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1.

Aplicação da Lei Processual: interpretação, integração de lacunas & sucessão das leis
processuais no tempo;

 Interpretação:
Tal como no âmbito do direito privado, pode o intérprete ver-se confrontado com a necessidade de
interpretar as normas processuais. Não estabelece, contudo, a nossa lei processual civil quaisquer critérios especiais
para a interpretação do direito adjetivo. O caráter específico deste direito não reclama, em princípio, a adoção de
regras ou métodos interpretativos diversos dos aplicáveis aos restantes ramos de direito. Essas regras são, por isso, as
plasmadas nos art.º 9.º e ss. do CC.
Impondo o n.º 2 do art.º 8.º do CC, ao tribunal, o dever de obediência à lei, o seu n.º 3 não deixa de
apelar ao julgador-intérprete para que, ao decidir, se socorra dos casos merecedores de tratamento análogo, «a fim
de obter uma interpretação e aplicação uniformes do direito», princípio que, à semelhança dos demais princípios
gerais e porque preordenado à preservação dos valores da certeza e da segurança do direito, deverá ser igualmente
extensivo ao processo civil.
Isto sem olvidar os princípios gerais específicos do processo civil, presentes em múltiplas das suas
disposições e que não podem ser postergados na tarefa interpretativa.
Se, porém, a norma comportar duas dimensões interpretativas possíveis, sendo uma incompatível e
outra compatível com determinado preceito constitucional, deve o intérprete/aplicador escolher esta última, ou seja,
fazer uma «interpretação conforme à Constituição». De considerar ainda o princípio da interpretação conforme ao
direito comunitário, numa reafirmação do primado desse direito sobre o direito nacional regulador da mesma situação
material ou processual; postula ele que os tribunais nacionais interpretem o seu direito interno em conformidade com
a letra e com a finalidade (espírito) das normas do direito comunitário, anteriores ou posteriores, com ou sem efeito
direto1.
 Integração de lacunas da lei processual
Ao aplicador da lei - de qualquer ramo do direito incluindo o direito processual civil - deparam-se, por
vezes, situações carecidas de tutela jurídica que a mesma não contempla, ou porque, aquando da feitura e publicação
da lei, tais situações não tenham sido realmente previstas (caso omisso) ou porque, embora previsíveis, o legislador,
ao regulá-las, incorreu em verdadeiros lapsos de regulamentação (lacuna da lei).
Mas os juízes não podem abster-se de julgar sob a invocação da «falta, obscuridade ou ambiguidade
da lei» ou «de dúvida insanável acerca dos factos em litígio» (conf. os art.ºs 8.º, n.º 1, do CC e 3.º, n.º 2, do EMJ).
Deverá ser, por isso, o julgador (o juiz titular do processo) a suprir a regulamentação do caso omisso ou a preencher
as respetivas lacunas.
Atividade em cujo exercício, à míngua de critérios legais próprios do direito processual, terá de
socorrer-se dos critérios aplicáveis ao direito civil comum plasmados nos art.ºs 10.º (analogia) e 11.º (interpretação
extensiva), ambos do CC..
Segundo esse art.º 11.º do CC, «as normas excecionais não comportam aplicação analógica, mas
admitem interpretação extensiva», conceitos que importa, por isso, distinguir: - a analogia pressupõe a existência de
uma lacuna da lei - determinada situação não está compreendida nem na letra da lei nem no seu espírito; - na
interpretação extensiva, existindo embora um texto legal (não ocorrendo assim omissão), mostra-se necessário
«estender» a respetiva previsão, por se reconhecer que a expressão verbal não corresponde ao verdadeiro
pensamento do legislador, o qual, ao formular a norma, terá ficado aquém do que efetivamente pretendia dizer (minus
dixit quam voluit).
 Sucessão das leis processuais no tempo
O princípio da não retroatividade da lei encontra-se expressamente consagrado na CRP unicamente
para a matéria penal (n.ºs 1 e 4 do art.º 29.º), para as leis restritivas de direitos, liberdades e garantias (n.º 3 do art.
18.º) e para o pagamento de impostos (art.º 103.º, n.º 3.
Continua, porém, genericamente a vigorar no âmbito processual o princípio tradicional e geral da não
retroatividade das leis, no sentido de que elas só se aplicam para futuro.
Mesmo se aplicação ao passado - eficácia retroativa -, presume-se que há a intenção de respeitar os
