Вы находитесь на странице: 1из 59

DIREITO PENAL III

Parte Especial

DIREITO UFG 2018.2

Prof. Ma. Laura Maria Darques Ferreira


DIREITO PENAL III
Parte Especial

Bibliografia
● Tratado de direito penal – Vols. 2, 3, 4 e 5 – Cesar
Roberto Bitencourt. Ed. Saraiva.
● Curso de direito penal – Vols. 2, 3 e 4 – Rogério
Greco. Ed. Impetus.
● Manual de direito penal – Vol. 01 (penal geral) e Vol.
02 (penal especial) – Rogério Sanches. Ed.
Juspodivm.
● Direito Penal – Vol. 01 (parte geral) e Vol. 2 e Vol. 3
(parte especial) – Cleber Masson. Ed. Método e
Genforense.

DIREITO PENAL III
Parte Especial

1 – Dos Crimes Contra a Pessoa;


2 – Dos Crimes Contra o Patrimônio;
3 – Dos Crimes Contra a Propriedade Imaterial;
4 – Dos Crimes Contra a Organização do
Trabalho.
1 – Dos Crimes Contra a Pessoa

1.1 – HOMICÍDIO
(Artigo 121, CP)
1.1 – Homicídio (art. 121, CP)
● Homicídio é a injusta morte de uma pessoa
praticada por outrem.
● Nelson Hungria conceitua homicídio como
sendo o tipo central de crimes contra a vida e
é o ponto culminante na orografia (ápice da
montanha) dos crimes.
● É o crime por excelência.

Topologia do crime de homicídio:

● Art. 121, CP:


● Caput – homicídio doloso simples
● §1º - homicídio qualificado privilegiado
● §2º - homicídio doloso qualificado
● §3º - homicídio culposo;
● §4º - majorantes de pena;
● §5º - perdão judicial;
● §6º - majorante do grupo de extermínio ou milícia armada. Esse
parágrafo foi incluído pela lei 12720/2012.
● §7º – majorante do feminicídio. Esse parágrafo foi incluído pela Lei
13.104/2015.

# E o homicídio preterdoloso não está tipificado?
● O homicídio preterdoloso é sinônimo de lesão
corporal seguida de morte (art.129, §3º, CP). O
homicídio preterdoloso não vai a júri, não está
previsto no art. 121, CP.
● Não existe homicídio de menor potencial ofensivo.
Todavia, o homicídio culposo admite suspensão
condicional do processo (art. 89, lei 9099).


Atenção para o art. 59, do Estatuto do Índio (lei
6001/73): No caso de crime contra a pessoa em que
o ofendido seja índio não integrado, a pena será
agravada de 1/3 causa de aumento de
pena/majorante de pena.
Homicídio doloso simples
(Art. 121, caput, CP)
● Sujeito ativo:
● O homicídio é crime comum, portanto, pode ser
praticado por qualquer pessoa. Não exige
qualidade ou condição especial do agente.
● #Homicídio praticado por irmão xifópago (irmãos
que nascem grudados)? Ex: João e Paulo são
irmãos xifópagos. Imagine que a separação
cirúrgica seja inviável. João mata alguém. Pode
prender João? Mesmo que Paulo seja inocente?
● Sobre o tema tem duas correntes:
● 1ª corrente: Conflitando o interesse de punir do
Estado com o interesse de liberdade individual de
Paulo (status libertatis), este é que tem que
prevalecer, absolvendo-se João (Manzinni).
● 2ª corrente: Joao deve ser condenado. Entretanto,
em respeito ao principio da pessoalidade da pena,
João só será preso se Paulo, até a prescrição do
homicídio, praticar algum crime sujeito à prisão
(Flávio Monteiro de Barros).
● Sujeito passivo:
● No homicídio qualquer pessoa pode ser vítima, é um
crime comum.

● Atenção: Magalhães Noronha aponta o Estado como


vítima imediata do crime (junto com o ser humano), pois
o Estado tem interesse na conservação da vida humana,
condição para sua própria existência. O ser humano é a
condição de existência do Estado, como se abate o ser
humano, diminui a condição de existência estatal.

