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56
Data (páginas internas): 11 de dezembro de
1996
ÍNDICE DE ASSUNTOS
Atualização de Precatório: Dívida Alimentar
Citação-Edital: Nulidade
Convocação de Juízes
Justa Indenização
Lex Mitior e Vacatio Legis
Limitações ao Direito de Propriedade
Medida Cautelar no Processo Trabalhista
Princípio da Irretroatividade da Lei Penal
“Processo de Inconstitucionalização”
Quadrilha Armada e Crime Hediondo
Salário-Educação e Medida Provisória
Vista à PGR: Desnecessidade
PLENÁRIO
Salário-Educação e Medida Provisória - 1
Examinando pedido de concessão de liminar em ação
direta ajuizada por partidos políticos (PCB, PC do B, PDT e
PT) contra a MP 1518/96 que altera a disciplina do salário-
educação, revogando a lei 8150/90 , o Tribunal, por maioria
de votos, teve por insuficiente ao deferimento da medida a
relevância da tese sustentada pelos autores, no sentido de
que, sendo a matéria regulada pela questionada MP objeto da
Emenda Constitucional nº 14, de 12.09.96 que modificou a
redação do § 5º do art. 212 da CF (“O ensino fundamental
público terá como fonte adicional de financiamento a
contribuição do salário-educação, recolhida, na forma da
lei, pelas empresas, que dela poderão deduzir a aplicação
realizada no ensino fundamental de seus empregados e
dependentes.”), para excluir a possibilidade de dedução nele
admitida , estaria o Presidente da República impedido de
sobre ela legislar através de medida provisória, a teor do
disposto no art. 246 da CF (“É vedada a adoção de medida
provisória na regulamentação de artigo da Constituição
cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada a partir de 1995.”).
“Processo de Inconstitucionalização”
Uma norma que, no momento de sua edição, seja
constitucional pode vir a tornar-se inconstitucional em
virtude da ocorrência ou inocorrência de um fato. Foi o que
ocorreu, aparentemente, com preceitos constantes de
diversas leis criadoras de municípios no Estado do Rio
Grande do Sul, que previam a instalação dessas novas
entidades em 1º de janeiro de 1997, na suposição de que, até
final de 1996, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores estariam
eleitos. Sucede que, por força de decisão do Tribunal
Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul, as eleições
acabaram não se realizando, tornando inviável a instalação
dos municípios na data prevista pelos dispositivos
impugnados, dada a impossibilidade de cumprir o que
determina o art. 29, III, da CF (“posse do Prefeito e do Vice-
Prefeito no dia 1º de janeiro do ano subseqüente ao da
eleição;”). Julgando, portanto, que as mencionadas normas
se tornaram, à primeira vista, inconstitucionais, o Tribunal
decidiu, por unanimidade, deferir, no ponto, a medida
cautelar requerida na ação direta ajuizada contra essas e
outras leis do referido Estado. ADIn 1.504-RS, rel. Min.
Moreira Alves, 05.12.96.
PRIMEIRA TURMA
Atualização de Precatório: Dívida Alimentar
A atualização de débito alimentar constante de precatório
judicial na data do efetivo pagamento e não em 1º de julho
do ano anterior não ofende, em si mesma, o art. 100, § 1º, da
CF, conforme decidido pelo STF no julgamento da ADIn
446-SP (Pleno 24.06.94) e do RE 189942-SP ( DJ de
24.11.95) no tocante ao art. 57, § 3º, da Constituição do
Estado de São Paulo. Quanto a saber se essa atualização
pode, ou não, ser ordenada relativamente a dívida alimentar
de Estado-membro, a despeito da inexistência de norma local
que a autorize, este problema não concerne ao referido
dispositivo constitucional, que não trata do assunto, mas ao
art. 5º, II, da CF (princípio da reserva legal). Com esse
entendimento, a Turma negou provimento a agravo
regimental interposto pelo Estado do Paraná, no qual se
alegava que, à falta de lei local prevendo a atualização
determinada pelo acórdão recorrido, tal determinação
ofenderia o citado § 1º do art. 100 da CF. Matéria semelhante
foi noticiada nos Informativos 45 e 48. AI 165.690-PR
(AgRg), rel. Min. Moreira Alves, 03.12.96.
SEGUNDA TURMA
Citação-Edital: Nulidade
A circunstância de o réu haver sido encontrado, por
ocasião do cumprimento do mandado de prisão, no endereço
por ele informado na fase do inquérito e tido por inexistente
quando de sua citação, afinal realizada por edital, é motivo
suficiente para a declaração de nulidade desse ato. Habeas
corpus deferido para anular o processo a partir da citação,
inclusive. HC 74.577-SP, rel. Min. Marco Aurélio, 26.11.96.
Convocação de Juízes
Concluindo o julgamento de habeas corpus em que se
discutia sobre a legalidade da convocação de juízes para
integrar câmara de tribunal por ato do presidente da corte
posteriormente referendado pela maioria do plenário, a
Turma indeferiu o writ, ao fundamento de que a lei estadual
pode regular o procedimento de convocação, já que a
LOMAN não dispõe sobre a matéria, exigindo apenas, em
seu art. 118, que os juízes substitutos sejam “escolhidos por
decisão da maioria absoluta do tribunal respectivo, ou, se
houver, de seu Órgão Especial”. Vencido o Min. Marco
Aurélio, relator, que deferia a ordem por entender que o
procedimento adotado contraria o referido art. 118. HC
74.440-RS, rel. ven. Min. Marco Aurélio, rel. p/ ac. Min.
