EDITORIAL
HOJE É DIA DE DUNGEON CRAWLER!
MARÇO 2018 EDIÇÃO nº 16
Criação e Desenvolvimento
Maury Abreu
Diagramação e Edição
Maury Abreu
Revisão
Maury Abreu
BEHOLDER CEGO
www.beholdercego.blogspot.com.br
beholdercego@gmail.com
BEHOLDER CEGO ® é uma publicação inde-
pendente e inteiramente gratuita. Sua venda
é expressamente proibida.
Todos os jogos, textos e ilustrações são mar-
cas registradas de seus respectivos autores,
utilizados aqui com o único e exclusivo pro-
pósito de resenha.
Proibida a redução total ou parcial do mate-
rial descrito nesta edição sem prévia autori-
zação dos respectivos autores, exceto para
objetivos de resenha.
Se você é RPGista veterano já deve ter escutado o termo dungeon crawler em algum lugar. Em uma tradução livre, o termo significa
“rastejante de masmorra” e se refere a heróis aventureiros acostumados a explorar masmorras. E quando um RPGista fala em masmorra,
não está se referindo apenas a um calabouço ou prisão. Para RPGistas, praticamente “qualquer” ambiente a ser explorado é considerado
uma masmorra: o calabouço, o castelo, o labirinto, a torre, a tumba, o cemitério... até uma floresta pode ser chamada de masmorra em
algumas ocasiões! A BEHOLDER CEGO #16 é dedicada aos dungeon crawlers de plantão.
Comecemos com a matéria de capa, A Maldição da Tumba, uma aventura para personagens de 1º nível de PATHFINDER, marcando
a primeira aparição do sistema em nossas páginas. Trata-se de uma aventura simples e pequena (mas com possibilidades de expansão),
mas com um grande diferencial: no blog você encontra um mapa enorme, montado em folha A2, para imprimir e jogar usando suas
miniaturas! E de quebra, incluí algumas miniaturas de papel para serem usadas na aventura. Apesar da simplicidade da aventura, esse
diferencial me deixou bastante orgulhoso. Espero que gostem também.
A BC#16 também traz um novo monstro para ser usado em PATHFINDER: a aberração ocular, uma alternativa ao beholder, mons-
tro clássico nos RPGs medievais, mas que não é considerado conteúdo aberto (e, portanto, de uso restrito ao D&D). A primeira versão
tinha sido feita para TRPG, mas depois decidi adaptar para o PATHFINDER e publicar aqui na BEHOLDER.
Mas os fãs de TORMENTA RPG não precisam se escabelar – o sistema também está presente nas páginas dessa edição. Primeiro
com A Morte Lhe Cai Bem, uma matéria sobre os mortos-vivos no sistema: novas versões para alguns já conhecidos (como o fantasma e
a banshee) e mortos-vivos cujas estatísticas ainda não foram vistas no sistema (como o soldado-morto e os necrodracos), além de
algumas regras para personalizar mortos-vivos e surpreender os heróis. Mas não para por aí: dando continuidade às aventuras de TRPG
publicadas em edições anteriores, a BC#16 traz A Torre de Laetharell. Agora os personagens dos jogadores terão que explorar a torre de
um mago para descobrir o que aconteceu com ele. Mas eles não fazem ideia do horror que vão encontrar!
O Encontro Aleatório dessa edição também terá um diferencial. No meio de uma viagem, os heróis se deparam com um grupo de
mercenários enfrentando uma ursa-coruja e seus filhotes – com o diferencial que são seres celestiais, nativos de Arbórea. Será que eles
ajudarão os mercenários... ou a ursa-coruja? Aproveito a oportunidade para trazer as regras de criaturas celestiais em TRPG (adaptado
da SRD original).
Nesta edição não teremos resenha. Confesso que não li nada que desejasse compartilhar com os leitores nos últimos meses e não
sabia o que dizer sobre os poucos títulos que li. Até porque no momento estou relendo (pela quarta ou quinta vez) a Trilogia Tormenta,
que já passou pelas páginas da BEHOLDER em edições anteriores. Além disso, descobri que um amigo não RPGista vem acompanhando
a revista. Daí resolvi escrever algo como o bom e velho discurso de “o que é RPG?”, aproveitando para explicar um pouco o que é
OGL. Os leitores mais experientes vão achar a matéria inútil – eu até incentivo a pular essa parte e ir direto para o que lhe interessa.
Mesmo assim, achei que o assunto merecia um comentário ou outro.
Agora chega de papo e vamos ao que interessa, pois um grande mundo de aventuras os aguarda adiante!
Onde Fui Amarrar Meu Burro? 04
O bom e velho “O que é RPG?”
A Morte Lhe Cai Bem 08
Novas versões e novos mortos-vivos em Tormenta RPG
A Maldição da Tumba 18
Uma aventura de 1º nível para Pathfinder com um algo a mais...
Aberração Ocular 28
Quem não tem beholder caça com aberração...
A Torre de Laetharell 40
Prepare-se para entrar em uma “quase” área de Tormenta
Encontro Aleatório 58
Os ursos-coruja e os mercenários

3

Por Maury “Shi Dark” Abreu
maury.abreu@bol.com.br
Tenho a impressão de que a mai-
oria esmagadora dos leitores da
vai achar essa
matéria pouco útil – afinal, creio que
a maior parte dos leitores é composta
por jogadores experientes que conhe-
cem bem o hobby.
Contudo, eu sei de pelo menos um
leitor que assumidamente não entende
muita coisa sobre o RPG de mesa. Tal-
vez seja um espécime único, mas mesmo
assim eu achei que cabia aqui aquele bom
e velho texto explicando nosso hobby.
Então, se você é um RPGista experiente,
pode seguir adiante pois não vai encon-
trar nada de muito diferente do que já viu
por aí. Mas se ainda está conhecendo o
mundo do RPG de mesa, então prepare
os dados, lápis e papel e embarque nesse
mundo de aventuras.
Primeira coisa que você precisa
saber é que o RPG que estamos nos
4
“ ”
referindo aqui não tem nada a ver
com “Reeducação Postural Global”!
A reeducação postural global é uma
técnica fisioterapêutica que nasceu
em 1981 (embora eu só tenha ouvido
falar em meados de 2000). O RPG
que estamos nos referindo aqui sig-
nifica “Role Playing Game” – tradu-
zido como algo do tipo “Jogo de In-
terpretação de Papéis” – e tem ori-
gem um pouco mais antiga.
Conta-se que o jogo de RPG teria
surgido em 1974, durante a febre dos war
games nos Estados Unidos. Enquanto no
Brasil por muito tempo tivemos apenas
o War clássico, nos Estados Unidos exis-
tiam muitos e muitos jogos estratégicos
conhecidos coletivamente como war ga-
mes, onde cada jogador controlava um
pequeno exército e deveria usá-lo para
vencer os outros ou cumprir um obje-
tivo. Era bem comum que o pessoal in-
ventasse seus próprios war games nessa
época.
E foi nessa época que dois amigos,
Gary Gygax e Dave Arneson, jogaram
um war game com temática medieval. Um
deles criou uma fortaleza e desafiou os
amigos a derrubá-la. Os amigos jogaram,
mas não conseguiram vencer a fortaleza,
aí um deles teve uma ideia: disse ao de-
safiante que três de seus melhores luta-
dores tinham encontrado uma passagem
secreta e que iriam invadir a fortaleza a
partir dos esgotos. Ao invés de conside-
rar aquilo uma trapaça o desafiante fez
um novo desafio: ao invés de cada joga-
dor controlar um exército, cada um iria
controlar um único herói. Cada herói te-
ria um conjunto de habilidades especiais
(ataque à distância, luta com espadas,
magia, etc.). O desafiante então criou um
mapa de todo o complexo de esgotos ha-
bitado por monstros mitológicos e fan-
tásticos e os outros deveriam usar seus
personagens para vencer a “masmorra”.
Se não me engano, o grupo não teve
sucesso. Mas a ideia de cada jogador con-
trolar um único personagem ao invés de
um exército era inovadora, permitia que
cada personagem tivesse características
únicas, incluindo personalidade. Dessas
ideias nasceu o DUNGEONS & DRA-
GONS – o primeiro RPG do mundo!
O DUNGEONS & DRAGONS – ou
apenas D&D como ficou conhecido –
tinha uma temática altamente ligada à
fantasia medieval, com elfos, magos, es-
padachins e clérigos. Com o tempo ou-
tros jogos surgiram, cada um ligado a ou-
tras temáticas – terror sobrenatural, su-
per-heróis, desenhos e quadrinhos, co-
média, ficção científica... Hoje a gama de
estilos é enorme, para todos os gostos.
Em um jogo de RPG de mesa
cada participante assume o papel de
um herói e vive todo tipo de aventura
em um mundo fictício. É muito pare-
cido com ler um livro ou assistir a um
filme, com a diferença de que não há
roteiros a seguir – o resultado final
depende inteiramente das escolhas
dos próprios jogadores.
De maneira geral, o RPG não é um
jogo de competição, mas de cooperação.
Um dos jogadores (chamado de mestre,
mestre de jogos ou mestre da masmorra)
propõem um desafio (resgatar uma prin-
cesa, derrotar um dragão, destruir um ar-
tefato maligno de grande poder, etc.) en-
quanto os demais jogadores utilizam as
regras para criar seus personagens e ten-
tam vencer o desafio proposto. Cada
personagem costuma ter seu conjunto de
habilidades especiais (que varia de
acordo com o estilo de jogo) que permi-
tirão ao grupo como um todo vencer o
desafio.
O RPG também pode ser compa-
rado às boas e velhas brincadeiras de cri-
ança, já que tudo acontece unicamente
na mente de seus participantes. Aqui,
cada jogador “descreve” o que seu per-
sonagem fará, e o mestre utiliza as regras
para verificar se ele foi bem-sucedido ou
não. Nada do que acontece no jogo deve
ser transportado para a vida real – lutas,
disputas, inimizades que existem no
jogo, ficam no jogo.
Uma partida de RPG envolve a par-
ticipação de, no mínimo, duas pessoas,
sendo uma delas o mestre, que propõem
o desafio. Não existe limite no número
de participantes, mas para mestres inici-
antes não se recomenda que hajam mais
do que cinco outros participantes. Um
número maior de jogadores pode tornar
a partida lenta e problemática – mas
mestres experientes podem aprender a li-
dar com essa situação.
O mestre pode ser comparado ao di-
retor de um filme ou peça de teatro: ele
conhece a estória que irá se desenvolver,
conhece o enredo e por isso conduz boa
parte do jogo. Mas nem todo o desenro-
lar da estória estará nas mãos do mestre:
muita coisa irá depender das ações dos
jogadores e seu sucesso em lidar com os
desafios propostos.
Atuar como mestre é divertido, mas
não é uma tarefa fácil. Divertido porque
ele tem controle sobre a maior parte dos
eventos que transcorrerão durante o
jogo – o mestre sabe onde estão os desa-
fios, quais os inimigos que os persona-
gens dos jogadores enfrentarão, como
resolver aquela charada mortal... E não é
uma tarefa fácil porque justamente por
estes motivos, o mestre precisa conhecer
muito bem as regras do jogo, ser criativo
e bom de improviso. Os jogadores não
precisam conhecer todas as regras, po-
dem se ater somente àquilo que diz res-
peito aos seus personagens. O mestre,
por outro lado, precisa compreender to-
das elas (ou pelos menos saber onde
consulta-las) para ser capaz de aplicar no
desenrolar do jogo.
Embora seja papel do mestre desa-
fiar os demais jogadores, é importante
lembrar que ele não joga contra os demais.
Um bom mestre propõe desafios que
podem ser vencidos ou contornados pe-
los personagens dos jogadores, mesmo
que com dificuldade. Ele poderia jogar
os personagens contra um perigo contra
o qual não podem lidar – mas qual a
graça disso?
Todo jogo de RPG é dividido en-
tre “ambientação” e “sistema de re-
gras”.
A ambientação é o mundo de jogo, o
cenário onde o jogo ocorre. A ambienta-
ção determina quem são os personagens
mais famosos do mundo, quais as cida-
des conhecidas, os deuses, as raças nati-
vas, as religiões, etc. A Terra Média (lu-
gar onde se passam as estórias narradas
em O SENHOR DOS ANÉIS e O HOB-
BIT) e Westeros (palco da série GUERRA
DOS TRONOS) podem ser citados como
ambientações: são o cenário onde a estó-
ria se desenvolve. Uma ambientação
pode ser inspirada no mundo real ou
completamente fantasiosa – tudo à esco-
lha daquele que a desenvolve.
Já o sistema de regras é o conjunto
de regras necessárias para jogar. Elas ex-
plicam como criar um personagem,
5
 como resolver disputas, testar habilida-
des, conjurar magias... enfim, elas dizem
o que é possível e o que não é possível
fazer no jogo – e como proceder quando
há chances de falha envolvida. Alguns
sistemas de regras são extremamente
simples, usam dados simples de seis la-
dos para determinar o sucesso ou fra-
casso de uma ação. Outros são mais
complexos – a criação de um persona-
gem exige uma série de cálculos e muitos
dos lances de dados para determinar o
sucesso ou o fracasso são realizados com
dados especiais e multifacetados com
quatro, oito, dez, doze ou até vinte lados.
Então quando você ler aqui na
o termo 1d8, por exemplo,
significa lançar um dado de oito lados.
O sistema de regras mais famoso do
mundo continua a ser o D&D, que hoje
encontra-se em sua 5ª Edição (ainda não
há versão nacional). Suas regras são vol-
tadas para jogos ambientados em cená-
rios de fantasia medieval, com humanos
dividindo espaço com elfos, anões, hal-
flings (nome genérico para os hobbits de
O SENHOR DOS ANÉIS), orcs, trolls e
tantos outros seres. Outros dois RPGs
com temática de fantasia medieval muito
famosos são o PATHFINDER e o TOR-
MENTA RPG (ou TRPG), ambos com
regras inspiradas e compatíveis com uma
versão anterior do D&D (e parcialmente
compatíveis entre si).
Outros exemplos de jogos, de outras
temáticas, incluem o STORYTELLER,
sistema de regras utilizado principal-
mente por jogos com ambientação mais
contemporânea como VAMPIRO: A
6
MÁSCARA e LOBISOMEM: APOCALIPSE VAMPIRO: A MÁSCARA e LOBISOMEM: Coast, detentora dos direitos de DUNGE-
(que também estão ganhando novas ver- APOCALIPSE, e, é claro, TORMENTA, o ONS & DRAGONS, lançou a terceira edi-
sões e atualizações), o STARFINDER, maior cenário de RPG já criado no Bra- ção deste aclamado jogo. Ao mesmo
uma versão “ficção científica” do sil. Mas há ainda muitos outros. tempo, a editora tomou uma atitude ino-
PATHFINDER, e os genéricos GURPS e vadora: criou duas Licenças para que ou-
DEFENSORES DE TÓQUIO 3ª EDIÇÃO tras editoras pudessem publicar livros
(ou apenas 3D&T) – este último um Se você leu edições anteriores da compatíveis com D&D e/ou o sistema
RPG brasileiro que começou como uma pode estar se per- de regras utilizado por ele (que ficou co-
sátira aos animes e séries japonesas, mas guntando o que significa o termo “jogos nhecido como Sistema d20).
que cresceu e abraçou vários temas. OGL”. A atitude da Wizards abriu a portas
Entre as ambientações mais famosas OGL significa Open Game Licence – para uma verdadeira enxurrada de jogos
pode-se citar FORGOTTEN REALMS, algo como Licença de Jogo Aberta. Por compatíveis com o sistema mais famoso
voltado para o D&D, o MUNDO DAS volta do ano 2000 a editora Wizards of the do mundo. E embora as edições mais re-
TREVAS, onde ocorrem as aventuras de centes do D&D não sejam consideradas
De todos os sistemas de RPG existentes o mais simples de todos, na minha opinião, é aquele usado nos livros-jogos da
série FIGHTING FANTASY. Suas regras básicas são tão simples que vou reproduzir elas aqui para que o leitor iniciante possa
experimentar uma partida de RPG.
Cada personagem tem somente três estatísticas: HABILIDADE, ENERGIA e SORTE. Para criar um personagem cada jogador
deve fazer o seguinte: (1) jogue um dado comum de seis lados e some 6 ao resultado; essa será a HABILIDADE do personagem;
(2) jogue dois dados comuns de seis lados e some 12 ao resultado; essa será sua ENERGIA; (3) jogue um dado comum de seis
lados e some 6 ao resultado; essa será sua SORTE. Pronto, as estatísticas do personagem já estão definidas. Cada personagem
inicia com uma espada, uma mochila e uma armadura.
A partir de então a partida de RPG já pode começar: o mestre descreve o ambiente, propõem um desafio, e os jogadores
dizem o que seus personagens farão. Existem basicamente duas regras que você precisa conhecer: a regra de combate e a regra
de Testar a Sorte.
Cada monstro ou criatura que os heróis encontrarem no caminho terão um valor de HABILIDADE (normalmente entre 1 e
6) e de ENERGIA (normalmente entre 2 e 12). Se um combate ocorrer, ele será resolvido da seguinte forma: o jogador envolvido
no combate joga dois dados e soma à sua HABILIDADE. Depois o mestre joga dois dados e soma à HABILIDADE do monstro.
Se o jogador obteve um resultado maior, ele acerta o ataque e o monstro perde 2 pontos de ENERGIA; mas se o mestre obteve
um resultado maior, então foi o monstro quem acertou, e o jogador perde 2 pontos de ENERGIA. Repita o processo para cada
jogador e/ou monstro envolvido no combate. Depois que todos agirem, reinicie todo o processo.
Sempre que um jogador disser que quer fazer algo que tem chances iguais de dar certo ou errado, ele terá que Testar sua
Sorte: jogue dois dados comuns de seis lados e se o resultado for igual ou menor que sua SORTE ele teve sucesso, senão terá
falhado. Sempre que Testar a Sorte, o personagem deve reduzir sua SORTE em 1 – por isso não é bom contar muito com a sorte.
Sempre que um jogador fizer alguma coisa muito grandiosa ou heroica, o mestre pode permitir que ele recupere 1 ou 2 pontos
de SORTE.
Esse é um sistema de regras muito simples que você pode usar para começar a jogar. Se surgirem situações não previstas...
use sua imaginação e invente uma regra! Se fizer isso, terá entendido uma das propostas do RPG: criar!
conteúdo aberto (ou seja, agora as edito-
ras não podem lançar livros compatíveis
com o D&D), a Open Game Licence ainda
é válida – então, as editoras ainda podem
usá-la para criar seus próprios jogos. Os
jogos atuais que seguem essa licença são
conhecidos como jogos OGL.
Os jogos OGL atuais são inspirados
nas regras do D&D 3ª EDIÇÃO, o que
faz com que tenham algumas semelhan-
ças entre si (todos tem seis habilidades
básicas e usam dados multifacetados, por
exemplo). Cada um, contudo, tem suas
particularidades, regras que funcionam
um pouco diferente – as raças de TOR-
MENTA RPG, por exemplo, são mais
fortes do que suas equivalentes em
PATHFINDER enquanto MUTANTES E
MALFEITORES, outro jogo OGL, tem
regras para superpoderes!
Embora não sejam RPGs verda-
deiros os livros-jogos são uma boa al-
ternativa para quem ainda não co-
nhece o hobby.
Um livro-jogo é um livro contendo
uma aventura-solo – ou seja, para jogar
você só precisa do livro-jogo, lápis, papel
e um conjunto de dados. Enquanto nos
RPGs o jogo se desenrola envolvendo
um pequeno grupo de jogadores, em um
livro-jogo o leitor joga sozinho. O livro
faz o papel do mestre, descrevendo o ce-
nário à sua volta. No fim de cada descri-
ção, o livro dá ao leitor uma série de op-
ções de ações a tomar – e quando faz sua
escolha, o jogador vai para a referência
cujo número é indicado pelo livro para
ler o resultado de sua ação.
Por exemplo, o livro pode descrever
o cenário da seguinte maneira: “Você ca-
minha pelos corredores cavernosos,
acompanhado pelo irritante som de go-
tejar, até que o túnel à sua frente se di-
vide em dois caminhos. Se desejar ir para
a esquerda, vá para 125; se desejar ir para
a direita, vá para 201”. O jogador então
faz uma escolha entre ir para a esquerda
ou direita e vai para a referência apropri-
ada – e lá ele lê o que há no corredor que
escolheu seguir.
Livros-jogos não são considerados
RPGs verdadeiros pois não envolvem
cooperação dentro de um grupo e são li-
mitados pelas opções oferecidos pelo li-
vro. Mesmo assim, são uma excelente
forma de começar a entender como fun-
ciona o hobby.
Para jogar RPG você não precisa
de muita coisa.
Primeiramente, você precisa reunir
um grupo de amigos que estejam dispos-
tos a contarem, juntos, uma grande estó-
ria de aventura. Um dos jogadores será o
mestre e terá que criar o enredo geral e
inicial da estória, com um desafio a ser
vencido (ou pode usar uma das aventu-
ras publicadas aqui na
). Os demais usarão um conjunto
de regras para criar seus personagens.
Depois disso, caberá ao mestre descre-
ver o ambiente ao redor dos jogadores,
propondo o desafio, enquanto os joga-
dores descrevem as ações de seus perso-
nagens – conversar, atacar, lançar uma
magia, etc. O jogo se desenvolve basica-
mente através de uma conversa, sendo
que cada jogador tem “a sua vez” para
descrever as ações do personagem.
Mas você deve estar se perguntando
“e como eu crio um personagem?”.
Bom, para criar um personagem, você
vai precisar de um manual de regras – um
livro onde são descritas todas as regras
do jogo (como criar personagens, como
resolver conflitos, como testar habilida-
des, etc.). Existem vários manuais de re-
gras, alguns genéricos e outros voltados
para uma temática específica.
O MANUAL 3D&T ALPHA é uma
boa opção para quem está começando, já
que usa um conjunto de regras bastante
simples e pode ser usado em virtual-
mente qualquer temática – da fantasia
medieval à ficção científica, passando
pelo horror moderno e a comédia. Se
você quer algo um pouco mais complexo
e/ou mais ligado ao clássico RPG de
fantasia medieval, pode tentar o Módulo
Básico de PATHFINDER ou de TOR-
MENTA RPG. Ambos existem em ver-
são nacional (TRPG, na verdade, é um
jogo criado no Brasil). Outra boa opção
nacional é o OLD DRAGON, um sistema
inspirado nas versões clássicas do D&D
e com uma temática bem vintage. E se a
língua inglesa não for problema para
você, pode tentar também o Starter Set do
D&D 5TH EDITION. Todos estes podem
ser adquiridos em livrarias, lojas especia-
lizadas e/ou via internet pelos sites de
suas respectivas editoras (como por
exemplo os sites da JAMBO EDITORA e
da RED BOX EDITORA).
Dependendo do sistema que esco-
lher, você talvez precise também de um
conjunto de dados multifacetados. Jogos
OGL utilizam esses dados especiais. Eles
também podem ser encontrados em lo-
jas e livrarias especializadas. E se você
gosta de jogos de tabuleiro, talvez queira
experimentar usar miniaturas em seus jo-
gos – a edição #15 da
trouxe uma matéria inteira dedi-
cada ao uso de miniaturas em jogos de
RPG. No blog, a também
tem disponibilizado material de apoio
para quem gosta de miniaturas. Dê uma
olhada.
Se você quer experimentar o RPG de
mesa, mas ainda não quer investir na
compra de um livro de regras, na página
anterior você encontra um pequeno con-
junto de regras simples e rápidas para co-
meçar uma despretensiosa partida de
RPG, inspiradas nos livros-jogos da série
Fighting Fantasy. Se gostar da experiência,
procure por algum dos livros de regras e
prepare-se para entrar em um mundo de
ação e aventura sem limites!
7
 A Morte
Lhe Cai Bem...
Mundos de fantasia e terror frequen-
temente são permeados pelo sobrenatu-
ral, forças sombrias que por motivos di-
versos negam o descanso eterno a certos
indivíduos, trazendo-os de volta à exis-
tência para uma espécie de “meia-vida”
ou uma vida-morta. Estes seres são ge-
nericamente chamados de mortos-vivos
– ou “caminhantes mortos” como su-
gere o título de uma série muito famosa.
Conta-se que em Arton todos os mor-
tos-vivos são criações de Tenebra, Deusa
das Trevas: dos descerebrados zumbis aos
épicos liches, todos eles existem unicamente
por desejo da deusa sombria. Todos com-
partilham de uma série de características es-
peciais – por exemplo, todos estão ligados à
energia negativa e, por conta disso, não po-
dem ser curados por magias de cura tradici-
onais.
8
TORMENTA RPG apresenta, espalha-
dos em seus vários suplementos, estatísticas
para vários tipos de mortos-vivos: zumbis,
esqueletos, sombras, múmias, vampiros...
Se incluirmos todos os suplementos publi-
cados até o momento, teremos mais de 50
tipos de mortos-vivos para o mestre utilizar
em suas aventuras. Mas ainda há outros...
Confesso que algumas das estatísticas de
mortos-vivos que foram apresentadas até o
momento não me agradaram muito – seja
porque alguns de seus poderes clássicos fo-
ram removidos, seja porque a ficha em si é
muito estática e não permite personalizar os
monstrengos. Essa matéria, portanto, é de-
dicada a eles, os mortos-vivos. Aqui você
encontrará regras alternativas para alguns
dos mortos-vivos vistos nos suplementos
de TORMENTA RPG (como o fantasma e a
banshee), novas regras para acrescentar no-
vos poderes aos mortos-vivos já existentes
e também alguns novos tipos de mortos-vi-
vos – como os perigosos necrodracos!
Banshee
“Conheço o cara ideal para esse ser-
viço...”
– Fharannar, arqueiro elfo referindo-se
a seu velho companheiro Ektor, o Due-
lista Surdo.
Conta-se que quando uma elfa ou fada
morre de maneira violenta seu espírito entra
em desespero e retorna na forma de um fan-
tasma com características especiais, conhe-
cido como banshee.
De pele e cabelos inteiramente branco,
a banshee tem uma forma translúcida seme-
lhante à que tinha em vida. Algumas, po-
rém, adquirem uma aparência mais horripi-
lante após a morte, principalmente aquelas
que sofreram alguma grande tragédia. Dife-
rente dos fantasmas, que estão presos ao
mundo dos vivos por algum assunto inaca-
bado, a banshee conecta-se ao mundo por
pura tristeza e desespero. Isso as torna vir-
tualmente imortais, já que sempre podem
retornar ao lugar onde foram mortas.
Conta-se que a única maneira de as expurgar
é usar a magia santificar no local onde a bans-
hee foi morta pela primeira vez – o que en-
volve “descobrir” onde isso aconteceu.
Ao invés de estatísticas fixas, apresenta-
mos aqui a banshee como um modelo ad-
quirido.
Criando uma Banshee
Para criar uma banshee, escolha uma
elfa ou fada (do sexo feminino) e aplique o
modelo fantasma (visto nesta matéria), ex- pode não encontrar o descanso eterno e re- pode retornar com o rosto retorcido em
ceto pelas modificações abaixo. tornar na forma de um fantasma. eterna agonia).
Sentidos: a banshee pode ouvir os bati- Um fantasma tem uma aparência seme- Todo fantasma tem assuntos inacaba-
mentos cardíacos de qualquer ser vivo. Ela lhante à que tinha em vida – exceto por ser dos e só poderá descansar caso estes assun-
recebe Percepção às Cegas 18m. mais translúcida, como se fosse transpa-
rente. Alguns, porém, tem sua aparência
tos sejam resolvidos – uma vingança, o po-
deroso desejo de proteger alguém ou al-
Ataques Especiais: uma banshee man-
modificada, mostrando alguns traços relaci- guma coisa, um grande amor do qual não
tém todos os ataques especiais da criatura-
onados à sua morte (por exemplo, uma pes- consegue se separar. Alguns fantasmas ten-
base, mas aqueles que requerem contato fí-
soa que tenha sofrido uma morte horrível tam resolver seus assuntos inacabados para
sico só afetarão criaturas incorpóreas. To-
das as banshee possuem Manifestação (veja
o modelo fantasma), Lamentação e Grito da
Banshee. Se a criatura-base tiver 6 níveis ou
mais, recebe um novo ataque especial entre
os disponíveis para fantasmas e mais um
para cada dois níveis adicionais (dois ata-
ques no nível 8, três no nível 10, etc.).
Lamentação: uma banshee pode gemer
e lamentar chorosamente com uma ação pa-
drão. Todas as criaturas vivas a até 9m que
sejam capazes de ouvi-la devem fazer um
teste de Vontade (CD 10 + ½ do nível da
banshee + modificador de Carisma) ou fica-
rão abaladas por 1d6 rodadas.
Grito da Banshee: uma vez ao dia a
banshee pode usar a magia grito da banshee
(CD 10 + ½ do nível da banshee + modifi-
cador de Carisma).
Fantasma
“Dizem que se você falar o nome
dele três vezes seguidas, o espírito vem
puxar seu pé de noite.”
– Lenda contada em Fortuna.
Dizem que quando uma pessoa morre,
mas ainda possui uma forte ligação com al-
guma coisa no mundo dos vivos, sua alma
9
 poderem descansar, enquanto outros ficam
tão confusos que só conseguem perambular
de um lado para o outro nos locais onde
morreram.
Fantasmas foram descritos no Bestiário
de Arton Vol. 2 (pg. 44). As regras a seguir,
porém, permitem criar fantasmas personali-
zados, com poderes um pouco diferentes.
Nestas regras, fantasma é um modelo adqui-
rido que pode ser aplicado sobre um animal,
humanoide ou monstro.
Criando um Fantasma
Para criar um fantasma, escolha um ani-
mal, monstro ou humanoide e faça as se-
guintes mudanças em suas estatísticas. A
partir de agora a criatura será chamada de
criatura-base.
Tipo: muda para morto-vivo.
Sentidos: a criatura-base recebe visão
no escuro 18m. Se já tinha visão no escuro,
não há alteração.
Classe de Armadura: a criatura-base
perde todos os bônus de armadura e arma-
dura natural na CA, mas ganha um bônus
de deflexão igual ao modificador de Ca-
risma ou +1, o que for maior. Basicamente,
sua CA passa a ser 10 + modificador de
Destreza + modificador de tamanho + mo-
dificador de Carisma (ou +1, o que for
maior).
Pontos de Vida: o fantasma terá 6 PV
por nível. Se a criatura-base tiver o talento
Vitalidade acrescente +1 PV por nível.
Resistências: a criatura-base perde o
bônus de Constituição na Fortitude; os de-
mais ficam inalterados. A criatura-base re-
cebe Resistência à Expulsão, Restauração e
10
Incorpóreo (veja abaixo). Também adquire Todos os ataques de um ser incorpóreo Perícias: mantém as mesmas perícias
as qualidades básicas de morto-vivo são ataques de toque – ou seja, ao invés de da criatura-base, mas o fantasma tem +8 de
fazer um ataque contra a CA, o ser incorpó- bônus racial em Furtividade e Percepção.
Resistência à Expulsão: +4 em testes reo faz uma jogada de ataque resistida por Perícias baseadas em Carisma recebem bô-
de Vontade contra expulsar/fascinar mor-
um teste de Reflexos do alvo. nus de +2 devido ao aumento da habilidade.
tos-vivos.
Seres incorpóreos po- Talentos: mantém os mesmos da cria-
Restauração: na maio-
dem entrar e atravessar tura-base.
ria das vezes é muito di-
objetos, mas devem
fícil destruir um fan- Ataques Especiais: um fantasma man-
permanecer adjacentes
tasma. Um fantasma tém todos os ataques especiais da criatura-
ao exterior do objeto
reduzido a 0 PV irá base, mas aqueles que requerem contato fí-
(não podem passar intei-
retornar ao seu lu- sico só afetarão criaturas incorpóreas. Todo
ramente através de um
gar de assombração fantasma tem a habilidade Manifestação e
objeto que ocupe um
em 2d4 dias se tiver recebe mais um dos ataques especiais abaixo
espaço maior do que
sucesso em um para cada dois níveis. Quando um teste de
ele mesmo). Um ser
teste de nível (1d20 resistência é permitido, a CD será igual a 10
incorpóreo é conside-
+ nível do fan- + ½ do nível do fantasma + modificador de
rado sob cobertura total
tasma) contra CD Carisma.
quando está dentro de
16. Via de regra, a
um objeto. Manifestação: um fantasma perma-
única forma de des-
nece a maior parte do tempo no Plano Eté-
truir um fantasma é Deslocamento:
reo, onde não pode ser visto nem afetado
descobrir o que o o fantasma adquire
por objetos e criaturas do Plano Material (o
mantém preso ao deslocamento de voo de 9m, a
mundo dos vivos). Apenas objetos e seres
mundo dos vivos e re- menos que a criatura-base te-
que também estejam no Plano Etéreo ou se-
solver o problema (se nha um deslocamento de voo me-
res incorpóreos podem interagir com o fan-
possível). Isso geral- lhor.
tasma. Quando se manifesta, o fantasma en-
mente envolve muita
Ataques: mantém todos os ataques da tra parcialmente no Plano Material e se
pesquisa...
criatura-base, mas só afetam alvos incorpó- torna incorpóreo, podendo interagir com
Incorpóreo: criaturas incorpóreas não reos. Para ser capaz de usar seus ataques seres vivos. Ele usa uma ação livre para se
podem interagir com o mundo dos vivos – contra seres corpóreos o fantasma deve usar manifestar ou voltar ao Plano Etéreo, mas
são imunes a todos os ataques, exceto armas a habilidade Manifestação. A criatura-base só pode fazer isso uma vez por turno.
mágicas, magias ou ataques de outra criatura também recebe um ataque corpo-a-corpo
incorpórea. Armas mágicas e magias ainda de toque com modificador igual ao bônus
Aparência Horrenda: o fantasma tem
uma aparência horripilante; qualquer cria-
tem 50% de chance de não surtirem ne- base de ataque + modificador de Destreza
tura viva a até 18m que veja o fantasma deve
nhum efeito, a menos que sejam ataques de + modificador de tamanho. O toque do fan-
fazer um teste de Fortitude ou sofrerá 1d4
essência (como mísseis mágicos) ou ataques de tasma pode ter efeitos diversos (veja em ha-
de dano temporário em For, Des e Con. Em
energia positiva ou negativa (como canalizar bilidades especiais).
caso de sucesso a vítima fica imune à apa-
energia). Naturalmente, também são imu-
Habilidades: a Constituição se torna rência horrenda por 24 horas.
nes a manobras de combate realizadas por
nula e a Carisma aumenta em +4. As demais
seres não-incorpóreos. Gemido Assustador: com uma ação
permanecem as mesmas da criatura-base.
padrão o fantasma pode gemer assustadora-
mente, exigindo um teste de Vontade de to-
das as criaturas a até 9m. Aqueles que falha-
rem ficam apavorados por 2d4 rodadas. Em
caso de sucesso a vítima fica imune ao ge-
mido por 24 horas.
Malevolência: uma vez por rodada o
fantasma pode fundir seu corpo ao corpo de
uma criatura no Plano Material (uma cria-
tura viva). Funciona como recipiente arcano,
mas não exige um recipiente. Para usar a ha-
bilidade o fantasma precisa se manifestar e
deve se mover e ocupar o mesmo espaço da
criatura alvo. A vítima tem direito a um teste
de Vontade (CD 15 + modificador de Ca-
risma do fantasma) e se tiver sucesso fica
imune a essa habilidade por 24 horas.
Olhar Corrupto: com uma ação padrão
o fantasma pode olhar para um alvo a até
9m e causar dano igual a 2d10+ ½ do nível
e mais 1d4 de dano temporário em Carisma.
A vítima tem direito a um teste de Fortitude
para negar o efeito.
Telecinesia: o fantasma pode usar tele-
cinesia como uma ação padrão uma vez a
cada 1d4 rodadas.
Toque Absorvente: o toque do fan-
tasma drena 1d4 pontos temporários de
uma habilidade escolhida pelo fantasma.
Cada acerto restaura 5 PV do fantasma.
Toque Corrupto: o toque do fantasma
causa dano igual a 1d6 + ½ do nível.
Nível de Desafio: aumente a ND da
criatura-base em +2.
Equipamento Fantasmagórico
Um fantasma pode manter todo o equi-
pamento que tinha em vida, mas ele se torna
etéreo e não funciona contra alvos vivos (ar-
maduras não conferem bônus de CA no
Plano Material, por exemplo). De modo ge-
ral, a presença do equipamento é apenas es-
tética.
Armas mágicas que o fantasma tinha em
vida podem se tornar equipamento fantas-
magórico. Qualquer arma com bônus de +1
ou superior funcionará contra criaturas vi-
vas – portanto o fantasma pode usá-la para
atacar. Contudo, como acontece com o pró-
prio fantasma, esse ataque tem 50% de
chance de não funcionar contra uma cria-
tura do Plano Material, mesmo que o fan-
tasma esteja manifestado.
Remover um item do corpo físico de um
fantasma faz com que ele perca esse item no
Plano Etéreo. Isso frequentemente desperta
a ira do fantasma, que tenta recuperar o item
a qualquer custo.
Exemplo:
Ogro Comum Fantasma
ND 4
Morto-Vivo 4, Grande (alto), Caótico
e Maligno
Iniciativa +1
Habilidades: For 23, Des 9, Con –, Int corrupto e aparência horrenda (Fortitude
Sentidos: Percepção +9, visão na pe- 6, Sab 9, Car 8. CD 12). Veja as descrições mais a cima.
numbra, visão no escuro 18m.
Perícias: Atletismo +11.
Classe de Armadura: 11 (+2 nível, -1
Necrodracos
tamanho, -1 Des, +1 natural). Talentos: Vitalidade, Foco em Arma
(tacape).
Pontos de Vida: 28.
Equipamento: tacape etéreo, mas só “Pelo menos ele já tá morto, não vai
Resistências: Fort +2, Ref +1, Von funciona contra alvos etéreos. nos dar problemas...”
+1, +4 contra expulsar/fascinar mortos-vi-
vos, restauração, incorpóreo. Tesouro: padrão. – Últimas palavras de um aventureiro
Ataques Especiais: o ogro fantasma inexperiente, ao passar perto da ossada
Deslocamento: 9m, voo 9m. de um dragão.
tem incorpóreo e manifestação (veja a cima)
Ataques Corpo-a-Corpo: tacape eté- e mais dois ataques especiais da lista dispo-
reo +9 (2d8+8, somente alvos etéreos) ou
nível. Para este exemplo escolheu-se toque
toque corrupto +1 toque (1d6+2).
11
 Em Arton os dragões são divididos em
elementais e metálicos – sendo que os me-
tálicos são todos subespécies de dragões
verdes, um dragão elemental. Existe, po-
rém, uma outra categoria de dragões especi-
almente perigosa: os necrodracos.
Necrodracos são dragões mortos-vivos
– dragões que após a morte não encontra-
ram o descanso eterno e retornaram ao
mundo dos vivos. Existem pelo menos qua-
tro tipos de necrodracos conhecidos em Ar-
ton: dragões-esqueletos, dragões-fantasmas,
dragões-zumbis e dracoliches.
Dragão-Esqueleto
Dragões-esqueleto podem surgir natu-
ralmente em locais amaldiçoados, mas tam-
bém podem ser invocados por clérigos e ar-
canos de poder considerável (veja o qua-
dro). Sua aparência é a de uma enorme os-
sada de dragão sem inteligência movida por
um instinto maligno. Suas asas não possuem
membranas entre elas, o que torna impossí-
vel para eles utilizá-las para voar.
Para criar um dragão-esqueleto, escolha
um dragão qualquer e aplique o modelo es-
queleto (Bestiário de Arton Vol. 1,
pg. 58), exceto pelas al-
terações abaixo:
Classe de Arma-
dura: recalcule a CA
da criatura-base
como 10 + ½ do
nível da criatura-
base + modificador
de Destreza + modifica-
dor de tamanho + arma-
dura natural. A criatura-
base perde a armadura natu-
12
ral que tinha em vida, mas recebe um bônus
de acordo com seu tamanho: +0 para Mí-
nimo ou menor, +1 para Pequeno, +2 para
Médio, +3 para Grande, +4 para Enorme,
+6 para Descomunal, +10 para Colossal.
Resistências: a criatura-base perde
qualquer imunidade e vulnerabilidade que
tinha em vida, mas adquire resistências de
morto-vivo.
Deslocamento: o deslocamento em
terra permanece inalterado, mas a criatura-
base perde deslocamento de voo e de nata-
ção, se houverem. Outras formas de deslo-
camento (como escavar) são mantidas.
Ataques: dragões-esqueleto mantém os
ataques naturais que tinham em vida (garras,
mordida, asas, cauda...). Seu modificador de
ataque, porém, será um pouco diferente (re-
calcule o bônus base de ataque). Um cálculo
fácil é dividir o nível do dragão por 2 e re-
duzir o resultado dos modificadores da cri-
atura-base.
Habilidades: Des +1 e Con e Int se
tornam nula. As demais se mantém.
Talentos: a cri-
atura-base
perde to-
dos os ta-
lentos, ex-
ceto Foco em
Arma e
Acerto Crí-
tico Aprimo-
rado (se os ti-
ver). Ele também
ganha Ataques
Múltiplos como um
talento bônus (se já
não o tiver).
Habilidades Especiais: perde todas as
habilidades ligadas a processos orgânicos,
mas se a criatura-base tinha Presença Ater-
radora entre suas habilidades especiais, ela
mantém essa habilidade.
ND: metade da ND original da criatura-
base.
Dragão-Fantasma
As vezes quando um dragão morre e seu
tesouro é saqueado, o monstro volta ao
mundo dos vivos para caçar os responsáveis
por sua desgraça na forma de um dragão-
fantasma. Deste modo, o dragão permanece
vagando no Plano Material até que seu te-
souro seja devolvido ao covil (ou um valor
equivalente).
Para criar um dragão-fantasma, escolha
um dragão qualquer e aplique o modelo fan-
tasma visto nessa matéria, exceto pelas alte-
rações abaixo:
Ataques: o dragão-fantasma mantém
os ataques naturais que tinha em vida, mas
pode usá-los somente contra seres etéreos.
A criatura-base adquire um ataque de toque
com modificador igual ao bônus base de
ataque (igual ao nível do dragão-fantasma)
+ modificador de Destreza + modificador
de tamanho. O toque de um dragão-fan-
tasma pode ter efeitos diversos (veja em ha-
bilidades especiais).
Habilidades Especiais: como o fan-
tasma normal, com exceção das modifica-
ções abaixo. O dragão-fantasma também
pode escolher drenar energia e toque de en-
velhecimento entre as habilidades adicionais
disponíveis.
Sopro: o dragão-fantasma mantém a
arma de sopro que tinha em vida, exceto
Criar Necrodracos
Clérigos e arcanos de poder conside-
rável podem criar dragões-esqueleto e
dragões-zumbi pelo uso das magias criar
mortos-vivos. O nível de poder do necro-
draco, porém, irá depender da magia uti-
lizada.
Com criar mortos-vivos menor é possível
invocar um dragão-esqueleto ou dragão-
zumbi com ND 1 ou menos. Com criar
mortos-vivos, pode-se invocar um necro-
draco com ND até 5. Para invocar um
necrodraco mais forte, com ND até 10,
é necessária a magia criar mortos-vivos
maior. Necrodracos mais poderosos
(com ND a cima de 10) só podem ser
invocados com rituais bastante comple-
xos que exigem o gasto de (1.000 TO) x
ND do necrodraco e componentes ma-
teriais equivalentes a (10 XP) x ND do
necrodraco.
que ela se transforma em um cone ou linha
de frio. O dano permanece inalterado, mas
a CD é reduzida para 10 + ½ do nível do
dragão-fantasma.
Drenar Energia: o toque do dragão-
fantasma impõe dois níveis negativos ao
alvo. Um teste de Vontade anula o efeito
(CD 10 + ½ do nível do dragão-fantasma +
modificador de Carisma).
Toque de Envelhecimento: o toque
do dragão causa envelhecimento, causando
dano temporário de 1d4 em Força e Cons-
tituição. Um teste de Fortitude (CD 10 + ½
do nível do dragão-fantasma + modificador
de Carisma) anula o efeito.
Dragão-Zumbi
Como um dragão-esqueleto, um dragão-
zumbi pode surgir naturalmente por efeito
de alguma maldição ou invocado por cléri-
gos e arcanos de poder considerável. Estes
necrodracos mantém parcialmente a apa-
rência que tinham em vida, exceto por ter
sua pele parcialmente decomposta, muitas
vezes faltando grandes nacos. Suas asas ge-
ralmente possuem grandes furos e rasgos,
mas eles ainda são capazes de voar (embora
em menor velocidade).
Para criar um dragão-zumbi, escolha um
dragão qualquer e aplique o modelo zumbi
(Bestiário de Arton Vol. 1, pg. 127), exceto pe-
las alterações abaixo:
Ataques: dragões-zumbis mantém os
ataques naturais que tinham em vida (mor-
dida, garras, asas, cauda...). Seu modificador
de ataque, porém, será um pouco diferente
(recalcule o bônus base de ataque). Um cál-
culo fácil é dividir o nível do dragão por 2 e
reduzir o resultado dos modificadores da
criatura-base.
Habilidades: igual ao zumbi, exceto
que a Carisma permanece inalterada.
Talentos: a criatura-base perde todos
os talentos, exceto Foco em Arma, Acerto
Crítico Aprimorado e Vitalidade (se os ti-
ver). Ele também ganha Vitalidade como
um talento bônus.
Habilidades Especiais: como o
zumbi normal, mas se a criatura-base tinha
Sopro e/ou Presença Aterradora entre suas
habilidades especiais, ela as mantém con-
forme modificações abaixo.
Sopro: todo dragão-zumbi mantém a
arma de sopro que tinha em vida, exceto
que ela se transforma em um cone ou linha
de frio. O dano permanece inalterado, mas
a CD é reduzida para 10 + ½ do nível do
dragão-zumbi.
Presença Aterradora: se a criatura-
base for um dragão com essa habilidade, ele
continua a ser capaz de utilizá-la normal-
mente.
ND: igual a metade do nível do dragão.
Dracolich
Clérigos e arcanos de grande poder má-
gico às vezes realizam um ritual para vencer
a morte e se transformam em liches – o tipo
mais poderoso de morto-vivo. Como seres
inteligentes e altamente ligados à magia, dra-
gões também são capazes de realizar esse
mesmo ritual, transformando-se em draco-
liches.
Para se transformar em dracolich o dra-
gão deve ser capaz de produzir um item má-
gico chamado de poção do dracolich – o
que exige o talento Preparar Poção, 14 gra-
duações em Conhecimento (Arcano) e a ca-
pacidade de conjurar magias de 6º nível ou
superior. O dragão também precisa gastar o
equivalente a 5.000 TO para produzir a po-
ção. Não é raro que o dragão receba apoio
de outra criatura para produzir a bebida.
Quando ela é ingerida, o dragão morre em
poucas horas e sua alma é transferida ao fi-
lactério. Em poucos dias a alma retorna ao
corpo morto e já em decomposição, dando
origem ao dracolich. Como ocorre com os
liches normais, um dracolich só pode ser
destruído se seu filactério também for des-
truído.
Em aparência, um dracolich se parece
com um dragão-esqueleto ou dragão-
zumbi, mas mantém toda sua vasta inteli-
gência e conhecimento.
Para criar um dracolich, escolha um dra-
gão Maligno que seja capaz de produzir a
poção de dracolich e aplique o modelo lich
(Bestiário de Arton Vol. 1, pg. 93), exceto pe-
las alterações abaixo:
Classe de Armadura: a armadura natu-
ral da criatura-base aumenta em +2 (ao in-
vés de +5).
Deslocamento: independentemente de
sua aparência um dracolich mantém seu
deslocamento de voo. Se a criatura-base não
tinha deslocamento de voo, o dracolich re-
cebe essa capacidade com 12m.
Ataques: mantém os mesmos ataques
da criatura-base, mas ataques naturais cau-
sam 1d6 de dano adicional por frio (somado
ao bônus de 1d8+5 por energia negativa).
Habilidades Especiais: mantém as
mesmas da criatura-base, exceto pelas mo-
dificações abaixo, e adquire Sopro, Presença
Aterradora, Filactério, Toque Paralisante,
Controlar Mortos-Vivos e Olhar Paralisante
(descritos abaixo e/ou no Bestiário de Arton
Vol. 1, pg. 93).
Sopro: o sopro se torna um cone ou li-
nha de frio e sua CD passa a ser 10 + ½ do
nível do dragão + modificador de Carisma.
Presença Aterradora: aumente a CD
em +1 pelo aumento de Carisma.
Controlar Mortos-Vivos: dracoliches
podem usar controlar mortos-vivos uma vez por
dia, mas não pode usar outras magias en-
quanto sustenta esse efeito.
Olhar Paralisante: o olhar do dracolich
pode paralisar alvos a até 12m por 2d6 ro-
dadas. Fortitude, (CD 10 + ½ nível do dra-
colich + modificador de Carisma) anula e
torna o alvo imune por 24 horas.
ND: o mesmo da criatura-base +3.
Soldado-Morto
“A morte não é suficiente para meus
inimigos. A vida não é o suficiente pra
mim.”
– Litania de Keenn, Deus da Guerra.
13
 Conta-se que quando um guerreiro fer-
voroso e poderoso dá sua vida em uma ba-
talha sangrenta em honra a Keenn, Deus da
Guerra, nem mesmo a morte consegue
amenizar sua ânsia por batalhas. Isso ocasi-
onalmente faz com que estes lutadores vol-
tem ao mundo dos vivos, dando origem
àqueles que são chamados de soldados-
mortos.
Um soldado-morto é um habilidoso
guerreiro morto-vivo. Alguns devotos de
Tenebra alegam que seu surgimento se ori-
ginou de um pacto entre Tenebra, Deusa
das Trevas e dos mortos-vivos, e Keenn há
muitos milênios. A maioria dos devotos de
Keenn não aceita essa teoria, alegando que
o surgimento dos soldados-mortos é unica-
mente uma vontade Keenn.
Soldados-mortos se assemelham a es-
queletos sempre trajados como habilidosos
guerreiros – armaduras pesadas, elmos, vá-
rias armas... Seus olhos brilham uma luz
avermelhada e eles geralmente são silencio-
sos e incapazes de falar – mas há casos de
soldados-mortos que mantém uma inteli-
gência parcial.
Furiosos e inteiramente devotados ao
combate, estes mortos-vivos atacam tudo o
que encontram no caminho – incluindo ou-
tros soldados-mortos! Costumam vagar
pelo local de sua morte, por isso são mais
frequentemente encontrados em grandes
campos de batalha. Aqueles que mantém
parte de sua inteligência podem vagar pelo
mundo em busca de novos desafios.
Criando um Soldado-Morto
“Soldado-morto” é um modelo adqui-
rido que pode ser aplicado a qualquer cria-
tura que tenha pelo menos 5 níveis na classe
14
guerreiro – chamado a partir de agora de cri- em +2 devido ao aumento de Destreza. A por talentos (como Foco em Arma). A cria-
atura-base. Para criar um soldado-morto, maioria dos soldados-mortos (90%) terão tura-base também adquire dois ataques adi-
faça as alterações abaixo nas estatísticas da Sab 10 (veja adiante) e neste caso a criatura- cionais com garra que causam dano igual a
criatura-base. base também perde o modificador de Sab uma adaga própria para seu tamanho (so-
em Vontade, mas recebe +2 por Vontade frendo apenas -2 nesse ataque duplo devido
Tipo e Nível: muda para morto-vivo.
de Ferro (veja adiante). Se a criatura-base ao talento Ataques Múltiplos).
Níveis de guerreiro se mantém inalterados,
manteve parte de sua inteligência, o teste de
mas níveis raciais mudam para morto-vivo. Habilidades: recebe For +4 e Des +4,
Vontade aumenta em +1 (devido à redução
Níveis em outras classes são perdidos. mas a Con se torna nula. Para a maioria dos
de Sab e o talento Vontade de Ferro, veja
soldados-mortos (90%) a Int se torna nula,
Tendência: muda para Neutro e Ma- adiante).
a Sab se torna 10 e a Car se torna 1. Alguns
ligno.
A criatura-base também recebe imuni- poucos indivíduos (10%) sofrem apenas -2
Iniciativa: torna-se igual a (nível total dade a frio, redução de dano 5/esmaga- em cada uma dessas habilidades (Int, Sab e
+3) + modificador de Destreza (veja adi- mento e +4 em testes de Vontade contra ex- Car), mantendo um valor mais elevado nes-
ante). pulsar/fascinar mortos-vivos. tas habilidades.
Sentidos: recebe visão no escuro 18m Ataques: recalcule o bônus base de ata- Perícias: perde todas as perícias, mas
(se já não tiver). A maioria dos soldados- que; basicamente o bônus base de ataque Iniciativa se torna uma perícia treinada.
mortos (90%) terão Sab 10 (veja adiante) e será igual a (½ dos níveis de morto-vivo) +
Talentos: perde todos os talentos, ex-
neste caso a criatura-base perde seu bônus (níveis de guerreiro). A criatura-base man-
ceto talentos de combate, Fortitude Maior,
de Sabedoria na Percepção. Se a criatura- tém bônus de Força em ataques corpo-a-
Reflexos Rápidos e Vontade de Ferro. Tam-
base manteve parte de sua inteligência (veja corpo e de Destreza em ataques à distância
bém recebe Ataques Múltiplos e Vontade
adiante) a Percepção sofre -1 devido à redu- (sendo que essas habilidades aumentarão
de Ferro como talentos bônus.
ção de Sab. conforme visto adiante) e bônus oferecidos
Classe de Armadura: a criatura-base
recebe armadura natural +4 ou mantém sua
própria armadura natural (o que for maior).
Bônus por Destreza é aumentado em +2
(devido ao aumento dessa habilidade) e a
criatura-base mantém qualquer modificador
por armadura, Talento ou tamanho. Os de-
mais são perdidos.
Pontos de Vida: recalcule os PV da cri-
atura-base. Basicamente, a criatura terá PV
igual a (nível de morto-vivo x 6) + (nível de
guerreiro x 5). Se a criatura-base não tiver
nenhum nível racial de morto-vivo, acres-
cente 20 PV aos PV da classe guerreiro. Bô-
nus pelo talento Vitalidade são mantidos (1
PV por nível por talento).
Resistências: perde o bônus de Con
em Fortitude (se houve) e Reflexos aumenta
 Habilidades Especiais: perde todas as Exemplo: cudosB, Vitalidade, Foco em Arma (tacape), tos-vivos de certo tipo podem tê-los. Tam-
habilidades de classe que não sejam da Fortitude MaiorB, Vitalidade, Trespassar, bém, alguns poderes exigem que se faça cer-
classe guerreiro. Demais habilidades especi-
Ogro Soldado-Morto ND 5 Ataque Poderoso, Golpe com Duas Mãos, tas alterações nas estatísticas do morto-vivo,
ais se mantém, exceto aquelas ligadas a pro- Morto-Vivo 4/Guerreiro 6, Grande Ataques Múltiplos, Vontade de Ferro. aumentando ND ou acrescentando ou reti-
cessos orgânicos (cura acelerada, engolir, (alto), Neutro e Maligno rando alguma habilidade. Você também
* Esclarecimento sobre a lista de Talentos: “B”
faro, veneno, sopro...). A criatura-base tam- pode estudar os poderes de outros mortos-
Iniciativa +12 indica talento bônus; todo ogro tem Usar Armas
bém adquire a habilidade Fúria. vivos e personaliza-los para que funcionem
(simples e marciais), Usar Armaduras (leves e mé-
Sentidos: Percepção +5, visão na pe- com o morto-vivo que está usando – por
Fúria: soldados-mortos são lutadores dias) e Usar Escudos como talentos bônus. Ao ad-
numbra, visão no escuro 18m. exemplo, um zumbi capaz de drenar sangue.
fervorosos e podem entrar em fúria (+2 em quirir níveis em guerreiro o ogro se tornou multi-
ataques e dano, RD 1, CA -2) durante 5 ro- Classe de Armadura: 23 (+5 nível, -1 classe, por isso pode escolher um talento ou perícia Aura Negativa
dadas uma vez ao dia. Ele não fica cansado tamanho, +4 natural, +2 Des, +3 arma- da lista de guerreiro; neste caso, escolheu Fortitude
após entrar em fúria. dura). Maior. Os demais talentos foram adquiridos por ní- O morto-vivo emana uma aura de ener-
veis ou como técnicas de luta. gia negativa.
Equipamento: a criatura-base mantém Pontos de Vida: 74.
todo o equipamento que tinha quando mor- Equipamento: gibão de peles, tacape. Pré-requisitos: morto-vivo qualquer.
reu. Resistências: Fort +7, Refl +7, Von
+12, imunidade a frio, RD 5/esmagamento, Tesouro: equipamento. Benefício: magias de cura conjuradas a
Tesouro: o único +4 em testes de Vontade contra ex- até 18m do morto-vivo tem seu efeito redu-
Fúria: quando entra em fúria o soldado- zido pela metade. Cura Acelerada também é
tesouro da criatura- pulsar/fascinar mortos-vi- morto passa a ter CA 21, RD 1 e ataca com reduzida pela metade.
base passa a ser o vos. tacape +19 (2d8+21, 19-20) ou 2 garras +16
equipamento que Alterações: aumente a ND do morto-
Desloca- (1d6+14). O efeito dura 5 rodadas.
ele carrega. vivo em +1.
mento: 6m. Nota: Este exemplo não usa as estatísti-
ND: igual a
1/3 dos níveis de Ataques cas do ogro capanga, mas sim a do ogro co- Aura Negativa Maior
Corpo-a- mum com 6 níveis de guerreiro.
morto-vivo O morto-vivo emana uma aura de ener-
+ ½ dos ní- Corpo: tacape
gia negativa maior.
veis de guer- +18 (2d8+21,
reiro, arredon-
dados para
19-20) ou 2
garras +15 Poderes Pré-requisitos: morto-vivo qualquer.
Benefício: magias de cura conjuradas a
(1d6+14).
cima.
Habilidades:
Sombrios até 18m do morto-vivo tem seu efeito redu-
zido para o mínimo. Cura Acelerada não
For 29, Des 14, Con Seus jogadores já enfrentaram tantos funciona.
–, Int –, Sab 10, mortos-vivos que nem tem mais medo Alterações: aumente a ND do morto-
Car 1. deles? Já conhecem todos os seus pode- vivo em +2.
Talentos: res e como enfrenta-los? Então que tal
Usar Armas (sim- pegá-los de surpresa? Cria Maldita
ples e marciais)B, A seguir estão descritos alguns poderes O morto-vivo consegue criar outros
Usar Armaduras que o mestre pode acrescentar a qualquer como ele quando mata uma vítima.
(leves e mé- morto-vivo. Alguns dos poderes tem pré-
dias)B, Usar Es- requisitos, o que significa que apenas mor- Pré-requisitos: morto-vivo corpóreo.

