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Resolução CJF 67/09 – 407/16
1 1.2.3.
1.2.4.
Direitos Sociais
Nacionalidade
1.2.5. Direitos Políticos
1.3. REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS – ORGANIZAÇÃO DOS ENTES
1.3.1. Organização dos entes
1.3.2. Competência Legislativa
1.3.3. Intervenção Federal e Estadual
1.4. PODER LEGISLATIVO
1.4.1. Regime Jurídico dos Deputados e Senadores
1.4.2. Processo Legislativo
1.4.3. Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI
1.4.4. Casas Congressistas
1.4.5. Controle Externo
1.5. PODER EXECUTIVO
1.6. PODER JUDICIÁRIO
1.6.1. Estatuto da Magistratura – Magistrados
1.6.2. Tribunais – Questões Constitucionais – RPV – Reclamação – Recursos - SV
1.6.3. Competências Judiciais
1.6.4. CNJ
1.7. CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
1.8. FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA
1.8.1. Ministério Público
1.8.2. Advocacia Pública
1.8.3. Defensoria Pública
1.9. DEFESA DO ESTADO
1.9.1. Militares
1.10. DIREITO DE PROPRIEDADE. ECONÔMICO. COMUNICAÇÃO. CULTURA. EDUCAÇÃO. DESPORTO. CRIANÇA. IDOSO.
INDÍGENAS. GERAL
1.10.1. Educação
1.10.2. Dos Índios e Quilombolas
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2. DIREITO PREVIDENCIÁRIO
2.1. SEGURIDADE SOCIAL. SAÚDE, PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA. DISTINÇÕES.
2.2. CUSTEIO – VALOR DE BENEFÍCIO – TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO
2.3. RGPS – SEGURADOS E DEPENDENTES
2.3.1. Segurados e dependentes
2.4. BENEFÍCIOS EM ESPÉCIE
2.4.1. Aposentadoria por idade
2.4.1.1. Aposentadoria devida ao portador de deficiência (idade e tempo)
2.4.2. Aposentadoria por tempo de contribuição
2.4.3. Pensão por morte
2.4.4. Auxílio-doença e aposentadoria por invalidez
2.4.5. Auxílio-acidente
2.4.6. Aposentadoria especial
2.4.7. Professores e aposentadoria
2.4.8. Auxílio-reclusão
2.4.9. Salário-maternidade
2.4.10. Salário-família
2.5. APOSENTADORIA RURAL – SEGURADO ESPECIAL
2.6. ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS
2.6.1. Seguro-defeso
2.7. REGIME PRÓPRIO
2.8. PREVIDÊNCIA PRIVADA E COMPLEMENTAR
2.9. PROCESSO ADMINISTRATIVO PREVIDENCIÁRIO
2 3.
2.10. AÇÕES PREVIDENCIÁRIAS E DEMAIS QUESTÕES DA LEI 8.213
DIREITO PENAL – PARTE GERAL
3.1. INTRODUÇÃO AO DIREITO PENAL
3.1.1. Princípio da insignificância
3.2. APLICAÇÃO DA LEI PENAL
3.3. TEORIA DO CRIME: FATO TÍPICO – ILÍCITO/ANTIJURÍDICO - ERROS
3.3.1. Dolo
3.3.2. Crime impossível
3.3.3. Cosunção, absorção, subsidiariedade e especialidade
3.3.4. Desistência voluntária, arrependimento eficaz e posterior
3.3.5. Teoria dos erros
3.3.6. Teoria da ilicitude – antijurídico - excludentes
3.4. TEORIA DO CRIME: CULPABILIDADE
3.5. TEORIA DA PENA – EFEITOS DA CONDENAÇÃO – CONCURSO DE CRIMES
3.5.1. Dosimetria: aplicação de qualificadoras, agravantes, atenuantes
3.5.2. Das Penas: regime
3.5.3. Pena de multa
3.5.4. Efeitos da condenação
3.5.5. Concurso de agentes
3.5.6. Concurso de crimes e crime continuado
3.6. MEDIDA DE SEGURANÇA
3.7. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE – REABILITAÇÃO E PERDÃO JUDICIAL
