Вы находитесь на странице: 1из 12

PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
CONCLUSÃO
Fls 52
Nesta data, faço estes autos conclusos
a(o) MM. Sr(a). Dr(a). Juiz(a) da(o)
01ª Vara Federal de Itaperuna.

Itaperuna, 02 de fevereiro de 2012.

MICHELINE SILVA DE PAULA


Diretor(a) de secretaria

Processo 0000142-55.2007.4.02.5112 (2007.51.12.000142-5)


Parte Autora: MINISTERIO PUBLICO FEDERAL
Parte Ré: MUNICIPIO DE SANTO ANTONIO DE PADUA
Juiz(a) Federal: MAURICIO MAGALHAES LAMHA

SENTENÇA
(TIPO A)

RELATÓRIO

O Ministério Público Federal ajuizou a presente ação com vistas a compelir o


Município de Santo Antônio de Pádua a tomar medidas efetivas capazes de paralisar
todas as atividades de parcelamento do solo, eventuais obras ou edificações realizadas
às margens do Rio Pomba.

Requer seja o Município condenado a implementar um Posto Policial da Guarda


Municipal com efetivo suficiente para coibir as construções irregulares na área de
preservação permanente, bem como condenado a contratar e realizar um estudo técnico-
ambiental, a ser feito por instituição científica reconhecida nacionalmente, capaz de
identificar de forma clara e precisa todas as edificações que se encontram em área de
preservação permanente e indicar a melhor solução jurídico ambiental de reparação e
compensação dos danos ambientais identificados em razão da ocupação irregular,
fixando um prazo razoável para implementar tais medidas.

Adunou os documentos de fls. 24/242.

O Município de Santo Antônio de Pádua apresentou contestação, conforme fls.


249/299. Alega que Estado e União são litisconsortes passivos necessários na presente
demanda e que o pedido é juridicamente impossível, por esbarrar na ausência de norma
material definidora da obrigação. Ainda, alega que as medidas pleiteadas pelo Parquet
importam em invasão da competência do Poder Executivo e não levam em consideração
a escassez dos recursos orçamentários, a necessidade de concurso público e a
possibilidade de escolha pelo Executivo das prioridades coletivas. Por fim, aduz que as

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
construções irregulares ora impugnadas estão albergadas pela Teoria do Fato Fls 53
Consumado.

Juntou os documentos de fls. 300/304.

Às fls. 306/308, foi indeferido o pedido liminar.

Às fls. 312, a municipalidade requer a produção de prova testemunhal e


documental.

Às fls. 314/316, o MPF faz pedido de reconsideração da decisão que indeferiu a


liminar.

Réplica apresentada pelo Parquet, conforme fls. 321/329.

O MPF pugnou pela produção de prova testemunhal, conforme fl. 332.

O Município de Santo Antônio de Pádua, juntou os documentos de fls. 338/384.

O Juízo realizou inspeção judicial in loco, consoante auto de inspeção de fls.


398/399.

Foi deferida liminar, conforme fls. 421/427, determinando: a) proibição da


instalação de qualquer ponto de energia elétrica ou fornecimento de água potável nos
imóveis situados às margens esquerda e direita do Rio Pomba, no município de Santo
Antônio de Pádua, até o limite de cem metros, b) proibição de concessão de qualquer
“habite-se” pelo Município em relação a obras e edificações ao longo da faixa de 100
metros do Rio Pomba, c) que o réu, no prazo de 6 meses proceda a um estudo técnico-
ambiental para identificar de forma clara e precisa as edificações que se encontram na
APP delimitada e para indicar qual a melhor solução jurídico-ambiental para reparação
ou compensação dos danos ambientais causados, d) que o Município réu apresente
quadrimestralmente ao Juízo relatórios de visita, indicando como estão as construções
recentes nos locais abrangidos pela decisão e quais as medidas efetivas vêm tomando,
com base no Poder de Polícia, sob pena de multa de R$1.000,00 a recair sobre o Chefe
do Executivo Municipal.

À fl. 439, o Município de Santo Antônio de Pádua noticia a interposição de


agravo de instrumento.

