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rescaldo.

As análises
à sua forma de teorizar,
is de compreender o
e estudados critica-
r. A vrsuAlrzuçÃo Do cAPrrAL coMo
de capital e suas VALOR EM MOVIMENTO
a compreender nossos

"A transformaçáo de uma quantia de dinheiro em meios de produSo e força de tra-


balho é o primeiro movimento realizedo pela quantidade de valor que deve funcionar
como capital. Ela age no mercado, na esfera de circulaçáo. A segunda fase do movimen-
to, o processo de produçáo, é concluída assim que os meios de produçáo estáo conver-
tidos em mercadorias cujo valor supera o valor de suas partes constitutivas e, portanto,
contém o capital originalmente adiantado acrescido de um ma-is-valor. Em seguida, es-
sas mercadorias têm, por sua vez, de ser lançadas novamente na esfera da circulaçáo. O
objetivo é vendê-las, realizar seu valor em dinheiro, converter esse dinheiro novamente
em capital, e assim consecutivamente. Esse ciclo, percorrendo sempre as mesmas fases
sucessivas, constitui a circulaçáo do capital."
O capinl, Livro I*

l'reciso enconúar uma forma de sistematizar os volumosos escritos de Marx sobre


cconomia política, como os três volumes de O capital, os três volumes de Teorias
do mais-ualor, as obras publicadas anteriormente por ele, como Uma contribuiçáo à
crítica da economia políticd, e os cadernos recentemente editados e publicados, por
cxemplo os Grundrisse, assim como os cadernos a partir dos quais Engels recons-
truiu a duras penas (e náo sem críticas ou controvérsias) as versóes póstumas dos
livros II e III de O capital. Preciso, portanto, encontrar uma maneira compreensí-
vel de representar as descobertas fundamentais de Marx.

Ed. bras.: Karl Marx, O capital: crítica da econornia polírtca, Livro l: O procexo de produç,ío do
capital(tad, Rubens Enderle, 2. ed., Sáo Paulo, Boitempo, 2Ol7), p. 639. (N. E.)
l6 / A loucura da razáo econômica A visualizaçáo do capital como valor em movimento / 17

nt filrma de rios e córregos (e parte evapora e volta à atmosfera) ou indo para baixo
rlcl,t, na forma de lençóis freáticos. Ao longo desse percurso, a água é usada por
plantas e animais que devolvem uma parte dela diretamente à atmosfera por meio
du cvapotranspiraçáo. Há também uma enorme quantidade de água represada em
runlpos gelados ou aquíferos subterrâneos. Nem tudo se move no mesmo ritmo. As
gclciras se deslocam no conhecido ritmo glacial, as torrentes despencam velozmente
r os lcnçóis freáticos por vezes levam anos para percorrer alguns quilômetros.
(
) que me agrada nesse modelo é que ele descreve a molécula HrO sob diferen- ,§
tm Íilrmas e estados, e em diferentes velocidades, antes de retornar aos oceanos
purrr reiniciar o ciclo. O capital se movimenta de maneira muito semelhante. \
Atrtcs de assumir a forma-mercadoria, ele começa como capital-dinheiro, passa \\\
por sistemas de produçáo e emerge como novas mercadorias que seráo vendi- \
dlr (rrronetizadas) no mercado e distribuídas sob diferentes formas a diferentes \
lhuç(rcs de demandantes (na forma de salário, juros, aluguel, imposto, lucro),
lillcs de retornar ao papel de capital-dinheiro. Há, entretanto, uma diferença
hlrt,rnte significativa entre o ciclo hidrológico e a circulaçáo do capital. A força \
fltotriz, do ciclo hidrológico é a energia proveniente do Sol, que é relativamente
§ttttstirnte (embora oscile um pouco). Sua conversáo em calor mudou muito no \
Frcuna l: o ciclo hidrológico conforme a US Geological survey (usGS). Fontes: u. S. Dept. plmutlo (mergulhando o planeta em eras glaciais significativamente, devido à \
of the lnterior; U. s. Geological survey; Howard Perlman, USGS, John Evans; disponível em:
Illettçíto por gases do efeito estufa (decorrentes do uso de combustíveis fosseis). h
< http://ga.water. usgs.gov/ed u/watercycle. html ), acesso em j u l. 20 I 8.
() volrrme total de água em circulaçáo permanece razoavelmente constante ou
ffittrln lcntamente (medido em tempo histórico, e náo geológico), à medida que
{
ll luLrtas polares derretem e os aquíferos subterrâneos se esgotam por conta do §
Nas ciências naturais, encontrarnos muitas representaçóes simplificadas de pro-
cessos complexos que nos ajudam a visualizar
IÍt ltutnano. No caso do capital, veremos que as fontes de energia sáo mais varia-
o que está acontecendo em certo
campo de investigaçáo. Uma dessas representaçóes, que considero particularmente
llr a ,, volume de capital em movimento se expande continuamente, em ritmo §
lpottctrcial, em razáo de uma exigência de crescimento. O ciclo hidrológico está
interessante e usarei como modelo para representar o funcionamento do capital, é a
lltlh pr«'rximo de um ciclo genuíno (embora haja sinais de que esteja se aceleran-
do ciclo hidrológico (Figura 1). O que considero particularmenre interessante é que
do 1t,,t causa do aquecimento global), ao passo que a circulaçáo do capital é, por
o movimento cíclico de HrO implica alteraçóes de forma. o líquido nos oceanos
iollvos que logo explicaremos, uma espiral em constante expansáo.
evapora sob os raios solares e se desloca verticalmente como vapor até se condensar
na forma de gotículas que compóem as nuvens. Quando as gotículas se formam em
uma dtitude suficientemente elevada, elas se cristalizam como partículas de gelo,
üâl,ott F,M MovrMENTo
criando os cirros que nos dáo belos pores do sol. Em determinado momento, as
gotícules ou partículas de gelo se fundem e, à medida que ganham peso, despencam
scrirl, cntáo, um fluxograma do capital em movimento e como ele pode nos
das nuvens por força da gravidade como precipitação, que ocorre numa variedade
drr rr visualizar o que, afinal, é o capital para Marx?
de formas (chuva, neblina, orvalho, neve, gelo, granizo, chuva congelada). De volta ( iotrrcç«r com a d.finiçao preferida de Marx de@/co.no "urlo, .gl-rnoui-
à superfície da terra, parte da água cai diretamente nos oceanos, parte fica presa em I a, f I t . -
i1
\ !,
§
\
t", l)rctendo usar aqui os próprios termos de Marx, oferecendo definiçóes
^ à ii
terrenos elevados ou regióes frias na forma de gelo, movendo-se extremamenre de-
fi-.1t',. .rr,',çamos. Alguns dc seus tcrmos sáo um pouco esquisitos e podem
vagar (se é que se move); o restantc cscorre em direçáo Ao occano, cortândo a terra
,prrtet r.'onÍitsos orJr atét nristcriosânrcntc tccnocri(tic«ls. Mas, na verdade, eles náo
I fl / A loucura da razão econômica A visualizaçáo do capital como valor etll movimento / l9

