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Fortaleza
2006
CRISTIANO ALVES DA SILVA
Fortaleza
2006
S586g Silva, Cristiano Alves da
Geoprocessamento aplicado ao mapeamento de
vulnerabilidade ambiental: uma análise integrada do ambiente para
suporte à decisão no município de Pacoti – Ce / Cristiano Alves da
Silva
.__Fortaleza,2006.
135p.; il.
CDD:577
CRISTIANO ALVES DA SILVA
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________
Prof. Ms. João Silvio Dantas de Morais
Universidade Estadual do Ceará
____________________________________________
Profa. Ms. Claudia Maria Magalhães Granjeiro
Universidade Estadual do Ceará
____________________________________________
Prof. Ms. Renata Mendes Luna
Universidade Estadual do Ceará
Dedico aos meus pais, Benones
Ferreira e Maria Neuma, que
dedicaram parte de suas vidas na
minha formação pessoal e
profissional...
AGRADECIMENTOS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE EQUAÇÕES
LISTA DE MAPAS
LISTA DE FOTOS
LISTA DE SIGLAS
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO ............................................. 18
2.1. Histórico ....................................................................................................... 18
2.2. Localização .................................................................................................. 20
2.3. O Município de Pacoti no Contexto da APA de Baturité .............................. 22
2.4. Caracterização Geoambiental...................................................................... 26
3. REFERENCIAL TEÓRICO........................................................................... 48
3.1. Teoria Geossistêmica .................................................................................. 48
3.2. Planejamento Regional ................................................................................ 54
3.3. Abordagem Integrada no Planejamento Regional ....................................... 57
3.4. Geoprocessamento e Suporte a Decisão .................................................... 59
3.4.1. Estruturas Lógicas de Análise e Integração ................................................. 62
3.4.1.1. Lógica Boleana ............................................................................................ 63
3.4.1.2. AHP – Analystic Hierarchy Process ............................................................. 68
4. MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 81
4.1. Material ........................................................................................................ 81
4.1.1. Imagem Orbital ............................................................................................ 81
4.1.2. Ortofotocartas .............................................................................................. 82
4.1.3. Equipamentos de Campo............................................................................. 84
4.1.4. Sistemas Computacionais............................................................................ 84
4.2. Métodos ....................................................................................................... 85
4.2.1. Geração dos Planos de Informação............................................................. 85
4.2.1.1. Vegetação / Uso e Ocupação do Solo ......................................................... 85
4.2.1.2. Declividade ................................................................................................ 102
4.2.1.3. Área Legal.................................................................................................. 106
4.2.2. Abordagem Multicriterial ............................................................................ 111
4.2.2.1. Estruturação da Hierarquia ........................................................................ 111
4.2.2.2. Construção e Operacionalização das Matrizes de Comparação Pareada . 112
4.2.2.3. Priorização das Alternativas e Definição das Classes de Vulnerabilidade . 118
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 124
6. BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 129
14
1. INTRODUÇÃO
A área objeto deste estudo está localizada em uma zona considerada exceção
no contexto do Estado do Ceará, denominada Maciço de Baturité, que de acordo
com Souza (2000) é um enclave úmido na paisagem árida do Ceará. Devido a esse
caráter de exceção em 1990 foi instituída pelo Governo do Estado do Ceará a Área
de Proteção Ambiental de Baturité, sendo essa a primeira Unidade de Conservação
desta categoria criada pelo Estado.
Para realizar essa análise integrada, foi utilizada uma avaliação multicritério,
definida por Silva et al. (2004) como um conjunto de procedimentos utilizados para
16
2.1. Histórico
Entretanto a ocupação do homem branco nesta região teve início no século XVII,
quando em 1680 a região foi alcançada pelo Rio Choró por Estevão Velho de Moura
e mais seis rio-grandenses do norte, contemplados pelo Capitão-mor Sebastião de
Sá com uma sesmaria com extensão superior a três léguas, que abrangia grande
parte do curso do Rio Choró em direção a sua nascente nas partes mais elevadas
do maciço, correspondendo à grande parte da atual região de Baturité. (CEARÁ.
PROURB, 2002).
No entanto essa ocupação se dava no sopé do maciço, onde hoje está localizada
a cidade de Baturité, ao passo que os terrenos da região cimeira do maciço
continuavam pouco explorados, uma vez que a topografia da região não favorecia
nem a agricultura do algodão nem a pecuária.
Neste contexto, o município de Pacoti com origem nos sítios de café, possui
relevante importância no tocante as suas tradições, e de seu patrimônio histórico,
visto que sua ocupação se deu de forma diferenciada, marcada pela apropriação da
natureza pelo homem, que como conseqüência teve sua floresta tropical desmatada
de forma predatória, tanto para possibilitar a agricultura, como para manipulação da
madeira para geração de energia e sua utilização em atividades construtivas.
Atualmente Pacoti tem o desafio de conciliar seu modo de vida com o uso
sustentável de seus recursos naturais, garantindo o equilíbrio das funções
ecológicas deste ambiente tão vulnerável do ponto de vista ambiental.
20
2.2. Localização
Com base nestas informações a área aqui estudada corresponde a essa porção
do município de Pacoti inserida na APA de Baturité, sedo o limite da área de estudo
baseado no limite municipal definido pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia
Econômica do Ceará – IPECE, e pela cota 600m que corresponde ao limite da APA.
(Vide Mapa 01)
38°58'0" 38°50'0"
Palmácia
4°8'0"
Caridade
Pacoti
Redenção
Gu
ar a
mi
r an
4°17'0"
ga
Baturité
Legenda
Limite Municipal
Limite da APA de Baturité
Limite da Área de Estudo
O artigo 15º do SNUC define APA como uma área em geral extensa, com um
certo grau de ocupação humana, dotada de atributos, bióticos, estéticos ou culturais
especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações
humanas, e tem como objetivos básicos proteger a diversidade biológica, disciplinar
o processo de ocupação e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos
naturais.
