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1. O direito obrigacional difere do direito real, dentre outros motivos, porque naquele o
sujeito passivo pode ser determinado ou indeterminado, ao passo que neste o sujeito
passivo é, em princípio, indeterminado.
3. Podemos dizer que a formação do direito obrigacional é numeros clasus enquanto que
o direito real é numerus apertus.
4. A obrigação propter rem é a obrigação que recai sobre a coisa por conta de um
determinado direito pessoal.
5. A natureza jurídica da obrigação PROPTER REM é de direito real, visto que, pela sua
própria definição, é uma obrigação que recai sobre a pessoa por conta de um direito
real.
8. A obrigação propter rem é a obrigação que recai sobre uma pessoa por conta de um
determinado direito real. Trata-se de uma obrigação sui generis, que possui
características tanto de direito obrigacional quanto de direito real.
9. A natureza jurídica das obrigações PROPTER REM é de um direito misto (tertium genus),
por revelar a existência de direitos que não são puramente reais nem essencialmente
obrigacionais.
10. Obrigações com eficácia real são caracterizadas por serem oponíveis a terceiros. Dessa
forma, a sua natureza jurídica é de direito real.
11. Obrigações com eficácia real são as que, sem perder seu caráter de direito a uma
prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiro que adquira direito sobre
determinado bem. É o caso, por exemplo, do registro de contrato de locação na
matrícula do imóvel locado.
12. Uma obrigação natural, por não obrigar o credor a devolver o valor pago, são
consideradas obrigações jurídicas.
13. A obrigação natural é aquela que, caso descumprida, não pode ser exigida
judicialmente. Trata-se de uma obrigação que antes era tutelada pelo direito, mas que,
por algum motivo, deixou de sê-lo. A sua natureza jurídica é de obrigação imperfeita, de
um direito de crédito sem pretensão.
14. A principal característica de uma obrigação natural é a irrepetibilidade, ou seja, uma vez
adimplida uma obrigação natural, não há obrigação por parte do credor de devolver o
valor pago. Ex.: pagamento de dívida de jogo e o pagamento de dívida prescrita.
15. Segundo a doutrina moderna, a obrigação deve ser vista não apenas pela soma dos seus
elementos constitutivos, mas como um processo, uma série de atos relacionados entre
si, que se encadeiam e convergem em direção à satisfação dos interesses recíprocos do
credor e do devedor, culminando com o adimplemento da obrigação.
16. O conceito moderno de obrigação é aquele em que o negócio é visto como um conjunto
de atividades necessárias à satisfação do interesse do credor. A obrigação deve ser
cumprida de forma menos onerosa possível para o devedor e mais satisfatória para o
credor. É a finalidade que determina a concepção de obrigação como um processo.
17. Os deveres laterais de conduta ou deveres anexos são aqueles impostos aos sujeitos da
obrigação, decorrentes das obrigações acessórias que, segundo a máxima do direito
romano, o acessório segue o principal.
18. Os deveres laterais de conduta ou deveres anexos são aqueles decorrentes da boa-fé,
como a informação, lealdade, probidade e a confiança, que devem ser cumpridos pelos
sujeitos da relação obrigacional a fim de não frustar as legítimas expectativas de
confiança dos contratantes.
19. De acordo com a doutrina, as fontes imediatas das obrigações são três: o negócio
jurídico, a responsabilidade civil e o enriquecimento sem causa.
20. De acordo com a doutrina, a fonte imediata das obrigações é somente a lei, enquanto
que as fontes mediatas são três: o negócio jurídico, a responsabilidade civil e o
enriquecimento sem causa.
23. O objeto da obrigação deve ser lícito, possível e determinado. Não há possibilidade de
uma obrigação com objeto indeterminado ou apenas determinável, pois é inconcebível
alguém assumir uma obrigação em que não se consegue individualizar o objeto.
24. Vínculo jurídico da relação obrigacional é o liame existente entre o sujeito ativo e o
sujeito passivo e que confere ao primeiro o direito de exigir do segundo o cumprimento
da prestação.
25. No ordenamento jurídico brasileiro, uma obrigação se inicia com uma declaração de
vontade e termina com o adimplemento. Contudo, a transferência de domínio, que dá
origem ao direito real, ocorre com a tradição, no caso de bens móveis, ou com o registro,
no caso de bens imóveis.
OBRIGAÇÕES DE DAR
1. As obrigações de dar coisa certa sempre abrangem os acessórios dela embora não
mencionados.
2. As obrigações de dar são aquelas em que o sujeito passivo se obriga a entregar uma
coisa ou de abster-se de uma ação.
4. Nas obrigações de dar coisa certa, o devedor pode entregar coisa diversa daquela que
se obrigou, desde que sua opção não cause prejuízos ao credor.
5. Nas obrigações de dar coisa certa, o credor não é obrigado a receber prestação diversa
da que lhe é devida, ainda que mais valiosa.
6. No direito brasileiro o contrato, por si só, não basta para a transferência do domínio,
pois ele cria apenas direito obrigacional e não um direito real, oponível a todos.