síro difíceis de compreender quando explicados, e a única forma de ser fiel à minha /l'obietiva. !-'-Náo importa quanrq eu disseqge-uma camisa, iamais encontrarei nela fi
It/tt
nrissáo é tentar contar a história do capital na própria linguagem de Marx. ,J/ I ,ir.,mos dê uàl-o_r,.da mesma forma como iamâis poder.fj,t..g1ljl, 83. 'll
O que significa, entáo, o "valor" que esrá em movimento? O significado que nela átomos de gravidade. Tanto a gravidade quanto o vâlor sáo rela-
lcncontrar
Marx lhe dá é bastante especial, enráo esse é o primeiro de seus rermos que exige / çóes imareriais que têm consequências materiais objetivas. E impossível
enfatizar
ccrta elaboraçáor. Tentarei desdobrar seu significado completo à medida que avan- i 6 suficienre a imporrância dessa concepçáo. O materialismo físico, particular-
çrrnnos. Mas a definiçáo inicial é: o trabalho social que realizltmos para os outros tdl prente em sua modalidade empiricista, tende a náo reconhecer as coisas ou os
torno ele é organizado por meio de trocas de mercadorias em mercddos competitiuos, processos que náo podem ser Êsicamente documentados e diretamente Inensura-
iltt um bocado complicado, mas
seus mecanismos de determinaç,1o de preços. Parece .los. Mas usamos conceitos imateriais, porém obietivos, como o "valor" o temPo \Y\
rriro é táo difícil de entender. Tenho sapatos, mas fabrico saparos para vender aos todo. Se digo que "o poder político é altamente descentralizado na China", a \
()utros e uso o dinheiro que recebo por eles para comprar de outras pessoas as cami- Irlaioria das pessoas compreenderá o que quero dizer, mesmo que náo possamos \
srrs dc clue preciso. Numa troca desse tipo, estou efetivamente trocando o tempo de ir às ruas mensurá-lo direramente.
-
O materialismo histórico reconhece a impor-
t-.
u'rrlralho que gasto fabricando os sapatos pelo tempo de trabalho que ourra pessoa
i tância desses poderes imateriais, Porém objetivos. Em geral, recorremos a eles !It

girst()u fabricando camisas. Numa economia competitivâ, em que muitas pessoas llrrra explicar fenômenos como a queda do lvluro de
Berlim, a eleiçáo de Donald
Íirhriclrn camisas e sapatos, faz sentido pensar que, sagr*§jTpgjgsllgl_bo j 'liump, senrimenros de identidade nacional ou o deseio das populaçóes indíge- ü
lflsr() crll rrrédia com a [abricaçáo de sapatos (em comparaçáo com a fábricaçâo rres de viver conforme suas normas culturais. Descrevemos noçóes como poder,
.i.' .,,,r'r.ri, .r-irrJõ pÊço*ào, irrfluência, crença, starus, lealdade e solidariedade social em termos imateriais. O lr
"^l,G@o oyi 1.
',,1,',t,ilõõõffito.ro á.@camiiás v,rlor, para Marx, é precisamente um conceito desse tipo. "[E]lementos materiais (:-
em torno de '
rlutlir rni'dia. O valor sublinha a diÊerença enrre essas médias. Ele pode revelar, por rr:16 convertem o capital em capital", escreve ele. Pelo contrário, eles relembram ,

"o é-_c419,{,.pp1J3"ry.!W=ry{eru!: i:liÍçje,W,g*e al, \


.'x.'rrplo,'.que um_par_d-e sapatos é equiyalsnre a duas_çamisa{. Mas repare que o
{rrc grpjdr d. {11lú. j.
r;rrc irrrporta é o tempo de trabalho médio. Se eu gastasse um rempo excessivo de rt,,,r .,*i.iênciâ mâtcriâl"
I
ri
tr:rbrrlho nos sapatos que faço, náo receberia o equivalente em troca. Isso seria re- tlada esiico ao, surge uma necessidade gritante de algum tipo de repre- "\'
(()nlpcÍrsar a ineficiência. Eu receberiaapenas o equivalente ao rempo de trabalho st.rrrlçíro material algo que se possa tocar, segurar e rll-..en:urar - do que seia o,
-
rrr('tlio para aquela mercadoria. v,rl9r. Essa necessidade"é satisFeità pela existência d§ãinheii::oTromo expressáQ ou \i
\
Mrrrx define o valor como tem?o de trabalho socialmente necesstírio. O tempo rt.presenraçáo do valor. O valor é a relaçáo social, e õããã-s relaçoes sociais esca- il
I
.lc trabalho que Basto fabricando bens para outros comprarem e usarem é uma à iiffiiQfrao mareriâl direra. O dinheiro é a representaçáo e exPressáo dessa
\t'1\
1,,,,.r.,
:
\ rt'lrrçrio social. Como tal, ela é, assim como a gravidade, uma força imaterial, mas rt'l:rçito socialr.
\ Sc o capital é valor em movimento, entáo como, onde e Por que ele se movi-
1r(.llr11 e assume as diferentes formas que tem? Para responder a essa perguntâ, cons-
llrrr 1r;rrtc tla 1rró-histtiri:r da teoria do valor-trabalho está em Ronald L. Meek, Studies in the
\ rrrrí ur1 diagrama do fluxo geral do capital tal como Marx o descreve (Figura 2).
l,tlntr'l/uttr'.yoJ'Vtluc (Londres,Lawrenceand\üZishart, 1973).IJm panoramaabrangenteda
( ) rlirrgrlma pârece um pouco complexo à primeira vista, mas é táo f;icil de com-
silttrtl;ro.lt,
\ 1rç11511111'111,tcotttenrporâneo na década de 1970, quando a tcoria do valor era muito
rlt lrrttitlrr, porlc scr cncontraclo Íros onze artigos reunidos em Ian Steedman (org.), The Value Con- 1,t.'rrrlcr qLlanto a visualizaçáo-paclráo do ciclo hidrológico.
tntlr'»1t (l,ottrlrt's, Vcrso/New LeÍi Books, 1981). Vali-me dos seguintes textos: Diane Elson (org.),
l',rlur; ll,r llq,t'(n,ilttttioil of ltbour in Capitrtlism (Londres, CSE Books, 1979); Michaet Heinrich,
rltt lutroluttiott to tln"lltr« Vtlunts oJ'Karl Marx\ Cqitnl (Nova York, IUonthly Rcview Press,
.l(X)"í); ( icot'gt l lt trrlcrsot, Vrluc irt Mtrx: 'lltt Pcrsistnrc o.fValue in a More-'[han-CapitalisttX/orA
(l\4irrnr'.rpolis, Urrivt'rsity oí'Minrrcsotrr I'rcss, 2013); Ncil Larsen et al. (orgs.), Marxisrn tnd the
(.:tititlttt',tf lhlnt (( )hit;rgo, M(lM, l0 l4); Ilcrrcll ()llnr;rn, Alitnmiort: Mux's (.butpriott o{'Mtu
rtr(',r/tittlitt.\rrr'lr'ly(l,otrrltts,(l:rrrhritlgr'(Jrrivcrsityl)r'css, l97 l);llornanll,,stl,,l.liy, llu'Altl'iug lr,rrl M;rr.x. (irtrttrlritsr: tntuttr(ri!().t (r'rttritttirt» lr tti'j' til5ll l'.slttçrtt lt critirrt dd ú'ottonii Po'
rtf Al,rr.t\ t ,t1,it,rl (l orrrlrcs, l'lrrro, l')//) lltl. lrr.rs.: (ittrtt'tt t t,\tntltltt rk () (.l,tl'it,tl,l, h,tt'/ Alrrt.t, Irtrr',r (tr,td. Muril l)rrrrycl c Nólio Srlrucitlct, S.t,r l',tttl,,/lli,rtlt lrtttt'iro, lloircrnpo/t)FR.J,20l l)'
r.rrl. ( (:\.r llt rrj.rrrrirr, l{i,r tL l.rnt iro, I rjl( iorrrr.r;r,rnro, .l(X)l l; ls;r;rk l{rrlrirr, /,,,ry' ,,rt Ãl,rtt:, r. .l,i .1,
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llut,t1,1,l [,r/1, (lr1,,rrrr,.rl, lll.r, I' ll,rrr', l'),']). ll'irlcrrr, p. l ,'().


