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Rússia nos confins da modernidade e do séc. XX
01 RACHMANINOF
SIMBOLISTAS
SLIDE 2 Sabemos que a Rússia viveu a passagem do séc. XIX para o XX, em
termos musicais, marcada por diversos factores importantes.
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Estas duas vertentes irão marcar de forma indelével a música Russa do séc. XX,
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popular, um certo existencialismo à Dostoievsky, a ideia de nação Russa,
etc. E, por outro lado, uma estética positiva, popular/proletária, onde o
povo Russo e a sua classe mais avançada o proletariado representado
pelo Partido Comunista são idealizados e tornados heróis.
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AS VANGUARDAS RUSSAS
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• Arthur Lourié, de S. Petersburgo, trabalhou com 12 sons e também esteve
ligado ao ultra-cromatismo.
Mas esta vanguarda Russa rapidamente se dissolveu por força da emigração dos
seus protagonistas:
05 Roslawetz
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Lunny Pjero Arnolda Schenberga, in K nowymm beregam nr3, 1923, página 32. Citado em Berlin/Moscow,
1900-1950, Antonowa, Irina, Merkert, Jörn (herausgeber), Prestal, München, 1995.
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“M ÚSICA DE M ÁQUINA ” – OS CONSTRUTIVISMOS
Aparece neste texto um novo paradigma da cultura Russa do início do séc. XX:
a máquina. Aproximando-se dos constructivistas/realistas Russos (Malevitch, El
Lissitzky, Alexander Rodchenko), SLIDE 9 e também das ideias da Bauhaus
Alemã, (não esquecer a participação na Bauhaus de Paul Hindemith e Hans
Eisler), este novo paradigma dá origem a uma música de carácter áspero, usando
por vezes sons próximos dos intonarumori de Luigi Russolo, imitando o
movimento mecânico, ritmado e austero dos novos paradigmas sociais (a cidade,
a indústria, o automóvel).
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A RTE E IDEOLOGIA
Na Rússia dos anos 20, as duas mais notórias correntes musicais apareciam
ligadas a 2 grupos socio-profissionais altamente politizados, representando de
maneira clara duas correntes fundamentais do envolvimento da arte e da
política:
A luta entre estes dois grupos foi intensa, aproveitando-se de uma forte abertura
a nível económico da chamada “Nova Política Económica”, estabelecida por
Lenine em 1921. O relançamento da economia contrabalançou a Guerra Civil, a
fome e pobreza crescentes e as lutas internas no partido, servindo ainda como
uma primeira Glasnost em termos culturais. 08 Miaskovsky
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Mas esta abertura foi rapidamente ultrapassada pela tomada de poder de
Estaline. Secretário Geral do Partido em substituição de Lenine já em 1922, irá
protagonizar uma luta e discussão interna no partido entre 1924 (ano da morte
de Lenine) e 1927. O seu maior antagonista foi, como sabemos, Leon Trotsky,
expulso em 1927 e depois exilado e assassinado por elementos da polícia
política.
A Rússia de Estaline
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A invasão da URSS pela Alemanha Nazi e a entrada da URSS na II Guerra Mundial (depois vitoriosa
juntamente com os Aliados),
o exílio interno de aldeias e povos inteiros, quer devido ao pretenso apoio aos alemães que por motivos
de ordem interna,
o terror e a repressão (sistemática, por vezes até aleatória) não só contra qualquer dissidência como até
contra alguém que mantivesse alguma proximidade (física, familiar, relação de trabalho) com
opositores internos, até concorrentes a cargos partidários a diversos níveis caídos em desgraça.
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O regime de Estaline foi um regime de terror, somente reconhecido com o seu
sucessor Krutchev (em 1956, 3 anos após a sua morte). Temos hoje a noção de
que um número indeterminado de pessoas, próximo dos 20 milhões, morreram
vítimas da polícia interna.
A RÚSSIA DE SCHOSTAKOVITCH
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amplamente compreendida e aceite pelo apparatchnik e por um proletariado sem
qualquer intenção de evolução cultural.
