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Modelos de cálculo do
transporte de sedimentos
São Paulo
2001
O MÉTODO DE ACKERS; WHITE (1983)
O método proposto por ACKERS; WHITE é baseado na análise adimensional dos parâmetros envolvidos
no transporte sólido. As equações foram desenvolvidas com base em quase 1000 experimentos
realizados com partículas uniformes ou quase uniformes e profundidades de escoamento de até 0.4 m.
Escoamentos com número de Froude maiores que 0.8 foram excluídos da amostra.
O método aplica-se a sedimentos com diâmetros característicos menores que 4 mm e maiores que 0.04
mm (silte), pois diâmetros menores apresentam comportamento coesivo, o que não é representado nas
equações convencionais de transporte. Foi comprovado pelos autores que o método não é sensível à
conformação do fundo, podendo ser aplicado para fundo plano, rugas ou dunas.
Mobilidade do sedimento
a) O transporte de fundo é admitido como sendo responsável pelo transporte das partículas mais
grosseiras. Se existe esta interação com o fundo, admite-se que existe uma relação entre a tensão de
atrito e a velocidade média do escoamento como uma superfície rugosa em repouso. Isto é obtido pelo
desenvolvimento da equação do escoamento turbulento rugoso.
τ cg V
=
ρ αd
32 log
D
(35)
onde:
τ cg = tensão de atrito devida a grãos grosseiros,
ρ = massa específica do fluido,
α = coeficiente experimental,
d = profundidade do escoamento,
D = diâmetro característico do sedimento (D35).
Considera-se que o material mais fino é transportado pelo corpo do escoamento, onde é mantido
suspenso pela ação da turbulência. Como a intensidade da turbulência é dependente da perda de energia
total do escoamento ao invés de uma resistência devida aos grãos isoladamente, para os materiais finos
vale:
τ fg
= v * = gdi
ρ
(36)
onde:
τ fg = tensão de atrito devida a grãos finos,
v* = velocidade de atrito.
A equação (36) exprime a velocidade de atrito no caso de regime uniforme (Sf=i). No caso do
escoamento transitório, este parâmetro será calculado em função da declividade da linha de energia Sf,
que neste caso é diferente da declividade de fundo.
A mobilidade do sedimento é descrita pela razão entre a força de atrito apropriada e o peso submerso de
uma camada de grãos por unidade de área do leito. Esta razão, traduzida em um fator denominado
número de mobilidade do sedimento Fgr, é dada por:
1− n
v *n V
Fgr =
gD( s − 1) 32 log αd
D
(37)
onde:
n = expoente.
Para os sedimentos finos que são transportados pelo corpo do escoamento, portanto fora da camada
limite, assume-se n=1 e a expressão (37) reduz-se a:
v *n
Fgr =
gD( s − 1)
(38)
Para sedimentos grosseiros, no entanto, é necessário corrigir o perfil de velocidades devido ao transporte
de fundo, abaixo da camada limite, fazendo-se n=0:
Para tamanhos intermediários do sedimento, n pode assumir valores entre 0 e 1. Por hipótese, o valor de
n irá depender de uma expressão adimensional para o diâmetro das partículas.
A expressão para o diâmetro adimensional do sedimento pode ser obtida por diversas maneiras, como
por exemplo por meio da análise adimensional tendo como variáveis o peso submerso de um grão
individual, a densidade e a viscosidade do fluido; ou eliminando-se a velocidade de atrito nas expressões
para a força de arraste e o número de Reynolds de uma partícula (YALIN, 1977). O diâmetro
adimensional é aplicável a sedimentos de tamanhos diversos, grosseiros, de transição ou finos, e é dado
por:
g ( s − 1)
1/3
D gr = D
ν
2
(40)
onde:
ν = viscosidade cinemática do fluido.
Para s=2.65, Dgr expressa a existência de sedimentos finos para valores Dgr≤ 1, correspondentes a
D≤≤ 0.04mm. O intervalo 1<Dgr<60 representa a região de transição e Dgr≥ 60 corresponde a sedimentos
grosseiros (D>2.5mm).
