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2 março 2017
Mas cientistas asseguram que se trata de uma cratera única, um registro detalhado de 200
mil anos de história da Terra.
A cratera tem crescido na média de 10 metros por ano. Mas em anos mais quentes, esse
aumento chegou a 30 metros, conforme indicou estudo do Instituto Alfred Wegener em
Potsdam, na Alemanha. A instituição vem monitorando o buraco há uma década.
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Direito de imagem Julian Murton
Image caption Camadas expostas com
o degelo do permafrost indicam como
eram clima, fauna e flora há 200 mil
anos
As camadas de sedimento expostas revelam como era o clima na região há 200 mil anos.
Resquícios de árvores, pólen e animais indicam que, no passado, a área foi uma densa
floresta.
Esse registro geológico pode ajudar a compreender como será, no futuro, a adaptação da
região ao aquecimento global. E, ao mesmo tempo, o crescimento acelerado da cratera é
um indicador imediato do impacto cada vez maior das mudanças climáticas no degelo do
permafrost.
Desmatamento
A cratera apareceu na década de 60, de acordo com Julian Murton, professor da
Universidade de Sussex, na Inglaterra.
O rápido desmatamento na região deixou o terreno sem a proteção das sombras das
árvores nos meses de verão. Assim, os raios de sol aqueceram o solo e aceleraram o
processo de degelo, uma vez que era a vegetação que mantinha o solo resfriado.
Com o derretimento do permafrost, é possível que venham a surgir mais crateras como
também lagos e bacias hidrográficas.
Para o professor, "à medida que o gelo derrete em novas profundidades, podemos ver o
surgimento de paisagens novas".
Reconstituição histórica
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Cientistas ainda trabalham na análise de sedimentos e tentam decifrar a cronologia exata
da cratera.
Há 125 mil anos, por exemplo, houve um período interglacial, com temperaturas vários
graus acima das registradas atualmente.
"Entender como era o ecossistema pode nos ajudar a entender como a região se adaptará
ao atual aquecimento do clima", afirma o professor Julian Murton.
À medida que o degelo avança, mais e mais carbono é exposto a micróbios. Estes micro-
organismos consomem carbono e produzem dióxido de carbono e metano - gases
causadores do efeito estufa.
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"É o que chamamos de 'feedback positivo'", explica Frank Gunther, do Instituto Alfred
Wegener. "O aquecimento acelera o aquecimento e, no futuro, poderemos ver mais
estruturas como a cratera de Batagaika", completa o pesquisador.
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