Conduta punida:
● O art. 121, CP pune a conduta: matar alguém. Elemento composto por
tipos objetivos – tirar a vida de alguém. A vida aqui é a vida extrauterina.

● Vida intrauterina X Vida extrauterina

● Tirar vida intrauterina é aborto.


● Tirar vida extrauterina é homicídio ou infanticídio, a depender do caso
concreto.

● Início do parto
● O início do parto é que o vai separar a ida intrauterina da extrauterina.
● O início do parto:
● 1ª corrente: Considera-se início do parto o completo e
total desprendimento do feto das entranhas maternas.
● 2ª corrente: Inicia-se o parto desde as dores típicas
do parto. A mulher gravida ao final da gestação vai
tendo dores, mas aqui refere-se às dores típicas da
movimentação do feto que quer nascer.
● 3ª corrente: Considera-se início do parto com a
dilatação do colo do útero.
● O problema é que nem todas as gestações são
idênticas (ex: no parto cesariano não existe dor). Por
isso que aqui não existe uma corrente que prevalece.
Depende do caso concreto. Em prova de concurso
colocar todas as correntes.


OBS: Aborto culposo é atípico.
● OBS: O homicídio é crime de execução livre. Ou seja,
o crime de homicídio pode ser praticado por ação,
omissão, por meios direitos ou indiretos.
● Voluntariedade:
● Homicídio simples punido a título de dolo. O
dolo pode ser direto ou eventual. Aqui não
interessa a finalidade que anima o agente (não
existe finalidade específica animando o
agente).
● Aliás, dependendo da finalidade especifica que
anima o agente, pode ser uma qualificadora ou
um privilégio.

Embriaguez ao volante com resultado morte:
● O STF firmou jurisprudência no sentido de que homicídio
resultante de embriaguez ao volante caracteriza a culpa
consciente (se preordenada, obviamente, gera dolo).
● Rogério Sanches discorda dessa corrente: pode ser dolo ou
culpa, a depender do caso concreto. Ex: eu bebo, sei que estou
dirigindo em alta velocidade e mato alguém – dolo. Se eu bebo,
saio dirigindo, mas tomo todo cuidado – culpa consciente.
Assim, segundo o professor deve-se observar as circunstâncias
do caso concreto.


“Racha” com resultado morte:
● O STF firmou jurisprudência de que o homicídio cometido na
direção de veículo automotor em virtude de “pega” é doloso
(dolo eventual). Aqui o Rogério faz a mesma crítica para a
embriaguez com resultado morte.

# O agente que, sabendo ser portador do vírus HIV, oculta a
doença da parceira e com ela mantém conjunção carnal. Qual
é o crime que o agente pratica?
● Aqui analisa-se a intenção do agente:
● - Se a intenção do agente era a transmissão da doença fatal, o
agente vai responder por tentativa de homicídio. E se a vítima
morrer até o julgamento, adita-se para homicídio consumado.
● - Se o agente não quis, nem assumiu o risco da transmissão,
acreditando poder evitar (usando preservativo inclusive), temos o
dolo de perigo, configurando o art. 131, CP.
● HIV não é doença de contágio venéreo. Ela pode ser contraída por
relação sexual, por transfusão de sangue.
● Consumação:
● O crime de homicídio consuma-se com a
morte da vítima. Trata-se de delito material.
● A morte da vítima se da com a cessação da
atividade encefálica (lei 9434/97).
● Tentativa:
● Esse delito admite a tentativa. Trata-se de
delito plurissubsistente.
Homicídio doloso privilegiado
(art. 121, §1º)

● O privilégio nada mais é do que uma causa


especial de diminuição de pena.

● O §1º traz 3 causas de diminuição de pena.



1ª privilegiadora: “Matar impelido por motivo de
relevante valor social”:
● Cuidado: Esse motivo deve ser relevante. Se o
motivo apesar de valor social não for relevante,
esquece a privilegiadora.
● Motivo de valor social: diz respeito aos interesses
da coletividade (indignação coletiva). Ex: matar
perigoso bandido que mudou para vizinhança
colocando toda a comunidade em perigo.