A municipalidade veio a juízo afirmar que já está tomando medidas eficazes (fls.
455/456), como a edição do Decreto n° 004 de 13/01/2010 (fl. 460) que proíbe
autorização para construção na área determinada pela decisão liminar. Juntou também o
relatório de visita determinado pela decisão liminar (fls. 461/473). Ademais, juntou os
documentos de fls. 474/546.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
A parte ré também juntou os documentos de fls. 573/603. Fls 54

À fl. 612, o MPF comunica a existência de obra, em estágio inicial, na área


atingida pela decisão liminar. Documentos juntados às fls. 613/615.

Foi realizada nova inspeção judicial, consoante auto de fls. 617/619. Foi
verificado que o prédio em construção se encontra dentro do limite de 100 metros
apontado na decisão liminar. Foi constatado que a obra era destinada a abrigar a nova
sede do Corpo de Bombeiros.

Juntados solicitação de autorização para ligação de energia elétrica na obra em


questão (fl. 620) e termo de doação do imóvel pelo Município de Santo Antônio de
Pádua ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro.

Decisão liminar às fls. 622/626, determinando a paralisação da obra pública


realizada na RJ-186, Km 2, bairro Divineia, Santo Antônio de Pádua, ao lado do
Instituto de Polícia Técnica do Estado do Rio de Janeiro, local onde se tenciona
construir um destacamento do CBMERJ. A decisão também determinou oficiar ao
IBAMA para que comparecesse ao local, a fim de realizar vistoria, bem como oficiar à
AMPLA e à Águas de Santo Antônio, indagando se foi requerida a instalação de água e
energia elétrica para o futuro destacamento do CBMERJ.

À fl. 630, a empresa Águas de Santo Antônio S/A, informa que recebeu ofício
do destacamento Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro em Santo
Antônio de Pádua, solicitando ligação de água para nova sede e que foi verificado pela
equipe operacional que o imóvel se encontrava dentro da área delimitada pela decisão
proferida neste processo, pelo que emitiu um Ofício ao destacamento informando a
impossibilidade de cumprir a solicitação.

O IBAMA encaminhou os documentos resultantes da Ordem de Fiscalização


(fls. 632/638) determinada na decisão de fl. 622/626. Informou o IBAMA que a obra em
questão não possuía licenciamento ambiental.

Às fls. 649/650, a Assessoria Jurídica da Subsecretaria de Estado de Defesa


Civil peticionou afirmando que o antigo prédio do Corpo de Bombeiros era
constantemente atingido por enchentes e que a mudança para o local em análise neste
processo se faz necessária, uma vez que a população atendida pela unidade do CBMERJ
não poderia ficar desamparada. Pugna pela cassação da liminar que determinou a
paralisação da obra. Adunou os documentos de fls. 651/671.

Às fls. 672/673, o Parquet Federal requer a aplicação de multa no valor de 20%


do valor da causa a ser suportada pelo Secretário Municipal Ângelo Alberto Abreu
Figueiredo, nos termos do art. 14, parágrafo único, do CPC.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
À fl. 675, o Estado do Rio de Janeiro comunica a interposição de agravo de Fls 55
instrumento contra a decisão de fls. 622/626.

Foi realizada audiência, consoante fls. 721/724.

À fl. 725, documento do Corpo de Bombeiros Militar entregue à municipalidade,


dando conta de que não prosseguirá com a construção do imóvel cedido, o qual
oportunamente será devolvido à municipalidade.

Às fls. 734/746, cópia da decisão exarada no seio do Tribunal Regional Federal


da 2ª Região, convertendo o agravo de instrumento interposto em agravo retido.

À fl. 749, foi reiterado ofício à AMPLA para que prestasse as informações
requisitadas pelo Juízo.

Tendo em vista a inércia da AMPLA em cumprir os ofícios encaminhados, este


Juízo determinou prazo de cinco dias para cumprimento, sob pena de multa diária de
R$500 reais, limitada ao montante de R$5.000,00 reais, nos termos do parágrafo único ,
art. 14, CPC (fls. 867).

É o relato do necessário. Passo a decidir.

FUNDAMENTAÇÃO

De início, refuto a alegação de impossibilidade jurídica do pedido, argüida pelo


Município Réu. Os pedidos elencados na exordial não são vedados pelo ordenamento
jurídico pátrio, mas, ao contrário, encontram respaldo na Magna Carta, em seu artigo
225 e nas leis de proteção ambiental ( Lei 12.651/2012 – Novo Código Florestal), de
maneira que não há se falar na ausência dessa condição da ação.

