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Segurança do Trabalho I
HIGIENE E SEGURANÇA DO
TRABALHO
Higiene e Segurança do Trabalho
1.1 - Introdução
9. Normas Regulamentadoras
10. PCMAT
LISTA DE SIGLAS
CA Certificado de Aprovação
NR Norma Regulamentadora
1.1 - INTRODUÇÃO
Sabe-se, por razões óbvias, que não é tarefa fácil eliminar a exposição do trabalhador a
esses agentes de riscos, bem como melhorar as condições de trabalho. Isto envolve uma
série de interesses sociais, econômicos e políticos, chegando ao extremo, por parte de
alguns, de temer perder o poder de barganha existente entre patrão, sindicatos e
trabalhadores. O que se vê no Brasil é a existência de más condições de trabalho, o que
serve de pano de fundo para a luta de grande parte da classe trabalhadora por melhores
compensações econômico financeiras, o que deveria ser a luta pela eliminação ou
atenuação dos agentes de riscos que causam ou que podem causar acidentes e por
melhores condições de trabalho.
Além disso, as estatísticas oficiais no Brasil que servem de ponto de partida para as
políticas governamentais para a prevenção de Acidentes do Trabalho são
reconhecidamente subdimensionadas, uma vez que elas contemplam apenas:
Em Sobral ocorrem algo em torno de 200 Acidentes do Trabalho em média por ano,
notificados ao INSS.
Ranking mundial
Na década de 1970, o Brasil registrava uma média de 3.604 óbitos para 12.428.826
trabalhadores. Nos anos 1980, o número de trabalhadores aumentou para 21.077.804 e
as mortes chegaram a 4.672. Já na década de 1990, houve diminuição: 3.925 óbitos para
23.648.341 trabalhadores.
Os custos gerados por problemas relacionados à Saúde dos funcionários estão fazendo
com que os gestores de Recursos Humanos tratem como prioridade a prevenção de
problemas bucais e doenças crônicas, como hipertensão e males respiratórios. De
acordo com pesquisa realizada pelo Fórum Econômico Mundial em parceria com o
Instituto de Pesquisas em Saúde da consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC), um
elevado número de empresas passou a adotar programas para prevenir doenças. O
estudo analisou 30 multinacionais da Europa, Ásia e Américas e constatou que mais da
metade delas tem alguma ação voltada para a Saúde dos colaboradores.
Como se trata de um problema que afeta toda a sociedade, o Estado, como principal
agente de mudanças, tem uma função por demais importante na prevenção dos acidentes
do trabalho e doenças ocupacionais, seja na geração ou alteração da legislação (que no
Brasil já é riquíssima, o que prova que a simples formulação jurídica não tem
conseqüência nenhuma), como também na fiscalização e na educação preventiva.
Desde seu aparecimento na Terra, o homem está exposto a riscos. Como ele não tem
controle sobre esses riscos, ocorre sobre ele todo tipo de acidente. O homem inventou a
roda d água, os teares mecânicos, as máquinas a vapor, a eletricidade e até os
computadores. É um longo aprendizado tecnológico. No entanto, se por um lado o
progresso científico e tecnológico facilitam o processo de trabalho e produção, por outro
trazem novos riscos, sujeitando o homem a acidentes e doenças decorrentes desse
processo (CAMPOS, 2001).
1ª Lei Brasileira: Em 1919 surge a primeira lei de acidentes do trabalho, com o Decreto
Legislativo nº. 3.724, de 15 de janeiro, como ponto de partida da intervenção do Estado
nas condições de consumo da força de trabalho industrial em nosso país. Essa lei não
considera acidente de trabalho a doença profissional atípica (mesopatia). Exige
reparação apenas em caso de moléstia contraída exclusivamente pelo exercício do
trabalho, quando este for de natureza a só por si causá-la . Institui o pagamento de
indenização proporcional à gravidade das seqüelas. Abre, então, a possibilidade de as
empresas contratarem o SAT, junto às seguradoras da iniciativa privada. O SAT ficaria
exclusivo da iniciativa privada até 1967, quando passou a ser prerrogativa da
Previdência Social, reforçando a obrigatoriedade do SAT, que até então estava sob a
responsabilidade de seguradoras privadas.
Como parte das reformas conduzidas por Carlos Chagas, em 1923, promulga-se o
Regulamento Sanitário Federal, que inclui as questões de higiene profissional e
industrial no âmbito da Saúde Pública, criando a Inspetoria de Higiene Industrial, órgão
regulamentador e fiscalizador das condições de trabalho.