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N\
A visualizaçáo do capital como valor en-r r-novimenro / 21 §llll
\
\'r
(,AI)I'TAL NA FORMA-DINHEIRO .\
xxx ftsinysstirnsnfg Iê & d d* \tr
í ) t,rpitalista se apropria de certa quantia de dinheiro para ser usada como capiral. §§
§
§t
\ t,
l\',. l)r'cssupóe a existência de um sistema monetário bem desenvolvido. O dinheiro § \"
,1t.1,,,rtível nasociedadeemgeralpodesereéusadodediversasmaneiras.Desseuasro
\§ §
,, ( ,ur() tlc dinheiro já em uso, uma parte é alocada para se tornar capital-dinheiro. \ t

&, §
rr',,rrl,r rlt'determinada :o:1
ll':r','r,r:':1-1::::::,: maneira."":Tr1.,..::".r:'Í:-1j:'1111'.1,'
Essa distinçáo é fundamental para Marx. Ele náo **'':' h §§
{§ , ,r( com a definiçáo mais familiar de capital (embora po, u.r., a cite como um
()r'(Ll § \
J

c:
E -W t§

§
, trt, ttrlitttct'tto comum) como dinheiro usado parafazermais dinheiro. Marx prefere
rl, lirri l«r c«rrno "valor em movimento" por motivos que mais adiante se tornaráo cla-
iF'
\
\
I*
tll
§ rrr l.rl tlcfiniçáo permite, por exemplo, que ele desenvolva uma perspecriva crítica \ t \
2 §t
*rl rrt', rlrrc é o dinheiro.
- §
o

ll I l\lrrrri.l., jg-fulslgcomo capiral, o capiralista vai ao mercado e adguigdais s h
U
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o
o "i: R \
f[rg,,,.,1, 'i,.lr.]ããffi'rça de tratalho e meios de oroducáo. lsso oresum.ã"
F ê /|rr.rl',rllr.,.rsslrl:triadoiáexistaequeafo'',@,7.'ando|i§\,
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.e' ||;,.,,,,...'.rtlt;tririda.Tambémp,e'umãqumas(alariadosll\.
''l,,tl...srtltl1lt.ivltt|ad"@âoe,portanto'devavendersua\
ô .9 =
o
r< = h,tr,,t ,h'tr':rbrrlho para sobreviver. O valor dessa força de trabalho é determinado ..
= ; lr,r rr'u\ , rrstos tle reproduçáo em determin"do p"drao de vida. Equivale ao valor \\--
4
h tl,,,,tt;ttttlo brisico de mercadorias de que o trabalhador precisa para sobreviver §§§
EI
llJ r ,', r,1'r,,.lrrzir. Mas repare que o capitalista náo compra o trabalhador (isso seria .\ \
o
r< er, r,rr'rrl,r,r), t'sirn o uso da força de trabalho do trabalhador por um período fixo
,§.\§
a rL r.rrrp. (por urna jornada diária de oito horas, por exemplo) ;. §
o
ú ( )', ttr.i.s tlc procluçâo sáo mercadorias que se apresenram em uma variedade d.
ô- .. $' §
e hrl tn,t',, trr.tttit irts-prirnas extraídas diretamente da natureza como dádivas gratuitas,
ü
o "\"
r< Srlrxlttt,,r l,,rtti,tlrttcrtte acabados como peças de automóveis ou chips de silício, má- ( \t
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t;ttltt,tr r',t r'nt'tgirt para fà2.ê-las funcionar, Êibricas e o uso das infraestruturas ffsicas $ '.
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§rl
§ r§^ loucura da ruzâoeconômica A visualizaçáo do capital como valor em movimento / 23
§{ N I

Nesse ponto do processo de circulaçáo, o valor sofre uma metamorfose (as- Iflr Íirrça permanentemente revolucionária na história do mundo. A base tecno- t il
§ transformaçáo.
I