Não há que se falar em litisconsórcio passivo necessário com Estado e União,


uma vez que o MPF se insurge contra a renúncia do Município ao seu poder de polícia e
dever de fiscalização ambiental, atividades estas que devem ser desempenhadas pelo
réu, independentemente da atuação ou não do Estado e da União. Por certo, a
competência constitucional para fiscalizar é comum aos diversos entes da federação,
contudo nada impede que o Parquet litigue apenas contra aquele que entendeu omisso
no seu dever institucional de zelar pelo meio ambiente.

Na presente hipótese, o Ministério Público Federal visa adoção, pelo Município


réu, de medidas eficazes para inibir construções irregulares em área de preservação
permanente, qual seja, às margens do Rio Pomba. A presente ação se fulcra na
constatação, pelo Parquet, de que novas construções tem se edificado na área de
preservação permanente que menciona, devastando a mata ciliar própria do local, sem

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
que o Município adote qualquer ação de embargo, interdição ou remoção, renunciando, Fls 56
desse modo, ao poder de polícia que lhe compete.

Com efeito, do conjunto probatório carreado aos autos é possível aferir que, além
de construções antigas, há a presença de várias edificações recentes e em andamento na
faixa de 100 metros, contados do leito do Rio Pomba. (vide informações técnicas de fls.
130/133, autos de inspeção judicial às fls. 398/399 e 617/619, testemunhas ouvidas em
audiência conforme fls. 721/724, bem como as várias fotos acostadas aos autos)
Outrossim, verifica-se que o Código Florestal ( Lei 12.651/2012, art. 4º, I, c que, nesta
parte não inovou a antiga disposição contida na Lei 4.771/65, em vigor à época do
ajuizamento desta ACP) determina que para os rios de 50 a 200 metros de largura é
área de preservação permanente a faixa marginal de 100 metros. Confira-se:

“Art. 4o Considera-se Área de Preservação Permanente, em zonas rurais


ou urbanas, para os efeitos desta Lei:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural perene e
intermitente, excluídos os efêmeros, desde a borda da calha do leito regular, em
largura mínima de: (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de 50 (cinquenta)
a 200 (duzentos) metros de largura;”

Destarte, resta sobejamente demonstrado nos autos a realização de várias


edificações novas em área que goza de proteção ambiental, restando da mesma forma
incontroverso que o Município de Santo Antônio de Pádua não tomou as medidas
necessárias para coibir tais ilícitos ambientais. Ao contrário, é com perplexidade que
este Juízo constatou que o Município, ao invés de reprimir, incentivou construção
irregular ao doar imóvel destinado à construção da Sede do Corpo de Bombeiros (fl.
621) e solicitar, através do Secretário Municipal de Meio Ambiente, ligação de
energia elétrica no local (fl. 620), tudo a despeito de decisão liminar contida neste
feito, determinando a adoção de medidas eficazes a paralisar as construções
irregulares.

Não menos certo que o Município ostenta competência administrativa para


defender o meio ambiente, conforme preconiza a Constituição da República em seu
art. 23, VI e art. 225 e possui responsabilidade “na criação de políticas para a
preservação e restauração da vegetação nativa e de suas funções ecológicas e
sociais nas áreas urbanas e rurais” (art. 1°-A, IV, da Lei 12.651/2012) e, no caso
em tela, se esquivou de seu mister.

Portanto, diante da responsabilidade municipal na defesa do meio ambiente e da


sua constatada inércia, a procedência do pedido é medida que se impõe, no sentido
de determinar sejam tomadas medidas eficazes no intuito de frear a indesejada
devastação ambiental, de modo que o Município efetivamente cumpra seu dever
constitucional de fiscalizar e impedir os danos ambientais.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
Neste sentido: Fls 57

ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. MPF. PROTEÇÃO AMBIENTAL.