3.7.1. Prescrição
3.7.2. Perdão judicial
3.7.3. Livramento condicional
4. DIREITO PENAL – PARTE ESPECIAL
4.1. DOS CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
4.1.1. Crimes funcionais
4.1.2. Crimes contra a fé pública
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10.14.1. Reclamação
10.14.2. Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
10.14.3. Incidente de Assunção de Competência
10.14.4. Ação rescisória
10.15. RECURSOS
10.15.1. Apelação
10.15.2. Agravo de instrumento
10.15.3. Agravo interno
10.15.4. Recurso Extraordinário e Recurso Especial
10.15.4.1. Repercussão geral
10.15.5. Embargos de divergência
10.15.6. Embargos de declaração
10.15.7. Recurso adesivo
10.16. JUIZADOS ESPECIAIS
10.17. AÇÕES CONSTITUCIONAIS
10.17.1. Mandado de segurança
10.17.2. Habeas data
10.17.3. Mandado de Injunção
10.18. AÇÕES COLETIVAS
10.18.1. Regra geral de Direito Coletivo
10.18.2. Ação Civil Pública
10.18.3. Ação Popular
10.18.4. Mandado de segurança coletivo
10.18.5. Mandado de injunção coletivo
6 10.19. FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO
10.19.1. Suspensão de segurança
10.19.2. Intervenção anômala
11. DIREITO EMPRESARIAL
11.1. TEORIA GERAL DO DIREITO DE EMPRESA
11.2. EMPRESA: ATIVIDADE EMPRESARIAL, RESPONSABILIDADE, ESTABELECIMENTO, TRESPASSE.
11.3. DIREITO SOCIETÁRIO: SIMPLES, EMPRESARIAL, ESPÉCIES
11.3.1. Sociedades anônimas
11.4. TÍTULOS DE CRÉDITO
11.5. PROPRIEDADE INDUSTRIAL
11.6. CONTRATOS EMPRESARIAIS
11.6.1. Alienação Fiduciária
11.6.2. Franquia
11.6.3. Contratos bancários
11.6.4. Arrendamento mercantil
11.6.5. Factoring
11.7. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL / SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO – SFH
11.7.1. Liquidação – instituição financeira
11.8. RECUPERAÇÃO E FALÊNCIA
11.9. COMÉRCIO ELETRÔNICO
12. DIREITO FINANCEIRO
12.1. ATIVIDADE FINANCEIRA DO ESTADO. FINANÇAS NA CONSTITUIÇÃO DE 88.
12.2. ORÇAMENTO PÚBLICO
12.3. DESPESA PÚBLICA - PRECATÓRIOS
12.3.1. Precatórios
12.4. DÍVIDA PÚBLICA – CRÉDITO PÚBLICO - DÍVIDA ATIVA DA UNIÃO
12.5. RECEITA PÚBLICA
12.6. RESPONSABILIDADE FISCAL E LEI 4.320
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16.4.2. Nacionalidade
16.4.3. Estatuto da Igualdade – Portugueses e Brasileiros
16.4.4. Expulsão, extradição e deportação
16.5. DIREITO DE INTEGRAÇÃO – DIREITO COMUNITÁRIO
16.5.1. MERCOSUL
16.6. CONFLITOS INTERNACIONAIS; PROCESSOS INTERNACIONAIS; TPI
16.6.1. Tribunal Penal Internacional – TPI
16.7. DOMÍNIO PÚBLICO INTERNACIONAL
16.8. RESPONSABILIDADE INTERNACIONAL
16.8.1. Lei anticorrupção e pessoas jurídicas internacionais
16.9. DIREITOS HUMANOS
16.9.1. Global
16.9.2. Regional
16.9.2.1. Corte Interamericana e Comissão Interamericana
16.9.2.2. Corte Europeia
16.10. CONVENÇÕES EXTRAVAGANTES
16.10.1. Alimentos e Crianças
16.11. DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO
16.11.1. Homologação de sentença estrangeira
17. NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
17.1. SOCIOLOGIA DO DIREITO
17.2. PSICOLOGIA JUDICIÁRIA
17.3. ÉTICA E ESTATUTO JURÍDICO DA MAGISTRATURA NACIONAL
9 17.4. FILOSOFIA DO DIREITO
17.4.1. Positivismo
17.4.2. Interpretativismo – Pós-positivismo
17.5. TEORIA GERAL DO DIREITO E DA POLÍTICA
1. DIREITO CONSTITUCIONAL
1.1. Teoria Geral do Direito Constitucional
Constituição. Conceito. Classificação. Elementos. Poder constituinte: originário e derivado.
Hermenêutica constitucional. O constitucionalismo brasileiro. A ordem constitucional
vigente. Emendas à Constituição. Disposições gerais e transitórias. República e federação no
direito Constitucional em geral. Sistema brasileiro.
1.1.1. Neoconstitucionalismo e constitucionalismo
● Neoconstitucionalismo: resposta aos horrores ocorridos na 2ª Guerra, se consagrando a partir
das novas constituições europeias, principalmente a Lei Fundamental de Bonn (Constituição
Alemã de 1949).
o Conceito: concepção teórica que busca superar concepções positivistas, valorizando a
razão prática no âmbito jurídico e buscando soluções não meramente legais/subsuntivas
para os denominados hard cases. Parte de uma nova concepção dogmática,
principiológica e de caráter eminentemente axiológico.
o Brasil:
▪ Seu 1 º marco ocorre com a publicação da CF de 1988.
▪ 2º marco: pilares principais:
● Reconhece a força normativa da Constituição: deixa de considerar a
Constituição como documento político e de caráter programático. A força
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● Poder Constituinte Supranacional: “virada kantiana” – o estado tem que defender o indivíduo.
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1.1.3. Hermenêutica
● Hiato constitucional: nome que se dá nos casos em que se constata discrepância entre o
conteúdo da Constituição política e a realidade social, podendo ser verificado fenômenos
como convocação de Assembleia Nacional Constituinte, mutação constitucional, reforma
constitucional e hiato autoritário (outorga de poder autoritário).
● Técnicas de interpretação constitucional:
o Construtiva: estende-se o alcance desta para abranger hipótese não
expressamente prevista.
o Evolutiva: atualiza-se o sentido desta para abranger hipótese não existente
quando de sua elaboração e claramente contemplada nas possibilidades
semânticas do texto.
o Nenhum dos dois se confundem com a mutação constitucional. A mutação é
a mudança no sentido da norma, em contraste com entendimento pré-
existente, ou seja, a mutação ocorrerá quando se estiver diante da alteração
de uma interpretação previamente existente.
● Mutação constitucional e superação de jurisprudência consolidada: a) mudança na percepção
do direito; b) modificações na realidade fática; c) consequência prática negativa de
determinada linha de entendimento.
o Mutação constitucional: não ofende o texto da lei quando da sedimentação do
novo entendimento.
o Mutação inconstitucional: ex: as decisões definitivas de mérito em controle
14 concentrado de constitucionalidade admitem efeito vinculante. Entretanto, o
STF, por meio de decisão, admitiu-se o efeito vinculante da decisão liminar,
com nítida ofensa à literalidade da constituição.
● O princípio da força normativa está contido na máxima efetividade, e não o contrário.