efeitos jurídicos já produzidos. O que significa, na área do direito processual, que a lei nova (LN) é de aplicar às ações
futuras e, outrossim, aos atos que se vierem futuramente a praticar nas ações pendentes.
A validade e regularidade dos atos processuais anteriores continuarão a aferir-se pela lei antiga (LA),
à sombra da qual foram praticados, já que a LN não se aplica aos chamados factos pretéritos para não atingir efeitos
já produzidos por estes. «O respeito da validade e eficácia dos atos anteriores pode inclusivamente obrigar à aplicação
da LA mesmo a atos posteriores à entrada em vigor da LN, se tal for necessário para que os atos anteriormente
realizados não percam a sua utilidade».
Deve o processo ser regulado pela lei vigente ao tempo do facto ou relação material subjacente à
causa ou pela lei em vigor ao tempo da instauração da ação? A cada ato processual deverá ou não aplicar-se a lei em
vigor ao tempo da sua prática? Querelas que podem suscitar-se quando, tendo-se o processo iniciado na vigência de
uma dada lei, não conheceu ainda o seu epílogo aquando da entrada em vigor de uma nova lei pontualmente
conflituante com a disciplina da anterior.
A natureza do processo como sequência ou encadeamento de atos protraídos no tempo, torna-o
particularmente atreito a conflitos deste tipo. Há, por isso, que indagar sobre qual das leis em confronto deve eleger-
se como aplicável em casos congéneres e quais os critérios de aferição dessa aplicabilidade.
As mais das vezes, o problema é solucionado, quer por meio de disposições transitórias gerais, válidas
para todas as novas leis ou para as novas leis de certo tipo ou categoria, quer somente para determinada lei processual
(disposições transitórias especiais). Há ainda que atentar nas normas transitórias setoriais ou parcelares acerca do
âmbito temporal dos diplomas relativos a certas matérias (por ex., as atinentes ao formalismo processual).
À míngua de disposições transitórias, o princípio geral a aplicar neste domínio é sempre o da aplicação
imediata das leis de processo. De modo irrestrito, aos pleitos instaurados após a sua entrada em vigor e, nas próprias
ações já pendentes, a todos os termos processuais subsequentes.
O princípio da aplicação imediata da nova lei processual não se encontra expressamente formulado
no CPC2, mas nem por isso deixa de encontrar-se implícito nas suas escassas disposições transitórias gerais3. Deverá,
assim, seguir-se, com as necessárias adaptações, a doutrina genericamente estabelecida no art.º 12.º do CC. Preceito
que contém ínsito o seguinte princípio geral: a lei só dispõe para o futuro; ainda que lhe seja atribuída eficácia
retroativa, presume-se que ficam ressalvados os efeitos já produzidos pelos factos que a lei se destina a regular (n.º
1).
2. Tipologia das ações;
Considerando o fim prosseguido pelo autor, a lei processual, no seu artigo 10.º, começa por distinguir duas
grandes categorias de ações: as declarativas e as executivas.
 Ações declarativas:
São as que, por regra, se destinam a obter do tribunal a afirmação vinculativa da solução que resulta do Direito para
a situação concreta que as partes levam a juízo. Nas ações declarativas pretende-se que o tribunal afirme/diga o direito.
Dentro da categoria das ações declarativas a lei prevê três espécies: as ações de simples apreciação (positivas ou
negativas); as ações de condenação; as ações constitutivas:
 Ações de simples apreciação: são as que têm por fim obter unicamente a declaração da existência ou
inexistência de um direito ou de um facto. Consoante o caso, as mesmas são designadas como de simples
apreciação positiva ou negativa (exemplos: ação tendo em vista o reconhecimento de paternidade; ação
destinada a obter a declaração de nulidade de um contrato);
 Ações de condenação: são as que tem como fim impor a realização de uma determinada conduta pressupondo
ou prevendo a violação de um direito (exemplos: ação de reivindicação; ação de cobrança);
 Ações constitutivas: são as que visam autorizar uma mudança na esfera jurídica existente, ou seja, a criação de
novas situações jurídicas. Nestas, as sentenças proferidas criam, modificam ou extinguem situações jurídicas
(exemplos: ação de anulação de um negocio jurídico, ação de divorcio, ação de execução especifica).