DOMINIO PÚBLICO. OCUPAÇÃO IRREGULAR. REMOÇÃO E REALOCAÇÃO
DE FAMILIAS IRREGULARENTE INSTALADAS, DEMOLIÇÃO DAS
CONSTRUÇÕES. IBAMA, DEVER JURÍDICO, DE ELABORAR PROJETO DE
REFLORESTAMENTO, DA ÁREA ENFOCADA, ARTIGO 225, CAPUT, DA
CF/88.(...)Verifica-se que são inúmeras as edificações no local sem autorização dos
órgãos ambientais competentes, gerando constante degradação ao meio ambiente no
local, consistentes na supressão de vegetação para construção irregular e despejo de
dejetos nas encostas, causando erosão desmatamento, queimadas, alteração de relevo e
poluição de mina d'água na encosta do morro. -Saliente-se que grande parte desses
ocupações é em área considerada de preservação permanente, com vegetação
nativa de Mata Atlântica, cuja fiscalização compete aos réus Município de
Petrópolis e IBAMA -Patente que a inércia e conseqüente omissão da
municipalidade e do IBAMA (atual ICMBio), no cumprimento de seus deveres
institucionais permitiu o agravamento, impune, do quadro de deterioração
ambiental verificado no local, motivo pelo qual necessária a remoção das moradias
incompatíveis com a área e a devida regularização fundiária do restante das construções
ali existentes, conforme exposto no Parecer Técnico nº 51/2008 APA/Petrópolis (fls.
354/ 364). -Destarte, perfeitamente possível, com base nos elementos coligidos nos
autos, vislumbrar-se os requisitos ensejadores da responsabilidade do Município
de Petrópolis pelos danos ambientais na localidade - inclusive às nascentes - quais
sejam, a conduta (omissão do Município em seu dever de fiscalização, e conseqüente
ocupação irregular do Morro da Cocada, com suas conseqüências poluidoras), o dano
(consistente na supressão de vegetação essencial à preservação dos recursos hídricos do
Morro da Cocada, bem como poluição de tais recursos hídricos, oriunda principalmente
do lançamento de esgotos) e traçar-se o nexo de causalidade entre os dois fatores.(...)
(TRF2, 8ª T.Esp., Rel. Desembargador Federal POUL ERIK DYRLUND, AC
200551060010297, E-DJF2R - Data::24/08/2011 - Página::361/363)

CONSTITUCIONAL E AMBIENTAL. REMESSA OFICIAL E APELAÇÃO. AÇÃO


CIVIL PÚBLICA. CONSTRUÇÃO DE IMÓVEL EM ÁREA DE PRESERVAÇÃO
PERMANENTE (MARGEM DE BRAÇO DE RIO - MANGUEZAL). CO-
RESPONSABILIDADE DO MUNICÍPIO. OMISSÃO NO DEVER DE
FISCALIZAÇÃO. DEMOLIÇÃO DA EDIFICAÇÃO E RECUPERAÇÃO DA ÁREA
DEGRADADA. IMPRESCINDIBILIDADE. CUMPRIMENTO DA ORDEM
DEMOLITÓRIA CONDICIONADA, A PEDIDO DO PRÓPRIO AUTOR, À
RECOLOCAÇÃO DO ADMINISTRADO EM OUTRO IMÓVEL COM CONDIÇÕES
DIGNAS DE HABITAÇÃO. HARMONIZAÇÃO DOS DIREITOS À PROTEÇÃO
DO MEIO AMBIENTE E À MORADIA. PROVIMENTO. PROCEDÊNCIA DOS
PEDIDOS. 1. Remessa oficial e apelação interposta contra sentença de improcedência
do pedido de ação civil pública, no sentido da condenação de particular e do Município
de Pitimbu/PB, na condição de co-responsáveis (o primeiro, por ação; o segundo, por
omissão no dever de fiscalização), a demolirem imóvel construído, irregularmente, em
área de preservação permanente (margem de um braço do Rio Acaú - manguezal), e a
recuperarem a área degradada. 2. Não há controvérsia quanto ao fato de o imóvel em
questão (assim como outros referenciados) ter sido edificado em área de
preservação permanente, consoante autos de infração e interdição e relatório de

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
vistoria, sendo certo que para esse estado de coisas contribuiu a conduta omissiva Fls 58
do Município, a quem incumbe, no nível local, a proteção do meio ambiente, com
ações de fiscalização, prevenção e repressão de condutas agressivas ao meio
ambiente (ex vi dos arts. 23, VI, 30, VIII, e 225, da CF/88). Por sua conduta
omissiva, demonstrada nos autos, o Município deve ser reconhecido como
responsável, devendo, portanto, integrar o polo passivo da demanda, juntamente
com o particular construtor. 3. Segundo o Código Florestal (Lei nº 4.771/65), são
consideradas áreas de preservação permanente as situadas ao longo dos rios, contendo
vegetação típica do local. Ademais, de acordo com referido diploma legal, os
manguezais são tidos como recursos naturais de preservação permanente. 4. Destarte, a
ordem demolitória do imóvel, bem como a imposição de recuperação da área
degradada, mostram-se medidas imprescindíveis, mormente quando a própria autarquia
ambiental, em esforço de harmonização dos direitos à proteção do meio ambiente e à
moradia, pugna pela execução da demolição apenas quando o munícipe tiver sido
recolocado em outro imóvel com condições de garantir habitação digna. 5. Precedentes
desta Primeira Turma em casos análogos (cf. Processos nºs 2003.82.00.005098-1 e
2001.82.00.008097-6). 6. Pelo provimento da remessa oficial e da apelação ( TRF5, 1ª
T., Rel. Desembargador Federal Francisco Cavalcanti, APELREEX 200482000112735,
DJE - Data::20/04/2012 - Página::59)

