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O escritor sagrado, observa São João Crisóstomo, põe aqui em destaque


especialmente duas virtudes: a perseverança e a união dos espíritos, e dá-nos a
entender que os Apóstolos continuaram por longo tempo a instruir os discípulos.

A doutrina dos Apóstolos é a instrução habitual dada aos novos convertidos. Não é o
anúncio do Evangelho aos não cristãos, mas uma catequese cada vez mais ordenada
e sistemática, em que se explica aos discípulos o sentido cristão da Sagrada Escritura
e as verdades fundamentais da Fé — núcleo dos futuros credos da Igreja — que
deviam ser cridas e praticadas para a salvação.

A catequese, que é uma constante pregação e explicação do Evangelho “para dentro”,


aparece no próprio começo da Igreja. “Evangelizadora como é, a Igreja começa por
se evangelizar a si mesma. Comunidade de crentes, comunidade de esperança vivida
e comunicada, comunidade de amor fraterno, ela tem necessidade de ouvir sem
cessar aquilo que ela deve acreditar, as razões da sua esperança e o mandamento
novo do amor” (Evangelii nuntiandi, n. 15).

Se a catequese é uma necessidade dos convertidos, e em geral de todos os cristãos,


é consequentemente uma séria responsabilidade dos pastores de almas. “Todo o livro
dos Atos dos Apóstolos atesta que estes foram fiéis à sua vocação e à missão
recebida. Os membros da primitiva comunidade cristã aparecem perseverantes na
‘doutrina dos Apóstolos e na comunhão, na fração do pão e nas orações'. Encontra-
se aqui a imagem permanente de uma Igreja que graças ao ensino dos Apóstolos,
nasce e se nutre continuamente da Palavra do Senhor, a celebra no sacrifício
eucarístico e dá testemunho ao mundo com o sinal da caridade”.

A comunhão refere-se à união de corações operadas pelo Espírito Santo. Esta


unidade profunda consolida-se nos discípulos quando vivem e sentem a sua fé como
um bem comum incomparável, concedido, em Jesus Cristo, por Deus Pai. Nesta
comunidade de afetos radicam as disposições de desprendimento que levam no
momento oportuno a renúncia generosa aos próprios bens em benefício dos mais
necessitados. .

A fracção do pão é a Santíssima Eucaristia. Não se refere a uma refeição ordinária.


Trata-se de uma nova expressão cristã que se usa nas origens para designar a
confecção e administração aos fiéis do sacramento que contém o Corpo do Senhor.
Esta expressão, associada à ideia de banquete, será depressa substituída pela de
Eucaristia, que sublinha a ideia de ação de graças. A Santa Missa e a comunhão
eucarística constituem desde o Pentecostes o centro do culto cristão. “Desde então,
ensina o Concílio Vaticano II, nunca mais a Igreja deixou de se reunir em assembleia
para celebrar o mistério pascal: lendo o que se referia a Ele em todas as Escrituras
(Lc 24,27), celebrando a Eucaristia, na qual 'se torna presente o triunfo e a vitória da
Sua morte', e dando graças ‘a Deus pelo Seu dom inefável' (2 Cor 9,15)”.

O alimento eucarístico, recebido com coração puro e consciência limpa, permite aos
discípulos do Senhor viver a vida nova do Evangelho e estar no mundo sem ser do
mundo. Esta conexão entre Eucaristia e vida do cristão era vigorosamente recordada
por João Paulo II, em Dublim, com as seguintes palavras: “É da Eucaristia que
recebemos todos graça e força para a vida diária, para viver a autêntica vida cristã,
com a alegria de saber que Deus nos ama, que Cristo morreu por nós, e que o Espírito
Santo vive em nós. A nossa participação plena na Eucaristia é a fonte verdadeira do
espirito cristão que desejamos ver na nossa vida pessoal e em todas as facetas da
sociedade. Quer prestemos serviço na política, ou nos campos econômico, cultural,
social ou científico - qualquer que seja a nossa ocupação a Eucaristia é uma exigência
da nossa vida diária. A nossa união com Cristo na Eucaristia deve manifestar-se na
nossa existência quotidiana: ações, comportamento, estilo de vida, e nas relações
com os outros. Para cada um de nós, a Eucaristia é chamamento ao esforço crescente
para chegarmos a ser autênticos seguidores de Jesus: verdadeiros nas palavras,
generosos nas obras, com interesse e respeito pela dignidade e direitos de todas as
pessoas, qualquer que seja a sua categoria ou das suas posses, sacrificados,
honrados e justos, amáveis, considerados, misericordiosos (...). A verdade da nossa
união com Jesus Cristo na Eucaristia fica patente, se amamos ou não amamos de
verdade os nossos companheiros (...), se tratamos ou não de estarmos reconciliados
com os nossos inimigos, se perdoamos àqueles que nos ferem ou ofendem”.

A caridade e a união de corações move os discípulos a um desprendimento sacrificado


para remediar a indigência material dos mais pobres. A comunidade de bens
mencionada neste passo não equivale a um regime estável de propriedade
comunitária ou algo semelhante. Os cristãos remediados compartilham oportuna e
voluntariamente os seus meios de vida com os irmãos necessitados. Cada um dos
discípulos conserva sempre a plena disposição sobre as suas poucas ou muitas
posses, o que valoriza a sua caridade ao desprender-se delas.

Esta pobreza e este desprendimento voluntários — comenta São João Crisóstomo —


cortavam pela raiz o princípio egoísta de muitos males, e os novos discípulos
demonstravam ter compreendido a doutrina evangélica. Não é a prodigalidade de
certos filósofos que abandonaram o seu patrimônio ou arrojaram o seu ouro ao mar,
mais por loucura do que por um verdadeiro desprezo das riquezas. Porque sempre o
demônio se esforçou por corromper o bom uso das criaturas feitas por Deus, como se
o ouro e a prata não se pudessem usar com sabedoria”.

Nem é desprendido o pródigo que esbanja os seus bens nem é egoísta quem os
conserva para os usar com generosidade no momento oportuno. “A verdadeira
pobreza não consiste em não ter, mas em estar desprendido, em renunciar
voluntariamente ao domínio sobre as coisas. Por isso há pobres que realmente são
ricos. E vice-versa,” afirma São Josemaria Escrivá.

Que Deus nos dê a graça e a sabedoria para sempre aumentarmos nossa sede de
conhecimento dele para anuncia-lo com maior propriedade, mas sobretudo para amá-
Lo como Ele merece, pois como ensina Santo Agostinho, poder-se-á amar bem a
quem não se conhece bem? E assim, amando a Deus, conhecendo-O com a nossa
mente e o nosso coração, conseguiremos nos desprender das coisas materiais e
ajudar a todos que precisarem.

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