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CRÍTICA E INTERTEXTUALIDADE

PERGUNTAS/RESPOSTAS

1) Qual a contribuição de Bakhtine à teoria em questão?

Foi Mikhail Bakhtine quem primeiro desenvolveu teoria sobre o fenômeno da


intertextualidade, em seu famoso ensaio sobre os romances de Dostoievski. “Segundo
Bakhtine, Dostoievski, é o criador de um novo tipo de romance - o romance polifônico
– caracterizado pela pluralidade de vozes, irredutíveis a uma “audição” unitária. Cada
personagem de Dostoievski constitui um mundo espiritual e um mundo lingüístico
autônomo, e a coexistência desses mundos, longe de tender para a unificação final,
mantém a permanência da pluralidade.”
Segundo a autora “O estudo de Bakhtine tem o aspecto inovador de encarar o
problema da pluralidade semântica a partir do significante. O autor desenvolve o
estudo da “palavra” em Dostoievski e suas relações com as palavras de outros
discursos. A pesquisa da palavra como unidade migratória e como elemento de ligação
entre múltiplos discursos, transcende as possibilidades da ciência lingüística e requer a
criação de uma translinguística, capaz de estudar a “a vida da palavra, sua passagem
de um locutor a outro, de um contexto a outro, de uma coletividade social, de uma
geração a outra. E a palavra nunca esquece seu trajeto, nunca se desembaraça
totalmente do domínio dos textos concretos a que ela pertence”. O escritor nunca
encontra palavras neutras, puras, mas somente “palavras ocupadas”, “palavras
habitadas por outras vozes.”
“Num texto como de Dostoievski, a palavra tende a ser bivocal, ou mesmo polivocal,
estabelecendo múltiplos contextos no interior do mesmo discurso ou com outros
discursos (discurso dialógico).”

2) Disserte sobre as visões de Julia Kristeva acerca do fenômeno da intertextualidade.

Na direção e avanço aos estudos de Bakhtine, Julia Kristeva observa que “...o
discurso dialógico se opõe ao discurso monológico por uma atitude filosófica e um
encaminhamento lógico radicalmente diversos. Enquanto o discurso monológico
decorre da crença no ser, na substância, na causalidade, na continuidade, o discurso
dialógico opõe o ser estável o devir, à substância imutável a relação (simbólica ou
analógica), à causalidade a oposição não-exclusiva, à continuidade a distância.
A lógica do discurso monológico é a lógica formal aristotélica, enquanto a do discurso
dialógico é a lógica correlacional. Assim sendo, enquanto no discurso monológico cada
sequência é determinada pela precedente, numa relação de causalidade, no discurso
dialógico cada sequência é seguida por outra “imediatamente superior”, não deduzida
de modo causal “transfinita” ( conceito que Kristeva colhe em Cantor).”
A imitação (repetição do primeiro tipo de discurso será substituída pela estilização
(relativização) do segundo. Enquanto o centro regulador do monologismo é fixo (lei,
verdade, Deus), o centro regulador do dialogismo é móvel (constituído pelos
entrecruzamentos do sujeito enunciador com a palavra poética).”
3) Relacione Bakhtine, Saussure e Kristeva para explicar o texto “paragramático”,
explicando o conceito.

A teoria de Bakhtine tem convergências com a teoria de Saussure (Cahiers


d’anagrammes), onde levanta a hipótese de que cada poema seria a “chance
desenvolvida de um vocábulo simples”. “Tratava-se para Saussere de buscar a “palavra
indutora”, cujos fonemas estariam dispersos através do texto, estabelecendo um
diálogo interno entre essa palavra e o texto todo.”
“Aliando Saussure e Bakhtine, Kristeva propõe o método paragramático, que
permitirá recolher no texto os grama escriturais (que dialogam no interior do próprio
texto) e os gramas leiturais (que dialogam com gramas de outros textos). Segundo
Kristeva a produção textual ocorre não de modo gramatical (submissão às leis do
código), mas de modo paragramático (abertura do código e pluralização dos sentidos
pela fricção dos gramas no interior do texto, ou com outros gramas, situados em
outros textos). Estabelece-se então uma verdadeira rede de sentidos, que se espraia
para além do texto, recobrindo todo conjunto dos enunciados poéticos (a literatura,
segundo a terminologia tradicional), em permanente produção de sentidos novos.”
“Toto texto é absorção e transformação de uma multiplicidade de outros
textos”, diz Kristeva, na esteira de Bakhtine. “Entende-se por intertextualidade este
trabalho constante de cada texto em relação aos outros, esse imenso e incessante
diálogo entre obras que constitui a literatura.”

4) Como a intertextualidade torna o texto “inacabado“ ou até mesmo “infinito”?

“A primeira condição para a intertextualidade é que as obras se dêem como


inacabadas, isto é, que elas permitam e solicitem um prosseguimento. Para Bakhtine
“inacabamento de princípio” e “abertura dialógica” são sinônimos. Só pode haver
diálogo se a primeira palavra se abrir e deixar lugar para uma outra palavra.”
“A obra inacabada é a obra historicamente liquidada, aquela que não se diz
nada ao homem (ao escritor) de hoje, que não lhe permite dizer mais nada. A obra
inacabada, pelo contrário, é a obra prospectiva que avança pelo presente e impele
para o futuro.”
Nas linhas teóricas dos estudiosos Buter e Barthes em relação ao texto
escreptível é que “... o primeiro propõe uma continuidade na linha histórica, em
direção a uma totalidade impossível mas desejada.” Já Barthes coloca uma
contigüidade dos discursos, uma circularidade que abole o tempo e o espaço, um
intertexto infinito (o adjetivo “infinito” é uma marca estilística de Barthes).

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