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LIÇÃO 4

SUBSÍDIO PARA O ESTUDO DA 4ª LIÇÃO DO 4º TRIMESTRE DE


2018 – DOMINGO, 28 DE OUTUBRO DE 2018

PERSEVERANDO NA FÉ

Texto áureo

“E Deus não fará justiça aos


seus escolhidos, que clamam a
ele de dia e de noite, ainda que
tardio para com eles?” (Lc 18.7)
LEITURA BÍBLICA EM
CLASSE – Lucas 18.1-8.

COMENTÁRIO

INTRODUÇÃO

Distinto Amigo Leitor, convido-vos mais uma vez a estar receptivo ao estudo
de nossa Lição, estimulando-se a perseverar na fé.

Aqui é o lugar onde as ideias devem fluir não para proveito próprio, mas para
o crescimento do Reino de Deus, no que diz respeito ao ensino salutar e sistemático
da Palavra de Deus.

Assim, nesta 4ª lição, estudaremos a Parábola do Juiz Iníquo; destacaremos


a Bondade de um Deus Justo; e ressaltaremos a postura da viúva a respeito da
Oração, da perseverança e da Fé.

Portanto, caro leitor - boa leitura e bons estudos!

1
I – INTERPRETANDO A PARÁBOLA DO JUIZ INÍQUO

1. Uma parábola difícil.

Como esta Parábola não é tão extensa, iremos reproduzi-la por inteiro para
melhor entendimento de suas partes, personagens e elementos constitutivos. Ei-la:

“Havia numa cidade um certo juiz”, disse, “que nem a Deus temia, nem
respeitava homem algum. Havia também naquela mesma cidade uma certa viúva e
ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E, por algum
tempo, não quis; mas, depois, disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem
respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça,
para que enfim não volte e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o
injusto juiz. E Deus não fará justiça aos Seus escolhidos, que clamam a Ele de dia e
de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que, depressa, lhes fará justiça.”
(Lucas 18.2-8.)

De fato, esta parábola nos parece um tanto difícil de compreendê-la, pois ao


se fazer uma análise mais superficial, poder-se-ia pensar: Ora, o juiz desta parábola
assemelhar-se-ia ao próprio Deus? Se assim o for, Ele, de fato, é injusto, ou
carrasco?

Destarte, tal como pensa Barclay, esta parábola é parecida com a parábola
do amigo à meia-noite. Não se assemelha Deus a um juiz injusto, mas sim assinala
um contraste, como já vimos na lição passada. Com esta parábola Jesus quis dizer:
“Se, afinal, um juiz injusto e voraz pode cansar-se e fazer justiça a uma viúva,
quanto mais Deus, que é Pai amorável, dará a seus filhos o que necessitam?”

Logo, o que se destaca aqui não é a comparação, mas o contraste. A


prontidão de Deus para efetuar a justiça está em contraste com a relutância do juiz
que apenas aplica justiça por ira causada pelo aborrecimento e persistência da
viúva. Portanto, o ponto de contraste é o fato da disposição e prontidão de Deus – o
Justo Juiz – o Pai, que trará àquele que confia e persevera nEle, o alívio para as
suas urgentes necessidades.

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2. O juiz.

Este juiz, obviamente, não era um juiz judeu. Como nos informa Barclay:
“Todas as disputas comuns entre os judeus eram levadas diante dos anciãos e não
diante dos tribunais públicos. Se, sob a lei judaica, apresentava-se um assunto para
ser arbitrado, o tribunal não podia ser constituído por um só homem”. E acrescenta:

Havia sempre três juizes, um eleito pelo demandante, outro pelo defensor e
outro eleito independentemente. O juiz da parábola era um desses
magistrados pagos escolhidos por Herodes ou pelos romanos. Esses juízes
eram famosos. A não ser que o demandante tivesse influências e dinheiro
para comprar o veredicto não podia ter esperança de que sua causa se
solucionasse. Dizia-se que pervertiam a justiça por um prato de carne. O
povo fazia jogos de palavras com seu título. Oficialmente eram chamados
Dayyaneh Gezeroth, que significa juízes, de proibições ou castigos, mas
popularmente eram conhecidos como Dayyaneh Gezeloth, que significa
juízes ladrões.

