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Resenha:

GIVÓN, T. Grammar and function: toward a discourse definition of syntax. In: ______.
On understanding Grammar. Orlando, Florida: Academic Press, Inc., 1979. p. 45-90.

A obra “On understanding Grammar” foi escrita por Talmy Givón, linguista,
educador e um dos fundadores da Gramática Funcional. Ela é composta por oito
capítulos que abrangem as interdependências entre os vários aspectos da linguística e da
linguagem humana. A reflexão aqui apresentada encontra-se limitada ao capítulo dois
intitulado Gramática e função: Por uma definição discursiva de sintaxe. O autor divide
o segundo capítulo em sete partes que incluem introdução, cinco subtítulos e conclusão.
Na introdução, Givón apresenta a regra mais básica do gerativismo, que é a regra
transformacional, pois, a partir de uma estrutura básica, neutra, derivam-se outras
estruturas. Essa estrutura básica postulada pelos formalistas é a oração principal,
declarativa, afirmativa e ativa, a qual todas as outras sentenças se derivam. Essa oração
é tomada como o ponto de referência nos estudos formalistas e, para entender as
variações em relação a esse tipo de oração, o autor expõe os argumentos dos formalistas
elegendo a oração principal, declarativa, afirmativa, ativa como estrutura mais neutra.
Givón afirma que tais argumentos são de origem formal e intrassistêmica, ou
seja, se justificam no próprio sistema, e podem ser divididos em quatro exaustivos tipos:
(i) o argumento da Integralidade, (ii) o argumento da Dependência, (iii) o argumento da
Economia e (iv) o argumento da Estrutura Marcada. O autor explica que esses
argumentos se contradizem entre si e que isso acontece porque eles são de natureza
estritamente formal e que critérios discursivos são necessários para explicar certos
acontecimentos da gramática. Ele deixa claro que tais argumentos não contribuem para
entendermos o porquê da sintaxe de uma língua ser como ela é.
É importante salientar que Givón não discorda da visão de que a oração
principal, declarativa, afirmativa, ativa é uma oração básica e neutra, ele compartilha tal
pensamento, contudo, para ele, as razões que explicam esse fato não são de natureza
formal, mas de origem funcional. Ele evidencia seu desejo em apresentar outros
critérios para sustentar o estatuto privilegiado da oração básica. Para isso, ele seleciona
a noção de pressuposição discursiva, isto é, o grau de background pressuposicional no
qual a sentença é empregada. Givón, então, correlaciona os argumentos formalistas a
cinco variantes, sendo elas: variantes mais pressuposicionais: (i) as que exibem maior
complexidade sintática, (ii) as que apresentam maiores restrições distribucionais, (iii) as
que são gramaticalizadas pelas crianças mais tarde, (iv) variantes que exibem maior
conservadorismo sintático e, por fim, (v) variantes em que a oração neutra e menos
pressuposicional é, também, a mais frequente no discurso.
Nas partes que sucedem a introdução, o linguista aplica sua proposta e mostra
como essas variantes sintáticas influem na pressuposicionalidade e evidencia que a
pragmática e a semântica tem influencia sobre a sintaxe, rompendo com a visão
formalista que pauta-se em fatores intrassistêmicos apenas para explicar a língua, a
explicação de como a sintaxe se organiza vai além da forma.
Na segunda sessão do texto, As pressuposições discursivas das construções
sintáticas, Givón exibe seu conceito de pressuposição que são as hipóteses que o falante
assume sobre o que o ouvinte possivelmente aceito sem problemas. Para tratar dessa
questão, ele apresenta as seguintes variantes sintáticas: construções estritamente
pressuposicionais, oração encaixada, outros atos de fala e construções envolvendo graus
de definitude-topicalidade dos argumentos, assim, Givón utiliza tabelas ao longo do
capítulo, para mostrar estatisticamente os usos das variantes sintáticas.
Por meio dos números por ele apresentados, percebemos a preferência massiva
na linguagem por sujeitos definidos, quanto aos objetos, a porcentagem fica bem
