Noções sobre

adutoras
 Adução
 É o conjunto de encanamentos, peças especiais e
obras de arte destinados a promover o transporte
da água em um sistema de abastecimento entre:
 captação e reservatório de distribuição;
 captação e ETA;
 captação a rede de distribuição;
 ETA e reservatório;
 ETA e rede;
 reservatório à rede; e
 reservatório a reservatório.
Classificação
 de acordo com a energia de
movimentação do líquido: gravidade,
recalque e mista;
 de acordo com o modo de escoamento do
líquido: livre, forçada e mista;
 de acordo com a natureza da água: bruta
e tratada.
 Dimensionamento hidráulico de adutoras
por gravidade

 Parâmetros que devem ser conhecidos:

 Vazão de adução (Q) – estabelecida em função da
população, consumo médio per capita e coeficiente de
variação diária de consumo
 Comprimento da adutora (L) – comprimento do trecho e
a diferença entre os níveis de água
 Material do conduto, que determina a rugosidade e por
consequência C da fórmula de Hazen & Williams
 Comumente as fórmulas de Hazen & Williams e
de Darcy são usadas para condutos forçados e a
de Manning é a mais usada para condutos livres
Vazão de dimensionamento
Vazão de dimensionamento

No caso de ETA acrescentar entre 1 a 5%

para a lavagem dos filtros e
decantadores.
Dimensionamento hidráulico para
escoamento livre
 Líquido escoando com superfície livre a pressão
atmosférica local - canais a céu aberto, galerias, etc.
em que:
v = velocidade de escoamento, em m.s-1;
n = coeficiente de rugosidade de Manning;
Rh = raio hidráulico, em m;
S = declividade do canal, m.m-1;
A = área da seção do canal, em m2;
P = perímetro molhado, em m; e
Q = vazão em m3.s-1.

Os limites de velocidade são função da

qualidade do líquido e do material de
revestimento das paredes do conduto, por
exemplo mínimas de 0,45 m.s-1 para água
bruta e de 0,15 m.s-1 para água limpa
(tratada).
 Dimensionamento hidráulico para
escoamento forçado
 Equação de Darcy (Equação Universal de Perda de Carga)

 em que:
 f = coeficiente que depende do material e estado de conservação das
paredes, é determinado pela expressão semi-empírica de C. F.
Colebrook

 em que:
 e = é a rugosidade equivalente, ou seja, tamanho das asperezas, e e/D
é a rugosidade relativa.
 Dimensionamento hidráulico para
escoamento forçado

 Equação de Hazen-Williams (aplicada para

diâmetros de 50mm a 3500mm)

 em que:
 C = coeficiente que depende da natureza das paredes e
estado de conservação de suas paredes internas (tabelado)
 Dimensionamento hidráulico para escoamento
forçado
 Predimensionamento para recalque
 •para adução contínua: (fórmula de Bresse )

 em que:
 D = diâmetro, em m; e
 Q = vazão, em m3.s-1.

 para adução descontínua: (fórmula de Forchheimer )

 em que:
 D = diâmetro, em m;
 Q = vazão, em m3.s-1; e
 T = número de horas de funcionamento da bomba por dia.
Período de funcionamento da
adutora

 As adução por gravidade podem chegar a

um período de 24 horas.
 Nas adução por recalque, normalmente, é
utilizado um período de recalque de 6 a
20 horas.
 Dimensionamento hidráulico para
escoamento forçado
 Potência

 em que:
 Pot = potência, em cv;
 Q = vazão, em m3s-1;

 Hm = altura manométrica, em m; e

 N = rendimento do conjunto motobomba.

