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Desafios da Liderança Cristã
1. A visão de liderança na ABU
Quando se fala em liderança, muitas pessoas partem do princípio de que são necessárias
habilidades especiais ou um carisma nato para ser um bom líder. Por este motivo, muitas pessoas,
particularmente no meio cristão, têm calafrios de medo de serem “empurradas” para posições de
liderança.
Na ABU tem-se uma visão um tanto diferente de liderança, em especial liderança cristã. Claro
que é indispensável num líder cristão o compromisso com Deus, mas deve-se ter sempre em mente
que o líder não é o “chefe”, nem tampouco “manda” no grupo, mas sim, é aquele que tem o
compromisso de levar adiante as obras a que o grupo se propõe. Neste sentido, é possível e desejável
que exista um grupo de líderes, ou seja, várias pessoas compromissadas com Deus, com o trabalho e
com o grupo. Assim, além de se evitar a sobrecarga de trabalho sobre um único “líder”, garante-se a
renovação da liderança e a continuidade do grupo após a saída dos primeiros líderes (na melhor das
hipóteses, espera-se que todo estudante “ABUense” se forme algum dia, logo, a liderança precisa ser
continuamente renovada para que o grupo não acabe junto com a saída dos líderes).
2.1. Desânimo
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pode, por sua vez levar à estagnação, à falta de crescimento, à acomodação, e até ao enfraquecimento
da fé.
"Quando perdemos o vigor espiritual, nossa visão começa e desvanecer-se e até pode diminuir nossa
fé."
"A raiz da estagnação é, com frequência, a falta de auto-disciplina."
John Stott (Os desafios da liderança cristã)
Vejamos alguns fatores que podem levar ao desânimo:
- Desilusões: frutos que não são vistos, discípulos que se afastam, decepções com
pessoas que admiramos ou outras desilusões podem gerar uma sensação de revolta ou
de falta de vontade de continuar. É preciso que compreendamos que somos apenas
instrumentos de Deus, muitas vezes falhos, e que não somos nós os responsáveis pela
cegueira das pessoas a quem pregamos a mensagem do evangelho (2Co 3.14 e 4.4).
Além disso, não podemos nos esquecer de nossa fragilidade e sujeição à morte, e a
consequente dependência de Deus, que é soberano e misericordioso para nos usar em
Sua obra, fazendo das fraquezas nossa força (2Co 4.7-18 e 12.9-10).
"Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja
de Deus e não de nós." (2Co 4.7)
"Mas Ele me disse: A minha graça te basta, pois o meu poder se aperfeiçoa na
fraqueza. Portanto, de boa vontade me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em
mim habite o poder de Cristo." (2Co 12.9)
Cabe lembrar ainda que nossa responsabilidade, como cristãos, é a de pregar o
evangelho, chamando pessoas para Jesus, mas não devemos fazer disso uma
“gincana”, contabilizando pontos para cada conversão. Devemos plantar a semente do
evangelho, regar uma semente já plantada, mas é o Espírito que dá o crescimento.
(1Co3.6-7)
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firmemente comprometidos com o serviço para o Senhor, e constantemente
compartilhassem entre si as dificuldades e angústias.
2.2. Tentações
Vivendo no mundo, sabe-se que tentações virão. Em particular, junto com o chamado para a
liderança cristã, algumas tentações comuns que freqüentemente surgem:
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- ser relevante: querer fazer a diferença, ter um papel especial, ser notado.
- ser espetacular: chamar a atenção, ser grandioso.
- ser poderoso: ser reconhecido, ter um “cargo” ou “título”.
Leia Jo 21.15-19
O mundo de hoje, motivado pelo sucesso, nos tenta constantemente a sermos relevantes, a
"aparecermos", a fazermos a diferença, a chamarmos a atenção sendo espetaculares e a
conquistarmos poder. Como cristãos, não devemos deixar que o poder nos seduza, não devemos
permitir que o poder "suba à cabeça", nos cegando para a verdadeira vontade de Deus.
Deus nos chama, independente de nossos feitos ou capacidades, para sermos servos e amarmos
incondicionalmente. Ele nos pergunta "Tu me amas?" e nos convida a segui-lo, abandonando a busca
por sucesso, relevância, fama ou poder, e sermos conduzidos por Ele à cruz de Cristo, encontrando
vida em abundância. Um grande desafio é confessarmos nosso pecado e nossa dependência da
comunhão com Deus. Um líder cristão é chamado para ajudar as pessoas a ouvirem a voz de Deus e
terem essa comunhão.
2.3. Juventude
“Ninguém o despreze pelo fato de você ser jovem, mas seja um exemplo para os fiéis, na Palavra, no
procedimento, no amor, na fé e na pureza. (...) dedique-se à leitura pública da Escritura, à exortação
e ao ensino.” (1Tm4.12-13)
A juventude e a inexperiência podem ser vistos como obstáculos ao cumprimento da obra de Deus,
mas não devem de maneira alguma ser utilizados como desculpa ou pretexto para deixar de fazê-la. O
mesmo Deus misericordioso que nos chama para servi-lo, pode nos capacitar e transformar nossas
fraquezas e fragilidades em pontos fortes, se deixarmos que Ele nos use conforme a Sua perfeita e
santa vontade.
Paulo exorta Timóteo para que ele seja exemplo “na Palavra, no procedimento, no amor, na fé e na
pureza.”
“para que o teu progresso seja manifesto a todos” (v. 15): o líder cristão deve mostrar progresso,
mas também demonstrar uma busca por crescimento diário e constante, em maturidade espiritual e no
trabalho.
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“Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas vou prosseguindo, para ver se poderei
alcançar aquilo para o que fui também alcançado por Cristo Jesus.” (Fp 3.12)
Por fim, Paulo exorta ainda Timóteo a manter firme seu testemunho, sem que haja diferença entre o
falar e o fazer: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina”(v. 16)
3. Vida de vocional
A maneira mais sábia e mais eficaz de enfrentar tantos desafios é manter a vida devocional em
ordem, só assim se obtém a força necessária para vencer todos os obstáculos e cumprir a missão a que
somos chamados. Além disso, muitos dos problemas enfrentados na vida pessoal, espiritual e
devocional do líder cristão se refletem diretamente em sua capacidade de liderança.
"O propósito da leitura bíblica é escutar a voz viva de Deus, e precisamos chegar a ela com uma
viva expectativa." John Stott
4. Leituras recomendadas
“Os desafios da liderança cristã”– John Stott. ABU Editora, 1999, São Paulo-SP
“Paulo, o Líder” – J. Sander. Editora Vida, 1996, Belo Horizonte-MG