Em 1934 surge a segunda lei de acidentes do trabalho, com o decreto nº. 24.637, de 10
de julho, que modificou a legislação anterior. É criada a Inspetoria de Higiene e
Segurança do Trabalho, que se transformaria ao longo dos anos em Serviço, em
Divisão, em Departamento, em Secretaria e, mais recentemente, novamente em
Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho. Amplia-se o conceito de doença
profissional, abrangendo um maior número de doenças até então não consideradas
relacionadas ao trabalho, mas que passam a sê-lo. É reconhecida como acidente do
trabalho a doença profissional atípica (mesopatia).
Vale registrar que em 1941 já foi criada a Associação Brasileira para Prevenção de
Acidentes ABPA, que é uma instituição não governamental, criada antes mesmo da
implantação da Consolidação das Leis do Trabalho.
Em 1944 surge a terceira lei de acidentes do trabalho no Brasil, com o Decreto Lei
7.036, de 10 de novembro, que, no seu artigo 82, reformou a legislação sobre o seguro
de acidentes do trabalho. Foi a primeira lei a tratar especificamente do assunto, quando
obrigou as empresas a organizarem comissões internas com o objetivo de prevenir
acidentes. Determinou que as empresas com mais de 100 funcionários constituíssem
uma comissão interna para representá-los, a fim de estimular o interesse pelas questões
de prevenção de acidentes.
Essa Comissão foi então regulamentada, pela primeira vez, pela Portaria 229, baixada
pelo então Departamento Nacional do Trabalho, de onde recebeu sua denominação
utilizada até hoje: Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA).
Normalmente, as empresas que instalavam uma CIPA deixavam-na sob os cuidados do
Departamento de Pessoal ou da Assistência Social da empresa. O Serviço Social da
Indústria - SESI e a Associação Brasileira para Prevenção de Acidentes - ABPA
destacaram-se em colaborar com as empresas na instalação da CIPA e nos seus
primeiros passos.
Ainda sem grandes conhecimentos prevencionistas e quase sempre não bem orientadas,
as CIPAs cometiam sérios erros administrativos, como o de assumir toda a
responsabilidade pela prevenção de acidentes nas empresas, deixando gerentes e
supervisores comodamente fora da responsabilidade pela solução dos problemas de
segurança que existissem, o que era inconcebível, pois hoje se sabe que uma política de
segurança séria deve ter o envolvimento não só da CIPA ou do SESMT, mas de toda a
empresa, inclusive do seu alto escalão.
Como era mais difícil atuar na solução de problemas de segurança nas áreas de trabalho,
pois não havia envolvimento da alta direção das empresas, as CIPAs dedicavam-se mais
a alguns tipos de treinamento que existiam na época e a divulgar o assunto entre os
trabalhadores, por exemplo, por ocasião das palestras de integração de novos
empregados, realizando concursos, caixa de sugestões e outros recursos propostos pela
sua regulamentação.
Por isso, embora cometendo alguns erros, a CIPA tem o mérito de ter sido pioneira na
integração de novos empregados no trabalho e de levar os empregados a fazerem
sugestões para melhoria das condições de trabalho, mesmo várias dessas sugestões
fugindo de sua alçada pela dificuldade de acesso às decisões ocorridas na cúpula das
empresas.
Foi com a atuação da CIPA, embora incipiente, que muitas empresas perceberam a
importância da prevenção de acidentes, notadamente quando visualizavam a
possibilidade de ganhos de produtividade e eliminação de perdas. Sentiram a
necessidade de ampliar as ações preventivas de acidentes, criando a função do inspetor
de segurança, que foi o primeiro profissional com tempo integral nas empresas que se
dedicava à segurança do trabalho.
Nos anos 50, com a instalação de fábricas de automóveis e o uso intenso da eletricidade,
Álvaro Zochio foi o grande líder em segurança no Brasil. Em 1965, surgiu a primeira
estatística de acidentes, quando se viu que se gastava mais com acidentes do que
arrecadava. A prevenção então passou a ser a ordem do dia.
A Lei nº. 5.316, de 14 de setembro de 1967, foi a quinta lei de acidentes do trabalho no
Brasil. Restringiu o conceito de doença do trabalho, excluindo as doenças degenerativas
e as inerentes a grupos etários. O Decreto nº. 61.784, de 28 de novembro de 1967,
aprovou o novo Regulamento do Seguro de Acidentes do Trabalho.
Por volta de 1974, com o fim do período de expansão econômica e iniciada a abertura
política lenta e gradual, novos atores surgem na cena política (movimento sindical,
profissionais e intelectuais da saúde, etc.), questionando a política social e as demais
políticas governamentais. Neste ano, duas medidas muito importantes acontecem no
campo da saúde: a implementação do Plano de Pronta Ação PPA, com diversas medidas
e instrumentos que ampliariam ainda mais a contratação de serviços médicos privados,
antes de responsabilidade da Previdência Social; e a criação do Fundo de Apoio ao
desenvolvimento Social FAS, destinado a financiar subsidiariamente o investimento
fixo de setores sociais (BRAGA & PAULA, in ANDRADE, 2001).
