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Visita de Estudo – 7ºano

Mouraria, Castelo de S. Jorge e Alfama


Percurso
Lisboa nasceu de uma "citânia" localizada a norte do atual castelo de S. Jorge. Este seria uma muralha circular, e os muros da cidade descem pela encosta, à direita e à esquerda,
um dos muitos núcleos humanos desenvolvidos no período pré-histórico. Através da acção até à margem do Tejo.
povoadora dos romanos (195 a.C.) e inerente desenvolvimento socioeconómico, em breve
PRIMEIRA DINASTIA
lhe seria atribuída a classificação de "município", usufruindo do seu equipamento urbano:
monumentos, teatros, termas. Existia um cruzamento de quatro estradas da rede viária
Muralha Fernandina
romana : três para Mérida e uma para Bracara (Braga). A sua característica de "opidum",
onde os romanos centram a sua defesa estratégica, resulta do reflexo do terreno por um Em 1147, D. Afonso Henriques, 1º Rei de Portugal, conquista a cidade. Com a
lado, e da protecção natural perante o estuário do Tejo e o braço deste rio que então se participação cristã, dá-se a expansão de Lisboa para além das suas muralhas. Herdados
desenvolvia a ocidente e penetrava profundamente no território. do passado existiram dois arrabaldes - a Baixa e Alfama. O braço do rio desaparece
definitivamente no séc.XIII .
Olisipo (começou assim por se designar a cidade) caracterizava-se pela existência de um
núcleo de população fixa defendida pela soldadesca. Nos seus arrabaldes foi-se D. Fernando, então Rei de Portugal, perante as ameaças de Castela (Espanha), cria uma
agregando um bom número de famílias cultivadoras da terra que, em troco de pão, fruta, nova muralha de defesa designada por "Cerca Nova"(1373-75).
vinho, legumes e gado, recebiam proteção e defesa.

Dos 16 Ha do período mourisco a nova cidade passa para 101,65 Ha ou seja 6,5 vezes
A crise do séc.III, que minava e fragilizava a sociedade romana, tem os seus reflexos em maior. A fixação definitiva da capital do reino, e portanto da corte, dá-se no reinado de
toda a Península Ibérica. As sucessivas invasões de novos povos, quer germanos em 500 Afonso III.
d.C. (visigodos, suevos), quer árabes em 700 d.C., transformam a fisionomia da população.
Devido ao clima de insegurança e de guerra, a cidade adquire uma feição muito peculiar: Lisboa é então o núcleo de um importante sistema económico de trocas, localizando-se as
fortaleza onde se refugiam os habitantes fugidos do avanço dos exércitos cristãos. É uma pequenas propriedades em que predomina a cultura hortícula, na proximidade imediata,
população de ricos proprietários agrícolas e comerciantes, que se transferem para o interior facto que poderá ter influenciado a localização dos dois mercados centrais de hortaliças:
das muralhas e constroem uma cidade opulentíssima pelo trato e mercancia dos portos de Praça da Figueira e Praça da Ribeira .
África e Ásia.

No período da Reconquista Cristã , a Lisboa muçulmana é uma cidade cobiçada e várias