15
 Benefício: toda criatura morta pelo
morto-vivo é amaldiçoada e retorna como
um novo morto-vivo do mesmo tipo que o
matou em 1d4 dias.
Alterações: sem alterações.
Drenar Energia
O toque do morto-vivo consegue dre-
nar sua energia vital.
Pré-requisitos: morto-vivo qualquer,
Car 12+.
Benefício: o morto-vivo recebe um ata-
que de toque corpo-a-corpo que não causa
dano, mas exige sucesso em um teste de
Vontade (CD 10 + ½ dos níveis de morto-
vivo + modificador de Carisma). Em caso
de falha, a vítima sofre 1d2 níveis negativos.
Alterações: sua ND aumenta em +1.
Drenar Magia
Este fantasma consegue sugar energias
mágicas com seu toque.
Pré-requisitos: morto-vivo incorpó-
reo, Car 12+.
Benefício: o fantasma recebe um ata-
que de toque corpo-a-corpo que não causa
dano, mas exige sucesso em um teste de
Vontade (CD 10 + ½ dos níveis de morto-
vivo + modificador de Carisma) por parte
de um alvo conjurador. Em caso de falha, a
vítima perde 1d6 Pontos de Magia. Para
conjuradores que preparam magias, aquelas
de níveis mais altos são perdidas primeiro.
Alterações: aumente a ND em +1.
16
Esqueleto Flamejante
Esse esqueleto é curiosamente envol-
vido por uma aura de chamas que queima
aqueles ao seu redor.
Pré-requisitos: esqueleto.
Benefício: todas as criaturas adjacentes
ao esqueleto sofrem 1d6 de dano por fogo
no início de seu turno. Ataques desarmados
realizados contra o esqueleto causam 1d6 de
dano adicional ao atacante.
Quando o esqueleto flamejante é redu-
zido a 0 PV ele explode e causa 1d6 de dano
para cada dois níveis que possua. Um teste
de Reflexos (CD 10 + ½ dos níveis de
morto-vivo) reduz o dano à metade.
Alterações: o esqueleto perde sua imu-
nidade a frio e torna-se vulnerável ao frio
(50% a mais de dano). Por outro lado, ele
recebe imunidade a fogo. Aumente a ND
em +1.
Grito Incapacitante
Algumas banshees conseguem usar seu
grito para derrubar seus alvos.
Pré-requisitos: banshee.
Benefício: uma vez por dia a banshee
pode gritar na direção de um alvo vivo a até
18m. A vítima deve ter sucesso em um teste
de Vontade (CD 10 + ½ dos níveis de
morto-vivo + modificador de Carisma) ou
cairá inconsciente. As únicas coisas capazes
de acordar a vítima são desejo restrito e magias
mais poderosas. A própria banshee pode
despertar um alvo inconsciente emitindo
um novo grito com uma ação padrão.
Alterações: aumente a ND da banshee
em +2.
Pestilência com CD +1, o terceiro com CD +2, o
quarto com CD +3 e o quinto com CD +4).
Uma doença degenerativa contamina
esse morto-vivo, podendo infectar alvos de Alterações: aumente a ND do morto-
seus ataques. vivo em +2.
Pré-requisitos: morto-vivo corpóreo,
ataque natural de garra, pancada ou mor- MAURY “SHI DARK” ABREU
dida. maury.abreu@bol.com.br
Benefício: uma vítima atingida por um
ataque natural deste morto-vivo deve fazer
um teste de Fortitude (CD 10 + ½ dos ní-
veis de morto-vivo) ou será contaminado
pela pestilência: dano de 1d4 temporário em
Con; no dia seguinte deve fazer um novo
teste e se falhar sofre mais 1d4 temporário
em Con.
Alterações: aumente a ND do morto-
vivo em +1.
Pestilência Maior
Uma doença degenerativa contamina
esse morto-vivo, podendo infectar alvos de
seus ataques.
Pré-requisitos: morto-vivo corpóreo,
ataque natural de garra, pancada ou mor-
dida.
Benefício: uma vítima atingida por um
ataque natural deste morto-vivo deve fazer
um teste de Fortitude (CD 10 + ½ dos ní-
veis de morto-vivo) ou será contaminado
pela pestilência: dano de 1d4 temporário em
Con; nos dias seguintes deve fazer novos
testes e se falhar sofre mais 1d4 temporário
em Con por falha, até obter um sucesso.
Cada golpe pestilento aumenta a CD em
+1 para o próximo teste (por exemplo, uma
vítima atingida cinco vezes fará cinco testes,
o primeiro sem modificador, o segundo
17
 A Maldição
da Tumba
 Armadilha  Localidade  Monstro
 NPC/PdM  Nota/Regra  Tesouro
Por Maury “Shi Dark” Abreu
maury.abreu@bol.com.br

A Maldição da Tumba é uma aven-
tura para PATHFINDER RPG. A aventura
foi projetada para um grupo de persona-
gens entre 1º e 2º nível, somando cerca
de 4 a 6 níveis de experiência.
Esta é uma aventura bastante simples e
muito tradicional – a típica exploração de
masmorra. A única diferença é que a “mas-
morra” é, na realidade, uma antiga tumba
abandonada e amaldiçoada. Mesmo assim,
esta é uma aventura marcante aqui na
BEHOLDER CEGO por uma característica
única: no blog da revista você pode baixar
um pdf contendo um mapa para ser im-
presso e utilizado na mesa de jogo com suas
miniaturas! O mapa é grande, deve ser im-
presso em uma página de tamanho A2 (42
cm de altura por 59,4 cm de largura), o que
vai exigir que você vá até uma loja especiali-
zada. Mas se não quiser usar o mapa não tem
problema – você também pode jogar da ma-
neira tradicional, apenas descrevendo o am-
biente para seus jogadores.
E se você quer usar o mapa, mas não tem
miniaturas... seus problemas acabaram!
Ainda no blog, você encontra um outro ar-
quivo pdf (este em tamanho A4 mesmo)
com material adicional para complementar o
mapa – e de quebra, acrescentei algumas mi-
niaturas de papel para recortar e montar.
Embora tenha sido escrita e projetada
para PATHFINDER RPG, A Maldição da
Tumba também pode ser jogada utilizando-
se outros jogos que sigam a OGL (Open
Game License), como o bom e velho D&D
3.5 e mesmo TORMENTA RPG. A aventura
descreve alguns locais de ambientação (a vila
de Stroud e seus arredores), mas é apenas
uma sugestão para ambientar os heróis. Se
desejar, você pode utilizá-la em Golarion,
em Arton ou em qualquer outro mundo de
fantasia que preferir – basta substituir
Stroud por uma outra vila costeira de sua
preferência e ignorar os outros locais.

18
A Vila de Stroud
e seus Arredores
Localizada próxima à costa, no ponto
onde o Rio Manto Lazúli encontra o oce-
ano, Stroud é uma vila de médio porte
cujos habitantes vivem principalmente
da pesca, da caça e da extração de miné-
rios nas minas localizadas mais ao norte.
Stroud foi fundada há mais de 100 anos
pelos primeiros pescadores a se estabelece-
rem no local. Por muito tempo a então pe-
quena aldeia sobreviveu unicamente da
pesca e da agricultura. Isso mudou quando o
 Stroud (vila grande): População
2.600 (humanos 55%, halflings 20%,
anões 13%, meio-elfos 6%, elfos 4%, ou-
tros 2%). Economia: limite 3.000 PO,
posse 390.000 PO. Governo: conselho.
Religião: mar 35%, terra 30%, natureza
15%, paz 10%, trapaça 5%, outros 5%.
Tendência: Neutra. Importações: bebidas,
especiarias, tecidos, vestuário, vidro. Ex-
portações: armas, artesanato, frutos do mar,
grãos, metais brutos.
Personagens Importantes: Keffen Negrá-
gua (halfling, aristocrata 6, NB), Balfa-
romm Forjaferro (anão, guerreiro 5, CN),
Nathasha Stone (meio-elfa, guerreira
2/patrulheira 3, OB), Athella (humana,
clériga 3, OB), Roggarom Martelo-Atroz
(anão, especialista 8, ON), Sinaryel Lyen-
derall (elfa, druida 6, N), Kor’kash (meio-
orc, patrulheiro 7, CB).
Outras Estatísticas: trabalhadores trei-
nados 40%, trabalhadores não-treinados
30%, empreendedores 20%, guardas e
soldados 5%, criminosos 5%.
jovem herdeiro da família Negrágua desco-
briu, acidentalmente, a existência de miné-
rios valiosos em cavernas localizadas ao
norte da comunidade. Antes que a notícia se
espalhasse, o patriarca da família Negrágua
(até então uma simples família de halflings
pescadores) recolheu todas as suas econo-
mias e adquiriu domínio sobre aquelas terras
– terras que eram consideradas improduti-
vas, devido ao terreno muito pedregoso.
Poucos meses depois teve início um forte
processo de exploração dos minérios locais,
o que levou ao enriquecimento da família
Negrágua. Um grande número de anões mi-
neiros do clã Forjaferro se mudou para
Stroud e formou pactos e alianças com os
Negrágua para exploração das minas. Gra-
dualmente outros anões, pertencentes a ou-
tros clãs, também se mudaram para a comu-
nidade. O mais famoso deles é Roggarom
Martelo-Atroz, o ferreiro mais habilidoso da
aldeia, conhecido por produzir armas de ex-
celente qualidade.
Stroud cresceu rapidamente. Em cinco
anos passou de um povoado com pouco
mais de 300 habitantes para uma grande vila
com mais de 2.000. Ataques de bandoleiros
em busca dos valiosos recursos produzidos
pela vila forçaram o estabelecimento de uma
guarda forte. A influência da família Negrá-
gua e do clã Forjaferro cresceu junto com a
comunidade. Hoje a vila é governada por um
conselho cujos membros são indicados pelo
monarca de Iovallör, capital do reino locali-
zada mais a nordeste. Como esperado, o
conselho tem como seu líder Keffen Negrá-
gua, apoiado por outros membros de famí-
lias influentes. Keffen é um halfling bom,
que preza pelo crescimento e desenvolvi-
mento da comunidade – não é raro, porém,
que ele defenda primeiro seus próprios inte-
resses e os da guilda de mineradores, lide- têm entrado em conflito com trogloditas que
rada pelo anão Balfaromm Forjaferro. Ou- parecem habitar algumas das cavernas mais
tro membro influente no conselho é Athella profundas.
– que é também a líder da Igreja das Águas,
Seguindo a estrada para o sul de Stroud
construída na época da fundação da comu-
o viajante pode chegar ao Escudo de
nidade.
Amhar, um pequeno forte construído como
Embora não seja assolada por grandes defesa contra piratas que atacavam a costa
perigos, Stroud não é uma vila tão pacata. O no passado. O lugar tem esse nome em ho-
rápido crescimento populacional e enrique- menagem a Amhar Wygarth, um paladino
cimento de algumas famílias atrai constante- que deu sua vida para proteger os inocentes
mente ladrões, bandoleiros e similares – em- quando Stroud foi atacada por piratas mui-
bora crimes mais sérios, como assassinatos e tos anos atrás.
grandes intrigas ainda sejam raros. A lei é
Para o leste de Stroud, além da Mata dos
mantida pela guarda local, chefiada por Na-
Uivos, ficam a grande cidade mercantil de
thasha Stone, uma meio-elfa bastarda que di-
Iovallör e a pequena vila de Verdecanto.
zem ser filha de um nobre élfico de alguma
Para chegar lá, porém, o viajante primeiro
região distante. Não tendo sido reconhecida
precisa passar pela Estalagem do Velho
por seu pai, Nathasha assumiu para si o so-
Urso, localizada bem onde a estrada se di-
brenome Stone e tornou-se mercenária, até
vide entre leste e norte. Fundada por
decidir se estabelecer em Stroud.
Kor’kash, um opulento meio-orc e aventu-
A região do entorno de Stroud é de am- reiro aposentado, a estalagem tem esse nome
plas planícies onde várias famílias menores devido a um enorme urso negro que habi-
estabeleceram moradia e plantam grãos. Al- tava a região – morto por Kor’kash, hoje sua
guns moinhos se espalham pela costa. A forma empalhada enfeita o interior da esta-
norte e nordeste fica a ampla Mata dos Ui- lagem.
vos, uma região selvagem conhecida por
A noroeste de Stroud localiza-se a
abrigar um grande número de lobos, inclu-
Tumba dos Heróis, um lugar sagrado que
indo os perigosos rubropelo, uma espécie de
abriga os cadáveres de antigos heróis da re-
lobo maior e mais agressiva. Há boatos da
gião – incluindo Amhar Wygarth. O povo de
existência de lobisomens na floresta, mas
Stroud respeita seus heróis e costuma pres-
nunca foi confirmado. O lugar é protegido e
tar homenagens aos mortos em datas espe-
vigiado por Sinaryel Lyenderall, uma druida
cíficas. Nos últimos tempos, porém, os al-
élfica que também protesta veementemente
deões têm sido impedidos de se aproximar
contra a exploração desenfreada das Minas
da tumba. Viajantes relatam terem visto
dos Negrágua, onde a família Negrágua e
zumbis e esqueletos perambulando nas pro-
os anões do clã Forjaferro exploram recur-
ximidades. Alguns até afirmam terem escu-
sos minerais. A druida alega que a prática
tado sons macabros ecoando através das
trará desequilíbrio ao ecossistema da região.
grandes portas de pedra...
As minas estão localizadas ao norte da vila e
são compostas por um enorme complexo de
cavernas. Nos últimos tempos os mineiros
19
20

Introdução:
Envolvendo
os Heróis
Como pode ver, a região em torno de
Stroud contém várias possibilidades de
aventura. A mais urgente delas, porém, é a
profanação da Tumba dos Heróis. Há algu-
mas semanas, um grupo de goblins, lidera-
dos por um clérigo hobgoblin, invadiu a
tumba e estabeleceu uma base para a realiza-
ção de rituais macabros em nome de sua di-
vindade maligna. Seus ritos irritaram os mor-
tos e muitos levantaram de suas tumbas e co-
meçaram a perambular pela região. Um
grupo de heróis se faz necessário para pôr
fim às maquinações dos goblinoides.
Se desejar conferir aos jogadores uma
oportunidade de interpretação e envolvi-
mento com o povo de Stroud, você pode ini-
ciar a aventura na vila ou mesmo na Estala-
gem do Velho Urso e deixar que os PdJs in-
terpretem seus personagens, conversem
com o povo e clientes da estalagem e, cedo
ou tarde, acabarão ouvindo os rumores so-
bre a profanação da tumba. Esperamos que
seu senso de justiça (paladinos?) ou sua ânsia
por matar monstros sejam suficientes para
fazê-los investigar a tumba. Se isso não fun-
cionar, você pode sugerir a possibilidade de
encontrar tesouros na tumba – ao que pa-
rece, muitos dos heróis sepultados lá foram
enterrados com seus pertences mais valio-
sos. E há boatos de uma câmara secreta que
esconde um pequeno tesouro! Claro, heróis
honrados (de novo, paladinos?) podem con-
siderar a apropriação do tesouro como algo
inglório e errado, mas caberá ao mestre lidar
com a situação.
Caso escolha seguir esse rumo para o iní-
cio da aventura, os detalhes ficarão por sua
conta. Sinta-se à vontade para criar persona-
gens e situações, usando as informações so-
bre Stroud e a região como base – ou ignore
totalmente toda a informação e crie tudo
novo! A escolha é sua.
Agora, se você não tem muitas ideias de
como desenvolver esse início e prefere algo
mais simples e direto, apenas leia o texto
abaixo para ambientar os jogadores e então
parta direto para a aventura!
Após dias de caminhada por este
vasto mundo, seguindo em direção à
costa sudoeste, vocês alcançaram uma
vila chamada de Stroud, um lugar apa-
rentemente tranquilo que vive da pesca e
da exploração de recursos minerais nas
minas ao norte. Logo nos primeiros dias,
porém, vocês percebem que a tranquili-
dade local parece ter sido abalada. Boa-
tos estranhos tem chegado a seus ouvi-
dos, boatos envolvendo cadáveres am-
bulantes.
Conversando com aldeões, reco-
lhendo informações aqui e ali, vocês gra-
dualmente começam a compreender a
situação. A noroeste de Stroud há um lu-
gar chamado de Tumba dos Heróis, um
local considerado sagrado pelo povo,
pois abriga os corpos de alguns dos mai-
ores heróis do passado. Mas há alguns
dias um grupo de viajantes que passava
pelo local encontrou as grandes portas
de pedra da tumba escancaradas. Apro-
ximando-se para investigar, os viajantes
foram recebidos por um odor desagradá-
vel de podridão, acompanhado de sons
macabros. Momentos depois a explica-
ção tornou-se evidente, quando dois se-
res decadentes, ossos expostos e peda-
ços de carne podre pendendo, investi-
ram na direção dos desavisados viajan-
tes. Um deles foi pego de surpresa e tom-
bou rapidamente, transformando-se em
um banquete para aquelas criaturas me-
donhas. Os demais correram desespera-
dos.
O povo de Stroud está indignado! Al-
guém, ou alguma coisa, profanou aquele
lugar sagrado e despertou os mortos. Al-
guns temem um ataque por parte dos
profanadores ou dos tais cadáveres am-
bulantes. Movidos pelos mais variados
sentimentos – altruísmo, desprezo, co-
biça ou apenas o desejo de aventura – vo-
cês seguem na direção da Tumba, dis-
postos a pôr um fim à sombria ameaça.
Os motivos que levam os PdJs a explorar
a tumba podem variar – clérigos bondosos e
paladinos provavelmente considerarão isso
uma missão sagrada, ladinos podem desejar
os prováveis tesouros que a tumba esconde,
patrulheiros talvez tenham mortos-vivos
como seus inimigos naturais... e qualquer
aventureiro pode considerar essa uma boa
oportunidade para debulhar monstros! O
motivo exato não tem muita importância,
contanto que todos escolham seguir ao local.
E assim, a aventura começa.
Parte Única:
A Tumba
A aventura começa quando os PdJs
adentrarem a tumba. Se estiver usando o
mapa, coloque as miniaturas dos jogadores
nos primeiros ladrilhos do aposento 1, pró-
ximos à entrada.
Há um mapa menor da Tumba nas pró-
ximas páginas. Cada uma das câmaras tem
um número; toda vez que os PdJs entrarem
em uma nova câmara numerada, veja a des-
crição da câmara de acordo com seu nú-
mero. Textos em negrito e itálico podem
ser lidos para os jogadores, o restante é in-
formação apenas para o mestre.
Portanto, se você não for o mestre, então
por favor, pare de ler.
1) Câmara de Entrada (NE 1)
Seguindo a estrada a noroeste de
Stroud, após algumas horas de viagem,
vocês se aproximam do local que ouvi-
ram falar: no topo de uma colina ligeira-
mente elevada jaz um belo mausoléu,
pedra cinzenta recoberta por musgo e
trepadeiras. Longos arabescos cobrem a
superfície pétrea e vocês podem ver duas
estátuas angelicais, forma humanoide e
asas, posicionadas pouco a cima da
porta de entrada, suas lanças eretas
como se mantivessem guarda. A estru-
tura não impressiona por seu tamanho:
pouco mais de 10 metros de largura e
quase metade disso em comprimento.
Quando se aproximam, vocês perce-
bem que as grandes portas de pedra es-
tão abertas, um estranho e macabro ru-
ído ecoando de seu interior. Determina-
dos, vocês se aproximam e adentram a
estrutura. A luz do lado externo ilumina
a câmara de entrada, ocupada por dois
grandes sarcófagos de pedra. Ambos es-
tão abertos, um dos tampos tombado e
quebrado ao lado, enquanto o outro
ainda recobre parte da abertura.
21
 Um calafrio atravessa suas espinhas pode aumentar ou diminuir a quantidade de
quando um forte gemido ecoa do interior adversários nesta câmara – se houverem
de um dos sarcófagos. Dedos apodreci- poucos jogadores, inclua apenas os dois
dos emergem da borda, logo seguidos zumbis no encontro e remova os esqueletos.
por um crânio recoberto por carne de-
Se estiver usando o mapa e miniaturas,
composta. Um dos olhos pendendo
coloque um dos zumbis sobre um dos sar-
frouxo no rosto, a criatura ergue-se do
cófagos – esse é o zumbi mencionado no
túmulo e olha na sua direção. Armas em
texto introdutório. Para os demais, você
riste, vocês se preparam para enfrentar a
pode escolher qualquer posição. Os mortos-
ameaça – e então percebem o gemido
vivos atacarão qualquer um que entrar na
macabro aumentar e se propagar, emi-
tumba – os zumbis realizarão uma investida
tido por outras gargantas. O ocupante
contra o primeiro adversário que encontra-
do sarcófago não é a única criatura nesta
rem, enquanto os esqueletos se aproximarão
câmara...
com seu deslocamento normal e então ata-
Logo na primeira câmara, os PdJs terão carão.
que enfrentar um pequeno grupo de zumbis
e esqueletos. São quatro adversários, dois  Investida. Esse ataque especial per-
zumbis e dois esqueletos de halflings. Suas mite se mover o dobro do deslocamento e
estatísticas estão no bloco de texto. Um dos atacar na mesma rodada. Para isso o perso-
zumbis é o zumbi de um velho gnomo, por nagem deve se deslocar pelo menos 3m (2
isso tem tamanho Pequeno (o que altera um quadrados) antes do ataque e só poder fazer
pouco suas estatísticas). Se desejar, o mestre um ataque. O personagem investindo recebe
+2 na jogada de ataque, mas sofre -2 na CA
até o final do turno. Não é possível investir  Ouvir Som. Sucesso em um teste de
 Esqueleto (2): ND 1/3, XP 135; NM morto-vivo Médio, Iniciativa +5, Percep- sobre terreno difícil (quadrados com uma Percepção (CD 20) permite ouvir sons dis-
ção +0, visão no escuro 18m; CA 16 (+2 Des, +2 armadura, +2 natural), toque 12, des- marca de triângulo no mapa). (PATHFIN- tantes de cânticos ecoando pelos corredores
prevenido 15; PV 4 (1d8); Fort +0, Ref +2, Von +2; Desl. 9m; corpo-a-corpo: cimitarra DER Livro Básico pg. 197.) da escada que levam à câmara 5.
quebrada +0 (1d6) e garra -3 (1d4-1) ou 2 garras +2 (1d4+2); BMC +2, DMC 14; For
14, Des 15, Con –, Int –, Sab 10, Car 10.  Afastar/Comandar Mortos-Vivos. A câmara de entrada é parcialmente ilu-
Perícias & Talentos: Iniciativa Aprimorada. Clérigos com os talentos Afastar Mortos-Vi- minada pelas luzes do exterior (considera-
Equipamento: camisão de cota de malha quebrada (bônus +2), cimitarra quebrada. vos ou Comandar Mortos-Vivos podem ten- mos que os PdJs entraram na tumba durante
Defesas: RD 5/concussivo, imunidade a frio, características de morto-vivo. tar afastar ou comandar os zumbis e esque- o dia; se não for o caso, talvez sejam neces-
 Zumbi (2): ND 1/2, XP 200; NM morto-vivo Médio, Iniciativa +0, Percepção letos. Eles têm direito a um teste de Vontade sários alguns ajustes). Todas as demais câ-
+0, visão no escuro 18m; CA 12 (+2 natural), toque 10, desprevenido 12; PV 12 (2d8+3); para negar o efeito. (PATHFINDER Livro Bá- maras e corredores, porém, estão às escuras
Fort +0, Ref +0, Von +3; Desl. 9m; corpo-a-corpo: pancada +4 (1d6+4); BMC +4, sico pgs. 118 e 121.) (exceto pela câmara de número 10) e os PdJs
DMC 14; For 17, Des 10, Con –, Int –, Sab 10, Car 10. terão que improvisar seus próprios meios de
Os PdJs podem investigar a câmara de
Perícias & Talentos: Vitalidade. iluminação. As descrições das câmaras con-
entrada, se desejarem, mas não há nada para
Defesas: RD 5/cortante, características de morto-vivo. sideram que eles providenciaram uma fonte
ser encontrado ali. Duas escadas, localizadas
Zonzo: Pode realizar uma ação de movimento ou ação padrão por rodada, não ambas. de luz – se não for o caso, faça as devidas
em paredes opostas, conduzem a uma área
Para se mover e atacar ele precisa fazer uma investida. alterações.
subterrânea. Se algum personagem quiser
Zumbi Pequeno: o zumbi pequeno tem CA 13 (toque 11, desprevenido 13), BMC +3, tentar ouvir algum som nos corredores,
DMC 13 e ataca com pancada +5. pode tentar um teste de Percepção (CD 20).