Insta asseverar que o objeto da presente ação - exercício do poder de polícia


municipal com vistas a coibir danos ao meio ambiente- não se encontra dentro da carga
de discricionariedade do Administrador, atrelada a critérios de conveniência e
oportunidade. Antes, a prevenção e repressão pelo Poder Público das atividades de
devastação ambiental lastreiam-se em comandos constitucionais e legais, tratando-se de
atividade estatal de cunho vinculado, cuja omissão impõe a atuação do Poder Judiciário,
se provocado.

A atuação do Poder Judiciário nos casos de inércia do Poder Executivo na


atuação das políticas públicas essenciais determinadas constitucionalmente não importa,
de maneira alguma, em desrespeito ao primado da separação de poderes. Ao contrário,
apenas o prestigia ao cumprir seu papel de controle dos atos executivos e legislativos
contrários às disposições constitucionais e legais. Se há o descumprimento flagrante da
lei pelo Município, evidente a legitimidade do Judiciário para determinar o
restabelecimento da legalidade.

Ademais, a falta de recursos orçamentários não pode servir como escudo


protetivo da inércia e omissão da Administração em efetivar o poder do polícia
necessário à inibição da devastação ambiental, dever insculpido constitucionalmente.

Outro não é o entendimento esposado nos arestos a seguir transcritos:

'APELAÇÃO CÍVEL DIREITO PROCESSUAL CIVIL E DIREITO AMBIENTAL.


LITISCONSÓRCIO ATIVO DE MINISTÉRIOS PÚBLICOS. PRINCÍPIO DA
SEPARAÇÃO DOS PODERES E FEDERAÇÃO BRASILEIRA. DIREITOS
FUNDAMENTAIS À VIDA, À MORADIA, AO MEIO AMBIENTE. OCUPAÇÃO
E USO DO SOLO URBANO. ÁREAS DE RISCO. MUNICÍPIO DE PETRÓPOLIS.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
ENCOSTAS DEGRADADAS. CATÁSTROFES. POSSIBILIDADE DE ATUAÇÃO Fls 59
DO PODER JUDICIÁRIO A TÍTULO EXCEPCIONAL (...)O princípio da
separação dos poderes (CF, art. 2º) não impede que se reconheça a exigibilidade
da efetivação dos direitos fundamentais, como ó o exemplo da tutela efetiva à
vida, à integridade físico-psíquica e à moradia da pessoa humana colocada em
situação de flagrante vulnerabilidade em decorrência da miséria e das condições
em que se encontra para habitar. 6. A argumentação relacionada à possível
substituição da definição dos critérios de conveniência e oportunidade
relativamente às obras e serviços públicos, no caso, não merece acolhimento
quando, em bases excepcionais, possam as políticas públicas ser encontradas no
texto da Constituição Federal (AI-RE 410.715-5/SP, rel. Min. Celso de Mello, j.
22.11.2005). (...)10. Ao Município incumbe a proteção do meio ambiente,
notadamente quanto tal proteção se vincula inexoravelmente à função da
Municipalidade de zelar pelo adequado ordenamento territorial do espaço
urbano (CF, arts. 23, VI e 30, VII). 11. Os autos evidenciam que, por muito
tempo, o Município se omitiu nas suas relevantíssimas atribuições de ordenar e
fiscalizar a ocupação da área tratada nos autos, permitindo, em razão de sua
inércia, a construção de moradias em áreas de risco, expondo a perigo,
conseqüentemente, a vida e a integridade física das pessoas carentes que construíram
suas habitações. Tanto assim o é que o próprio Apelante Município de Petrópolis
reconhece que, mais recentemente, vem buscando implementar medidas concretas
tendentes a controlar a ocupação de áreas de risco, o que não o exime de
responsabilidade relativamente aos episódios anteriores. 12. Provimento à apelação
do IBAMA, parcial provimento às apelações do Ministério Público Federal e do
Estado do Rio de Janeiro, parcial provimento à remessa necessária e improvimento à
apelação do Município de Petrópolis.' (TRF2, 6a Turma Esp., AC 411.063, rel. des.
Guilherme Calmon, DJU 17.03.2009)