● A decisão do STF sobre mutação constitucional acerca do artigo 52, X, que confere a ideia de
que o Senado só dá publicidade às decisões do STF de inconstitucionalidade, é um exemplo de
inobservância do princípio da conformidade funcional, pois um poder se imiscui no outro.
o Houve um julgado aqui que abre possibilidades para a abstrativização do
controle difuso, no caso do AMIANTO: Para essa corrente, o art. 52, X, da
CF/88 sofreu uma mutação constitucional e, portanto, deve ser
reinterpretado. Dessa forma, o papel do Senado, atualmente, é apenas o de
dar publicidade à decisão do STF. Em outras palavras, a decisão do STF, mesmo
em controle difuso, já é dotada de efeitos erga omnes e o Senado apenas
confere publicidade a isso.
● De acordo com o positivismo de Hans Kelsen, a escolha de uma interpretação dentro da
moldura de possibilidades proporcionada pela norma jurídica realiza-se segundo a livre
apreciação do tribunal, e não por meio de qualquer espécie de conhecimento preexistente.
Por conta da abstração e indeterminação da norma jurídica, ela deve ser como uma moldura,
de modo que a sua interpretação deve ocorrer sob a ótica desse molde. Kelsen defende que
não há vinculação de qualquer espécie de conhecimento do direito preexistente, devido ao seu
viés positivista, e não naturalista.
● Robert ALEXY: Princípios Constitucionais são mandamentos de otimização que conduzem à
única resposta correta a uma interpretação efetivadora de normas atinentes a determinadas
situações jurídicas.
● Interpretação CONFORME:
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1.1.4. Classificação
● Quanto ao papel, as Constituições podem ser classificadas em Constituição-lei, Constituição-
fundamento e Constituição-moldura.
● Quanto à finalidade, em garantia, balanço e dirigentes
16 ● Quanto ao MODO de ELABORAÇÃO:
o Históricas: juridicamente flexíveis, pois pode ser modificada pelo legislador
ordinário, mas, normalmente, são política e socialmente rígidas, sendo
raramente modificadas.
o Dogmáticas:
● Quanto à origem:
o Promulgada
o Outorgada
o Cesarista
● Quanto ao CONTEÚDO: formal ou material.
● Quanto à extensão: sintética ou analítica.
● A CF é DIRIGENTE OU PROGRAMÁTICA, pois abundam normas programáticas.
● Em constituição flexível, a lei ordinária altera a Constituição caso esta seja contrária à nova lei,
pois não há hierarquia.
● Constituição negativa ou garantia é típica do Estado Liberal, pois visa coibir os ataques do
Estado através do estabelecimento de garantias aos indivíduos. Já a Constituição dirigente,
possui normas programáticas em seu bojo, dando atenção especial à implementação de
programas pelo Estado.
● Constituição Balanço: explicita as características atuais da sociedade, trazendo parâmetros que
devem ser observados à luz da realidade econômica, política e social existente.
● Constituição simbólica: A preocupação com a implementação de dispositivos constitucionais
e, em particular, de suas promessas sociais, não é central. As controvérsias constitucionais são
decididas com base nos códigos da política e conforme conflitos de interesse. Nessa luta,
acabam preponderando os interesses dos grupos mais poderosos, dos denominados
“sobrecidadãos”, que conseguem utilizar a Constituição e o Estado em geral como instrumento
para satisfazer seus interesses. A juridicidade da Constituição fica comprometida pela
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● A EC 01/69, ainda que haja divergências, apresentou-se como uma nova Constituição, vez que
não retirou seu fundamento da Constituição anterior.
● O controle de constitucionalidade só existiu na CF de 1891, sendo o Controle difuso. No
império vigorava somente a Soberania do Parlamento e o Poder Moderador. O modelo
concentrado surge só na CF de 1934, com a ADI interventiva.
● A EC 16/65 cria a ADI genérica, aprimorada na CF 88.
● A norma que prevê gratuidade dos transportes coletivos urbanos aos que tenham mais de
sessenta e cinco anos de idade possui eficácia plena e aplicabilidade imediata.
● A norma que prevê imunidade recíproca dos entes e imunidade por extensão às entidades é
de aplicabilidade imediata e eficácia contida.
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● Uma ação com o pedido de suplemento para criança lactente não perde o objeto pelo fato de
terem se passado vários anos sem julgamento.
● O Judiciário pode obrigar o município a fornecer vaga em creche. A educação infantil em
creche e pré-escola é uma prerrogativa constitucional indisponível, garantida às crianças de
até 5 anos de idade, sendo, portanto, um dever do Estado.
o Art. 30. A educação infantil será oferecida em:
o I - creches, ou entidades equivalentes, para crianças de até três anos de idade;
o II - pré-escolas, para as crianças de 4 (quatro) a 5 (cinco) anos de idade.
● Licença adotante possui o mesmo prazo da licença maternidade. Inconstitucional prazo
diferente. Os prazos da licença-adotante não podem ser inferiores ao prazo da licença-
gestante, o mesmo valendo para as respectivas prorrogações. Em relação à licença-adotante,
não é possível fixar prazos diversos em função da idade da criança adotada.
● A administração pode ser obrigada a manter estoque mínimo de remédio.
● Somente estrangeiro com residência fixa no país, bem como, que esteja em situação regular,
terá direito à benefício assistencial LOAS, preenchidos os requisitos legais.
● Segundo o STF, a constituição consagrou o critério da territorialidade para definir os titulares
dos direitos fundamentais. Assim, os estrangeiros em situação regular no país que preencham
os requisitos definidos em lei possuem direito ao LOAS.
● A taxa progressiva de juros não se aplica às contas vinculadas ao FGTS de trabalhadores
qualificados como avulsos. Como visto acima, é condição básica para a obtenção desse direito
a “permanência na mesma empresa” por certo tempo. Para o STJ, não se pode confundir
24 permanência na mesma empresa com permanência na mesma atividade profissional. O
trabalhador avulso não permanece trabalhando anos “na mesma empresa”. Ao contrário, ele
presta serviços a diversas empresas, sem vínculo empregatício. Súmula 571-STJ: A taxa
progressiva de juros não se aplica às contas vinculadas ao FGTS de trabalhadores qualificados
como avulsos.