Recomendações para o traçado
 Nos projetos de adutoras e sub-adutoras deve-
se fazer uma criteriosa análise de seu traçado
em planta e perfil, a fim de definir corretamente
a colocação de seus órgãos acessórios, as
ancoragens nos pontos que possam causar o
deslocamento das peças.
 Implantar de preferência a adutora em ruas e
terrenos públicos.
 Deve-se evitar traçado onde o terreno é
rochoso, pantanoso, alagadiços ou de baixa
resistência.
Recomendações para o traçado
 Em trechos ascendentes as adutoras
devem ter declividade não inferior a 0,2%
e nos descendentes não inferior a 0,3%.
 Evitar ou minimizar as obras em travessia
dos fundos dos vales.
 Evitar problemas de desapropriação ou
faixa de utilização.
 Quando a inclinação do conduto for
superior a 25% há necessidade de usar o
bloco de ancoragem para dar estabilidade
ao conduto.
O Traçado definitivo
 Fazer inspeção de campo para escolher a
melhor alternativa de traçado.
 Levantamento topográfico planialtimétrico e
cadastral de uma faixa envolvendo o melhor
traçado (30 a 60 metros de largura).
 Sondagens do terreno a trado e a percussão ao
longo da faixa, para obtenção de informações
geotécnicas do subsolo.
 Nesta faixa deve-se fazer o lançamento do
traçado do eixo da adutora em planta, fazendo
estaqueamento a cada 20 metros.
 Elaboração do perfil do terreno e da adutora
 Traçado da adutora
 Adutoras localizadas abaixo da linha piezométrica
efetiva
 Traçado da adutora
• Tubulação que coincide com linha piezométrica efetiva
Traçado da adutora
• Tubulação acima da linha piezométrica efetiva
e abaixo da absoluta
Traçado da adutora
• Tubulação corta a linha piezométrica efetiva
e o plano de carga efetivo
Peças das adutoras
Lançamento em planta da adutora
Materiais e Peças especiais
das canalizações
 Categorias
 Os materiais empregados nas
canalizações de adução costumam ser
agrupados em três categorias principais, a
saber:
 •tubulações;
 •conexões;e
 •peças especiais.
Materiais e Peças especiais das
canalizações
 A escolha do material dos tubos depende primariamente
das pressões de serviço (a pressão interna quando em
funcionamento hidráulico) que as tubulações vão ser
submetidas.
 Outros aspectos também podem ser bastante relevantes
na especificação do tubo, tais como:
 •facilidade de montagem (transporte, armazenagem, peso, corte,
número de juntas e rapidez na sua execução etc);
 •resistência aos esforços externos (reaterros, cargas, pancadas
acidentais etc);
 •funcionamento hidráulico, manutenção e durabilidade; e
 •custos de aquisição e montagem.
Materiais e Peças especiais das
canalizações
 Conexões
 Peças destinadas a ligarem tubos ou seguimentos de tubos entre si,
permitindo mudanças de direção, derivações, alterações de
diâmetros etc, e são fabricadas nas classes e juntas compatíveis
com a tubulação. As mais comuns são:
 •curvas (mudanças de direção);
 •tês (derivação simples);
 •cruzetas derivação dupla;
 •reduções (mudanças de diâmetro);
 •luvas (ligação entre duas pontas);
 •caps (fechamento de extremidades);
 •junções (derivações inclinadas); etc.
Materiais e Peças especiais das
canalizações
 Peças especiais
 São peças com finalidades específicas, tais como controle de
vazões, esgotamento de canalizações, retirada de ar ou
reenchimento de trechos de tubulação etc. Entre elas as mais
comuns são:
 •válvulas de manobra para controle do fluxo;

 •válvulas de retenção para impedir retorno do fluxo;

 •ventosas para aliviar o ar das canalizações;
 •crivos par impedir a entrada de material grosseiro nos condutos;
 •válvulas de pé para manter o escorvamento dos conjuntos
elevatórios;
 •comportas para controle das entradas e saídas de vazão; e
 •hidrante para fornecimento de água para combate a incêndios.
Adutora aérea – Conduto
forçado
Adutora aérea – Travessia em rio
Joinvile
Adutora em conduto livre
Noções sobre
reservatórios de
distribuição de água
 Finalidades
 Regularizar a vazão – Fornecer as vazões complementares quando
a demanda for superior à média.

 Segurança do abastecimento – Fornecer água quando da

ocorrência de interrupções no fornecimento devido a ruptura na
adutora, paralisação da captação ou ETA, falta de energia elétrica.