vezes atacada e ocupada pelos exércitos cristãos (ocupação por Castela em 1000 d.C.).
Felicitas Julia Olisipo. Assim se chamava Lisboa no tempo do Imperador
Augusto, quando a cidade era um porto importante da província da
Lisboa era então o mais opulento centro comercial de toda a África e de uma grande parte Lusitânia. E quem chegava pelo Tejo o que primeiro via era um
imponente teatro, símbolo do poder do Império.
da Europa. É abundante de todas as mercadorias; tem ouro e prata. Não faltam ferreiros.
Nada há nela inculto ou estéril; antes, os seus campos são bons para toda a cultura...os
seus ares são saudáveis, e há na cidade banhos quentes. ... o alto do monte é cingido por
Há dois mil anos Olisipo era o porto da capital da província da Lusitânia, islâmico, em princípios do século X, depois do saque de Ordonho III a Luxbuna. O
Augusta Emerita -a atual Mérida -, mas tinha a importância concedida às principal eixo viário da Medinasituava-se entre a Porta do Sol e a Porta do Ferro,
junto à actual Sé de Lisboa. A catedral de Lisboa é uma igreja cristã construída por
grandes cidades romanas. O valor estava sobretudo no rio que a fazia
cima da Mesquita Aljama de Luxbuna. Nos seus claustros descobriram-se fragmentos
próspera, relevante via de comunicação com uma atividade económica dos muros da mesquita.
sustentada na abundância do peixe, no vinho e azeite transportado para todo No Campo das Cebolas à Ribeira Velho os prédios assentam sobre a Cerca Moura.
o mundo romano. Ficou a ser a terra da Felicidade, Felicitas Julia, como a Nas fábricas de peixe romanas no esteiro da Baixa foram encontradas olarias e
nomeou Júlio César, o imperador que lhe concedeu o estatuto de município. ferrarias muçulmanas.
O porto islâmico era na foz de um esteiro onde desaguavam duas ribeiras. Perto do
porto ficavam as judiarias, existindo a norte destas um porto fluvial durante o
Como era política expansionista de Roma, os povos dominados recebiam o período muçulmano. Sobre o vale da ribeira de Arroios, perto do Martim Moniz ,
cunho da civilização romana: da língua à arquitetura, todos os setores eram ficava a Mouraria. No alto da sua encosta, no arrabalde oriental, localizava-se o
influenciados. núcleo de São Vicente, enquanto em baixo ficava a comuna de Alfama-
Durante a romanização de Olisipio, o Imperador Augusto decidiu mandar Alcaçarias. Alfama era o centro da cidade moura. À beira do seu porto existiam
banhos quentes. Em Alfama e na Mouraria coexistiam edifícios de várias tipologias ao
construir um teatro virado a sul, que funcionava “como marca propagandística”
longo de ruas estreitas, ruelas, em torno de pátios e dos adros das igrejas,
do Império para quem chegava à cidade pelo Tejo. Situado na encosta da organizando-se o espaço público e religioso à semelhança das cidades do norte de
colina onde está hoje o castelo de São Jorge, o edifício cénico, de estrutura África.
semicircular, tinha capacidade para cerca de 4 000 espetadores. Decorado A presença muçulmana em Lisboa legou-nos toponímia de origem árabe, como é o
com fustes e capitéis pintados, este era o local onde se exibiam peças do caso de Alfama, Benfica, Alcântara, de nomes de frutas, instrumentos e utensílios e
período clássico. sobretudo marcou a malha urbana ainda hoje visível nos bairros históricos da
Mouraria e de Alfama.