● A vedação do salário mínimo como fator de indexação visa a evitar pressão para reajuste
menor do salário-mínimo; evitar cadeia automática de aumentos em decorrência da vedada
indexação; não pode ser utilizado como base de cálculo de rubrica remuneratória ou
indenizatória.
● O cargo de técnico de futebol não se cuida de profissão privativa daqueles que sejam
formados em educação física, não sendo, outrossim, necessário a seu exercício a prévia a
inscrição pelo profissional no Conselho Regional de Educação Física.
●
1.2.4. Nacionalidade
● O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no registro civil do
Brasil, desde que isso não cause prejuízo a terceiros, quando vier a sofrer transtornos no
exercício da cidadania por força da apresentação de documentos estrangeiros com sobrenome
imposto por lei estrangeira e diferente do que consta em seus documentos brasileiros.
● O STF considera que tais hipóteses são excepcionais e, portanto, taxativas. Assim, a aquisição
de nacionalidade estrangeira fora das precitadas hipóteses gera a perda da nacionalidade
brasileira
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● A perda do mandato por infidelidade partidária não se aplica a cargos eletivos majoritários,
sob pena de violação da soberania popular e das escolhas feitas pelo eleitor. Porém, aplica-se
para os candidatos eleitos pelo sistema proporcional.
● As ações de impugnação de mandato eletivo tramitam necessariamente em segredo de justiça.
● Cabe ação rescisória para readquirir direitos políticos perdidos por cancelamento de
naturalização em virtude de ação transitada em julgado.
● A perda de mandato legislativo independe de votação pela casa do parlamentar quando esta
se der em virtude de condenação por improbidade administrativa, uma vez que esta
suspende os direitos políticos.
● Partido político não se equipara às entidades paraestatais.
● Partido político não é entidade paraestatal, pois não realiza atividade de interesse público. Há
previsão expressa nesse sentido.
● É possível que haja relação com entidades não nacionais e o partido político com fins de
estudo, pesquisa e doutrinação política.
● Os filiados dos partidos possuem iguais obrigações e deveres.
● A condenação por abuso do poder econômico ou político em ação de investigação judicial
eleitoral, transitada em julgado, “ex vi” do artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar 64/90,
em sua redação primitiva, é apta a atrair a incidência da inelegibilidade do artigo 1º, inciso I,
alínea "d", na redação dada pela Lei Complementar 135/2010, aplicando-se a todos os
processos de registros de candidatura em trâmite.
o Inelegibilidade não é sanção. Ostenta natureza jurídica de “requisito negativo
25 de adequação do indivíduo ao regime jurídico do processo eleitoral.”
o Retroatividade mínima: a nova lei altera as consequências jurídicas de fatos
ocorridos antes da sua edição.
o Retrospectividade: a nova lei atribui novos efeitos jurídicos, a partir de sua
edição, a fatos ocorridos anteriormente.
o STF: É válida a aplicação do prazo de oito anos de inelegibilidade àqueles que
foram condenados pela Justiça Eleitoral, por abuso do Poder Econômico ou
político anteriormente à edição da Lei Complementar 135/2010.
● ADPF 45: Controle de Políticas públicas. Saúde. Mínimo existencial VS. Reserva do possível. Se
não implementado o mínimo existencial, não há como se alegar a reserva do possível. Deve-se
demonstrar objetivamente a incapacidade financeira de realizar os preceitos mínimos da
Constituição.
● ADPF 347: Estado de coisas inconstitucionais. O STF deferiu a medida liminar para deferir os
pedidos de audiência de custódia e liberação de verbas do FUNPEN.
1.3. Repartição de competências – Organização dos Entes
Repartição de competências. União: bens e competência. Competência exclusiva,
competência de normas gerais, competência comum e competência concorrente. Os Estados-
membros na Constituição. Organização, natureza e conteúdo da autonomia constitucional
do Estado-membro. Competências estaduais. Intervenção federal nos Estados-membros, no
Distrito Federal e nos Territórios. Os Municípios na Constituição. Competência municipal,
organização política e administrativa dos Municípios. Intervenção nos Municípios.
1.3.1. Organização dos entes
● A lei de incorporação, divisão e desmembramento de estados é LEI COMPLEMENTAR.
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● Lei estadual que dispõe sobre instalação de bloqueadores de sinal de celular em presídio é
INCONSTITUCIONAL, uma vez que se trata de competência da UNIÃO legislar sobre
comunicação.
● Inconstitucional Constituição Estadual conceder meia passagem aos estudantes usuários de
transportes coletivos MUNICIPAIS.
● O Município tem competência para legislar sobre a atividade de mídia exterior (propaganda
comercial) utilizada nos espaços urbanos. Não se confunde com a competência da União em
legislar sobre propaganda.
● É constitucional lei estadual que faculta a matrícula escolar antecipada de crianças que
venham a completar seis anos de idade até o final do ano letivo de matrícula, quando lei
federal impunha indigitada idade mínima como requisito para cursar o ano letivo.
● Lembrar que, em regra, não há iniciativa privada para matéria tributária, SALVO quando for
para matéria tributária dos Territórios, pois é iniciativa privativa do Presidente da República:
organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e
pessoa da administração dos Territórios
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● “Parlamentares não têm imunidade formal quanto à prisão em caso de condenação definitiva.
Ademais, o § 2º do art. 53 da CF/88 veda apenas a prisão penal cautelar do parlamentar, não
proibindo, portanto a prisão decorrente da sentença transitada em julgado.” (STF. AP 396
QO/RO )
● Se o STF condenar criminalmente um Deputado Federal ou Senador, haverá a perda
automática do mandato ou isso ainda dependerá de uma deliberação (decisão) da Câmara ou
do Senado, respectivamente? A condenação criminal transitada em julgado é suficiente, por si
só, para acarretar a perda automática do mandato eletivo de Deputado Federal ou de
Senador? 1ª Turma do STF: DEPENDE. • Se o Deputado ou Senador for condenado a mais de
120 dias em regime fechado: a perda do cargo será uma consequência lógica da condenação.
