Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Capítulo VI
“A razão é espírito quando a certeza de ser toda a realidade se eleva à verdade, e [quando] é
consciente de si mesma como de seu mundo e do mundo como de si mesma.”.
“Sua essência espiritual já foi designada como substância ética; o espírito, porém, é a efetividade
ética.”.
“Essa substância é igualmente a obra universal que, mediante o agir de todos e de cada um, se
engendra como sua unidade e igualdade, pois ela é o ser-para-si, o Si, o agir. Como substância,
o espírito é igualdade-consigo-mesmo, justa e imutável; mas como ser-para-si, é a essência que
se dissolveu, a essência bondosa que se sacrifica. Nela cada um executa sua própria obra,
despedaça o ser universal e dele toma para si sua parte.”.
A comunidade - a lei do alto que vigora manifestamente à luz do dia - tem sua vitalidade efetiva
no Governo, como [o lugar] onde ela é indivíduo. O Governo é o espírito efetivo, refletido sobre
si, o Si simples da substância ética total. Sem dúvida, essa força simples permite à essência
expandir-se na organização de seus membros e atribuir, a cada parte, subsistência e ser-para-si
próprio. O espírito tem aí sua realidade ou seu ser-aí, e a família é o elemento dessa realidade.
Mas, ao mesmo tempo, o espírito é a força do todo que congrega de novo essas partes no Uno
negativo, dá-lhes o sentimento de sua dependência e as conserva na consciência de ter sua vida
somente no todo.
Nenhuma das duas leis é unicamente em si e para si. A lei humana, em seu movimento vital,
procede da lei divina; a lei vigente sobre a terra, da lei subterrânea; a lei consciente, da
inconsciente; a mediação, da imediatez: - e cada uma retoma, igualmente, ao [ponto] donde
procede.
O ato é isto: mover o imóvel, e produzir o que antes só estava encerrado na possibilidade; e com
isso, unir o inconsciente ao consciente, o não-essente ao ser.
Já vimos o que a pura inteligência é em si e para si. Como a fé é a pura consciência calma do
espírito, enquanto da essência, assim a pura inteligência é sua consciência-de-si: sabe, portanto,
a essência não como essência, mas como Si absoluto. (...) A pura inteligência não é só a certeza
da razão consciente-de-si, de ser toda a verdade; mas [também] sabe que ela é isso.
2 - O ILUMINISMO
O objeto peculiar contra o qual a pura inteligência dirige a força do conceito é a fé, - enquanto
forma da pura consciência que se lhe contrapõe no mesmo elemento [do pensamento puro].
Entretanto, acima do saber vão, o saber da essência ainda se mantém firme; e a pura inteligência
só se manifesta em sua atividade peculiar na medida em que se contrapõe à fé.
A pura inteligência sabe a fé como o oposto a ela, à razão e à verdade. Como para ela, a fé em
geral é um tecido de superstições, preconceitos e erros, assim para ela a consciência desse
conteúdo se organiza em um reino de erro.
O conceito absoluto é a categoria; o que significa que o saber e o objeto do saber são o mesmo.
Querendo ensinar à fé a nova sabedoria, o Iluminismo com isso nada lhe diz de novo, porque
para a fé seu objeto é também justamente isto: pura essência de sua própria consciência.
A consciência crente emprega dois pesos e duas medidas, tem dois tipos de olhos e de ouvidos,
dois tipos de língua e de linguagem; tem duplicadas todas as representações, sem pôr em
confronto essa ambiguidade. Ou seja: a fé vive em percepções de dois tipos: - uma, a percepção
da consciência adormecida, que vive puramente em pensamentos carentes-de-conceito; outra,
a da consciência desperta, que vive puramente na efetividade sensível; cada uma leva seu
próprio teor de vida.
A fé é uma pura aspiração, por ser sem conteúdo e não poder ficar nesse vazio; ou porque ao
ultrapassar por sobre o finito, só encontra o vazio. Sua verdade é um Além vazio, para o qual
não se pode achar mais nenhum conteúdo adequado, já que tudo se transmudou diversamente.
Nas figuras até agora [vistas], que se distinguiam em geral como consciência, consciência-de-si,
razão e espírito, decerto já se apresentou também a religião como consciência da essência
absoluta em geral, - mas só do ponto de vista da consciência, que é consciente da essência
absoluta.
Tínhamos porém visto que esse reino da fé somente no elemento do pensar desdobrava seu
conteúdo sem o conceito e por isso soçobrava em seu destino, a saber, na religião do
Iluminismo. Nessa religião se reinstaura o Além supra-sensível do entendimento, mas de modo
que a consciência-de-si fica satisfeita [no] aquém, e não sabe nem como Si, nem como potência
o além supra-sensível, o [Além] vazio que não há que reconhecer nem temer.