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DE MORAES FERREIRA, Janaína Amado Marieta. Usos e abusos da história oral.

Editora
FGV, 2006.

FICHAMENTO

Publicado pela primeira vez em 1996.

Capítulo 2: Prática e estilos de pesquisa na história oral contemporânea. Jorge Eduardo Aceves
Lozano.

LOZANO, Jorge Eduardo Aceves. Prática e estilos de pesquisa na história oral


contemporânea. Usos e abusos da história oral, 8ª ed., p. 15-25, 2006.

“Eu partiria da ideia de que a ‘historia oral’ é mais do que uma decisão técnica ou de
procedimento; que não é a depuração técnica da entrevista gravada; nem pretende exclusivamente
formar arquivos orais; tampouco é apenas um roteiro para o processo detalhado e preciso de transcrição
da oralidade; nem abandona a análise à iniciativa dos historiadores do futuro.
Diria que é antes um espaço de contato e influencia interdisciplinares; sociais, em escalas e
níveis locais e regionais; com ênfase nos fenômenos e eventos que permitam, através da oralidade,
oferecer interpretações qualitativas de processos histórico-sociais. Para isso, conta com métodos e
técnicas precisas, em que a constituição de fontes e arquivos orais desempenha um papel importante.
Dessa forma, a história oral ao se interessar pela oralidade, procura destacar e centrar sua análise na
visão e versão que dimanam do interior e do maia profundo da experiencia dos atores sociais.
A consideração do âmbito subjetivo da experiência humana é a parte central do trabalho desse
método de pesquisa histórica, cujo propósito incluiu a ampliação, no nível social, da categoria de
produção dos conhecimentos históricos, pelo que também se identifica e solidariza com muitos dos
princípios da tão discutida ‘história popular’”. Página 16.

Não fazer da “informação oral somente uma ilustração dramatizada dos argumentos teóricos e
das categorias abstratas; o oral se transfigura num andaime ou suporte interessante da evidência e das
séries quantitativas tradicionais.” página 23.
A subjetividade dos depoimentos não deve ser um empecilho, mas ela própria passível de
análise.

Importância de “analisar, interpretar e situar historicamente os depoimentos e as evidencias


orais. Complementam suas fontes orais com as outras fontes documentais tradicionais do trabalho
historiográfico” Página 23.

Não considerar a “história oral como mera técnica do arquivista qualificado, nem como a
‘nova’ alternativa na tarefa do historiador comprometido com sua gente e seu tempo, mas sim como
uma renovação das concepções sobre o envolvimento do historiador com seus sujeitos e problemas de
pesquisa”, o que vai de encontro com um quantitativismo positivista. Página 23 e 24.

“A versão da história da sociedade que se constrói é tão válida quanto aquela que deriva da
consulta de fontes documentais como arquivos e registros fiscais ou policiais, por exemplo. Não
obstante, a evidência oral também exige e deve ter a mesma receptividade e os mesmos controles
críticos que se aplicam aos artigos de jornal, a um relatório político ou a um documento lavrado em
cartório” Página 24.

“O historiador oral que tende a integrar todas essas práticas está em busca do seu passado e ao
mesmo tempo de sua identidade. Nesse estilo de trabalho, a tarefa de produzir conhecimentos históricos
se torna válida, especialmente rica e atual, já que implica: reflexão teórica, trabalho empírico e de
campo; maior ligação e vínculo pessoal com os sujeitos estudados; um processo de constituição de uma
fonte e um processo de produção de conhecimentos científicos, isto é, um processo que permite ao
pesquisador se transformar no que sempre pretendeu ser, um historiador” Página 24.

Capítulo 3: O handicap do a posteriori, de Jean-Jacques Becker.

“Arquivos provocados”: “Qualquer que seja a forma do arquivo provocado, ele tem sempre o
mesmo inconveniente: foi sempre constituído depois do acontecimento e, portanto, é responsável por
tudo o que foi dito e escrito a posteriori; ele pode resgatar lembranças involuntariamente equivocadas,
lembranças transformadas em função dos acontecimentos posteriores, lembranças sobrepostas,
lembranças transformadas deliberadamente para ‘coincidir’ com o que é pensado muitos anos mais
tarde, lembranças transformadas simplesmente para justificar posições e atitudes posteriores”. Página
28.

“A história oral tem por natureza um caráter individual”, “não é difícil retificar o erro material
que escapa num depoimento, mas é impossível retificar as transformações de sentimentos ou de
atitudes que podem ser expressas.” Página 29.

Intervenção de François Bédarida: “Do depoimento no tempo, pois não há depoimento sem
temporalidade. Em segundo lugar, o processo de constituição do depoimento, sua gênese, suas
condições de elaboração, em suma, a construção do documento. Em terceiro lugar, coloca-se a questão
da validade do depoimento, em particular as condições de utilização do documento. Finalmente, a
interpretação do depoimento: que sentido tem ele para o historiador e para a história?” Página 30.

Capítulo 4: Definições e usos, de Danièle Voldman.

“Conferindo a cada testemunha um status diferente, conforme o tipo de pesquisa visado, o


historiador que recusa a observação participante dispõe, contudo, de um amplo leque de categorias, que
vai da grande à pequena testemunha. As primeiras se diferenciam das últimas pela ideia que fazem de
seu próprio papel histórico, pela consciência de terem participado de acontecimentos do seu tempo e de
terem influenciado o seu curso. Mesmo que o historiador possa contestar esse papel, isso não muda a
categorização, pois o relato carregado com as tintas da autoproclamação guarda seus tons dominantes.
A grande testemunha é aquela que construiu sua identidade sobre uma ação voluntária e
conscientemente interpretada, qualquer que tenha sido o nível de responsabilidade ou de ação reais.
Desse ponto de vista, o ex-ministro ou o obscuro militante de base não têm status essencialmente
diferentes. Tanto uns quanto outros podem dizer “eu” ou “nós”. Eles são “testemunhas-sujeitos”. Do
outro lado está a obscuridade, que a historiografia passada costumava considerar como simples
espectadores ou diluir na massa dos soldados, dos camponeses ou dos proletários, silhuetas
indispensáveis dos grandes afrescos, mas sem nome nem rosto. Estes se submeteriam aos
acontecimentos, ao curso e ao peso da história. Apesar da tendência recente de descobrir o ator
desconhecido por trás da testemunha passiva ou mesmo de reabilitar uma passividade que tenha
sentido, esta continua sendo uma “testemunha-objeto”. Com este tipo de interlocutores, o historiador
pode aceitar ou recusar uma tarefa inédita: colaborar, por meio da entrevista histórica, na transformação
do objeto em sujeito. Pois, estabelecendo o diálogo e deixando um pouco de lado suas curiosidades
imediatas, o historiador pode contribuir para favorecer ou acelerar a evolução do seu interlocutor, que
pode passar da afirmação de sua obscuridade e de sua insignificância (“nada tenho de interessante a
dizer”) à construção de seu próprio relato”. Página 41.

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