500000 515000 530000
9550000
9550000
BR
020 Palmácia
CE
065
9535000
9535000
Acarape
Pacoti Redencão
Guaramiranga
CE
253
Mulungu CE
356 Baturité
CE
9520000
9520000
060
Aracoiaba
Aratuba
9505000
9505000
Capistrano
Legenda
Limite Municipal Rodovia
Itapiuna Limite da APA de Baturité BR
02 0
Federal
Limite da Área de Estudo Estadual
Sedes Municipais Ferrovia
9490000
9490000
Diante deste contexto, o turismo desponta como uma nova atividade econômica
no município de Pacoti. Muitas fazendas que antes tinham na agricultura seu
sustento deram espaço para casas de campo, ocupadas principalmente durante os
finais de semana e eventos realizados no município.
GEOLOGIA
Gnaisses
Migmatitos
calcita, apatita, titanita, zircão e opacos. As texturas mais comuns dos migmatitos
são as granolepdoblástica e granoblástica.
Granitos
Ainda com bases nos estudos de Sidrim et al. (1978), os granitos são
constituídos essencialmente de quartzo, microclina, plagioclásio, biotita, hornblenda,
apatita, zircão, titanita, epidoto, alanita e muscovita como acessórios. O quartzo
apresenta teor variando entre 30 e 40% em cristais uniformes bem desenvolvidos. A
microclina ocorre em cristais pouco desenvolvidos e com pouca alteração, com teor
variando entre 20 a 40%. O plagioclásio encontra-se frequentemente alterado,
dando origem a minerais de argila. A biotita apresenta-se em lamelas de tamanho
variável. Quando alterada, geralmente dá clorida e/ou muscovita. A hornblenda
ocorre em cristais geralmente bem definidos e com distribuição uniforme, chegando
a representar o segundo mineral em percentagem. A apatita, zircão e titanita
compõem os acessórios mais freqüentes, ocorrendo em todas as lâminas estudadas
por Sidrim. Em algumas lâminas foram identificadas também epidoto, alanita e
muscovita como acessórios.
CLIMATOLOGIA
30.000,00
25.000,00
20.000,00
Guaramiranga
mm
15.000,00
Pacoti
Mulungu
Aratuba
10.000,00
Itapiúna
Caridade
Canindé
5.000,00
0,00
Municípios
Já as vertentes sotavento, opostas ao litoral são mais secas, visto que quando o
vento alcança essas regiões já tem perdido em muito seu teor de umidade. Tal
fenômeno pode ser constatado através da observação do perfil pluviométrico
traçado no sentido Nordeste-Sudoeste, entre Fortaleza a Canindé, cruzando a
região serrana de Pacoti, ilustrado na figura 01, cujos totais pluviométricos estão
expressos no gráfico 02, onde fica evidente o declínio da pluviometria na região
sotavento do maciço em comparação a região serrana localizada barlavento.
31
_NE_
_SW_
30000
NE
25000
20000
mm
15000
10000 SW
5000
0
Fortaleza Maranguape Palmácia Pacoti Mulungu Canindé
Municípios
mm Total no Período
2500
2000
1500
1000
500
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
No gráfico 03, podemos observar ainda que o mês de abril se destaca como
sendo o mês com maior incidência de chuvas. Essa intensificação das chuvas neste
período é causada pela influência da ZCIT – Zona de Convergência Intertropícal. De
acordo com Ceará. SEMACE (1992 apud NIMER, 1977), no setor setentrional da
região Nordeste, a marcha estacional das chuvas, que representa o principal
componente do quadro climático da região, é regido pelo comportamento da ZCIT,
onde durante o período correspondente ao verão-outorno o sistema de correntes
pertubadas de oeste, com pancadas de chuvas ocasionais, asseguram, quase
exclusivamente, as máximas pluviais (Vide figura 02). Já no inverno-primavera, com
o aquecimento deste sistema, essa região fica sob o domínio dos ventos
anticiclonais de NE e E de alta sub-tropical do Atlântico Sul, ocorrendo então o
período de estiagem. Vale salientar que o período de estiagem é atenuado na região
serrana pelo orvalho e nevoeiro comuns nesta região, possibilitando uma
conservação da umidade do solo e diminuindo assim os efeitos da
evapotranspiração tão evidente nas áreas sertanejas.
160
140
120
100
mm
80
60
40
20
0
1 3 5 7 9 11 13 15 17 19 21 23 25 27 29 31
Dias
PEDOLOGIA
GEOMORFOLOGIA
VEGETAÇÃO
A Mata Úmida está localizada nas regiões mais elevadas do maciço, sendo de
acordo com Campos (2000 apud SALES, 1997) identificada a partir da cota 600m a
barlavento e após 800m a sotavento. Fato este que denota a relação direta da
existência desta formação vegetal com a altitude, visto que esta é responsável pelos
altos índices de umidade nesta região, favorecendo a existência de uma vegetação
com caráter perenifólio.
40
V – Vegetação Ciliar
Foto: http://www.arvores.brasil.nom.br
Foto: http://www.arvores.brasil.nom.br
Mata Úmida, e subdividida de acordo com seu grau de conservação em Mata Úmida
Conservada, Mata Úmida Parcialmente Degradada e Mata Úmida Degrada.
