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23/10/2018 Levante do Gueto de Varsóvia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Levante do Gueto de Varsóvia
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Levante do Gueto de Varsóvia foi um ato de resistência no Gueto de
Varsóvia, na Polónia em 1943, contra a ocupação nazi alemã. Nessa altura Levante do Gueto de Varsóvia
já  se  tinham  dado  os  transportes  da  maioria  dos  habitantes  do  gueto.
Cerca de 300 mil das 380 mil pessoas no gueto tinham sido levadas para o Parte de Segunda Guerra Mundial e Holocausto
campo  de  extermínio  de  Treblinka,  onde  foram  assassinadas
imediatamente após a sua chegada, no final do verão de 1942. Os restantes
habitantes  do  gueto  sabiam  agora  o  que  os  esperava  e  muitos  deles
preferiam  morrer  lutando,  em  vez  de  morrer  numa  câmara  de  gás.  A
revolta  foi  esmagada  pelo  Gruppenführer  da  SS  (então  apenas
Brigadeführer) Jürgen Stroop.

Índice
Antecedentes
Data 19 de abril de 1943
O início até 16 de maio de 1943
Esmagamento da revolta Local Gueto de Varsóvia, Governo Geral
Relação com a revolta de Varsóvia de 1944 Desfecho Vitória alemã
Ver também Beligerantes
Referências
 Alemanha Resistência Judaica
Ligações externas Nazista Organização da Luta
Waffen SS  Judaica
Sicherheitsdienst União Militar Judaica
Ordnungspolizei Resistência
Antecedentes Gestapo
Wehrmacht 
Polonesa
Armia Krajowa
Na Alemanha, o nazismo chega ao Colaboradores Gwardia Ludowa
Polícia do gueto
poder.  Adolf  Hitler  possuía  a judaico
ambição  de  retomar  os  territórios Comando Arajs
perdidos  durante  a  Primeira
Polícia de Segurança
Lituânia
Guerra Mundial. De tal forma, em Polícia Azul­Marinho
1º  de  setembro  de  1939,  o  Führer Hiwi (traidor)
ordenou  a  invasão  à  Polônia.  Em Comandantes
pouco  tempo,  no  dia  27  de
Jürgen Stroop Mordechaj Anielewicz
Agosto de 1940: por ordem das setembro, a cidade de Varsóvia foi Ferdinand von †
forças de ocupação alemãs tomada.  O  Exército  Vermelho Sammern­Frankenegg Dawid Moryc
Erich Steidtmann Apfelbaum †
começa a construção do muro do (União  Soviética)  aproveitou  para Franz Bürkl Icchak Cukierman
Gueto de Varsóvia. invadir  na  porção  ocidental  do Marek Edelman
Paweł Frenkiel †
território  beligerante,  conforme
Henryk Iwański
previsto  no  Pacto  Molotov­Ribbentrop.  Após  o  fato,  vários  países Zivia Lubetkin
declararam guerra à Alemanha nazista, incluindo a França e Reino Unido. Dawid Wdowiński
Logo,  os  nazistas  (antisemitas)  perseguiriam  os  judeus, formando vários Forças
guetos — um deles era o Gueto de Varsóvia. [3] Média diária de 2 090, Cerca de 600 da
incluindo 821 da Organização de
Waffen­SS Combate Judeu[1] e
O início cerca de 400[2]
combatentes da União
Militar Judaica, além
de poloneses.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Levante_do_Gueto_de_Vars%C3%B3via Baixas 1/3


23/10/2018 Levante do Gueto de Varsóvia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Entre julho e setembro de 1942, levas de deportações removeram mais de Baixas
300  mil  judeus  para  o  campo  de  concentração  de  Treblinka  —  local  do Pelo menos 16 Aproximadamente 13
assassinato  de  judeus.  Reduzido  a  60  mil  pessoas  ­  em  sua  maioria mortos, 85 feridos mil mortos, 56 885
(números alemães) deportados,
homens  e  mulheres  ainda  saudáveis,  já  que  idosos  e  crianças  foram principalmente civis
enviados  para  a  morte  em  Treblinka  e  a  fome  ceifou  os  restantes  ­, (estimativa alemã).
preferiram  organizar  uma  resistência  do  que  morrer  em  Treblinka. De acordo com a contagem não oficial de
Formada  a  Organização  da  Luta  Judaica  (Zydowska  Organizacja Stroop, 71 mil pessoas foram mortas ou
deportados. Os 16 mortos do lado alemão não
Bojowa,  cuja  sigla  é  ZOB)  e  a  União Militar Judaica (Żydowski  Związek incluem judeus forçados a colaborar.
Wojskowy, cuja sigla é ZZW), trataram de formar uma resistência. [4]

O  primeiro  conflito  ocorreu  em  18  de  janeiro  de  1943,  quando  vários  batalhões  da  SS  marcharam  rumo  ao  gueto,  mas  foram
atacados, sendo obrigandos retirar. [5] Os combatentes judeus tiveram algum sucesso: os transportes pararam após 4 dias e as duas
organizações de resistência, a ZOB e ZZW tomaram o controle do gueto, montando vários postos de combate e operando contra
colaboradores judeus.