2ª privilegiadora: “Matar impelido por motivo de relevante
valor moral”

● Aqui também deve ser relevante


.
● Valor moral: está ligado aos interesses particulares do agente
(sentimento de compaixão, misericórdia e piedade). Ex:
eutanásia.
● Não podemos confundir eutanásia, ortotanásia e distanásia:
● - Eutanásia: Antecipação da morte natural, diante de uma
doença incurável.
● - Ortotanásia: Termo utilizado pelos médicos para definir a
morte natural, sem interferência da ciência, suspendendo os
meios medicamentosos ou artificiais de vida, permitindo ao
paciente em coma irreversível morte digna. Deixa de dar
sobrevida artificial.
● - Distanásia: Persistência terapêutica em paciente
irrecuperável, associada à morte com o sofrimento. Pessoa
● Atenção: Eutanásia é crime (art. 121, §1º,
CP). A exposição de motivos do CP lembra a
eutanásia como homicídio privilegiado.
● A ortotanásia é crime ou não?
● 1ª corrente: É crime, não autorizado por lei.
● 2ª corrente: Não é crime, devendo obedecer
procedimentos determinados em lei.
● 3ª privilegiadora: “Homicídio emocional”:
● Requisitos do homicídio emocional:
● a) Domínio de violenta emoção: a emoção não
deve ser leve, passageira e momentânea. A
expressão “domínio” significa emoção violenta,
intensa e absorvente. Por isso não se pode
confundir a “mera influencia da emoção” com o
“domínio de violenta emoção”:
● “Mera influência”:
Leve, passageira e momentânea.
Atenuante de pena prevista no art. 65, CP.
● “Domínio”:
Violenta, intensa e absorvente;
É privilégio previsto no art. 121, §1º, CP.


b) Reação imediata:
é uma reação sem intervalo temporal. É muito difícil
identificar o intervalo que deve permear a agressão e reação.
Segundo a jurisprudência, enquanto perdurar o domínio da
violenta emoção qualquer reação será considerada imediata.
Ou seja, depende da análise do caso concreto.
● c) Injusta provocação da vítima: essa
expressão “provocação” não traduz
necessariamente agressão, mas qualquer
conduta desafiadora, ainda que atípica. Ex:
Pai que mata estuprador da filha. Ex²: marido
que surpreende a esposa traindo (conduta
desafiadora atípica).
● Atenção: não se admite legítima defesa da
honra – isso é tese machista.
● Genocídio versus homicídio
Homicídio qualificado
(Art. 121, §2º)
● § 2° Se o homicídio é cometido:

● I - mediante paga ou promessa de


recompensa, ou por outro motivo torpe;
Tem-se aqui a qualificadora da torpeza.
● Motivo torpe é o motivo vil, ignóbil, repugnante,
abjeto. Quase sempre espelhando ganância.

Ex: mediante paga ou promessa de


recompensa já é um exemplo de motivo torpe
(homicídio mercenário). O Inciso trabalha com
interpretação analógica – o legislador depois
de anunciar exemplos, ele termina de maneira
genérica, permitindo ao interprete de encontrar
outros casos similares.
● A interpretação analógica não fere o principio
da legalidade, todavia, o juiz ao analisar o caso
deve manter uma pertinência, uma similitude
com os exemplos dados pelo legislador para
não ferir o princípio da legalidade.

Homicídio mercenário:
● Crime de concurso necessário ou plurissubjetivo.
Aqui, obrigatoriamente tem número plural de
agentes. Ex: tem um mandante e o executor
(sicário). A qualificadora é só para o mandante,
só para o executor ou para os dois?