Datado do século I d.C., o teatro, como grande parte de Lisboa,


“desapareceu” no terramoto de 1755. As ruínas, descobertas em 1798 durante
a reconstrução da cidade, acabaram esquecidas. Em poucos anos, sobre elas Urbe antiga, povoada pelo mouros escorraçados pela conquista cristã da cidade. A
foram construídos prédios de habitação. Só mais tarde, na década de Mouraria é um labirinto de ruas que sobem da praça do Martim Moniz em
sessenta do século XX, o que estava escondido debaixo dos pés veio à
direcção ao castelo de São Jorge. Tão estreitas que, por vezes, o sol apenas
superfície. As escavações arqueológicas realizadas em várias campanhas
tornaram possível a recuperação desta história da velha Olisipo, contada aqui consegue espreitar com esforço”.
por Lídia Fernandes, a arqueóloga que coordena o Museu de Lisboa – Teatro Tão antigo como a nacionalidade, o bairro da Mouraria, após a conquista de
Romano Lisboa, em 1147, por D. Afonso Henriques, foi o local escolhido para albergar os
mouros que se mantiveram na cidade. Era um território próprio que formava um
núcleo populacional afastado dos cristãos. Mas antes da vitória dos cruzados, toda
Lisboa Árabe
Século VIII - Século XII aquela zona era transformada por hortas e terras de cultivo. Os mouros
dedicavam-se ao fabrico de azeite e *a olaria, ofícios de que restam ainda alguns
A malha urbana da cidade altera-se de uma época para a outra. O domínio vestígios, como os velhos lagares. No reinado de D. Manuel l, com a expulsão dos
muçulmano em Luxbuna inicia-se no ano 719. Desse período chegaram-nos vestígios mouros e dos judeus, uma parte do bairro alojou populações cristãs, formando-se
da Alcáçova árabe, da Mesquita Aljama, da Cerca Moura e das portas
da Medina islâmica. A Lisboa muçulmana abrangia a colina do Castelo, descendo-a assim uma Mouraria a que podemos chamar aristocrática, onde se incluem o
desde a sua Acrópole até ao rio. A Medina situava-se na actual zona do Castelo de Coleginho – o primeiro colégio jesuíta do mundo - , a Igreja de São Lourenço e o
São Jorge, no interior da Cerca Moura. Na Medinasituava-se a Alcáçova, onde vivia
o alcaide. Este era o espaço de defesa da urbe muçulmana, tendo sido conquistado
Palácio da Rosa. O bairro ganhou má fama quando os marginais e as prostitutas
por Ibn-Anrriq, ou seja, Afonso Henriques, em 1147. passaram a ser frequentadores assíduos. Como, em regra, uns e outros se
Das muralhas da Alcáçova visionavam-se por completo a Medina, os arrabaldes e a dedicavam ao fado, acabou por nascer a fama de que a Mouraria, o fado
zona industrial da Baixa da cidade. Nas Portas do Sol, a porta oriental da cerca
moura, existem vestígios da cerca tardo-romana, que foi reconstruída no período “canalha”, as cenas de facada e malandragem estavam ligadas por uma espécie de
“cordão umbilical”. Já no final do século XX, as investigações arqueológicas promovidas em várias zonas
contribuíram, de forma singular, para constatar a antiguidade da ocupação no topo da colina e
Não é possível falar da Mouraria e da rua do Capelão sem recordar a Severa, confirmar o inestimável valor histórico que fundamentou a classificação do Castelo de S. Jorge
célebre fadista que ali morou e morreu com apenas 26 anos de idade. O labirinto como Monumento Nacional, por Decreto Régio de 1910.
de ruas que compunha a parte baixa da Mouraria desapareceu na primeira
Os testemunhos dessas vivências do passado são, agora, dados a conhecer na Exposição
metade do século XX, dando lugar ao espaço que é hoje o largo de Martins Moniz. Permanente e visitáveis no Sítio Arqueológico.
Com elas desapareceram a antiga igreja paroquial, o palácio do Marquês do
Alegrete e o respectivo arco.Grupo Desportivo Da Mouraria, fundado em 1 de De época islâmica, construído em meados do século XI, a fortificação situa-se na zona de mais
difícil acesso do topo da colina, aproveitando as escarpas naturais a Norte e Oeste. O castelo
Maio de 1936 e que se transformou numa das mais populares e castiças tinha como função albergar a guarnição militar e, em caso de cerco, as elites que viviam na
colectividades de Lisboa. alcáçova (a cidadela). Não tinha uma função de residência como acontece com outros castelos
Organiza a marcha da Mouraria. Neste grupo, em tempos chamado os “Leões da da Europa. Preserva ainda 11 torres, das quais se destacam a Torre de Menagem, a Torre do
Haver ou do Tombo, a Torre do Paço, a Torre da Cisterna e a Torre de São Lourenço, situada a
Mouraria, pratica-se luta greco-romana, ginástica, boxe, futebol e ténis de mesa. A meia encosta. Na segunda praça encontram-se ainda vestígios de antigas construções e uma