Neste caso, caberá à Mesa da Câmara ou do Senado apenas declarar que houve a perda (sem
poder discordar da decisão do STF), nos termos do art. 55, III e § 3º da CF/88. • Se o Deputado
ou Senador for condenado a uma pena em regime aberto ou semiaberto: a condenação
criminal não gera a perda automática do cargo. O Plenário da Câmara ou do Senado irá
deliberar, nos termos do art. 55, § 2º, da CF/88, se o condenado deverá ou não perder o
mandato. STF. 1ª Turma. AP 694/MT, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 2/5/2017 (Info 863).
STF. 1ª Turma. AP 968/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 22/5/2018 (Info 903). 2ª Turma do
STF: NÃO. A perda não é automática. A Casa é que irá deliberar. O STF apenas comunica, por
meio de ofício, à Mesa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal informando sobre a
condenação do parlamentar. A Mesa da Câmara ou do Senado irá, então, deliberar (decidir)
como entender de direito (como quiser) se o parlamentar irá perder ou não o mandato eletivo,
conforme prevê o art. 55, VI, § 2º, da CF/88. Assim, mesmo com a condenação criminal, quem
30 decide se haverá a perda do mandato é a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal. STF. 2ª
Turma. AP 996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904) (obs: o Relator
Edson Fachin ficou vencido neste ponto)
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o Logo: (i) EC não pode criar cláusula pétrea, mas pode ampliar o rol de direitos
fundamentais; (ii) o novo direito fundamental não será tido como cláusula
pétrea, salvo se explicitar um direito e garantia fundamental originário
(cláusula pétrea).
● Competência dos Estados para legislar, conforme artigo 24:
o SUPLEMENTAR, NÃO-CUMULATIVA, quando exerce apenas a complementação
à norma geral federal. Não está cumulando a competência da União para
legislar sobre norma geral.
o PLENA, CUMULATIVA, quando assumem plenitude do poder de legislar sobre a
matéria, por ausência de norma geral da União. Cumula a competência da
União para legislar sobre norma geral.
● Energia elétrica não pode ser tratada por lei estadual, isso porque essa lei trata sobre energia
elétrica, matéria de competência privativa da União (art. 22, IV, da CF/88), além de interferir
nos termos da relação contratual estabelecida entre o poder federal e as concessionárias que
exploram o serviço de fornecimento de energia elétrica no Estado-membro.
● Súmula vinculante 46-STF: A definição dos crimes de responsabilidade e o estabelecimento das
respectivas normas de processo e julgamento são da competência legislativa privativa da
União. Porque o STF entende que definir o que seja crime de responsabilidade e prever as
regras de processo e julgamento dessas infrações significa legislar sobre Direito Penal e
Processual Penal, matérias que são de competência privativa da União, nos termos do art. 22,
I, e art. 85, parágrafo único, da CF
31 ● Súmula vinculante 54: A medida provisória não apreciada pelo congresso nacional podia, até a
Emenda Constitucional 32/2001, ser reeditada dentro do seu prazo de eficácia de trinta dias,
mantidos os efeitos de lei desde a primeira edição.
Atualmente (depois da EC 32/2001) Antes da EC 32/2001 (texto originário
da CF/88)
As MPs possuem prazo de eficácia de 60 dias. As MPs tinham prazo de eficácia de 30
dias.
A medida provisória será prorrogada uma única vez por igual
período se, mesmo tendo passado seu prazo de 60 dias, ela Não havia número máximo de
não tiver sido ainda votada nas duas Casas do Congresso reedições das medidas provisórias.
Nacional.
Enquanto não fossem votadas pelo
Dessa forma, o prazo máximo da MP é 120 dias (60 + 60). Congresso Nacional, elas podiam ficar
sendo reeditadas quantas vezes o
Se não for aprovada neste período, ela será considerada Presidente da República quisesse.
rejeitada por decurso do prazo, perdendo a sua eficácia desde
a sua edição. A MP 2.096, por exemplo, foi
reeditada mais de 80 vezes (durou
É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida mais de 6 anos até ser votada).
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua
eficácia por decurso de prazo (§ 10 do art. 62 da CF/88).
Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição
cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada entre 1º de janeiro de 1995
até a promulgação desta emenda, inclusive.
A CF não abre qualquer exceção para MP legislar sobre matéria penal, processual penal ou
processual civil, não obstante o STF já tenha se manifestado no sentido de caber MP para
matéria penal benéfica.
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● CPI não tem poder jurídico de, mediante requisição, a operadoras de telefonia, de cópias de
decisão nem de mandado judicial de interceptação telefônica, quebrar sigilo imposto a
processo sujeito a segredo de justiça. Este é oponível a CPI, representando expressiva
limitação aos seus poderes constitucionais.
Mandados de segurança contra CPI: extinta a CPI, qualquer mandado de segurança contra ela
perde o objeto, seja lá qual for o motivo. Assim, é irrelevante o fato de o mandado de
segurança impugnar suposta ilegalidade do relatório final, e não de atos investigatórios
praticados pela CPI. Tal circunstância, ao contrário, reforça a inviabilidade desta ação, dado
que voltada à antecipação de um pronunciamento judiciário que apenas se dará se e quando
ajuizada a concernente ação penal.
É firme a jurisprudência deste STF no sentido de que a extinção da CPI prejudica o
conhecimento do habeas corpus impetrado contra as eventuais ilegalidades de seu relatório
final, notadamente por não mais existir legitimidade passiva do órgão impetrado
O Judiciário pode rever os atos de determinada CPI que extrapolem o postulado da reserva
constitucional de jurisdição.