Já a Mata Seca é uma transição entre a Mata Úmida das regiões mais elevadas
do maciço e a depressão sertaneja circunvizinha. Essa unidade é composta por
uma cobertura vegetal com predominância de espécies arbóreas na área onde há
um maior nível de conservação tornando-se mais arbustiva nas regiões mais
degradadas. Essa vegetação se desenvolve principalmente em altitudes entre 400 e
600m nas vertentes barlavento e entre 600 e 800m nas vertentes sotavento. Vale
salientar que atividades antrópicas como o desmatamento e as queimadas
favorecem o avanço da caatinga, originaria das depressões sertanejas, sob áreas
antes ocupadas por essa vegetação.
Foto: http://www.arvores.brasil.nom.br
Foto: http://www.arvores.brasil.nom.br
Assim como a Mata Úmida a Unidade Mata Seca foi subdividida neste estudo de
acordo com seu grau de conservação em Mata Seca Conservada, Mata Seca
Parcialmente Degrada e Mata Seca Degradada.
45
RECURSOS HÍDRICOS
1
O Rio Pacoti é o principal recurso hídrico existente na área de estudo. Suas nascentes estão
localizadas na área do platô úmido do Maciço de Baturité e drena as vertentes oriental e setentrional
do mesmo.
46
9544000
9544000
DENDRÍTICO RETANGULAR
9540000
9540000
9536000
9536000
9532000
9532000
3. REFERENCIAL TEÓRICO
Devido à complexidade dos ambientes naturais, bem como dos alterados pelo
homem, as ações antrópicas sobre o ambiente devem ser precedidas por um
diagnóstico ambiental adequado, fornecendo informações que garantam um
aproveitamento sustentado destes ambientes.
Neste contexto, a paisagem não pode ser considerada como a simples adição de
elementos geográficos dissociados. Devendo a mesma ser considerada como um
espaço fruto da integração dinâmica, portanto instável dos elementos físicos,
bióticos e antrópicos, que interagindo de forma dialética entre si formam um conjunto
único e indissociável em constante evolução. Vale salientar que o termo paisagem
não é abordado aqui referente somente à paisagem “natural”, mas da paisagem em
sua totalidade integrando todas as implicações da ação antrópica.
49
Na busca por uma análise integrada, surgiu no inicio do século XX uma teoria
que se contrapunha ao pensamento antes vigente do mecanicismo2 e do vitalismo3,
a Teoria Geral dos Sistemas proposta pelo biólogo Ludwig Von Bertalanffy.
De acordo com Von Bertalanffy (1975) a Teoria Geral dos Sistemas resultou do
fato do esquema mecanicista das séries causais isoláveis e do tratamento isolado
das partes ter se mostrado insuficiente na solução de problemas teóricos, e aos
problemas práticos propostos pela moderna tecnologia. Neste sentido essa teoria
propõe o estudo não somente das partes e processos isoladamente, mas também
solucionar problemas existentes na organização e na ordem que os unifica,
resultante da interação entre as partes, tendo como resultado um comportamento
diferente das partes quando estudadas isoladamente e quanto abordadas como um
todo.
Desta concepção surgiu à expressão “o todo é mais que a soma das partes”, ou
seja, as características constitutivas não podem ser explicadas através de uma
análise isolada das partes que a compõem. Essa característica firma a Teoria Geral
dos Sistemas como uma ciência geral da totalidade.
2
A abordagem mecanicista consistia em uma análise dividida em partes e processos individuais.
3
A teoria intitulada de vitalismo se propunha a explicar os problemas da organização das partes e
suas interações, pela ação de fatores anímicos.
50
Neste contexto, Bertrand (1972) propõe vislumbrar a paisagem global tal qual ela
se apresenta. Garantindo assim que as combinações e as relações entre os
elementos, assim como os fenômenos de convergência apareçam mais claramente.
Dentro desta perspectiva ele estabelece um sistema de classificação com seis níveis
têmporo-espaciais, divididos em dois grupos. O primeiro composto pelas unidades
superiores denominadas: zona, domínio e região; e o outro por unidades
progressivamente inferiores, que definiriam os geossistemas, geofácies e geótopo.
As unidades inferiores são divididas em três, cuja nomenclatura foi definida com
a finalidade de evocar o traço característico da unidade correspondente. O geo
“sistema” acentua o complexo geográfico e a dinâmica de conjunto; geo “facies”
insiste no aspecto fisionômico e geo “topo” situa essa unidade no último nível da
escala espacial. É nestas escalas que a maior parte dos fenômenos de interferência
entre os elementos da paisagem se manifestam e que evoluem as combinações
dialéticas de maior interesse para o geógrafo. BERTRAND (1972).
Essa dinâmica dos geossistemas torna difícil a delimitação com clareza de sua
extensão e abrangência. Para Christofoletti (1979) distinguir um sistema na
multiplicidade dos fenômenos da superfície terrestre é ato mental, cuja ação procura
abstrair o referido sistema da realidade envolvente.
De acordo com Corrêa (1987) a região, a luz da nova geografia, é definida como
um conjunto de lugares onde as diferenças internas entre esses lugares são
55
vez que examinando todos os usos da terra de forma integrada é possível reduzir os
conflitos ao mínimo, fazer as alternativas mais eficientes e vincular o
desenvolvimento social e econômico à proteção e melhoria do meio ambiente.
4
Recursos Naturais de acordo com a definição dada pelas Nações Unidas na Convention to Combat
Desertification (UN, 1994) são considerados componentes das unidades territoriais que são de uso
direto para grupos de população que vivem numa determinada área.
5
Recursos Ambientais são os componentes da terra que possuem um valor intrínseco por si só, ou
seja, são intangíveis em termos econômicos. É o caso da biodiversidade de populações de plantas e
animais. Sendo esses de valor indispensáveis para um uso sustentável da terra.