22
2) Corredor Subterrâneo
(NE ½)
Descendo as escadas lentamente
para evitar quedas, vocês logo emergem
no meio de um corredor com pelo menos
três metros de largura. Apesar da escuri-
dão, vocês podem ver uma porta dupla
de madeira à direita. Para a esquerda, o
corredor se estende por mais alguns me-
tros. É possível ver algumas reentrâncias
em ambas as paredes, onde formas gran-
des e volumosas postam-se eretas com
armas em mãos, parecendo proteger
uma grande caixa de pedra.
Este corredor está completamente vazio.
As grandes estátuas representam dois guer-
reiros com armaduras completas e parecem
ameaçadoras – mas nenhuma delas criará
vida para atacar os PdJs. A “caixa” de pedra
no final do corredor é outro sarcófago, tam-
bém aberto. Este, porém, está vazio – ele era
originalmente ocupado por um dos esquele-
tos da câmara de entrada. Não há nada de
útil ali dentro.
Comparando o mapa da página anterior
com o mapa em tamanho A2 você perceberá
que falta um aposento. Atrás do sarcófago
há uma passagem secreta que conduz à câ-
mara do tesouro (câmara nº 4). Se algum dos
PdJs procurar por passagens secretas na-
quela parede, e se obtiver sucesso, você pode
inserir a câmara sobre o mapa e revelar sua
existência aos jogadores.
O problema é que abrir a passagem se-
creta também ativa uma armadilha mecâ-
nica, fazendo dois dardos serem disparados
através de minúsculas reentrâncias na pedra.
Os dardos são disparados na direção de
qualquer personagem que estiver ocupando
os dois quadrados logo à frente da passagem
secreta (ou seja, os quadrados do final do
corredor). Personagens que estejam mais re-
cuados, mas estejam em uma linha reta em
relação a esses quadrados também podem
ser atacados – mas para cada quadrado após
o primeiro, o “ataque” da armadilha é redu-
zido em -2; se o modificador chegar a +0,
então o dardo perde força e não pode mais
ferir o PdJ.
 Passagem Secreta. Percepção (CD
20) para encontrar.
 Armadilha de Dardo. ND 1, arma-
dilha mecânica, Percepção (CD 20) para en-
contrar, Operar Mecanismos (CD 20) para
desarmar. Gatilho: toque; reajuste: não; efeito: 2
ataques +10 (1d3) contra alvos diferentes.
3) Cripta (NE 2)
Um forte rangido ecoa pelo corredor
quando vocês abrem as portas de ma-
deira, agitando alguma coisa lá dentro.
Repentinamente vocês são surpreendi-
dos por uma rápida revoada que voa na
direção de seus rostos. Passado o susto
inicial, vocês percebem tratar-se de ino-
fensivos morcegos, furiosos por terem
seu refúgio invadido.
Quando a revoada enfim dispersa –
alguns abrigando-se nos cantos superio-
res, outros voando através dos corredo-
res – vocês olham o lugar com maior
atenção. Um grande caixão de pedra
ocupa o centro desta câmara, tampo liso
com um símbolo semelhante a uma cruz
entalhado em dourado e o que parece
uma placa de bronze com alguns dizeres
em sua base. Dois braseiros estão posi-
cionados no fundo da câmara, mas suas
chamas já se apagaram há tempos. Um
silêncio mórbido ocupa o interior desta em sua lâmina. O escudo, porém, parece
câmara. quase novo – trata-se de um escudo de aço leve
obra-prima. Se alguém tentar pegá-lo, porém,
Este local é a cripta onde foi enterrado
o esqueleto criará vida e atacará!
Amhar Wygarth, o antigo herói que prote-
geu Stroud de um ataque de piratas no pas- O esqueleto de Amhar é mais forte e está
sado. A placa de bronze no sarcófago diz: mais bem equipado do que os esqueletos da
“Amhar Wygarth, campeão de Stroud. Que os deu- primeira câmara – ele é um campeão esque-
ses o recebam com honra e glória”. lético. Suas estatísticas são um pouco dife-
rentes daquelas vistas no Bestiário de
A cripta está quase inteiramente vazia,
PATHFINDER (ele tem níveis de guerreiro
exceto pelo cadáver do próprio Amhar, des-
ao invés de combatente e equipamentos di-
cansando sobre o sarcófago. Se os PdJs abri-
ferentes).
rem o túmulo, leia-lhes o seguinte.
Se estiver usando o mapa e miniaturas,
O grande tampo de pedra cai no chão
coloque a miniatura do campeão esquelético
produzindo um estrondo forte que ecoa
em um dos dois quadrados ocupados pelo
pela câmara e além. No interior do tú- sarcófago. Perceba que a miniatura estará so-
mulo, a forma esquelética de um huma-
bre terreno difícil, por isso terá certa dificul-
noide de estatura humana descansa
dade em seu deslocamento (um quadrado
tranquilamente. Um grande e belo es-
conta como dois). Feito isso, dê início ao
cudo com uma cruz estilizada dese- combate. Se os PdJs conseguirem derrota-lo,
nhada em sua superfície cobre o peito do
podem levar seu equipamento.
esqueleto. Vocês veem o cabo do que pa-
rece ser uma espada longa depositado  Ataque Surpresa. Quando o esque-
logo atrás do escudo. Quem quer que te- leto atacar, todos devem fazer um teste de
nha sido em vida, certamente era um lu- Percepção (CD 15) e se falharem serão con-
tador de grande respeito e admiração. siderados surpreendidos.
A espada está bastante velha e desgas-
tada (embora ainda possa ser usada para fe-
rir) e tem indecifráveis runas élficas talhadas
 Amhar, Campeão Esquelético (1): humano guerreiro 1; ND 2, XP 600; OM
morto-vivo Médio, Iniciativa +6, Percepção +6, visão no escuro 18m; CA 20 (+2 Des,
+5 armadura, +2 natural, +1 escudo), toque 12, desprevenido 18; PV 17 (2d8+1d10+3);
Fort +2, Ref +2, Von +3; Desl. 6m; corpo-a-corpo: espada longa +5 (1d8+3/19-20);
BMC +5, DMC 16; For 17, Des 15, Con –, Int 9, Sab 10, Car 12.
Perícias & Talentos: Furtividade +1, Intimidação +7, Percepção +6; Ataque Poderoso,
Foco em Arma (espada longa), Iniciativa Aprimorada, Trespassar, Vitalidade.
Equipamento: cota de malha velha (bônus de armadura +5), escudo leve de aço obra-
prima, espada longa velha (-1 em ataques e dano).
Defesas: resistência à canalização +4, RD 5/concussivo, imunidade a frio, característi-
cas de morto-vivo.
23
  Surpreendido. Um personagem mobília, exceto por uma arca de madeira aparece no mesmo arquivo das miniaturas. pouco mais de um metro das grandes
surpreendido não pode agir na rodada sur- e ferro posicionada à esquerda da passa- Coloque o marcador exatamente embaixo de portas. A passagem não parece natural,
presa e não recebe bônus de Destreza na gem secreta que acabaram de encontrar. um dos PdJs, ou até mesmo de uma maneira parece ter sido escavada posteriormente.
CA. que mais de um PdJ ocupe o mesmo espaço Grandes blocos e cascalho acumulam-se
Esta câmara secreta foi construída para
do enxame. Considere que o enxame co- na passagem.
 Escudo Leve de Aço Obra-Prima. guardar algumas das oferendas dos fiéis aos
meça a se agrupar naquela posição, sendo to-
Bônus de armadura +1, penalidade por ar- heróis mortos e também algumas de suas an- Exceto pelos pequenos morcegos, esse
talmente invulnerável antes disso.
madura +0, chance de falha arcana 5%; peso tigas posses. Alguns tesouros interessantes corredor está vazio. A passagem à direita
3 kg. Preço: 159 PO. poderão ser encontrados aqui. Se o enxame for reduzido a 0 PV, as ara- conduz a uma outra porção da tumba – esta
nhas irão se dispersar, correndo através de porção, porém, tinha sido fechada em tem-
4) Câmara Secreta (NE 1) Embora a câmara secreta esteja vazia,
fissuras nas paredes. Se os PdJs fugirem, o pos passados depois que um grupo de ara-
dentro de 1d4+1 rodadas um pequeno en-
enxame poderá persegui-los até metade do nhas gigantes fez de uma das câmaras seu ni-
A câmara à sua frente tem o ar pesado xame de minúsculas aranhas invadirá o lugar
corredor subterrâneo (câmara 2), mas não nho. Quando profanaram a tumba, os gobli-
e um odor bolorento que se propaga na para picar e afastar os invasores. O enxame
além disso. O enxame pode se reagrupar e noides encontraram a passagem selada e a
escuridão. Algumas teias de aranha es- é imune a ataques de armas, apenas ataques
voltar a atacar em 1d3 horas. abriram. Encontraram as grandes aranhas já
palham-se pelo local e vocês percebem o e magias com efeito de área podem afetá-los.
mortas, tomando aquilo como um sinal de
movimento destes pequenos aracnídeos Uma tocha ou outra fonte de fogo pode ser  Arca. Dentro da arca há uma espada sua divindade profana. Os goblinoides, en-
sobre elas. Quando suas tochas e fontes usada como uma arma improvisada que curta obra-prima com runas élficas na lâmina tão, alcançaram o santuário no fundo da
de luz iluminam o chão da câmara, ime- causa 1d3 de dano. onde se lê Yallorim (“vingadora”, em élfico tumba e o transformaram em um local de
diatamente vocês percebem alguma antigo) (vale 320 PO), um par de belas ma-
Para o enxame de aranhas você pode adoração a sua divindade maligna.
coisa brilhar: velhas moedas de ouro e noplas (no valor de 12 PO), uma estatueta
prata! A câmara não possui nenhuma usar, ao invés de miniaturas, o marcador que
de bronze desgastada (43 PO) e um manto Não há muito a ser feito neste corredor.
velho e rasgado com símbolos sagrados. Se algum jogador for até a porta para tentar
 Enxame de Aranhas (1): ND 1, XP 400; N inseto Diminuto (enxame), Espaço ouvir algo do outro lado, poderá fazer um
 Moedas no Chão. No chão da câ- teste de Percepção (CD 18) para ouvir o som
3m, Iniciativa +3, Percepção +4, visão no escuro 18m, sentido sísmico 9m; CA 17 (+3
mara secreta há algumas moedas de ouro e de uma respiração pesada, entrecortado por
Des, +4 tamanho), toque 17, desprevenido 14; PV 9 (2d8); Fort +3, Ref +3, Von +0;
prata bem velhas e gastas; seu valor total rosnados baixos.
Desl. 6m, escalar 6m; corpo-a-corpo: enxame (1d6 mais veneno e distração); BMC –,
soma 28 PO.
DMC –; For 1, Des 17, Con 10, Int –, Sab 10, Car 2.
6) Capela (NE 1)
Perícias & Talentos: Escalar +11, Percepção +4. 5) Corredor Subterrâneo
Defesas: imunidade a ação mental e dano de armas. As portas abrem-se ruidosamente e
Enxame: para atacar o enxame se move para ocupar um espaço ocupado por um alvo Enquanto descem a escada em espi- dão passagem a uma câmara quadran-
(podendo cobrir um espaço de 3m), o que provoca um ataque de oportunidade. Ele não ral, vocês começam a ouvir sons agudos gular, medindo cerca de seis metros de
realiza ataques, causa dano automaticamente em todas as criaturas que estiverem ocu- e gritados. No fim dos degraus, a fonte lado a lado. Um grande altar, ladeado
pando o mesmo espaço que ele no final de seu deslocamento. Imune a acertos críticos, do som voa sobre suas cabeças: peque- por dois braseiros apagados, ocupa a
flanquear, derrubar e agarrar. Imune a dano de armas e magias, exceto magias de área nos morcegos fazem deste lugar seu lar. maior parte da câmara. Trapos e restos
(50% a mais de dano destas magias). Os degraus os levam ao final de um de velhas tapeçarias rasgadas mostrando
Distração: criaturas atingidas pelo enxame devem fazer teste de Fortitude (CD 11) ou corredor que segue para a direita, termi- símbolos sagrados ainda podem ser vis-
ficam nauseadas por uma rodada (não pode atacar, conjurar magias ou concentrar-se). nando no que parece um par de grandes tas penduradas em todas as paredes.
Mesmo que tenha sucesso, conjurar ou concentrar magias dentro de um enxame exige portas de madeira. O som baixo do vento
um teste de nível de conjurador (CD 20+nível da magia) e usar perícias que requerem Sua avaliação da câmara é interrom-
uivante ecoa pelo corredor e vocês sen- pida quando um som rosnado e pro-
concentração exige teste de Vontade (CD 20). tem-no tocar seus rostos. Olhando mais
Veneno: ferimento, Fortitude (CD 11); frequência 1/rodada por 2 rodadas; efeito 1d2 For; fundo ecoa pelo lugar. Movendo-se len-
atentamente, percebem que parece ha- tamente do outro lado do altar uma
cura 1 sucesso. ver uma passagem à direita no túnel,

24
forma canina e sarnenta com nariz acha-
tado e dentes protuberantes caminha
para seu campo de visão. O animal pa-
rece um grande rato de pernas eretas,
quase inteiramente desprovido de pelos.
Antes que possam reagir, o animal rosna
e investe em sua direção.
A criatura nesta câmara é um cão goblin,
o animal de estimação dos goblinoides, que
transformaram a capela em uma espécie de
canil – restos de algum pequeno animal
ainda podem ser vistos em um dos cantos da
câmara, bem como uma tigela com água.
O cão goblin atacará qualquer criatura
não goblinoide que adentrar a capela. Não
há itens de valor para serem encontrados
aqui. Coloque a miniatura no mapa logo ao
lado do altar e então dê prosseguimento ao
combate.
Se desejar, você pode incluir mais um ou
dois cães goblins nesta câmara. Faça isso
apenas se houverem muitos jogadores (cinco
ou mais) ou se todos eles forem bastante ex-
perientes.
7) Caminho das Estátuas
Passando por cima dos escombros e
entulhos vocês alcançam um corredor
longo e largo, tornado estreito por várias
estátuas de pedra localizadas em ambas
as paredes. As estátuas estão posiciona-
das lado a lado até onde a vista alcança,
todas representando homens de armas,
espadas pétreas em uma mão e escudo
na outra. Nenhum som se propaga pela
câmara, exceto o de suas botas pisando
no cascalho.
Apesar das estátuas, este corredor é ino-
fensivo. Nenhuma delas criará vida para ata-
car – mas os PdJs podem pensar diferente,
portanto deixe-os examiná-las à vontade.
Não há nada importante nesta câmara.
8) Câmara da Aranha (NE 1)
A porta de madeira se abre e dá pas-
sagem para uma câmara ampla reco-
berta por teias de aranha nas paredes e
parte do chão. Uma grande forma apro-
ximadamente circular, com oito longas
hastes projetando-se dela, está estirada
no centro da câmara. Uma passagem à
direita parede levar mais profundamente
na tumba.
Quando seus pés tocam os primeiros
blocos de pedra que compõem a câmara
a estranha forma estremece e as protube-
râncias erguem-se. Vocês agora podem
ver que se trata de uma grande aranha,
medindo quase a largura de um hu-
mano. Quando o animal se aproxima,
porém, vocês percebem pústulas e feri-
mentos abertos por todo seu corpo. Seu
abdome parece parcialmente rasgado,
quase como se lhe faltasse um pedaço, e
algumas de suas longas patas aparentam
ter sido parcialmente decepadas.
Ecoando um chiado agudo, a estra-
nha criatura caminha na direção de vo-
cês, quelíceras movendo-se frenetica-
mente a fim de se alimentar de sua
carne...
A antiga aranha gigante que transformou
essa câmara em seu ninho morreu há alguns
anos – mas por algum efeito macabro, talvez
provocado pelos goblinoides, não permane-
ceu morta, e retornou na forma de uma cu-
riosa aranha zumbi!
Se estiver usando o mapa e as miniaturas,
coloque a miniatura da aranha gigante em
um dos quadrados recobertos por teia. Em-
bora as teias sejam consideradas terreno di-
fícil, eles não o são para a aranha, que pode
se deslocar normalmente nestes quadrados.
A criatura atacará ferozmente qualquer um
que se aproximar, podendo até mesmo per-
seguir os PdJs pelos corredores.
Não há itens importantes para serem en-
contrados aqui, exceto os restos ósseos de
um antigo gnomo devorado pela aranha há
muitos anos (quando ela ainda era viva).
9) Fosso Escondido (NE 2)
Comparando o mapa numerado apre-
sentado em páginas anteriores com o mapa
em tamanho A2 você perceberá que há uma
diferença neste corredor. O motivo é sim-
ples: neste local há um fosso escondido, ati-
vado imediatamente no momento em que al-
guém pisar em qualquer dos quatro quadra-
dos que o compõem.
A menos que algum dos jogadores ale-
gue que ficará para trás, deixe que todos os
jogadores movam suas miniaturas através do
corredor e só anuncie a armadilha no final
do turno – assim você poderá pegar todos
de surpresa. Há um marcador para a armadi-
lha no material suplementar do blog, que
você pode imprimir e colocar sobre o mapa
depois que ela for ativada.
Personagens que estejam ativamente
procurando por armadilhas podem vir a de-
tectá-la (veja as estatísticas da armadilha
abaixo). Se a armadilha for localizada poderá
ser desarmada – ou os PdJs podem apenas
evitar os quadrados que a ativam.
Caso a armadilha seja ativada, leia o texto
a seguir para os jogadores.
 Cão Goblin (1): ND 1, XP 400;
N animal Médio, Iniciativa +2, Percepção
+1, visão no escuro 18m, faro; CA 13 (+2
Des, +1 tamanho), toque 12, despreve-
nido 11; PV 9 (1d8+5); Fort +4, Ref +4,
Von +1; Desl. 12m; corpo-a-corpo: mor-
dida +2 (1d6+3 mais reação alérgica);
BMC +2, DMC 14; For 15, Des 14, Con
15, Int 2, Sab 12, Car 8.
Perícias & Talentos: Furtividade +6; Vi-
talidade.
Defesas: imunidade a doenças.
Reação Alérgica: uma criatura que não
pertença ao subtipo goblinoide mordida
pelo cão goblin deve fazer um teste de
Fortitude (CD 12) ou terá alergia que pro-
voca -2 em Des e Car por 1 dia. Cura má-
gica e remover doença curam a alergia.
 Aranha Gigante Zumbi (1): ND
1, XP 400; NM morto-vivo Médio, Inici-
ativa +2, Percepção +0, visão no escuro
18m, sentido sísmico 18m; CA 14 (+2
Des, +2 natural), toque 12, desprevenido
12; PV 22 (4d8+4); Fort +1, Ref +4, Von
+4; Desl. 9m, escalar 9m; corpo-a-corpo:
mordida +4 (1d6+1); BMC +4, DMC 16;
For 13, Des 15, Con –, Int –, Sab 10, Car
10.
Perícias & Talentos: Vitalidade.
Defesas: imunidades de morto-vivo,
RD 5/cortante.
Zonzo: pode realizar uma ação de mo-
vimento ou ação padrão por rodada, não
ambas. Para se mover e atacar ela precisa
fazer uma investida.
Cercados pela escuridão, vocês cami-
nham em frente no túnel. Parece haver
uma porta na extremidade oposta. Vocês
ouvem alguns ruídos, mas logo perce-
bem serem os passos de alguns peque-
nos ratos, esgueirando-se pelos cantos.
25
 Um leve gotejar também ecoa pelo cor-
redor, mas exceto por isso o silêncio im-
pera.
Até que um estalo soa logo abaixo de
seus pés. Vocês sentem o equilíbrio lhes
escapar, sentem uma força puxando-os
para baixo. Antes que pudessem proces-
sar o ocorrido, o chão debaixo de seus
pés desaparece, dando lugar a um escuro
vazio...
Os quatro primeiros PdJs a se desloca-
rem pelo corredor cairão na armadilha, po-
dendo fazer testes de Reflexos para tentar
evita-la. Depois que a armadilha for desco-
berta e/ou ativada, saltar sobre o fosso exi-
girá testes de Acrobacia (CD 15). Em caso
de sucesso, o personagem alcança a outra ex-
tremidade. Do contrário, deverá fazer um
teste de Reflexos para evitar cair na armadi-
lha, segurando-se nas bordas. Falhar por 5
ou mais (ou seja, obter um resultado 10 ou
menos) provoca queda automática.
 Armadilha de Fosso com Estacas.
ND 2, armadilha mecânica, Percepção (CD
20) para encontrar, Operar Mecanismos
(CD 20) para desarmar. Gatilho: localização;
reajuste: manual; efeito: queda causa 1d6 de
dano; no fim da queda o alvo é considerado
atacado pelas estacas (modificador +10), po-
dendo sofrer mais 1d4+2 de dano; afeta to-
dos dentro da área da armadilha (espaço de
3m). Reflexos (CD 20) evita a queda.
Caso os PdJs ativem a armadilha, marque
o número de rodadas que eles permanecem
no corredor antes de entrar na câmara 10.
Isso será importante para determinar quais e
quantas magias o hobgoblin já terá conju-
rado para o combate final. Se não conseguir
definir com exatidão o número de rodadas
(por exemplo, os PdJs ficam apenas conver-
sando) considere que cada rodada equivale a
aproximadamente 6 segundos – e então cal-
cule um número aproximado de rodadas.
10) Santuário (NE 3)
A grande porta dupla abre-se para a
maior das câmaras que encontraram até
agora – e aparentemente a última, visto
que não há outras passagens além da-
quela pela qual entraram.
Do lado oposto à sua posição, uma
enorme e rústica estátua de algum réptil
deformado e ligeiramente humanoide
ocupa um grande espaço, ladeada por
dois braseiros onde ardem chamas bri-
lhantes. Uma chama menor também
queima no que parece uma espécie de
caldeirão, posicionado logo à frente da
estátua. Quatro grandes pilares, dois de
cada lado, erguem-se do chão com pa-
drões intricados até o teto.
Orgulhosamente ereto na frente da
estátua está uma alta figura humanoide,
corpo coberto por uma espécie de túnica
cerimonial, onde símbolos profanos po-
dem ser identificados claramente. Uma
armadura de placas sobrepostas também
pode ser vista por baixo da túnica. Uma
ameaçadora maça pesada pende à sua
direita, fixa em um punho forte e coberto
por manoplas.
A criatura sorri quando os vê, exci-
tado pelo confronto iminente.

 Goblin (3): ND 1/3, XP 135; NM humanoide (goblinoide) Pequeno, Iniciativa +6, Percepção -1, visão no escuro 18m; CA 16 (+2 O humanoide diante dos PdJs é
Des, +2 armadura, +1 escudo, +1 tamanho), toque 13, desprevenido 14; PV 6 (1d10+1); Fort +3, Ref +2, Von -1; Desl. 9m; corpo-a- Grommgath, o hobgoblin líder do um pe-
corpo: espada curta +2 (1d4/19-20); à distância: arco curto +4 (1d4/x3); BMC 0, DMC 12; For 11, Des 15, Con 12, Int 10, Sab 9, Car 6. queno culto que profanou a Tumba dos He-
Perícias & Talentos: Cavalgar +10, Furtividade +10, Natação +4; Iniciativa Aprimorada. róis. Se estiver usando o mapa e miniaturas,
Equipamento: armadura de couro, escudo leve de madeira, espada curta, arco curto, 20 flechas, 2d4x2 PC, 1d3 PO. coloque a miniatura do hobgoblin em um
 Grommgath (1): ND 2, XP 800; OM humanoide (goblinoide) Médio, clérigo 3, Iniciativa +2, Percepção +2, visão no escuro 18m; dos quadrados logo à frente da estátua rep-
CA 18 (+2 Des, +5 armadura, +1 escudo), toque 12, desprevenido 15; PV 19 (3d8+6); Fort +6, Ref +3, Von +5; Desl. 9m; corpo-a-corpo: tiliana.
maça pesada +4 (1d8+1); BMC +3, DMC 15; For 12, Des 14, Con 16, Int 10, Sab 14, Car 8. Se os PdJs tiverem ativado a armadilha
Perícias & Talentos: Artes Mágicas +5, Conhecimento (religião) +4, Furtividade +3, Sentir Motivação +6; Comandar Mortos-Vivos, no corredor (câmara 9) ou se tiverem criado
Foco em Arma (maça pesada). muito barulho, o hobgoblin os terá escutado
Magias por Dia: 4/3+1/2+1. Magias Tipicamente Preparadas: (nível 0) detectar magia, orientação x2, sangrar; (1º nível) arma mágica, causar medo, e já terá conjurado as seguintes magias, nesta
favor divino, mãos flamejantes; (2º nível) arma espiritual, convocar criaturas II, imbuir tendência. Domínios: Mal e Fogo. ordem: arma mágica (aumente em +1 os ata-
Canalizar Energia: o hobgoblin canaliza energia negativa, usada para restaurar 2d6 PV de mortos-vivos ou causar 2d6 de dano em ques e dano do hobgoblin durante 3 minu-
criaturas vivas (Von CD 10). Pode ser usado 2 vezes ao dia. tos), favor divino (aumente em +1 os ataques
Raio de Fogo (SM): pode arremessar um raio de fogo pelas mãos (toque à distância, alcance 9m, 1d6+1 de dano, 5/dia). e dano do hobgoblin, cumulativo com a an-
Toque do Malefício (Ext): com um toque pode deixar a vítima enjoada por 1 rodada (5/dia). terior, durante 1 minuto) e convocar criaturas II
Conversão Espontânea: pode converter qualquer magia de 1º nível em infligir ferimentos leves ou de 2º nível em infligir ferimentos moderados. (1d3 cães goblins também participarão do
Equipamento: brunea, maça pesada, escudo de aço leve, símbolo profano, capa cerimonial, 3d10x10 PO. combate). Se não teve tempo para conjurar
Traços Raciais: hobgoblins tem +2 em Des e Con, tamanho Médio, deslocamento base de 9m, visão no escuro 18m, +4 de bônus racial essas magias, o hobgoblin tentará usar pri-
e Furtividade; idiomas iniciais: Comum, Goblin; idiomas adicionais: Dracônico, Anão, Infernal, Gigante, Orc; classe favorecida: guerreiro; meiro convocar criaturas II, para manter os
ajuste de nível +1. PdJs ocupados, e depois utilizará as demais,

26
se tiver a oportunidade. Se algum dos PdJs
engajarem em combate corporal, o hob-
goblin deixará as magias de lado por en-
quanto e utilizará a maça ferozmente.
Ao contrário do que os PdJs devem ima-
ginar, o hobgoblin não está sozinho: três
goblins, armados com arcos e flechas, estão
escondidos atrás dos pilares e atacarão assim
que os PdJs estiverem dentro de seu alcance.
Perceber os goblins exige sucesso em um
teste resistido entre a Percepção dos PdJs e
a Furtividade dos goblins. Aqueles que fa-
lharem serão considerados surpreendidos
para os goblins (mas não para o hobgoblin).
Se estiver usando o mapa e miniaturas, colo-
que as miniaturas dos goblins pouco atrás
dos pilares.
 Teste Resistido. Cada jogador deve
fazer um teste de Percepção, enquanto os
goblins fazem um teste de Furtividade (faça
um único teste para todos eles, para simpli-
ficar). Aqueles entre os PdJs que obtiverem
maior resultado terão percebido os goblins e
não estarão surpresos; aqueles que obtive-
rem resultado menor serão considerados
surpresos, mas apenas contra os ataques dos
goblins.
 Ataque Surpresa. Não haverá “ro-
dada surpresa” neste combate, pois o hob-
goblin está claramente visível. Contudo,
aqueles que não perceberem a presença dos
goblins serão considerados surpresos contra
eles e por isso não recebem bônus de Des-
treza na CA contra seus ataques.
Este será o confronto final da aventura –
e justamente por isso, o mais difícil deles. Os
goblins tentarão atacar à distância tanto
quanto for possível, mantendo-se parcial-
mente escondidos atrás dos pilares e rece-
bendo cobertura. Se algum PdJ se aproximar
demais, eles soltam os arcos e sacam suas es-
padas curtas (o que exigirá uma ação de mo-
vimento). A partir de então, eles abandonam
a proteção dos pilares.
 Cobertura. Personagens sob cober-
tura recebem +4 na CA. Cobertura total (o
personagem está completamente coberto)
torna ataques impossíveis.
Se nenhum PdJ atacar Grommgath, o
hobgoblin irá primeiro conjurar as magias
descritas antes (começando por convocar cria-
turas II, seguido de arma mágica e favor divino)
e só então entrará em combate. Contra alvos
fortemente recobertos por armadura ele
pode usar seu raio de fogo. Ele usará o toque
do malefício apenas se houver um goblin
também envolvido no combate, pois a dura-
ção é muito rápida – neste caso, o goblin adi-
ará seu ataque para depois que o hobgoblin
usar sua habilidade.
Se o combate estiver indo mal, Gromm-
gath tentará usar causar medo sobre o PdJ que
parecer mais forte e habilidoso em combate
direto. Se a qualquer momento o hobgoblin
for flanqueado ou cercado, ele utilizará sua
habilidade de canalizar energia negativa para
causar 2d6 de dano aos adversários; ele pode
fazer isso duas vezes.
Se Grommgath for morto, os goblins
que ainda restarem tentarão fugir. Ao fim do
combate, os heróis poderão explorar a câ-
mara em busca de tesouros – mas infeliz-
mente não há muito para ser encontrado, a
não ser os pertences dos goblins e do hob-
goblin. A estátua reptiliana é uma represen-
tação de algum tipo de dragão humanoide –
embora muito malfeita e retorcida, tendo
sido esculpida pelos inaptos goblins.
Epílogo:
Retorno a Stroud
Tendo livrado a Tumba dos Heróis da
profanação arquitetada pelos goblinoides, os
heróis podem retornar a Stroud. Os mortos-
vivos despertados pelos rituais macabros re-
tornarão ao seu descanso eterno (se já não
tiverem sido destruídos, claro).
Quando os feitos dos PdJs se espalha-
rem, o povo de Stroud ficará muito satisfeito
e agradecido. Embora não haja uma recom-
pensa em PO para a realização da aventura
(exceto aquilo que eles mesmos encontra-
rem na Tumba), os heróis receberão outras
recompensas como agradecimento. Athella
oferecerá ajuda para curar quaisquer feri-
mentos que os personagens tiverem, po-
dendo até ceder algumas poções de cura.
Roggarom consertará qualquer arma ou ar-
madura danificada sem nenhum custo e
pode até oferecer um desconto, caso algum
PdJ queira comprar suas armas (ele vende
itens obra-prima e normais, mas mesmo es-
ses normais são muito belos e bem trabalha-
dos). Invente outros pequenos favores –
como uma farta refeição gratuita e similares.
Os PdJs também se tornarão famosos
em Stroud e regiões próximas – e, como
visto na parte introdutória, ainda há muitas
possibilidades de aventuras na volta. Talvez
os jogadores decidam explorar as Minas dos
Negrágua e livrar os mineiros dos ataques de
trogloditas, talvez queiram botar à prova o
boato da existência de lobisomens na Mata
dos Uivos...
E quem sabe Stroud e seus arredores não
voltam a aparecer na BEHOLDER...
Recompensas
Se os PdJs forem bem-sucedidos em
concluir a aventura, você deverá premiá-
los com pontos de experiência (XP).
Cada encontro descrito na aventura
tem um nível de encontro (NE) e cada
monstro oferece uma premiação em XP.
Você pode simplesmente somar o XP de
todos os monstros que os PdJs tiverem
vencido ou pode checar na lista abaixo os
feitos dos PdJs. Cada feito tem um valor
de XP associado. Some o valor de XP de
todos os feitos e divida pelo número de
personagens.
Perceba que “vencer” um monstro
não significa necessariamente mata-lo.
Fazer com que o monstro fuja (como os
goblins no santuário) também é conside-
rado uma vitória. Boas ideias e uma boa
interpretação do personagem por parte
de um jogador também podem render XP
para esse personagem.
Vencer os Esqueletos e Zumbis na En-
trada: 670 XP.
Desarmar a Armadilha de Dardo: 400
XP.
Vencer Amhar: 600 XP.
NÃO despertar Amhar: 700 XP (apenas
se eles entrarem na câmara).
Encontrar a Passagem Secreta: 100 XP.
Vencer o Enxame de Aranhas: 400 XP.
NÃO Levar os Tesouros na Câmara Se-
creta: 500 XP (apenas se entraram na câ-
mara).
Vencer o Cão Goblin: 400 XP.
Vencer a Aranha Zumbi: 400 XP.
Encontrar a Armadilha de Fosso com Es-
tacas: 600 XP.
Vencer Grommgath e os Goblins: 1.205
XP.
27