1ª corrente: A qualificadora abrange somente o
executor, salvo se o mandante também age com
torpeza (Rogério Greco). Ex: imagine o pai que
não tem coragem de matar o estuprador da filha
e manda alguém executar o assassinato. Esse
pai não age com torpeza, ele age com domínio
de forte emoção. Quem age com torpeza é o
executor, que agiu por ganância. Greco entende
que essa qualificadora é circunstância
● 2ª corrente: A qualificadora abrange executor e
mandante, por ser elemento do tipo qualificado (esta
é a corrente que prevalece). Nos termos do art. 30,
CP elementar subjetiva do crime comunicam-se.
● # Qual a natureza da paga ou promessa de
recompensa? Ela deve ser necessariamente de
natureza econômica?
● Prevalece que deve ser necessariamente de
natureza econômica.

Atenção: se não tiver natureza econômica, deixa de
ser homicídio mercenário, mas pode configurar motivo
torpe. Ex: paga promessa de natureza sexual.

# A vingança é motivo torpe?
● A verificação se a vingança constitui ou não motivo
torpe deve ser feita com base nas peculiaridades do
caso concreto. Ex: pai que mata estuprador da filha é
vingança, mas não é motivo torpe. O mesmo raciocínio
aplica-se para o ciúme. Depende do caso concreto para
saber se o ciúme configura ou não torpeza.

II - por motivo fútil;
● Motivo fútil – real desproporção entre o delito e
a sua causa moral. É a pequeneza do motivo
(Anibal Bruno). Ex: briga de trânsito.
● Cuidado: Motivo fútil não se confunde com motivo
injusto. Motivo injusto é elemento integrante de
qualquer crime (todo crime é injusto).
● # Ausência de motivos caracteriza a
qualificadora?
● 1ª corrente: A ausência de motivo equipara-se
ao motivo fútil, pois seria um contrassenso
conceber que o legislador punisse com pena
mais grave quem mata por futilidade, permitindo
pena mais branda ao que age sem motivo. Em
suma, se o menos qualifica, o mais deve
qualificar também. Esta é a corrente que vem
prevalecendo na jurisprudência.

● 2ª corrente: A ausência de motivo, por falta de


previsão legal, não se equipara a motivo fútil
(Bitencourt). Tecnicamente Bitencourt tem razão.
● III - com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou
cruel, ou de que possa resultar perigo
comum*;

● *Este inciso também trabalha com


interpretação analógica. Isto é, exemplos
seguidos de encerramento genérico. O juiz pode
encontrar outros casos de insidia, crueldade,
mantendo a pertinência, a similitude para se
evitar a violação ao princípio da legalidade.
● “Emprego de veneno”, também conhecido como
venefício – veneno como meio para o homicídio:
● Veneno é toda substância biológica ou química,
animal, mineral ou vegetal capaz de perturbar ou
destruir as funções vitais do organismo humano.
Ex: açúcar para um diabético é veneno. Pessoa
que dá açúcar para diabético para ver ele morrer
matou mediante veneno.
● Atenção: Para caracterizar a qualificadora, é
imprescindível que a vítima desconheça estar
ingerindo a substância.
● Exemplo: fulano coloca uma arma na cabeça de
beltrano e pede para este beber veneno – a
pessoa sabe que está ingerindo substância letal,
não tem essa qualificadora do venefício portanto.