60
mostra mais complexo, pois não apenas contém os planos de informação6 básicos
com os quais se inicia a análise ambiental, mas também porque pode abranger
informações de relacionamento de diversos tipos, garantindo uma maior
representatividade da realidade ambiental retratada.
6
Planos de informações são cartogramas digitais temáticos que compõem uma estrutura de
informação georreferenciada.
62
Para modelar as áreas de acordo com uma série de critérios definidos se faz
necessária à utilização de modelos de tomada de decisão fundamentados no
princípio da racionalidade, onde indivíduos e organizações seguem um
comportamento de escolha entre alternativas, baseado em critérios objetivos de
julgamento, cujo fundamento será satisfazer um nível pré-estabelecido de
aspirações. (CÂMARA et al, 2001).
Como alternativa, a avaliação pode ser feita de acordo com um critério de pesos,
resultando em uma graduação definida através de uma escala de acordo com o grau
de adequabilidade em vez da simples classificação binária – presença/ausência.
63
De acordo com Câmara et al. (2001), função de pertinência é uma função que
dado o valor de um atributo z, ela determina se o elemento avaliado pertence ou não
a um determinado conjunto em análise, ou seja, se para satisfazer uma hipótese à
função de pertinência é expressa pela equação 01.
Esse tipo de análise é realizada através dos operadores boleanos que consistem
em regras algébricas baseadas nos atributos de pertinência espacial dos elementos
representados na base de dados. A figura 06 ilustra os operadores boleanos
atuando sobre dois conjuntos.
65
Os resultados obtidos a partir deste tipo de modelagem podem não condizer com
a realidade, uma vez que uma classe que possui uma declividade de 9,9%, solo
arenoso e cobertura vegetal inferior a 50%, é definida como não sendo de alto risco,
pois não atende por completo a um dos parâmetros estabelecidos.
Esse talvez seja um dos maiores entraves para a utilização deste tipo de
modelagem, pois o resultado obtido possui fronteiras rígidas, refletindo uma
mudança abrupta na paisagem, fato esse que não existe na natureza. Isso faz com
que pequenas diferenças nos valores amostrados provoquem uma separação de
classes, fazendo com que áreas com características semelhantes sejam alocadas
em classes distintas.
Devido a essas características a lógica boleana não será utilizada neste trabalho
para determinar a vulnerabildade ambiental da área de estudo, uma vez que a
mesma não se mostrou eficaz na análise de ambientes complexos.
Essa teoria foi desenvolvida por Thomas L. Saaty na década de 70, e definida
por ele como reflexo do que parece ser um método natural de funcionamento da
mente humana. Uma vez que, ao defrontar-se com um grande número de
elementos, controláveis ou não, que abrangem uma situação complexa, ela os
69
Com base nesta comparação pareada, esta técnica pondera todos os elementos
e seus respectíveis níveis, calculando um valor de razão de consistência entre [0 e
0,1], onde “zero” indica a completa consistência do processo de julgamento
(CÂMARA et al. 2001).
7
Saaty (1991) considera o sistema quanto a sua estrutura (de acordo com a organização física,
biológica, social e até psicológica de suas partes, e de acordo com o fluxo do material e pessoas que
definem as relações e a dinâmica da estrutura); e função (de acordo com as funções a que os
componentes do sistema, seja ele animado ou inanimado, devem servir).
71
De acordo com Silva et al. (2004) a técnica AHP baseia-se numa matriz
quadrada de n x n, de comparação entre os n critérios, onde as linhas e as colunas
correspondem aos critérios (na mesma ordem ao longo das linhas e ao longo de
colunas). Onde ai,j representa a importância relativa do critério da linha i face ao
critério de coluna j.
Intensidade de
Definição
Importância
MESMA IMPORTÂNCIA – As duas atividades contribuem
1
igualmente para o objetivo.
Saaty (1991) enumera quatro razões para escala de comparação de critérios ter
como limite inferior 1 e limite superior igual a 9:
Operacionalização da Matriz
8
Este limite foi proposto por MILLER (1956 apud SAATY, 1991), como resultado de seu experimento
na área da psicologia, em que um indivíduo não é capaz de fazer comparações simultâneas entre 7
objetos (mais ou menos 2), sem ficar confuso.
76
Onde:
ERRO (%) IC RC
1 5,05 0,01 0,01
2 5,10 0,03 0,02
3 5,15 0,04 0,03
4 5,20 0,05 0,04
5 5,25 0,06 0,05
6 5,30 0,07 0,06
7 5,35 0,09 0,08
8 5,40 0,10 0,09
9 5,45 0,11 0,10
10 5,50 0,13 0,11
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15
0,00 0,00 0,58 0,90 1,12 1,24 1,32 1,41 1,45 1,49 1,51 1,48 1,56 1,57 1,59
Já o cruzamento de PI’s com o uso dos pesos obtidos pela técnica AHP, tem
como resultado uma graduação definida através de uma escala de acordo com o
grau de adequabilidade (nula, baixa, moderada, alta e muito alta), em vez da simples
classificação binária (presença e ausência). Neste processo as escolhas entre as
alternativas são baseadas em critérios objetivos de julgamento, cujo fundamento é
satisfazer um nível pré-estabelecido de aspirações.
PI’s de
Entrada
PI de Saída
81
4. MATERIAL E MÉTODOS
4.1. Material
4.1.1. Imagem Orbital
9
“Supermode” é um conceito desenvolvido pelo CNES para as imagens geradas com resolução de
até 2,5m, produto do sensor HRG do satélite SPOT-5.
