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GUSTAVO CEZAR
Itajaí
2010
GUSTAVO CEZAR
Itajaí
2010
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
1. INTRODUÇÃO
Se comparado a outros países, o Brasil sofreu um impacto menor dos efeitos da crise
econômica. Assim, além de ser destaque em termos de superação desta, apresenta uma série
de boas notícias: a conquista de grau de investimento pelas agências classificatórias de risco,
o direito de sediar a copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e, apesar das dificuldades técnicas
para sua extração a serem superadas, a descoberta de petróleo na camada pré-sal.
As estruturas a serem construídas para atender a demanda destes setores devem ser executadas
de forma rápida e eficiente, sem comprometer o programa de necessidades, atendendo à
normas específicas, com baixo custo e o mínimo de impacto ambiental possível.
a essência da industrialização é produzir um objeto sem mão de obra artesanal, com máquinas
utilizadas por operários especializados, diminuindo assim o tempo despendido em cada etapa
construtiva, de tal forma a reduzir os custos aumentando a produtividade e a qualidade do produto
final.
Este ainda comenta (2000, p. 5) que o campo de aplicação do concreto pré-moldado (pré-
fabricado) é muito amplo. Praticamente toda a construção civil pode se valer, em um grau
menor ou maior, da utilização destes tipos de peças. Algumas das aplicações são: edificações
comerciais, industriais e habitacionais, equipamentos urbanos como hospitais, terminais
rodoviários e ferroviários, estádios e arenas, pontes e viadutos.
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1.1. Objetivos
1.1.1. Objetivo geral
1.2. Justificativa
O nível de desenvolvimento tecnológico da indústria da construção civil ainda é
incomparavelmente mais atrasado que o dos demais setores da indústria convencional.
(CAMPOS, 2010).
Em contra partida, o cenário da construção civil tem prazos cada vez mais curtos, exigências
de redução de custos e mitigação do impacto ambiental.
Entretanto, este sistema ainda é pouco utilizado, como apontam Albuquerque e El Debs
(2005, p. 7) em pesquisa realizada com fabricantes de estruturas pré-moldadas de todas as
regiões. Seu trabalho mostra que, em média, 70% das obras realizadas não são originalmente
concebidas para utilização do sistema pré-moldado, sendo adaptados de projetos para
estruturas moldadas in loco.
Por outro lado, Oggi (2010) afirma que mesmo com o atraso deste desenvolvimento, a
construção civil já avançou o máximo possível em desempenho e produtividade com soluções
nas quais todos os materiais são processados in loco. Também comenta que este setor não
conseguirá evoluir sem alterar a compreensão do que é construir de maneira industrializada.
Por tudo isso, percebe-se a necessidade do desenvolvimento de novos estudos sobre concreto
pré-fabricado, principalmente que envolvam comparações econômicas relativas ao concreto
moldado in loco.
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2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1. Histórico
A pré-fabricação de elementos para construção de edificações está presente na origem das
civilizações. Para verificar isto, podem-se tomar como exemplo as pirâmides do Egito, onde
se encontram elementos repetidos do início até o fim da estrutura e que, acredita-se, foram
moldados fora do local da utilização final.
Segundo o mesmo autor, pode-se dizer que a pré-moldagem, aplicada à produção em massa,
com controle de qualidade elevado, resulta na pré-fabricação, que é uma forma de
industrializar a construção.
Estágios de desenvolvimento
Atividades
Manufatura Mecanização Industrialização
Planejamento Improvisação Projeto Planificação
Estas características mostram a diferença entre os estágios e fica claro que quanto maior o
grau de industrialização, maior a capacidade produtiva.
Para Oggi (2010), construção industrializada é aquela em que, com planejamento, chega-se a
um canteiro com elementos dependendo simplesmente da montagem, como a indústria
automobilística, onde as empresas mantêm apenas a linha de montagem, sendo esta a indústria
utilizada normalmente como padrão de comparação.
Tipo
Local de produção Pré-moldado de fábrica Pré-moldado de canteiro
Característica da seção Pré-moldado de seção completa Pré-moldado de seção parcial
Peso Pré-moldado pesado Pré-moldado leve
Aparência Pré-moldado normal Pré-moldado arquitetônico
Os elementos pré-moldados de seção completa têm sua seção resistente moldada fora do local
de utilização, recebendo apenas concreto moldado in loco para acabamento, ligação ou
regularização.