IV - à traição, de emboscada, ou mediante
dissimulação ou outro recurso que dificulte ou
torne impossível a defesa do ofendido*;
● *Este inciso também trabalha com interpretação
analógica.
● Traição: É o ataque desleal, inesperado (ex: atirar na
vítima pelas costas).
● Emboscada: Pressupõe ocultamento do agente, que
ataca a vítima com surpresa. Pressupõe maior
covardia, perversidade.
● Dissimulação: O agente oculta a sua intenção (o
agente não se oculta), é o fingimento. Ex: Fulano
convida Beltrano para passear e no caminho mata
este.
● Nada impede o concurso dessas circunstâncias.
● Cuidado: A premeditação por si só não
qualifica o crime. Homicídio premeditado não
será necessariamente qualificado.
● A idade da vítima, por si só (pouca idade ou
idade avançada) não possibilita aplicação da
qualificadora (recurso que dificulte ou torne
impossível a defesa do ofendido) pois constitui
característica da vítima e não recurso utilizado
pelo agente. A lei qualifica quando o agente se
vale de recurso. A idade é característica da
vitima da qual o agente aproveita.
● V - para assegurar a execução, a ocultação, a
impunidade ou vantagem de outro crime
(homicídio por conexão):
● Neste caso tem o homicídio por conexão. O
homicídio de conexão acontece de duas ordens:
● Conexão teleológica – o agente mata para
assegurar a execução de outro crime futuro. Ex:
A mata o segurança para estuprar a artista B.
OBS: O crime será qualificado ainda que o crime
futuro não aconteça. Se acontecer o crime futuro
haverá concurso material de delitos.
OBS²: O crime futuro não precisa ser
necessariamente praticado pelo homicida. Ou seja, o
crime futuro não exige identidade de sujeito ativo com
o homicídio. A pessoa pode matar para assegurar um
crime que seu irmão vai praticar. O crime dessa
pessoa será qualificada do mesmo modo.
● Conexão consequencial – o agente mata para
assegurar a ocultação, a impunidade ou vantagem de
outro crime. Esse outro crime é passado. Ex: A mata
testemunha de um crime passado em que figura
como suspeito.
OBS: O crime passado não exige identidade de
sujeito ativo com o homicídio. Ou seja, pode-se matar
testemunha por crime praticado pelo irmão do agente.
● VI – contra mulher por razões da condição
de sexo feminino; (Lei 13.104/2015).
Feminicídio.

● VII – contra autoridade ou agente descrito


nos artigos 142 e 144, da Constituição
Federal, integrantes do sistema prisional e
da Força Nacional de Segurança Pública,
no exercício da função ou em decorrência
dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até o 3º grau, em
razão dessa condição. (Lei 13.142/2015).

Pluralidade de circunstâncias qualificadoras
● Ex: art. 121, §2º, II e III, CP. O inciso II serve como
qualificadora: pena 12 a 30 anos. O inciso III, serve como
agravante se assim também definido em lei ou circunstância
judicial desfavorável (art. 59, CP).
● Quando se tem pluralidade de qualificadoras uma delas
qualifica o crime, já as remanescentes serão utilizadas como
agravante de pena, se previstas no art. 61, CP, ou
circunstâncias judiciais desfavoráveis, se não previstas no
art. 61, CP.
● Atenção: Todas as qualificadoras do homicídio estão
previstas como agravantes.
● Cuidado: é errado falar em homicídio triplamente qualificado
- ou o homicídio é simples ou ele é qualificado, somente.

● Homicídio qualificado privilegiado:

● Art. 121, §1º (homicídio privilegiado):


Domínio de violenta emoção;
Motivo de valor moral;
Motivo de valor social.
● Art. 121, §2º (homicídio qualificado):