Aberracao Ocular
Cenários de fantasia e lendas mitoló-
gicas são cheias de criaturas com carac-
terísticas ligadas aos olhos. Temos os
grandes ciclopes, gigantes com um único
olho no rosto. As medusas, mulheres ca-
pazes de transformar em pedra quem
cruza seu olhar. O balisco, um lagarto (ou
serpente) também capaz de transformar
seus alvos em pedra. Um pouco menos
conhecido, temos Argos Panoptes, um
gigante da mitologia grega dotado de
centenas de olhos que servia à deusa
Hera; conta-se que quando Argos mor-
reu, Hera o transformou no pavão e seus
olhos foram postos nas penas da cauda
da ave.
Existe também uma criatura muito co-
nhecida pelos RPGistas cujos poderes estão
relacionados aos seus olhos, uma monstruo-
sidade esférica com um olho central e vários
tentáculos que terminam em outros olhos
menores – estamos falando, é claro, do
beholder. O monstro, porém, é uma marca
registrada do RPG DUNGEONS & DRA-
GONS e não é considerado conteúdo Open
Game. Por isso jogos que sigam a licença
OGL não podem utilizar este monstro. Na ver-
dade, ninguém pode! Como alternativa, alguns
jogos utilizam outros nomes para se referir à
criatura: observador e tirano ocular são os
mais comuns. Entretanto, continua sendo o
mesmo monstro, o que pode gerar conflitos
de direitos autorais. Isso levou alguns jogos a
desconsiderar a criatura – como o PATHFIN-
DER, onde a criatura não existe.
28
~
Mas a ideia de uma aberração mágica
cheia de olhos não é uma marca registrada.
Como vimos, existem muitos seres mitológi-
cos com poderes relacionados à visão. Então
porque não pode haver um monstro de RPG
cheio de olhos e com poderes variados para
cada olho? Para tentar “burlar” o problema
de direitos autorais, resolvi criar um monstro
parecido com o bom e velho beholder, mas
com algumas particularidades.
Assim surgiu a aberração ocular.
Nota: as regras para aberração ocular foram
adaptadas do artigo Olhos de Morte e Terror,
de Rogério Saladino, publicado na revista DRAGON
SLAYER #03.
ABERRACAO OCULAR
De todas as criaturas monstruosas a
habitarem masmorras e cavernas, ne-
nhuma é tão caótica quanto uma aberra-
ção ocular. Devoradores de energias má-
gicas, essas monstruosidades existem em
uma infinidade de formas e tamanhos,
caçando qualquer criatura viva que en-
contrem em seu caminho.
Descrever morfologicamente uma aber-
ração ocular não é uma tarefa fácil – cada in-
divíduo é único, com seus próprios traços e
características, surgidos de mutações aleató-
rias que ocorrem ao longo da vida da criatura.
Eles possuem, porém, alguns traços em co-
mum.
Tipicamente, uma aberração ocular é um
ser amorfo, semelhante a uma grande ameba.
A coloração varia enormemente, mas as mais
comuns são o vermelho rubro, castanho es-
curo, azul escuro, verde-musgo e diferentes
tonalidades de cinza. Um grande olho amare-
lado de pupilas verticais localiza-se geral-
mente na porção central do corpo amorfo e
uma grande bocarra cheia de dentes afiados
abre-se logo abaixo, a cima ou em um dos la-
dos deste grande olho. Como se não bastasse,
dezenas de outros olhos e bocas espalham-se
por todo seu corpo, em quantidade que varia
de acordo com o tamanho do monstro.
A partir daí cada indivíduo é morfologi-
camente único: alguns tem membros com
garras ou ferrões, outros tem antenas, pinças,
tentáculos... A maioria das aberrações ocula-
res se movimenta arrastando seu corpo pelo
chão, mas há relatos de aberrações capazes de
se deslocar pelas paredes e até indivíduos do-
tados de patas ou asas membranosas que lhes
permitem voar!
Aberrações oculares são carnívoras, se
alimentam de qualquer coisa viva que pude-
rem encontrar. Mas este não é seu alimento
favorito – estas monstruosidades também se
alimentam de energias mágicas! O olho maior
de uma aberração ocular é capaz de sugar
energias místicas, que alimentam e fortale-
cem o monstro mais do que qualquer outro
tipo de suprimento. Isso os torna especial-
mente perigosos para conjuradores e usuá-
rios de itens mágicos. Seus outros olhos e bo-
cas, espalhados pelo corpo, não são menos
perigosos: muitos dos olhos conseguem re-
produzir efeitos mágicos e sobrenaturais di-
versos, enquanto algumas das bocas podem
se projetar para frente e morder – isso na me-
lhor das hipóteses!
Apesar da aparência monstruosa, aberra-
ções oculares são seres inteligentes e astutos,
capazes de falar em muitos idiomas.
ECOLOGIA
Embora não se tenha certeza quanto à
origem das aberrações oculares, pesquisas re-
centes permitiram compreender um pouco
de sua ecologia. Primeiramente,
não existem machos e fêmeas
entre as criaturas. O surgi-
mento de novos indi-
víduos ocorre de
maneira bastante
curiosa.
Ao longo de
sua vida, uma
aberração ocular
caça e se ali-
menta de todo
ser vivo ou ener-
gia mágica que
puder encontrar.
Em certo momento, porém, alguma coisa
desconhecida impele a criatura a percorrer
profundas cavernas e subterrâneos inabita-
dos por outros seres. Lá, escondida na escu-
ridão, a criatura lentamente entra em hiber-
nação... e então morre! O que se descobriu
recentemente é que durante esse processo,
dezenas de larvas parasitas começam a lenta-
mente devorar a aberração por dentro, cres-
cendo e expandido o próprio corpo do
monstro – até que em certo momento, o
corpo da aberração ocular se rompe, libe-
rando todas as larvas.
Uma larva recém-surgida mede pouco
mais de 50 cm de largura, parecendo uma
versão menor da própria aberração, com ape-
nas uma boca e um grande olho. Depois de
“nascer”, a maioria das larvas rasteja em
busca de pequenas presas ou auras mágicas
para se alimentar – podendo, inclusive, atacar
e devorar outras larvas. Nos próximos dias,
esta criatura lentamente crescerá – e con-
forme ela cresce, novos olhos e bocas lenta-
mente surgem em seu corpo, abrindo-se a
partir de pequenas fendas que se espalham
por toda sua forma. O monstro também
pode sofrer várias mutações durante seu de-
senvolvimento, criando novos membros ou
desenvolvendo habilidades especiais diver-
sas, sem qualquer relação com a aberração
que a gerou. Não se sabe o que provoca essas
mutações, mas os pesquisadores acreditam
que o ambiente onde o monstro vive tem
grande influência nelas. A partir de então, a
única motivação do monstro passa a ser se
alimentar e crescer – e involuntariamente re-
iniciar o processo reprodutivo da raça.
Durante o processo de desenvolvimento
e crescimento, algumas larvas não seguem o
processo natural de reprodução do monstro.
Ao invés disso, a larva procura por alguma
criatura viva e se fixa em seu corpo. Lenta-
mente, a larva dá início a um processo de sim-
biose, se fixando e se fundindo ao hospe-
deiro. Os dois passam então a ser um único
ser simbiótico – e a criatura então se trans-
forma em uma criatura ocular.
HABITAT
Aberrações oculares são mais facilmente
encontradas em lugares subterrâneos diver-
sos – cavernas, masmorras, calabouços... Al-
guns, porém, habitam regiões a cima do solo,
como florestas, geleiras, pântanos e monta-
nhas.
O habitat residido por uma aberração
ocular às vezes influencia algumas de suas
mutações. Por exemplo, aberrações que habi-
tam pântanos muitas vezes desenvolvem des-
locamento de natação, enquanto aqueles de
regiões frias às vezes adquirem resistência ou
até mesmo imunidade ao frio. A maioria das
mutações, porém, é completamente aleatória.
COMO CRIAR UMA
ABERRACAO OCULAR
Aberrações oculares são criaturas alta-
mente variadas – um indivíduo não é igual ao
outro. Mais adiante haverão alguns exemplos
de aberrações oculares, mas você pode usar
as regras a seguir para criar uma aberração to-
talmente personalizada.
Tendência: todas as aberrações oculares
são malignas. Elas podem ser Ordeiras, Caó-
ticas ou Neutras.
Tipo: aberrações oculares são sempre do
tipo aberração, por isso usam d8 como Dado
de Vida.
29
 as frações para baixo. Então, uma larva (2 DV)
Tabela 1: ESTATISTICAS MEDIAS DE ABERRACOES OCULARES POR TAMANHO com Con 10 (mod. 0) terá 9 PV, enquanto
CA Mod. Alcance Alcance uma aberração média (5 DV) com Con 14
Tamanho For Des Con Int Sab Car natural Tamanho Espaço Mordida Olhos
Miúdo 8 16 10 14 12 11 +1 +2 1cm 1,5m 6m
(mod. +2) terá 32 PV.
Pequeno 10 15 12 15 14 12 +3 +1 1,5m 1,5m 9m Testes de Resistência: aberrações ocu-
Médio 13 13 14 16 15 14 +5 +0 1,5m 1,5m 15m lares tem Vontade como seu teste de resistên-
Grande 16 11 18 17 16 16 +8 -1 3m 3m 21m
cia bom e Fortitude e Reflexos como testes
Enorme 20 10 22 18 17 17 +12 -2 4,5m 4,5m 27m
Imenso 25 10 26 20 18 18 +16 -4 6m 6m 33m ruins. Os valores em cada um deles variam de
acordo com os DV da aberração (Tabela 1-6
do Bestiário de PATHFINDER, pg. 293) con-
Tamanho e Dados de Vida: uma larva cano), Artes Mágicas, Furtividade, Intimida- oculares com pelo menos três olhos (veja adi-
forme explicado abaixo.
de aberração ocular tem tamanho Miúdo e 2 ção, Escalar e Natação. Todas estas são con- ante) também terão Visão Múltipla (veja a
DV. Conforme se alimenta ela cresce de ta- sideradas perícias de classe, portanto a aber- descrição nas habilidades especiais). Vontade: aberrações oculares tem bônus
manho, assumindo a forma básica de uma ração recebe um bônus de +3 em todas elas. base de Vontade igual a (DV/2) +2, arredon-
Classe de Armadura: toda aberração
aberração ocular. Seus Dados de Vida au- Outras perícias de Conhecimento também dando as frações para baixo. Por exemplo, +3
ocular tem CA 10 + bônus de armadura na-
mentam na seguinte progressão: Pequeno (3 são valorizadas pelas aberrações oculares. para 2 DV, +4 para 5 DV, +9 para 15 DV.
tural + mod. de Destreza + mod. de tama-
DV), Médio (4 a 7 DV), Grande (8 a 12 DV), Após definir o valor base, aplique o modifi-
Talentos: aberrações oculares tem um nho. Valores médios de armadura natural e
Enorme (13 a 18 DV) e Imenso (19 DV ou cador de Sabedoria; se a aberração tiver o ta-
número de talentos igual a metade de seus Destreza são mostrados na Tabela 1. Contra
mais). lento Vontade de Ferro, aumente o bônus de
DV, arredondando as frações para cima. A cri- ataques de toque, retire o bônus de armadura
Vontade em +2.
Atributos: a Tabela 1 apresenta estatísti- atura pode ter quase qualquer talento, con- natural; contra ataques desprevenido, retire o
cas médias para estas criaturas, de acordo tanto que satisfaça os pré-requisitos, sendo modificador de Destreza. Fortitude e Reflexos: aberrações oculares
com seu tamanho. Alguns indivíduos podem mais comum os seguintes: Iniciativa Aprimo- tem bônus base de Fortitude e Reflexos igual
Pontos de Vida: os PV médios de uma
ter valores mais altos e mais baixos nas habi- rada, Prontidão, Ataques Múltiplos, Foco em a 1/3 de seus DV, arredondando as frações
aberração ocular serão iguais a (4,5 + modifi-
lidades; se modificar estes valores, você terá Arma, Vontade de Ferro, Reflexos Rápidos, para baixo. Após definir o valor base, aplique
cador de Constituição) x DV, arredondando
que fazer as devidas alterações nas outras es- Grande Fortitude, Foco em Habilidade, Ap- o modificador de Constituição para Fortitude
tatísticas do monstro. tidão Mágica, Ataque Poderoso, Reflexos de e de Destreza para Reflexos; se a aberração
Combate, Crítico Aprimorado e Foco em Pe- tiver os talentos Grande Fortitude e/ou Re-
Perícias: a aberração ocular tem um nú-
rícia (Percepção). Aberrações oculares não po- flexos Rápidos, aplique os bônus conferidos
mero de graduações em perícia igual a (4 +
dem adquirir talentos metamágicos. por estes talentos.
seu modificador de Inteligência) x número de
DV. Por exemplo, uma larva (2 VD) com Int Iniciativa: de maneira geral, a Iniciativa Deslocamento: tipicamente uma aberra-
14 (mod. +2) tem 12 graduações em perícias, da aberração ocular será igual ao seu modifi- ção ocular tem deslocamento de 3m (2 qua-
enquanto uma aberração média (5 DV) com cador de Destreza (veja os valores médios na drados). Algumas mutações podem conferir
Int 16 (mod. +3) tem 35 graduações em pe- Tabela 1). Se a aberração tiver o talento Ini- ao monstro novos tipos de deslocamento
rícias. ciativa Aprimorada, aumente em +4. (veja adiante).
Aberrações oculares sempre tem a gradu- Sentidos: aberrações oculares tem visão Ataques: o bônus base de ataque de uma
ação máxima em Percepção. Aberrações ocu- no escuro com 18m de alcance. Elas sempre aberração ocular será sempre igual a
lares capazes de voar (veja mais adiante) tam- têm Percepção com modificador igual a [(DVx3)/4], arredondando as frações para
bém terão graduação máxima na perícia Voo. (DV+3) + modificador de Sabedoria (veja os baixo. Por exemplo, BBA +1 com 2 DV,
As demais graduações geralmente são usadas valores médios na Tabela 1); se a aberração BBA +3 com 4 DV, BBA +4 com 6 DV, +10
nas seguintes perícias: Conhecimento (ar- tiver o talento Foco em Perícia (Percepção) com 14 DV, etc. Toda aberração ocular pode
receberá os devidos benefícios. Aberrações

30
fazer ataques corpo-a-corpo e à distância
conforme explicado abaixo.
Ataque Corpo-a-Corpo: toda aberração ocu-
lar pode realizar, por rodada, pelo menos um
ataque com a mordida com modificador igual
ao BBA + mod. de Força + mod. de tama-
nho (veja a Tabela 1 para valores médios de
Força e modificador de tamanho). A mordida
é seu ataque primário.
Uma aberração ocular pode adquirir ata-
ques corpo-a-corpo adicionais através de
suas mutações (veja adiante). Se adquirir ata-
ques adicionais desta forma, todos os demais
ataques serão considerados ataques secundá-
rios, por isso sofrerão uma penalidade de -5
na jogada de ataque (ou -2 se a aberração tiver
o talento Ataques Múltiplos). O dano da
mordida é apresentado na Tabela 2.
Ataque à Distância: toda aberração ocular
possui a habilidade especial olhos aberrantes
(veja adiante). Para usar essa habilidade a cri-
atura precisa realizar ataques de toque à dis-
tância; este é considerado um ataque secun-
dário, portanto seu modificador será igual ao
BBA -5 + mod. de Destreza + mod. de ta-
manho (veja a Tabela 1 para valores médios
de Destreza e modificador de tamanho). Por
ser um ataque de toque, ele ignora o modifi-
cador de armadura do alvo. O alcance dos
Tabela 2: DANO DOS ATAQUES DE ABERRACOES OCULARES POR TAMANHO
Raio Mordida
Tamanho Mordida1 Óptico Adicional2
Miúdo 1d3 -- --
Pequeno 1d4 1d4 1d2
Médio 1d6 1d6 1d4
Grande 1d8 1d8 1d6
Enorme 2d6 2d6 1d8
Imenso 3d6 2d8 2d6
1 aplique o modificador de Força.
2 aplique ½ do modificador de Força.
ataques à distância varia de acordo com seu
tamanho (veja a Tabela 1).
Bônus de Manobra de Combate (BMC): o bô-
nus de manobra de combate da aberração é
calculado da mesma maneira que para perso-
nagens jogadores (pg. 198 do Livro Básico de
PATHFINDER).
Defesa contra Manobra de Combate (DMC): a
defesa contra manobra de combate da aber-
ração é calculada da mesma maneira que para
personagens jogadores (pg. 199 do Livro Bá-
sico de PATHFINDER).
Espaço e Alcance: o espaço ocupado
pela aberração ocular e seu alcance depen-
dem de seu tamanho, conforme a Tabela 1.
Idiomas: aberrações oculares são capa-
zes de falar o idioma Aklo e podem aprender
qualquer idioma, exceto idiomas secretos
como o druídico. A criatura possui um nú-
mero de idiomas adicionais igual ao seu mo-
dificador de Inteligência. Os mais comuns
são o Subterrâneo, Terran, Abissal, Infernal,
Dracônico e Comum. Quando habitam am-
bientes muito atípicos, as aberrações podem
aprender outros idiomas (por exemplo, uma
aberração adaptada ao ambiente aquático
provavelmente aprenderá Aquan).
Mordida
Venenosa2 Sopro Pinça2
-- -- --
1 1d6 1 aberração ocular é muito endurecido e resis-
1d2 1d8 1d2
1d3 2d6 1d3
1d4 3d8 1d4
1d6 3d10 1d6
Meio Ambiente: principalmente em
subterrâneos, mas há variações de aberrações
encontradas em florestas, geleiras, pântanos e
até ambiente aquático.
Organização: são sempre solitários. Lar-
vas de aberrações oculares podem ser encon-
tradas juntas (cerca de 3d4 espécimes) no
momento em que “surgem”, mas logo irão se
dispersar ou devorar umas às outras.
Tesouro: padrão, mas itens mágicos
sempre estarão ausentes.
Habilidades Especiais: todas as aberra-
ções oculares, mesmo larvas (2 DV), tem as
habilidades Corpo Amorfo, Redução de
Dano e Olhos Aberrantes. Quando cresce e
atinge os 3 DV a larva torna-se uma aberra-
ção ocular verdadeira e adquire um novo
olho (01-50%), uma nova boca (51-85%) ou
sofre uma mutação (86-00%). Para cada novo
DV, o monstro adquire mais um olho, boca
ou mutação. Por exemplo, uma aberração
com 7 DV poderá ter quatro olhos, duas bo-
cas e uma mutação (incluindo a boca e o olho
que toda larva possui).
Corpo Amorfo (Ext): o corpo amorfo
das aberrações oculares faz com que os ór-
gãos destas criaturas nunca fiquem parados
em um mesmo lugar. Elas são imunes a acer-
tos críticos e ataques de precisão (como ata-
que furtivo). Também podem se mover por
uma área pequena com ¼ do espaço sem se
espremer ou 1/8 do espaço se espremendo.
Redução de Dano (Sob): o corpo da
tente. Ela possui Redução de Dano de acordo
com seu tamanho: RD 1/adamante para Mi-
údo; RD 2/adamante para Pequeno; RD
5/adamante para Médio; RD 10/adamante
para Grande; RD 15/adamante para
Enorme; RD 20/adamante para Imenso.
EVOLUCAO DA ABERRACAO
Uma aberração ocular cresce e evoluí
conforme absorve mais poder mágico. Se
quiser pegar os heróis de surpresa, você
pode usar a seguinte regra optativa.
Para cada nível de magia que a aberra-
ção ocular absorve ela recupera 1 PV per-
dido ou ganha 1 PV temporário (se já es-
tiver no máximo). Se acumular 8 PV tem-
porários dessa maneira, a aberração ocular
cresce magicamente e ganha um DV adi-
cional, adquirindo um novo olho, boca ou
mutação.
Essa regra pode surpreender os perso-
nagens dos jogadores, que verão seu ini-
migo repentinamente crescer e evoluir de-
vido ao acúmulo de poder mágico. O pro-
blema é que isso envolve mudar várias
coisas nas estatísticas da criatura – ge-
rando certa dor de cabeça ao mestre.
Importante dizer que esta não é a
única forma pela qual uma aberração ocu-
lar cresce e evoluí – mas é a mais rápida!
Visão Múltipla (Ext): os vários olhos da
aberração ocular fazem com que ela não
possa ser surpreendida nem flanqueada.
Olhos Aberrantes (Sob): uma larva de
aberração ocular (2 DV) tem um único olho
(o grande olho). Este olho é sempre maior do
que todos os demais e tem uma característica
muito peculiar: ele é capaz de “sugar” ener-
gias místicas que alimentam a aberração. Para
cada novo DV que adquire, a aberração ocu-
lar pode receber um olho adicional. Cada
olho adicional de uma aberração ocular ofe-
rece a ela um novo poder na forma de um
raio ou um efeito místico (escolha um ou de-
termine aleatoriamente).
31