 Regularizar pressões – Garantir as pressões na rede de

distribuição.

Pressão estática máxima: 500kPa (50mca)

Pressão dinâmica mínima: 100kPa (10mca)

 Bombeamento de água fora do horário de pico elétrico.

 Tubulação de entrada: a velocidade < 2x
V da adutora.

 Tubulação de saída: a velocidade < 1,5 X

V da rede principal imediatamente a
jusante.
 Classificação
 de acordo com a localização no terreno
 enterrado (quando completamente embutido no
terreno);
 semienterrado ou semiapoiado (altura líquida com
uma parte abaixo do nível do terreno;
 apoiado (laje de fundo apoiada no terreno);
 elevado (reservatório apoiado em estruturas de
elevação);
 stand pipe (reservatório elevado com a estrutura de
elevação embutida de modo a manter contínua o
perímetro da secção transversal da edificação).
Classificação
Classificação
 de acordo com a localização no sistema
 Reservatório de Montante
 Reservatório de Jusante

Figura (a) – Reservatório à montante Figura (b) – Reservatório à jusante

reservatórios de montante
 por ele passa toda a água distribuída a
jusante;
 têm entrada por sobre o nível máximo da
água e saída no nível mínimo;
 são dimensionados para manterem a
vazão e a altura manométrica do sistema
de adução constantes.
reservatórios de jusante

 armazenam água nos períodos em que a

capacidade da rede for superior a
demanda simultânea para complementar o
abastecimento quando a situação for
inversa;
 reduzem a altura física e os diâmetros
iniciais de montante da rede;
 têm uma só tubulação servindo como
entrada e saída das vazões.
Reservatório de Montante
(semi-enterrado)
Reservatório de Montante
(elevado)
Reservatório de Montante
Reservatório de Montante e de
Jusante
Reservatório de Jusante
(elevado)
Reservatório de Jusante
(apoiado)
 Formas dos reservatórios
 Reservatórios enterrados, semi-enterrados e apoiados

Normalmente circular ou retangular. Outras formas podem

ser utilizadas (hexagonais, octogonais etc).

A forma circular normalmente é utilizada para reservatórios

apoiados, enquanto que a retangular para enterrado, semi-
enterrado e apoiado.

Para um reservatório retangular pode-se utilizar a seguinte

relação: X 3
= X
y 4 y

• Reservatórios elevados

São construídos em uma grande variedade de formas.

Materiais de construção
 Concreto armado
 Aço
 Poliéster armado com fibras de vidro
 Outros como madeira, alvenaria etc.
Capacidades dos reservatórios
Deve atender a:

 Volume para atender as variações de consumo.

 Combate a incêndio.
 Emergências

Volume útil: Atende as variações de consumo.