Em 1976, 1,25% do FAS fica destinado à prevenção de acidentes. Surge a sexta lei de
acidentes do trabalho, com a Lei n. 6.367, de 19 de outubro de 1976, que amplia a
cobertura previdenciária de acidente de trabalho, e o Decreto n. 79.037, de 24 de
dezembro de 1976, que aprova o novo Regulamento do Seguro de Acidentes do
Trabalho. Ficam sem proteção especial contra acidentes do trabalho o empregador
doméstico e os presidiários que exercem trabalho não remunerado. Além disso, a lei
identifica a doença profissional e a doença do trabalho como expressões sinônimas,
equiparando-as a acidente do trabalho somente quando constantes da relação organizada
pelo Ministério da Previdência e Assistência Social.
Embora não sendo obrigatório por lei até o início da década de 70, as seções de
segurança do trabalho e seus profissionais foram adotados espontaneamente por
algumas empresas. Nessa década foram criados, por força de lei, os atuais Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho SESMT, e
reconhecidos os seus profissionais. Isto veio consagrar a iniciativa de muitas empresas e
valorizar os profissionais que já vinham se dedicando à prevenção de acidentes e
doenças ocupacionais.
Com a globalização, o Brasil, não por opção própria, mas por não poder se omitir junto
aos seus parceiros comerciais externos, abre suas portas a esse movimento imperioso de
competição internacional, onde a ênfase dada à segurança e saúde do trabalho é muito
grande.
Pouco antes disso, o Brasil, inicialmente através das empresas multinacionais e depois
das empresas nacionais, entra na era da qualidade, com a apresentação da Teoria Z , da
formação dos CCQ Círculos de Controle de Qualidade e das séries de normas para
certificação ISO.
Em 1994, pela Portaria nº. 5, de 8 de abril, é feita nova alteração na NR-5, com a
implantação das metodologias do mapeamento de riscos e da árvore de causas. Essa
alteração da NR-5 resultou da primeira experiência brasileira de um trabalho tripartite,
onde uma comissão formada por representantes do governo, empregadores e
trabalhadores se sentaram à mesa para propor alterações nas normas regulamentadoras.
No entanto, essa alteração não chegou a se concretizar, pois o Ministério do Trabalho
optou por novas rodadas de negociações (CAMPOS, 2001).
Em 1997, através da Portaria nº. 53, de 17 de dezembro, é aprovada a NR-29, que trata
de segurança e saúde do trabalho portuário.
Em 1998, o parágrafo 100 do art. 201, com redação dada pela Emenda Constitucional
n0 20, estabelece que a lei disciplinará a cobertura do acidente do trabalho, a ser
atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado .
Independentemente se ficará com o setor privado, estatal ou será um misto dos dois
regimes, o certo é que as empresas continuarão com a obrigatoriedade do SAT. Outra
discussão a ser feita é se continuará um SAT indenizatório tão somente, uma seja, como
uma compensação financeira, ou se haverá incentivos ou mesmo isenção para as
empresas que conseguirem a redução dos acidentes do trabalho.
Essa colocação nos faz refletir e torna necessária a definição de uma terminologia
consistente, que não deixe dúvidas quanto aos termos empregados. Os termos (e sua
explicação) que foram considerados importantes para este trabalho são:
Exemplos de atos inseguros: não seguir normas de segurança, não inspecionar máquinas
e equipamentos com que vai trabalhar, usar caixotes como escada, não usar E.P.I.
(Equipamentos de Proteção Individual), fazer brincadeiras ou exibição, ingerir bebidas
alcoólicas antes ou durante o trabalho, etc.
Com base nos dados fornecidos pela CAT, o INSS faz a caracterização do acidente do
trabalho ou doença ocupacional ou acidente de trajeto.
Como essas condições estão nos locais de trabalho, podemos deduzir que foram
instaladas por decisão e/ou mau comportamento de pessoas que permitiram o
desenvolvimento de situações de risco àqueles que lá executavam suas atividades.
Conclui-se, portanto, que as Condições Inseguras existentes são, via de regra, geradas
por problemas comportamentais do homem, independente do seu nível hierárquico
dentro da empresa (PIZA, Informações básicas sobre saúde e segurança no trabalho,
1997).
DANO: é a severidade da lesão, ou perda física, funcional ou econômica, que podem
resultar se o controle sobre um risco é perdido. (PIZA, 1998).