Poderes das CPIs: “terão poderes de investigação próprios das autoridades judiciais”
o Não abrange o poder geral de cautela.
o Não podem decretar constrição cautelar sobre os bens ou sobre a pessoa.
o Não pode decretar prisão preventiva.
o Admite prisão em flagrante.
o Não podem formular acusações
o Não podem punir delitos
33 o Não podem desrespeitar o privilégio contra a autoincriminação de indiciado ou
testemunha.
o Não pode investigar (indiciar) pessoa que possui foro de prerrogativa de função.
Deve encaminhar os elementos informativos ao Tribunal respectivo, sendo
vedado o indiciamento formal pela CPI.
o A atividade tipicamente jurisdicional de magistrado é absolutamente IMUNE à
investigação realizada pelas CPIs.
o Não é regra haver contraditório em CPI, pois é uma investigação. Mesmos
princípios de inquéritos.
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Ministério Público. Isso se deve à interpretação restritiva que é dada às competências do STF.
Logo:
o A LOMAN não trata sobre licença prêmio aos magistrados.
o A LOMP versa sobre licença prêmio na lei do MP.
● Compete ao STF: Quando a causa interessar a totalidade dos juízes, ou ficar configurado após
o julgamento na primeira instância o impedimento de mais da metade dos desembargadores
para apreciar o recurso voluntário/remessa necessária → STF.
o Inclusive em sede de ACP/Ação Popular.
● Competência do STF para conflitos federativos:
o Diferença entre conflito entre entes federados e conflito federativo: no
primeiro, pelo prisma subjetivo, observa-se litigância judicial promovida pelos
membros da Federação, no segundo, além da litigância, a conflituosidade da
causa importa em desestabilização do próprio pacto federativo. O STF só atua
nesta última, e não incluiu os litígios e as causas envolvendo municípios como
ensejadores de conflito federativo apto a exigir a competência originária da
Corte.
o O artigo 102 da CF que determina a competência do STF em conflito federativo
deve ser interpretado restritivamente. (Lá fala conflito entre os estados ou
entre a união e os estados).
o Não cabe execução de título extrajudicial ou de sentença, proposta por um
estado contra um ente federal, pois é um litígio judicial, e não um conflito
37 federativo que desestabilize o pacto federativo. A competência será da Justiça
Federal.
● Ações contra CNJ e CNMP
o Ações ordinárias: juiz federal de 1ª instância
o Ações tipicamente constitucionais: MS, MI, HC e HD: STF
● Competência para julgar ação de improbidade contra Ministro do STF é do próprio STF.
● De quem é a competência para julgar as ações envolvendo FGTS? Depende: • Se a ação for
proposta pelo trabalhador contra o empregador envolvendo descumprimento na aplicação da
Lei n.? 8.036/90, a competência será da Justiça do Trabalho; • É da competência da Justiça
Estadual autorizar o levantamento dos valores relativos ao PIS/PASEP e FGTS, em decorrência
do falecimento do titular da conta (Súmula 161-STJ); • Se a ação for proposta pelo trabalhador
contra a CEF em sua atuação como agente operadora dos recursos do FGTS, a competência
será da Justiça Federal considerando que a CEF é uma empresa pública federal (art. 109, I, da
CF/88).
o Súmula 82-STJ: Compete à Justiça Federal, excluídas as reclamações
trabalhistas, processar e julgar os feitos relativos à movimentação do FGTS.
o Súmula 249-STJ: A Caixa Econômica Federal tem legitimidade passiva para
integrar processo em que se discute correção monetária do FGTS.
1.6.4. CNJ
● Súmula 649 STF: são inconstitucionais os Conselhos Estaduais de Justiça, ainda que criados
pela Constituição Estadual e ainda que portadores de atuação estritamente administrativa. São
inconstitucionais, quer sejam internos, quer sejam externos. Somente a CF pode prever tal
espécie de órgão.
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● O prazo de 1 ano para o CNJ rever¸ de ofício ou mediante provocação, os PAD de juízes e
membros de tribunais só se aplica para REVISÃO. Para PAD de competência
originária/autônoma NÃO!
● O CNJ é constitucional, desde que mantida sua natureza estritamente administrativa, que não
abrange, porém, ingerência sobre o STF, mantido este órgão como cúpula do Poder Judiciário.
o O fato de o CNJ ter como membros estruturais advogados e cidadãos não o
torna inconstitucional.
▪ Em relação a estes, há aplicabilidade direta dos impedimentos
impostos na Constituição Federal aos magistrados, entre os quais a
vedação à advocacia, à atividade política e à ocupação de cargo
público diverso do magistério. Ou seja, as vedações aplicam-se aos
agentes externos ainda que não expressamente a eles dirigidos.
● Não cabe ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cujas atribuições são exclusivamente
administrativas, o controle de controvérsia que está submetida à apreciação do Poder
Judiciário.
● A CF conferiu competência originária e concorrente ao CNJ para aplicação de medidas
disciplinares. A competência constitucional do CNJ é autônoma (e não subsidiária). Assim, o
CNJ pode atuar mesmo que não tenha sido dada oportunidade para que a corregedoria local
pudesse investigar o caso.
● A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se
sujeita ao parâmetro temporal de um ano previsto no artigo 103-B, §4º, V, da CF.
