Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Buke shohatto
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
O Buke shohatto (武家諸法度, lit. Vários pontos legais para famílias de guerreiros?) foi uma coleção de editos do
xogunato Tokugawa regulando as atividades e responsabilidades dos daimyō (senhores feudais) e o resto da
aristocracia guerreira samurai. Estes formaram a base do bakuhan taisei (sistema de domínios do xogunato) que
remete à fundação do regime Tokugawa. Os conteúdos dos editos foram vistos como um código de conduta, uma
descrição do comportamento adequado de um daimyō, e não simples leis a serem obedecidas. Aplicando as noções de
moral e honra, portanto, o xogunato viu o cumprimento das leis apesar da nãopossibilidade de controle direto.
Os artigos primeiramente foram lidos a um grupo de daimyō pelo xogun aposentado Tokugawa Ieyasu, no Castelo de
Fushimi no sétimo mês lunar de 1615. Foram compilados por um grupo de acadêmicos do xogunato, incluindo Ishin
Sūden, e visavam inicialmente limitar o poder dos daimyō e assim proteger o controle do xogunato sobre o país.
O xogun da época, o filho de Ieyasu, Tokugawa Hidetada, formalmente promulgou os editos, e cada xogun sucessor os
renovou, reforçando as restrições aos daimyō e o controle do xogunato. Durante essas significativas gerações, no
entanto, as regras se desenvolveram e mudaram significantemente.
Índice
Artigos promulgados em 1615
Promulgados em 1635
Promulgações posteriores
Notas
Referências
Artigos promulgados em 1615
1. A classe samurai deve se devotar a propósitos adequados à classe guerreira, como arquearia, esgrima, hipismo e
literatura clássica.
2. Diversões e entretenimento devem ser mantidos com ressalvas e não deverão ser atividades caras.
3. Os han (domínios feudais) não são para fugitivos de portos e forasdalei.
4. Os domínios devem expulsar rebeldes e assassinos em serviço de seus territórios.
5. Daimyō não poderão se engajar em atividades sociais com pessoas de outros domínios (nem samurais ou o povo).
6. Castelos podem ser reparados, mas essa atividade deve ser reportada ao xogunato. Inovações estruturais e
expansões são proibidas.
7. A formação de revoltas e conspirações em domínios vizinhos devem ser imediatamente reportadas ao xogunato,
bem como se deverá expandir defesas, fortificações e forças militares.
8. Casamentos entre daimyō e outras pessoas de influência não poderão ser arranjados em âmbito privado.
9. Os daimyō deverão se apresentar em Edo para serviço ao xogunato.
10. Convenções que determinam uniformes formais devem ser seguidas.
11. Pessoas comuns não poderão andar em liteiras.
12. Samurais do reino deverão praticar a frugalidade.
13. Os Daimyō deverão escolher homens hábeis para servir como administradores e burocratas.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Buke_shohatto 1/3
30/10/2018 Buke shohatto – Wikipédia, a enciclopédia livre
O edito de 1615 continha o núcleo do xogunato, seguindo os códigos de conduta dos samurais. Políticas similares
foram impostas ao povo e reforçadas ao longo do Período Edo.
Alguns itens afirmavam a necessidade da frugalidade, um conceito central das noções confucianas de governo
adequado. Outros se referem a leis de suntuário, regulando como as pessoas deveriam se apresentar, suas roupas, seus
meios de transporte, e outras regras.
Alguns itens foram incluídos para prevenir a formação de alianças contra o xogunato, por exemplo, os itens regulando
os casamentos entre famílias de daimyō. Os fudai daimyō tinham menos poder, eram mais confiáveis para o
xogunato, e poderiam ser facilmente punidos com a perda dos domínios e privilégios. No entanto, os tozama daimyō
eram muito mais poderosos e menos confiáveis e o xogunato carecia de força para lhes impor diretamente suas
políticas para os domínios tozama e temia potencias alianças militares entre vários domínios tozama.
Regulamentos sobre a construção, expansão e reparo de fortificações também servem para prevenir a criação de forças
que poderiam ir contra o xogunato, como faz uma referência à política do sankin kōtai, segundo a qual os daimyō
deveriam fazer peregrinações regulares a Edo, para se apresentarem a serviço.
Promulgados em 1635
Os editos foram relançados em 1629, e novamente em 1635, pelo terceiro xogun Tokugawa, Iemitsu. Embora houvesse
várias alterações, a maioria das estipulações eram sobre os mesmos temas. Daimyō foram impedidos de se rebelar,
formar alianças e partidos, e jurar lealdade a outro. O sistema do sankin kōtai foi mais detalhado neste edito, e
descrito mais especificamente.
Esse ano é também significativo pela implementação de políticas classificadas como kaikin (proibições marítimas), às
vezes referidas como Editos Sakoku. Ainda que as restrições marítimas não apareçam na versão de 1635 do buke
shohatto, algumas políticas de viagens domésticas e religião são descritas.
Algumas novas estipulações são as seguintes:
1. Devese tomar cuidado ao manter estradas, barcos, pontes e docas para se facilitar as comunicações.
2. Postos privados de pedágio são proibidos, assim como a eliminação de rotas de balsas existentes.
3. Navios capazes de carregar mais de 500 koku são proibidos de serem construídos.[1]
4. Terras pertencentes a santuários xintoístas e templos budistas não poderão ser tomados destes.
5. O cristianismo é proibido.
Promulgações posteriores
Os editos foram republicados a cada sucessão dos xoguns. As promulgações sob Tokugawa Ietsuna, Tokugawa
Tsunayoshi e Tokugawa Ienobu em 1663, 1683 e 1710 respectivamente contaram com alterações no estilo, apesar de
poucas mudanças substanciais. Entre as novas estipulações estavam as proibições do junshi (suicídio ritual para
acompanhar a morte de um senhor feudal), de abusos de poder e da aceitação de subornos, e a supressão da opinião
popular, junto com estipulações sobre sucessão de daimyō em um clã ou domínio.
Os sete xoguns seguintes republicaram o buke shohatto na forma de 1683, com apenas poucas mudanças de estilo.
Ainda que os editos fossem pronunciados juntamente com os Shoshi hatto (leis para samurais), estes últimos se
tornaram demasiadamente obsoletos após 1683 e absorvidos pelo corpo das ordens xogunais e das proibições (kinrei
ko).
Notas
1. Hall (1991), pp. 194195
https://pt.wikipedia.org/wiki/Buke_shohatto 2/3
30/10/2018 Buke shohatto – Wikipédia, a enciclopédia livre
Referências
Hall, John Carey. (1910). The Tokugawa Legislation. Yokohama. pp. 286–319 (http://www.unierfurt.de/ostasiatische
_geschichte/texte/japan/dokumente/17/tokugawa_legislation/). Accessed 30 July 2007.
Sansom, George (1961). "A History of Japan: 1334–1615." Stanford, California: Stanford University Press, pp. 401–
6.
Sansom, George (1963). "A History of Japan: 1615–1867." Stanford, California: Stanford University Press.
Hall, John Whitney (1991). Cambridge History of Japan, Volume 4. New York: Cambridge University Press. ISBN
0521223555.
Obtida de "https://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Buke_shohatto&oldid=49770350"
Esta página foi editada pela última vez às 04h28min de 5 de setembro de 2017.
Este texto é disponibilizado nos termos da licença AtribuiçãoCompartilhaIgual 3.0 Não Adaptada (CC BYSA 3.0) da
Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de
utilização.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Buke_shohatto 3/3