CONSTITUCIONAL E AMBIENTAL. REMESSA OFICIAL (TIDA POR


MANEJADA) E APELAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DESCARTE DE
RESÍDUOS SÓLIDOS A CÉU ABERTO ("LIXÃO"). AUSÊNCIA DE
CONTROVÉRSIA SOBRE O FATO DANOSO AO MEIO AMBIENTE.
IMPOSIÇÃO DE APRESENTAÇÃO PELOS POLUIDORES DE PROJETO DE
ATERRO SANITÁRIO E DE PROJETO DE RECUPERAÇÃO DA ÁREA
DEGRADADA. ART. 225 DA CF/88. RESPONSABILIDADE DOS INFRATORES
PELAS CONDUTAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE. LEI Nº 6.938/81.
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 308/2002. LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE
SISTEMAS DE DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS
GERADOS EM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE. REVOGAÇÃO PELA
RESOLUÇÃO CONAMA Nº 404/2008. ESTABELECIMENTO DE CRITÉRIOS E
DIRETRIZES PARA O LICENCIAMENTO AMBIENTAL DE ATERRO
SANITÁRIO DE PEQUENO PORTE DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS. LEI
Nº 11.445/2007. DIRETRIZES NACIONAIS PARA O SANEAMENTO BÁSICO.
LEI Nº 12.305/2010. POSSIBILIDADE DE DETERMINAÇÃO DE POLÍTICAS
PÚBLICAS PELO PODER JUDICIÁRIO. INTERVENÇÃO CONCRETIZADORA
DE DIREITOS FUNDAMENTAIS CONSTITUCIONALMENTE GARANTIDOS.
INOCORRÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE
PODERES. INAÇÃO INJUSTIFICADA DOS MUNICÍPIOS MANTIDA, MESMO
APÓS TODAS AS MEDIDAS DE ESTÍMULO JURISDICIONAL À SOLUÇÃO

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
PACÍFICA DA DEMANDA COLETIVA. INADMISSIBILIDADE. CLÁUSULA Fls 60
DA RESERVA DO POSSÍVEL. GARANTIA DO MÍNIMO EXISTENCIAL.
ATITUDE OMISSIVA DOS RÉUS, MESMO DIANTE DA MANIFESTAÇÃO DO
ÓRGÃO FEDERAL ACERCA DA POSSIBILIDADE DE DISPONIBILIZAÇÃO
DE RECURSOS FEDERAIS PARA AS OBRAS SANITÁRIAS.
DESPROVIMENTO. (...)
No STF é tranquilo o entendimento de que é possível ao Poder Judiciário
determinar políticas públicas, quando a autoridade executiva a quem elas
caberiam, mantêm-se inertes, em detrimento dos direitos fundamentais
constitucionalmente garantidos, não vislumbrando nessa atuação violação ao
princípio da separação de Poderes. Em verdade, sequer cabe mais falar em
inadmissibilidade de controle da discricionariedade administrativa pelo Poder
Judiciário, quando se constata que o comportamento adotado pelo
administrador inviabiliza ou enfraquece direitos humanos de essência.
"Possibilidade de o Poder Judiciário determinar políticas públicas. Precedentes"
(1T, RE 665764 AgR, Relatora Min. CÁRMEN LÚCIA julgado em 20/03/2012).
"O Poder Judiciário, em situações excepcionais, pode determinar que a
Administração Pública adote medidas assecuratórias de direitos
constitucionalmente reconhecidos como essenciais, sem que isso configure
violação do princípio da separação de poderes" (1T, AI 593676 AgR, Relator
Min. DIAS TOFFOLI, julgado em 28/02/2012).(...).( TRF5, 1ª T., Rel Des. Fed.
FRANCISCO CAVALCANTI, AC 200782000093547, DJE - Data::04/05/2012 -
Página::167)

No mesmo giro, não há falar no caso em apreço, em teoria do fato consumado,


uma vez que o MPF não se insurge contra a área urbana consolidada, mas sim contra as
construções recentes que cada vez mais estão invadindo às margens do Rio Pomba (área
de preservação permanente), consoante verificação deste Juízo em duas inspeções (fls.
398/399), sem que haja qualquer atuação repressiva municipal com vistas a impedir o
alargamento das construções irregulares.