Por outro lado, os elementos pré-moldados de seção parcial têm uma parte da seção resistente
concretada na obra, normalmente no local de utilização. Estes formam o que é chamado de
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elemento composto e a estrutura passa a ser também composta. Uma vantagem interessante
desta solução é aumentar o grau de engastamento das ligações entre as peças, proporcionando
maior monolitismo à estrutura. A Figura 1 apresenta um exemplo de solução composta.
Os aspectos apresentados neste quadro são em alguns pontos contraditórios, inclusive sendo
citado pelo autor este fato (EL DEBS, 2008). É apenas uma coletânea de argumentos
propostos por outros autores, que devem ser tomados como ponto de reflexão.
Vantagens Desvantagens
Aspectos Técnicos
Facilidade na elaboração de projeto, em Falta de monolitismo da estrutura.
especial na resolução de detalhes;
Problemas em juntas;
Melhoria da qualidade dos trabalhos
Superdimensionamento em função de
realizados mecanicamente;
transporte e montagem para algumas peças;
Controle de qualidade facilitado;
Dúvidas quanto a certos materiais ou
Menor necessidade de juntas de dilatação; sistemas;
Não ocorrência de interrupções de Dificuldade de transporte para peças
concretagem; grandes;
Aproveitamento de partes de uma estrutura Coordenação modular exigida;
quando desmontadas;
Dificuldades para adaptação a topografia.
Pouco ou nenhum cimbramento.
Aspectos Sociais
Redução do número de acidentes de Produz desemprego;
trabalho;
Doenças de profissão;
Segurança no emprego através da
Especialização em excesso, incapacitando
especialização;
o trabalhador para outros tipos de tarefas.
Trabalho protegido de intempéries;
Remuneração mais elevada;
Apontado como modelo mais efetivo para
redução de déficit de construção;
Livra o homem de trabalhos rudes e
pesados.
Aspectos Econômicos
Redução de custos; Em geral é mais cara que a tradicional;
Redução de prazos; Investimento elevado no início da pré-
fabricação;
Evita improvisos;
Necessita de demanda adequada;
Melhor adaptável à controle;
Transporte do produto mais caro que dos
Menores custos com seguros;
materiais para produção.
Ferramenta de planificação.
Também são mencionados aspectos que podem onerar a obra. A afirmação de que soluções
pré-moldadas são mais caras que a tradicional deve ser melhor avaliada, pois os custos finais
dependem de muitos fatores. Um fato é a velocidade com que o investimento deve ser
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A Figura 2 mostra a estrutura para um galpão, que pode ter uso industrial ou comercial, onde
estão presentes placas ou painéis de fechamento, braços de cobertura, terças, pilares e vigas,
além de utilizar lajes pré-moldadas também. Todos estes elementos são produzidos em fábrica
e montados na obra.
Terças
Pilares
Braços de
cobertura ou Sapatas ou blocos
viga inclinada sobre estacas
Viga Baldrame
Painéis de fechamento
A obra apresentada na Figura 3 mostra uma estrutura deste mesmo tipo, com mais de 24 mil
metros quadrados, que teria um prazo de execução elevado caso fosse realizada de modo
convencional.
El Debs (2000) apresenta uma série de maneiras diferentes de realizar este tipo de estrutura,
sendo algumas apresentadas na Figura 4. São realizadas com elementos retos disposto de
forma a estruturar a cobertura. Os elementos horizontais ou inclinados recebem os esforços
solicitantes da cobertura, seja o peso próprio, seja a ação de vento ou chuva, e transferem para
os elementos verticais, que levam às fundações, as quais transmitem ao solo.
Por outro lado, para edificações baixas de múltiplos pavimentos (até seis pavimentos), são
utilizados outras disposições e tipos de elementos. A Figura 5 mostra um sistema estrutural
para este tipo obra.
17
Figura 5: Estrutura aporticada para edificações de múltiplos pavimentos. (EL DEBS, 2000)
É possível construir estruturas mais altas com o sistema pré-moldado. Para isso, uma possível
solução é a adoção de um núcleo rígido e transferência de esforços através de vigas e lajes
para este núcleo. A Figura 6 apresenta o funcionamento deste sistema.
A Figura 7 mostra a aplicação deste modelo, em obra realizada pela Cassol Pré-fabricados.