Tabela 3: EFEITOS DE RAIOS MISTICOS PARA ABERRACOES OCULARES
01 Dedo da morte (nv. 7)
02-03 Carne para pedra (nv. 6)
04-05 Telecinésia (nv. 5)
06-07 Metamorfose tórrida (nv. 5)
08-10 Tempestade glacial (nv. 4)
11-14 Terreno ilusório (nv. 4)
15-18 Piscar (nv. 3)
19-23 Imobilizar pessoa (nv. 3)
24-27 Alterar-se (nv. 2)
28-32 Flecha ácida (nv. 2)
33-37 Proteção contra flechas (nv 2)
38-42 Sono (nv. 1)
43-46 Área escorregadia (nv. 1)
47-50 Servo invisível (nv. 1)
Uma vez por rodada uma aberração ocu-
lar pode ativar um número de olhos aberran-
tes igual ao seu modificador de Inteligência
como uma ação livre. Os ataques realizados
com os olhos aberrantes são considerados
ataques de toque à distância, são ataques se-
cundários e tem alcance que varia de acordo
com seu tamanho (veja a Tabela 1). Criaturas
escondidas ou fora do campo de visão da
aberração não podem ser alvo de seus olhos
aberrantes.
Grande Olho: para usar o grande olho, a
aberração faz um ataque de toque à distância
contra um conjurador ou um item mágico.
Se o alvo for um conjurador, a vítima de-
verá fazer um teste de Vontade com CD 10
+ ½ dos DV da aberração + seu mod. de Ca-
risma. Se o alvo falhar, a aberração drenará
uma certa quantidade de níveis de magia que
varia de acordo com seu tamanho: 1d4 níveis
para Mínimo; 1d6 níveis para Pequeno; 2d4
níveis para Médio; 2d6 níveis para Grande;
2d8 níveis para Enorme; 3d6 níveis para
Imenso. As magias de mais alto nível são dre-
nadas primeiro. Por exemplo, uma aberração
32
Imenso. Poderes especiais de itens mágicos
51-55 Toque macabro (nv 1)
são drenados primeiro. Por exemplo, uma FURA-OLHO!
aberração Média que drene 2 níveis de magia, Com uma arma de corte ou perfura-
56-60 Mísseis mágicos (nv. 1)
61-65 Enfeitiçar pessoa (nv. 1)
poderá transformar um escudo +3 do esmaga- ção é possível furar um dos olhos da aber-
66-70 Invisibilidade (nv. 2) mento em um escudo +2. Há 50% de chance de ração para tentar anular alguns de seus
71-74 Teia (nv. 2) que o efeito seja permanente. efeitos.
75-78 Raio ardente (nv. 2) Cada olho adicional é considerado
Olhos Adicionais: cada olho adicional que
79-82 Bola de fogo (nv. 3) duas categorias de tamanho menor do que
83-86 Relâmpago (nv. 3) uma aberração ocular pode receber quando
deixa de ser larva (ou seja, a partir de 3 DV) a própria aberração e por isso terá CA
87-90 Olho arcano (nv. 4) igual à CA da aberração, mas conside-
91-93 Grito (nv. 4) confere à criatura uma capacidade especial,
94-95 Cone glacial (nv. 5) entre um raio óptico ou raio místico. O efeito rando essa diferença de tamanho – por
96-97 Metamorfose tórrida (nv. 5) é fixo para cada olho. exemplo, uma aberração Enorme com
98-99 Desintegrar (nv. 6) CA 23 terá olhos Médios com CA 25.
00 Explosão solar (nv. 8) Um raio óptico permite à criatura dispa- Cada um destes olhos tem 1/3 dos PV da
rar um raio de energia (fogo, frio, ácido, sô- aberração e RD igual à da criatura (outras
nico ou eletricidade). A aberração faz um ata- imunidades ou resistências que a aberra-
Média que drene 5 níveis de magia, poderá que de toque à distância e, se acertar, causa o ção tiver também se aplicam). Se o olho
drenar uma magia de 5º nível ou uma de 4ª dano indicado na Tabela 2. A Tabela 1 mos- for reduzido a 0 PV, ele é furado e o
nível e uma de 1ª nível ou outra combinação tra o alcance do raio óptico. monstro perde o poder associado a ele. O
qualquer, de acordo com a quanti- dano não é reduzido do total de PV da
dade de magias que o alvo Um raio místico reproduz
os efeitos de uma magia de aberração.
ainda possui. O grande olho é considerado uma ca-
nível igual ou inferior a me-
Se o alvo for um item tade dos DV da própria tegoria de tamanho menor do que a pró-
pria aberração e sua CA é calculada da
mágico, o item tem aberração. A aberra-
mesma forma. Este olho, porém, tem PV
direito a um teste ção ainda precisa
igual a metade dos PV totais da aberração,
de Vontade (pg. acertar um ataque
e se for furado o monstro não poderá
459 do Livro Básico de toque à distân-
de PATHFINDER) cia contra um mais drenar energias mágicas (mas poderá
com CD igual a 10 alvo para que o se transformar em uma criatura ainda
+ ½ dos DV da efeito místico se ma- mais perigosa – veja mais adiante). Estes
aberração + seu nifeste – a menos que PV não são descontados do total de PV
da criatura.
mod. de Carisma. seja uma magia benéfica
Se falhar, a aberra- para a própria aberração;
DV da aberração + mod. de Carisma. O al-
ção drena níveis da neste caso ele acerta auto-
cance do efeito místico, porém, passa a ser
magia contida no item de maticamente. No caso de
aquele mostrado na Tabela 1. Lance um d%
acordo com seu tama- magias de área, o alvo do raio
contra a Tabela 3 para determinar os efeitos
nho: 1 nível para Mí- místico será o ponto central da
de cada raio místico (contanto que o nível
nimo; 1d2 níveis para conjuração. Se a magia equivalente
seja igual ou inferior a metade dos DV da
Pequeno; 1d3 níveis permite um teste de resistência para ne-
aberração – do contrário, jogue novamente).
para Médio; 1d4 níveis gar seu efeito, a vítima terá direito ao
para Grande; 1d6 níveis para teste. A CD será sempre igual a 10 + ½ dos
Enorme; 1d8 níveis para
 Bocas Adicionais: algumas aberrações
oculares adquirem, no lugar de olhos adicio-
nais, bocas adicionais. Cada boca adicional
além da primeira de uma aberração ocular
oferece a ela uma nova capacidade. Lance um
d% para determinar aleatoriamente o efeito
da nova boca. Ataques adicionais podem ser
utilizados junto com a mordida primária, mas
sempre serão ataques secundários.
Mordida Adicional (01-50%): a aberração
consegue projetar a boca adicional para
frente e morder um alvo que esteja a até 1,5m
de distância. O ataque é considerado um ata-
que corpo-a-corpo secundário e causa o dano
indicado na Tabela 2.
Mordida Venenosa (51-60%): esta boca tem
dentes menores e sulcados e secretam ve-
neno. A aberração pode realizar um ataque
corpo-a-corpo adicional que causa o dano in-
dicado na Tabela 2 e pode atingir alvos a até
1,5m de distância. Além disso, a vítima da
mordida deve fazer um teste de Fortitude
(CD 10 + ½ DV da aberração + mod. de
Constituição) ou será envenenada, sofrendo
1d3 de dano temporário em Constituição.
Saliva Ácida (61-70%): a aberração recebe
um ataque à distância adicional, podendo
cuspir saliva ácida por esta boca, com alcance
de 9m. A aberração faz um ataque de toque à
distância e se acertar causa 1d4 de dano e o
alvo deve fazer um teste de Fortitude (CD 10
+ ½ dos DV da aberração + mod. de Cons-
tituição) ou ficará cego por 1d4 rodadas. Al-
vos sem olhos não são afetados pela cegueira,
mas ainda sofrem dano. A saliva ácida pode
ser usada em conjunto com os demais ata-
ques, mas será sempre um ataque secundário.
Drenar Sangue (71-80%): essa boca não
confere ataques adicionais e não pode se pro-
longar. Contudo, a aberração pode uma vez
por rodada (para cada boca deste tipo que ti-
ver) usar uma ação livre para sugar sangue de
uma vítima agarrada ou ocupando o mesmo
espaço da criatura. A cada rodada que a ví-
tima permanece agarrada sofre 1 ponto de
dano temporário em Constituição. Se chegar
a Con 0 a vítima morre.
Tagarelar (81-90%): uma vez por rodada
como uma ação livre, esta boca começa a ta-
garelar constantemente, pronunciando pala-
vras em idiomas aleatórios. Todas as criaturas
a até 18m de distância que sejam capazes de
ouvir a aberração devem fazer um teste de
Vontade (CD 10 + ½ dos DV da aberração
+ mod. de Carisma) ou ficarão confusas
(como na magia confusão) durante 1d2 roda-
das. Sucesso no teste torna o alvo imune à
habilidade durante um dia inteiro.
Sopro (91-00%): uma vez a cada 1d4 roda-
das a aberração pode usar uma ação completa
para expandir essa boca e soprar um cone de
energia (fogo, frio, ácido ou eletricidade) de
9m. Todas as criaturas dentro do cone so-
frem o dano indicado na Tabela 2, com di-
reito a um teste de Reflexos (CD 10 + ½ dos
DV da aberração + mod. de Constituição)
para reduz o dano à metade.
Mutações: algumas aberrações oculares
ao crescer e se desenvolver não adquirem no-
vos olhos nem novas bocas, mas sofrem mu-
tações. Se for o caso, escolha uma das seguin-
tes ou determine aleatoriamente.
Anfíbio (Ext): a aberração torna-se adap-
tada ao ambiente aquático. Ela pode respirar
dentro e fora d’água, ganha deslocamento de
natação 12m e tem Percepção às Cegas 18m
dentro d’água.
Antena (Ext): uma antena sensorial se
projeta do corpo da aberração. Confere a ela
Percepção às Cegas 9m. Uma antena adicio-
nal (ao custo de mais uma mutação) aumenta
o alcance para 18m.
Asas (Sob): um par de asas se projeta do
corpo da aberração. O monstro torna-se ca-
paz de voar, com deslocamento de 6m (ma-
nobrabilidade média). A criatura também
pode permanecer imóvel no ar, se desejar.
Um par de asas adicional (ao custo de mais
uma mutação) aumenta o deslocamento de
voo para 12m.
Carapaça (Ext): o couro da aberração ocu-
lar enrijece e ela recebe +2 na armadura na-
tural. Essa mutação pode ocorrer mais de
uma vez.
Corpo Aderente (Ext): o corpo da aberração
torna-se um pouco pegajoso e ela consegue
se mover através de superfícies lisas, mesmo
de ponta cabeça. A aberração é considerada
constantemente sob efeito da magia patas de
aranha, mas o deslocamento em escalar será
igual ao deslocamento em terra (mantém o
bônus racial de +8 em Escalar).
Couro Reflexivo (Sob): a aberração desen-
volve seu couro magicamente, de modo que
qualquer magia conjurada contra ela tenha
30% de chance de ser refletida contra o con-
jurador, como na magia reverter magia. Uma
mutação adicional deste tipo aumenta a
chance para 50%.
Engolir Inteiro (Ext): a aberração ocular
consegue expandir enormemente sua boca
principal, de modo a engolir um alvo que seja
duas categorias de tamanho menor do que ela
própria. Para engolir um alvo, a aberração
deve primeiro agarrar uma vítima (usando o
bônus de manobra de combate). Ela pode fa-
zer isso com a mordida principal ou com
qualquer um dos seus ataques adicionais. Na
rodada seguinte, se a vítima não se soltar a
aberração poderá tentar um novo teste de
manobra para engolir a vítima. Uma vítima
engolida sofre dano de esmagamento igual à
mordida principal (veja a Tabela 2). Para es-
capar a vítima deve causar dano equivalente a
1/10 do total de PV da aberração com armas
de corte ou perfuração. Esse dano não é des-
contado do total de PV do monstro. Depois
que a vítima escapa, contrações musculares
fecham o ferimento e outras vítimas engoli-
das devem abrir seu próprio caminho. A CA
da aberração, pelo lado de dentro, é igual a 10
+ mod. de armadura natural (ver Tabela 1).
Membros (Ext): um membro com garra se
projeta do corpo da aberração. Confere um
ataque corpo-a-corpo adicional com garras,
com alcance de 1,5m. O dano é o mesmo da
mordida adicional (Tabela 2). Se tiver duas
garras (ao custo de duas mutações) a aberra-
ção poderá usar os membros para se deslocar,
com isso seu deslocamento no solo aumenta
para 6m. Depois disso, cada membro adicio-
nal (ao custo de mutações adicionais) au-
menta o deslocamento em +3m, até um má-
ximo de 18m.
Pinça (Ext): uma haste com pinça se pro-
jeta do corpo da aberração. Ela recebe um
ataque corpo-a-corpo adicional, com dano
que varia de acordo com seu tamanho (Ta-
bela 2). Além disso, a aberração recebe a ha-
bilidade atracar: se acertar o ataque com a
pinça, pode iniciar uma imobilização como
uma ação livre e sem provocar ataques de
oportunidade. A aberração pode continuar
agindo normalmente com seus outros ata-
ques enquanto mantém um alvo imobilizado
– podendo, inclusive, torna-lo alvo de seus
demais ataques.
Regeneração (Ext): a aberração possui uma
capacidade regenerativa impressionante. Ela
pode regenerar olhos perdidos em poucos
33
 dias. Além disso, recebe Cura Acelerada de
acordo com seu tamanho: Cura Acelerada 1
para Miúdo; Cura Acelerada 2 para Pequeno;
Cura Acelerada 4 para Médio; Cura Acelerada
8 para Grande; Cura Acelerada 12 para
Enorme; Cura Acelerada 15 para Imenso.
Resistência à Energia (Ext): a aberração de-
senvolve uma forte resistência a um tipo de
energia. Recebe resistência 15 a um dos se-
guintes tipos de energia: fogo, frio, eletrici-
dade, sônico ou ácido. Ao custo de duas mu-
tações, a aberração recebe imunidade a um
destes tipos de energia.
Tentáculo (Ext): um longo tentáculo seme-
lhante ao de um polvo se projeta do corpo da
aberração. A criatura recebe um ataque
corpo-a-corpo adicional de pancada (mesmo
dano da pinça, ver Tabela 2), mas com al-
cance igual ao alcance da mordida +3m.
Nível de Desafio: de acordo com o total
de DV: para aberrações com até 7 DV, a ND
será igual a metade de seu total de Dados de
Vida; para aberrações com 8 DV ou mais, a
ND será igual a metade de seu total de Dados
de Vida +1.
XP: veja a Tabela 1-7 do Bestiário de
PATHFINDER, pg. 293.
EXEMPLOS DE
ABERRACOES OCULARES
As diversas mutações que as aberrações
oculares sofrem ao longo de seu crescimento
fazem delas criaturas altamente variadas.
Cada indivíduo é único (exceto pela larva). O
mestre pode usar as regras descritas até aqui
para criar suas próprias variações de aberra-
ções oculares – ou pode usar os exemplos a
34
seguir e inseri-los em suas aventuras rapida- Meio ambiente qualquer (frequentemente há 50% de chance de que o efeito seja per-
mente. subterrâneo) manente. O olho pode ser furado com ar-
Organização solitário ou grupo (3d4) mas de corte ou perfuração (tem CA 18, 4
As criaturas descritas adiante seguem to-
Tesouro padrão (sem itens mágicos) PV, RD 1/adamante).
das as regras mencionadas a cima. Para dife-
HABILIDADES ESPECIAIS
renciá-las, porém, cada uma recebeu um
Corpo Amorfo (Ext) Larvas de aberrações
nome próprio – mas todas são, em essência, ABERRAÇÃO OCULAR ND 3
aberrações oculares. oculares são imunes a acertos críticos e ata-
ques de precisão (como ataque furtivo). XP 800
Também podem se mover por uma área NM aberração média
pequena com ¼ do espaço sem se espremer Inic +5; Sentidos visão no escuro 18m, vi-
LARVA OCULAR ND 1
ou 1/8 do espaço se espremendo. são múltipla; Percepção +13.
XP 400 Olhos Aberrantes (Sob) A larva ocular tem DEFENSIVA
NM aberração miúda somente um olho aberrante (o grande CA 16, toque 11, desprevenido 15; (+1 Des,
Inic +7; Sentidos visão no escuro 18m; Per- olho), usado para sugar energias mágicas. +5 natural)
cepção +6. Uma vez por rodada a larva pode ativar o PV 39 (6d8+12)
DEFENSIVA olho contra um conjurador ou um item má- Fort +4, Ref +3, Von +9
CA 16, toque 15, desprevenido 13; (+3 Des, gico a até 6m de distância e que esteja den- Habilidades Defensivas corpo amorfo,
+1 natural, +2 tamanho) tro de seu campo de visão como uma ação RD 5/adamante; Imunidade acerto crí-
PV 9 (2d8) livre. Ela faz uma jogada de toque à distân- tico, dano de precisão
Fort +0, Ref +3, Von +4 cia e se acertar o alvo deve fazer um teste OFENSIVA
Habilidades Defensivas corpo amorfo, de Vontade (CD 11) ou a larva drena 1d4 Deslocamento 3m
RD 1/adamante; Imunidade acerto crí- níveis de magia do conjurador ou 1 nível Corpo a corpo mordida +5 (1d6+1)
tico, dano de precisão mágico do item mágico. Contra conjurado- À Distância olhos aberrantes +3 toque (es-
OFENSIVA res, magias de mais alto nível são drenadas pecial)
primeiro; contra itens mágicos, habilidades Espaço 1,5m; Alcance 1,5m (mordida), 15m
Deslocamento 3m
especiais são drenadas primeiro. Para itens, (olhos aberrantes)
Corpo a corpo mordida +2 (1d3-1)
À Distância olhos aberrantes +1 toque (es- Ataques Especiais olhos aberrantes
pecial) ESTATÍSTICAS
Espaço 1cm; Alcance 1,5m (mordida), 6m For 13, Des 13, Con 14, Int 16, Sab 15, Car
(olhos aberrantes) 14
Ataques Especiais olhos aberrantes BBA +4; BMC +5; DMC 16
ESTATÍSTICAS Talentos Iniciativa Aprimorada, Prontidão,
For 8, Des 16, Con 10, Int 14, Sab 12, Car Ataques Múltiplos
11 Perícias Artes Mágica +12, Conhecimento
BBA +1; BMC -2; DMC 11 (arcano) +12, Conhecimento (exploração)
+9, Escalar +10, Furtividade +10, Intimi-
Talentos Iniciativa Aprimorada
dação +8, Percepção +13, Sentir Motiva-
Perícias Artes Mágica +7, Conhecimento
ção +4
(arcano) +7, Escalar +4, Furtividade +16,
Idiomas aklo, subterrâneo, terran, comum
Intimidação +5, Percepção +6
Idiomas aklo, subterrâneo, terran ECOLOGIA
ECOLOGIA
Meio ambiente qualquer (frequentemente
subterrâneo)
Organização solitário
Tesouro padrão (sem itens mágicos)
HABILIDADES ESPECIAIS
Corpo Amorfo (Ext) Aberrações oculares
são imunes a acertos críticos e ataques de
precisão (como ataque furtivo). Também
podem se mover por uma área pequena
com ¼ do espaço sem se espremer ou 1/8
do espaço se espremendo.
Visão Múltipla (Ext) Devido a seus vários
olhos a aberração ocular não pode ser sur-
preendida nem flanqueada.
Olhos Aberrantes (Sob) A aberração ocular
tem cinco olhos aberrante: o grande olho e
quatro olhos adicionais. Uma vez por ro-
dada a aberração pode ativar até três olhos
contra alvos que estejam a até 15m de dis-
tância e dentro de seu campo de visão
como uma ação livre. Para que o efeito do
olho funcione, a aberração deve fazer uma
jogada de toque à distância com os olhos
aberrantes (bônus +3). Qualquer teste de
resistência (se houver) tem CD 15. Cada
olho tem uma propriedade especial.
Grande Olho Usado para sugar energias mági-
cas, pode ser usado contra um conjurador
ou um item mágico. Permite um teste de
Vontade ou a aberração drena 2d4 níveis de
magia do conjurador ou 1d3 níveis do item
mágico. Contra conjuradores, magias de
mais alto nível são drenadas primeiro; con-
tra itens mágicos, habilidades especiais são
drenadas primeiro. Para itens, há 50% de
chance de que o efeito seja permanente. O
olho pode ser furado com armas de corte
ou perfuração (tem CA 19, 19 PV, RD
5/adamante).
Olhos Adicionais Dois dos olhos adicionais da
aberração podem realizar ataques com
raios. Cada raio causa 1d6 de dano, sendo
que um causa dano de sônico e outro causa
dano de eletricidade. Os outros dois olhos
adicionais são capazes de reproduzir os
efeitos das seguintes magias, como se fos-
sem conjuradas por um feiticeiro de 6º ní-
vel: enfeitiçar pessoa e relâmpago. Os olhos adi-
cionais podem ser furados com armas de
corte ou perfuração (cada um tem CA 18,
13 PV, RD 5/adamante).
OLHO ALADO ND 7
XP 2.400
NM aberração grande
Inic +4; Sentidos visão no escuro 18m, vi-
são múltipla; Percepção +20.
DEFENSIVA
CA 17, toque 9, desprevenido 17; (+8 natu-
ral, -1 tamanho)
PV 102 (12d8+48)
Fort +8, Ref +6, Von +13
Habilidades Defensivas corpo amorfo,
RD 10/adamante; Imunidade acerto crí-
tico, dano de precisão
OFENSIVA
Deslocamento 3m, voo 12m
Corpo a corpo mordida +11 (1d8+3)
À Distância olhos aberrantes +7 toque (es-
pecial)
Espaço 3m; Alcance 3m (mordida), 21m
(olhos aberrantes)
Ataques Especiais olhos aberrantes
ESTATÍSTICAS
For 16, Des 11, Con 18, Int 17, Sab 16, Car
16
BBA +9; BMC +13; DMC 23
Talentos Iniciativa Aprimorada, Prontidão,
Ataques Múltiplos, Foco em Arma (olhos
aberrantes), Vontade de Ferro, Reflexos
Rápidos
Perícias Artes Mágica +18, Conhecimento
(arcano) +18, Escalar +18, Furtividade
+11, Intimidação +15, Percepção +20,
Sentir Motivação +5, Voo +15
Idiomas aklo, subterrâneo, terran, comum
ECOLOGIA
Meio ambiente qualquer (frequentemente
subterrâneo)
Organização solitário
Tesouro padrão (sem itens mágicos)
HABILIDADES ESPECIAIS
Corpo Amorfo (Ext) Olhos alados são imu-
nes a acertos críticos e ataques de precisão
(como ataque furtivo). Também podem se
mover por uma área pequena com ¼ do es-
paço sem se espremer ou 1/8 do espaço se
espremendo.
Visão Múltipla (Ext) Devido a seus vários
olhos os olhos alados não podem ser sur-
preendidos nem flanqueados.
Olhos Aberrantes (Sob) A criatura tem
nove olhos aberrante: o grande olho e oito
olhos adicionais. Uma vez por rodada um
olho alado pode ativar até três olhos contra
alvos que estejam a até 21m de distância e
dentro de seu campo de visão como uma
ação livre. Para que o efeito do olho funci-
one, o monstro deve fazer uma jogada de
toque à distância com os olhos aberrantes
(bônus +7). Qualquer teste de resistência
(se houver) tem CD 19. Cada olho tem uma
propriedade especial.
Grande Olho Usado para sugar energias mági-
cas, pode ser usado contra um conjurador
ou um item mágico. Permite um teste de
Vontade ou o olho alado drena 2d6 níveis
de magia do conjurador ou 1d4 níveis do
item mágico. Contra conjuradores, magias
de mais alto nível são drenadas primeiro;
contra itens mágicos, habilidades especiais
são drenadas primeiro. Para itens, há 50%
de chance de que o efeito seja permanente.
O olho pode ser furado com armas de corte
ou perfuração (tem CA 18, 51 PV, RD
10/adamante).
Olhos Adicionais Dois dos olhos adicionais da
aberração podem realizar ataques com
raios. Cada raio causa 1d8 de dano, sendo
que um causa dano de sônico e outro causa
dano de eletricidade. Os outros seis olhos
adicionais são capazes de reproduzir os
efeitos das seguintes magias, como se fos-
sem conjuradas por um feiticeiro de 12º ní-
vel: enfeitiçar pessoa, relâmpago, carne para pedra,
proteção contra flechas, área escorregadia e bola de
fogo. Os olhos adicionais podem ser furados
com armas de corte ou perfuração (cada
olho tem CA 19, 34 PV, RD 10/adamante).
Mutações (Ext) O olho alado sofreu duas
mutações durante seu desenvolvimento,
gerando dois pares de asas que lhe confe-
rem deslocamento de voo.
ABERRAÇÃO MATRAQUEANTE ND 7
XP 2.400
NM aberração grande
Inic +4; Sentidos visão no escuro 18m, vi-
são múltipla; Percepção +20.
DEFENSIVA
CA 17, toque 9, desprevenido 17; (+8 natu-
ral, -1 tamanho)
PV 102 (12d8+48)
Fort +8, Ref +6, Von +13
Habilidades Defensivas corpo amorfo,
RD 10/adamante; Imunidade acerto crí-
tico, dano de precisão
OFENSIVA
Deslocamento 3m, escalar 3m
Corpo a corpo mordida +11 (1d8+3) e 3
mordidas adicionais +9 (1d6+3)
À Distância olhos aberrantes +7 toque (es-
pecial), saliva ácida +6 (1d4 e especial)
35
 Espaço 3m; Alcance 3m (mordida), 21m
(olhos aberrantes)
Ataques Especiais olhos aberrantes, saliva,
tagarelar
ESTATÍSTICAS
For 16, Des 11, Con 18, Int 17, Sab 16, Car
16
BBA +9; BMC +13; DMC 23
Talentos Iniciativa Aprimorada, Prontidão,
Ataques Múltiplos, Foco em Arma (olhos
aberrantes), Vontade de Ferro, Reflexos
Rápidos
Perícias Artes Mágica +18, Conhecimento
(arcano) +18, Conhecimento (exploração)
+15, Escalar +26, Furtividade +11, Intimi-
dação +15, Percepção +20, Sentir Motiva-
ção +5
Idiomas aklo, subterrâneo, terran, comum
ECOLOGIA
Meio ambiente qualquer (frequentemente
subterrâneo)
Organização solitário
Tesouro padrão (sem itens mágicos)
HABILIDADES ESPECIAIS
Corpo Amorfo (Ext) Aberrações matraque-
antes são imunes a acertos críticos e ataques
de precisão (como ataque furtivo). Tam-
bém podem se mover por uma área pe-
quena com ¼ do espaço sem se espremer
ou 1/8 do espaço se espremendo.
Visão Múltipla (Ext) Devido a seus vários
olhos uma aberração matraqueante não
pode ser surpreendida nem flanqueada.
Olhos Aberrantes (Sob) A criatura tem
cinco olhos aberrante: o grande olho e qua-
tro olhos adicionais. Uma vez por rodada
uma aberração matraqueante pode ativar
até três olhos contra alvos que estejam a até
21m de distância e dentro de seu campo de
visão como uma ação livre. Para que o
36
efeito do olho funcione, o monstro deve fa-
zer uma jogada de toque à distância com os
olhos aberrantes (bônus +7). Qualquer
teste de resistência (se houver) tem CD 19.
Cada olho tem uma propriedade especial.
Grande Olho Usado para sugar energias mági-
cas, pode ser usado contra um conjurador
ou um item mágico. Permite um teste de
Vontade ou a aberração drena 2d6 níveis de
magia do conjurador ou 1d4 níveis do item
mágico. Contra conjuradores, magias de
mais alto nível são drenadas primeiro; con-
tra itens mágicos, habilidades especiais são
drenadas primeiro. Para itens, há 50% de
chance de que o efeito seja permanente. O
olho pode ser furado com armas de corte
ou perfuração (tem CA 18, 51 PV, RD
10/adamante).
Olhos Adicionais Dois dos olhos adicionais da
aberração podem realizar ataques com
raios. Cada raio causa 1d8 de dano, sendo
que um causa dano de sônico e outro causa
dano de eletricidade. Os outros dois olhos
adicionais são capazes de reproduzir os
efeitos das seguintes magias, como se fos-
sem conjuradas por um feiticeiro de 12º ní-
vel: enfeitiçar pessoa e relâmpago. Os olhos adi-
cionais podem ser furados com armas de
corte ou perfuração (cada olho tem CA 19,
34 PV, RD 10/adamante).
Bocas Adicionais (Ext) A aberração matra-
queante possui cinco bocas adicionais. Três
delas podem ser usadas para atacar, en-
quanto as demais lhe conferem as habilida-
des saliva ácida e tagarelar.
Saliva Ácida (Ext) Uma vez por rodada a
aberração matraqueante pode cuspir saliva
ácida juntamente com seus demais ataques,
mas como um ataque secundário. O alvo
deve ter sucesso em um teste de Fortitude
(CD 19) ou ficará cego por 1d4 rodadas. Al-
vos sem olhos não são afetados pela ce-
gueira, mas ainda sofrem dano.
Tagarelar (Ext) Uma vez por rodada como
uma ação livre, esta boca pode tagarelar in-
coerentemente em idiomas aleatórios. To-
dos a até 18m que sejam capazes de ouvir a
aberração devem ter sucesso em um teste
de Vontade (CD 19) ou ficarão confusas
(como a magia confusão) por 1d2 rodadas.
Sucesso no teste torna o alvo imune por um
dia inteiro.
Mutação (Ext) A aberração matraqueante
sofreu uma mutação durante seu desenvol-
vimento. Seu corpo é pegajoso e ela conse-
gue caminhar por superfícies lisas como se
estivesse permanentemente sob efeito de
patas de aranha.
CRIATURA OCULAR
Durante o processo de desenvolvi-
mento de uma aberração ocu-
lar, a maioria das larvas se dis-
persa na caça de pequenas pre-
sas para se alimentar e com-
pletar sua transfor-
mação. Em algumas
ocasiões, porém, ao
invés de crescer se ali-
mentando a larva pro-
cura por outra criatura
viva e dá início a um
processo de simbiose
para se associar ao
hospedeiro escolhido.
Para iniciar um pro-
cesso de simbiose uma
larva ocular precisa reali-
zar uma manobra agarrar
contra o alvo. A partir de então, a cada ro-
dada que permanecer agarrando o alvo a larva
tentará iniciar o processo de simbiose; o can-
didato a hospedeiro pode fazer um teste de
Fortitude (CD 15) por rodada para negar,
mas se falhar três vezes e a larva não for reti-
rada, o processo de simbiose terá iniciado.
Uma vez iniciado o processo, remover a larva
causará 1d3 de dano permanente na Consti-
tuição da vítima. É possível remover a larva
com processo cirúrgico, o que exige sucesso
em um teste de Cura (CD 20) e equipamento
adequado (bisturis e similares); falha resulta
na perda permanente de 1d3 pontos de Cons-
tituição. Depois de cinco dias o processo não
poderá mais ser revertido sem a morte do
hospedeiro.
Nos dias seguintes, a criatura hospedeira
sofrerá uma série de mutações causadas pela
larva parasita. De maneira geral, olhos cres-
cerão em várias partes de seu corpo, embora
algumas larvas provoquem outros tipos de
mutação. O hospedeiro
será então
transfor-
mado
em uma
criatura ocular.
Uma criatura ocular mantém grande parte
das suas características originais, mas com
mutações e alterações causadas pela larva
ocular hospedeira. Para criar uma criatura
ocular aplique o modelo a seguir em um ani-
mal, besta mágica, dragão, humanoide ou hu-
manoide monstruoso de tamanho Pequeno
ou maior. Curiosamente, as larvas não conse-
guem se associar a outras aberrações. A partir
de agora a criatura original será chamada de
“criatura-base”.
ND: aumenta de acordo com os DV da
criatura-base: com 1 a 3 DV, aumenta em
ND +1; com 4 a 10 DV, aumenta em ND
+2; com 10 DV ou maior, aumenta em ND
+3.
Tamanho e Tipo: mantém o mesmo ta-
manho, mas o tipo da criatura-base muda
para aberração. DV, BBA e TR não são re-
calculados.
Tendência: a criatura-base mantém o
eixo moral (Ordeira, Neutra ou Caótica), mas
o eixo ético muda para Maligna.
Sentidos: a criatura-base recebe visão no
escuro 18m. Se já possui visão no escuro, au-
menta em +9m. Também recebe Visão Múl-
tipla (veja em habilidades especiais).
CA: a criatura-base recebe +1 na arma-
dura natural.
Habilidades Defensivas: veja a parte de
habilidades especiais, mais adiante.
Ataque à Distância: a criatura-base re-
cebe um ou mais ataques secundários natu-
rais de toque à distância com olhos aberran-
tes. Veja a parte de habilidades especiais, mais
adiante.
Ataques Especiais: recebe olhos aber-
rantes (veja adiante). Também pode receber
outros ataques especiais (veja adiante).
Valores de Atributos: Int +4, Sab +2,
Car +2. Se depois disso qualquer destes atri-
butos estiver abaixo de 10, aumente-o auto-
maticamente para 10. Recalcule os modifica-
dores de perícia, testes de resistência de Von-
tade e outras estatísticas associadas a estes
atributos.
Idiomas: a criatura-base aprende o idi-
oma aklo, caso já não o conheça.
Habilidades Especiais: a criatura-base
recebe as habilidades especiais descritas
abaixo.
Visão Múltipla (Ext): devido aos vários
olhos espalhados por seu corpo, a criatura-
base não pode mais ser surpreendida nem
flanqueada.
Olhos Aberrantes (Sob): se a criatura-base
tem entre 1 e 3 DV ela recebe um olho aber-
rante; se tem 4 DV ou mais, recebe um olho
aberrante para cada 2 DV. Uma vez por ro-
dada a criatura-base pode ativar um número
de olhos aberrantes igual ao seu modificador
de Inteligência como uma ação livre (com Int
10-11 a criatura-base precisarão de uma ação
de movimento para usar os olhos). Cada olho
tem uma habilidade específica, podendo ser
um raio óptico (50% de chance) que causa
dano de acordo com o tamanho da criatura-
base (ver Tabela 2, coluna raios ópticos) por
fogo, frio, ácido, eletricidade ou sônico (es-
colha um para cada olho com raio óptico) ou
um raio místico, que reproduz os efeitos de
uma magia (lance contra a Tabela 3, mas a
magia deve ter nível igual ou menor a ½ dos
DV da criatura-base, mínimo 1). Para usar os
olhos aberrantes a criatura-base deve realizar
um ataque de toque à distância (ver Ataques
à Distância). Todos os testes de resistência
são feitos com CD 10 + ½ DV da criatura-
base + mod. de Carisma. Os efeitos mágicos
funcionam como se conjurados por um feiti-
ceiro de nível igual aos DV da criatura-base.
Mutações: em raras ocasiões a criatura-base
pode, no lugar de um olho aberrante, sofrer
uma mutação, da mesma forma como ocorre
com as aberrações oculares. Estas modifica-
ções ficam por conta do mestre.
EXEMPLO DE CRIATURA OCULAR
O exemplo abaixo foi criado usando as
estatísticas de um kobold conforme mos-
trado no Bestiário de PATHFINDER (pg. 185).
KOBOLD OCULAR ND 1
XP 400
OM aberração (reptiliano) Pequeno
Inic +1; Sentidos visão no escuro 18m, vi-
são múltipla; Percepção +6.
DEFENSIVA
CA 16, toque 12, desprevenido 15; (+2 arma-
dura, +1 Des, +2 natural, +1 tamanho)
PV 5 (1d10)
Fort +2, Ref +1, Von +0
Fraquezas sensibilidade à luz
OFENSIVA
Deslocamento 9m
Corpo a corpo lança +1 (1d6-1)
À Distância funda +3 (1d3-1) e olhos aber-
rantes -2 toque (especial)
Espaço 1,5m; Alcance 1,5m (lança), 9m
(olhos aberrantes)
Ataques Especiais olhos aberrantes
ESTATÍSTICAS
For 9, Des 13, Con 10, Int 14, Sab 11, Car
10
BBA +1; BMC -1; DMC 10
Talentos Foco em Perícia (Percepção)
Perícias Furtividade +5, Ofícios (armadi-
lhas) +6, Percepção +5; Modificadores
Raciais +2 Ofícios (montar armadilhas),
+2 Percepção, +2 Profissão (mineiro)
Idiomas dracônico, aklo
QE astuto
ECOLOGIA
Meio ambiente subterrâneo temperado ou
floresta profunda
Organização solitário, gangue (2-4), ninho
(5-30 mais um número igual de não comba-
tentes, 1 sargento de 3º nível para cada 20
adultos e 1 líder de 4º-6º nível), ou tribo
(31-300 mais 35% não combatentes, sar-
gento de 3º nível para cada 20 adultos, 2 te-
nentes de 4º nível, 1 líder de 6º-8º nível, e
5-16 ratos atrozes)
Tesouro equipamento de PdM (armadura de
couro, lança, funda e outros tesouros)
HABILIDADES ESPECIAIS
Astuto (Ext) Ofícios (armadilhas) e Furtivi-
dade são sempre perícias de classe para ko-
bolds
Visão Múltipla (Ext) Devido a seus vários
olhos o kobold ocular não pode ser surpre-
endido nem flanqueado
Olhos Aberrantes (Sob) O kobold ocular
possui um olho aberrante que pode usar
uma vez por rodada como uma ação livre
contra alvos que estejam a até 9m de dis-
tância e dentro de seu campo de visão. Para
que o efeito do olho funcione, o kobold
deve fazer uma jogada de toque à distância
com os olhos aberrantes (bônus -2). Se
acertar o alvo, a vítima deve fazer um teste
de Vontade (CD 10) ou estará sob efeito da
magia enfeitiçar pessoa conjurada por um fei-
ticeiro de 1º nível
Sensibilidade à Luz (Ext) Kobolds ficam
ofuscados quando expostos à luz brilhante
37
 car dos poderes de um de seus olhos e então passará a ser capaz de con- seus olhos aberrantes (embora ainda não pos-
ABERRACAO ARCANA aberrantes – ao invés do efeito normal,
aquele olho passa a ser capaz de con-
jurar magias de níveis 0 a 2 e
ainda terá um olho aber-
sam usar estes talentos metamágicos nos po-
deres sobrenaturais dos olhos aberrantes).
As aberrações oculares são criaturas jurar magias de um nível especí- rante. Ao alcançar o 5º ní-
inteligentes e altamente mágicas. Sua ca-
pacidade de drenar energias místicas, po-
fico. No 1º nível de mago, a
aberração arcana pre-
vel de mago este mons-
tro abdica de seu olho
EXEMPLO DE ABERRACAO ARCANA
rém, as impede de adquirir mais poder cisa abdicar dos aberrante e passa a O exemplo abaixo foi criado usando as
mágico através de aprendizado: elas não poderes de dois ser capaz de conju- estatísticas de uma aberração ocular típica
conseguem se tornar conjuradores verda- olhos que rar magias de ní- (descria a cima) com quatro níveis de mago.
deiros, podem usar somente as magias possua e será veis 0 a 5 – mas
conferidas por seus olhos. Pelo menos era capaz de não poderá
o que se achava, até a descoberta da aber- conjurar mais usar ne- ABERRAÇÃO ARCANA ND 7
ração arcana. magias de nhum olho
nível 0 e de aberrante. A XP 3.200
Uma aberração arcana é uma aberração NM aberração média
1º nível. partir daí,
ocular com seu grande olho furado – e, por Quando al- mesmo que Inic +6; Sentidos visão no escuro 18m, vi-
isso, incapaz de sugar energias místicas. Inca- são múltipla; Percepção +14.
cança o 3º avance seus
paz de absorver energias mágicas, a criatura DEFENSIVA
nível de níveis como
também tem maior dificuldade em crescer e
mago, o mago a CA 17, toque 12, desprevenido 15; (+2 Des,
evoluir – em regras, o monstro não consegue monstro aberração +5 natural)
mais adquirir novos Dados de Vida. Mas o
deve abdi- arcana não PV 57 (6d8+4d4+20)
que poderia ser uma desvantagem, a criatura
car de um poderá con- Fort +5, Ref +5, Von +14
transformou em um benefício: sem seu
novo olho – jurar magias Habilidades Defensivas corpo amorfo,
grande olho, a aberração torna-se capaz de e em troca será de níveis RD 5/adamante; Imunidade acerto crí-
estudar grimórios e pergaminhos e assim se
capaz de conju- mais altos – tico, dano de precisão
transformar em um conjurador verdadeiro!
rar magias de 2º ní- a menos que ab- OFENSIVA
Aberrações oculares podem se transfor- vel com aquele olho. dique do uso de ma- Deslocamento 3m
mar em aberrações arcanas por escolha pró- Cada olho da aberração é ca- gias de níveis anteriores. Corpo a corpo mordida +9 (1d6+3)
pria, perfurando seu olho, ou podem decidir paz de conjurar magias de um único nível – À Distância olhos aberrantes +6 toque (es-
Uma vez por rodada uma aberração ar-
seguir esse caminho depois de terem o olho toda vez que se torna capaz de conjurar um pecial)
cana pode usar uma ação livre para utilizar
perfurado por algum inimigo. O fato é que novo nível de magia, o monstro deve abdicar Espaço 1,5m; Alcance 1,5m (mordida), 15m
um número de olhos igual ao seu modifica-
elas a partir daí podem adquirir níveis na dos poderes de um olho aberrante. Mutações (olhos aberrantes)
dor de Inteligência – ou seja, a aberração ar-
classe mago. e bocas adicionais permanecem inalteradas – Ataques Especiais olhos aberrantes
cana pode conjurar várias magias na mesma
a aberração não pode substituir bocas ou mu-
Siga as regras descritas a partir da pg. 296 rodada. Magias com tempo de execução su- ESTATÍSTICAS
tações por novos níveis de conjuração.
do Bestiário de PATHFINDER para adicionar perior a 1 ação padrão podem ser iniciadas For 17, Des 15, Con 14, Int 20, Sab 17, Car
níveis de mago a uma aberração ocular. A Por exemplo, uma aberração ocular com dentro da mesma ação livre, mas ainda demo- 12
classe funciona normalmente, exceto pela 4 olhos aberrantes que se torne uma aberra- rarão o tempo normal até serem conjuradas. BBA +6; BMC +7; DMC 19
mudança abaixo. ção arcana de 1º nível poderá conjurar magias Talentos Iniciativa Aprimorada, Prontidão,
Outra grande vantagem é que aberrações
de nível 0 e de 1º nível, mas manterá somente Ataques Múltiplos, Escrever Pergaminho
A aberração arcana pode conjurar magias arcanas podem selecionar talentos metamági-
dois de seus olhos. Ao alcançar o nível 3 de Perícias Artes Mágica +14, Conhecimento
arcanas. Para isso, contudo, ela precisa abdi- cos para melhorar as magias conjuradas por
mago, a aberração arcana pode escolher ab- (arcano) +14, Conhecimento (exploração)
dicar dos poderes de mais um de seus olhos

38
 +11, Escalar +12, Furtividade +11, Intimi-
dação +7, Percepção +14, Sentir Motiva-
ção +5
Idiomas aklo, subterrâneo, terran, comum,
dracônico, abissal
ECOLOGIA
Meio ambiente qualquer (frequentemente
subterrâneo)
Organização solitário
Tesouro padrão (sem itens mágicos)
HABILIDADES ESPECIAIS
Corpo Amorfo (Ext) Aberrações oculares
são imunes a acertos críticos e ataques de
precisão (como ataque furtivo). Também
podem se mover por uma área pequena
com ¼ do espaço sem se espremer ou 1/8
do espaço se espremendo.
Visão Múltipla (Ext) Devido a seus vários
olhos a aberração arcana não pode ser sur-
preendida nem flanqueada.
Olhos Aberrantes (Sob) A aberração arcana
tem quatro olhos menores; seu grande olho
foi furado e não funciona mais. Três de
seus olhos são usados para conjurar magias
(veja a seguir, na habilidade magias) en-
quanto um pode ser usado para reproduzir
os efeitos da magia enfeitiçar pessoa (Vontade
CD 14 anula). Para que o efeito do olho
funcione, a aberração deve fazer uma jo-
gada de toque à distância com os olhos
aberrantes (bônus +4). Os olhos aberrantes
podem ser furados com armas de corte ou
perfuração (cada olho tem CA 19, 19 PV,
RD 5/adamante).
Magias A aberração arcana deve preparar
suas magias. Ela pode preparar 4 magias de
nível 0, 5 de 1º nível e 3 de 2º nível. A cada
rodada, a aberração pode usar uma ação li-
vre para conjurar até uma magia de cada ní-
vel e mais dois olhos aberrantes. Suas ma-
gias têm CD 15+ nível da magia para resis-
tir.
Familiar A aberração arcana tem um rato
como familiar (pg. 71 do Livro Básico de
PATHFINDER).
Escolas de magia A aberração arcana não é
especializada em nenhuma escola de magia.
Truques A aberração arcana pode preparar
4 truques (magias de nível 0) a cada dia,
para conjura-las livremente ao longo do dia
(sem limite de conjuração). Ela não pode,
porém, conjurar um truque que não prepa-
rou naquele dia.
Grimório O grimório da aberração arcana
contém todos os truques (magias de nível
0) e mais as seguintes magias, organizadas
por nível: (1º nível) área escorregadia, causar
medo, convocar criaturas I, escudo arcano, imagem
silenciosa, mísseis mágicos, névoa da escuridão, raio
do enfraquecimento, reduzir pessoa, sono; (2º ní-
vel) comandar mortos-vivos, escuridão, esfera fla-
mejante, invisibilidade.
NOVOS TALENTOS
A capacidade de usar vários poderes
místicos em uma mesma rodada, junta-
mente com ataques naturais, torna a
aberração ocular um monstro bastante
perigoso. Mas se você quiser, pode deixa-
la ainda mais perigosa, pelo uso dos ta-
lentos abaixo.
ABERRACAO APRIMORADA
A aberração tem mais olhos, bocas ou
mutações do que o esperado.
Pré-requisito: raça aberração ocular ou
aberração arcana.
Benefício: a aberração ocular adquire um
olho, uma boca ou uma mutação extra, que
lhe confere alguma capacidade especial. Es-
colha uma entre as descritas anteriormente.
Especial: esse talento pode ser adquirido
mais de uma vez. Cada vez que selecioná-lo,
a aberração recebe um novo olho, boca ou
mutação.
COORDENACAO MELHORADA
Esta aberração ocular é capaz de usar um
número de olhos aberrantes maior do que o
normal.
Pré-requisito: raça aberração ocular ou
aberração arcana, Int 16 ou mais.
Benefício: a aberração ocular consegue
ativar mais um de seus olhos aberrantes du-
rante a mesma ação livre. A aberração precisa
ter um número de olhos aberrantes maior do
que seu modificador de Inteligência para re-
ceber esse benefício.
Especial: este talento pode ser adquirido
mais de uma vez; cada nova aquisição per-
mite utilizar mais um olho (até o número má-
ximo de raios que a aberração possui).
Normal: uma aberração ocular só conse-
gue utilizar um número de olhos igual ao seu
modificador de Inteligência.
MAURY “SHI DARK” ABREU
maury.abreu@bol.com.br
A ABERRACAO MORTA
Embora ainda não haja relatos ofici-
ais, a descoberta das aberrações arcanas
levanta um temor ainda maior entre os es-
tudiosos místicos: se uma aberração ocu-
lar é capaz de aprender a conjurar magias,
e se for capaz de adquirir poder mágico
suficiente, o que a impedirá de criar um
filactério e, deste modo, transformar-se
em um dos mais perigosos liches existen-
tes?
Uma das teorias da não existência, até
o momento, de aberrações arcanas liches
é o fato de que toda aberração ocular cedo
ou tarde será impelida a reproduzir – os
vermes e larvas em seu interior começarão
a devorá-la e logo ela morrerá, dando ori-
gem a outras aberrações oculares. Até o
momento, nenhuma aberração arcana
conseguiu acumular poder mágico sufici-
ente para se tornar um lich antes que o
processo de reprodução tivesse início.
Os mais pessimistas, porém, dizem
que é apenas uma questão de tempo: se
uma aberração arcana conseguir alcançar
o 11º nível de mago e for bem-sucedida
em criar um filactério, sua transformação
em lich será iminente.
Em teoria, uma aberração arcana
transformada em lich não pode mais se re-
produzi – afinal, as larvas em seu interior
estarão mortas e, deste modo, não serão
capazes de devorar a criatura por dentro.
Novamente, os mais pessimistas têm ou-
tra teoria: as larvas no interior de uma
aberração lich também serão pequenos
mortos-vivos, que também devorarão seu
hospedeiro – e quando “nascerem”, pro-
vavelmente terão uma parcela de seus po-
deres de lich...
39
 A Torre de
Laetharell
 Armadilha  Localidade  Monstro
 NPC/PdM  Nota/Regra  Tesouro

De todos os “tipos” de aventura pos- senvolver magias efetivas contra os aberran-

sível em um jogo de RPG a mais clássica tes lefeu. Mas eles não fazem ideia do hor-
delas é a típica exploração de masmorra. ror que encontrarão dentro da torre...
E quando falamos de masmorra nem
Esta é uma aventura para TORMENTA
sempre nos referimos a um calabouço –
RPG, projetada para um grupo de quatro a
ruínas abandonadas, complexos subter-
seis personagens de 3º a 4º nível (somando
râneos, catacumbas, mansões e outras
cerca de 18 níveis de experiência total). Em-
construções também são tipicamente
bora não esteja diretamente relacionada aos
chamadas de “masmorra”. A torre do
eventos transcorridos nas aventuras anteri-
mago pode ser uma masmorra.
ores publicadas na BEHOLDER CEGO, ela
A Torre de Laetharell é uma típica aven- pode ser usada na sequência após os even-
tura de exploração de masmorra – com a di- tos narrados em Refúgio Vermelho (BC#14) e
ferença de que nossa masmorra é, na reali- Uma Busca Foliar (BC#15).
dade, uma torre abandonada. Aqui, os per-
A aventura transcorre em Wynlla, o
sonagens dos jogadores deverão adentrar
Reino da Magia, vizinho a Deheon (onde
uma antiga torre abandonada, explorar seus
ocorreram as aventuras anteriores). Embora
corredores e câmaras e encontrar o grimó-
o histórico da torre esteja ligado a um fenô-
rio do antigo mago que ocupava a estrutura
meno comum no reino (as áreas de magia
– o elfo Laetharell, um mago dedicado a de-
caótica) este elemento não tem grande im-

40
portância para o desenrolar da trama, por-
tanto o mestre pode fazer algumas modifi-
cações e rolar a aventura em outro reino
qualquer de sua preferência.
Introdução
Wynlla, o Reino da Magia, pode ser
considerado um lugar relativamente
tranquilo. Bem colonizado e com pe-
quena extensão territorial, suas terras
não são habitadas por muitos humanoi-
des perigosos, como goblinoides e
gnolls. É bem verdade que a incidência
de monstros mágicos é um pouco mais
alta do que o habitual – mas mesmo es-
tes costumam restringir-se às regiões
mais desoladas e inóspitas.
Embora os mapas do reino conhecidos
até o momento mostrem grandes extensões
de planícies “vazias”, sabe-se da existência
de diversas ruínas pouco relevantes espalha-
das por seu território. O Antigo Internato é
a mais famosa delas, mas há outras.
A nordeste da capital Sophand há um
pequeno bosque habitado por toda sorte de
animais, alguns deles de natureza mágica.
No meio do bosque existe uma velha torre,
cujas origens nunca foram inteiramente co-
nhecidas – há quem diga que a torre já es-
tava lá quando os primeiros colonos de
Lamnor chegaram às terras do norte. Aban-
donado há não se sabe quanto tempo, o lu-
gar era habitado por uma tribo de kobolds,
que construiu tocas nas cavernas subterrâ-
neas logo abaixo da torre. Mas tudo mudou
há cerca de cinco anos, com a chegada do
mago élfico Laetharell.
Expulso de Lenórienn alguns anos antes
de sua queda, acusado de um crime que não
cometeu, Laetharell rumou para a região
norte e passou a viajar pelas novas terras
que começavam a ser exploradas pelos hu-
manos. Mas ao invés de estabelecer residên-
cia em algum dos vários reinos em forma-
ção, o elfo tornou-se um andarilho, percor-
rendo as terras e oferecendo seus serviços
como mago experiente. Basicamente, tor-
nou-se aventureiro.
Após anos de aventura perambulando
por várias regiões de Arton, Laetharell ad-
quiriu certa fama entre seus iguais. Tornou-
se, em anos mais recentes, um desafiador da
Tormenta, um aventureiro especializado em
combater a tempestade rubra. Realizou vá-
rias incursões a áreas de Tormenta, enfren-
tou vários tipos de demônios, sentiu sua
mente ser tocada por um Lorde... e quase se
tornou um servo dos lefeu. Mas resistiu,
mesmo que sua mente tenha sido parcial-
mente danificada.
Cansado, Laetharelll decidiu se aposen-
tar – ao menos parcialmente. Encerrou sua
vida de aventuras errantes e passou a se de-
dicar ao estudo de técnicas e magias mais
efetivas contra os lefeu. Foi por volta do
ano 1405 que o elfo rumou para Wynlla, res-
taurou uma velha torre abandonada a nor-
deste de Sophand, eliminou os kobolds que
viviam lá e transformou o lugar em um mo-
desto laboratório de pesquisas místicas.
Mas alguma coisa terrível aconteceu.
Enquanto Laetharell realizava experimentos
envolvendo magias de proteção contra a
Tormenta no interior da torre uma área de
magia caótica repentinamente se manifes-
tou no bosque e afetou o experimento. Não
se sabe detalhes do que aconteceu nem
quais as magias que o elfo usava durante o
evento, mas o fato é que do grimório do
mago irrompeu um nevoeiro rubro e san-
grento que se espalhou pela torre, cobrindo-
a por inteiro com uma neblina avermelhada.
De alguma forma, a corrupção da Tormenta
espalhou-se pela torre, cobrindo os móveis
e paredes com matéria vermelha e corrom-
pendo e distorcendo tudo ao seu redor. Por
sorte, o efeito não se alastrou para fora da
construção.
Enfraquecido pelos experimentos e
pego de surpresa, Laetharell não resistiu à
corrupção e caiu desfalecido. Hoje sua torre
é um lugar macabro e corrompido – apesar
da aparência, não é realmente uma área de
Tormenta, mas um ambiente desfigurado e
influenciado pela tempestade rubra. O gri-
mório não é capaz de invocar nenhum lefeu
(ao menos não sem um conjurador para ma-
nipulá-lo), mas a corrupção e vermelhidão
emana de suas páginas, e continuará assim
até que alguém destrua o livro...
Prólogo:
Envolvendo
os Heróis
A aventura transcorrerá no reino de
Wynlla, a leste de Deheon – mas o lugar
específico onde ela terá início pode ser
uma escolha do mestre.
Se os jogadores tiverem participado das
aventuras Refúgio Vermelho e/ou Uma Busca
Foliar, você deverá criar um pretexto para
que eles viagem para Wynlla – talvez escol-
tando um mercador ou acompanhando o le-
fou Haggar (BC#14), que decide seguir para
o reino (o uso de Haggar como um PdM ou
Sophand
 Sophand (cidade grande): Po-
pulação 15.000 (humanos 70%, quareen
20%, halflings 7%, goblins 2%, outros
1%). Economia: limite 40.000 TO, posse
21.500 TO. Governo: conselho (mago-
cracia). Religião: Wynna 45%, Tanna-
Toh 25%, Azgher 10%, Tenebra 7%,
Grande Oceano 2%, Khalmyr 2%, Lena
2%, Marah 2%, Valkaria 2%, Thyatis 2%,
outros 1%. Tendência: Leal e Boa. Impor-
tações: bebidas, alimentos, metais, papela-
ria, tecidos, vidro. Exportações: compo-
nentes mágicos, itens mágicos, obras ar-
tísticas, poções, vestuário.
Importante: os dados a cima são apenas
uma sugestão não-oficial para orientar o
mestre sobre o que pode ser encontrado
na cidade. Sinta-se livre para ignorar tais
informações.
aliado dos PJ fica por conta do mestre).
Sinta-se livre para criar alguma aventura ou
encontros aleatórios ao longo da viagem.
Apenas certifique-se de que cedo ou tarde
eles cheguem a Sophand, capital de Wynlla.
41
 Uma vez em Sophand, leia-lhes o se-
guinte, para ambientá-los.
Comparada às grandes metrópoles
artonianas, a cidade que se desenrola di-
ante de vocês parece bastante simples.
Mas conforme seus olhos viajam de um
lado a outro, vocês logo percebem que
Sophand não tem nada de simples.
A primeira coisa que chama sua
atenção é o vestuário dos habitantes:
longos robes, mantos e chapéus pontu-
dos são a indumentária mais comum na
população. Muitos dos mais idosos cul-
tivam longas barbas cinzentas ou bran-
cas e carregam um ar de serena sabedo-
ria, enquanto caminham apoiados em
seus longos cajados. No alto, jovens
cruzam os céus sobre suas vassouras vo-
adoras. De repente um clarão atrai seus
olhares à direita – um grande redemoi-
nho de energias místicas abre-se diante
de seus olhos e, de seu interior, surge
um grupo guiado por uma jovem de pele
escura e longos cabelos prateados.
Quando todos terminam sua travessia, a
jovem estala os dedos e o redemoinho
energético se desfaz, não antes que vo-
cês conseguissem um rápido vislumbre
de seu interior, mostrando o que parecia
uma “outra” cidade, um outro local...
Um portal mágico!
Mais à frente, um homem truculento
com o tronco nu e usando largas calças
de seda e sapatos dourados cuja ponta
ergue-se espiralada para o alto anuncia
a venda do que parecem ser tapetes vo-
adores! Do lado oposto da rua, uma mu-
lher alta vestindo um longo robe de cor
púrpura e bordados em dourado tenta
gritar mais alto, oferecendo suas “vas-
souras voadoras” aos transeuntes! Uma
grande coruja de penas brancas como a
neve sobrevoa suas cabeças e pousa em
um poleiro mais à frente, acariciada por
um jovem de trajes avermelhados e dou-
rados que carrega, na mão direita, uma
pequena e simples haste de madeira.
As estruturas que se espalham pela
cidade também chamam a atenção: al-
tas construções com o aspecto de gran-
des torres e minicastelos dividem es-
paço com belas mansões e estruturas
menores, em sua maioria construídas
em pedra e alvenaria. O brilho multico-
lorido que emana de suas formas, po-
rém, sugere o uso de poderosa magia
para sua confecção. Para cada direção,
cada canto que olham, vocês vêm a su-
gestão de magia.
Bem-vindos a Sophand, capital de
Wynlla, o Reino da Magia.
O texto a cima serve apenas para ambi-
entar os jogadores, tentando transmitir a in-
crível sensação de magia que permeia cada
canto da capital. Você pode dar aos PJ a
oportunidade de explorar a cidade e conhe-
cer suas maravilhas. Também podem fazer
compras se desejarem – praticamente qual-
quer item mundano comum pode ser en-
contrado nas lojas da cidade. Mais do que
isso, aqui os PJ podem encontrar itens má-
gicos com bastante facilidade! Claro, dificil-
mente eles terão dinheiro para adquiri-los,
mas é fácil de encontrar. Itens mágicos de
até 40.000 TO podem ser comprados na ci-
dade – itens mais caros ficam por conta do
mestre.
Para envolver os heróis na trama da
aventura você pode fazer com que eles ou-
çam os boatos sobre a Torre de Laetharell
enquanto perambulam pela cidade. A tabela
abaixo contém algumas das informações
mais relevantes relacionadas ao elfo que po-
dem ser obtidas na cidade, incluindo um
personagem que pode conferir essa infor-
mação e onde ele pode ser encontrado (para

Informações em Sophand sobre Laetharell

CD TO Personagem e Local Informação
5 0 Ícaro (HUMANO, PLEBEU 2, N). Já conheci alguns aventureiros em minhas andanças. Até um desafiador da Tormenta, já ouviram falar? É um aventureiro especializado em enfrentar aquela
Cidadão comum de Sophand. tal tempestade mágica. O nome dele? Ele era um elfo, então tinha um daqueles nomes meio estranhos... Laeth alguma coisa... Laetharell acho que era. Dizem
que ele vive numa torre a nordeste daqui, mas não tenho certeza. De repente os guardas sabem de alguma coisa.
10 1d4 Arthur Coyle (HUMANO, PLE- Laetharell? Sim, claro, já ouvi falar dele. É um mago élfico especializado em enfrentar a Tormenta. Mas parece que se aposentou, dizem que tomou posse de
BEU 5, LN). Guarda de So- uma velha torre pra nordeste da capital, bem no meio de um bosque. Ouvi dizer que ele estava testando umas magias novas pra usar contra a Tormenta, mas
phand. não entendo muito da coisa. Ele até que era bem famosinho, visitava a capital pra reabastecer os estoques de componentes mágicos. De repente vocês podem
descobrir um pouco mais sobre ele perguntando nas lojas de Sophand.
12 1d6 Laethyanallia (ELFA, MAGA 4, Primeiramente, boa tarde, cavalheiros. Sim, eu conhecia Laetharell, ele comprava aqui comigo sempre que precisava de matéria-prima para suas poções e
NB). Proprietária da “Caldeirão magias. Era um sujeito meio bronco e ranzinza. Ouvi dizer que cometeu um crime bem grave há muito tempo, mas nunca soube do que se tratava. Pelo menos
Fumegante”, uma loja de po- era bom pagador, nunca comprava fiado e nunca reclamou dos preços. Mas já faz um tempo que não vejo ele. Antigamente era sagrado, pelo menos uma vez
ções e componentes mágicos. por mês ele vinha aqui comprar alguma coisa. Mas já faz um tempo que ele não aparece... uns bons quatro meses, pelo menos, se minha memória não estiver
falhando. Ele gostava de frequentar a Taverna do Cinzento, no centro. De repente vocês podem descobrir mais alguma coisa por lá.
15 1d10 Harloff Grayveil (HUMANO, O Laetharell? Ah sim, sim, claro que lembro dele. Sempre passava aqui na taverna para beber alguma coisa quando estava na cidade. Não falava muito,
PLEBEU 4, MAGO 2, CN). Propri- exceto pela última vez que esteve aqui. Parece que tinha descoberto alguma coisa muito especial, alguma magia revolucionária que podia ser usada contra a
etário da “Taverna do Cin- Tormenta. Mas isso foi há mais de quatro meses, desde então não o vi mais. Tem gente por aí dizendo que alguma coisa deu muito errada nos experimentos
zento”, cuja placa mostra a si- dele. Dizem até que ele pode estar morto. Para vocês que são aventureiros seria um prato cheio. Imagina só os itens mágicos que ele não tinha lá na torre. Ah,
lhueta de um mago com cajado mas se forem até lá é bom tomar cuidado. Ouvi dizer que o bosque em volta da torre era habitado por uns bichos bem medonhos. Uns viajantes que passaram
e chapéu pontudo. por lá falaram até de um elemental da terra furioso.

