando De Morgan:
∃x (Ex ∧ ¬ Mx), ou seja,
“Existe um x tal que x é E e não é M”, ou ainda, “pelo menos um economista não é médico”.

Resposta: a

6. Se é verdade que “Alguns escritores são poetas” e que “Nenhum músico é poeta”, então, também
é necessariamente verdade que:
a) nenhum músico é escritor;
b) algum escritor é músico;
c) algum músico é escritor;
d) algum escritor não é músico;
e) nenhum escritor é músico.

Resolução:

As proposições podem ser escritas:


Algum E é P
Nenhum M é P

Onde:
E – Escritor
P – Poeta
M - Médico

Representando no diagrama de Venn:

A certeza que temos, a partir do diagrama, é que algum E não é M. Portanto, a resposta
correta é a letra “d”.

7. Se é verdade que “Alguns A são R” e que “Nenhum G é R”, então é necessariamente verdadeiro
que:
a) algum A não é G;
b) algum A é G;
c) nenhum A é G;
d) algum G é A;
e) nenhum G é ª

44
8. Uma escola de arte oferece aulas de canto, dança, teatro, violão e piano. Todos os professores de
canto são, também, professores de dança, mas nenhum professor de dança é professor de teatro.
Todos os professores de violão são, também, professores de piano, e alguns professores de piano
são, também, professores de teatro. Sabe-se que nenhum professor de piano é professor de dança, e
como as aulas de piano, violão e teatro não tem nenhum professor em comum, então:
a) nenhum professor de violão é professor de canto;
b) pelo menos um professor de violão é professor de teatro;
c) pelo menos um professor de canto é professor de teatro;
d) todos os professores de piano são professores de canto;
e) todos os professores de piano são professores de violão.

Resolução:

Representação:
C: professor de canto
D: professor de dança
T: professor de teatro
P: professor de piano
V: professor de violão

Do enunciado, temos:
i) Todo C é D
C→D

ii) Nenhum D é T
D→¬T

iii) Todo V é P
V→P

iv) Algum P é T
P∧T

v) Nenhum P é D
P→¬D

vi) ∃x ¬ (P ∧ V ∧ T)

Como todo V é P, então:

45
Concluímos do diagrama que nenhum V é T. Portanto, a alternativa “b” é falsa.

Analisando as demais alternativas:


a) Nenhum V é C
V →¬C

Como:
V →P
P →¬D
∴V →¬D

Como:
V→¬D
C→D⇔¬D→¬C
∴V →¬C
Portanto, a alternativa é verdadeira.

c) C ∧ T
Como:
C→D
D→¬Τ
∴C→¬T
Ou seja, nenhum C é T. Portanto, a alternativa é falsa.

d) Todo P é C
Como:
C→D
D→¬P
∴C→¬P

Ou seja, nenhum C é P. Portanto, a alternativa é falsa.

e) Todo P é V
De (iii): V → P que não é a mesma coisa que P → V. Logo, a alternativa é falsa.

9. Verifique se os silogismos abaixo são válido.


a) Todos os franceses são europeus.
Descartes era francês.

46
Logo, Descartes era europeu.

Resolução:

∀x (Fx → Ex)
F(Descartes)
∴ E(Descartes)

Pela regra da instanciação universal (IU), temos:

Fd → Ed
Fd
∴ Ed

Verifica-se a validade deste argumento diretamente pela regra Modus Ponens.

b) Alguns engenheiros são professores


Nenhum engenheiro é infalível
Logo, nenhum professor é infalível

c) Não existem banqueiros pobres.


Todos os mendigos são pobres.
Logo, não existem mendigos banqueiros

d) Alguns bolivianos são índios.


Alguns índios vivem no Brasil.
Logo, alguns bolivianos vivem no Brasil.

e) Alguns americanos são ricos.


Alguns ricos são orgulhosos.
Logo, alguns americanos são orgulhosos.

f) Se Newton ou Arquimedes ganha, então, Pitágoras e Gauss perdem.


Newton ganha.
Logo, Pitágoras perde.

10. Das afirmações:


Alguns passarinhos são cantadores;
Passarinhos cantadores gostam de ouvir música;
Podemos concluir que:
a) Existem cantadores que não são passarinhos.
b) Cantadores voam.
c) Se Galileu não gosta de ouvir música, então Galileu não é um cantador.
d) Passarinhos gostam de ouvir música.
e) Passarinhos têm vozes de tenor.

47

Вам также может понравиться