Durante os três meses seguintes, todos os habitantes do gueto prepararam­se para aquilo que
eles  pensavam  poder  ser  a  luta  final.  Foram  cavados  túneis  por  baixo  das  casas,  a  maioria
"A  batalha  na  rua  Niska
ligadas  pelo  sistema  de  esgotos  e  de  abastecimento  de  água,  dando  acesso  a  zonas  mais
nos  encorajou.  Pela
seguras de Varsóvia.
primeira  vez  desde  a
ocupação  vimos  os O apoio de sectores fora do gueto foi limitado, mas unidades polacas da Armia Krajowa (AK) e
alemães  colados  às Gwardia  Ludowa  (GL)  atacaram  esporadicamente  unidades  alemãs  em  sentinela  perto  das
paredes,  engatinhando muralhas  do  gueto.  Uma  unidade  polaca  da  AK,  nomeadamente  a  KB  sob  o  comando  de
no  chão,  correndo  para Henryk Iwański, chegou mesmo a lutar dentro do Gueto, juntamente com ŻZW. A AK tentou
se cobrir, hesitando antes por duas vezes explodir a muralha do gueto mas sem muito sucesso.
de  dar  um  passo,  com
Em 21 de janeiro de 1943, realizaram a primeira ação na Rua Niska. Liderados por Mordechaj
medo de ser atingido por
Anielewicz, formaram uma trincheira e empreenderam um ataque a soldados nazistas. Doze
uma  bala  judia.  Os
soldados alemães morreram. A ZOB também se revoltou contra a Polícia Judaica, formada por
gritos  dos  feridos  nos
membros da própria comunidade e controlado pelos nazistas. [4]
deram  alegrias  e
aumentaram  a  nossa
A  resistência  não  era  capaz  de  libertar  o  gueto  ou  destruir  o  aparelho  nazista  local.  A  ZOB
vontade de lutar."
possuía  o  objetivo  de  uma  morte  digna,  que  não  fosse  aquela  reservada  em  Treblinka,  num
Escreveu numa carta Tuvia misto  de  orgulho  e  esperança.  Heinrich  Himmler  ordenou  ao  general  Jürgen  Stroop  que
Boryskowski, integrante do extinguisse o Gueto de Varsóvia até, no máximo, em meados de fevereiro. [4]
grupo.[4]
Esmagamento da revolta
A batalha final começou na noite da páscoa judaica, no domingo 19 de abril  de  1943.  3  mil
homens nazistas confrontaram a resistência de 1,5 mil moradores. Os partisans judaicos dispararam e atiraram granadas contra
patrulhas  alemãs  a  partir  de  becos,  esgotos,  janelas.  Os  nazis  responderam  detonando  as  casas  bloco  por  bloco  e  cercando  e
matando todos os judeus que podiam capturar. [6]

De  acordo  com  relatos,  verificava­se  cheiro  de  cadáveres  nas  ruas,  das  bombas  incendiárias  e  mulheres  saltando  dos  andares
superiores dos prédios com crianças nos braços. Em 8 de maio, os rebeldes foram cercados. Alguns deles, preferiram o suicídio do
que ser levado a campos de extermínio. Às 20 horas e 15 minutos do dia 16 de maio, finalmente considerou­se o fim do levante com
a destruição da sinagoga do gueto, então em ruínas. [6]

Após as revoltas, o gueto tornou­se o local onde os prisioneiros e reféns polacos eram executados pelos alemães. Mais tarde, foi
criado um campo de concentração na área do gueto. Chamava­se KL Warschau. Durante a revolta de Varsóvia que se seguiu, a
unidade AK polaca "Zoska" conseguiu salvar 380 judeus do campo de concentração e a maioria deles juntou­se à AK.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Levante_do_Gueto_de_Vars%C3%B3via 2/3
23/10/2018 Levante do Gueto de Varsóvia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Após a revolta, Hitler ordenou que o gueto fosse destruído. Foto de suas ruínas em 1945.

Relação com a revolta de Varsóvia de 1944
Por vezes é feita confusão entre a revolta no gueto de Varsóvia de 1943 com a revolta de Varsóvia de 1944. São eventos separados no
tempo e tinham objetivos diferentes. O primeiro, no gueto, era uma opção desesperada pela morte em combate, por pessoas que
sabiam que a morte os esperava num campo de extermínio, com a escolha feita no último momento, quando ainda havia a força
para  combater.  A  segunda  revolta  foi  o  resultado  de  acção  coordenada.  No  entanto,  também  houve  ligações  entre  os  eventos.
Alguns dos combatentes da revolta do gueto tomaram parte nas lutas posteriores. A brutalidade das forças nazis foi semelhante
nos dois casos. Alguns dos líderes da revolta de Varsóvia tomaram inspiração nos combates do gueto.

Ver também
Campos de concentração polacos
Campos de extermínio na Polónia ocupada durante a Segunda Guerra Mundial
Gueto de Varsóvia
Holocausto
Irena Sendler
O Pianista
Solução final

Referências
1. Guttman, John (março de 2000). «World War II: Warsaw Ghetto Uprising» (http://www.historynet.com/world­war­ii­warsaw­ghett
o­uprising.htm). World War II Magazine. Consultado em 2 de maio de 2012.
2. Zapomniani żołnierze ŻZW | rp.pl (http://www.rp.pl/artykul/122686.html)
3. «É guerra!» (http://veja.abril.com.br/especiais_online/segunda_guerra/edicao001/capa.shtml). Revista Veja. Setembro de 1939.
Consultado em 17 de agosto de 2012.
4. «Uma questão de honra» (http://veja.abril.com.br/especiais_online/segunda_guerra/edicao005/sub1.shtml). Revista Veja.
Fevereiro de 1943. Consultado em 17 de agosto de 2012.
5. L. Alhadeff. (Junho de 2001). «O Levante do Gueto de Varsóvia» (http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.as
p?a=233&p=2). Consultado em 19 de agosto de 2012.
6. «1943: Levante no Gueto de Varsóvia» (http://www.dw.de/dw/article/0,,500871,00.html?maca=bra­uol­all­1387­xml­uol). DW.
Consultado em 19 de agosto de 2012.

Ligações externas
Assim se iniciou o Levante no Gueto de Varsóvia... (http://www.morasha.com.br/conteudo/artigos/artigos_view.asp?a=238&p=
0)

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