82
4.1.2. Ortofotocartas
Ortofotocarta pode ser definida como uma Ortofoto, ou seja, uma fotografia aérea
retificada, complementada com a adição de referências cartográficas como curvas
de nível, legenda, malha de coordenadas e toponímia, equivalente a um mapa
convencional. A retificação do fotograma é realizada, ponto por ponto, através de
uma varredura em faixas sucessivas, modificando constantemente a escala de
ampliação em função da altura do vôo sobre o terreno, sendo o controle da altura
feito por um Restituidor comum (Vide figura 13), adaptado para comandar o projetor
ortofoto. (ROCHA, 2000)
Neste contexto, foi utilizada como base altimétrica para o presente estudo as
Ortofotocartas do Projeto de Desenvolvimento do Sistema Fundiário Nacional,
realizado através do convênio firmado entre o INCRA – Instituto Nacional de
Reforma Agrária e o IDACE – Instituto de Desenvolvimento Agrário do Ceará, como
pode ser visto na figura 14.
Para utilização deste material no presente estudo foi necessária à conversão das
Ortofotocartas analógicas para o formato digital, através do processo de
escanerização, a fim de possibilitar as edições necessárias para compatibilizar essa
base com as demais. Após esse processo de conversão para formato digital foi
realizada uma nova retificação para o Datum horizontal South American 1969, fuso
24 sul e meridiano central 39°W.GR, permanecendo a Projeção Plana Universal
Transversa de Mercator e o Datum vertical maréografo de Ibituba.
De posse dos pontos coletados com o uso do receptor GPS foram atribuídas aos
mesmos uma série de informações, como fotografia digital da área, sentido da
fotografia (determinado a partir de uma bússola) e a altitude do ponto (aferida por um
altímetro).
SOFTWARE APLICAÇÃO
Utilizado para receber as informações de campo coletadas
TrackMaker
com GPS (trilhas e pontos).
4.2. Métodos
4.2.1. Geração dos Planos de Informação
4.2.1.1. Vegetação / Uso e Ocupação do Solo
O critério utilizado para realizar uma cobertura significativa da área de estudo, foi
à identificação na carta imagem, através da observação das diferentes respostas
espectrais da mesma, das áreas prioritárias a serem visitadas, sendo também
adquiridas amostras no percurso entre estas áreas pré-identificadas na carta
imagem, totalizando um total de 92 amostras distribuídas por toda a área de estudo,
como pode ser visto no mapa 04.
• Código do Ponto
• Coordenadas da amostra;
• Altitude;
• Sentido da fotografia;
• Data;
• Descrição do local.
Para identificação das amostras coletadas durante as três visitas de campo foi
criado um código de identificação da amostra, atribuído para cada ponto
georreferenciado em campo, cuja estrutura pode ser observada na figura 16.
10
A amostra consiste na identificação em campo das classes a serem mapeadas. Essas amostras
são georreferenciadas e fotografadas e irão orientar o software SPRING 4.3 na classificação
supervisionada da imagem orbital.
88
Após uma depuração dos pontos coletados durante as três visitas de campo
foram identificados 92 pontos amostrais, sendo 13 identificados no primeiro campo,
34 no segundo e 45 no último, conforme pode ser visto no quadro 08.
COODENADAS
PONTO ALTITUDE SENTIDO DATA DESCRIÇÃO
E N
9542000
CA03PO014
CA03PO013
CA03PO012
CA03PO006
CA03PO015
CA03PO007
CA03PO005
CA03PO008 CA03PO016
CA03PO009 CA03PO017
Colina CA03PO004
CA03PO010 CA03PO011 CA03PO018
9540000
9540000
CA03PO003
CA03PO019
CA03PO032
CA03PO002
CA03PO020
9538000
9538000
CA03PO024 Fátima (Icó)
CA03PO021
CA03PO023 CA03PO031
CA03PO022
CA03PO025
CA01PO001
CA03PO029
CA03PO026 CA03PO030 CA03PO033
CA03PO034
CA03PO035 CA03PO039
CA03PO036 CA03PO038
9536000
9536000
CA03PO037
CA03PO027 CA02PO033
CA02PO034
CA03PO028 CA03PO045 Rolador
CA03PO042
CA03PO043
CA01PO002
CA01PO007
CA03PO040 CA03PO041
CA02PO020 CA02PO022
CA03PO044
CA02PO030 CA02PO021
CA02PO004
9534000
9534000
CA02PO029
CA02PO031 CA02PO005 CA02PO025
CA02PO023
CA02PO003
CA01PO008 CA01PO003
CA01PO004 CA02PO006
CA02PO024
CA01PO009 CA01PO005
CA01PO013
CA01PO010 CA01PO006
CA01PO012 Granja
CA01PO011 CA02PO017 CA02PO015
CA02PO032 PACOTI CA02PO002 CA02PO009 CA02PO014
CA02PO016
9532000
9532000
CA02PO007 CA02PO013
CA02PO001
CA02PO008 Santana
CA02PO010 CA02PO012
CA02PO019 CA02PO018
CA02PO026 CA02PO011
CA02PO027
CA02PO028
9530000
9530000
LEGENDA
Universidade Estadual do Ceará
Zona Urbana Hidrografia
Sede Rio / Riacho Especialização em Geoprocessamento Aplicado a
Distrito Lagoa / Açude Análise Ambiental e Recursos Hídricos
Localidade Município: Data:
Pontos de Campo Pacoti Geoprocessamento Aplicado ao Mapeamento de Agosto/2006
Estrada Vulnerabilidade Ambiental: Uma Análise Integrada do Autor:
Estado: Ceará Ambiente no Município de Pacoti - CE Cristiano Alves
Não Pavimentada Orientador:
Escala: 1/50.000
Pavimentada João Silvio Dantas
Pontos de Campo - Amostras
Datum:
SAD69 - 24S
Mapa:
04
91
11
O processo de segmentação consiste na divisão da imagem em regiões que correspondem às
áreas de interesse. Entende-se por regiões um conjunto de pixels contíguos, que se espalham
bidirecionalmente e que apresentam uniformidade. Já a divisão em porções consiste basicamente em
um processo de crescimento de regiões, que é uma técnica de agrupamento de dados, na qual
somente as regiões adjacentes espacialmente podem ser agrupadas. Tutorial SPRING – INPE,
(BRASIL, 2006).