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um herói ou um fraco.
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não bateu palmas e o público ficou atónito. Segundo se conta, Estaline disse que
“Isto é caos, não é música”. Em breve um artigo do Pravda daria o mote:
“E tudo isto é áspero, primitivo e vulgar. A música geme e
murmura, arfa e fica sem respiração para que as cenas de amor
sejam representadas o mais naturalista possível. E o «amor» é em
toda a Ópera apresentado da forma mais vulgar” (...) O compositor
de Lady Macbeth de Minsk devia retirar a música nervosa,
contraída, epiléptica do Jazz para dar paixão aos seus heróis.”(...)
“Desde o primeiro minuto desta Ópera o ouvinte fica atordoado
com o fluxo desarmónico e caótico de sons” (...) “O compositor
claramente não se deu ao trabalho de oferecer ao ouvinte o que o
público de ópera soviético espera.”(...) “Tendo escrito
conscientemente a sua música com os sons ao acaso, pensou que
seria somente para o gozo de estetas e formalistas cujo bom
gosto esteja já há muito perdido.” (“Caos em vez de Música”,
Pravda, 28 Janeiro 1936)
. clique
«Meto-me a gatafunhar, de repente, sobre o papel; ouço, então,
assobios e o meus ouvido não se sente chocado, embora ande a
torturar os ouvidos do mundo inteiro. Depois imprimo o que escrevi e
esqueço-o para sempre. Este é um Prefácio que poderia ser escrito
não só às minhas obras completas mas também às obras completas
de muitos outros compositores, soviéticos e estrangeiros. E eis a
assinatura : Dmitri Shostakovitch, Artista do povo da União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas, seguido de numerosos outros
títulos honoríficos: Primeiro Secretário, União dos Compositores da
URSS, assim como muitos outros postos e funções de uma
importância considerável”
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Soviéticos. A música de tais obras era tinha de ser mais uma cópia dos
múltiplos exemplos de realismo socialista musical:
de contornos heróicos,
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O UTROS
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chefe do aparelho da Associação de Compositores Soviéticos até aos anos 80
Tichon Nikolaiewich Chrennikow (1913 - Jeletz), Boris Tchaikocsky (1925 –
Moscovo), Alexander Cholminov (1925 – Moscovo), Otar Taktakischwili (1924
– Tiflis Georgia), assim como o mai inovadore Shchedrin (1932 – Moscovo) 13
Shchedrin música de orgão de 1972, o ainda conservador Slonimsky (1932 –
Leningrado) 14 Slonimsky prelúdio e fuga nº 12 (de 24 prel. e fugas) (1994),
Tischtschenko (1932 – Leningrado), Jan Räats (1932 - Tartu) e outros
compositores que, pior ou melhor, sobreviveram num meio hostil a qualquer
transformação.
G ALINA U STWOLSKAJA
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Viveu de encomendas para filmes, programas de Radio e, simultaneamente,
continuou uma criação musical individual, privada, desconhecida e
menosprezada até á pouco tempo, assumidamente áspera e primitiva, muito
próxima de uma arte bruta tal como entendida nas artes plásticas da Europa. 16
Ustwolskaja dona nobis pacem (1971) Ustwolskaja que baniu da sua lista de
obras todas as que compôs para o regime refugiou-se num certo ascetismo.