38 ● CNJ no exercício do controle administrativo, pode deixar de aplicar lei inconstitucional. CNJ
pode determinar que Tribunal de Justiça exonere servidores nomeados sem concurso público
para cargos em comissão que não se amoldam às atribuições de direção, chefia e
assessoramento, contrariando o art. 37, V, da CF/88. Esta decisão do CNJ não configura
controle de constitucionalidade, sendo exercício de controle da validade dos atos
administrativos do Poder Judiciário.
o O presente julgado, no entanto, aponta, de forma categórica – mais do que em
outros julgados anteriores, que já pareciam caminhar nessa direção - que o
CNJ detém competência para afastar, por inconstitucionalidade, a aplicação
de lei invocada como fundamento para o ato administrativo objeto do
processo de controle instaurado perante aquele órgão, por ato expresso e
formal tomado pela maioria absoluta de seus membros. Isso não equivaleria
à declaração de inconstitucionalidade da lei, já que não decretaria – muito
menos com eficácia erga omnes – a sua invalidade, projetando o efeito de sua
decisão unicamente aos órgãos submetidos ao seu poder fiscalizatório.
o Demais disso, pôs-se em evidência o entendimento, bastante corrente na
doutrina, de que as leis inconstitucionais não são normas atendíveis, porque
colidem com uma Lei Maior, ou seja, a Constituição (princípio da juridicidade).
Ainda que essa linha de orientação seja costumeiramente invocada para
justificar a possibilidade de o chefe do Poder Executivo deixar de aplicar uma
lei por tê-la como contrária à Constituição, essa mesma linha de pensar
estende-se aos chamados órgãos administrativos autônomos,
constitucionalmente incumbidos da tarefa de controlar a validade dos atos
administrativos, tais como o TCU, o CNMP e o CNJ. Súmula 347-STF: O Tribunal
de Contas, no exercício de suas atribuições, pode apreciar a
constitucionalidade das leis e dos atos do poder público.
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● Não cabe MS contra ato de deliberação negativa (ausência de decisão) do CNJ ou CNMP, por
não se tratar de ato que gere a substituição ou a revisão do ato praticado por outro órgão do
Judiciário. Se o órgão não decidiu nada, não há ato a ser atacado no STF.
o Não compete ao STF apreciar originariamente pronunciamento do CNJ que
tenha julgado improcedente pedido de cassação de ato normativo editado por
vara judicial.
o Decisões negativas: aquelas que simplesmente tenham mantido decisões de
outros órgãos, nada fez. Pode ser reconhecimento de sua incompetência ou
recusa de intervir em determinado procedimento.
● CNJ pode anular e avocar processo administrativo disciplinar por falta de quorum e
imparcialidade dos julgadores. O Regimento Interno do CNJ e precedentes do Supremo
Tribunal Federal autorizam o exercício dessa competência pelo CNJ, notadamente quando se
verifique a insuficiência de quórum para produzir uma decisão cristalina por maioria absoluta.
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carência da ação. STF. Plenário. ADI 4409/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
6/6/2018 (Info 905).
● Segundo a jurisprudência do STF, a ADPF, como instrumento de fiscalização abstrata das
normas, está submetida, cumulativamente, ao requisito da relevância constitucional da
controvérsia suscitada e ao regime da subsidiariedade.
● A ADPF e a ADI são fungíveis entre si. Assim, o STF reconhece ser possível a conversão da ADPF
em ADI quando imprópria a primeira, e vice-versa. No entanto, essa fungibilidade não será
possível quando a parte autora incorrer em erro grosseiro. É o caso, por exemplo, de uma APF
proposta contra uma Lei editada em 2013, ou seja, quando manifestamente seria cabível a ADI
por se tratar de norma posterior à CF/88
● Não cabe arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) contra decisão judicial
transitada em julgado. Este instituto de controle concentrado de constitucionalidade não tem
como função desconstituir a coisa julgada. STF. Decisão monocrática.
● A decisão proferida em medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade estadual não
se submete à cláusula da reserva de plenário, não havendo falar, em decorrência, de violação
da Súmula Vinculante n.º 10/STF. (...) o Relator atua monocraticamente como longa manus do
órgão colegiado na presença do periculum in mora.
● É desnecessária a submissão à regra da reserva de plenário, quando a decisão estiver fundada
em jurisprudência do Plenário do STF, de modo que pode ser julgado por turma.
● A interpretação conforme a constituição é um tipo de situação constitucional imperfeita, pois
somente atenua a declaração de nulidade em caso de inconstitucionalidade de alguma
40 interpretação. Isso porque, em alguns casos, a interpretação conforme a Constituição é
equiparada a uma declaração de nulidade sem redução de texto. Para MENDES, ao fixar como
constitucional dada interpretação da norma, a decisão não declara a inconstitucionalidade de
todas as outras possíveis interpretações da norma (MENDES et. al., 2008, p. 1252-1253), daí a
situação constitucional imperfeita.
o A declaração de constitucionalidade ou de inconstitucionalidade, inclusive a
interpretação conforme a Constituição e a declaração parcial de
inconstitucionalidade sem redução de texto, têm eficácia contra todos e
efeito vinculante em relação aos órgãos do Poder Judiciário e à Administração
Pública federal, estadual e municipal."
● É possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em recurso extraordinário com
repercussão geral reconhecida. Para que seja realizada esta modulação, exige-se o voto de 2/3
(dois terços) dos membros do STF (maioria qualificada). STF. Plenário. RE 586453/SE, rel. orig.
Min. Ellen Gracie, red. p/ o acórdão Min. Dias Toffoli, julgado em 20/2/2013 (Info 695). É
possível a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle incidental de
constitucionalidade. STF. Plenário. RE 522897/RN, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
16/3/2017 (Info 857).
● O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 prevê o seguinte: “(...) a concessionária poderá contratar
com terceiros o desenvolvimento de atividades inerentes, acessórias ou complementares ao
serviço concedido, bem como a implementação de projetos associados.”
o Se o órgão fracionário de um Tribunal (ex: uma das Turmas do TRT) julga ilegal
a terceirização contratada por uma concessionária do serviço público,
afastando a aplicação do art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95, esta decisão viola a
súmula vinculante 10?
o SIM. O art. 25, § 1º, da Lei nº 8.987/95 permite a terceirizaçãoda atividade-fim
das empresas concessionárias do serviço público. Logo, se um órgão
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Constituição Federal, este último pode ter diversos parâmetros (econômicos, políticos, sociais,
culturais, etc.), não tendo aptidão para invalidar a norma.