Maurício Corrêa, 26.11.96.
CLIPPING DO DJ
06 de dezembro de 1996
ADIn N. 755-6 *
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA **
EMENTA: (...)
1. O art. 40, III, b, da Constituição Federal assegura o direito à
aposentadoria especial "aos trinta anos de efetivo exercício nas
funções de magistério, se professor, e vinte e cinco, se professora,
com proventos integrais"; outras exceções podem ser previstas em
lei complementar (CF, art. 40, § 1º), "no caso de exercício de
atividades consideradas penosas, insalubres ou perigosas".
2. A expressão "efetivo exercício em funções de magistério" contém
a exigência de que o direito à aposentadoria especial dos professores
só se aperfeiçoa quando cumprido totalmente este especial requisito
temporal no exercício das específicas funções de magistério,
excluída qualquer outra.
3. Não é permitido ao constituinte estadual nem à lei complementar
federal fundir normas que regem a contagem do tempo de serviço
para aposentarias sob regimes diferentes, contando
proporcionalmente o tempo de serviço exercido em funções
diversas.
4. Ação direta conhecida e julgada procedente, por maioria, para
declarar a inconstitucionalidade do § 6º do art. 126 da Constituição
do Estado de São Paulo, porque o art. 40 da Constituição Federal é
de observância obrigatória por todos os níveis de Poder. Precedente:
ADI nº 178-7/RS.
ADIn N. 795-5
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: (...)
2. Se a norma inquinada de inconstitucionalidade em sede do
controle abstrato deixa de integrar o ordenamento jurídico, porque
revogada, torna-se insubsistente o interesse de agir, o que implica
prejudicialidade, por perda do objeto.
3. Pedido julgado prejudicado.
ADIn N. 1438-2 *
RELATOR: MIN. ILMAR GALVÃO
EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 1.007, DE 10 DE
JANEIRO DE 1996, QUE PREVÊ O REAJUSTE DA
REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO
DISTRITO FEDERAL, A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 1996,
NOS MESMOS PERCENTUAIS CONCEDIDOS PELO
GOVERNO FEDERAL AOS SERVIDORES DA UNIÃO.
ALEGADA OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA AUTONOMIA DA
UNIDADE FEDERADA, DA VEDAÇÃO DE VINCULAÇÃO DE
VENCIMENTOS, DA LIMITAÇÃO DAS DESPESAS
ORÇAMENTÁRIAS COM PESSOAL E DA INICIATIVA
PRIVATIVA DO CHEFE DO PODER EXECUTIVO PARA LEIS
QUE DISPONHAM SOBRE REMUNERAÇÃO DE
SERVIDORES.
Pedido que, não obstante se mostre plausível quanto ao
fundamento da inconstitucionalidade, notadamente no que tange ao
aspecto formal, ressente-se da ausência do requisito do periculum
in mora, dado não se ter verificado a condição a que se achava
subordinada a norma impugnada.
Cautelar indeferida.
ADIn N. 1493-5 *
RELATOR: MIN. SYDNEY SANCHES
EMENTA: (...)
1. Não pode ser conhecida a Ação Direta de Inconstitucionalidade,
no ponto em que impugna Súmulas do T.S.E., por falta de
possibilidade jurídica, já que não se trata de atos normativos (art.
102, I, "a", da C.F.). Precedentes do S.T.F.
2. É cabível a ADI, na parte em que impugna a alínea "e" do inciso
I do art. 1º da LC 64/90 e seu parágrafo 2º.
3. Sua plausibilidade jurídica, porém, não é de ser reconhecida
("fumus boni juris"), para efeito de concessão de medida cautelar,
para sua suspensão.
É que, se tais dispositivos não encontravam apoio claro na
redação originária do § 9º do art. 14 da C.F., passaram a tê-lo em sua
redação atual, dada pela E.C. nº 4/94, que possibilita o
estabelecimento de outros casos de inelegibilidade, por Lei
Complementar, "a fim de proteger a probidade administrativa, a
moralidade para o exercício do mandato, considerada a vida
pregressa do candidato".
4. Não procede, também, a um primeiro exame, a alegação de
ofensa ao art. 15 e seu inciso III da C.F., segundo os quais "é vedada
a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará
nos casos de condenação criminal transitada em julgado, enquanto
durarem seus efeitos".
É que os textos impugnados não tratam de cassação de direitos
políticos, de sua perda ou suspensão, mas, sim, de inelegibilidades.
5. Ação Direta de Inconstitucionalidade conhecida, em parte, mas,
na parte em que conhecida, resta indeferida a medida cautelar de
suspensão da alínea "e" do inc. I do art. 1º e de seu parágrafo 2º,
todos da LC nº 64/90.
6. Decisão unânime.
AI N. 171909-5 (AgRg)
RELATOR: MIN. MAURÍCIO CORRÊA
EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE
INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL. CONCURSO PÚBLICO
PARA O CARGO DE SECRETÁRIO DE ESCOLA. LIMITE
MÁXIMO DE IDADE. IMPOSSIBILIDADE.
O cargo de secretário de escola não pressupõe qualquer situação
peculiar que necessite impor-se um limite máximo de idade para o
seu exercício, a não ser aquela estabelecida pelo texto constitucional,
para o ingresso no serviço público.
Agravo regimental não provido.
T R A N S C R I Ç Õ E
S