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UNIVERSIDADE CEUMA

CURSO DE DIREITO

GIANFRANCISCO CORREA NUNES


CPD 84195 / TURMA 60331

RESENHA CRÍTICA DA INTRODUÇÃO DO LIVRO


“DO ESTADO LIBERAL AO ESTADO SOCIAL”

SÃO LUIS
2018
A introdução do livro “Do Estado Liberal ao Estado Social” do aclamado autor e
jurista Paulo Bonavides, traz ao leitor, desde o seu início, grande aporte teórico com
tanta riqueza de fatos e dados que temos a sensação de dever cumprido já desde apenas
a introdução, deixando uma sensação ao mesmo tempo de “aprendi tanta coisa” e ao
mesmo tempo a sensação de “o que será que tem a mais que isso?” – é um bom ponto
de partida.

O texto inicia elencando o protagonismo histórico que tiveram as quatro grandes


revoluções, segundo ele, a revolução da liberdade, da igualdade, da fraternidade e a do
Estado Social, e nesse sentido o autor encaixa cada uma dessas revoluções nos vários
momentos históricos de mudança ideológica, econômica e social do mundo. Partindo da
ideia de que cada uma dessas revoluções tentou tornar efetiva, cada um a seu modo,
uma forma de Estado.

Uma observação do autor chamou muito minha atenção, a saber, a de que “o


direito natural atuou sempre como poderosa energia revolucionária e máquina de
transformações sociais”. Aqui pude refletir um pouco sobre esse poder que o
jusnaturalismo teve e ainda tem sobre todas as instâncias da sociedade, como ele mesmo
diz, que esse princípio é balizador das grandes Revoluções, das grandes idéias e ideais,
das transformações ideológicas e também nas formas de Estado que se espalharam pelo
mundo, tanto no antigo como no atual. Neste seguimento o livro dá grande destaque a
que foi, no entender do autor, a mãe de todas as revoluções e aquela que foi
determinante dos futuros modelos de sociedade e Estado que estariam por vir: a
Revolução Francesa.

Concordo com livro quando ele traz a informação de que a Revolução Francesa
não foi uma revolução tão somente de mudança de estruturas institucionais e
hierarquias, como se pode pensar em um primeiro momento, pois nos livros de história
mais fundamentais essa é a única ideia que se passa. Não só isto, mas a Revolução
Francesa se pronunciou sobre as esferas dos ideais e, embora Francesa no nome, como o
próprio livro diz, ela não é somente Francesa, ela ganhou proporções menos da polis e
mais do gênero humano e, assim, o é até hoje. Acredito que os idéias daquela revolução
ainda são fundamento de várias mudanças na estrutura social, econômica e ideológica
daquilo que hoje chamamos de globalização em todos os aspectos, sobretudo no
humano, seguindo o que o texto da introdução diz “Roma universalizou uma religião;
Paris, uma ideologia” – uma excelente observação.

Ainda sobre a Revolução Francesa, nota-se outra salutar observação, a de que


esta se tornou uma espécie de “Gênero de Revolução” como se quisesse dizer que todas
as outras revoluções que se seguiram, são tão somente (se é que se pode dizer assim)
qualidades ou espécies daquela Revolução maior. Aqui é revelado que ao contrário do
que muitos livros de história propagam, dizendo que a Revolução Francesa fora tão
somente uma Revolução da burguesia, esta revolução, apesar de seus laços com a
burguesia ganhou contornos bem maiores e bem mais complexos de que tão somente
este.
Neste lapso temporal que compreende este novo formato de sociedade, ressalto a
importância do que o autor diz quando escreve que “encarna a vontade dos governados,
senão que as transmuta na vontade dos governantes”, coisa esta que tendo a concordar,
no sentido de que, talvez de forma ainda embrionária, os governados que antes tinham
relação meramente de subordinação diante dos governantes, agora passam a exercer
verdadeira influência sobre a casta dos governantes, e até se tornando parte deles,
reclamando neste momento que essa forma de Estado que é mais pessoal, ganhe
contornos de algo mais burocrático no sentido organizacional quando pretende separar
as funções dos governantes, na ideia de Montesquieu, dizendo que essa nova forma de
Estado precisa ser melhor elaborado, e para que ninguém detenha todo o poder, é
melhor que este seja dividido entre esse novo ente na forma do poder descentralizado,
ou separado e, como diz o livro, esse novo formato ganha uma nova denominação, qual
seja, Estado Liberal.