- \ slm como a agua que passa do estado líquido para o gasoso no ciclo hidro- hglcrr tla atividade produtiva está em constante t §§
N lOgico). O capital tinha inicialmente a forma de dinheiro. Agora o dinheiro No cntanto, há aqui uma contradiçáo importante, que Marx faz questáo de -d j
§ d.r"p"r.ceu e o valor aparece na forma de mercadorias: força de trabalho à Ilrmlrrrr. Quanto mais sofisticada é atecnologia, menos trabalho é cristalizado S em S i
l- .rp.r, de uso e meios de produçáo reunidos e prontos para serem usados na lldr nrcrcadoria individual produzida. E pior: é possível criar menos valor total se .ü. : &
\ produçao. Manter o conceito de valor como central permite a Marx investigar I ltlont.lnte da saída de mercadorias náo aumentar o suficiente para compentrt o , ) §,
gll(lr rrr",rr.,. de cada peça individual. Se a prodgjividade dobra, É erecisoJrroduzir. 14 § \§
[', ,rrru..ra da metamorfose que converte o valor na forma-dinheiro em valor nâ
J§ for-"-.rrercadoria. Esse momento de metamorfose poderia tornar-se problemá-
N rico? Marx nos convida a refletir sobre essa questáo. Ele vê nele a possibilidade fntlcr.lu*, u.r., -ri, -.r-.*É.g1r3go{, f. Il,,I
li
- lf Mns acontece algo mai§ no proõesso te produçáo material de mercadori-as. Pala " tt
| *", apenas a possibilidade - de crises. nprccndcr tsso,
Dmprccndcr de voltâr
isso, temos Cte voltar aà teorla
teoria oo valor-trabalho. \J
do valor-treDalno. O valor oa
da rorça de §
força oe Y'l
Yi
rí brlho, dissemos, equivalia aos custos das mercadorias necessárias para reprodu- §.t
o trnbelhador em determinado padráo de vida. Esse valor pode variar de acordo \ §
_t
nnoouÇÁo DE MERCADoRIAS E PRoDUÇÁo DE MAIS-VALoR tu lugar e o tempo, mas em um dado período contratual ele é sabido. Em ?
-f nu«lo momento do procesro de produçáo, o trabalhador conseg". g;;;-; -§ §
f ,-. vez que a força de trabalho e os meios de produçáo estejam d.',rida-ente reu- ! equivalente ao valor da força de trabalho. Ao mesmo tempo, o trabalhador '§ \
§ nidos sob a supervisáo do capitalista, eles sáo postos para funcionar num processo dc ! t I transferência dos valores dos meios de produçáo para a nova mercadoria. \
e
-[ trabalho que visa produzir uma mercadoria para venda. É aqui que o valor é produ' i nrrt[çáo de Marx, esse ponto ocorre na jornada de trabalho quando o trabalha- ..,--,\
I o equivalente
equlvalente a u
? (o valor da força
torça de traballlo,
trabalho, que Marx
Nlarx denomlna
denomina
6 z,ido pelo trabalho na forma de uma nova mercadoria. O valor é produzido e susteÍl- llÍoduz
Strrxluz § §
§- -§
\3r rado por um movimento que vai de coisas (mercadorias) a processos (as atividadea pltul vrrriável") e transfere o valor de c (os meios de produçáo, que Marx deno- \
§ a" trabalho que cristalizam valor nas mercadorias) a coisas (novas mercadorias). It "erpital constante") para a forma da nova mercadoria. N "l
§ O pro..rro de trabalho implica a adoçáo de certa tecnologia cujo caráter determi, !) trnbalhador ou trabalhadora náo para de trabalhar depois O. .n:i1-1,,:::
na o total quantitativo de força de trabalho, matéria-prima, energia e maquinaria que [ttt, §cu contrato determina que ele ou ela trabalhe dez horas para o capitalista. §
§ §
L ,t
t o capitalista adquiriu no mercado. É evidente que, à medida que a tecnologia muda, llor ua
e vrlor da rorça
força oe trabalho eé atingido
de traDalno aungrqo nas Pnmerras seis noras,
primeiras sel§ trabalhador rlü
horas, o üaDalna(Ior N ,\
§
muáa também a quantidade de cada u- d.rr., ir,sumos no proc€sso de produçáo. É ttubrlhando de graça para o capital por mais quatro horas. Essas quatro ho- § b
evidente também que a produtiüdade da força de trabalho empregada na produçâo produçáo gratuita criam o que Marx denomina mais-valor (que ele designa l\ §
depende da sofisticaçáo da tecnologia. Um pequeno número de trabalhadores utill. a). O mais-valor está na rúz do lucro monetário. O enigma que assombror, N §
zando uma tecnologia sofisticada pode produzir muito mais peças do que centenú tmia política clássica - de onde vem o lucro? - é resolvido num instant.. O/f . § §
detrabalhadoresutilizandoferramentasprimitivas.9"d-.ry urlrhg:re4qlgé4à" + n'Á*fusí$4q,,,çÊPi41lEfry "\ ü
I
o uso de-um:r t§glologg I qu. hn ---., _,
ir'po.."rrr. aqui. O q"e fái piodüádô:é-ffiercadoria
' Pllgggw'g
h"
E; úãtiãq".stáo da tecnologiá é dàflrande importância, áfficomo cm
' "igá
() val<lr e o mais-valor estáo cristalizados na forma-mercadoria. Quando
quase todas as formas de análise econômica. A definiçáo de Marx é ampla e abrane o valor supostemente em movimento, ele existe simplesmente como
gente. A tecnologia náo se refere apenas a máquinas, ferramentas e sistemas de ener. pllhn dc produtos no cháo de fábrica. E náo importa quanto eu cutuque e fure
!i" .rn mouirrr.rito (o hard.ware, po, ,rrim Ãirrr). Ela abrange também formrd pnrdutosr náo verei nenhum sinal de valor em movimento. O único movi-
"s
de organizaçáo (divisáo do trabalho, estruturas de cooperaçáo, formas corporatird quc contará nessc ponto é a pressa do capitalista para colocar esses produtos
etc.) e o software de sistemas de controle, estudos de tempo e movimento' sistemtl c rcconvcrter scu valor oculto em forma-dinheiro.
de produçáo just-in-time, inteligência artificial e similares. Em uma economia dc ncompanharmos o "possuidor de dinheiro", como Marx costuma-
;}anizadacomPetitivemente.elutaentrefirmas.i úrnrA-Ir,, ittd' o ntcrcado, prccisamos admitir algo que ocorre na esfera oculta
( ) r:uc é uroduzido lá náo é aucnas uma nova mercadoria mate-
fiiroduz um padráo d. l .

I llr", essc motivo (c outros quc estúaarcmos adiante em dctalhcs), o capital se torna üuli1- rclrç,4g ünff" .-pmüi@ A produçáo

í^ 4 ,^-.,.a, ,1 /rtzy'-ààL.).,t /ata a, a.r,,,Át,-.aã


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A visualizaçáo do capital como valor em movimento / 25
0/ )
capitalista tem um duplo caráter.Jm
materlals o uso mas também a
nas com o
Êício do
A RBALIZAÇÁO DO VALOR NA FORMÂ-DTNHETRO

It mercadorias sáo lwadas ao mercado para serem vendidas. No decurso de uma


§x
lltnrnçáo comercial bem-sucedida, o valor retorna à sua forma monetária. Para que
produzem. Se há niêÉado para giís venenoso, eles produziraq gás venenoso. Esse lilu uconteça, é preciso que haja uma vontade, uma necessidade ou um desejo pelo
momento na circulaçáo do capital abarca náo apenas a produçáo de mercadorias Vrlor de uso da mercadoria, escorado na capacidade de pagamento (uma demanda §§
mas também a produçáo e reproduçáo da relaçáo de classe entre capital e ffabalho
na forma de mais-valor. Enquanto a ficçáo da troca individualista de equivalentes
no mercado (onde tudo é transparente) é mantida (o trabalhador recebe o valor
lvl). Tâis condiçóes náo surgem naturalmente. Flá
de vontades, necessidades e
içáo monetária que abordaremos
r{t
justo da força de trabalho), um incremento de mais-valor é produzido para a classe ln hreve. Marx denominava essa transiçáo-chave na forma-valor "a realizaçáo do
capitalista num processo de trabalho que náo é transparente e que o capitalista se
empenha para manter longe de vista. De fora, tudo se passa como se o valor tivesse
capacidade mágica de aumentar a si mesmo. A produçáo é o momento mágico em quer, necessita ou deseja determinada m, ,rff^
que ocorre o que Marx chama de 'valorizaçáo" do capital. O capital morto (r, o se
capital constante) recebe um novo sopro de vida, enquanto a força de trabalho (2, que
o capital variável), o único meio de expandir o valor, é posto para trabalhâr Pare para garantir a manutençáo do fluxo de valor. É bo- rermos essa ideia em
produzir o que Marx denomina "mais-valor absoluto". A técnica é simples: esten- , pois ela é muito importante na exposiçáo de Marx. Adiante, examinaremos v41tr
dcr a jornada de trabalho para além do ponto em que o valor da força de trabalho dc perto as possibilidades de ocorrência de crises no momenro da realizaçÁo.
foi recuperado. Quanto maior a jornada de trabalho, maior a quantidade de mais- Mrrrx distingue duas formas de consumo envolvidas nesse momento de reali-
-valor produzida para o capital. A primeira é a que ele denomina Íõns[mo-produrlVb". Diz respeito à pro-
O fato de isso ser uma característica central na história do capital é abundante- c à venda dos valores de uso que o capital rà-quãicoráímeios de produçáo.
mente ilustrado pela luta de mais de duzentos anos em torno da jornada de traba- as mercadorias parcialmente acabadas de que os capitalistas necessitam para
lho, da duraçáo da semana e do ano de trabalho, e até dos anos de trabalho até a uçáo precisam ser produzidas por outros capitalistas e esses bens caem dire-
aposentadoria. Essa luta tem sido constante, com avanços e retrocessos em funçáo no processo produtivo. Entáo parte da demanda efetiva total na sociedade
do equilíbrio de poder entre as forças de classe. Nos ultimos trinta anos, como o uída por capital-dinheiro comprando meios de produçáo. As vonrades,
poder do trabalho organizado se esfacelou em muitos lugares, cadevezmais pessoa^c e desejos dos capitalistas por essas mercadorias estáo em mudança
trabalham oitenta horas por semana (dois empregos) para garantir a sobrevivência. cm resposta à inovaçáo tecnológica e organizacional. A entrada de mer-
Cada vez que o capital passa pelo processo de produçáo, ele gera um excedentc, cxigida para a fabricaçáo de um arado é muito diferente da exigida paÍa
^
um incremento no vdor. É por esse motivo que a produçáo capitalista implica de um tretor, e esta, por sua vez, é diferente da requerida para fabricar
crescimento perpétuo. É isso o que produz a forma espiralada do movimento do
capital. Ninguém em sá consciência se daria ao trabalho de passar por todas u
provas e problemas para organizar a produçáo se fosse para chegar ao fim do dir
com a mesma quantia de dinheiro no bolso que tinha no início. O incentivo é o
incremento representado pelo lucro monetário. E o meio é a criaçáo de mais-valot
na produçáo.
II
+ /-no â5 lz^; ô(v
ocorre com o consumo de meios de produçáo. Os últimos capítulos do Livro
0 rupttal sáo dcdicados e um estudo dctalhado das proporcionalidades que
rcr alcançadas na produçáo de bens salariais, produtos de luxo e meios de
para garantir que o fluxo de valor continuc incólumc. Se tais proporcio-
26 / A loucura da razâo econômica A visualizaçáo do capital como valor em movimento I 27 \