Dessa forma, entendo que a construção de um Posto Policial da Guarda


Municipal com efetivo suficiente, na área de preservação permanente mencionada é
medida eficiente, capaz de coibir novas construções irregulares, e hábil, a por em prática
o dever de fiscalização municipal, de maneira a dar efetividade ao princípio da
prevenção que deve nortear não só a sociedade, mas também o Poder Público, em
matéria de proteção ambiental. Isto porque, de acordo com o princípio da prevenção,
danos previsíveis e passíveis de conhecimento prévio certo e seguro devem ser evitados,
por meio da adoção das medidas cabíveis.

Ademais, entendo que a elaboração de um estudo técnico-ambiental, com a


indicação das melhores soluções jurídico-ambientais é igualmente eficaz e atende ao
princípio da precaução, também basilar em matéria ambiental, que preconiza cuidado e
prudência diante de danos incertos, decorrentes de atividades cujos resultados fazem
pairar dúvida quanto à lesividade ao ambiente. É desse modo que o Poder Público tem
o dever de informar e avaliar, de modo preciso, os elementos considerados nos seus
procedimentos ambientais, o que será atendido através do estudo encomendado. Neste

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
sentido vide aresto colhido no seio do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (AG Fls 61
200904000092992,3ª T, Rel. ROGER RAUPP RIOS , D.E. 19/08/2009).

Imperativa, ainda, a proibição de concessão, pelo Município, de qualquer


autorização para construir na área legalmente fixada como de preservação permanente,
demarcada neste decisum (faixa de 100 metros, do leito do Rio Pomba, em Santo
Antônio de Pádua.

Por outro lado, entendo que a medida imposta em sede de liminar, de


impedimento de fornecimento de luz e água, não deve subsistir.

Apesar de evidenciado que as construções na APP em comento devem ser


paralisadas imediatamente, em razão do grande prejuízo ao ecossistema ribeirinho, a
medida supracitada pode trazer um impacto social ainda mais negativo, deixando
pessoas já sacrificadas pela vida sem o mínimo existencial. Afinal, ainda que as
construções sejam irregulares, já estando consolidadas por omissão específica da
municipalidade e servindo de residência a várias pessoas, o corte de luz e água, que em
um primeiro momento era adequado, agora não o é mais, de modo que a inibição às
construções deverá se dar por meio de outras medidas.

Por sua vez, deve ser mantida a decisão liminar de fls. 622/626, que determinou
a paralisação da obra pública realizada na RJ-186, Km2, bairro Divineia, Santo Antônio
de Pádua, ao lado do Instituto de Polícia Técnica do Estado do Rio de Janeiro, local
onde se tencionava construir um destacamento do CBMERJ, tendo em vista que foi
verificado em inspeção judicial que a mencionada obra se encontra na área de
preservação permanente em apreço e foi iniciada após a decisão proferida nestes autos
que proibiu a construção na faixa em que se situa.

Por fim, se impõe a aplicação de multa ao então Secretário Municipal de Meio


Ambiente e Defesa Civil de Santo Antônio de Pádua, Sr. Ângelo Alberto Abreu
Figueiredo, que flagrantemente descumpriu a decisão liminar proferida nos autos deste
processo. Ora, no documento de fl. 620, datado de 10 de dezembro de 2010, o então
Secretário Municipal solicita a ligação de energia elétrica para o imóvel em que seria
construída a Sede do Corpo de Bombeiros, que se situa na área de preservação
permanente albergada pela proibição contida na decisão liminar de fls. 420/427, de 09
de Dezembro de 2009. Ademais, a AMPLA foi induzida a erro, ao ser informada que a
atuação do Secretário estaria amparada em uma Resolução do CONAMA e de que a
obra possui baixo impacto ambiental.