42
facilitar a vida do mestre na hora da inter- procura de aventureiros dispostos a viajar “Muito bem, primeiramente permi- os PJ descobrirão que ela é proprietária da
pretação e diálogo com os PJ). Para conse- para o norte. Se os PJ a encontrarem e con- tam-se perguntar-lhes, já ouviram falar “O Escrivão Arcano” (negócio nível 4 com
guir a informação, um personagem preci- versarem com ela, leia-lhes o seguinte: em um mago chamado Laetharell? Ele os ativos Bazar, Oficina, Biblioteca e Bibli-
sará obter sucesso em um teste de Obter In- se tornou bem conhecido aqui em So- oteca Mística – veja o quadro nesta página),
O belo par de olhos verdes da jovem
formação (CD de acordo com a informa- phand nos últimos anos pelo fato de ser é uma pessoa honesta, competente e de
à sua frente os fascina por alguns instan-
ção) e terá que gastar algumas moedas para um desafiador da Tormenta aposen- muito carisma, admirada por praticamente
tes. A pele alva e os cabelos prateados
comprar bebidas e “refrescar memórias”, tado. Não sabem o que é um desafiador todos que a conhecem (tanto pela beleza fí-
seguindo as regras tradicionais da perícia
com mechas douradas acentuam sua da Tormenta? É um aventureiro experi- sica quanto pelo carisma).
beleza. Um olhar mais atento revela
(TRPG EDIÇÃO REVISADA, pg. 87). ente especializado em enfrentar a tal
suas orelhas ligeiramente erguidas. A Mellani não quer que os PJ roubem ou
tempestade rubra. Mas enfim, o fato é
Após recolher todas essas informações jovem, que se apresenta como Mellani ataquem Laetharel, quer apenas saber o que
que Laetharell fixou residência em uma
é bem provável que os PJ decidam procurar Halderonn, claramente tem sangue él- velha torre abandonada a nordeste da aconteceu com o mago (por quem nutre um
por Laetharell em sua torre. Se a curiosidade fico correndo em suas veias. capital e lá montou um laboratório para
carinho especial). Ela está disposta a pagar
por si só não for suficiente para leva-los até 500 TO pela informação sobre o que acon-
“Saudações, aventureiros. Eu me estudar novas magias efetivas contra a
a torre (ou se eles simplesmente não pergun- teceu ao mago élfico, podendo pagar mais
chamo Mellani Halderonn. Sou proprie- Tormenta. Tive a oportunidade de con-
tarem nada para ninguém), então você po- um pouco se lhe trouxerem alguns pergami-
tária de uma loja de grimórios e perga- versar com ele uma vez e ele parecia ter
derá criar um outro pretexto para envolve- nhos ou grimórios úteis.
minhos aqui em Sophand. Estou à pro- um repertório bem interessante. Ele
los na trama. Em dado momento, o grupo
cura de heróis interessados em uma concordou em me vender alguns perga- Quando enfim conseguir envolver os PJ
será abordado por Mellani Halderonn
missão de investigação e possível extra- minhos com as novas magias dele na trama da aventura, caberá a eles seguir
(MEIO-ELFA, PLEBEU 7, FEITICEIRA 2, LN),
ção. O que me dizem?” quando terminasse os testes finais”. viagem em direção à Torre de Laetharell.
uma jovem feiticeira meio-elfa que está à
“O problema é que isso tudo aconte-
ceu há uns quatro meses atrás e tínha-
Novos Ativos para Negócios mos combinado de nos encontrar há Parte 1:
bem menos tempo do que isso para ele
O Bosque
Negócios são explicados no suplemento Valkaria: Cidade Sob a Deusa. Os novos ativos
abaixo são especialmente voltados para negócios ligados ao arcano. me manter atualizada das novidades.
Para piorar, tem gente por aí dizendo
que alguma coisa pode ter acontecido e Partindo de Sophand na direção nor-
Biblioteca Mística
o Laetharell pode estar morto. Não deste há um bosque sem nome e, dentro
O dono do negócio tem contatos importantes que lhe permitem acesso a matéria-
quero acreditar nisso, mas também que- dele, a torre de Laetharell. A distância é
prima para produção de pergaminhos por preço menor.
ria ter certeza. Por isso gostaria de con- de aproximadamente 130 km através de
Pré-requisito: Biblioteca.
tratar vocês para irem até a torre dele e um terreno composto basicamente de
Benefício: paga apenas 75% do preço normal em TO e em XP para produção de perga-
checar o que está havendo. E se real- planícies. Considerando um desloca-
minhos (mínimo 1 XP). Os custos de produção de pergaminhos são descritos no Manual
mente tiver acontecido alguma coisa mento de 6m, uma viagem a pé deve le-
do Arcano (pg. 65). O proprietário ainda precisa do talento Escrever Pergaminho.
com ele, que trouxessem alguns dos var aproximadamente 5 dias e meio
seus pergaminhos ou anotações. O gri- (para mais detalhes veja “Viagens” no
Laboratório Místico mório dele deve ter muita coisa interes- TRPG EDIÇÃO REVISADA pg. 242).
O negócio tem uma sala especialmente preparada para produzir poções mágicas. sante. Então, o que me dizem?”
Pré-requisito: Oficina, Laboratório Alquímico. Encontros aleatórios no meio do cami-
Benefício: o dono do negócio pode criar poções (o que ainda exige o talento Preparar Mellani não é uma aventureira, sua ex- nho ficam por conta do mestre – o encontro
Poções), mesmo de magias que não conheça. Para criar poções de magias que não conheça, periência com magias é mínima, por isso ela aleatório desta edição pode ser uma boa pe-
o custo em TO aumenta em 25%; para criar poções de magias que conheça, o custo em TO não acompanhará o grupo. Se tentarem al- dida, assim como os bandidos gnolls da
reduz em 25%. O custo em XP permanece inalterado. gum tipo de investigação sobre a meio-elfa, BC#14, mas fique à vontade para criar os

43
 seus próprios. Quando os PJ chegarem à
borda do bosque, leia-lhes o seguinte:
Após dias de andanças pelas planí-
cies de Wynlla vocês enfim enxergam à
distância o que parece uma muralha
verde inserida no meio do amplo espaço
campestre. Conforme se aproximam,
vocês lentamente percebem que o bos-
que não é tão pequeno assim, mas es-
tende-se por mais de trinta quilômetros
de um lado ao outro.
Próximo à borda a vegetação é com-
posta principalmente por arbustos com
não mais de três metros de altura, pon-
tilhado por algumas árvores maiores.
Conforme se aprofunda, porém, a vege-
tação parece adensar, com grandes car-
valhos e volumosas figueiras de copas
largas crescendo a cima dos seis metros
e árvores um pouco maiores ponti-
lhando as porções mais centrais da
mata.
Uma busca rápida revela a presença
do que parece ser uma trilha seguindo
pelo seu interior. A passagem é relativa-
mente larga, algo entre dois e três me-
tros, e adentra a muralha verde de forma
sinuosa. Não demora muito para que o
caminho se divida em diferentes dire-
ções.
Não há um mapa para o bosque – parti-
cularmente, tenho preferido desenvolver
áreas selvagens de forma diferente, já que
esse tipo de ambiente não tem “paredes”
verdadeiras e os PJ tem maior liberdade
para sair das trilhas. Há uma trilha que leva
para bem perto da torre, mas também há vá-
rias outras que fazem voltas e atravessam o
bosque sem passar perto delas. Algumas são
trilhas de animais, outras são de humanoi-
des mesmo.
O mestre pode escolher por quais en-
contros aleatórios os PJ passarão ou pode
jogar 1d6 para determinar os encontros ale-
atoriamente. Um dos encontros deverá ser
utilizado apenas como o último, já que
acaba levando para dentro da torre. As des-
crições dos encontros levam em conta que
os PJ estão adentrando o bosque durante o
dia. Se o fizerem à noite, adapte os textos.
1.1) Escamas Chocantes
(NE 3)
Imponente no alto, a face de Azgher,
o Deus-Sol, lança seus raios através das
frondosas copas das árvores, ilumi-
nando seu caminho. Ao mesmo tempo,
a cobertura vegetal proporciona algum
alívio, após tanto tempo viajando de-
baixo do sol. O chão parece mais úmido
nessa região e um minúsculo fio de água
corre por parte de seu caminho para de-
pois desviar-se para longe.
 Lagarto Elétrico (2): animal 2,
N; ND 1; Pequeno, desl. 12m, natação
9m; PV 10; CA 18 (+1 nível, +1 tama-
nho, +3 Des, +3 natural); corpo-a-corpo:
mordida +2 (1d6+1); à distância: choque
+6 toque (2d8+1 elétrico); HE: faro, vi-
são na penumbra, imunidade a eletrici-
dade, choque, relâmpago; Fort +4, Ref
+6, Von +2; For 10, Des 17, Con 12, Int
1, Sab 12, Car 7.
Perícias & Talentos: Iniciativa +8, In-
tuição +2, Percepção +2; Fortitude
Maior, Reflexos Rápidos, Foco em Arma
(choque).
Choque: a descarga elétrica do lagarto
pode alcançar 9m e exige uma ação pa-
drão.
Relâmpago: dois ou mais lagartos jun-
tos podem usar uma ação completa para
lançar relâmpago (6d6+1 de dano, +1d6+1
para cada lagarto depois do primeiro).
Reflexos CD 16 reduz à metade.

 Rastrear. Se houver um persona- Personagens capazes de seguir rastros

gem com o talento Rastrear no grupo,
poderá fazer um teste de Sobrevivência
(CD 20). Em caso de sucesso, o grupo
precisará passar por apenas 1d2 encon-
tros aleatórios.
 Seguir Aleatoriamente. Se nin-
guém no grupo for capaz de seguir ras-
tros, eles terão que seguir de forma mais
ou menos aleatória e passarão por 1d3+1
encontros aleatórios antes de encontrar a
torre de Laetharell.
 Sair da Trilha. Se os PJ saírem da
trilha (seguindo rastros ou não), há 50%
de chance de que encontrem um atalho e
possam reduzir os encontros aleatórios
em um e 50% de chance de que acabem
dando voltas, aumentando os encontros
aleatórios em mais um.
podem fazer um teste para encontrar as tri-
lhas mais utilizadas por criaturas humanoi-
des e as mais utilizadas por animais (espera-
se que eles sigam aquelas usadas por huma-
noides). Se ninguém for capaz de seguir ras-
tros, eles terão que seguir aleatoriamente pe-
las trilhas, aumentando a possibilidade de
encontro com criaturas selvagens.
O bosque, porém, não é um lugar espe-
cialmente perigoso. Adiante são descritos
apenas seis encontros que poderão ocorrer
em seu interior (mas sinta-se livre para criar
outros, se desejar). O número de encontros
dependerá do sucesso dos PJ em encontrar
a trilha que leva à torre (veja o bloco ao
lado).
Conforme adentram a mata, sua para se preparar para um possível com-
atenção é atraída por um estranho estalo bate – mas antes que possam fazer qual-
repentino no meio da vegetação pró- quer coisa, um poderoso estrondo ecoa
xima. Atentos, vocês percebem os ar- em seus ouvidos, vindo dos arbustos.
bustos agitarem ligeiramente – algum Por entre as folhas, um enorme brilho
animal esconde-se ali. Vocês preparam azul esbranquiçado relampeja na sua di-
suas armas e começam a se posicionar reção. Parece um trovão, mas que se
 Empatia Selvagem. Animais encontrados ao longo da aventura podem ser “acal-
mados” com a habilidade Empatia Selvagem. Para isso o PJ faz um teste de Empatia
Selvagem (nível de druida + modificador de Carisma, p.ex.) resistido pela perícia Intuição
do animal em questão. Para facilitar, todas as fichas incluem o modificador de Intuição
dos animais.
A menos que o texto diga o contrário, todos os animais serão considerados “inamis-
tosos” com os PJ, mas podem se tornar “indiferentes” caso o PJ obtenha sucesso em seu
teste.
 Animais em Fuga. Os animais encontrados na aventura agem por instinto, por-
tanto dificilmente lutam até a morte (a menos que estejam encurralados). Caso cheguem
a metade de seus PV, eles tentarão fugir.

44
desloca na horizontal ao invés de na ver-
tical.
Um relâmpago acabou de ser disparado
na direção dos PJ! O raio tem alcance de
30m e se projeta em linha. Todos que este-
jam em seu rastro (que deve incluir a maio-
ria dos PJ, a menos que eles tenham especi-
ficado seu posicionamento) serão atingidos
e sofrerão 7d6+2 pontos de dano! É possí-
vel reduzir pela metade com um teste de Re-
flexos (CD 16). Os PJ não são considerados
indefesos ou despreparados durante este
ataque.
Nos arbustos à frente há dois lagartos
elétricos, pequenos animais reptilianos com
cabeça triangular com chifres longos que se
projetam do topo da cabeça em direção às
costas. As escamas que cobrem seu corpo
são pequenas, mas resistentes, de cor azul
escura, mais claras no ventre. De alguma
maneira mágica, os lagartos elétricos são ca-
pazes de produzir energia elétrica, que pode
ser arremessada contra um alvo. Os animais
(um casal) estão irritadiços devido à pre-
sença dos PJ tão perto de seu ninho, por
isso atacaram com o relâmpago. Depois
deste ataque inicial, os lagartos atacarão
com descargas elétricas.
Se os PJ conseguirem acalmá-los e se
distanciarem do lugar onde estão, os lagar-
tos não continuarão a atacar. Se seguirem
por este curso de ação, considere o desafio
como vencido (afinal, eles usaram suas ha-
bilidades para evitar o combate) – mas, por
outro lado, eles acabarão desviando fora da
trilha e acabarão caindo em outro encontro
aleatório.
Se os PJ eliminarem os lagartos, podem
procurar por seu ninho. Encontrar o ninho
exige sucesso em um teste de Percepção ou
Sobrevivência (CD 20). Há três ovos de la-
garto elétrico no ninho.
 Ovos de Lagarto Elétrico (3).
Cada ovo de lagarto elétrico bem preser-
vado pode ser vendido por 100 TO. Um
personagem carregando os ovos tem 50%
de chance de quebra-los caso sofra dano
igual a duas vezes sua Constituição em um
único ataque ou caso sofra quedas ou algo
do tipo.
1.2) Tinha uma Estátua no
meio do Caminho (NE 3)
Utilizando suas armas para abrir ca-
minho entre a vegetação – cortando ci-
pós, desviando de espinhos, saltando
sobre grandes raízes – vocês avançam
lentamente. Parando brevemente para
recuperar o fôlego, um de vocês se apoia
contra um grande carvalho. Quando
suas mãos tocam a superfície, porém,
sente-a com uma textura estranha.
Um olhar mais atento revela que o tal
carvalho é, na realidade, uma estrutura
pétrea quase inteiramente recoberta por
musgo e vegetação trepadeira. Remo-
vida a camada de vegetação, um grande
rosto pétreo surge diante de vocês. Uma
estátua, pavor estampado no o rosto li-
geiramente bestial. A estátua parece re-
presentar um orc, talvez um meio-orc,
de presas longas e cabelos desgrenha-
dos, vestindo o que parece uma arma-
dura de couro reforçada. Os detalhes da
estrutura impressionam. É quase como
se não fosse realmente uma estátua...
A “estátua” é na verdade um antigo
meio-orc aventureiro chamado Brax Steel-
blood (MEIO-ORC, GUERREIRO 2, CLÉRIGO
2, CB). Brax foi transformado em pedra há
quase um ano por um cocatriz. O cocatriz
foi morto por seus colegas aventureiros,
bem como as fêmeas que o acompanhavam.
O que os aventureiros não sabiam, na oca-
sião, era que havia um ninho nas proximi-
dades e um filhote nascido prematuro con-
seguiu escapar e sobreviver. Hoje, esse co-
catriz jovem vive espreitando as proximida-
des do antigo ninho.
Quando os PJ chegarem, o cocatriz es-
tará escondido no meio da vegetação – per-
ceber sua presença exige sucesso em um
teste de Percepção resistido pela Furtivi-
dade do cocatriz. Se ninguém perceber sua
presença, ele fará um ataque surpresa (du-
rante a rodada surpresa, todos aqueles que
não perceberam sua presença não poderão
agir). O cocatriz é um monstro mágico que
se assemelha a um galo retorcido e estranho,
com uma longa cauda de lagarto e asas co-
riáceas. Seus olhos brilham com uma in-
tensa luz vermelha. Sua maior característica
é o fato de que sua bicada pode transformar
um alvo em pedra.
Feroz e faminto, o cocatriz atacará o
alvo que lhe parecer mais frágil – qualquer
PJ de tamanho Pequeno ou com Constitui-
ção baixa. Ele também pode bicar um alvo
mais forte na esperança de transformá-lo
em pedra. Se for reduzido a menos da me-
tade de seus PV, o cocatriz tentará fugir (a
menos que já tenha petrificado ou derru-
bado a maior parte do grupo). Se os PJ ven-
cerem e quiserem procurar pelo ninho do
monstro, poderão encontra-lo sem muita
dificuldade (Percepção ou Sobrevivência
CD 15). Contudo, ele está vazio, com várias
cascas de ovos já eclodidos. As cascas não
têm valor comercial.
Se os PJ forem capazes de usar pedra em
carne para restaurar Brax à sua forma natural,
 Cocatriz Jovem (1): monstro 5,
N; ND 3; Pequeno, desl. 6m; PV 30; CA
18 (+2 nível, +1 tamanho, +5 Des);
corpo-a-corpo: bicada +12 (1d3 mais pe-
trificação); HE: visão no escuro 18m;
Fort +4, Ref +9, Von +3; For 6, Des 20,
Con 10, Int 3, Sab 12, Car 10.
Perícias & Talentos: Furtividade +11,
Iniciativa +13, Intuição +3, Percepção
+3; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Acuidade com Armas, Foco em Arma
(bicada), Foco em Habilidade (Bicada Pe-
trificante).
Bicada Petrificante: Fortitude CD 14 ou
a vítima da bicada é petrificada. Pedra em
carne pode reverter a petrificação.
o meio-orc ficará assustado a princípio, sem
entender o que aconteceu. Ele agradecerá
aos seus salvadores e se apresentará como
um clérigo de Valkaria – deusa que zela por
todos os aventureiros de Arton. Brax con-
tará sua história, de que estavam explorando
a região em busca de ovos de uma criatura
conhecida como cocatriz, um monstro ca-
paz de petrificar com a bicada. Brax acabou
caindo vítima dos monstros. Ele fica muito
descontente com seus colegas aventureiros
por terem-no abandonado e decide ir atrás
deles para tirar satisfações – mas não sem
antes deixar uma bolsa com 1d10x5 TO
para os PJ (é todo o dinheiro que ele pos-
sui).
 Brax como Aliado. Se os PJ estive-
rem em nível um pouco baixo, ou se estão
tendo muito azar nos dados, ou se são inici-
antes, o mestre pode fazer com que Brax de-
cida acompanhar os PJ por algum tempo.
Neste caso, utilize Brax como um aliado
para ajudar o grupo até o final da aventura.
Não há estatísticas para Brax, ele atua como
45
 um aliado iniciante do tipo Fortão – ou seja,
o PJ que estiver sendo auxiliado por Brax
causa +1d6 de dano em cada ataque. Regras
para aliados são explicadas na revista DRA-
GÃO BRASIL #126.
1.3) Bosque de Seda (NE 4)
O bosque adensa cada vez mais e
torna-se mais difícil se deslocar. A trilha
segue adiante, mas a vegetação cresce
de modo a quase obstruir a visão. Vocês
percebem que a vegetação de seu en-
torno começa a se tornar mais pegajosa
– finas teias de minúsculas aranhas
construídas no meio da trilha para pegar
insetos incautos. As teias ficam mais e
mais abundantes, tornando difícil seu
avanço.
A maior parte das aranhas são pequenas
e inofensivas, mas há também um pequeno
bando de aranhas gigantes nesta parte do
bosque, escondidas na vegetação. As ara-
nhas cobriram uma grande porção da mata
com suas teias, a fim de enredar suas víti-
mas.
 Teia. A teia das aranhas gigantes co-
bre uma área de 10x10m. Percebê-la exige
sucesso em um teste de Percepção (CD 20).
Personagens que percebam a teia podem
tentar cortá-la – cada espaço de 1,5m de teia
tem PV 5 e RD 5/fogo (fogo causa dano
dobrado e se espalha pela área, provocando
um enorme incêndio!). Um personagem que
entre em uma área coberta pela teia é consi-
derado enredado.
 Enredado. Um personagem enre-
dado sofre -2 em jogadas de ataque, -4 na
Destreza, move-se com metade de seu des-
locamento e não pode correr ou fazer inves-
tida.
46
 Soltar-se da Teia. Para se soltar da
teia um personagem deve usar uma ação
completa e ter sucesso em um teste de
Força ou Acrobacia (CD 20). Também é
possível cortar a teia (que tem PV 5 e RD
5/fogo para cada espaço de 1,5m).
 Aranhas Escondidas. As aranhas
estão escondidas na vegetação suspensa;
percebê-las exige sucesso em um teste de
Percepção resistido pela Furtividade dos
animais (elas têm Furtividade +10).
As aranhas atacarão assim que percebe-
rem que um ou mais alvos estão presos nas
teias. Se ninguém ficar preso, as aranhas
tentarão dar a volta e pegar os PJ despreve-
nidos, deslocando-se com metade de seu
deslocamento para não chamar a atenção. A
menos que os PJ percebam a presença delas,
o primeiro ataque das aranhas será um ata-
que surpresa (os alvos não poderão agir e
serão considerados desprevenidos – CA -4).
As aranhas não lutam até a morte, mas
são ferozes e tentam ser furtivas. Não há re-
compensas que possam ser encontradas
aqui.
1.4) Brilhos Hipnóticos
(NE 5)
Caminhando pelo bosque, o verde e
o marrom terroso são as cores mais co-
muns diante de seus olhos. Flores de co-
res mais vivas ocasionalmente pontuam
na paisagem, tornando-a um pouco me-
nos monocromática.
Vocês se surpreendem quando um
verdadeiro caleidoscópio de cores pa-
rece surgir diante de seus olhos. Brilhos
de vermelho, amarelo, azul, verde, lilás,
cor-de-rosa... tantas cores que se torna
difícil identifica-las individualmente. As uma área de magia caótica. O efeito provo-
cores mostram-se fascinantes e hipnoti- cado pela área de magia caótica fez com que
zantes... e móveis! uma magia padrão prismático usada por La-
etharell acabasse ganhando vida! O resul-
Olhando mais atentamente vocês
tado foi uma criatura artificial amorfa que
enfim percebem que as luzes multicolo-
ataca tudo o que encontra no caminho e
ridas emanam de uma estranha forma
pode reproduzir os efeitos da magia que a
amorfa, uma verdadeira gosma bri-
gerou (o padrão prismático).
lhante e colorida, que agora rasteja ve-
lozmente na sua direção! O limo prismático ataca qualquer coisa
viva que se aproximar dele – e infelizmente
A criatura diante dos PJ é um limo pris-
os PJ acabaram de se aproximar. Ele se
mático. Na verdade, essa criatura é um pro-
move rapidamente na direção de seus alvos,
duto caótico resultante da manifestação de
imediatamente tentando engolfar aqueles
 Aranha Gigante (1d3+1): animal 4, N; ND 2; Grande (comprido), desl. 12m,
escalar 12m; PV 20; CA 16 (+2 nível, -1 tamanho, +3 Des, +2 natural); corpo-a-corpo:
mordida +5 (1d8+4 e veneno); à distância: teia +5 toque (enredar); HE: visão na penum-
bra, teia, veneno; Fort +5, Ref +8, Von +2; For 15, Des 17, Con 12, Int 1, Sab 10, Car 2.
Perícias & Talentos: Furtividade +10, Iniciativa +5, Intuição +2, Percepção +2; Forti-
tude Maior, Reflexos Rápidos, Acuidade com Armas, Foco em Habilidade (veneno).
Teia: a teia disparada pela aranha gigante deixa a vítima enredada.
Veneno: ferimento, Fortitude CD 15, 1d8 de dano em Força.
Perícias: aranhas tem+4 de bônus racial em Furtividade em suas teias.
 Limo Prismático (1): construto 7, N; ND 5; Grande, desl. 9m; PV 72; CA 17 (+3
nível, -1 tamanho, +1 Des, +4 natural); corpo-a-corpo: pancada +8 (1d6+6 e efeito má-
gico); HE: visão no escuro 18m, características de construto, RD 10/magia, resistência à
magia +4, efeito mágico, agarrar aprimorado, engolfar; Fort +3, Ref +4, Von +4; For 16,
Des 12, Con –, Int –, Sab 12, Car 18.
Perícias & Talentos: Iniciativa +11, Percepção +11; Foco em Habilidade (Efeito Má-
gico), Vitalidade, Foco em Arma (pancada).
Efeito Mágico: um alvo atingido pela pancada do limo prismático deve fazer um teste
de Vontade (CD 17) e em caso de falha é afetado pela magia padrão prismático (fica fascinada
pelas cores do limo durante 1 rodada).
Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque com a pancada o limo prismático pode iniciar
uma manobra agarrar como uma ação livre (bônus +11).
Engolfar: o limo prismático pode engolfar um alvo agarrado com uma ação de movi-
mento, movendo-se para ocupar o mesmo espaço do alvo agarrado. Uma vítima engolfada
sofre o dano da pancada e o efeito mágico a cada rodada até se livrar (o que exige uma
ação completa e sucesso em um teste de manobra oposto; a vítima precisa se deslocar
para sair de dentro do limo). Enquanto está engolfada, a vítima é considerada agarrada,
mas o limo pode atacar normalmente depois de engolfar um alvo. O limo prismático pode
engolfar um alvo Grande, dois Médios, quatro Mínimos ou oito Ínfimos.
que estiverem mais na frente. Para isso o rochoso explode do chão, emergindo e afastados do solo, aí a criatura sofrerá -4 nas
limo deve realizar um ataque de pancada (o golpeando na sua direção! jogadas de ataque e dano. Recompensas
que causa dano e pode fascinar o alvo) e, se
acertar, pode iniciar a manobra agarrar
Um grande elemental da terra, com- Se for reduzido a 20 PV ou menos o ele- da Parte 1
posto de terra, rochas e matéria vegetal, mental da terra imerge no solo e foge. Verifique na lista abaixo todos os feitos
como uma ação livre. Se vencer a manobra,
emerge bem no meio dos PJ. O primeiro que os PJ conseguiram realizar, some a
na rodada seguinte ele pode engolfar com 1.6) Caverna
ataque do elemental será automaticamente ND correspondente e multiplique o re-
uma ação de movimento (ou na mesma ro-
um ataque surpresa, dirigido contra um dos Este não é exatamente um encontro ale- sultado por 300. Depois divida pelo nú-
dada, se ainda não tiver usado seu movi-
PJ (determine aleatoriamente). Após o pri- atório, mas uma opção para que os PJ en- mero de personagens jogadores para de-
mento).
meiro ataque, a criatura irrompe do chão, contrem a torre. Utilize esse encontro ape- terminar a premiação em XP. Eles só re-
1.5) Fúria da Terra (NE 5) gritando, com uma profunda voz gutural e nas como o último desta parte da aventura, cebem recompensas de encontros dos
arranhada, palavras incompreensíveis (na ou caso os PJ não estejam conseguindo en- quais participaram. Acalmar os animais e
Sua caminhada através do bosque verdade são apenas rosnados de fúria) e as- evitar um combate também poderá ser
contrar a torre.
gradualmente os conduz por um terreno sume uma forma vagamente humanoide – classificado como “vencer” o desafio.
mais arenoso e acidentado – algumas dois braços e duas grandes pernas que ter- Após tanto percorrer o terreno irre- Obter Sucesso ao Rastrear: ND 2.
rochas e pedregulhos espalhados pelo minam de forma abrupta. Não é possível di- gular do bosque, suas pernas começam Vencer os Lagartos Elétricos: ND 2.
solo e pouca vegetação rasteira. Mesmo ferenciar o tronco e a cabeça do monstro e a dar sinais de cansaço. Para seu alívio, Vencer o Cocatriz: ND 3.
as grandes árvores começam a rarear. não há um rosto discernível. já fazem alguns minutos que as nuvens Salvar Brax: ND 2.
Vocês param por alguns momentos para cobrem parcialmente a face de Azgher Vencer as Aranhas: ND 4.
avaliar o terreno – uma sensação estra- O elemental da terra ataca de maneira sobre suas cabeças, atenuando o calor. Vencer o Limo Prismático: ND 5.
nha crescendo em seu âmago. enfurecida qualquer criatura que se aproxi- Vocês param por alguns instantes para Derrotar o Elemental: ND 5.
mar dele. Se os PJ fugirem, ele os perseguirá recuperar o fôlego, sempre alertas ao
Lentamente vocês sentem uma mu- por apenas poucos metros e então desistirá,
dança no terreno sob seus pés – uma pe- seu entorno para evitar surpresas inde- aqui, poderão ter acesso à torre pelo subter-
voltando a dormir sob a terra. sejáveis.
quena, porém crescente, agitação. O râneo.
chão parece estremecer, como se al- Lembre-se que o elemental recebe +1 Avaliando seus arredores algo
guma coisa caminhasse por baixo do nas jogadas de ataque e dano caso seu opo- Fim da Parte 1
chama sua atenção no meio da vegeta-
solo. nente esteja pisando no chão. Contra PJ que ção. Ao lado o terreno eleva-se grande- A primeira parte da aventura acabará
não estejam pisando o chão, ele não recebe mente, mas uma grande abertura, com quando os PJ encontrarem a Torre de La-
Suas armas em punhos, vocês se pre- nenhum benefício nem penalidade. Se os PJ pelo menos três metros de altura, abre- etharell ou a caverna subterrânea.
param para o pior – e bem a tempo, conseguirem de alguma maneira tirar o ele- se no solo e segue para baixo da terra,
quando uma espécie de grande punho mental do chão e também se mantiverem Se os PJ encontraram a caverna e segui-
com uma inclinação gradual. Raízes
ram por ela, veja o mapa do lugar na pró-
pendem do “teto” da caverna, que pa-
xima página e a descrição de suas câmaras
 Elemental da Terra (1): espírito 8, CN; ND 5; Grande, desl. 6m; PV 80; CA 22 rece se aprofundar até onde sua vista al-
logo no início da Parte 2. Se por outro lado
(+4 nível, -1 tamanho, -1 Des, +10 natural); corpo-a-corpo: pancada +14 (2d6+11); HE: cança.
eles não encontrarem a caverna ou decidi-
visão no escuro 18m, imunidade a acerto crítico, atordoamento, doença, paralisia, sono e Esta caverna desce por cerca de dois rem não seguir por ela, eles encontrarão a
veneno, empurrar, maestria terrestre; Fort +11, Ref +5, Von +6; For 25, Des 8, Con 19, metros abaixo do solo e se estende por torre após passarem por alguns encontros
Int 6, Sab 11, Car 11. baixo de um terreno mais elevado. Seu túnel aleatórios – o número de encontros aleató-
Perícias & Talentos: Iniciativa +10, Percepção +11; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, conduz pelas cavernas subterrâneas logo rios depende de seu sucesso em seguir tri-
Vontade de Ferro, Arma Natural Aprimorada x2, Vitalidade x2. abaixo da Torre de Laetharell – o local mar- lhas, conforme explicado no início da Parte
Empurrar: tem +4 para empurrar (bônus +23). cado com o número 2.1 no mapa da caverna 1. Se eles não seguirem pela caverna, leia-
Maestria Terrestre: ganha +1 em ataques e dano se ele e o adversário estiverem em terra na próxima página. Se os PJ seguirem por lhes o texto abaixo quando encontrarem a
firme, mas -4 se estiverem voando ou nadando. torre.