nalidades náo forem observadas, algum valor terá de ser destruído para manter a
economia em seu eixo de crescimento. É .ro .ort.*to da realizaçáo e transformaçáo
em forma-dinheiro que Marx constrói sua teoria do papel da demanda efetiva para
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I circulaçáo, no entanto,
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menter e, em alguns casos, impulsionar a circulaçáo do valor como capital. opcrário, e o capitalista se tornâ o vendedor. Há, portanto, certo grau de § ,^
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do co,sumidor na forma como é expressa a demanda efetiva qr. .^r* a":.;
hulhadores. Se os trabalhadores têm o hábito do tabaco, diz Marx, entáo o tabaco \
§ §\
A DISTRIBUIÇÁO DO VALOR NA FORMA.DINHEIRO d trtr bem salarial! Há aqui uma margem considerável para a.rpr.r.io-.u[;;J;
§ §
o cxcrcício de preferências socialmente cultivadas na populaçáo, às guais
I o capital
r
lr
(Jma vez que os valores sáo transformados de forma-mercadoria em forma-dinhei. atender, se considerar vantaioso e rentável.
ro por meio da venda no mercado, o dinheiro é distribuído a uma série de partici- "\ trs Dens selerrels susrentam a reDrooucao socralN.ô ascensao
-=- oo --pitalismorea-, t \
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pantes que, por um motivo ou outro, podem reivindicar uma parcela dele. lkou uma separaçáo entre a produçáo de valor e mais-valor na forma de merca- \ f§N
drlrias, por um lado, e atividades de reproduçáo social, do outro. Efetivamente, o \ i\
TneserHo §rpital depende dos trabalhadores e de suas famílias para cuidar de seus processos
t
ASsALARTADo *§ .t\
de rtrproduçao (talvez com alguma assistência do Estado). Marx acomp"rrh" o ."- \
pltnl e trata a reproduçáo social como uma esfera de atividade separada e autônoma
quc Íirrnece uma dádiva gratuita ao capital na figura do trabalhador, que retorna
ltr local de trabalho tão capaz e disposto quanto possível. As relaçóes sociais no
lntcrior da esfera de reproduçáo social e as formas de luta social que ocorrem em
fttt interior sáo um tanto diferentes daquelas envolvidas na valoizaçilo (na qual
conjunto de lmlrra a relaçáo de classe) e na realizaçáo (na qual se confrontam compradores
or exemplo, em decorrência de importaçócl I vordedores). Questóes de gênero, patriarcado, parentesco, família, sexualidade
\ baratas ou de novas configuãçaés tecld{gicas), uma parricipaçáo decrescente no Itr,, tornam-se mais patentes. As relaçóes sociais na reproduçáo se estendem tam-
Í{t ascendente de vida. Essa é uml búrrr r\ politica da vida cotidiana, conforme orquestrada por uma série de arranjos
característicacentralnahistóriacapitalistarecentràv,,@ lnrtitucionais como a Igreja, a política, a educaçáo e várias formas de organizaçáo
§ recebendo folctiva em bairros e comunidades. Embora trabalho assalariado seja contratado
Possuem tdefones celulares e raálers. Enquanto isso, o 1olo mais rico abocanha un frtrr Íirrs domésticos e de cuidado, parte do rabalho feito aqui é voluntário e náo
N porção cadavezmaior do\fr)otal gerado. Isso náo é, como Marx se esforça pa fElttuncrado5.
demonstrar, uma lei natural, n{as, na ausência de uma força contrária, é o que
) capital tende a fazer. Enquanto o valor produzido é dividido groso rnodo illtnt,',',rtsoÍzIÀ4os
llu'r'os E DIzrMos - l
o capital e o trabalho, dependendo do poder de organizaçáo (ou desorganizaçáo)
um cm rclaçáo ao outro, grupos individuais na força de trabalho sáo recom ,,r o,rt.á" d" . d" mais pelo Fsterlo-na:forpgi
"l!"r
de maneira diferente conforme suas habilidades, seu status e sua posiçáo, além § tomada Dor lnstrtulcoes da soctedade crvrl na forma de
"}':lHn,
-T-; 11 -
dízimos,r.r#rJ VJ»
diferenças devidas a gênero, raça, etnia, religiáo e orientaçáo sexual. No tt'cia) ou contribuiçóes caritativas para sustentar instituiçóes importantes (por,l
preciso dizer também que, sempre que pode, o capital se apropria das habil fiÍrfilfhospitais, escolas, creches e afins). Marx náo faz uma análise detalhada
capacidades e poderes dos seres humanos como bens gratuitos. O conhecimento, Jl nctrlrum deles, o que no caso dos tributos náo deixa de ser surpreendente, já
aprendizado, a experiência e as habilidades armazenados pela classe trabalhadora fuc trrn clos principais alvos de sua crítica à economia política era a obra Princí-
atributos importantes da força de trabalho com que o capital frequentemente
o trabalho ne form.r rctorna