12
O critério de similaridade baseia-se em um teste de hipótese estatístico que testa a média entre as
regiões.
93
Por fim foram classificados todos os recursos hídricos como lagoas e açudes de
acordo com suas áreas apresentadas na imagem orbital, podendo ser maior sua
área real, visto que as copas das árvores acabam por encobrir parcialmente seu
espelho d’água (foto 15).
Quanto à classe Zona Urbana esta não foi fruto da classificação supervisionada descrita
anteriormente, isto porque essas regiões apresentaram uma grande variedade de respostas
espectrais, sendo mais viável à digitalização manual de seus contornos. Neste contexto, foram
mapeados 31,82 hectares de áreas urbanas correspondentes aos distritos de Colina, Fátima e
Santa Ana; além das localidades de Granja e Rolador; bem como da própria sede do
município (foto 16).
9542000
Colina
9540000
9540000
9538000
9538000
Fátima (Icó)
9536000
9536000
Rolador
9534000
9534000
PACOTI
Granja
Santa Ana
9532000
9532000
9530000
9530000
LEGENDA
Zona Urbana Vegetação / Uso e Ocupação Universidade Estadual do Ceará
Sede Mata Úmida Conservada
Distrito Mata Úmida Parc. Degradada Especialização em Geoprocessamento Aplicado a
Análise Ambiental e Recursos Hídricos
Localidade Mata Úmida Degradada
Estrada Mata Seca Conservada
Não Pavimentada Mata Seca Parc. Degradada Município:
Pacoti Geoprocessamento Aplicado ao Mapeamento de
Data:
Agosto/2006
Pavimentada Mata Seca Degradada Vulnerabilidade Ambiental: Uma Análise Integrada do Autor:
Hidrografia Bananeira
Estado: Ceará Ambiente no Município de Pacoti - CE Cristiano Alves
Rio / Riacho Chuchu Escala: 1/50.000
Orientador:
João Silvio Dantas
Lagoa / Açude Desmatamento Vegetação / Uso e Ocupação
Culivo Anual
Datum:
SAD69 - 24S
Mapa:
05
102
4.2.1.2. Declividade
De acordo com Rocha (2000) MDT é uma técnica que consiste na descrição
matemática do terreno através de uma função de interpolação, que de forma
simplificada pode ser definido como a representação matemática de uma superfície,
através das coordenadas X, Y e Z. Podendo de acordo com o ferramental
matemático envolvido pertencer a duas concepções: Modelos que utilizam
superfícies (equações analíticas) e Modelos que utilizam rede ou grade de pontos
(malha quadrada, retangular e triangular). Devido sua maior representatividade, no
presente trabalho, foram utilizados os modelos que utilizam grades de pontos, sendo
no caso especifico do PI de Declividade utilizado uma grade triangular.
Neste contexto este PI foi obtido a partir de um MDT de grade triangular gerado
no software ArcGis 9.0 denominado TIN – Triangular Irregular Network. As grades
triangulares ou TIN são estruturas do tipo vetorial, compostas de arcos (arestas) e
13
De acordo com o decreto Nº 89.817 de 20 de junho de 1984, que estabelece as Instruções
Reguladoras das Normas Técnicas da Cartografia Nacional, uma carta é classificada como classe
“A”, quando atende aos seguintes parâmetros: Padrão de Exatidão Cartográfica Planimétrico de 0,5
mm, na escala da carta, sendo de 0,3 mm na escala da carta o Erro-Padrão correspondente; e
Padrão de Exatidão Cartográfica Altimétrico igual a metade da eqüidistância entre as curvas-de-nível,
sendo de um terço desta eqüidistância o Erro-Padrão correspondente.
103
Nas grades triangulares, os pontos com valores altimétricos retirados das curvas
de nível digitalizadas, podendo o mesmo coincidir ou não com os pontos fornecidos,
são usados de maneira a formar uma triangulação, onde as faces dos triângulos
representam à superfície mapeada. Para cada um dos vértices dos triângulos são
armazenadas as coordenadas de localização X e Y, bem como o atributo Z,
representando um valor correspondente a altimétria. Devido essas características, o
modelo triangular diante de sua maior complexidade, é a representação que melhor
representa o relevo, incorporando restrições como linhas de crista, talvegue e platôs.
Diante destas informações se conclui que área de estudo apresenta um alto grau
de vulnerabilidade ambiental devido à forte dissecação do relevo, principalmente nas
áreas classificadas como de vulnerabilidade moderada, alta e restritiva que juntas
somam 42,6 km² que equivale a quase 70% da área estudada.
506000 508000 510000 512000 514000 516000
9542000
9542000
Colina
9540000
9540000
9538000
9538000
Fátima (Icó)
9536000
9536000
Rolador
9534000
9534000
PACOTI
Granja
Santa Ana
9532000
9532000
9530000
9530000
LEGENDA
Zona Urbana Hidrografia Universidade Estadual do Ceará
Especialização em Geoprocessamento Aplicado a
Sede Rio / Riacho
Distrito
Análise Ambiental e Recursos Hídricos
Lagoa / Açude
Localidade Declividade
Município: Data:
Estrada < 15° Pacoti Geoprocessamento Aplicado ao Mapeamento de Agosto/2006
Vulnerabilidade Ambiental: Uma Análise Integrada do Autor:
Não Pavimentada 15°- 30°
Estado: Ceará Ambiente no Município de Pacoti - CE Cristiano Alves
Pavimentada Escala: Orientador:
30°- 45° 1/50.000 João Silvio Dantas
> 45°
Declividade Mapa:
Datum:
SAD69 - 24S 06
106
Como resultado deste processo foi traçada toda a drenagem local com base nas
informações do MDT. Entretanto devido ao fato da drenagem ter sido traçada com
base em um arquivo raster a mesma apresentou certa retificação de suas feições,
sendo necessário um tratamento da mesma em ambiente CAD – Computer-Aided
Design, para suavização dos contornos, bem como eliminação de resíduos
indesejados. O resultado deste processo pode ser visualizado na figura 18 que
apresenta a hidrografia traçada de forma automatizada e a mesma hidrografia após
seu tratamento.