 Ações Executivas:
São as que visam obter providencias adequadas à reparação efetiva do direito violado. Nas ações executivas
pretende-se que o tribunal adote as medidas necessárias e adequadas à satisfação efetiva dos interesses violados.

3. Formas e Espécies de processo comum


Considerando o critério da forma, as ações podem ainda distinguir-se consoante o processo que lhes corresponda.
Importa assim distingue o processo comum dos processos especiais (art. 546.º, n. º1). A distinção é formal. De acordo
com o numero 2 deste preceito, o processo especial é aquele que se aplica aos casos expressamente designados na lei,
sendo o âmbito do processo comum determinado por exclusão.

4. Processo declaratório VS Processo executivo


A distinção entre processo declaratório e processo executivo reside na diferença entre o simples dizer ou declarar
e o fazer ou executar.
Pelo processo declaratório, obtém-se a declaração da vontade concreta da lei ao caso controvertido, através da
emissão de uma pronúncia jurisdicional a concluir um processo de cognição (ou cognitório) da relação material subjacente. Através
do processo executivo, o autor (exequente) «requer ao tribunal a imposição coativa ao devedor da respetiva prestação ou de um
seu equivalente económico-patrimonial, isto é, a atuação prática daquela vontade - realização material coativa ou manu judicis, com
adoção das providências judiciais compulsórias adequadas à reintegração ou reparação do direito lesado ou violado» (art.º 10.º, n.º
4). Isto se o réu, uma vez condenado, persistir em desacatar o decreto judicial (condenatório).
É de acolher, nesta sede, a chamada doutrina processualista ou publicista, que funda a execução num direito própio
autónomo face ao direito material - o direito de ação executiva -, o qual assume a natureza de um direito subjetivo público, cujo
objeto é a concessão de uma tutela jurisdicional de natureza executiva. Autonomia (entre o dizer ou declarar e o fazer ou executar)
que abrange, não só o processo comum, mas também os processos especiais e os próprios procedimentos cautelares. Nos
procedimentos cautelares de natureza especificada, como a restituição provisória de posse (art.ºs 377.º e ss.), o arresto (art.ºs 391.º
e ss.) ou o embargo de obra nova (art.ºs 397.º e ss.) e, bem assim, nos processos especiais, como, por ex., o de divisão de coisa
comum (art.ºs 925.º e ss.), podem descortinar-se uma fase de natureza declaratória e uma outra fase de natureza executiva.
O critério legal da distinção contém subjacente a situação típica da prévia emissão de uma sentença de condenação (ainda que
também aplicável às ações de simples apreciação ou constitutivas).

5. Procedimentos Cautelares
 PROCEDIMENTO CAUTELAR COMUM:
REQUISITOS:
o Probabilidade séria da existência de um direito do requerente que tenha por fundamento o direito titulado;
o O justo fundado receio de que outrem causa lesão grave a tal direito – periculum in mora;
o Que a providencia requerida seja adequada a remover o periculum in mora e assegurar a efetividade do direito
ameaçado;
o Que o prejuízo para o requerido não exceda o dano que através da providencia o requerente pretenda evitar.
ARRESTO: o arresto tem a sua disciplina legal nos artigos 619.º a 622.º CC, e nos artigos 391.º a 399

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