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Edifícios de múltiplos pavimentos podem ser executados com estruturas de esqueleto ou com
painéis pré-moldados estruturais como visto na Figura 8. No caso de execução de estruturas
em esqueletos, o fechamento pode ser realizado de forma convencional ou com painéis pré-
fabricados, que tornam o sistema como um todo com um grau de industrialização maior.
Também pode ser realizado o fechamento com blocos de concreto celular. Os pavimentos
feitos nestes sistemas serão compostos com grandes panos de lajes, sendo recomendada assim
a utilização de divisórias do tipo drywall. A adoção deste conjunto de soluções torna o tipo de
uso de cada pavimento adaptável as necessidades do usuário/proprietário.
Estas seções de pilares podem receber uma tubulação de PVC no centro para transporte de
águas de chuva. Os pilares, quando para edificações de múltiplos pavimentos, podem ser
feitos com variação de seção ao longo de seu comprimento.
Os painéis podem ser utilizados como laje, recebendo para tal uma camada de cobrimento, ou
podem ser utilizados como fechamentos, sendo fixados aos pilares e vigas.
20
A Figura 12 apresenta blocos e sapata do tipo cálice ou cofre, utilizados para fundação de
estruturas pré-moldadas. Têm a função de transferir ao solo ou estaca a solicitação da
estrutura. Também apresenta dimensões variadas.
Como observado por El Debs (2000), é importante que as arestas das peças sejam chanfradas
para não ocorrer fissuração ou mesmo fratura da borda, que pode acontecer durante o
processo de desfôrma, manuseio ou montagem. A Figura 13 ilustra como devem ser as arestas
acabadas e também exemplifica o que pode ocorrer se não forem realizadas desta forma.
Correto Incorreto
Estas são as seções usuais para edificações de múltiplos pavimentos. Ainda existem outros
tipos de elementos, muito comuns em estruturas do tipo galpão, como braços de cobertura,
que são vigas inclinadas que podem ter seção variável ou não e terças.
As etapas deste fluxograma têm atividades comuns ao concreto moldado in loco, sendo
diferenciadas no que se refere ao tipo de fôrma utilizado e no fato de as peças serem
armazenadas e transportadas.
Posicionamento da
Concretagem Conferência
armadura na forma
2ª cura
Deve ainda incluir, no mínimo, os seguintes itens: tipo e resistência característica do concreto;
tipo de aço utilizado, com dimensões e bitolas, quantidades, formas e detalhes das soldas e
emendas; cobrimento da armadura e dos insertos em todas as faces; armaduras adicionais,
executadas in loco se houver; volume e peso de cada elemento; detalhes das ligações que
serão executadas na obra, com as características dos materiais que serão utilizados; tolerâncias
dimensionais do elemento.
Sobre as fôrmas, esta norma estabelece que possam ser constituídas de aço, alumínio,
concreto ou madeira, revestido ou não com chapas metálicas, fibras, plásticos ou outros
materiais, além de garantir a estabilidade dimensional, não gerando desvios dimensionais
maiores que os aceitos pelas tolerâncias estabelecidas.
A produção da armadura segue o disposto pela NBR 6118:2003, com atenção especial ao seu
armazenamento e transporte, devendo ser realizados de tal forma que não prejudiquem sua
conformação, garantido o posicionamento relativo das barras, protegendo-as contra ruptura
dos vínculos de posicionamento. A NBR 9062:2006 preconiza que a armadura deve ser
colocada na fôrma de tal maneira que fique assegurado seu posicionamento durante o
lançamento do concreto. Para tal, permite a utilização de arames, tarugos de aço, espaçadores
de concreto, argamassa ou material plástico, mas estes não podem comprometer o cobrimento
mínimo prescrito.
A cura, segundo a NBR 9062:2006, que pode ser normal ou acelerada, deve ser realizada com
o concreto protegido da ação de agentes prejudiciais, como mudanças bruscas de temperatura,
secagem, chuva forte, água torrencial e agentes químicos. O concreto também deve estar
protegido de choques e vibrações que possam gerar fissuras ou prejudicar a aderência à
armadura. A cura acelerada, realizada com aquecimento e presença de vapor ou não, deve ser
realizada de forma que toda a peça seja aquecida uniformemente, tendo-se especial atenção
com o tempo de início após a concretagem, com a velocidade de aquecimento, com a
temperatura máxima de aquecimento, com o tempo de exposição e com o esfriamento. Estes
parâmetros devem ser determinados por ensaios.