14
Constitui Área de Preservação Permanente a área situada em faixa marginal, medida a partir do
nível mais alto, em projeção horizontal, com largura mínima de trinta metros, para cursos d’água com
menos de dez metros de largura.
15
Constitui Área de Preservação Permanente a área situada ao redor de lagos e lagoas naturais, em
faixa com metragem de mínima de cem metros, para as que estejam em áreas rurais, exceto os
corpos d’água com até vinte hectares de superfície, cuja faixa marginal será de cinqüenta metros.
16
Constitui Área de Preservação Permanente a área situada no topo de morros e montanhas, em
áreas delimitadas a partir de curva de nível correspondente a dois terços da altura mínima da
elevação em relação a base.
107
17
Buffer é um polígono criado a partir da distância especificada pelo usuário de uma determinada
feição.
108
Essa mesma resolução do CONAMA Nº 303, em seu artigo 3º, inciso VII, reza
que também são APP’s as áreas situadas em encostas com ou parte desta, com
declividade superior a cem por cento ou quarenta e cinco graus na linha de maior
declividade. Entretanto essa área não foi contemplada no PI de Área Legal, visto
que a mesma já faz parte do PI de Declividade.
Vale salientar também que não foram mapeadas neste PI as nascentes ou olhos
d’água, que de acordo com esta mesma resolução, constitui Área de Preservação
Permanente, ainda que intermitente, com raio mínimo de cinqüenta metros. Contudo
foi observado que a maioria das nascentes existentes estão localizadas dentro das
APP’s de topo de morro, bem como das APP’s dos riachos por elas formados, logo
sua vulnerabilidade não deixou de ser considerada neste estudo.
Com base nestas informações foi gerado o PI de Área Legal, onde pode ser
observado que cerca de 45,36% da área total estudada está enquadrada em Áreas
de Preservação Permanente, sem contar as áreas com declividade superior a
quarenta e cinco graus e os olhos d’água. Tal fato denota a grande vulnerabilidade
deste ambiente justificando a necessidade de um planejamento que garanta a
sustentabilidade desta região. (Vide Mapa 07).
506000 508000 510000 512000 514000 516000
9542000
9542000
Colina
9540000
9540000
9538000
9538000
Fátima (Icó)
9536000
9536000
Rolador
9534000
9534000
PACOTI
Granja
Santa Ana
9532000
9532000
9530000
9530000
LEGENDA
Zona Urbana Hidrografia Universidade Estadual do Ceará
Sede Rio / Riacho
Distrito
Especialização em Geoprocessamento Aplicado a
Análise Ambiental e Recursos Hídricos
Lagoa / Açude
Localidade Ártea Legal
Município: Data:
Estrada APP-Hidrografia Pacoti Geoprocessamento Aplicado ao Mapeamento de Agosto/2006
Vulnerabilidade Ambiental: Uma Análise Integrada do Autor:
Não Pavimentada APP-Topo de Morro
Estado: Ceará Ambiente no Município de Pacoti - CE Cristiano Alves
Pavimentada APP-Hidrografia e Topo Escala: Orientador:
1/50.000 João Silvio Dantas
de Morro Área Legal
Demais Áreas Datum:
SAD69 - 24S
Mapa:
07
111
De acordo com Silva et al. (2004) a técnica AHP baseia-se numa matriz
quadrada de n x n, de comparação entre os n critérios, onde as linhas e as colunas
correspondem aos critérios, sendo o resultado igual à importância relativa do critério
da linha face ao critério da coluna.
Neste contexto os valores de entrada nas matrizes foram obtidos com base na
comparação dois-a-dois dos fatores que influenciam na vulnerabilidade ambiental da
área. A partir desta comparação pareada foi definido o critério de importância relativa
entre os fatores, conforme uma escala pré-definida de 1 a 9, onde o valor 1 equivale
ao mínimo, e 9 o máximo de importância de um fator sobre o outro.
Neste contexto, a matriz construída a partir dos PI’s que compõem o segundo
nível da hierarquia, obteve as seguintes “NOTAS” que representam o grau de
influência exercida por cada PI sobre o topo da hierarquia. (Vide figura 21)
113
Vegetação/Uso
Área Legal Declividade
e Ocupação
Declividade 0,1741
Vegetação/Uso
0,5978
e Ocupação
Vegetação/Uso e
Área Legal Declividade
Ocupação
NOTA 0,5978 0,2281 0,1741
Como pode ser visto na figura 21, o PI que obteve maior “NOTA” foi o
correspondente a Vegetação/Uso e Ocupação, uma vez que este PI representa a
situação atual da área de estudo em relação à vulnerabilidade de seu ambiente,
além de exercer uma influência decisiva sobre os demais.
Para ilustrar esse fato podemos tomar como exemplo hipotético duas áreas
distintas, as duas estão localizadas em uma área de preservação permanente de um
rio e possuem declividade superior a 45°, sendo que uma está recoberta pela sua
vegetação natural e a outra foi desmatada para dar lugar a uma plantação de milho
(cultivo anual). Neste caso qual seria a área mais vulnerável do ponto de vista
ambiental?