Transporte de sedimentos
n
Xd v*
G gr =
sD V
(41)
onde:
X = Fluxo em massa de sedimentos por vazão líquida em massa.
Para a obtenção de uma relação entre Ggr e Fgr, foram analisadas pelos autores várias fontes de dados
contendo medições para areias de diâmetros considerados de transição. Por meio de um processo de
otimização, foi possível identificar uma relação do tipo:
m
Fgr
G gr = C − 1
A
(42)
b) para 1.00<Dgr≤
≤ 60 (transição):
n = 1. 00 − 0. 56 log D gr
(44)
0. 23
A= + 0.14
D gr
(45)
9. 66
m= + 1. 34
D gr
(46)
( )
2
log C = 2.86 log D gr − log Dgr − 353
.
(47)
n=0
(48)
A = 0.17
(49)
m = 1.50
(50)
C = 0. 025
(51)
FIG. 13: COEFICIENTES PARA A FUNÇÃO GERAL DE TRANSPORTE SÓLIDO (ACKERS; WHITE, 1983).
Uma vez calculados os parâmetros do método, é possível obter o valor de X por meio da equação (41). X
pode ser convertido em descarga sólida (kg/s) por:
Q s = XQρ
(52)
O método de VAN RIJN representou um avanço significativo nas estimativas de transporte sólido e
resistência ao escoamento, devido ao rigor teórico e à qualidade apresentada em suas análises. Além de
considerar o transporte sólido separado em transporte de fundo e suspensão, van Rijn procurou estudar e
definir os critérios para identificar o início do transporte em suspensão. Procurou também obter uma
relação para caracterizar o diâmetro do sedimento em suspensão, que é consideravelmente menor que as
partículas que são transportadas junto ao fundo. Por fim, van Rijn apresenta as relações para o
transporte sólido baseadas na integração dos perfis de concentração e de velocidade, o que acrescenta
maior sofisticação ao cálculo.
O cálculo do transporte sólido divide-se em duas etapas distintas, que são a determinação do transporte
de fundo e a do transporte em suspensão.
O equacionamento para o cálculo do transporte de fundo foi desenvolvido com base em 580
experimentos e cobre uma faixa de diâmetros das partículas entre 0.2 mm e 2.0 mm. O transporte em
suspensão para sedimentos finos foi estudado baseando-se em 800 experimentos, com validade em uma
faixa de diâmetros das partículas entre 0.1-0.5 mm.
É utilizado o diâmetro adimensional do sedimento (Dgr), calculado de acordo com a equação (40),
porém utilizando-se o diâmetro característico D50, que apresentou um melhor ajuste para o cálculo do
transporte de fundo
Define-se um parâmetro adicional (T) que expressa a mobilidade das partículas em relação ao estado
crítico de início de movimento conforme proposto por Shields (Figura 14).
onde:
Utilizando o parâmetro T, van Rijn apresenta um critério de classificação da conformação do fundo para
o regime inferior de escoamento (Figura 15).
Por este conceito, v*' é descrito em função da velocidade média do escoamento e de um coeficiente de
Chèzy relacionado aos grãos, tendo por valor máximo
v *,máx = gdSf .
V g
v *′ =
C′
(55)
O coeficiente de Chèzy (C') relacionado aos grãos, por sua vez, é dado por:
12 Rb
C ′ = 18 log
3D90
(56)
onde:
O cálculo do raio hidráulico por meio desta metodologia visa representar a mudança na rugosidade
geralmente encontrada entre o fundo e as margens do canal.
qb T 2.1
= 0.053
[( s − 1) g ] 0.5
D50
1.5 D gr0.3
(57)
A separação clara do transporte sólido em transporte de fundo e transporte em suspensão trata-se de uma
idealização das condições reais. De fato, não existe uma fronteira definida a partir da qual se possa
distinguir se o caminho dos grãos encontra-se junto ao fundo ou se as partículas prosseguem em
suspensão.