9. Até a tradição, a coisa certa - bem como os seus melhoramentos e acréscimos, inclusive
os frutos, salvo os pendentes - pertence ao devedor.
10. Nas obrigações de dar coisa certa, em que ocorre o perecimento do objeto por culpa do
devedor, o credor deverá aceitar a coisa no estado em que se acha mais perdas e danos.
11. Nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder, sem culpa do devedor, após o
implemento de condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes.
12. Nas obrigações de dar coisa certa, se a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da
tradição ou pendente condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as
partes.
13. Nas obrigações de dar coisa certa, no caso de perecimento do objeto resultante de culpa
do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
14. As perdas e danos compreendem o dano emergente e o lucro cessante, ou seja, além
do que o credor efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar. Devem
cobrir, pois, todo o prejuízo experimentado e comprovado pela vítima.
15. Nas obrigações de dar coisa certa, no caso de deterioração sem culpa, o credor só tem
a opção de resolver a obrigação, pois ele não pode ser obrigado a aceitar a entrega de
um objeto deteriorado.
16. Nas obrigações de dar coisa certa, no caso de deterioração sem culpa, o credor só tem
a opção de aceitar o objeto no estado em que se acha, mas com abatimento do preço,
proporcional à perda.
17. Nas obrigações de dar coisa certa, deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado,
poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com
direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
18. Nas obrigações de dar coisa certa, deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado,
poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor
que perdeu.
19. Se a obrigação for de restituir, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da
tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá por completo, inclusive
aos seus direitos até o dia da perda, como os aluguéis por exemplo.
20. Se a obrigação for de restituir, e esta, sem culpa do devedor, se perder depois da
tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá por completo, ressalvados
aos seus direitos até o dia da perda, como os aluguéis por exemplo.
21. Se a coisa restituível se perder com culpa do devedor, responderá este por perdas e
danos apenas.
22. Se a coisa restituível se perder com culpa do devedor, responderá este pelo equivalente
mais perdas e danos.
a) Resolve-se a obrigação
b) Resolve-se a obrigação ou aceita a coisa com abatimento de seu preço o valor que
se perdeu
1. Segundo o código civil, a coisa incerta será indicada, ao menos, pela espécie e
quantidade. Ex.: 10 sacas de milho.
2. Segundo o código civil, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e
quantidade. Ex.: 10 sacas de cereais.
3. Segundo o código civil, a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e
quantidade. Ex.: 10 sacas de milho.
4. Nas obrigações de dar coisa incerta, a escolha caberá ao credor, se o contrário não
resultar do título da obrigação.
5. Nas obrigações de dar coisa incerta, a escolha não pode ser pela melhor e nem pela
pior. Deve ser, portanto, pela qualidade média.
6. Nas obrigações de dar coisa incerta, o devedor não pode alegar perda ou deterioração,
ressalva as hipóteses de caso fortuito ou força maior.
7. Nas obrigações de dar coisa incerta, o devedor não pode alegar perda ou deterioração,
ainda que por força maior ou caso fortuito, mesmo nas hipóteses de gênero limitado.
8. Segundo o código civil, nas obrigações de dar coisa incerta, o devedor não pode alegar
perda ou deterioração, ainda que por força maior ou caso fortuito.
9. Segundo a doutrina, nas obrigações de dar coisa incerta, nas hipóteses de gênero
limitado, ou seja, circunscrito a coisas que se acham em determinado lugar, o
perecimento do objeto, resolver-se-á a obrigação, exonerando-se o devedor de
qualquer indenização.
10. Numa obrigação de dar coisa incerta, uma vez ocorrida a concentração, cientificando-
se o credor, o devedor não pode alegar perda ou deterioração, ainda que por força
maior ou caso fortuito.
11. Numa obrigação de dar coisa incerta, uma vez ocorrida a concentração, cientificando-
se o credor, a obrigação será regida pelas normas de dar coisa certa.
OBRIGAÇÕES DE FAZER
1. Tendo em vista que a recusa da prestação induz a culpa, nas obrigações personalíssimas,
em que a prestação só pode ser executada por um indivíduo em especial, o devedor
pode ingressar com uma ação em juízo que obrigue o devedor a realizar a prestação
contratada, em caso de recusa deste.
4. Nas prestações fungíveis, sem urgência, havendo recusa ou mora por parte do devedor,
será livre o credor para mandar executar a prestação à custa do devedor, sem prejuízo
da indenização cabível, mas apenas judicialmente.
5. Nas prestações fungíveis, com urgência, havendo recusa ou mora por parte do devedor,
será livre o credor para executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Contudo, faz-se necessário autorização judicial.
1. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne
impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
2. Quando não há urgência, praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o
credor pode exigir dele que o desfaça, independentemente de autorização judicial, sob
pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
1. De acordo com o Código Civil, nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao credor, se
outra coisa não se estipulou.
3. Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em
outra.
4. Nas obrigações alternativas, quando a prestação for periódica, o devedor deve se ater à
escolha efetuada na primeira prestação, quando houve a concentração.