colectividade continua a ter como principais objectivos promover o desporto e a cisterna. Ainda neste átrio, é visível, na muralha Norte, uma pequena porta designada por Porta
da Traição, que permitia a entrada ou saída de mensageiros secretos em caso de necessidade.
cultura. E, neste último caso, o expoente máximo são as sessões na famosa
“Catedral do Fado Vadio” odo o conjunto edificado onde se encontram hoje instalados a Exposição Permanente, o Café do
Castelo e o restaurante Casa do Leão constitui a memória mais significativa da antiga residência
real medieval. Também na zona do Jardim Romântico e nos terraços é possível ver alguns
Castelo de S. Jorge – Monumento Nacional integra a zona nobre da antiga cidadela medieval
elementos arquitetónicos que integravam a antiga residência real. O paço real ficou muito
(alcáçova), constituída pelo castelo, os vestígios do antigo paço real e parte de uma área
residencial para elites. destruído com o terramoto de Lisboa de 1755. A ilustração da receção da Exposição
Permanente, reprodução de um desenho do século XVI, é o testemunho mais expressivo do que
era o Paço Real, e a cidade de Lisboa, antes do terramoto
A fortificação, construída pelos muçulmanos em meados do século XI, era o último reduto de
defesa para as elites que viviam na cidadela: o alcaide mouro, cujo palácio ficava nas Alfama deriva de "Al-Hama" (ou "al-hamma"), designação que surge de
proximidades, e as elites da administração da cidade, cujas casas são ainda hoje visíveis no
Sítio Arqueológico. forma mais fiel e com expressiva abundância na vizinha Espanha. De
facto, são inúmeras as "Alhamas" do outro lado da fronteira.
Após a conquista de Lisboa, em 25 de Outubro de 1147, por D. Afonso Henriques, primeiro rei de Estranhamente, em Portugal, apenas se conhece a "Alfama" alfacinha
Portugal, até ao início do século XVI, o Castelo de S. Jorge conheceu o seu período áureo (?)...
enquanto espaço cortesão. Os antigos edifícios de época islâmica foram adaptados e ampliados
para acolher o Rei, a Corte, o Bispo e instalar o arquivo real numa das torres do castelo.
Transformado em paço real pelos reis de Portugal no século XIII, o Castelo de S. Jorge foi o local O que significa "al-hama"? Segundo apurámos, significa fonte termal ou
escolhido para se receberem personagens ilustres nacionais e estrangeiras, para se realizarem de águas tépidas. Numa interpretação mais lata e adaptada, poderá
festas e aclamarem-se Reis ao longo dos séculos XIV, XV e XVI.
significar também "banhos" (ou "banhos termais"). São inúmeros os
locais em Espanha em que a associação do nome "Alhama" é justificada
Com a integração de Portugal na Coroa de Espanha, em 1580, o Castelo de S. Jorge adquire um
caráter funcional mais militar, que se manterá até ao início do século XX. Os espaços são precisamente por aquelas circunstâncias.
reconvertidos, outros novos surgem. Mas, é sobretudo após o terramoto de Lisboa de 1755 que
se dita uma renovação mais substantiva com o aparecimento de muitas construções novas que
Então o nome da Alfama lisboeta também se deve à existência de
vão escondendo as ruínas mais antigas. No século XIX, toda a área do monumento nacional
está ocupada por quartéis. nascentes de águas termais? Hoje em dia, poderá parecer estranho.
Mas há algumas décadas atrás, ainda no Séc. XX, seria mais fácil de
Com as grandes obras de restauro de 1938-40, redescobre-se o castelo e os vestígios do antigo entender. Com efeito existiam ali várias nascentes (e existem ainda, se
paço real. No meio das demolições então levadas a cabo, as antigas construções são bem que soterradas e com menor caudal) das quais brotava água a
resgatadas. O castelo readquire a sua imponência de outrora e é devolvido ao usufruto dos
cidadãos. temperaturas acima do normal e, nalguns casos, com propriedades
terapêuticas reconhecidas. Até ao início do século passado existiam
mesmo "banhos públicos" para aproveitamento dessas águas. Contudo,
dada a precaridade dessas explorações bem como a progressiva
contaminação das águas, tais estabelecimentos desapareceram.

De assinalar que há poucos anos (2002) surgiu um projecto para


reaproveitamento dessas nascentes, não ignorando até o seu potencial
como fonte de energia alternativa (calorífera). Não sabemos como está
esse projecto, mas é bem interessante.

Assim sendo, o nome "Alfama" não corresponde ao de bairro ou reduto


de densa aglomeração, como alguns defendem.

Como nota final, existe uma "Al-Hamma" em territórios disputados pela


Síria e Israel (que a ocupou nos anos 50 do século passado), reputada...
pelos seus banhos termais.

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