Compreendido entre o nível máximo para condições
normais de operação e o nível mínimo, este
correspondente lâmina necessária para evitar vórtices,
cavitação e arraste de sedimentos do fundo do
reservatório.
 Reservas
 Os reservatórios de distribuição são
dimensionados de modo que tenham capacidade
de acumular um volume útil que supra as
demandas de equilíbrio, de emergência e anti-
incêndio
 Reservas de equilíbrio
É assim denominada porque é acumulada nas horas de
menor consumo para compensação nas de maior
demanda.
 A parcela de equilíbrio, Ve , pode ser determinada com o
emprego do diagrama das massas
 Exemplo 1 - Conhecida a variação horária de consumo de água de uma
comunidade fictícia, listada a seguir, calcular pelo diagrama das massas, a
reserva de equilíbrio para a) 24 horas de adução e b) adução de 8 até às 16
horas, diariamente:
DADOS DADOS ACUMULADOS
HORA CONSUMO CONSUMO ADUÇ.CONT ADUÇ. DESC.
0-1 46,00 46,00 187,83 0
1-2 40,00 86,00 375,67 0
2-3 59,00 145,00 563,50 0
3-4 99,00 244,00 751,33 0
4-5 150,00 394,00 939,17 0
5-6 250,00 644,00 1127,00 0
6-7 341,00 985,00 1314,83 0
7-8 302,00 1287,00 1502,67 0
8-9 250,00 1537,00 1690,50 563,50
9 - 10 211,00 1748,00 1878,33 1127,00
10 - 11 201,00 1949,00 2066,17 1690,50
11 - 12 212,00 2161,00 2254,00 2254,00
12 - 13 275,00 2436,00 2441,83 2817,50
13 - 14 202,00 2638,00 2629,67 3381,00
14 - 15 203,00 2841,00 2817,50 3944,50
15 - 16 228,00 3069,00 3005,33 4508,00
16 - 17 244,00 3313,00 3193,17 4508,00
17 - 18 307,00 3620,00 3381,00 4508,00
18 - 19 350,00 3970,00 3568,83 4508,00
19 - 20 162,00 4132,00 3756,67 4508,00
20 - 21 122,00 4254,00 3944,50 4508,00
21 - 22 102,00 4356,00 4132,33 4508,00
22 - 23 87,00 4443,00 4320,17 4508,00
23 - 24 65,00 4508,00 4508,00 4508,00
Diagrama de massa para determinação da capacidade do reservatório
com adução contínua
Cálculo para adução descontínua
A reserva de equilíbrio será a soma da ordenada do consumo acumulado de 0 às 8
horas e a de 16 às 24 horas - esta distância poderá ser lida no eixo das
ordenadas.
Volume do reservatório
 Com adução contínua
V ≥ 1/3 X Volume máximo diário.
 Com adução descontínua em um só período:
V = 1/3 V diário máximo ou
V ≥ Q médio de consumo máximo X tempo sem
adução
 Com adução descontínua ou contínua não
coincidindo com o período do dia de máximo
consumo
V = 1/3 V diário + Q média do dia de consumo
máximo X tempo sem adução nesse dia de consumo
máximo.
 Capacidade do reservatório elevado
 V = 10% a 20% V total
 V mínimo = 1/30 V diário

 Capacidade limite = 1.000m3

 Mais comum = 500m3
COMPONENTES CONSTRUTIVOS
 Dimensões
 De um modo geral os reservatórios tem altura útil de 3
a 6 metros, de modo que não resultem em ocupação
de grandes áreas horizontais, nem grandes variações
de pressão.
 Estruturas de apoio
A não ser em reservatórios de aço, a laje de apoio
normalmente é em concreto armado. O fundo do
reservatório deve ter uma declividade em direção ao
ponto de esgotamento em torno de 0,5% a 1,0%, para
facilitar operações de lavagens.
COMPONENTES CONSTRUTIVOS
 Cobertura
A cobertura deve ser completamente impermeável
como prevenção contra contaminações por infiltrações
de águas de chuva, bem como posicionada de tal
forma que não permita a penetração dos raios solares
os quais poderiam favorecer o desenvolvimento de
algas na água armazenada.
 Reservatórios elevados requerem ainda proteção
contra descargas elétricas atmosféricas e sinalização
luminosa noturna.
PRECAUÇÕES ESPECIAIS
 critério na localização;
 proteção contra enxurradas e águas subterrâneas;
 distância das canalizações de esgoto sanitário (pelo
menos 15 metros);
 sistema de medição do volume disponível;
 descarga e extravasão;
 cobertura e inspeção protegida;
 ventilação;
 nos elevados proteção contra descargas elétricas e
sinalização;
 desinfecção após lavagens;
 CAIXA D’ÁGUA TIPO TAÇA COM
ÁGUA NA COLUNA
(Capacidade: de 5.000 à 100.000 lts)
CAIXA D’ÁGUA TIPO
CILINDRICA VERTICAL
C/FUNDO CÔNICO
(Capacidade: de 5.000 à 60.000
lts)
Fissuras e manchas superficiais

Reservatório R9 em Trindade, Florianópolis-SC

Manchas superficiais

Reservatório R8 em Trindade, Florianópolis-SC

Eflorecencias devido à infiltração
Reservatório Sta. Efigênia, Curitiba-PR
Armaduras expostas com corrosão

Reservatório Sta. Efigênia, Curitiba-PR