3. A viúva.

A viúva simboliza todos os pobres, indefesos e vulneráveis do povo de Deus.


Logo, por assim dizer, e com muita certeza, esta viúva, provavelmente, sem nenhum
recursos ao seu dispor, jamais teria alguma esperança em obter justiça de
semelhante juiz. Contudo ela tinha ainda alguma coisa, uma poderosa arma, a arma
da insistência.

Como argumentam alguns estudiosos, era muito possível que o que o juiz
temesse, ao cabo de tudo, fosse a violência física daquela infeliz mulher, isto posto
porque para alguns expoentes da língua grega, a expressão traduzida por “me
incomoda”, “ὑπωπιάζῃ με” no versículo 5, significa literalmente “não seja que me
deixe um olho rocho, ou esmurre-me um olho”. Assim, eles tomam a palavra ipsis
verbis e assumem que o juiz, ironicamente, expressa o medo de que ela, de fato,
venha lhe atacar.

Contudo, intérpretes modernos, tomam esta expressão, como sendo mais


natural, em um sentido figurado: “atormentar-me”, ou “incomodar-me”, como na
expressão francesa: “me rompre la Tetê”1, que significa exatamente, em sentido

1
Ipsis verbis, esta expressão francesa significa: “quebrar minha cabeça”, contudo ela é mais usada
em sentido figurado.
3
figurado, a “me importuna, me molesta”. É interessante que este mesmo vocábulo
aparesse, apenas, mais uma vez em I Co 9.27: “ὑπωπιάζω μου τὸ σῶμα”,
significando “esmurro o meu corpo”, “trato o meu corpo duramente”, isto é, com o
sentido de subjulgá-lo ou controlá-lo completamente, sem que o faça dano aulgum
material. De qualquer forma, no final, sua insistência obteve o que ela desejava, sem
o uso da força física.

Outra coisa interessante é que no versículo 3, Lucas utiliza, na fala da viúva,


o verbo grego “ἤρχετο”, ‘vinha’, no imperfeito, o que indica a ideia de repetição da
ação. Como já informamos, esta viúva foi persistente na busca de seu intento. Já na
expressão “Eκδίκησόν με”, ‘faze-me justiça’, o termo justiça não traz a ideia
pejorativa de vingança a ser exercida, como se esta viúva quisesse dizer: – puni
meu adversário! Não. Nesse caso, ela clama simplesmente por justiça; Eκδίκεῖν, é
livrar o oprimido (ἐκ) através de sentença jurídica (δίκη). – O ἀντίδίκος (adversário),
Isto é, a ‘parte adversa’ é o homem que retém injustamente a propriedade da viúva.

4. O caso e a perseverança.

Em Lucas 18.4, assim está escrito: “E, por algum tempo, não quis”. Destarte,
depreende-se com este versículo, que aquele juiz, continuou renitente para atender
àquela mulher, por certo tempo propositalmente.

Contudo, como que em um lance de dados, aquele juiz muda de postura;


evidentemente, não por causa de sua repentina metanoia devido o seu caráter mau
(Lc 18. 2), ou ainda por reconhecer os direitos daquela mulher, mas sim, por causa
de sua perseverança – que o fez cansar de seus apelos (Lc 18. 3).

Como bem explanou Herbert Lockyer: “se a importunação e a perseverança


da viúva finalmente prevaleceram, muito mais ainda essas virtudes prevalecerão
com relação a Deus”; e acrescenta: “podemos esperar um tratamento melhor da
parte de Deus de amor, do que de um juiz sem coração”.

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II – A BONDADE DE UM DEUS JUSTO

1. Deus é bom.

Em Mateus 7.11, entre linhas, temos esta verdade de que Deus é bom: “Se
vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso
Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem”?

Logo, neste texto, Cristo nos mostra o coração do Pai. Deus não é egoísta ou
avarento, nem concede, tampouco, algo com relutância ou má vontade. Assim, se os
homens podem ser bondosos, imagine quão amável e generoso é o Criador. É o que
esta parábola nos ensina.

2. Deus é justo.

Em Salmos 9 e verso 4 o Salmista Davi se expressa com muita convicção:


“Sustentaste o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando
justamente.”