Resta patente, pois, que o mencionado Secretário, diga-se DO MEIO AMBIENTE,


descumpriu provimento judicial e ainda tentou convencer a AMPLA a não atender
determinação deste Juízo. Dessa forma, não resta outra opção, senão condená-lo, em
multa, no valor de 20% ao valor da causa, devidamente corrigido, nos termos do art. 14,
V e parágrafo único do diploma processual civil.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
DISPOSITIVO Fls 62

Por todo o exposto, confirmo em parte a liminar deferida, e JULGO


PROCEDENTES os pedidos, para determinar que o Município réu:

1 – se abstenha de conceder qualquer “habite-se” em relação a obras ou


edificações ao longo da faixa de 100 (cem) metros do Rio Pomba (margem direita -
latitude–793682/longitude 7614948 a latitude 793042/longitude 7614205, margem
esquerda latitude – 794930/longitude – 7616027 a latitude 792841/longitude –
7614458), ainda que haja requerimento administrativo pendente de apreciação pela
Administração Pública Municipal, sob pena de multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais)
por cada descumprimento.

2 – impeça, por todos os meios juridicamente possíveis, a realização de novas


construções ao longo da faixa de 100 (cem) metros do Rio Pomba (margem direita -
latitude–793682/longitude 7614948 a latitude 793042/longitude 7614205, margem
esquerda latitude – 794930/longitude – 7616027 a latitude 792841/longitude –
7614458) , sob pena de multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por nova construção
erguida a partir da presente data.

3 - implemente, no prazo máximo de 1 mês, um Posto Policial da Guarda


Municipal, com efetivo diário mínimo de dez pessoas, às margens do Rio Pomba, em
local de fácil visibilidade, para evitar que novas edificações ali se ergam, sob pena de
multa diária de R$ 1.000,00. (mil reais)

4 – contrate, no prazo máximo de dois meses, um estudo técnico-ambiental,


junto a Instituição Federal, para identificar de forma clara e precisa as edificações que
se encontram na APP delimitada, bem como indicar, de forma detalhada e precisa, a
melhor solução jurídico-ambiental para reparação ou compensação dos danos
ambientais identificados, sob pena de multa de R$ 1.000,00 (mil reais) por dia de atraso
na contratação.

Determino, ainda, que o réu finalize as medidas indicadas no referido estudo no


prazo máximo de 1 ano após a sua conclusão, sob pena de multa diária no valor de R$
1.000,00. (mil reais)

Ressalto que todas as multas impostas, caso venham a efetivamente incidir,


deverão ser recolhidas ao Fundo previsto no art. 13 da Lei 7347/85.

Confirmo a decisão de fls.622/626, em parte, para determinar a paralisação da


obra pública realizada na RJ-186, Km2, bairro Divineia, Santo Antônio de Pádua, ao
lado do Instituto de Polícia Técnica do Estado do Rio de Janeiro, local onde se
tencionava construir um destacamento do CBMERJ.

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .
PODER JUDICIÁRIO
JUSTIÇA FEDERAL
SEÇÃO JUDICIÁRIA DO RIO DE JANEIRO

01ª Vara Federal de Itaperuna

JFRJ
Condeno o então Secretário Municipal de Meio Ambiente e Defesa Civil de Fls 63
Santo Antônio de Pádua, Sr. Ângelo Alberto Abreu Figueiredo, ao pagamento de multa ,
no valor de 20% ao valor da causa, devidamente corrigido, nos termos do art. 14, V e
parágrafo único, do CPC, por ter descumprido decisão judicial proferida neste processo.

Condeno a Sociedade Empresarial denominada “AMPLA”, na multa, fixada no


valor de R$5.000,00 (fl. 867), em razão da inércia em cumprir os ofícios encaminhados
pelo Juízo (fls. 644/645, 852, 862 e 867)

Condeno a parte ré nas custas processuais e em honorários advocatícios, o quais


fixo em 10% do valor atualizado da causa.

Intime-se o MPF da presente decisão.

Remetam-se os autos ao Egrégio Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por força


de reexame necessário.

P. R. I.

Itaperuna/RJ, 16 de janeiro de 2013

Assinatura Digital
MAURICIO MAGALHAES LAMHA
Juiz(a) Federal Substituto(a) no exercício da Titularidade

Assinado eletronicamente. Certificação digital pertencente a MAURICIO MAGALHAES LAMHA.


Documento No: 14035227-38-0-52-12-215317 - consulta à autenticidade do documento através do site http://www.jfrj.jus.br/autenticidade .

Вам также может понравиться