parecida, porém se pensarmos em termos de grau de pressuposicionalidade, sentenças
com objetos acusativos indefinidos são menos marcadas do que as com acusativo
definido, quanto ao grau em que o falante pressupõe que o ouvinte sabe a identidade do
referente. Em seguida, em relação às orações encaixadas, ele demonstra que o grau de
definitude do objeto direto não tem efeito sobre o grau de definitude do sujeito e, quanto
aos atos de fala não-declarativos, o autor desenvolve o argumento de que eles deveriam
ser vistos como mais pressuposicionais do que os declarativos. Para finalizar a parte
dois, o autor discorre sobre topicalidade e recuperabilidade do tópico que ele afirma ser
uma variante mais sutil da marcação pressuposicional e que envolve as pressuposições
que o falante possui acerca da habilidade do ouvinte de reconhecer a referência dos
argumentos. Ele admite ser um assunto intricado e o desenvolve com algumas
discussões paralelas.
Na parte três, Marcação discursiva e restrições distribucionais, ele utiliza várias
subdivisões e se vale de diversos exemplos para mostrar que quanto mais
pressuposicional uma oração, mais restrições distribucionais ela tem. O quarto subtítulo,
Marcação discursiva e complexidade sintática, é voltado à relação entre esses dois
conceitos, uma vez que, para Givón, a complexidade sintática acontece quando uma
construção se afasta do que é padrão. Nesse sentido, essa seção é dividida em vários
subtópicos que problematizam esse conceito.
Na quinta seção, Conservadorismo sintático, Givón discorre resumidamente
acerca dos tipos de fatos e de considerações que estão envolvidos nesse conceito, que
ele acreditava estar presente em construções que são mais complexas em termos de
pressuposição discursiva e de sua estrutura sintática, no entanto, existem bases, como
por exemplo, um princípio geral para se acreditar que essa observação não é
factualmente precisa nem muito explanatória.
No sexto subtítulo, Aquisição da linguagem, o autor sugere que nesse processo
as crianças compartilham muito pouco do fundo pressuposicional e que elas levam um
tempo até aprenderem o código comunicativo, convenções, estratégias de
processamento, e outros.
A sétima e última parte do capítulo intitulada Conclusão: sintaxe e comunicação
apresenta algumas dependências elencadas pelo autor para entendermos o fato da
sentença neutra ser utilizada para transmitir o grosso da informação nova. Tais
dependências têm caracterização funcional e são resumidas da seguinte maneira: (a)
marcação discursiva, (b) frequência textual, (c) restrições distribucionais, (d)
complexidade sintática, (e) dinamismo sintático e (f) aquisição da linguagem. O autor
correlaciona todas essas dependências à pressuposicionalidade.
Esse capítulo da obra de Givón, em grande medida, dialoga com o texto de Dik
(1986), uma vez que o linguista holandês afirma a possibilidade de se construir uma
teoria gramatical de base funcionalista e aponta alguns princípios para que isso ocorra
tais como as circunstâncias em que a comunicação acontece, suas restrições, seus
objetivos, seus recursos, entre outros.
Givón, ao desenvolver uma visão discursiva de sintaxe, nos mostra a ideia de
que há uma organização sintática da língua que se explica pelo seu componente
discursivo. Assim, o autor apresenta uma explicação funcionalista plausível e procura
compreender a sintaxe de uma língua e as variantes sintáticas a partir de elementos
discursivos, relacionados ao uso que se faz da língua. O autor escolhe como ponto de
discussão um aspecto que é altamente aceito pelos formalistas: a ideia de que estruturas
variam a partir de um padrão e, por meio disso, ele mostra como os funcionalistas
conseguem explicar esse tipo de questão.

REFERÊNCIAS
DIK, Simon. On the notion “Functional Explanation”. Working papers on Functional
Grammar, n.11, p. 1-42, 1986.

GIVÓN, T. Grammar and function: toward a discourse definition of syntax.


In:______.On understanding Grammar. Orlando, Florida: Academic Press, Inc., 1979.
p. 45-90.

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