Deus apoia nossa causa justa; Ele é o nosso Vindicador, aquele que nos
defende e justifica diante dos outros. Podemos enfrentar muitas injustiças nesta vida.
De fato podemos:

a) Ser falsamente acusados e mal compreendidos por amigos, inimigos e até


pessoas ou entes queridos;

b) Não ser apreciados pelas pessoas pelo amor que demonstramos;

c) Não ser recompensados por nosso trabalho;

d) Ter nossas ideias ignoradas; etc.

Contudo, Deus deve ser louvado, porque vê e lembra-se de tudo o que


fazemos de bom; a Ele pertence à decisão de como e quando nos recompensar. Se
não confiarmos em Deus para vindicar-nos, estaremos suscetíveis ao ódio e à
autopiedade. Se confiarmos nEle, podemos experimentar sua paz e ficar livres das
preocupações sobre como os outros nos veem e nos tratam.

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3. Deus assume a nossa causa.

O Salmista, nos salmos 146 e verso 9 declarou: “O Senhor preserva os


peregrinos; ampara o órfão e a viúva; mas transtorna o caminho dos ímpios.”

O “caminho dos ímpios” será frustrado pelos planos de Deus. Isso porque os
valores dEle são o oposto dos valores da sociedade. Jesus inverteu a lógica
mundana ao informar que, no Reino de Deus, “Muitos primeiros serão derradeiros, e
muitos derradeiros serão primeiros” (Mt 19.30); “Aquele que quiser salvar a sua vida
perdê-la-á, e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á” (Mt 16.25).

Não fique surpreso quando outros não compreenderem seus valores cristãos;
portanto, não ceda nem admita que os valores dos ímpios façam parte de sua vida.

III – A PERSEVERANÇA DA VIÚVA É UMA IMAGEM PARA NÓS

1. Oração.

Mas o que é oração? Bem, deixe-me valer das palavras de Gordon Lindsay:
“orar não é um recurso extremo a que alguém recorra em uma emergência. Orar é
parte integrante da nossa vida cotidiana.”2

Destarte, perseverar em oração e não desistir não significa promover sessões


intermináveis de orações repetitivas. A constância da oração significa manter nossos
pedidos continuamente diante de Deus, enquanto vivemos para Ele a cada dia,
crendo que Ele nos responderá (Mateus 7. 7-11; 21.22).

Como ainda bem observou Gordon Lindsay: “quando o cristão se submete


completamente à vontade de Deus, descobrirá, para alegria sua, que os mais
aflitivos problemas da vida têm um modo misterioso de se resolverem”3 (Tiago 5.16).
Essas palavras corroboram com as de William Barclay:

2
LINDSAY, Gordon. Oração que transporta montes, Rio de Janeiro, 2002.
3
IBIDEM.

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Isto é certo, mas devemos lembrar sempre que não há razão para esperar
obter tudo o que pedimos em oração. Muitas vezes um pai tem que negar o
pedido de seu filho, porque sabe que o que pede o machucará em vez de
ajudá-lo. Deus é assim. Não sabemos o que vai acontecer na próxima hora,
ou na semana seguinte ou em um mês, ou em um ano. Só Deus vê o tempo
em sua totalidade, e, portanto, só ele sabe o que é bom para nós à prazo.
Esta é a razão pela qual Jesus disse que não devemos nos desalentar ao
orar. Esta é a razão pela qual duvidava se a fé do homem suportaria a longa
espera antes de que o Filho do Homem chegasse. Não nos cansemos de
orar e nunca nos faltará a fé, se depois de haver devotado a Deus nossas
orações e pedidos, agregamos a oração perfeita: que se faça sua vontade.

Logo, esta atitude é construída quando reconhecemos a nossa dependência


de Deus, percebemos sua presença dentro de nós e determinamos obedecê-lo
completamente. Uma atitude de oração não é um substituto para nossos momentos
regulares de oração, mas deve ser uma abundante extensão destes momentos (I Ts
5.17).

Portanto, como bem escreveu Kenneth Bailey4:

 A oração vence o medo;

 A persistência na oração é parte integrante da piedade;

 Em oração o crente se dirige a um Pai amoroso (e não a um juiz caprichoso);

 O clamor pedindo vindicação requer autoexame, para que os próprios fieis


não fracassem em conservar a fé.