47
 O terreno começa a elevar-se à sua
frente, grandes árvores de muitos tipos
aglomerando-se no caminho. De re-
pente vocês são surpreendidos por uma
agradável visão: mais a cima do terreno,
em um ponto elevado, uma grande mu-
ralha de pedra esconde-se entre as árvo-
res, cipós e plantas trepadeiras que pen-
dem delas. A grande torre que vocês
buscam parece erguer-se mais à frente.
O caminho até a torre, porém, não é
fácil. Usando suas armas para abrir ca-
minho na vegetação, vocês avançam
muito lentamente, até que alcançam a
estrutura de pedra. A torre ergue-se im-
ponente em meio às árvores, algumas
tão altas quanto ela. A estrutura levanta-
se do solo por mais de dez metros de al-
tura. A maior parte é perfeitamente cir-
cular, exceto pelo primeiro andar, onde
a estrutura é mais larga, como se uma
outra estrutura tivesse sido construída
de forma anexa. Duas grandes portas de
madeira reforçada por barras de ferro
parecem ser a única passagem para o in-
terior.
O mapa da Torre de Laetharell está mais
adiante. As portas que levam ao salão de en-
trada estão trancadas (veja a Parte 2) e pre-
cisam ser arrombadas para entrar. Quando
os PJ decidirem adentrar a torre, siga para a
Parte 2 da aventura.
Parte 2:
A Torre
A Parte 2 se inicia quando os PJ es-
colherem seguir pelas cavernas abaixo
48
da torre ou quando eles enfim encontra-
rem a torre.
Ao lado está o mapa das cavernas sub-
terrâneas. Estas cavernas eram uma antiga
rota de fuga da torre; posteriormente, o lu-
gar serviu de toca para a tribo de kobolds
que fazia dali seu esconderijo. Hoje os ko-
bolds estão mortos, eliminados por Laetha-
rell. Nas próximas páginas há outros mapas,
representando os três andares da torre – se
os PJ chegaram à torre pelo bosque, sem
passar pela caverna, estarão diante da porta
dupla que conduz ao salão de entrada (assi-
nalado como 3).
Seguem adiante a descrição de cada um
dos locais assinalados nos mapas. Note que
alguns cômodos da Torre não são numera-
dos e não tem uma descrição. Estes locais
foram deixados vazios para que o mestre
crie seus próprios encontros aleatórios – ou
dê uma olhada no quadro Alucinações
Aberrantes, mais adiante.
2.1) Enxame de Zumbis
(NE 4)
Os PJ podem chegar a este ponto vin-
dos do bosque ou do alçapão na cozinha da
torre (veja o item 2.2). O lugar está às escu-
ras, então os PJ precisarão providenciar
fontes de luz, ou não enxergarão nada. Se
eles tiverem como enxergar na escuridão ou
se tiverem algum tipo de luz, leia-lhes o se-
guinte:
A caverna que vocês percorrem tem
um teto com cerca de três metros de al-
tura escavado na própria terra. Algumas
raízes pequenas pendem mais a cima.
Amontoados de pedras, cascalho e ro-
chas aglomeram-se em alguns cantos e
teias de aranha cobrem grandes porções
da caverna, geralmente restringindo-se
às paredes e cantos, embora às vezes
obstrua seu caminho.
Inicialmente o lugar parece inteira-
mente vazio, até que vocês começam a
reparar em alguns montículos espalha-
dos pelo chão. A princípio pensam tra-
tar-se de mais rochas e escombros, mas
com um olhar mais atento percebem pe-
quenas formas humanoides. Parecem
criaturas com traços de répteis, focinhos
alongados e pequenos chifres. Seus ca-
dáveres estão parcialmente apodrecidos
e o cheiro nauseabundo causa-lhes des-
conforto. Enquanto observam um dos
corpos, vocês ouvem um gemido vindo
de uma das cavernas. Olhando naquela
direção, vocês veem uma das pequenas
formas humanoides erguer-se do chão...
e então mais uma, depois outra, e mais
outra... Até mesmo aquele que vocês
Os cadáveres dos antigos kobolds que
analisavam começa a se erguer, mãos
viviam nas cavernas não encontraram des-
cadavéricas projetadas para frente.
Olhando ao redor, vocês percebem que canso e retornaram na forma de zumbis. O
problema é que há “muitos” deles, sendo
estão cercados por “dezenas” destas cri-
aturas! muito difícil contar. E todos atacam em
 Enxame de Kobolds Zumbis (2): morto-vivo 10, N; ND 2; Grande, desl. 6m;
PV 66; CA 17 (+5 nível, -1 tamanho, +1 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: enxame
(3d4+6); HE: características de morto-vivo, visão o escuro 18m, enxame, vulnerável a
ataques de área, RD 5/corte; Fort +5, Ref +6, Von +6; For 13, Des 12, Con –, Int 10,
Sab 9, Car 1.
Perícias & Talentos: Iniciativa +7, Percepção +4; Vitalidade, Vontade de Ferro.
Enxame: um enxame não realiza jogada de ataque, mas causa dano automático a todos
os oponentes que iniciarem sua rodada ocupando o mesmo espaço que ele. O enxame é
imune a efeitos que afetem apenas uma criatura e manobras de combate e sofre apenas
metade do dano por armas.
Vulnerável a Ataque de Área: o enxame de kobolds zumbis sofre 50% a mais de dano
de ataques de área. Um personagem com Trespassar pode fazer um ataque adicional caso
acerte seu primeiro ataque (ou dois se tiver Trespassar Aprimorado). Um personagem
com Ataque Giratório pode usar esse talento para causar dano dobrado contra o enxame.
conjunto como um grande enxame, sal-
tando sobre os PJ e golpeando por todos os
lados.
Há dois enxames de kobolds zumbis es-
palhados pelas cavernas. Cada enxame ataca
em conjunto como uma criatura de tama-
nho Grande, mas não faz jogadas de ataque
para ferir seus alvos – ao invés disso, o en-
xame se move e ocupa o mesmo espaço de
seu alvo. Todo personagem que inicie sua
rodada dentro do mesmo espaço ocupado
por um enxame sofre o dano do ataque
corpo-a-corpo (3d4+6). Durante sua ro-
dada, o enxame apenas se move para ocupar
o espaço de um ou mais alvos. Cada enxame
ocupa um espaço de 3x3m (quatro quadra-
dos no mapa).
Para enfrentar o enxame, os PJ podem
atacar normalmente. A cada acerto eles con-
seguem destruir um ou mais kobolds zum-
bis – mas a destruição de alguns poucos in-
divíduos não desfaz o enxame. O enxame
apenas se desfaz quando seus PV são redu-
zidos a 0. Contudo, armas normais causam
apenas metade do dano, enquanto ataques
de área causam 50% a mais de dano. Lem-
bre-se também que como zumbis, eles têm
RD 5/corte – ou seja, ataques com armas
que não sejam de corte tem seu dano redu-
zido pela metade e depois são reduzidos em
5 devido à RD!
Os enxames de kobolds zumbis são um
pouco diferentes do enxame de kobolds
descrito no Bestiário de Arton Vol. 2. Os ko-
bolds zumbis erguem-se juntos e atacam em
conjunto – mas novos zumbis não surgem
para confrontar os PJ, por isso eles não tem
a habilidade Unidos Venceremos. Por outro
lado, por não estarem mais vivos, eles não
são sensíveis à luz.
Os enxames atacam qualquer coisa viva
que se aproximar deles e perseguem seus al-
vos até que não sejam mais capazes de al-
cança-los. Se derrotarem os enxames e vas-
culharem as cavernas, os PJ poderão encon-
trar alguns itens mundanos.
 Tesouros. Um teste de Percepção
permitirá aos PJ encontrar alguns itens de
valor espalhados pelas cavernas – em geral
moedas e pequenos itens de metal ou prata.
O tesouro total que poderão encontrar é
igual ao resultado no teste de Percepção x5
TP. Apenas um teste é permitido – mas os
PJ podem usar a regra de Prestar Ajuda para
aumentar suas chances de obter itens valio-
sos. Deixe claro que nem tudo são moedas
verdadeiras e eles talvez precisem vender os
itens em uma cidade.
2.2) Câmara Subterrânea
Os PJ podem chegar a este local vindo
pela caverna ou pelo alçapão da cozinha
(aposento 2.5). A descrição abaixo não con-
sidera a direção por onde eles vieram, ape-
nas descreve o local.
Vocês estão no interior de uma ca-
verna escavada no solo. Grandes tábuas
revestem parte da superfície das paredes
e também o teto. Grandes vigas posicio-
nadas junto às paredes parecem susten-
tar a estrutura à cima.
Há uma caverna localizada em uma
das extremidades do largo túnel, onde é
possível ver o que parece ser uma mesa
e cadeira. Uma alcova um pouco menor
parece ser ocupada por uma caixa ou
baú. Na direção oposta a caverna se es-
tendem na escuridão, conduzindo a al-
gum corredor subterrâneo. E aproxima-
damente no centro entre as extremida-
des opostas, uma escada de pedra con-
duz ao que parece ser um alçapão. Uma
estranha neblina avermelhada parece
permear o outro lado da passagem.
Esta câmara não possui nada de muito
importante. Dentro do baú há alguns itens
que talvez venham a interessar os PJ (veja
adiante) e sobre a mesa há uma lanterna rús-
tica apagada e sem óleo. Tirando isso, não
há nada nesta câmara. Porém, se os PJ tive-
rem encontrado os enxames de kobolds
zumbis da câmara 2.1, é possível que o com-
bate contra as criaturas se estenda por esta
câmara também.
As escadas de pedra erguem-se inclina-
das, sem corrimão, e terminam em um teto
rochoso com um alçapão. A passagem não
está trancada e dá acesso à cozinha (apo-
sento 2.5).
 Itens no Baú. Dois mantos de te-
cido cinzento, próprios para chuva, cinco
velas comuns, três tochas e uma pederneira.
 Lanterna. A lanterna sobre a mesa
é um item mundano, com duas laterais com
49
  Armadura Animada (1): cons-
truto 2, N; ND 2; Médio, desl. 12m; PV
30; CA 14 (+1 nível, +3 natural); corpo-
a-corpo: espada +2 (1d6+2); HE: carac-
terísticas de construto, RD 10; Fort +1,
Ref +1, Von -4; For 12, Des 10, Con –,
Int –, Sab 1, Car 1.
Perícias & Talentos: Iniciativa +1, Per-
cepção -4.
portinholas. É abastecida por óleo, quei-
mando por seis horas para cada 500 ml de
óleo utilizado, e ilumina um cone com al-
cance de 9m (iluminação precária nos 9m
seguintes). Preço: 7 TO; Peso: 1 kg.
 Óleo para Lanterna. A lanterna
está sem óleo. Óleo para lanterna é um item
mundano, comprado em jarras de 500 ml.
Preço: 1 TP; Peso: 0,5 kg.
2.3) Sala de Entrada (NE 3)
Se os PJ seguiram pela caverna, eles pos-
sivelmente chegarão a este aposento vindos
de dentro da torre; se encontraram as portas
de entrada da torre, deverão arromba-las
para ser capaz de entrar.
 Porta Dupla. CA 4, RD 5/esmaga-
mento, 20 PV. Está emperrada, por isso não
pode ser destrancada. É possível desemper-
rar com um teste de Força CD 25.
A descrição abaixo leva em considera-
ção que os PJ acabam de derrubar a porta e
entrar pela passagem de entrada da torre. Se
eles tiverem chegado de outra forma, adapte
o texto.
Vocês ouvem a madeira ranger
quando a grande porta reforçada enfim
cede e dá passagem para o interior da
50
torre. Imediatamente uma espessa ne-
blina avermelhada emana do interior da
estrutura. Quando olham para além da
entrada, vocês sentem seus corpos enri-
jecer quando sua visão é preenchida
pela cena macabra à sua frente.
A espessa neblina espalha-se por to-
dos os lados no interior da estrutura. Pa-
rece haver uma estranha umidade no ar,
como se um orvalho rubro flutuasse
dentro da torre. Quando as gotículas to-
cam sua pele, vocês sentem um grande
desconforto, quase como se a substân-
cia queimasse. O aposento diante de
seus olhos é largo, com uma passagem
à esquerda e outra na direção oposta à
entrada. Uma prateleira e um sofá estão
colocados à direita, enquanto um bra-
seiro apagado ocupa o lado esquerdo.
Mas mesmo esta escassa mobília tem
uma aparência macabra.
A estranha substância que permeia a
neblina parece revestir as paredes, chão
e teto, bem como os móveis. Estranhas
estruturas pontudas se projetam de suas
superfícies, como espinhos ósseos de
coloração rubra. Em outros pontos, a
substância parece esponjosa, pegajosa
ou fluída... como sangue! E o vermelho.
Para onde quer que olhem, o tom rubro
preenche sua visão. Quase não é possí-
vel reconhecer cores nos móveis e na pa-
rede, tão intenso o rubro.
Um arrepio atravessa suas espinhas,
um grande desconforto que não conse-
guem explicar. Uma estranha sensação
de que nada daquilo deveria existir,
como se a própria neblina fosse algo cer-
tamente sobrenatural... mais do que
isso... completamente alienígena!
Todo o interior da Torre de Laetharell é vermelha lentamente adere ao corpo dos PJ,
recoberto pela neblina rubra que dá ao local podendo provocar mutações (veja o quadro
a aparência de uma área de Tormenta – mas ao lado).
a torre não é realmente uma área de Tor-
A passagem do lado oposto à entrada
menta, por isso os PJ não sofrem os mes-
leva a um corredor circular que dá acesso à
mos efeitos. Mesmo assim, a neblina causa
despensa (aposento 2.6), à cozinha (apo-
um desconforto e faz com que a matéria
Torre Aberrante
A Torre de Laetharell não é uma área de Tormenta – não há lefeu aqui. Contudo, a
neblina rubra que vaza do grimório do mago trouxe uma grande quantidade de matéria
vermelha para a estrutura. Isso fez com que a construção se transformasse em uma paródia
distorcida de sua antiga forma. Por isso enquanto estiverem dentro da torre os PJ estarão
expostos à matéria vermelha – e, como consequência, estarão sujeitos a corrupção!
 Neblina da Tormenta. Para cada 30 minutos de exposição à neblina os PJ devem
fazer um teste de Vontade (CD 20) e, em caso de falha, começam a sentir os efeitos ne-
gativos da Tormenta. Se tiver acesso à aventura Dia de Tormenta utilize as regras descritas
no quadro Corrupção Aberrante (com a diferença de que os testes são realizados a cada
30 minutos e não 10 e a neblina não impõem penalidade em Percepção nem camuflagem).
No aposento 2.9, onde o grimório de Laetharell expele a corrupção da Tormenta, os testes
serão necessários com mais frequência – a cada 15 minutos.
Se não tiver acesso à aventura citada, considere que a primeira falha não causa nenhum
efeito nocivo, apenas forte desconforto. Mais uma falha, contudo, fará com que a vítima
fique enjoada – poderá realizar apenas uma ação padrão ou de movimento por rodada.
Dez falhas completam a corrupção e transformam a vítima em uma criatura da Tormenta!
Devido a esse efeito prejudicial, todos os encontros dentro da torre foram calculados
como tendo NE 1 ponto mais alto do que o esperado.
 Insanidade da Tormenta. Algumas criaturas ou situações na Torre de Laetharell
podem provocar insanidade da Tormenta. Se utiliza as regras de Pontos de Insanidade,
uma vítima afetada pela insanidade da Tormenta recebe um determinado número de Pon-
tos de Insanidade (veja cada descrição específica). A vítima também sofre imediatamente
um distúrbio, que pode ser suave (1d10+4 rodadas), moderado (1d10x10 horas) ou severo
(permanente). A intensidade dos distúrbios depende do número de PI que o personagem
tem acumulado: suave se os PI são iguais ou menores do que Sab; moderado se os PI
excedem sua Sab; ou severo se excedem duas vezes sua Sab. O suplemento Área de Tor-
menta (pg. 46) traz exemplos de distúrbios que podem afetar a vítima.
Se você não utiliza as regras de Pontos de Insanidade, então apenas diga que a vítima é
considerada afetada pela magia confusão durante 1d10+4 rodadas.
 Corrupção da Tormenta. Adquirir Pontos de Insanidade devido à Tormenta pode
resultar em corrupção. Regras para corrupção da Tormenta são descritas no Guia da Trilo-
gia (pg. 123).
sento 2.5) e às escadas em espiral que con-
duzem ao segundo andar, elevando-se bem
no centro da torre (aposento 2.7). Já a pas-
sagem à esquerda leva à sala de jantar (apo-
sento 2.4).
Em um dos cantos da sala de entrada há
uma armadura completa montada sobre um
pedestal. Essa armadura é, na verdade, um
objeto animado por Laetharell para atuar
como guardião. A última ordem do mago
foi que a armadura protegesse a entrada e
atacasse qualquer um que viesse a se apro-
ximar – e ela continuará a obedecer essa or-
dem mesmo com seu mestre morto!
A substância vermelha que permeia a
torre também recobre a armadura – uma
Alucinações
Aberrantes
Além dos efeitos de corrupção já men-
cionados anteriormente, a neblina que
permeia a Torre de Laetharell também
pode causar alucinações ligadas à tempes-
tade rubra.
O mestre pode criar uma alucinação a
qualquer momento – preferencialmente
em aposentos vazios. A natureza da alu-
cinação pode variar conforme sua von-
tade, mas sempre será uma visão maca-
bra, aterrorizante e/ou traumatizante.
Em regras, a alucinação exige sucesso em
um teste de Vontade (CD 20). Falha pode
ter duas consequências: as vítimas adqui-
rem 1 Ponto de Insanidade (se você uti-
liza essa regra, e neste caso veja o quadro
Torre Aberrante em páginas anteriores)
ou ficam abaladas por 1d10+4 rodadas
(vítimas abaladas sofrem -2 em testes de
habilidade, ataque, perícias e resistência).
crosta rubra se projeta da superfície metá-
lica, formando espinhos que dão à arma-
dura uma aparência macabra. Os espinhos,
porém, são apenas um efeito estético, não
chegam a ser considerados armas. Contudo,
o fato de ser feita em metal e revestida pela
matéria vermelha torna a armadura extre-
mamente resistente (RD 10) e, por conta
disso, perigosa.
Não há itens importantes a serem en-
contrados aqui.
2.4) Sala de Jantar (NE 4)
Este cômodo tem duas de suas pare-
des com superfície circular. Duas passa-
gens levam para outros aposentos, em
paredes laterais. No centro, um tapete
rasgado e puído reveste o chão logo
abaixo de uma mesa circular com um
candelabro sobre ela. A neblina verme-
lha também se espalha pelo ambiente e
a estranha substância rubra recobre as
paredes, teto e móveis.
Um som de algo arranhando atinge
seus ouvidos e vocês percebem o tapete
se mexer. Olhando naquela direção,
percebem que não foi o tapete, mas uma
criatura quadrúpede posicionada sobre
ele, escondida debaixo da mesa. O ani-
mal lembra um pouco um gafanhoto,
mas medindo pelo menos um metro de
comprimento e pouco mais da metade
disso em altura. Os olhos parecem in-
chados, divididos em várias faces, como
uma grande mosca. Duas antenas estra-
nhas projetam-se da cabeça, agitando
ferozmente, enquanto na cauda é possí-
vel ver uma placa óssea que lembra uma
hélice. Crostas da substância esponjosa
recobrem parte da carapaça da criatura,
 Monstro da Ferrugem Corrompido (1): monstro 5, NM; ND 3; Médio, desl.
12m; PV 40; CA 21 (+2 nível, +3 Des, +6 natural); corpo-a-corpo: antena +6 toque (fer-
rugem) ou antena +2 toque (ferrugem) e mordida +1 (1d6+2) ou mordida +5 (1d6+2);
HE: faro, visão no escuro 18m, sentido sísmico 7,5m, ferrugem; Fort +5, Ref +7, Von
+3; For 10, Des 17, Con 13, Int 2, Sab 13, Car 8.
Perícias & Talentos: Iniciativa +5, Percepção +9; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
Foco em Arma (antena), Vitalidade x2.
Ferrugem: o toque da antena do monstro corrói qualquer objeto metálico atingido, que-
brando-o em pedaços. Itens mágicos tem direito a um teste de Fortitude (CD 15) para
resistir. Armas de metal que acertem o monstro sofrem o mesmo efeito.
enquanto um líquido rubro parece es- com a maior peça metálica em mãos – um
correr em algumas partes do corpo. machado ou uma espada serão prioridades,
Quando uma gota atinge o chão, produz mas se estiverem ausentes ele pode buscar
um chiado como se corroesse a superfí- por metal nas armaduras ou outros itens.
cie abaixo. Ele primeiro usará suas antenas para enfer-
rujar o item em questão. Se for atacado, irá
O monstro percebe sua presença e
revidar com a mordida – podendo usar em
solta aquilo que estava mastigando – e
conjunto com as antenas ou apenas mor-
vocês então percebem tratar-se de uma
dendo seu alvo.
barra de ferro enferrujada. Ele então
vira-se na sua direção, solta um estranho Mesmo que os PJ não tenham itens de
ruído que os faz lembrar uma tosse e ra- metal consigo, o monstro ainda assim ata-
pidamente se aproxima. cará de modo insano – a corrupção da ne-
blina o transformou em um monstro ma-
A criatura diante dos PJ é um monstro
ligno e insano, que ataca mesmo que não
da ferrugem – um animal temido por sua ca-
seja provocado.
pacidade de corroer metais, destruindo ar-
mas e armaduras. A criatura chegou à torre Enfurecido, o monstro da ferrugem ata-
há alguns dias, rastejando por passagens nas cará até a morte, mas se os PJ tentarem fugir
cavernas abaixo e passando pelo alçapão – ele pode ficar para trás para se alimentar de
mas não conseguiu mais voltar, então trans- itens que tenha conseguido enferrujar com
formou o lugar em uma espécie de ninho. suas antenas.
Desde então, a criatura vem se alimentando
Não há itens que possam ser encontra-
de utensílios de metal da torre – o problema
dos neste cômodo.
é que os utensílios de metal estão parcial-
mente recobertos por matéria vermelha. 2.5) Cozinha
Além disso, a exposição à neblina já causou
mutações à criatura – embora não seja uma Há duas maneiras pelas quais os PJ po-
criatura da Tormenta, o monstro da ferru- dem chegar à cozinha: vindos de outros cô-
gem está caminhando nessa direção! modos no interior da Torre de Laetharell ou
pelo alçapão que liga a cozinha às cavernas
Ao investir na direção dos PJ o monstro
da ferrugem terá como alvo o adversário
51
 subterrâneas. Se eles tiverem vindo pelo al- espinhos ou ossos. A cena que se desen- Não há itens importantes que possam causar tremendo mal-estar, sofrendo conta-
çapão, leia-lhes o texto abaixo; se vieram de rola diante de vocês transmite uma sen- ser encontrados na cozinha, exceto utensí- minação pela substância.
outros cômodos internos, pule os dois pri- sação macabra e alienígena... lios típicos – talheres, pratos, panelas...
meiros parágrafos. Tudo, porém, está parcialmente recoberto  Contaminação por Matéria Ver-
O cômodo no qual entraram é clara- melha. Se estiver usando a regra de Corrup-
pela matéria vermelha, o que torna o item
Subindo as escadas de pedra vocês mente uma cozinha: um fogão a lenha ção Aberrante vista na aventura Dia de Tor-
desagradável ao toque.
logo alcançam um alçapão. A passagem está colocado próximo a uma das passa- menta, uma vítima que se contamine com
não está trancada e é aberta facilmente. gens que levam até este aposento, com Se os PJ tiverem chegado aqui pelo alça- matéria vermelha deverá fazer imediata-
Do outro lado uma neblina avermelhada um armário com panelas e louça logo ao pão, podem fazer um teste de Percepção mente um teste de Vontade (CD 20) com
se espalha por todos os lados, envol- lado. Grandes teias de aranha recobrem (CD 18) para ouvir um estranho ruído penalidade de -4. Se falhar, considere que a
vendo toda sua visão. Vocês terminam a uma das paredes – mas as gotículas da vindo da sala de jantar – o monstro da fer- vítima teve “duas” falhas no teste e impo-
subida e adentram o cômodo a cima – e estranha substância na neblina aderem rugem corroendo e devorando uma barra de nha as devidas penalidades (cumulativas
então assombram-se com o que vem. à teia, dando a ela uma aparência tene- ferro. com falhas anteriores). Se não estiver
brosa e avermelhada. usando essa regra, peça que a vítima faça um
Vocês estão agora no interior de uma 2.6) Despensa (NE 4) teste de Vontade (CD 24) e se falhar sofrerá
construção de pedra polida, possivel- Esta é a cozinha da torre, um local bas-
A porta para a despensa está trancada. -2 em todas as jogadas de ataque e dano e
mente a torre pela qual buscavam, mas tante simples com muito pouca mobília –
será acometida por uma tosse que causará
uma neblina espessa e rubra cobre cada basicamente o armário e o fogão.  Porta da Despensa. CA 5, RD uma penalidade de -4 em testes de Furtivi-
centímetro do local. Parece haver uma 5/esmagamento, 10 PV. Ladinagem (CD
Duas passagens se ligam à cozinha – dade.
estranha umidade no ar, como se um or- 15) para destrancar.
uma leva à sala de jantar (cômodo 2.4) e a
valho rubro flutuasse dentro da constru-  Recuperação. A ingestão de maté-
outra dá acesso a um corredor que leva às A porta abre-se para um cômodo re-
ção de pedra. Quando as gotículas to- ria vermelha só pode ser curada pelo uso de
escadas ou à sala de entrada, além de permi- lativamente pequeno de paredes arre-
cam sua pele, vocês sentem um grande ervas medicinais (o que exigirá três sucessos
tir o acesso à despensa. Há também o alça- dondadas, acompanhando a muralha
desconforto, quase como se a substân- em testes de Cura CD 20 antes de três fa-
pão, que liga a cozinha às cavernas subter- circular da torre. A maior parte do es-
cia queimasse. As paredes estão revesti- lhas, realizados durante três dias de trata-
râneas e pode ser aberto facilmente er- paço interno é ocupado por barris ou
das por uma estranha substância rubra, mento). A magia remover maldição também
guendo seu tampo. prateleiras com garrafas deitadas. A
formando protuberâncias semelhantes a cura a vítima.
forte neblina rubra também preenche o
lugar, bem como a estranha substância O buraco mais largo leva para fora da
avermelhada que adere nas paredes e torre – mas somente uma criatura Pequena
mobília. Partes da parede externa pare- que tenha sucesso em um teste de Acroba-
 Rato Gigante da Tormenta (1d3+1): monstro 1, CM; ND 1; Pequeno, desl. 12m, cem rachadas e alguns buracos podem cia (CD 30) conseguirá passar.
escalar 6m; PV 5; CA 17 (+1 tamanho, +3 Des, +3 natural); corpo-a-corpo: mordida +4 ser vistos em determinados pontos. A Se permanecerem por mais de um mi-
(1d4 mais doença); HE: visão na penumbra, visão no escuro 18m, visão ampla, faro, sen- maioria são pouco mais do que uma ra- nuto neste cômodo os PJ atrairão a atenção
tido sísmico 1,5m, RD 5/mágica, resistência 5 contra ácido, eletricidade, fogo, frio, sônico; chadura, mas um deles parece suficien- de 1d3+1 ratos gigantes, que irão se esguei-
Fort +3, Ref +5, Von +1; For 10, Des 17, Con 12, Int 1, Sab 12, Car 4. temente largo para que uma criança se rar pelo buraco mais largo e adentrar o cô-
Perícias & Talentos: Furtividade +7, Iniciativa +3, Percepção +5; Fortitude Maior, Re- esgueirasse por ali. modo. O problema é que estes não são ratos
flexos Rápidos, Acuidade com Armas.
Aqui são guardadas bebidas, frascos de comuns: eles vivem escondidos na torre há
Visão Ampla: +4 em Percepção, não pode ser flanqueado.
conserva, barris e outros itens alimentícios. anos e estão há muito tempo expostos à ne-
Imunidades: imune a acerto crítico, dano de habilidade, doença, metamorfose, paralisia,
É possível encontrar algumas provisões blina rubra e a matéria vermelha. A corrup-
petrificação, veneno.
aqui – o problema é que tudo está revestido ção inerente da neblina os transformou em
Insanidade da Tormenta: ver os ratos exige teste de Vontade (CD 10) ou a vítima ganha
por matéria vermelha! Comer ou beber algo criaturas da Tormenta!
1 Ponto de Insanidade (ou sofre os efeitos da magia confusão, se não utilizar essa regra). Ler
a mente do rato causa o mesmo efeito. contaminado por matéria vermelha pode

52
 Os ratos tentarão se esgueirar e pegar os
PJ de surpresa – faça testes de Percepção re-
sistido pela Furtividade dos ratos. Aqueles
que falharem serão considerados surpreen-
didos na primeira rodada (não pode agir e
sofre CA -4). Use o texto abaixo para des-
crever os ratos aos jogadores.
As criaturas diante de vocês lem-
bram grandes ratos de cauda grossa e
escamosa. Talvez já tenham sido ratos,
mas a estranha substância que permeia
a neblina parece ter se mesclado a seus
corpos, distorcendo-os e transfor-
mando-os em uma paródia macabra de
suas formas anteriores. Seus incisivos
mais parecem grandes presas cinzentas
que se projetam para fora da boca. Os
olhos são grandes, vermelhos e se asse-
melham a olhos de insetos. Um pelo
castanho se mescla com uma perturba-
dora coloração avermelhada e crostas
espinhosas crescem em várias partes do
corpo. Uma espécie de ferrão parece
agitar-se na extremidade da cauda.
Qualquer criatura inteligente (Int 3 ou
mais) que olhe para os ratos deve fazer um
teste de Vontade (CD 10) ou será afetada
pela insanidade da Tormenta, ganhando 1
Nova Magia:
Proteção Contra a Tormenta
Nível: arcana 4; Tempo de Execu-
ção: 1 minuto; Alcance: toque; Alvo: cri-
atura tocada; Duração: 1 hora; Teste de
Resistência: não há (benéfica).
O alvo não sofre níveis negativos em
áreas de Tormenta e fica imune à chuva
ácida que ocorre nestes locais. Também
confere imunidade aos efeitos nocivos da
neblina rubra dentro da torre.
Pontos de Insanidade (ou sofrendo os efei-
tos de confusão – veja o bloco de texto Torre
Aberrante em páginas anteriores). Os ratos
atacam ferozmente qualquer coisa viva que
se aproximar.
A maior parte das bebidas na prateleira
estão contaminadas por matéria vermelha e
serão danosas quando bebidas. Há, porém,
duas poções de cura entre as garrafas, mas
identifica-las corretamente exigirá sucesso
em um teste de Conhecimento (arcano)
(CD 13). Sucesso no teste também permite
perceber que a garrafa está hermeticamente
fechada – exigirá uma ação completa para
abrir, ao invés de uma ação de movimento,
mas por outro lado não está contaminada e
funcionará normalmente.
 Poções de Cura (2). Duas poções
de curar ferimentos graves (curam 3d8+5 PV).
Preço: 250 TO cada; Peso: 0,1 kg.
2.7) Biblioteca
A porta range de maneira desconfor-
tável, quebrando o silêncio da torre. Do
outro lado, um aposento com formato
quase como um semicírculo. À es-
querda da entrada, uma mesa mal reco-
nhecível parece feita de ossos averme-
lhados; olhando com atenção, vocês têm
a estranha sensação de que a substância
que recobre o móvel estremece e muda
de ângulo rapidamente a cada instante.
Entretanto, tudo parece apenas um
efeito ilusório.
Diretamente à frente da entrada há
uma estante com cerca de um metro de
altura coberta por livros e pergaminhos
organizados lado a lado. Alguns pare-
cem pulsar, possivelmente por efeito da
substância avermelhada. O aposento
também se estende à direita, onde uma
prateleira com utensílios diversos que
partilham espaço com o que parecem
objetos de decoração – um par de esta-
tuetas representando seres humanoides
com asas de couro e um crânio averme-
lhado de algum tipo de humanoide bes-
tial. Mais adiante no cômodo, seguindo
o caminho curvado, há o que parece ser
um baú.
Esta é a antiga biblioteca de Laetharell.
Não há nenhuma criatura neste cômodo e
pouco que possa interessar aos PJ. A maior
parte dos utensílios na prateleira e papéis
sobre a escrivaninha estão recobertos por
matéria vermelha e são inúteis. O baú está
trancado e ali Laetharell guardava um de
seus mais preciosos artefatos: um tomo da
Tormenta (Área de Tormenta, pg. 131), um li-
vro semelhante a um grimório produzido
com o que parece ser uma pele escamosa e
ossos; seu aspecto é muito macabro e é de-
sagradável ao toque. Alguns dos pergami-
nhos na estante são mágicos e ainda podem
ser usados por conjuradores arcanos. Estes
são os únicos itens úteis que podem ser en-
contrados na biblioteca.
 Baú. CA 5, RD 5, 15 PV. Ladina-
gem (CD 25) para destrancar.
 Tomo da Tormenta (1). Um tomo
da Tormenta contém informações proibi-
das sobre os lefeu. O item é descrito no su-
plemento Área de Tormenta (pg. 131). Se não
tiver acesso a esse suplemento, considere
que cada período de 48 horas de estudo ao
longo de pelo menos seis dias confere um
dos seguintes benefícios: +2 de bônus em
perícias contra lefeu, +1 em testes de resis-
tência de um tipo (Fort, Ref ou Von) ligados
a efeitos nocivos da Tormenta e seus habi-
tantes, +1 nos ataques contra lefeu e criatu-
ras da Tormenta. O problema é que para
cada benefício a vítima recebe uma penali-
dade igual quando não está lidando com os
lefeu e criaturas da Tormenta. Além disso,
cada período de estudo exige um teste de
Vontade (CD 20 +1 por teste anterior) ou o
leitor ganha 1d6 Pontos de Insanidade.
 Pergaminhos. Há 1d4 pergami-
nhos mágicos ainda úteis na prateleira, con-
tendo as seguintes magias, escolhidas alea-
toriamente (preço em TO entre parênteses):
recuo acelerado (25 TO), resistência à energia (75
TO), remover maldição (125 TO) e proteção con-
tra a Tormenta (200 TO).
2.8) Dormitório (NE 5)
Este cômodo é o mais largo no qual
entraram até o momento e tem uma
forma circular com paredes que acom-
panham a muralha externa da torre.
Como em todo o resto, o vermelho im-
pera diante de seus olhos e a desagradá-
vel substância rubra recobre paredes,
teto e mobília, conferindo-lhes uma
aparência de ossos avermelhados poli-
dos ou de resina carmesim.
Logo à frente há uma prateleira com
papiros e pergaminhos enrolados – a
maioria rasgado ou decomposto, reco-
berto pela matéria vermelha. Logo ao
lado, um móvel que parece um tipo de
penteadeira com três espelhos quebra-
dos que refletem a vermelhidão e ardem
nos olhos. Do lado oposto, um grande
móvel semelhante a uma caixa vermelha
e carnosa. Talvez tenha sido um armá-
rio, agora praticamente irreconhecível.
53
 Ao lado do possível armário, uma es- A estranha estátua próxima à parede  Gárgula Vermelha (1): construto 4, CM; ND 4; Médio, desl. 12m, voo 18m; PV
pécie de estatueta da altura de um ho- não é realmente uma estátua, mas uma gár- 40; CA 20 (+2 nível, +2 Des, +6 natural); corpo-a-corpo: mordida +7 (1d6+5 mais 1d4
mem apoia-se na parede. A substância gula. Seu corpo, porém, foi revestido pela ácido) ou mordida +5 (1d6+5 mais 1d4 ácido), 2 garras +4 (1d4+5 mais 1d4 ácido) e
vermelha praticamente esconde suas matéria vermelha e tornou-se ainda mais bi- chifres +4 (1d6+5 mais 1d4 ácido); HE: características de construto, visão no escuro 18m,
feições, mas é possível identificar o que zarro e horrendo do que em sua forma ori- RD 5, imobilidade, toque ácido, insanidade da Tormenta; Fort +2, Ref +4, Von +2; For
parece um par de asas e algumas protu- ginal. Perceber sua real natureza exige su- 16, Des 14, Con –, Int 6, Sab 11, Car 5.
berâncias. É possível que represente al- cesso em um teste de Percepção (CD 40) – Perícias & Talentos: Iniciativa +4, Percepção +7; Foco em Arma (mordida), Ataques
gum tipo de diabrete ou outro ser de do contrário, a verão apenas como uma es- Múltiplos.
aparência diabólica – mas a matéria tátua macabra e desfigurada. Imobilidade: perceber a gárgula vermelha imóvel exige teste de Percepção (CD 40); po-
avermelhada e as horrendas crostas que rém essa habilidade só funciona em áreas de Tormenta ou lugares afetados pela tempes-
A gárgula vermelha tentará atacar de
aderem à superfície tornam a aparência tade (como a torre de Laetharell).
surpresa quando um dos PJ se aproximar
da estátua ainda mais horripilante. Um Toque Ácido: a matéria vermelha que reveste o corpo da gárgula causa queimadura como
dela. Os PJ que não perceberem sua real na-
muco vermelho secreta da substância, ácido. Todos os seus ataques causam dano adicional de 1d4 por ácido.
tureza e se aproximarem sem cuidado serão
chiando ao atingir o solo... Insanidade da Tormenta: embora não seja uma criatura da Tormenta, a gárgula tem apa-
considerados surpreendidos na primeira ro-
Este é o antigo quarto de dormir de La- dada. Assim que a gárgula se mover ela irá rência medonha e horripilante. Olhar para a gárgula exige um teste de Vontade (CD 12)
etharell – agora revestido por matéria ver- gritar de forma medonha, arrancando arre- ou a vítima ganha 2 Pontos de Insanidade (ou sofre os efeitos da magia confusão, se não
melha, como tudo dentro da torre. O armá- pios – e os PJ precisarão fazer testes de utilizar essa regra). Em caso de sucesso, fica imune durante 24 horas.
rio contém apenas roupas, uma varinha má- Vontade (CD 12) para evitar a insanidade
gica e um pequeno porta-joias trancado. O da Tormenta que ela provoca. Uma vez re-  Itens. A varinha dentro do armário para outros cômodos nem tampouco ja-
móvel, porém, está emperrado por causa velada sua natureza, a gárgula atacará furio- é uma varinha de mísseis mágicos (com 37 PM). nelas para o exterior. Parecem haver al-
das crostas de matéria vermelha que o reco- samente até o fim. Dentro do porta-joias há um anel com um guns escombros indefinidos à direita e
brem. Não é possível destrancar, mas o ar- ônix (± 80 TO), um medalhão de prata com alguns móveis irreconhecíveis à es-
mário pode ser destruído (veja mais adi-  Armário. CA 4, RD 6, 10 PV. Cada um símbolo de Wynna (± 100 TO) e um querda. Mas o que mais lhes chama a
ante). ataque tem 20% de chance de errar devido saco com 17 TO, 41 TP e 30 T$. atenção está na extremidade oposta,
à aparência estranha da substância verme- onde algo semelhante a um redemoinho
Os pergaminhos e papiros na prateleira lha. 2.9) Laboratório (NE 6) rubro dança de forma espiral.
são inúteis, não é possível ler a informação
que eles continham e alguns se desman-  Porta-Joias. CA 7, RD 2/esmaga- Conforme sobem as escadas vocês Dando alguns passos à frente vocês
cham quando manipulados. mento, 8 PV. Ladinagem (CD 20) para des- sentem o desconforto causado pela ne- conseguem discernir um pedestal ou
trancar. blina aumentar ainda mais; a vermelhi- bancada curva logo abaixo do estranho
dão parece ainda mais intensa e a ne- redemoinho – e, sobre ele, um tomo
blina mais densa. Vocês sentem como aberto. Com muito esforço suas mentes
 Limo Sangrento (1): monstro 6, N; ND 5; Grande, desl. 3m; PV 78; CA 7 (+3 se suas mentes estivessem prestes a se começam a lentamente compreender
nível, -1 tamanho, -5 Des); corpo-a-corpo: pancada +11 (1d8+7 mais 2d6 de ácido); HE: partir a qualquer momento, um temor que o estranho redemoinho está sendo
visão no escuro 18m, percepção às cegas 18m, imunidade a acertos críticos e fogo, agarrar sobrenatural tentando dominar seus expelido das páginas do livro, espa-
aprimorado, constrição; Fort +12, Ref +1, Von -2; For 18, Des 1, Con 22, Int –, Sab 1, sentidos. Apesar de tudo, vocês conti- lhando-se para todos os lados e intensi-
Car 1. nuam, até alcançar o andar superior. ficando a neblina avermelhada. Toda
Perícias & Talentos: Iniciativa +4, Percepção -2; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos, As escadas terminam em um ambi- aquela substância macabra parece estar
Foco em Arma (pancada), Arma Natural Aprimorada (pancada), Vitalidade. ente extremamente amplo e circular. sendo expelida pelo próprio tomo!
Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque com a pancada, pode iniciar a manobra agar- Este parece ser o último andar da torre, Um gemido alcança seus ouvidos.
rar como uma ação livre (bônus de +14). não havendo nenhuma outra passagem De repente uma forma humanoide e
Constrição: no início de cada turno o limo causa dano da pancada (1d8+7 mais 2d6 de
ácido) em criaturas que esteja agarrando.