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N ,, / A loucura da razáoeconômica A visualizaçáo do capital como valor em movimento / 29
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estatais
) p;r, de economia política e nibutaçáo, de David Ricardo. suspeito que o motivo o que é retirado da distribuiçáo por meio de impostos §ustenta gastos
§ ã.rsa negligência seja que Marx pretendia (de acordo com os planos delineados a demanda por mercadorias. Isso contribui pata a realizaçáo de valores
qr.
"f.,"-
rru *.r.rdo. Estratégias de intervençáo estatal para estimular a demanda
efetiva
,\ not Grundrisse) escrever um livro sobre o Estado capitalista e a sociedade civil. É real, em par-
I ) característico de seu método postergar qualquer consideraçáo sistemática acerca de (como prevê a teoria-keynesiana) se tornam assim uma possibilidade
ricular q.r"rdo a circulaçáo de capital parece enfrentar dificuldades
ou demonstra
$ um tópico como a tributaçáã até t-erminar uma obra. como'Marx nem sequer e
^\
começou, esse tópico é uma lacuna em sua teorizaçáo. Em diversos pontos de seus lirlta de vigor. Uma resposra típicaauma situaçáo em que taxas de lucro sáo baixas
valorizaçáo é çtiat
N
t escritos. entrerânro. o Estado é invocado como asenre e elementq3liye na.€I4glh tlcnrais paia incentivar investimentos privados no Proctsso de 0§
t ll" continuidad.. nre, Dor exemplol rrrn "paiote de estímulos", injetando uma demanda efetiva mais
forte no interior §
" "-1l,r {ir ccànomia por meio de uma variedade de medidas geralmente orquestradas pelo
§ Para isso, normalmente o Estado toma empréstimo de banqueiros e finan-
regulatórias no diz l,lstado. R
ntaçóes trabalhistas), di cistas (e, por meio deles, do público em geral)'
§ (çunhagem e moedas fiduciárias) e arcabouco instituãl Ilm outros casos, entret"nao, .rr., fundos sáo diretamente reinvestidos em for-
: sistema finan
de 1960'
§
trste ultrmo problema ttnha enorme interesse para Marx, de acordo com as rrrils capitalistas de produçáo, ainda que sob domínio estatal. Na década \
çóes que Engels usou pâra escrever o Livro III de O capital. tro l{eino Unido, na França e no Japáo, setores importantes da economia
eram .-ê
Embora entidades sejam
\Ehiãa-+xerce uma influência considerável por meio da demanda efetiva co- pxrpriedade do Estado, como se dá na China hoje. essas
\
manããi!õFeG. adquirindo rEstadÊJgllânci1ry rr,,,ili,rd*..rte independentes tm relaçáo às políticas
e autônomas do poder estaml, \
adminislgEáo hurocrítica. Tâmbérn executa ati"id"des produtivar, .- ]ãIiffii I ot.icntaçáo delas como utilidade pública olganizada para o bem público, em con- k
se rela-
;ffistimentos em b.rq.-públi.* à i.rfr".rrr.r,ura física co- llilstc com empresas com fins puramente lucrativos, altera a forma
como elas
do capital passa
tos e en çftrrram com a circulaçáo do capital. Parte considerável da circulaçáo
abastecimento de ágrra M dc
análise do capital em movimento estaria completa
\
os Estados assumem todos os tipos I ;rkl aparato estatal . r.rh,r-" a sua teoria \
de funçóes, como subsidiar rerrllr consid eraçâo desse fato. Infelizmente, Marx náo tenta integráJo
gcrrrl. Ao conrrário, arém-se a um modelo de concorrência perÊita do funciona-
intervençóes estatais'
iira,rru do capital e, na maior parte das vezes, deixa de lado as h
extensas - em
rncçórs Do cAPITAL
particular se segue uma política de nacionalizaçáo dos eixos centrais da economlt l)ts't'nrnuIçÁo ENTRB AS DIvERSAs -q
- que alguns analistas preferem construir uma teoria específica do capitalismo mo- §
nopolista de Estado. Esse tipo de capitalismo funciona segundo regras diferentcr o uabalhot
'- o Estado
reí-dô êapital. Ca-
daquelas derivadas da concorrência perfeita, eu€ Marx, seguindo Adam smith,
prcssupunha em suas investigaçóes sobre as leis do movimenro do capital. O gnu plt rrl istas individuais illít *otivos que avaliaremos mais adiante*, uma

de envolvimento do Estado e os níveis de tributaçáo associados a ele dependem pnrta.lo valor e do mais-valor total de acordo com o capital.que,eles adiantam,
em Iarga medida do balanço das forças de classe. Dependem também da disputr
idcológica em torno das vantagens ou desvantagens das intervençóes estataie nl ou como
circulaçáo do capital, assim como de seu poder e da posiçáo geopolítica que ch
deve exercer. Na esteira das grandes crises (como a Grande Depressáo, na décrd,r
de 1930), a exigência de uma maior intervençáo estatal tende a aumentar. Sob con. sue
[ãn-]ràm um papeldecisivo
tanto
diçóes de ameaça geopolítica (real ou imaginada), a demanda por uma crescenta ül«r dl classe dos caPi e

presença militar mais ampla, com as despesas associadas a ela, também tende r rc ficllltrrndo .onro pro-ovcnd«r a rcconversáo d<l dinheiro em capital-dinheiro'
clcvar. O podcr do complexo militar-industrial não d dcsprczívcl c a circulaçáo do
capitel é claranrcnrc afctada pelo excrcício dcsuc podcr,
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lti , f ('Ío]
1ti
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30 / A loucura da razâo econômica A visualizaçáo do capital como valor em movimento / 3l
\
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:3 O capital completa o círculo e recai novamente no processo de valorizaçáo. lmrlintroduznacirculaçáodocapitaluma@Lry$ant.f,.à ''


dos reivindica uma F propriedade e gestáo. Os_acionistas demandam um fltqlno,ry_!§_elníesti- \
){ ital rgiUg*pitt ",
ro p"r d" \ \i
nlzlçáo qqiv4da-pro{gç{g1§=eiÊJ4tor !a. fory . uma vez que
sobre
U\ {
uma dessas formas de dist tem raízes antigas, que precedem e rrrlrrçáo de capital-dinheiro portador de juros adquire um estatuto autônomo t< \
ascensáo da forma de circulaçáo que esramos descrevendo aqui. Em capítulos his- Ío do conceito de capital, as dinâmicas do capital como valor em movimento ? \
tóricos, Marx reconhece claramente a importância das formas 'ânrediluvianas" do deurgrcgam. Surge todà uma classe de acionistas e investidores (capitalistas moií\Á \í'
capital, como as denomina. Sua abordagem para compreender essas categoriae c ilrt»)c'mb.rr.rà.K,rlhor-*o@1"-r,qq.rrr*-"GFrll\\
demandas é singular. Ele indaga: como os "capitalistas indusrriais", os p.odutoror
I
de valor e mais-valor na forma de mercadoria, se dispóem a compartilhar partü j
do valor e do mais-valor que eles geram, uma vez que ele é monetizado, com esscl i na produçáo, náo pode haver crescimento e náo pode haver retorno sobre
outros requerentes? Qual, afinal, é a funçáo indispensável dos comerciantes, dolJ rl-dinheiro. Ao mesmo tempo, ele implica uma orientaçáo puramente mo- R.
proprietários de terras e dos banqueiros no capitalismo avançado? Essa perguntt da parte de um segmento poderoso e influente do capital que facilmente, : )
necessariamente desemboca em outra. Como esses outros requerentes se organizam ll b,,r.", retorno ,ob.. o seu dinheiro por meios que náo ,ao o à, valorizaçá{ ) § T
política e economicamente para se apropriar, sem nenhuma vergonha, do máximo proccsso de produçáo. Se a taxa de ganho monetário for mais favorável , prtrirll i-
11
de valor que puderem dos capitalistas industriais, muiro mais do que se justificarir trltculaçáo no mercado imobiliário ou de recursos naturais, ou em operaçóes[§. '
pelo desempenho de sua funçáo indispensável? D. irp@§igiq-ng][Esriar dr ürplrrrl comercial, entáo é lá que eles investiráo. Se a compra de dívidas do go"..ll {\
daus qlpitalisra-ç3o evidentes pnr.toda parre, e Marx reconh... .rr. fato em síü Fndcr mais do que a produçáo, entáo o capital-dinheiro tenderá a escoar maislÇ'i
lro e il rmrcs setores do que para avalorizaçáo propriamente dita. xq
à primeira questáo, deixando Murx reconhece tais possibilidades. Mas tende a desconsiderá-las com base no
a nosso cargo as condiçóes conjunturais e os balanços de poder normalmente en. dr «1ue, se todo o mundo investir em renda imobiliária ou sm atividades de
volvidos, quando se trata de fornecer uma resposta à segunda questáo. ullsrno comercial e ninguém investir em produçáo de valor, )o" d. retorno
Há, no entanto, uma tendência a encarar a distribuiçáo como o produto find ortc último disparará até o capital retornar ao que Marx considera suas funçóes
pro+rÉo de mais:f/algl Mas a análise de Marx mosrra que as coisas nâo
passivo de lqghirnas. Na pior das hipóteses, Marx tende a conceder (ao menos nos casos do
sáo bem assim. [na4çgg-e bancosháo sáo meros receptores passivos de sua parcclr comercial e dos juros) que, com o passar do tempo, a taxa de lucro tenderá a se
§ da alíquota do mais-valor produzido na forma-dinheiro. Eles sáo Us§[Egdidtigl clltre o capital industrial e as outras formas distributivas. Ainda assim, o capi-
\\ Jr.
de mais-valor 0omo valor em movimento perde sua estrutura simples singular e se estilhaça em ,..)
§ dc componentes que frequentemente se movem em relaçáo antagônica entre \'
f.