7. Se uma das prestações se tornar inexequível, por caso fortuito ou força maior, resolve-
se a obrigação.
8. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada
inexeqüível, subsistirá o débito quanto à outra.
9. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, cabendo-lhe
a escolha, poderá ele pagar o equivalente de qualquer uma das prestações, acrescido
de perdas e danos que o caso determinar.
10. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último
se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
11. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa
do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente acrescido de perdas
e danos.
12. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa
do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra,
acrescido de perdas e danos.
13. Quando a escolha couber ao credor e ambas as prestações se tornarem impossíveis por
culpa do devedor, o credor terá direito reclamar o valor de qualquer das duas, inclusive
a mais cara, além da indenização por perdas e danos.
15. Considere que, em uma obrigação alternativa, não ficou estipulado a quem pertence o
direito de escolha, e todas as prestações se tornaram inexeqüíveis por culpa do devedor.
Nessa situação, conforme determina o direito das obrigações, o devedor terá de pagar
o valor do bem que por último se impossibilitou, e mais as perdas e os danos que o caso
determinar.
16. Nas obrigações facultativas, a escolha cabe exclusivamente ao devedor, eu pode optar
livremente pela prestação principal ou acessória.
17. Se perece o único objeto da obrigação facultativa sem culpa do devedor, resolve-se a
obrigação, não podendo o credor exigir a prestação acessória. O devedor fica
inteiramente desonerado e a obrigação fica igualmente sem objeto.
18. Se o objeto principal e o facultativo se perderem com culpa do devedor, este deverá
pagar o equivalente mais perdas e danos ao credor.
2. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não
suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a
razão determinante do negócio jurídico.
3. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível (uma vaca por
exemplo), a obrigação converte-se em perdas e danos (em dinheiro), de forma que cada
um possa responder pela sua parte.
6. Se um dos credores fizer uma transação, novação, compensação de parte da dívida com
um dos devedores, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a
poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
10. A insolvência de um dos devedores irá acarretar no aumento da quota dos demais
codevedores.
11. A suspensão da prescrição, por se tratar de uma exceção geral, aproveita aos demais.
OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS
4. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores,
e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
6. Na solidariedade ativa, cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor
o cumprimento da prestação por inteiro.
10. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito
a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo
se a obrigação for indivisível, quando poderá exigir a dívida toda, mesmo que o valor
ultrapasse o seu quinhão hereditário.
12. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros
pela parte que lhes caiba, acrescido de perdas e danos, caso a remissão não tenha sido
em consenso com os demais.
13. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções gerais oponíveis aos
outros.
14. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis
aos outros.
15. O julgamento contrário a um dos credores solidários atinge os demais, mas o julgamento
favorável não aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor tenha
direito de invocar em relação a qualquer deles.
16. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, mas o
julgamento favorável aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que o devedor
tenha direito de invocar em relação a qualquer deles.
17. Tendo em vista que na solidariedade passiva o credor em comum pode cobrar a dívida
integralmente de qualquer um dos devedores, uma vez ingressada uma ação de
cobrança contra um deles, presume-se extinta a solidariedade, uma vez que o direito de
escolha já foi exercido.
18. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será
obrigado a pagar senão a quota que corresponder a parte da dívida do de cujus, salvo
se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.
19. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será
obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se
a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor
solidário em relação aos demais devedores.
20. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não
aproveitam aos outros devedores, que continuam respondendo solidariamente pelo
valor integral da dívida.
21. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores
solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros.
22. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para
todos o encargo de pagar o equivalente acrescido de perdas e danos.
23. Se a ação tiver sido proposta contra somente um dos devedores, somete este irá arcar
com os juros de mora.
24. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido
proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação
acrescida.
25. O devedor solidário demandado não pode opor ao credor as exceções que lhe forem
pessoais, mas tão somente aquelas comuns a todos.
26. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe forem pessoais e as
comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro co-devedor.
27. A solidariedade, por ser decorrente de lei ou da vontade das partes, não pode ser
renunciada pelo credor, exceto na hipótese de haver concordância com todos os
devedores.
28. O credor de “A”, “B”, “C” e “D”, pela quantia de R$ 360.000,00, renunciou à
solidariedade em prol do primeiro (“A”), que lhe pagou a sua parte, correspondente a
R$ 90.000,00. Posteriormente, “D” caiu em estado de insolvência, ficando
impossibilitado de contribuir para o pagamento da dívida, tendo “B” efetuado sozinho
o pagamento dos R$ 270.000,00 restantes. Nesse caso, este último (“B”), como titular
do direito de regresso, poderá exigir de “C” a soma de R$ 135.000,00, ou seja, R$ 90.000
da parte de ”C” acrescido de R$ 45.000 referente à parte do insolvente (R$ 90.000
dividido para “A” e “C”).
29. O devedor que satisfez a dívida por inteiro tem direito a exigir de cada um dos co-
devedores a sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente, se o houver,
presumindo-se iguais, no débito, as partes de todos os co-devedores.