2. Perseverança

Os cristãos – todos nós crentes em Jesus Cristo e na sua Palavra –, não


devem ficar exaustos e afadigados enquanto esperam pelo Senhor, mas devem
perseverar na fé (Lc 8. 15). Em Romanos 8.3,4 a palavra para perseverança, no
grego Koiné, é “hypomone”, a mesma que o doutor Lucas emprega em 8.15 em seu
Evangelho.

Nos idos do Novo Testamento, Hypomone significava mais que fortaleza;


tinha uma carga semântica em que o espírito poderia vencer e subjugar o mundo;

4
BAILEY, Kenneth. Poet & Peasant and Through Peasant Eyes, 1976, William B. Eerdmans Pub. Co.

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não significa o espírito que resiste passivamente, mas sim vence e conquista
ativamente as provações e tribulações da vida. Barclay exemplifica este significado
com alguns exemplos:

Quando Beethoven estava ameaçado pela surdez, a prova mais terrível


para um músico, ele disse: “Agarrarei a vida pelo pescoço.” Isto é
hypomone. Quando Scott se viu envolto na ruína por causa da quebra de
seus editores, disse: “Ninguém dirá ‘Pobre homem!’; minha própria mão
direita pagará a dívida.” Isto é hypomone. Alguém disse uma vez a uma
alma nobre que estava passando por uma grande tristeza: “A tristeza dá cor
à vida, não é certo?” Voltou a réplica: “Certo! E eu me proponho escolher a
cor!” Isto é hypomone. Hypomone não é o espírito que se deita e permite
que o cubram as águas; é o espírito que enfrenta as coisas e as supera.

Foi justamente o que fez aquela viúva: perseverou até o fim, e como paga,
recebeu o que esperava – a resposta positiva daquele injusto juiz. Na verdade
aquela viúva nos dá um grande exemplo de resistência frente à provação. É
justamente o termo utilizado na Bíblia em Espanhol Santa Bíblia Reina Valera
Conteporánea – RVC, no texto de Rm 5.3 e 4: (v. 3) “[...] que los sufrimientos
producen resistencia”; (v.4) “la resistencia produce un carácter aprobado [...]”.

3. Fé.

Ao vivermos pela fé, nunca devemos desistir. Deus pode demorar em nos
responder – em nossa ótica, mas essa “demora” sempre tem boas razões. Quando
perseveramos em oração com fé, crescemos em caráter, fé e esperança. A Bíblia
nos diz que “sem fé é impossível agradar a Deus” (Hb 11.6) .

Como nos diz Barclay: “A verdade é que a fé da maioria de nós adoece de


uma torpe falta de espírito de aventura. A maioria vivemos uma vida de precaução,
regendo-nos pelo princípio de segurança acima de tudo”. E acrescenta: “Para viver a
vida cristã é preciso certa temerária disposição para a aventura. Se a fé não envolve
risco, não é fé; se a fé pode ver cada passo do caminho, não é fé. Algumas vezes
será necessário que o cristão empreenda o caminho reto ao qual a voz de Deus o
chama, ignorando as consequências”.

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Aquela viúva não temeu uma resposta negativa ou dura daquele injusto juiz,
mas insistiu naquilo que acreditada, pondo a sua fé em ação e firmeza de espírito.
Assim, deve ser a nossa atitude: temos que ter uma postura diante das provações
que, ao cabo de tudo, venha nos proporcionar aquilo que almejamos.

CONCLUSÃO

Destarte, como bem escreveu o Salmista e Rei Davi: “Eu, porém, clamo a
Deus, e o Senhor me salvará. À tarde, pela manhã e ao meio-dia choro angustiado,
e ele ouve a minha voz” (Salmos 55. 16,17).

Outro sim, devotemos ao Senhor Bom Deus este lindo coro extraído do hino
de número 88 da nossa Harpa Cristã.

Revela a nós, Senhor Jesus, meu Salvador,


As maravilhas mil do Teu divino amor;
E com veraz louvor, fervente gratidão;
Eleva a Ti, Jesus Senhor, o nosso coração.

[Jairo Vinicius da Silva Rocha. Professor. Teólogo. Tradutor. Bacharel em


Biblioteconomia – Presbítero, Superintendente e Professor da E.B.D da Assembleia
de Deus no Pinheiro.]
Maceió, 26 de outubro de 2018.

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