Quanto aos processos de desfôrma, manuseio e armazenamento das peças de concreto pré-
moldado, a NBR 9062:2006 estabelece que devem ser realizados com equipamentos e
acessórios apropriados em pontos de suspensão localizados nas peças, perfeitamente definidos
em projeto, evitando-se choques e movimentos abruptos. No armazenamento, as peças devem
estar protegidas do contado direto com superfícies abrasivas e arestas angulares que possam
vir a danificar a peça, com apoios sobre terreno plano e firme. Podem ser formadas pilhas
com as peças pré-moldadas, mas devem ser intercalados elementos de apoio, para evitar o
contato entre elementos superpostos. Estes elementos devem situar-se em regiões previstas
em projeto e constituídos de material que não danifique as peças. É comum o uso de madeira
para tais apoios.
O não cumprimento destas pode ocasionar deformações nas peças de concreto que venham a
comprometer ou mesmo inviabilizar sua utilização. A Figura 15 mostra a deformação
provocada em painéis de fechamento não armazenados adequadamente.
Deformação
A NBR 9062:2006 preconiza ainda que as solicitações dinâmicas que podem ocorrer devem
ser previstas, garantindo-se condições de apoio que preservem a integridade das peças.
A montagem deve ser realizada com máquinas, equipamentos e acessórios apropriados (NBR
9062:2006). Quando da concepção do projeto, é importante que as peças sejam executadas
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com tamanhos e massas próximos para que os equipamentos não sejam subutilizados durante
o processo (EL DEBS, 2000), ficando com capacidade ociosa, onerando a obra.
2.2. Dimensionamento
El Debs (2000) elenca e discute pontos importantes no projeto de estruturas de concreto pré-
moldado. São recomendações que devem nortear o desenvolvimento do projeto para otimizar
a utilização da solução pré-moldada, potencializando suas vantagens.
Já na NBR 9062:2006 consta que “de um modo geral, aplicam-se às estruturas de concreto
pré-moldado as regras e processos de cálculo relativos às estruturas moldadas no local,
conforme disposto na NBR 6118”, apenas com algumas ressalvas, que serão comentadas nos
próximos itens.
Também estabelece que as estruturas devem ser verificadas em relação aos graus de liberdade
adicionais, completos ou parciais, introduzidos pelos elementos pré-moldados. Devem ser
consideradas as incertezas, pois estas podem afetar as reações mútuas dos elementos e de suas
ligações. E ainda, recomenda cuidados especiais na organização geral da estrutura e nos
detalhes construtivos, de forma a minimizar a possibilidade de colapso progressivo.
Os aspecto gerais de projeto que devem ser considerados, segundo El Debs (2000), são :
Para aquele autor, no que se refere à concepção, nesta fase deve-se levar em conta onde e
como fabricar as peças, a necessidade de transporte, disponibilidade de materiais, etc. Isto
propicia a planificação da obra como um todo. Mesmo que o projeto não tenha sido concebido
inicialmente para execução com pré-moldados, é possível realizar sua adaptação para a
solução, mas com prejuízos menores ou maiores, dependendo do caso, sendo esta uma prática
comum no mercado de pré-moldados.
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Dada a dificuldade da realização das ligações, deve-se minimizar o máximo possível sua
ocorrência, sem comprometer ou onerar o transporte ou sua montagem.
Em oposição, também se deve limitar o numero de peças, para agilizar a produção, sem
comprometer as ligações, transporte e montagem.
Quanto à faixa de peso, ainda para o mesmo autor, é interessante que não exista uma grande
variabilidade, de modo que os equipamentos utilizados para a movimentação e montagem das
peças não sejam subutilizados, onerando o processo.
A estabilidade global, segundo a NBR 9062:2006, é garantida pelo tipo de sistema estrutural
utilizado, atuando isoladamente ou em conjunto, e que pode ser:
A análise estrutural deve contemplar alguns itens que não são levados em conta e quando da
adoção de solução com concreto moldado in loco. El Debs (2000) elenca e comenta estes
itens da seguinte maneira:
28
d) Incertezas na transmissão de forças nas ligações: são geradas por desvios de geometria
e de posicionamento dos elementos e apoios, e também de variações volumétricas.