Para tanto, van Rijn propõe o seguinte critério, que representa as condições onde algumas partículas do
sedimento são retiradas do fundo passando a ficar suspensas:
v*,crs 4
= para 1 < Dgr ≤ 10
ws Dgr
(58)
v*,crs
= 0.4 para Dgr > 10
ws
onde:
ws = velocidade de queda do sedimento em suspensão,
v*,crs = velocidade de atrito crítica para que haja transporte em suspensão.
A velocidade de queda do sedimento em suspensão, ws (m/s) pode ser calculada de acordo com as
condições do escoamento e do tamanho das partículas:
a) Em um fluido limpo e em repouso, a velocidade de queda de uma partícula solitária menor que 100µ
m (lei de Stokes) pode ser descrita como:
1 ( s − 1) gDs2
ws =
18 ν
(59)
[
. ( s − 1) gDs
w s = 11 ] 0.5
(61)
Como alternativa, VAN RIJN propõe uma nova expressão, baseada em estudos que tiveram por objetivo
reproduzir os resultados obtidos pelo método de EINSTEIN apud VAN RIJN (1984).
Ds
D50
( )
= 1 + 0.011 σ g − 1 (T − 25)
(62)
≥ 25.
com o valor limite Ds=D50 para T≥
Parâmetro de suspensão
ws
Z=
βκv *
(63)
onde:
κ = constante de von Kàrman=0.40.
β = coeficiente relacionado com a difusão das partículas,
O coeficiente β representa a diferença existente entre a difusão de uma partícula solitária e a difusão de
uma partícula em um meio fluido. Seu valor é considerado constante ao longo da profundidade.
2
ws ws
β = 1 + 2 . <
para 01 <1
v* v*
(64)
É introduzido o conceito do nível de referência (a), abaixo do qual somente ocorre transporte de fundo, e
que está relacionado com a altura da conformação do fundo ∆ (Figura 17).
Em sua análise, VAN RIJN adota para o nível de referência, o valor da metade da altura da conformação
do fundo ou o valor da rugosidade equivalente de Nikuradse ks (item 79), com um valor mínimo de 1%
da profundidade do escoamento para garantia das hipóteses adotadas.
∆
0. 3
D50
d
= 011
.
d
(1 − e −0.5T )( 25 − T )
(65)
Para valores de T fora deste intervalo, a conformação do fundo é quase plana, não havendo sentido em
calcular o valor do parâmetro ∆ . Nesta faixa de valores de T, a profundidade de referência depende
somente do tamanho das partículas, representado pela rugosidade equivalente ks.
Portanto:
Concentração de referência
D 50 T1.5
c a = 0. 015
a D 0gr.3
(67)
O parâmetro de suspensão Z deve ter seu valor corrigido, pois existem alguns efeitos adicionais que
agem sobre as partículas. As partículas ocupam um determinado volume no escoamento . Há redução na
velocidade de queda em meios onde a concentração é elevada, devido às partículas encontradas ao redor
e o sedimento exerce influência na estrutura do fenômeno da turbulência.
Estes efeitos são representados por um fator ϕ , obtido através da análise de vários conjuntos de dados de
condições hidráulicas diferentes.
Z′ = Z + ϕ
(68)
0.8 0.4
w s ca ws
ϕ = 2.5 para 0.01 ≤ ≤1
v * c0 v*
(69)
onde:
c0 = máxima concentração de fundo = 0.65 ppm.
A descarga sólida em suspensão por unidade de largura (m3/s⋅m) pode ser obtida, por unidade de
largura, através de:
a 0.5d d − z z
Z′ Z′
vc z d
qs = * a ∫ ln dz + ∫0.5e − 4 Z ′ ( z / d − 0.5) ln dz
κ d − a a z z0 d z0
(70)
onde:
O valor das integrais da equação (71) pode ser obtido por integração numérica pelo método de Simpsom
com precisão maior que 5%.
v
Fg =
ρs − ρ
gD
ρ 50
(71)
Número de Reynolds do grão:
gD50
3
Rg =
ν
(72)
O diagrama de Shields (Figura 14) fornece o valor da tensão de atrito crítica para o início do
movimento, que, por meio de uma mudança de variáveis pode ser escrita como:
O número de Froude do grão para a condição crítica pode então ser dado por:
− .