54
translúcida aparece logo a cima do pe-
destal, brilhando ainda mais vermelha
do que a neblina. Vocês reconhecem
longas orelhas apontadas para trás da
cabeça e uma forma esguia. Seu rosto
parece distorcido pelo horror. Ele es-
tende uma das mãos e, entre longos ge-
midos vocês compreendem algumas de
suas palavras: “O livro... destruam o li-
vro... Depressa!”
Chegamos ao momento final. Esta câ-
mara é o antigo laboratório de Laetharell, o
lugar onde o mago élfico realizava seus ex-
perimentos quando o desastre aconteceu. A
forma translúcida que flutua sobre o livro é
o fantasma de Laetharell – atormentado e
amaldiçoado, ele não conseguiu descansar e
ficou preso neste local. Agora ele quer que
os heróis destruam seu grimório – pois é a
partir do grimório que a matéria vermelha e
a neblina rubra entram na torre!
Mas destruir o livro não será uma tarefa
tão fácil. Primeiro porque neste cômodo os
efeitos da Neblina da Tormenta são mais in-
tensos – os PJ precisarão fazer testes de
Vontade (CD 20) a cada 15 minutos, ao in-
vés de a cada meia hora. Falha pode provo-
car transformações e corrupção (veja o
bloco Torre Aberrante).
Há também um outro perigo: uma
grande poça de sangue com ossos humanoi-
des ocupa boa parte da porção central da câ-
mara. Se alguém se aproximar, a poça irá se
projetar para frente, golpeando seu alvo
com uma pancada! A poça é, na realidade,
um limo sangrento, um tipo de monstro que
surge em algumas áreas de Tormenta, prin-
cipalmente antigos pântanos. A criatura sur-
giu como um efeito macabro dos fluidos
corporais de Laetharell recobertos e mescla-
dos à matéria vermelha extravasada pelo gri-
mório. Diferente dos demais limos sangren-
tos, porém, este não é capaz de invocar
lefeu. Por outro lado, este espécime é maior
e mais forte do que um limo sangrento tí-
pico.
O limo sempre ataca tentando agarrar a
vítima e mantê-la presa em seu corpo ácido.
Uma vítima morta dessa maneira será lenta-
mente dissolvida pelo corpo do limo, que
poderá então partir para um novo alvo.
O fantasma de Laetharell não se envol-
verá no combate, apenas repetirá constante-
mente para que os heróis destruam seu gri-
mório. Após lidar com o limo, destruir o gri-
mório não será tão difícil – exceto pelo fato
de que se aproximar do item aumenta as
chances de corrupção. Qualquer persona-
gem que se posicione a até 3m do grimório
deverá fazer testes para resistir à neblina da
Tormenta uma vez por rodada! O livro não
pode ser fechado, mas pode ser destruído
com armas cortantes, magias ou fogo (que
causa 2d6 de dano por rodada, sendo essa a
forma mais eficaz).
 Grimório de Laetharell. CA 9, RD
1, 15 PV. Cada ataque tem 10% de chance
de falha devido à matéria vermelha que o
recobre.
Se o livro for destruído, leia o texto
abaixo aos jogadores.
Um som horripilante semelhante a
um uivo irrompe das páginas do tomo,
seguido do que parecia o estrondo de
um trovão. Por reflexo, vocês se afastam
um pouco do pedestal e veem, assom-
brados, o estranho redemoinho espira-
lar ainda mais furiosamente. Desta vez,
contudo, o estranho fenômeno não pa- visto antes, exceto pelo brilho vermelho
rece expelir a neblina avermelhada – ter dado lugar a uma luz prateada.
mas suga-la!
“Obrigado” diz a criatura, um olhar
Um verdadeiro vendaval irrompe por cansado, mas contente. “Graças a vocês
todos os lados, sugando toda a neblina posso enfim descansar. Perdoem meus
e a substância vermelha de volta para as erros, minhas falhas. Fiz o que fiz com a
páginas do livro. Vocês são forçados a melhor das intenções... mas não espe-
fechar os olhos devido ao vento... e rava que as áreas de magia caótica do
quando os abrem novamente, veem-se reino pudessem interferir. Perdoem mi-
no centro de uma torre circular e escura. nha imprudência... e adeus...”
A vermelhidão que tanto desconforto
lhes causava já não existe mais. Vocês A forma diante de vocês, agora clara-
mente identificável como um elfo, lenta-
sentem seus corpos aliviarem, suas
mente se esvai, desaparecendo diante
mentes se ajeitarem, voltando à norma-
de seus olhos.
lidade. Sobre o pedestal, restos chamus-
cados e retalhados do que foi o tomo. O espírito de Laetharell agora pode
descansar em paz...
Diante de seus olhos, uma forma hu-
manoide e translúcida faz-se presente
do lado oposto ao pedestal. Tem a
mesma aparência da forma que tinham
Recompensas da Parte 2
Verifique na lista abaixo todos os feitos dos PJ, some a ND correspondente, multiplique
o resultado por 300 e divida pelo número de PJ para determinar sua premiação em XP.
As quatro últimas recompensas são aplicadas diretamente para o PJ que conseguiu realiza-
las, e não ao grupo.
Se tiverem passado pelos desafios depois de destruir o Grimório de Laetharell (ou seja,
sem o efeito nocivo da neblina da Tormenta), reduza cada uma das ND em 1 (exceto a
do enxame de kobolds zumbis, pois nas cavernas não há a influência da neblina).
Vencer os Enxames de Kobolds Zumbis: ND 4.
Vencer a Armadura Animada: ND 3.
Matar o Monstro da Ferrugem Corrompido: ND 4.
Matar os Ratos Gigantes da Tormenta: ND 4.
Destruir a Gárgula Vermelha: ND 5.
Destruir o Limo Sangrento: ND 5.
Destruir o Grimório: ND 3.
Resistir a pelo menos uma Alucinação Aberrante: +300 XP para o PJ.
Não falhar em nenhum teste de Vontade contra a neblina: +600 XP para o PJ.
Falhar apenas 1 vez no teste de Vontade contra a neblina: +400 XP para o PJ.
Falhar até 4 vezes no teste de Vontade contra a neblina: +100 XP para o PJ.
55
 Fim da Aventura
Tendo destruído o grimório de Laetha-
rell, a neblina da Tormenta que permeava a
torre terá sido completamente dissipada.
Toda a crosta avermelhada de matéria ver-
melha também terá desaparecido. A torre é
agora uma estrutura comum e abandonada.
Pontos de Insanidade ganhos durante a
aventura não são perdidos (a menos que os
56
PJ tentem restaurá-los por seus próprios
meios) e personagens que tenham sido afe-
tados pela corrupção da Tormenta (con-
forme as regras do Guia da Trilogia) também
manterão essa corrupção. Os demais efeitos
causados pela neblina, porém, desaparece-
rão gradualmente ao longo dos próximos
dias – a menos que o PJ tenha sido transfor-
mado em uma criatura da Tormenta; neste
caso, não haverá mais volta.
Se durante a aventura os PJ deixaram de
enfrentar algumas das criaturas e decidirem
terminar de explorar a torre, elas ainda esta-
rão lá, mas não terão mais a influência da
neblina da Tormenta – exceto pelos ratos da
Tormenta, que mantém sua transformação.
Entretanto, como agora eles não terão mais
o efeito nocivo da neblina para aumentar os
riscos, você deve reduzir a NE de todos em
encontros em 1 – com exceção do con-
fronto com o enxame de kobolds, já que
este é o único em que não há efeito da ne-
blina.
Epílogo
As ações finais dos PJ provavelmente
dependerão das motivações que os leva-
ram a participar da aventura.
Se tiverem se envolvido na trama por
vontade própria, sem ter sido contratados
por ninguém, não haverá nenhuma recom-
pensa esperando por eles – embora algumas
pessoas talvez fiquem satisfeitas em receber
notícias do mago élfico, gerando uma sim-
patia para com os PJ. Eles também podem
vender alguns dos itens que encontraram na
torre para obter algum lucro, embora não
haja muitos itens úteis no lugar. Se achar
que os jogadores merecem alguma recom-
pensa, inclua alguns objetos de arte no meio
do caminho, que poderão ser vendidos para
obter lucro. Estes objetos estavam cobertos
de matéria vermelha, por isso eram irreco-
nhecíveis antes – agora, com o fim da cor-
rupção, podem ser vendidos.
As palavras do fantasma do mago no fi-
nal da aventura devem ser suficientes para
que eles compreendam (ao menos parcial-
mente) o que aconteceu. Se os PJ tiverem
sido contratados por Mellani para obter in-
formações, terão que procurar pela meio-
elfa para relatar o que descobriram. A jovem
se mostrará bastante triste com a notícia da
morte de Laetharell. Ela pagará a recom-
pensa oferecida (500 TO) e perguntará pelo
grimório do mago – que, infelizmente, aca-
bou sendo destruído para deter a ameaça.
Mais uma vez, ela ficará triste por não ter
restado muita coisa que pudesse ser estu-
dada. Por fim, ela aconselhará o grupo a
procurar as autoridades e relatar tudo o que
presenciaram – afinal, um evento envol-
vendo a Tormenta sempre deve ser tratado
com seriedade.
Notícias sobre o que aconteceu com La-
etharell gradualmente se espalharão por
Wynlla e além. Se os aventureiros também
tiverem participado da aventura Refúgio Ver-
melho, é bem possível que comecem a ser
vistos como desafiadores da Tormenta, por
terem enfrentado a tempestade já em duas
ocasiões. E isso pode não agradar muito os
cultistas de um certo Lorde. Os heróis po-
dem acabar se tornando alvo de persegui-
ções por parte do culto – ou podem ser cha-
mados justamente para lidar com um grupo
de cultistas descobertos em alguma região
remota.
As próximas edições da BC trarão mais
algumas aventuras que darão continuidade a
essa estória, mas você não precisa ficar pa-
rado esperando – vá em frente e crie outros
desafios aos heróis, mesmo que não se rela-
cionem diretamente com a Tormenta.
MAURY “SHI DARK” ABREU
maury.abreu@bol.com.br
57
ENCONTRO ALEATÓRIO
Nível do Encontro: 5
Ambiente: Planície
D&D TILESET:
RUINS OF THE WILD
Este encontro deve ocorrer no meio de
uma estrada, enquanto os PJ estão viajando
entre suas aventuras (ou dentro de uma
aventura, como o mestre preferir). O encon-
tro pode ocorrer em qualquer reino.
Após um longo período de monoto-
nia, acompanhados apenas pelos cantos
de pássaros distantes, um grande rugido
58
O Encontro Aleatório desta edição é um pouco diferente. Desta vez o “monstro” envolvido no encontro não é uma criatura maligna, mas uma criatura
celestial – um urso-coruja nativo de Arbórea, o Reino de Allihanna, e seus filhotes. Os animais foram capturados por um comerciante itinerante e seus mercenários
não muito bem-intencionados, mas acabaram escapando – e agora os mercenários estão tentando recapturar as criaturas, bem quando os PJ se aproximam. Qual
será a reação dos heróis?
chama a atenção de todos. À frente, a es-
trada eleva-se gradualmente e o barulho
parece ter vindo do outro lado da pe-
quena colina. Vocês erguem suas armas
e se preparam, bem quando ouvem sons
de gritos humanos e armas sendo saca-
das.
 monstro  personagem do mestre
Poucos passos são suficientes para
que se aproximem da colina. Quando al-
cançam o ponto mais alto, veem que a
estrada desce logo depois – e pouco mais
de dez metros adiante uma cena surpre-
endente preenche sua visão. Uma
grande jaula encontra-se tombada e que-
brada à direita da estrada. Ao lado dela,
um poderoso combate se desenrola: dois
lutadores, um claramente humano e o
 informação
Os Mercenários e os Ursos-Coruja
outro de pele cinzenta e traços bestiais,
enfrentam uma volumosa criatura qua-
drúpede. O animal assemelha-se a um
imenso urso pardo – mas com um olhar
atento vocês percebem que seu corpo é
coberto por penas e não pelos. Seu rosto
também é completamente diferente: no
lugar de uma bocarra cheia de dentes,
um poderoso e afiado bico curvado para
baixo. O animal rosna e guincha feroz-
mente, investindo com suas garras na di-
reção de um dos guerreiros, de cabelo
ruivo, que gira um mangual de aparência
feroz.
Um grito fora do combate lhes
chama a atenção e vocês veem o que pa-
rece uma criança – não, não uma cri-
ança, um halfling – de longos cabelos ca-
cheados e cavanhaque, berrando ordens
longe da batalha. O halfling tem uma
adaga nas mãos, mas veste apenas rou-
pas simples e práticas de viagem. O pe-
quenino não parece muito disposto a se
envolver no confronto. Entre um grito e
outro, vocês conseguem identificar algu-
mas frases: “Matem logo esses bichos!
Os filhotes já vão dar uma nota!”...
O halfling gritando ordens chama-se
Tharfen Deepfeet e é um mercador itine-
rante. Os dois guerreiros são mercenários
contratados por ele, o bárbaro meio-orc
Dalkhon Racha-Crânio e o guerreiro hu-
mano Devron Crimsonfox. Com a ajuda de
outros mercenários (que acabaram mor-
rendo no caminho) os três capturaram e en-
jaularam uma fêmea de urso-coruja e seus
ENCONTRO ALEATÓRIO
dois filhotes. Os animais, porém, são muito
especiais: eles são criaturas celestiais, nativas
de Arbórea, o Reino de Allihanna, que aca-
baram se perdendo em Arton (e por isso são
um pouco diferentes daqueles vistos no Bes-
tiário de Arton).
Durante este encontro os PJ poderão to-
mar duas decisões: ajudar os guerreiros a
matar o urso-coruja ou “ajudar” o urso-co-
ruja contra seus captores. Isso torna esse en-
contro um pouco mais complexo, já que seu
desenrolar pode levar a uma resolução dife-
rente do combate direto.
Opcional: O diagrama de combate
mostrado adiante foi criado utilizando o su-
plemento D&D Tileset: Ruins of the Wild. Se
tiver acesso a esse suplemento, você pode
usá-lo para ilustrar a cena.
1ª Rodada de Combate
Surpresa. Os PJ estão distantes e po-
dem ver claramente todos os personagens
envolvidos no combate (exceto pelos filho-
tes, que por enquanto são inofensivos). Por
conta disso, ninguém estará surpreso na pri-
meira rodada, bem como nas rodadas se-
guintes.
Iniciativa. Role a Iniciativa de cada per-
sonagem envolvido na ação. A ursa-coruja
tem Iniciativa +7, Dalkhon e Devron tem
Iniciativa +10 e +11, respectivamente. Não
precisa rolar Iniciativa para Tharfen e os fi-
lhotes, já que eles não participarão das pri-
meiras rodadas, permanecendo acuados
dentro da jaula. Os resultados obtidos deter-
minam a ordem em que cada personagem
age, do resultado mais alto para o mais
baixo.
Ações dos PJ. Nesta primeira rodada os
PJ estarão a uma distância de pelo menos
Os Mercenários e os Ursos-Coruja
13,5 metros do combate. A menos que ata-
quem à distância, eles terão que usar essa pri-
meira rodada para se deslocar e se aproximar
(a menos que tenham um deslocamento
maior do que a média).
Se algum dos jogadores quiser identificar
os animais, pode fazer testes de Conheci-
mento (Natureza) e Conhecimento (Religião
ou os Planos), conforme descrito adiante.
Durante essa primeira rodada os filhotes es-
tarão dentro da jaula, mas os PJ poderão vê-
los se tiverem sucesso em um teste de Per-
cepção (CD 20). Depois que se aproxima-
rem do combate, a dificuldade deste teste
será reduzida para CD 12.
Tentativas de acalmar o animal com Em-
patia Selvagem não poderão ser executadas
durante a primeira rodada, pois os PJ ainda
estarão muito longe da criatura. A magia acal-
mar animal provavelmente não poderá ser
usada devido à longa distância, mas acalmar
emoções pode funcionar; neste caso, depen-
dendo do local alvo da magia, poderá afetar
a ursa-coruja e também os mercenários. To-
dos têm direito a um teste de Vontade para
resistir ao efeito (lembre-se que a ursa-coruja
celestial tem +3 de bônus no teste contra
magia). Aqueles que falharem, não poderão
atacar na rodada.
 Ataque à Distância. Verifique a dis-
tância que o PJ está de seu alvo (cada qua-
drado equivale a 1,5m). Depois disso, verifi-
que o incremento de distância da arma que
o PJ está utilizando. Se a distância entre o
atacante e o alvo for igual ou menor ao in-
cremento de distância, o PJ ataca normal- dobro, mas menor do que o quádruplo, o  Movimento. Com uma ação de movi-
mente; se a distância for maior do que o in- ataque é feito com modificador de -4. Se a mento, um PJ pode se mover o equivalente
cremento, mas menor do que o dobro do, o distância entre o PJ e seu alvo for quatro ve- ao seu deslocamento em metros (geralmente
ataque é feito com penalidade de -2. Se essa zes maior do que o incremento de distância algo entre 6m e 9m). Usando também uma
diferença entre a distância dos envolvidos e de sua arma, então ele não conseguirá alcan- ação padrão para se deslocar, o PJ poderá se
o incremento da arma for maior do que o çar o alvo. mover o dobro de seu deslocamento.
 monstro  personagem do mestre  informação 59
ENCONTRO ALEATÓRIO
 Investida. É possível investir contra
um ou mais alvos. Em uma investida o PJ se
move o dobro do deslocamento e faz um
ataque corpo-a-corpo no final da investida.
Ele recebe +2 no ataque, mas sofre -2 na CA
até o início do seu próximo turno. Para mais
informações veja TRPG, pg. 227.
 Conhecimento (Natureza) (CD 17).
Em caso de sucesso o PJ identifica o animal
como um urso-coruja.
 Conhecimento (Religião ou os Pla-
nos) (CD 17). Em caso de sucesso, o PJ
identifica o animal como uma criatura celes-
tial, nativa dos Reinos dos Deuses. Sucesso
por 5 ou mais permite identifica-lo como na-
tivo de Arbórea.
Ações da Ursa-Coruja. A ursa-coruja
realizará um ataque contra Devron. Se dese-
jar, você pode fazer as jogadas de ataque,
mas se preferir apenas simplifique dizendo
que o animal erra seus ataques contra o guer-
reiro.
Ações dos Mercenários. Devron e
Dalkhon atacarão a ursa com suas respecti-
vas armas. Você pode fazer as jogadas ou
apenas escolher o resultado. Se quiser sim-
plificar, diga que Devron erra seu ataque,
mas que Dalkhon acerta, causando feri-
mento no corpo emplumado do animal.
Considerando que a ursa-coruja tem RD
5/mágica, o dano médio de Dalkhon será de
apenas 6 pontos.
Ação de Tharfen. Como dito, Tharfen
não participará do combate, portanto sua
única ação será berrar ordens. Se os PJ se
aproximarem, Tharfen gritará “Por favor, aju-
dem! Essa praga está descontrolada!”, referindo-
60
se ao animal. Se alguém se aproximar do hal-
fling e tentar dialogar com ele, deixe o diá-
logo para a segunda rodada.
2ª Rodada de Combate
Ações dos PJ. É provável que os PJ já
tenham se aproximado o suficiente do com-
bate e agora possam participar dele. Se isso
não acontecer (ou se alguém continuar a ata-
car à distância) veja a descrição na primeira
rodada. Se já estiverem dentro de alcance de
combate corporal, os PJ poderão agir de
muitas maneiras (principalmente se identifi-
caram o animal como uma criatura celestial).
As escolhas mais prováveis são descritas a
seguir.
Atacar a Ursa-Coruja. Os PJ podem atacar
a ursa-coruja. Neste caso, Devron e
Dalkhon não irão se opor à sua participação
no confronto.
Atacar os Mercenários. É possível que os PJ
decidam “proteger” a ursa e seus filhotes e
ataquem os mercenários. Se fizerem isso, os
PdM mostrarão surpresa nos olhos e tenta-
rão se defender e contra-atacar, com brava-
tas e gritos de “O que estão fazendo? Idiotas!”.
Tentar Acalmar a Ursa-Coruja. Os PJ po-
dem tentar afastar Devron e Dalkhon do
combate e tentar acalmar a ursa-coruja. O
uso da magia acalmar animal não surtirá efeito
– a fêmea está muito assustada com os mer-
cenários e temendo por seus filhotes. Magias
mais poderosas que lidem com emoções
(como acalmar emoções) podem vir a funcionar
(veja a rodada anterior). Conjurar dominar
animal permitirá ao conjurador sentir o medo
da ursa-coruja e seu instinto de proteger os
filhotes. Um druida ou ranger também pode
tentar usar Empatia Selvagem para acalmar
o animal. No momento, sua reação é hostil,
 monstro  personagem do mestre
mas pode mudar para inamistosa se o PJ ti-
ver sucesso no teste.
 Empatia Selvagem. Faça um teste de
Diplomacia (bônus igual ao nível + modifi-
cador de Carisma) resistido pela Intuição +2
da ursa-coruja. Se o PJ tiver sucesso, a ursa
muda de hostil para inamistosa. Falhar por 5
ou mais faz com que o animal ataque o PJ.
Dialogar com os Mercenários. É possível que
ao mesmo tempo em que tentam acalmar a
ursa-coruja os PJ tentem dialogar com os
mercenários. Neste caso, Tharfen também
participará da conversa. Se os PJ tentarem
convencer o trio a deixar o animal e seus fi-
lhotes irem embora, Tharfen dirá algo como:
“E deixar essa fortuna escapar? Nem pensar! Esses
filhotes valem uma nota!”. Se os PJ insistirem
nesse discurso, cedo ou tarde os mercenários
acabarão atacando os próprios PJ para man-
ter sua preciosa mercadoria!
Ações da Ursa-Coruja. Se algum dos
PJ estiver em distância de combate corporal
e estiver engajado em combate com a ursa,
o animal irá atacar esse PJ nesta rodada. Do
contrário, atacará os mercenários, tendo
Dalkhon como alvo.
Se os PJ forem bem-sucedidos em acal-
mar a ursa (seja por meios mágicos ou com
Empatia Selvagem), a fêmea irá recuar para
perto da jaula, para proteger os filhotes. Ela
então irá preparar sua ação para atacar qual-
quer um que se aproximar (veja as ações dos
mercenários).
Ações dos Mercenários. Devron e
Dalkhon continuarão a atacar na segunda
rodada – podendo ter a ursa-coruja ou os PJ
como alvo (conforme descrito no início da
segunda rodada).
 informação
Os Mercenários e os Ursos-Coruja
Nivelando
Este encontro aleatório tem NE 5, o
que significa que funciona equilibrada-
mente para quatro personagens de 5º ní-
vel. Você também pode tornar o encon-
tro mais fácil ou mais difícil.
NE 3: A ursa-coruja estará debili-
tada desde o início do combate, portanto
terá somente metade de seus PV (para
um total de 38 PV) e não conseguirá usar
todos os ataques na mesma rodada (fará
apenas um ataque com mordida ou dois
com as garras). Logo na primeira rodada,
o animal acerta Devron e causa 30 pon-
tos de dano, reduzindo o mercenário
para 15 PV.
NE 4: Logo na primeira rodada a
ursa-coruja acertará seus ataques com
garra contra Devron e o reduzirá para 15
PV. Os dois mercenários também acer-
tarão seus ataques na primeira rodada,
causando um total de 12 pontos de dano
e reduzindo a ursa-coruja para 65 PV.
Na segunda rodada eles voltarão a causar
esse mesmo dano (reduzindo os PV da
ursa para 53), mas o animal errará seus
ataques. Aplique entre 10 e 15 pontos de
dano por rodada na ursa-coruja, causa-
dos pelos mercenários.
NE 6: Se os PJ estiverem dispostos
a atacar a ursa-coruja, logo na primeira
rodada o animal acertará seus ataques
contra Devron e o derrubará, elimi-
nando-o do combate. Se eles estiverem
dispostos a ajudar a ursa contra os mer-
cenários, então considere que ela errou
todos os seus ataques e os mercenários
terão PV máximos. A urso também não
participará do combate.
ENCONTRO ALEATÓRIO
Se o combate prosseguir, Dalkhon en-
trará em fúria: sua CA será reduzida para CA
19, mas ele atacará com modificador +11
(dano 2d6+8, 19-20). Ele permanece com
esses modificadores durante 8 rodadas (pos-
sivelmente até o final do combate). Devron
atacará com o mangual. Lembre-se que o
guerreiro tem os talentos Impacto Estonte-
ante e Até Acertar; dessa maneira, se ele
acertar o ataque o alvo sofrerá uma penali-
dade de -1 nos ataques na rodada seguinte (-
2 se for um acerto crítico) e se errar receberá
um bônus de +1 na jogada de ataque contra
esse mesmo personagem na terceira rodada.
3ª Rodada de Combate
Iniciativa. Na terceira rodada os filho-
tes talvez entrem no combate, portanto faça
testes de Iniciativa para eles para definir em
que momento eles agirão.
Ações dos PJ. Nesta rodada os PJ pro-
vavelmente já estão engajados no combate.
Eles podem ter escolhido atacar a ursa-co-
ruja ou os mercenários – e essa escolha in-
fluenciará as ações dos demais personagens
envolvidos.
Ações da Ursa-Coruja. Se os PJ estive-
rem atacando a ursa-coruja, o animal ficará
furioso e revidará seus ataques contra os PJ.
Se houver um PJ maligno no grupo (o que é
improvável, mas enfim) ele será o alvo da
ursa – que utilizará sua habilidade de destruir
o mal para causar +8 de dano no ataque. Se
acertar um ataque com suas garras, ela tam-
bém tentará agarrar o PJ.
Se os PJ tiveram sucesso em acalmar a
ursa, ela permanecerá de prontidão defen-
dendo os filhotes, atacando somente se for
atacada. Ela também permanecerá afastada
caso os PJ tenham se engajado em combate
com os mercenários.
 Manobra Agarrar. Se a ursa-coruja
acertar um ataque com a garra, faça uma
nova jogada de ataque (com bônus +17) da
ursa, resistido por uma jogada de ataque do
alvo. Se a ursa vencer, a vítima será agarrada.
Uma vítima agarrada sofre -2 nas jogadas de
ataque, é considerada indefesa (CA -4) e não
pode se mover. Para se livrar deve usar uma
ação padrão e vencer uma disputa de mano-
bra. A vítima agarrada pode ser atacada pela
mordida (mas não pelas garras).
Ações dos Urso-Coruja Filhotes.
Caso sua mãe esteja engajada em combate
corporal contra os PJ e os mercenários, os
filhotes entrarão no combate, atacando com
garras e bico aqueles que estiverem agre-
dindo sua mãe. Mesmo sendo pequenos, os
animais não são inofensivos e podem causar
bastante dano, enfraquecendo os adversá-
rios para que sua mãe possa dar cabo deles.
Os filhotes não tentarão agarrar seus alvos,
apenas bicar e rasgar com as garras.
Ações dos Mercenários. Se os PJ esti-
verem enfrentando a ursa-coruja, Devron e
Dalkhon atacarão os filhotes. Eles não ata-
carão para mata-los, apenas para atordoa-los
– por isso seus ataques serão feitos com mo-
dificador de -4 e o dano será não-letal.
Também é possível que os PJ estejam
engajados em combate contra os próprios
mercenários (seja por escolha própria ou
porque os lutadores decidiram ataca-los para
evitar perder sua mercadoria). Dalkhon
ainda estará em fúria (CA 19, ataque +11
com a espada grande, dano 2d6+8, 19-20) e
Devron continuará a atacar com o mangual.
A dupla tentará identificar o PJ mais forte
em combate corporal e tentará flanqueá-lo,
 monstro  personagem do mestre
a fim de receber um bônus de +2 nas joga-
das de ataque. Devron atacará o mesmo alvo
que teve na rodada anterior – e se tiver er-
rado na rodada anterior, receberá um bônus
de +1 nesta rodada devido ao talento Até
Acertar.
Ação de Tharfen. Se os PJ tiverem se
voltado contra os mercenários, Tharfen es-
tará furioso e usará sua funda contra eles. Se
for atacado, porém, ele tentará fugir.
 Fugir. Um personagem em fuga é con-
siderado desprevenido, por isso sofre -4 de
penalidade na CA (Tharfen passa a ter CA
11). Faça um teste de Atletismo para o hal-
fling (ele tem Atletismo +4) e multiplique o
resultado por 1,5m. Esse será o desloca-
mento adicional que o halfling percorrerá em
uma rodada. Ele pode continuar a correr por
um número de rodadas igual à sua Constitui-
ção (12 rodadas), mas assim que estiver longe
do alcance de projéteis passará a se deslocar
normalmente, realizando duas ações de mo-
vimento por rodada.
Rodadas de Combate Seguintes
Todas as demais rodadas de combate se-
guirão neste mesmo padrão. O combate
pode ter seguido dois rumos – os PJ estarão
engajados em combate contra a ursa-coruja
e seus filhotes ou contra os mercenários.
Tharfen apenas participará do confronto se
os PJ estiverem enfrentando seus mercená-
rios – mas fugirá se for atacado ou se os mer-
cenários forem derrotados.
Há muitas maneiras pelas quais o encon-
tro poderá terminar, dependendo das esco-
lhas dos PJ. A seguir estão algumas resolu-
ções possíveis.
Morte da Ursa-Coruja. Se os PJ e/ou
os mercenários conseguirem matar a ursa-
 informação
Os Mercenários e os Ursos-Coruja
coruja, os mercenários rapidamente começa-
rão a prender os filhotes com cordas e laços
e dentro de poucas rodadas terão os animais
imobilizados. Os PJ poderão, então, exigir
uma recompensa por seu apoio (veja adi-
ante).
Morte dos Mercenários. Se os PJ tive-
rem tentado proteger a ursa-coruja atacando
os mercenários, os PdM lutarão até o fim,
movidos por um forte orgulho guerreiro.
Tharfen não colocará sua vida em risco – se
perceber que a vitória dos PJ é iminente, ten-
tará fugir (veja anteriormente). A ursa-coruja
permanecerá afastada do combate e, depois
que ele terminar, seguirá seu rumo com os
filhotes (mas veja a parte Recompensas).
Se o combate contra os mercenários es-
tiver indo mal para os PJ, a ursa-coruja po-
derá entrar no combate para ajuda-los. Lem-
bre-se que ela é mais inteligente do que um
animal comum (pois é uma criatura celes-
tial), então ela pode entender que os PJ a es-
tão ajudando. Caso os PJ precisem da ajuda
da ursa, porém, considere o encontro como
tendo NE um ponto abaixo do inicialmente
proposto.
Recompensas
As recompensas dos PJ vão variar de
acordo com o resultado final do encontro.
Se os PJ tiverem ajudado os mercenários
a derrotar a ursa-coruja, Tharfen ficará
muito agradecido e oferecerá 100 TO como
recompensa. Os PJ podem tentar aumentar
esse valor com um teste de Diplomacia re-
sistido pela Intuição do halfling (bônus +7).
Em caso de sucesso, o pequenino oferece
150 TO; sucesso por 5 ou mais faz com que
ele aumente para 200 TO, mas não mais do
que isso! Se continuarem insistindo, os PJ
61
ENCONTRO ALEATÓRIO
poderão ser atacados pelos mercenários (se
eles estiverem vivos, claro).
Também é possível que os PJ ataquem
Tharfen e os mercenários depois de derrotar
a ursa-coruja. Neste caso, Tharfen tentará
fugir, enquanto os mercenários permanece-
rão no combate e atacarão com força total.
Outra possibilidade é que os PJ esco-
lham acompanhar Tharfen e os mercenários,
oferecendo seus serviços como guarda-cos-
tas de apoio. Neste caso, o halfling poderá
oferecer uma recompensa um pouco maior
depois da venda dos animais – mas o mestre
deverá criar vários outros encontros e situa-
ções no caminho dos PJ, o que pode render
uma aventura inteira!
Se os PJ tiverem ajudado a fêmea de
urso-coruja contra os mercenários, poderão
ficar com seus pertences (veja a linha Equi-
pamentos de cada um deles em suas estatísti-
cas). Vasculhando a carroça, também podem
encontrar os 456 TO de Tharfen (o resto de
seu equipamento estará com ele, que terá le-
vado na fuga).
No caso de os PJ terem ajudado a ursa-
coruja, conseguindo acalmá-la de alguma
maneira, o animal guiará seus filhotes para
longe e se afastará dos PJ. Se algum dos PJ
quiser ficar com um dos filhotes (como um
companheiro animal ou para treinar) caberá
ao mestre decidir se quer permitir. Via de re-
gra, somente um druida de Allihanna de 3º
nível ou superior ou um ranger de 6º nível
ou superior conseguirá conquistar um dos fi-
lhotes como companheiro animal – mas o
mestre pode vetar, se assim desejar. A fêmea
apenas abandonará um dos filhotes se o ani-
malzinho escolher se tornar companheiro
animal – do contrário, lutará para mantê-lo
em segurança!
62
Caso a ursa-coruja tenha morrido no
combate, é possível (se o mestre assim dese-
jar) que os PJ decidam levar os filhotes con-
sigo para treiná-los. Regras detalhadas para
treinamento de animais podem ser vistas na
Dragão Brasil #127. Se os PJ levarem os
filhotes à força, ou se tiverem matado sua
mãe, o teste de Carisma para criar um vín-
culo amoroso terá sua CD aumentada em
+10 (resultando em ND 23). Vender um dos
filhotes também pode ser bastante rentável
– cada filhote vale cerca de 4.800 TO, um
valor a cima do padrão pelo fato de serem
criaturas celestiais).
Estatísticas das Criaturas e PdM
 Ursa-Coruja Celestial (1): espírito
(animal) 8, NB; ND 6; Grande (alto), desl.
12m; PV 77; CA 21 (+4 nível, -1 tamanho,
+3 Des, +5 natural); corpo-a-corpo: mor-
dida +14 (1d8+12) ou mordida +12
(1d8+12) e 2 garras +11 (1d6+12); HE: vi-
são na penumbra, visão no escuro 18m, faro,
agarrar aprimorado, RD 5/magia, resistência
5 contra ácido, frio e eletricidade, Resistên-
cia à Magia +3; Fort +11, Ref +9, Von +5;
For 27, Des 17, Con 21, Int 3, Sab 12, Car 6.
Perícias & Talentos: Iniciativa +7, Intuição
+2, Percepção +12; Fortitude Maior, Refle-
xos Rápidos, Foco em Arma (mordida), Ata-
ques Múltiplos, Vitalidade x2.
Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque
com garras, pode iniciar a manobra agarrar
como uma ação livre (bônus +17).
Punir o Mal: uma vez por dia, pode causar
+8 de dano contra uma criatura maligna.
Redução de Dano: ignora 5 pontos de dano
de todos os ataques não-mágicos.
 monstro  personagem do mestre
Os Mercenários e os Ursos-Coruja
Resistência: ignora 5 pontos de dano de Ref +8, Von +2; For 19, Des 21, Con 13,
ácido, frio e eletricidade. Int 4, Sab 12, Car 6.
Resistência à Magia: recebe +3 de bônus Perícias & Talentos: Iniciativa +6, Percep-
em testes de Fortitude, Reflexos e Vontade ção +7; Fortitude Maior, Reflexos Rápidos,
contra magia. Foco em Arma (mordida), Ataques Múlti-
plos.
 Urso-Coruja Celestial Filhote (2):
espírito (animal) 3, N; ND 3; Pequeno, desl. Agarrar Aprimorado: se acertar um ataque
12m; PV 15; CA 19 (+1 nível, +1 tamanho, com garras, pode iniciar a manobra agarrar
+5 Des, +2 natural); corpo-a-corpo: mor- como uma ação livre (bônus +2).
dida +7 (1d4+5) ou mordida +5 (1d8+5) e
Punir o Mal: uma vez por dia, pode causar
2 garras +4 (1d3+5); HE: visão na penum-
+3 de dano contra uma criatura maligna.
bra, visão no escuro 18m, faro, agarrar apri-
morado, resistência 5 contra ácido, frio e ele- Resistência: ignora 5 pontos de dano de
tricidade, Resistência à Magia +1; Fort +4, ácido, frio e eletricidade.
Criatura Celestial
Criaturas celestiais vivem nos Reinos de deuses benignos e alguns deuses neutros. Elas
são uma versão régias e bela de outras criaturas que ocorrem naturalmente em Arton,
sejam humanoides inteligentes ou animais irracionais – um humano nativo do Reino de
Valkaria pode ser uma criatura celestial tanto quanto um gato nativo do Reino de Alli-
hanna. Criaturas celestiais podem ser invocadas para Arton através de magias poderosas,
mas também podem chegar até este mundo por outros meios, muitas vezes acidentais.
Em regras, “celestial” é um modelo inato – ou seja, a criatura já nasce com ele, não
adquire ao longo da vida. Para criar uma criatura celestial escolha um animal, humanoide
ou monstro e faça as seguintes mudanças em suas estatísticas:
Tipo: muda para espírito. Apesar da mudança os PV, bônus base de ataque e talentos
bônus permanecem inalterados.
Tendência: o eixo ético muda para Bondoso; o eixo moral fica inalterado.
Sentidos: recebe visão no escuro 18m.
Resistências: toda criatura celestial recebe resistência a ácido, frio e eletricidade de
acordo com seu nível: resistência 5 para criaturas de nível 1 a 7; resistência 10 para nível 8
a 11; resistência 15 para nível 12 ou mais. A criatura também recebe Resistência à Magia
de acordo com o nível: +1 se for de nível 1 a 3, +2 se for de nível 4 a 7, +3 se for de nível
8 a 11, +4 se for de nível 12 ou mais. Se a criatura for de nível 4 ou superior recebe
também Redução de Dano de acordo com seu nível: RD 5/magia para nível 4 a 11; RD
10/magia para nível 12 ou mais.
Habilidades: se a criatura tiver Inteligência 2 ou menos, sobe para 3.
Punir o Mal: uma vez ao dia uma criatura celestial pode causar dano adicional igual
ao seu nível contra um alvo Maligno (máximo +20 de dano).
ND: se a criatura tem nível 3 ou menos, não há alteração; se tem nível 4 a 7 aumente
a ND em +1; se tem nível 8 ou mais, aumente a ND em +2.
 informação
ENCONTRO ALEATÓRIO
Resistência à Magia: recebe +1 de bônus
em testes de Fortitude, Reflexos e Vontade
contra magia.
 Dalkhon Racha-Crânio: huma-
noide, meio-orc, bárbaro 4, CN; ND 4; Mé-
dio, desl. 9m; PV 54; CA 21 (+2 nível, +2
Des, +5 armadura); corpo-a-corpo: espada
grande obra-prima +9 (2d6+6, 19-20) ou
adaga +8 (1d4+6) ou ataque desarmado com
manopla +8 (1d4+6); HE: visão no escuro
18m, sangue orc, analfabetismo, fúria 2/dia,
movimento rápido, esquiva sobrenatural,
instinto selvagem +1; Fort +7, Ref +5, Von
+3; For 19, Des 14, Con 17, Int 10, Sab 12,
Car 8.
Perícias & Talentos: Iniciativa +10, Intimi-
dação +10, Percepção +8, Sobrevivência
+8; Duro de Matar, Usar Armaduras (leves
e médias), Usar Armas (simples e marciais),
Usar Escudos, Fortitude Maior, Ataque Po-
deroso, Trespassar.
Fúria: uma vez ao dia Dalkhon pode en-
trar em fúria e receber +2 em ataque e dano
corpo-a-corpo, RD 1 e -2 na CA durante 8
rodadas. Depois disso, fica fatigado (For -2,
Des -2, não pode correr nem investir) por
um minuto.
Esquiva Sobrenatural: nunca fica despreve-
nido.
Equipamento: espada grande obra-prima,
2 adagas, manopla, couraça, mochila, odre, 2
tochas, ração de viagem (6 dias), 34 TO.
 Devron Crimsonfox: humanoide,
humano, guerreiro 5, CN; ND 5; Médio,
desl. 6m; PV 45; CA 24 (+2 nível, +3 Des,
+1 Esquiva, +6 armadura, +2 escudo);
corpo-a-corpo: mangual +8 (1d8+8) ou es-
pada longa +7 (1d8+4, 19-20); Fort +5, Ref
Os Mercenários e os Ursos-Coruja
+5, Von +4; For 15, Des 17, Con 13, Int 14,
Sab 11, Car 10.
Perícias & Talentos: Atletismo +8, Caval-
gar +11, Enganação +8, Iniciativa +11, In-
timidação +4, Intuição +8, Percepção +8;
Ataque Poderoso, Foco em Arma (man-
gual), Usar Armaduras (leves, médias e pesa-
das), Usar Armas (simples e marciais), Usar
Escudos, Fortitude Maior, Usar Arma Exó-
tica (mangual atroz), Esquiva, Impacto Es-
tonteante, Até Acertar, Especialização em
Arma (mangual), Vontade de Ferro.
Equipamento: mangual atroz (armas atro-
zes causam +2 de dano e conferem +2 em
testes de Intimidação; preço: 108 TO), es-
pada longa, escudo pesado, cota de malha
obra-prima, mochila, odre, pederneira, 2 to-
chas, 31 TO, 62 TP, 80 T$.
 Tharfen Deepfeet: humanoide, hal-
fling, plebeu 4, N; ND 2; Pequeno, desl. 9m;
PV 16; CA 15 (+2 nível, +1 tamanho, +2
Des); corpo-a-corpo: adaga +4 (1d3+1); à
distância: funda +7 (1d3+2); Fort +5, Ref
+6, Von +4; For 9, Des 14, Con 12, Int 16,
Sab 10, Car 14.
Perícias & Talentos: Atletismo +4, Conhe-
cimento (Geografia) +10, Diplomacia +9,
Enganação +13, Iniciativa +4, Intuição +7,
Furtividade +13, Ofício (mercador itine-
rante) +10; Negociador, Treino em Perícia
(Diplomacia).
Equipamento: trajes de plebeu, 3 bálsamos
restauradores, adaga, funda, balas da funda
(10), algibeira, flauta, 456 TO.
MAURY “SHI DARK” ABREU
maury.abreu@bol.com.br
 monstro  personagem do mestre  informação 63
ENCONTRO ALEATÓRIO Os Mercenários e os Ursos-Coruja

64  monstro  personagem do mestre  informação