Com o tempo, o mundo conhece várias correntes econômico-filosóficas de


reação às prerrogativas ao absolutismo, como os marxistas, mas que falham pois
pregam um tipo de falso messianismo baseado em pensamentos nada científicos, que,
segundo o autor, apesar de pensar em um Estado Social, fracassa pois ao conferir aos
proletários a mesma prerrogativa dos ditadores de outros modelos, gera uma sociedade
opressiva e semelhantemente menos funcional que a de outrora.

Como diz o autor, o Estado Social, em si, deriva não de um ou de outro


movimento aleatório, mas é “fruto de vários movimentos e do consenso, das mudanças
pacíficas do elemento constitucional do Estado”. Vindo como fruto disto o Estado
Social do Constitucionalismo Democrático.

Debruço-me agora sobre uma observação que o livro traz sobre Estado social,
como sendo aquele em que o “Estado avulta menos e a Sociedade mais”. Avultar é
tornar-se maior, mais intenso, é o protagonista. De fato, o Estado social precisa existir
para a sociedade, para ela e por ela, porque por ela é formado e para ele é formado.
Quando vislumbramos regimes, sistemas, formas de governo em que a sociedade, o ser
humano e seus direitos fundamentais são tão somente figurativos, estamos retrocedendo
aos níveis mais básicos de organização social e voltando ao absolutismo, uma vez que o
povo não serve apenas para eleger, o povo deverá ser o alvo e o objetivo de todos os
atos daqueles que foram eleitos.

As políticas públicas devem ser pensadas para o bem-estar social, o Estado,


constitucionalmente constituído, agora precisa entender que ele não deixou de ser
sociedade, não deixou de ser social, o Estado e a Sociedade são partes de si e entre si,
não podendo correr o risco de se afastarem, pois isto traria de volta os mesmos
fantasmas que antecederam à Revolução Francesa.

O autor elenca então aquilo que talvez fosse uma evolução histórica desses
modelos de Estado: “O Estado liberal, o Estado socialista, o Estado social com maior
intervenção do próprio Estado e o Estado social hegemonia da sociedade e máxima
abstenção possível do Estado”. Esta é para ele a trajetória da institucionalização do
poder, historicamente falando, em escala qualitativa.

Preciso destacar, ainda, uma observação bastante oportuna na parte introdutória


da obra, qual seja, o destaque que leva em consideração que o conceito de legitimidade,
muitas vezes, se vê dissolvido no conceito de legalidade. Ora, aquilo que é legítimo
passou por convenções que a sociedade ou o meio julgaram ser necessárias para adquirir
esse status, assim sendo, esse instituto vê-se então com um novo status, o status de
legal, que para alguns parece ter um caráter mais perpétuo, com menos oscilações, e
pode até gerar confusão – como diz o autor – rebaixando ou ignorando o conceito chave
de legitimidade.

Assim, requer a democracia, que os nossos conceitos daquilo que é legal,


constantemente sejam submetidos à análise de legitimidade primária, originária, pois
distorções podem ocorrem nesse lapso ideológico entre legítimo e legal.

Por fim, destaco a tentativa de correntes como marxismo, de implantarem um


Estado Liberal, socializando os meios de produção, afastando a tutela do Estado,
empurrando a direção do que é comum, para as mãos do proletariado. Porém, como
anota o autor, essa tentativa sucumbiu, dando lugar ao que hoje vemos como Estado
Social. Em minha opinião, o marxismo, na verdade, talvez não fosse um fim em si, mas
uma ponte, uma escada, para que a sociedade tivesse a experiência da autotutela e
pudesse convencionar meios mais seguros de subsistência.

O mundo hoje ainda tem sociedades que tentam reproduzir os pensamentos


puramente liberais, sem permitir que direitos fundamentais do ser humano estejam em
primeiro lugar – isso é uma discussão boa, pois para alguns, há um contraponto entre os
direitos coletivos, os individuais, e os Estatais. Mas, o que será o coletivo e o Estado
senão o conjunto de indivíduos? Portanto, garantir os direitos individuais e o bem estar
social por meio do Estado é, ainda hoje, um modo que tem mostrado bastante efetivo
para fortalecer as reais democracias.

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