Fg 0 = 4.596τ *00.5293S f 0 1405 σ g−0.1606
(75)
( ) Rh
1.978
C = 7115c f Fg − Fg0 Sf 0.6601
D50
(76)
onde:
C = concentração (ppm),
cf = coeficiente para dados de laboratório ou campo
cf=1 (dados de laboratório)
cf=1.268 (dados de campo)
No caso do escoamento bifásico, a resistência ao escoamento segundo YALIN (1977) depende de:
VANONI (1957) apresentou uma série de experimentos demonstrando os efeitos da carga de sedimentos
na resistência ao escoamento, onde conclui que o coeficiente de resistência tem seu valor reduzido na
ocorrência de transporte de sedimentos. Conclui ainda que o efeito da conformação do fundo é o de
diminuir o valor do coeficiente de Chèzy, podendo exceder os efeitos devido ao transporte de
sedimentos.
De acordo com o afirmado acima, torna-se necessário avaliar as mudanças que ocorrem no coeficiente
de resistência no caso do escoamento bifásico e em particular sob a condição de regime variado, uma vez
que todas as grandezas mencionadas sofrem alterações durante o fenômeno.
v = C R hS f
(77)
onde:
C = Coeficiente de resistência ou coeficiente de Chèzy.
MÉTODO DE MANNING
1 1/ 6
C= Rh
n
(78)
onde:
n = coeficiente de Manning.
Este método é bastante difundido e o valor de n encontra-se tabelado para diversos tipos de
revestimentos de canais naturais e artificiais.
O método de Manning fornece um valor médio para o coeficiente de resistência, não considerando
quaisquer efeitos devidos à conformação do leito ou ao transporte sólido pelo escoamento.
O método proposto por Brownlie considera o escoamento bifásico como um todo, sendo que a
determinação do coeficiente de resistência depende dos parâmetros globais do escoamento e das
partículas. Consiste na obtenção de uma relação para expressar a resistência ao escoamento em canais de
fundo móvel baseada na regressão múltipla com 894 dados provenientes de laboratório e de canais
naturais.
A equação básica do método, que relaciona os parâmetros do escoamento e do sedimento com a perda
por atrito é:
x
γ s − γ τ0 qS f
= w S yσ z
γ (γ s − γ ) D50 gD50
3 f
(79)
onde:
x, y, z, w = coeficientes da regressão,
q = vazão líquida por unidade de largura do canal.
x=0.6539
y=0.09188
z=0.1050
w=0.3724
(80)
Posteriormente, CUOMO et al. (1990) apresentaram os coeficientes obtidos pelo ajuste efetuado com os
dados de Brownlie para canais naturais em regime fluvial acrescidos de dados de rios brasileiros. Os
coeficientes assim obtidos, que apresentaram grau de determinação r2=0.9586 são:
x=0.6257
y=0.09186
z=−0.00770
w=0.7118
(81)
A aplicação deste método é bastante simples, uma vez que o valor da declividade da linha de energia Sf
pode ser calculado explicitamente pela equação (79).
O método de van Rijn faz a subdivisão da resistência ao escoamento em duas parcelas, uma devido a
rugosidade de grão e outra devido a rugosidade de forma.
É definida a rugosidade equivalente ks, cujo valor depende da rugosidade de forma e da rugosidade do
grão. Como a conformação de fundo é relacionada ao parâmetro de transporte T, determina-se o valor de
k s.
≤ T≤
Se 0≤ ≤ 25 (rugas ou dunas):
λ = 7. 3d
(82)
onde:
λ= extensão da conformação do fundo.
≤0 ou T≥
Se T≤0 ≥ 25 (fundo plano):
k s = 3D 90
(84)
18 12 Rb
C= g log
9.8 ks
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