Motivo torpe – circunstância qualificadora


subjetiva
Motivo fútil - circunstância qualificadora subjetiva
Meio cruel - circunstância qualificadora objetiva
Meio surpresa - circunstância qualificadora
objetiva
Vinculo finalístico – circunstância qualificadora
subjetiva
● Todas as privilegiadoras são de natureza
subjetiva.
● É o possível privilégio concorrer com
qualificadoras de natureza objetiva. Não é
possível privilégio com qualificadora subjetiva
(os opostos se atraem e os similares se
repelem). Aqui aplica-se a lei da física.
● Quando se tem privilégio concorrendo com
qualificadora, os dois são subjetivos, sabe-se
que não se pode conviver com os dois, assim,
convive-se com qual deles? Com o privilégio
ou com a qualificadora?
● Sabendo que o jurado vota primeiro o privilégio,
reconhecendo presente alguma circunstância do art.
121, §1º, CP, o juiz julgará prejudicado quesito
relacionado com qualificadora subjetiva. O juiz só pode
continuar perguntando se no quesito tiver uma
qualificadora objetiva.
● Ex: MP disse que o motivo foi torpe, a defesa disse que
o motivo foi de relevante valor social. Nesta situação
qual deve prevalecer?
● O jurado primeiro vota o privilegio, se o jurado
reconhecer o privilegio o juiz reconhece
automaticamente prejudicado a qualificadora de
natureza subjetiva (o juiz só pode perguntar eventual
quesito se a qualificadora for objetiva).
● Pergunta: O homicídio qualificado privilegiado
é hediondo?
● Resposta: De acordo com o STF e STJ, por
incompatibilidade axiológica e por falta de
previsão legal, o homicídio qualificado-
privilegiado não integra o rol dos crimes
hediondos. Fazendo analogia com o art. 67,
CP, o privilégio, sendo subjetivo, prevalece
sobre a qualificadora (objetiva). Existe
doutrina em sentido contrário – dizendo que
homicídio qualificado é hediondo ainda que
privilegiado, todavia isso não é o que
prevalece.
● Homicídio doloso majorado
Art. 121, §4º, 2ª parte, CP - se o crime é
praticado contra vítima menor de 14 (quatorze)
ou maior de 60 (sessenta) anos.
● Analisa-se a idade da vítima no momento da
conduta.
● A idade da vitima tem que fazer parte da
consciência do agente para evitar a
responsabilidade penal objetiva. Não precisa o
agente saber a idade exata, basta saber que a
vítima é menor de14 anos ou maior de 60 anosa
● Art. 121, §6º, CP – homicídio praticado por
milícia privada ou grupo de extermínio.
● Essa causa de aumento foi incluída pela lei
12720/2012 (importante para examinar a
retroatividade ou não da lei).
● A lei 12720 não explicou o que é milícia
privada e grupo de extermínio. Assim, a
indeterminação dos novos grupos é criticada
por parcela da doutrina, ensinando ter sido
violado o princípio da taxatividade ou
determinação.
● a) Grupo de extermínio: entende-se a reunião de
pessoas, matadores, “justiceiros”, que atuam na
omissão do poder público, tendo como finalidade a
matança generalizada, chacina de pessoas
supostamente rotuladas como marginais ou
perigosas. Ex: massacre na candelária; matança
dos menores que dormiam na praça da Sé.
● b) Milícia privada (armada): Entende-se o grupo de
pessoas armado, tendo como finalidade, devolver
a segurança retirada das comunidades mais
carentes, restaurando a paz. Para tanto, mediante
coação, os agentes ocupam determinado espaço
territorial. A proteção oferecida ignora o monopólio
estatal de controle social, valendo-se de violência
e grave ameaça. Ex: tropa de elite – só podia
comprar gás do chefe, o chefe controlava quem
● 3º corrente (Majoritária): é preciso de 3 ou
mais pessoas.

● Esta corrente está fundada na lei 12694/12 (lei


de organização criminosa). A organização
criminosa se contenta com 3 pessoas.
Homicídio praticado por grupo de Homicídio praticado por grupo de
extermínio extermínio

Antes da lei 12720/2012 Depois da lei 12720/2012

O homicídio configurava o art. 121 e o O art. 121 praticado por grupo de


fato de ser praticado por grupo de extermínio passou a caracterizar causa
extermínio era circunstancia judicial de aumento de pena. Assim, por ser
desfavorável e essa circunstância não causa de aumento de pena, essa causa
era quesitada ao jurado. deve ser quesitada para o jurado (o
jurado passa a se manifestar se o crime
foi ou não praticado por grupo de
extermínio)

Artigo 121, §7º, CP – causas de aumento de pena do
Feminicídio.
● § 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço)
até a metade se o crime for praticado: (Incluído pela Lei
nº 13.104, de 2015)

● I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao


parto; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)

● II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60


(sessenta) anos ou com deficiência; (Incluído pela Lei nº
13.104, de 2015)

● III - na presença de descendente ou de ascendente da


vítima.
1.2 – Homicídio culposo

Conceito: ocorre o homicídio culposo quando o
agente, com manifesta imprudência, negligencia ou
imperícia, deixa de empregar à atenção ou
diligência de que era capaz, provocando, com sua
conduta, o resultado morte, previsto (culpa
consciente), ou previsível (culpa inconsciente),
jamais querido ou aceito.
● Imprudência – é a precipitação, a afoiteza (conduta
ação).
● Negligência – é ausência de precaução (conduta
omissão).
● Imperícia – é a falta de aptidão técnica para o
exercício de arte, ofício ou profissão.
● OBS: A culpa concorrente da vítima não exime
o agente de responsabilidade. O direito penal
não admite compensação de culpas.