çáo de valor na produçáo. É po...se motivo que financistas e banqueiros sáo tanle
d scmelhante ao que acontece no ciclo hidrológico, quando ocorre precipita-
Itn vúrias formas diferentes. Nos últimos tempos, por exemplo, o fluxo de capital §r
impulsionadores da circulaçáo de valor como beneffciários da produçáo
de mais-valor. A circulaçáo de capital portador de juros que demanda um
u diminuir em relaçáo à produçáo de valor, à medida que o capital-dinheiro
Inxm de retorno maiores em outros lugares, como na especulaçáo imobiliária

1\
,:,
baseado no direito de propriedade introduz uma dualidade no interior daquilo líria. O efeito é exacerbar a estagnaçáo a longo prazl.^ na produçáo de valor \
tem sido conceitualizado até agora como um simples fluxo de valor em g{ructeriza boa parte da economia global desde a crise de 2007-2008.
Y,
to. Os capitalistas industriais internalizam esse duplo papel: como organi () clcmcnto contraditório é que a criaçáo.de endividamento dentro do sistema vI.\!.,
da produçáo de mais-valor, eles se engajam em um conjunro de práticas; 'clro impulsiona persistentemente a acumulaçáo futura. A busca frenética por
proprietários de capital na forma-dinheiro, recompensam a si mesmos com o rr §otnr
) tc §ornr il necessidacle trenctlca
i\ nece§slclâde frenética de âmoru7,âr
amortiz,ar a§ dÍvidas. E parte
as cttvlctes. buscal
Parte dessa busca \\\
rnento de juros sobre o dinheiro que eles próprios acliantanr. ou entáo tomam dh iü5g prcçlsa ggcpptrar.founas d
nheiro cnrprcstaclo pirrâ comcçar scus próprios ncgócios c pxl{iun iuros a tcrccirolr () vllor náo rctorna às práticas dc vrrlorizaçáo que nnalisamos sob e mesma' \.[
,-
32 I Alotcuredarazáo econômica A visualizaçáo do capital como valor em movimento / 33 §*
§l
forma que tem quando inicia seu percurso. Ele evolui à medida que se movi
e se expande à medida que evolui. Agora, porém, essa expansáo abarca náo
a busca por mais-va.lor mas também a necessidade adicional de amortizar as d
que se acumulam no interior da rede distributiva exigida para que a circula$o
lissa força motriz poderia derivar de mudanças públicas de vontades, neces-
c desejos de valores de uso. Enquanto Marx tendia a ver o estado das von-
nccessidades e desejos como "consumo racional", conforme deffnido pelo
pode haver circunstâncias em que o caso seja outro. Por exemplo, quando
\l
§
capital efetivamente funcione. prrrte significativa da populaçáo (trabalhadores ou burgueses, náo importa)
o desejo de estabelecer uma relaçáo diferente com a natureza, em que a §
ambiental, a extinçáo de hábitats e as mudanças climáticas que resul-
AS FORÇAS MOTRTZES DO VALOR EM MOVTMENTO rhr práticas capitalistas realmente existentes podem ser revertidas, o processo §
I dc ecumulaçáo de capital pode ser forçado a seguir caminhos alternativos. Se \
'
l\
h, A visualizaçáo
vsualrzaçâo do fluxo
tluxo de capital proposta aqui é, evidentemente, uma sim
si vontades, necessidades e desejos forem apoiados pela capacidade de pagar (e )
\§ caçáo. Mas náo se rrata de uma simplificaçáo gratuita. Ela represenm querro ot lncentivos e subsídios estatais podem fazer adiferença), proteçáo ambiental .l I,
À\
,

§..rro, fundamentais no interior do processo geral de circulaçáo do â rcnováveis podem .o*.ç", substituir os combustíveis fosseis. \.1
"apital: "
'1y valoizaçâo, em que o capital é produzido na forma de mai
valonzaçâo, mais-valor na Mrrx nâo considerou questóes desse tipo, mas a visáo construída com base em \.\
^
p
Ç da realizaçáo, em que o valor é transformado novamente na forma-dinheiro
r p0nmmento pode ser àcilmente adapiada para levar em conta questóes como § §
§meio da rroca mercandl das mercadorias; o da distribuiçáo de valor e mais-r r. Adcmais,
Â.1-.-..:^ o^ E^-^.J^ ^^ tornar ,,^^
^^l^ se
Estado pode ç^--^ motriz
uma força *^+-:- na
^^ acumulaçáo,
^^"*"1^^^^ ^^ medi-
na ^^Ai
\' f,
\* -\

$ .nrr. os diversos requerentes; e, finalmente, o da captura de parte do dinheiro


(
Q üD qtrc tem uma influência poderosa sobre a demanda efetiva por equipamento , §vr
\ 1\ instrumentos SÀ
variedade de rnstrumentos
circula entre os requerentes e sua reconversáo em capital-dinheiro, a partir do ffll vigilância e uma vaÍledade
hü, tccnologias de policiamento e vrgrlâncra \\§ .§t§
\)
ele continua o caminho pela valorizaçáo. Cadaprocesso distinto é i Dtttnllc s«lcial, para náo falar das demandas de administraçáo e governança. iEssa 1\
^^^^^ E--^
t 1 autônomo em certos aspectos, mas todos estáo integralmente ligados na c
blnclu pode ser táo grande que, em certos períodos históricos, alguns analistas § t
do valor. Essas distinçóes no interior da unidade do valor em movimenro, fgm ilpontar o keynesianismo militar como a principal força motriz da acumu- 1 V
I