1
R 1
3( EI ) sec 2
1
Rsec Lef
Onde:
Lef é o vão efetivo entre os apoios, a distância entre os centros de giro nos apoios;
Já a rigidez secante Rsec é uma análise linear da resposta não linear das ligações, estando
ilustrada pela Figura 19(a). Um exemplo de aplicação é mostrado na Figura 19(b), onde:
O limite de rigidez aos momentos fletores para ligações semi-rigidas é dado por:
No caso de estabilidade proporcionada por pórticos, com ligações resistentes a flexão, com
comportamento semi-rígido, de valores do fator de restrição entre 0,15 e 0,85, deve-se realizar
a verificação do limite de rigidez, como citado anteriormente.
Para os casos em que houver engastamento parcial, ou seja, com fator de restrição maior que
0,85, tanto para momentos positivos, quanto para momentos negativos, a analise estrutural
pode ser feita como pórtico contínuo com nós rígidos.
2.2.5. Ligações
Para a solução das ligações, são empregados vários tipos de recursos, dentre eles:
Armadura saliente e concreto moldado no local;
Encaixes, recortes e chaves;
Cabos de protensão;
Conectores metálicos, solda e parafusos;
Apoios elastoméricos;
Dispositivos metálicos;
Argamassa e graute.
Dada a importâncias das ligações no que se refere à restrição ao giro (momento), são
apresentados exemplos de execução.
Algumas maneiras de executar estas ligações são apontadas por El Debs (2000) com
ilustrações detalhadas do processo executivo.
A Figura 20 apresenta algumas formas de realizar uma ligação simples, não resistente a
momento fletor.
2.2.6. Consolos
Consolos são elementos estruturais que se projetam de pilares ou paredes, com a função de
apoio para outros elementos da estrutura ou para cargas de utilização (EL DEBS, 2000).
A Figura 24 mostra a trajetória das tensões em consolos, já a Figura 25 mostra a modelagem
do comportamento e esquema das armaduras principais.
Figura 24: Trajetórias das tensões em consolos curtos (EL DEBS, 2000)
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Figura 25: Idealização do comportamento e esquema das armaduras (EL DEBS, 2000)
Estas figuras servem como modelo de interpretação do comportamento e ilustram a
abordagem que deve ser dada, mesmo se tratando de um caso particular, citado por El Debs
(2000) como exemplos de aplicação para consolos chamados curtos.
É importante entender o tipo de ruptura que pode ocorrer nestes elementos, para que não se
corra o risco de realizar o detalhamento incorreto. As formas de ruptura citadas por El Debs
(2000) são:
Deformação excessiva da armadura do tirante, levando ao esmagamento do concreto
na parte inferior do concreto;
Fissuração diagonal que parte do ponto de aplicação da força e vai até o canto do
consolo, também provocando o esmagamento do concreto; e
Escorregamento do consolo, acompanhado por fissuração junto a face do pilar.
A NBR 9062:2006 estabelece o critério para determinação do modo de cálculo dos consolos,
em função da relação entre a altura e a largura deste. A Figura 26 mostra os elementos
utilizados na determinação do tipo de consolo.
36
Sendo As,tir a área total de aço concentrada no tirante, sendo determinada por:
0,8 Fd H d
Para consolo muito curto: As ,tir
f yd f yd
a F H
Para consolo curto: As ,tir 0,1 d d
d f yd f yd
fck b d
Para consolo longo: As ,tir
f yk
O posicionamento desta armadura deve ser no máximo a quarta parte da altura útil do
consolo.
Quanto aos estribos, os consolos considerados muito curtos dispensam seu cálculo. As outras
situações são:
Para consolo curto: Asw sw bh
38
Fd L
Para consolo longo Asw
0,9df yd
E a armadura de costura deve ser:
Para consolo muito curto: As ,cos t 0,5 Asv
Finalmente, a biela de compressão deve ser verificada, para todos os casos, onde a solicitação
de compressão é determinada por:
Fd
wd
bd
Deve ser inferior a resistência da biela, dada por:
f ck
wu 0,271 f cd 0,85 f cd
250
A disposição e forma destas armaduras são apresentadas na Figura 27.
h a altura da viga;
A razão entre o afastamento do ponto de carga da face da viga e a altura efetiva classifica o
dente quanto ao seu tipo, da mesma forma que console, sendo:
a
Consolo muito curto para 0,5
d
a
Consolo curto para 0,5 1,0
d
40
a
Consolo longo para 1,0 2,0
d
O dimensionamento para o tirante é idêntico ao utilizado para consolo, inclusive com os
coeficientes de redução, dependendo do tipo de concretagem e taxa de armadura mecânica.
A analogia de biela de compressão pode ser visualizada na Figura 29.