● OBS: A culpa exclusiva da vítima não gera


responsabilidade penal para o agente.
Perdão judicial (art. 121, §5º)

● É o instituo pelo qual o juiz, não obstante a


prática de um fato típico e antijurídico, por um
sujeito comprovadamente culpado, deixa de lhe
aplicar, nas hipóteses taxativamente previstas
em lei, o preceito sancionador cabível, levando
em consideração determinadas circunstâncias
que concorrem para o evento. Em suma,
quando se fala em perdão judicial significa que
o Estado perde o interesse de punir.
● O perdão judicial é exclusivo do homicídio
culposo. O perdão judicial é causa extintiva da

Cuidado: não confundir perdão judicial com perdão do
ofendido.

● Perdão judicial:
Causa extintiva da punibilidade;
Concedido pelo juiz.
Ato unilateral.
Cabível somente nos casos expressamente previstos
em lei.
● Perdão do ofendido:
Causa extintiva de punibilidade
Concedido pelo ofendido.
Ato bilateral, precisa ser aceito para extinguir
a punibilidade.
Cabível nos crimes de ação penal privada.
● O perdão judicial é um típico caso de bagatela
imprópria (sempre que o Estado perde o
interesse de punir – ainda que não seja pelo
perdão, seja pelo valor, etc).
● Bagatela própria:
O fato é, desde o início, um irrelevante penal;
Estamos diante de atipicidade. Ex: subtração
de caneta bic.
● Bagatela imprópria:

O fato é relevante, mas o Estado perde o


interesse de punir.
Estamos diante de uma extinção da
punibilidade. Ex: perdão judicial no homicídio
culposo.
● Na hipótese de homicídio culposo, o juiz
poderá deixar de aplicar a pena, se as
consequências da infração atingirem o próprio
agente de forma tão grave* que a sanção penal
se torne desnecessária.
● *O caso concreto vai decidir – as
consequências não existem somente em
relação de parentesco. Em qualquer caso em
que a consequência da infração atinja o próprio
agente de forma tão grave aplica-se o perdão
judicial, não precisa ser parente. Ex: em um
caso de acidente em que o agente fique
paraplégico – isso atinge o agente de forma tão
grave que não precisa da prisão para puni-lo.
Homicídio culposo no CP x Homicídio culposo no CTB
Morte culposa de alguém Morte culposa de alguém
A morte não envolve direção de veículo Quando envolve direção de veículo automotor.
automotor
Pena: 1 a 3 anos Pena: 2 a 4 anos + pena restritiva de direitos.
Cabe suspensão condicional do processo.
Não cabe suspensão condicional do processo,
por ter pena mínima de 2 anos.
Apesar de se ter o mesmo desvalor do Apesar de se ter o mesmo desvalor do
resultado nesses dois crimes, há diferente resultado nesses dois crimes, há diferente
desvalor da conduta. A conduta negligente no desvalor da conduta. A conduta negligente no
transito é mais perigosa, justificando a punição transito é mais perigosa, justificando a punição
mais severa. mais severa.
No CP é possível o perdão judicial (art. 121, O presidente da república ao vetar o art. 300,
§5º). que disciplinava o perdão judicial nos crimes
de transito, justificou a desnecessidade do
dispositivo diante do art. 121, §5º, CP.
Conclusão: não se buscou evitar o perdão,
mas aplicar o instituto do perdão previsto no
CP. Em suma, aqui cabe o perdão judicial
previsto no art. 121, §5º, CP (perdão judicial
remetido).

Вам также может понравиться