Afirma nunca escrever música de câmara, mesmo quando utiliza um número
limitado de instrumentos. A sua música oscila entre o fortíssimo de 4 e 5 FFFFF
e o pianíssimo quase inaudível, usando profusamente harmonias com clusters e
melodias desconcertantes em tessituras extremas, que aparecem de uma forma
agressiva agressivamente crua. A sua música é, no entanto, profundamente
religiosa, visível não só nos títulos como também no uso de melodias próximas
da liturgia ortodoxa e em passagens de um claro misticismo, próprio da música
Russa. Se nas suas obras de juventude está muito presente a influência de
Schostakovitch, logo a partir dos anos 50 se vê uma flexão para as
características que irão marcar a sua música. E Ustwolskaja é, a partir de então,
verdadeiramente vanguardista, usando indiscriminadamente qualquer objecto
musical qualquer conjunto sonoro para desenvolver de uma forma clássica
e aparentemente clara agressivamente clara as suas ideias. Longe da
sensibilidade romântica, a sua música é, a meu ver, tão desconcertante quanto a
de John Cage, simplesmente usando meios sonoros diversos, explorando-os de
uma forma exaustiva, assumindo uma crueza e expressividade extremas, cheias
de misticismo. 17 Ustwolskaja sonata para piano 6 (1988)
E DISON D ENISOV
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Edison Denisov (1929-1996) é, porventura, o representante do dodecafonismo
Weberniano e do serialismo Darmstadtiano na Rússia dos anos 60. Admirador
de Boulez, estudou os compositores da segunda Escola de Viena, assim como
obras de Boulez, Nono, Stockhausen e Lutoslawski. Influenciou fortemente
compositores de gerações vindouras. Acusado de formalista em 1979, exilou-se
em Paris.
DEPOIS DE ESTALINE
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firme nestes países.” (Sovetskaya Musika, publicado em Music Journal
(USA) 1962 – 68).
A ABERTURA DE K RUTCHOV
B REJNEFF
As Novas Gerações
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• Arvo Pärt 1935
Devo destacar alguns, pela sua repercussão na música internacional ... e pelo
facto de ter conseguido recolher dados (e partituras) sobre as suas obras.
SOFIA GUBAIDULINA
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ALFRED SCHNITKE
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tempo que usa técnicas próximas da vanguarda Europeia, usa citações (de
compositores e de estilos) misturando até em composições individuais e
livres pequenos excertos da sua produção estatal. De grande capacidade em
termos de orquestração e profundo conhecedor dos modelos clássicos, a sua obra
é prolífera na utilização de simbologias musicais, usando para isso danças
padronizadas, citações e todo o tipo de material musical, histórico ou actual. Nos
últimos anos é visto como próximo das perspectivas pós-modenas da Europa
Ocidental e Américas.
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Jelena Fersowa SLIDE 27
(Rússia 1950) Esta será talvez a mais jovem compositora desta geração. Casada
com o compositor Dmitri Smirnov (1948), juntamente com o seu marido, com
Denisov e Gubaidulina acusada de formalismo e perseguida em 1979, a sua
música nasce dos ensinamentos de Denisov dodecafonismo e serialismo
mas aproxima-se claramente das sonoridades do expressionismo. Muito ligado à
figura de Ossip Mandelstam, poeta maldito na URSS que morreu num campo de
concentração, a sua música, embora de grande elaboração
contrapontística/serial, reflecte o misticismo e a expressividade muito Russas,
não abdicando de acordes, de harmonias mesmo tonais em algumas das suas
obras. 21 Elena Fersowa – suite nº 2 para viola 1º and. (1967)
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Cada morte que faz crime maligno
NEO-EXPRESSIONISMO RUSSO?
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Vanguarda a Oeste e Leste
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5 – O quinto paradigma aparece como uma continuação do desenvolvimento
tecnológico: a máquina e o espírito mecânico e o seu uso musical, desde as
primeiras experiências do início do século, dos instrumentos a rumori dos
futuristas, até à Musique Concrète, aos elementos aleatórios em música,
software musical, electrónica ao vivo, etc.
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Evolução tonal/modal,
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século quer a mistura ideológica com o proletarismo de origem industrial
(Musica ex machina), levam ao aparecimento de
O ideal do novo como procura incessante, como ideal Adorniano, não parece ser
um paradigma da música dos compositores da ex-URSS. E será esse paradigma
e a sua acção anti-clássica e anti-romântica na Europa central que definirá, a
meu ver, a vanguarda histórica de Boulez, Berio, Stockhausen, Pousseur, etc.
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Bibliografia
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