Fd
As, sus
f yd
dvig
smax
4
Com L sendo o comprimento do dente e b a largura da viga. Já para consolo longo, utiliza-se:
41
Fd L
Asw
0,9df yd
Ao final, determina-se a armadura de costura As,cost para dente muito curto como sendo a
metade da armadura de tirante As,tir. Nos outros casos, adota-se 0,4 da armadura de tirante
As,tir.
Ao final, deve-se verificar a biela comprimida da mesma forma como citado anteriormente
para consolo.
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3. METODOLOGIA
Na sequência, foi realizada uma revisão bibliográfica no que se refere a aspectos peculiares do
projeto geométrico, dimensionamento, produção e montagem de estruturas em concreto pré-
moldado e sua aplicação como solução estrutural para edifícios. Para tal, a principal
bibliografia nacional é a NBR 9062:2006, complementada pelo livro de El Debs (2000).
Outras publicações se mostraram referenciadas a este autor, que abrange a maior parte dos
aspectos relevantes ao tema e por este motivo se tornou a bibliografia de referência no
assunto. A NBR 9062:2006 estabelece que os pontos que não são contemplados ou
diferenciados em seu texto devem ser abordados as luzes da NBR 6118:2003.
A próxima etapa do trabalho será o estudo do software Eberick V5. Posteriormente será
utilizado este software para o dimensionamento da estrutura adotada com uma solução em
concreto moldado in loco. Por meio do programa serão definidos os detalhamentos de todos
os elementos e os quantitativos de materiais.
Após será dimensionada a mesma estrutura utilizando a solução pré-moldada, sendo este
dimensionamento realizado manualmente e com o auxílio de planilhas eletrônicas, seguido
pelo detalhamento das peças para produção. Será utilizado o mesmo lançamento estrutural
empregado para o concreto moldado in loco, porém as dimensões dos elementos não serão
necessariamente iguais, em função das opções de fôrmas existentes em pré-moldados e de se
poder realizar dimensionamento específico com concreto moldado in loco.
43
O tipo de laje utilizado em ambas as alternativas de solução estrutural será de lajes treliçadas,
unidirecionais. A escolha é baseada na facilidade de execução conjuntamente com a solução
pré-moldada e também para normalizar a comparação, minimizando as diferenças.
Ao final, com base nos quantitativos produzidos e dados obtidos junto às empresas, serão
comparadas técnica e economicamente as soluções, produzindo-se gráficos e diagramas para
tal, também com o auxilio de planilhas eletrônicas. Esta comparação deverá apontar as
vantagens e desvantagens da solução pré-moldada em comparação à moldada in loco
44
O concreto adotado é com fck 35MPa para todas as peças, seja na solução pré-moldada, seja
na solução moldada in loco.
A NBR 9062:2006 estabelece que sejam utilizados os critérios da NBR 6118:2003 para os
cobrimentos.
Uma vez determinado o tipo de uso como comercial para esta edificação, a carga acidental, de
acordo com a NBR 6120: 1980, será em todos os pavimentos de 4,0 kN/m² ou 400 kg/m².
4. CRONOGRAMA
novembro/2010
dezembro/2010
setembro/2010
outubro/2010
agosto/2010
março/2010
junho/2010
Atividades/Período (meses)
julho/2010
maio/2010
abril/2010
Discussão do tema com o orientador
Definição do projeto arquitetônico
Revisão Bibliográfica
Elaboração do projeto de TCC
Estudo Eberick v5
Lançamento da estrutura (Eberick v5)
Dimensionamento CML
Detalhamento e quantitativos CML
Dimensionamento CPM
Detalhamento e quantitativos CPM
Analise Comparativa
Elaboração do TCC
Apresentação do TCC
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5. REFERÊNCIAS
______ (1980). NBR 6120: Cargas para o Cálculo de Estruturas. Rio de Janeiro.
______ (2006). NBR 9062: Projeto e execução de estruturas de concreto pré-moldado. Rio de
Janeiro.
OGGI, Francisco Pedro. Industrialização essencial. Revista Téchne, São Paulo, n. 137, p.26-
33, ago. 2010. Mensal. Disponível em: <www.revistatechne.com.br>. Acesso em: 08 abr.
2010.
REVISTA TÉCHNE. São Paulo: Pini, nov. 2008. Mensal. Disponível em:
<www.revistatechne.com.br>. Acesso em: 14 abr. 2010.
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