I
§ veremos em breve, desempenham um papel crucial na esrruturaçáo do texto dG,
caPhal O Livro I se dedica àvalorizaçáo, o Livro IIàreilízaçáo e o Livro III
as diversas formas de distribuiçáo.
l, l*1'*':::': ;::::*.:: :i:i *:::::" ri
I fittdnnças tecnológicas. Lutas políticas e sociais acerca da:::,T::Í:
,L,,,.rl,ror.o hâe h^ccrrêffi êcrrrirrrr..
"ioniÊrarln
realizaçâo de;n::" \
Í: valores \\ p
snciais rrm frnfô rliferentes rlns \f \
J § Ainda resta fazermos um breve comentário acerca da força motriz ou clrtssicas em torno da valorizaçáo. Isso ocorre
§lllZ9lque mantêm esse fluxo de capital em movimento. A força motriz
i evidente reside no fato de que nenhum capitalista monerário racional se e trabalho, como ocprre no firomerúo de ualorízaçáo.
todo esse trabalho e enfrentaria todos os percalços daorganizaçáo da produçáo mcrnla Íbrma, é difícil ignorar as luta.s. plíticas::=q_-*==
----:- _ggg"J§*f" IP
mercadorias e mais-valor se náo terminasse com mais dinheiro no fim do pd dedistribu$o-tvtas, para lwar a sério essa questáo, devemos ir muito
de valorizaçáo do que tinha no início. Em poucas palavras, e o-lucro_t?dlX,idg.j Mtrx, que confinou sua análise ao modo como essas formas distributivas po-
ps nSgyg. É chro que podemos atribuir isso à ganância humaniããna maior I dcvcrlem cxistir dentro de uma forma pura de capitalismo. Uma perspectiva
das vezes Marx se abstém de considerar isso um defeito moral. É algo soci lcr cnxcrga os capitalistas rentistas, comerciais e financeiros como blocos
necessário para a produçáo dos valores de uso de que precisamos para viver. dlrtlntos, agindo segundo seus próprios interesses, buscando apropriar-se do
vez que a origem do lucro está na produçáo de mais-valor, o processo de do vrlor quc puderem. A grande questáo que se segue é esta: que incentivo
çáo possui um incentivo para prosseguir indefinidamente com base na Ílnancistas e proprietários de terras têm para reinvestir navaloriza$o,
exploraçáo de trabalho vivo na produçáo. No enranro, isso implica uma ex multo hcm de pernas para o ar, desfrutando de ganhos duvidosos, à custa
perpétua da produçáo de mais-valor. O círculo de reproduçáo do capital se ll d0o so trabalho de participar da produçáo? Por que alguém se preocuparia
uma espiral de crescimento e expansáo incessantes. du produçáo, se pudessc viver de rcnda fundiária?
Marx descarta em geral a ideia de que uma força motriz possa estar vinculadr quc r fornra particular tomada pcla circulaçáo do capital portador de
processo dc realizaçáo. Náo há, porém, nenhum motivo pilra pcnsarmos que r;rtrlrn ury papcl decisiv«r. Pcla criaçáo dc cndivldarncnto - que inclui

L*t/** 4 ,'td t.*/1 ./ â,t /'t,r^t


34 / A loucura da razío economrca

a criaçáo de dinheiro pelos bancos de maneira totalmente independente da produ-


çáo de valor -, o campo de distribuição internaliza um tremendo incentivo a que
a circulaçáo se perpetue por meio da val.orizaçá.o. Podemos dizer que o incentivo
para amortizar dívidas desempenha um papel táo importante quanto a busca por 2.o CAPITAL
lucro no impulso da produçáo futura de valor. Dívidas sáo reivindicaçóes sobre a
produçáo futura de valor e, como tais, incidem diretamentà sobre o futuro da va-
lorizaçáo. O náo pagamento de dívidas inicia aquela que é a mãe de todas as crises
para o sistema do fluxo do capital.
Observando o processo geral de circulaçáo, constatamos múltiplos incentivoú
pâra manter o sistema intacto e em movimento, e náo faltam forças motrizes perl hA
prlrrrt'ir;r concliçáo da acumulaçáo é que o capitalista tenha conseguido vender suas
manter o valor em movimento. Mas também existem múltiplas ameaças e dificul. lltr'rr,r(lír'irls c reconverter em capital a maior parte do dinheiro assim obtido. Em se-
dades para garantir a perpetuaçáo do valor em movimento. Essa, no entanto, é uml de cir-
fttlrl,r I rrrr l.ivro I cle O capitall, pressupóe-se que o capital percorra seu processo
questáo que abordaremos mais adiante. r ltlrrr,,to ,1,. nrod«r normal. A análise mais detalhada desse processo pertence ao Livro II
rL,rl,t,,l,t,t.
Íl r,rlrit.rlistrr t;uc procluz o mais-valor [...] é, decerto, o primeiro apropriador, porém
tle rrr,r,l,, ,rlgrrnr o último proprietário desse mais-valor. Ele tem ainda de dividi-lo com
ltlrlt,rlirt,rs tlrrc tlcsempenham outras funçóes na totalidade da produçáo social, com o
Irlllrrir'r,ilio íirrrdiário etc. O mais-valor se divide, assim, em diversas partes. Seus frag-
lllrrrrlr,,rlrr.nr u diÊcrentes categorias de pessoas e recebem formas distintas, indepen-
llelttlt t'rrtlc si, couro o lucro, o juro, o ganho comercial, a renda fundiária etc. Tais
flttttr,rn rrr,,.liíi.u«lrrs do mais-valor só poderáo ser tratadas no Livro III.
Âr;ttl ',rr1,,rrrros, l)()r um laclo, que o capitalista que produz a mercadoria a vende pelo
l€1 v,rLrr 1...1. ltrr outro [ado, tomamos o produtor capitalista como proprietário do
llltlr v,rLrr irrrciro ou, sc:rssim se prefere, como representante de todos os seus coparti-
tl;rllrt,'r tt0 lrtttitu."
O capital, Livro I, p.639-40

llt{lr,t rl,t cirt rrl:rçíto clo capital como um todo é uma representação racional da
r urrr,r Mru'x totrccl'rc o movimento de capital como valor, como situar os três
{'( I t rtltitttl rrcssc rnapa?

)fl lr trôr r.rpírrrlos itttr«rclutririos, tl l,ivro I sc concentrzt quase exclusivamente


tlflrr.rrr,,l,.v;rlorizrrqíro. l'llc rros condtrz do nrlnrcnto enr que o dinheiro se
[6 r,r1'lr.rl ,lirrlrcilo ltí.rrtlrrclc cnl (llrc o vrrklr'ú rclrlizrrdo cln stllr forma-dinheiro
lllelr,rrlo. ( ) ílrrxo rlc slrllirios l)iulr (()nll)Ilrt ,ts ntt'r.ltrltrrirts ttcccsslirias para re-
,r l,rr,,,r .l,.tr',rlr,rllr,,, jrrrrto torrr o Ílttxo.l.'ltt. t',, pltrlt ltlitttt'ltlrtr «l rcittvcsri-

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