114
A duas áreas são bastante vulneráveis do ponto de vista ambiental, visto que as
duas estão localizadas em áreas extremamente frágeis. Entretanto a segunda é bem
mais vulnerável que a primeira, visto que a ausência da vegetação desequilibra todo
o ambiente, deixando a área mais susceptível à erosão, demonstrando a forte
influência do PI de Vegetação / Uso e Ocupação para definição da vulnerabilidade
ambiental da área de estudo.
M. U. Conservada 0,0165
M. U. Parc. Degradada 0,0226
M. U. Degradada 0,0434
M. S. Conservada 0,0315
M. S. Parc. Degradada 0,0556
M. S. Degradada 0,0984
Bananeira 0,0848
Chuchu 0,1489
Cultivo Anual 0,2106
Desmatamento 0,2876
Na figura 22 pode ser observado que as feições mais vulneráveis são as que
suprimiram a vegetação natural, com destaque para o desmatamento e as áreas de
cultivo anual, bem como as áreas onde são cultivadas a banana e o chuchu. No
outro extremo estão as áreas em que prevalece a vegetação natural, aumentando a
vulnerabilidade de acordo com seu grau de preservação.
APP - Topo de
3,00 1,00 0,25 7,00
Morro
APP- Hidrografia e
5,00 4,00 1,00 9,00
Topo de Morro
Demais Áreas 0,20 0,14 0,11 1,00
APP -Hidrografia
0,5933
e Topo de Morro
APP - Topo de
0,2452
Morro
APP -
0,1231
Hidrografia
Para tanto foi necessário transformar os PI’s do formato vetorial “shape file” para o
formato matricial “grid”, onde cada pixel passou a conter o “PESO” definido por sua
matriz.
Como pode ser visto na figura 25 cada pixel dos PI’s mapeados possui o peso
definido pela matriz de comparação dos atributos mapeados neste PI, bem como a
nota atribuída ao PI com base na matriz de comparação entre os PI’s, sendo
posteriormente aplicada a equação 07 que realizou a interação entre os PI’s,
levando em conta a importância de cada critério no processo de decisão, garantindo
que o PI resultante, no caso o PI de Vulnerabilidade Ambiental, seja fruto da análise
integrada de todas as informações levantas.
Onde:
9542000
Colina
9540000
9540000
9538000
9538000
Fátima (Icó)
9536000
9536000
Rolador
9534000
9534000
PACOTI
Granja
Santa Ana
9532000
9532000
9530000
9530000
LEGENDA
Zona Urbana Hidrografia Universidade Estadual do Ceará
Sede Rio / Riacho
Distrito
Especialização em Geoprocessamento Aplicado a
Análise Ambiental e Recursos Hídricos
Lagoa / Açude
Localidade Vulnerabilidade
Município: Data:
Estrada Muito Alta Pacoti Geoprocessamento Aplicado ao Mapeamento de Agosto/2006
Vulnerabilidade Ambiental: Uma Análise Integrada do Autor:
Não Pavimentada Alta
Estado: Ceará Ambiente no Município de Pacoti - CE Cristiano Alves
Pavimentada Escala: Orientador:
Moderada 1/50.000 João Silvio Dantas
Baixa
Vulnerabilidade Ambiental
Datum:
SAD69 - 24S
Mapa:
08
124
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base no PI Vegetação / Uso e Ocupação foi possível observar que essa
região vem sofrendo um forte desequilíbrio de suas funções ambientais causado
pelo desmatamento indiscriminado e por práticas inadequadas de cultivo. De acordo
com este mapeamento, realizado com base em uma imagem orbital do satélite
SPOT-5, apenas 20,37% da vegetação denominada Mata Úmida não se encontra
degrada e somente 11% da vegetação de Mata Seca foi classificada como
conservada. Como pode ser observado no mapa desde PI (Mapa 05), as áreas mais
degradas estão localizadas principalmente na porção centro-norte da área de
estudo, entre os distritos de Fátima e Colina, assim como na porção centro-leste,
nas proximidades da localidade de Rolador. Nessas regiões foram detectadas as
maiores incidências de desmatamento para realização de cultivos anuais como
arroz, milho e feijão. (Vide Foto 17).
relevo desta região. Vale salientar que essa classificação diz respeito a
vulnerabilidade natural da declividade, sendo esta influenciada de forma direta pela
forma de uso dada a sua superfície, de modo que quanto mais desprotegido o solo
mais vulnerável as ações erosivas.
Com base nestas informações foi utilizada a técnica AHP para realizar uma
análise integrada de todos estes fatores, que de forma conjunta determinam à
fragilidade ambiental desta região. Neste sentido foi gerado o PI de Vulnerabilidade
ambiental que concluiu que quase 50% da área estudada possuem vulnerabilidade
alta e muito alta. Sendo constatada através da observação do mapa de
vulnerabilidade uma concentração maior destas áreas no centro e no norte da área
de estudo. Nestas áreas prevalece um relevo muito acidentado, sendo na região
central onde se encontram as áreas mais elevadas do município, chegando a atingir
a cota de 1030 metros de altitude. Já na região norte se destaca a vertente oriental
do maciço com declividades superiores a 45°. Nesta região são comuns as práticas
rudimentares de agricultura, como desmatamentos e queimadas para dar lugar a
cultivos anuais.
6. BIBLIOGRAFIA
CORRÊA, R. Região e organização espacial. 2. ed. São Paulo: Ed. Ática, 1987.
VON BERTALANFFY, L. Teoria Geral dos Sistemas. 2. ed. Brasília: Vozes, 1975.
Trad. de Francisco M. Guimarães.