● A Emenda Constitucional só pode ser declarada inconstitucional materialmente se ferir
cláusulas pétreas, logo, está adstrito às limitações materiais, explícitas ou implícitas, diferente
das leis, que basta desrespeitar qualquer norma constitucional para ser declara
inconstitucional. Por isso, diz-se que o parâmetro de constitucionalidade das EC é
estreitíssimo.
● Papel do AGU nas ações de controle de constitucionalidade.
o É citado para defender o ato impugnado. (CF e lei 9868)
o A atuação do AGU é um múnus público, que pode ser mitigado quando houver
entendimento do STF quanto à inconstitucionalidade do ato impugnado.
o Quando já tiver manifestado em parecer sobre a inconstitucionalidade da
norma.
● É possível a celebração de acordo num processo de índole objetiva, como a ADPF, desde que
fique demonstrado que há no feito um conflito intersubjetivo subjacente (implícito), que
comporta solução por meio de autocomposição. Vale ressaltar que, na homologação deste
acordo, o STF não irá chancelar ou legitimar nenhuma das teses jurídicas defendidas pelas
partes no processo. O STF irá apenas homologar as disposições patrimoniais que forem
combinadas e que estiverem dentro do âmbito da disponibilidade das partes. A homologação
estará apenas resolvendo um incidente processual, com vistas a conferir maior efetividade à
prestação jurisdicional.
46 ● Efeito repristinatório: a declaração de inconstitucionalidade de uma lei alcança, inclusive, os
atos pretéritos com base nele praticados, eis que o reconhecimento desse supremo vício
jurídico, que inquina de total nulidade os atos emanados do Poder Público, desampara as
situações constituídas sob a sua égide e inibe – ante a sua inaptidão para produzir efeitos
jurídicos validos. A declaração de inconstitucionalidade, seja ela lei permanente ou
temporária, encerra um juízo de exclusão, que, fundado numa competência de rejeição
deferida ao STF, consistente em remover do ordenamento positivo a manifestação estatal
inválida e desconforme ao modelo plasmado na Carta Política, com todas as consequências
daí decorrentes, inclusive a plena restauração de eficácia das leis e das normas afetadas pelo
ato declarado inconstitucional.
o De um lado, há a suspensão cautelar de eficácia do ato reputado
inconstitucional, de outro, a restauração das normas estatais revogadas pelo
diploma objeto da ADI.
o EXCEÇÃO: não haverá efeito repristinatório se a norma anterior padecer do
mesmo vício de inconstitucionalidade
● Os Conselhos Federais de Fiscalização Profissional (ex: Conselho Federal de Corretores de
Imóveis – COFECI) não podem propor ações de controle concentrado de constitucionalidade
porque não estão no rol do art. 103 da CF/88, que é taxativo. Os conselhos de fiscalização
profissional têm como função precípua o controle e a fiscalização do exercício das profissões
regulamentadas, exercendo, portanto, poder de polícia, atividade típica de Estado, razão pela
qual detêm personalidade jurídica de direito público, na forma de autarquias. Sendo assim, tais
conselhos não se ajustam à noção de entidade de classe, expressão que designa tão somente
aquelas entidades vocacionadas à defesa dos interesses dos membros da respectiva categoria
ou classe de profissionais.STF. Plenário ADC 34 AgR, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 05/03/2015.
STF. Plenário. ADPF 264 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/12/2014.
o Exceção: o Conselho Federal da OAB é legitimado para propor ADI ADC e ADPF
(art. 103, VII, da CF/88).
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● Se o CNMP decidir avocar um PAD que está tramitando na Corregedoria local por suspeita de
parcialidade ao Corregedor, ele poderá aproveitar os atos instrutórios praticados regularmente
na origem pela comissão processante. Aplica-se aqui o princípio do pás de nullité sans grief.
● Se um membro do MP pratica falta administrativa que também seja CRIME, o prazo de
prescrição para ingressar com a ação civil para a aplicação da pena administrativa de perda
de cargo só terá início com o trânsito em julgado da sentença condenatória no âmbito penal.
● O membro do Ministério Público que atua perante o Tribunal de Contas possui legitimidade e
capacidade postulatória para impetrar mandado de segurança, em defesa de suas
prerrogativas institucionais, contra acórdão prolatado pela respectiva Corte de Contas.
● O termo inicial da contagem do prazo para impugnar decisão judicial é, para o Ministério
Público, a data da entrega dos autos na repartição administrativa do órgão, sendo irrelevante
que a intimação pessoal tenha se dado em audiência, em cartório ou por mandado.
● O Ministério Público Federal é parte ilegítima para ajuizar ação civil pública que visa à
anulação da tramitação de Projeto de Lei do Plano Diretor de município, ao argumento da
falta de participação popular nos respectivos trabalhos legislativos. No caso concreto, o MPF
ajuizou ACP contra o Município de Florianópolis e a União argumentando que o Poder
Executivo Municipal teria encaminhado à Câmara de Vereadores o projeto de Lei do Plano
Diretor da cidade sem a realização das necessárias audiências públicas, o que violaria o
Estatuto da Cidade. O STJ entendeu que a legitimidade para essa demanda seria do Ministério
Público estadual (e não do MPF).
● MPDFT: Julgado por TRF; O PGJDFT pode ser destituído antes do término do mandato por
48 voto de maioria absoluta do SENADO FEDERAL, e não da Câmara Legislativa do DF.
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● Segundo o STJ, é possível a extinção de curso superior por Instituição Educacional em razão da
ausência de quorum mínimo de alunos inscritos, com base no princípio da autonomia
universitária, preconizado no artigo 53, inciso I, da Lei Federal n.° 9.394/1996, desde que
forneça adequada e prévia informação de encerramento do curso.
● É cabível indenização por danos morais ao aluno universitário que fora compelido a migrar
para outra instituição educacional pelo fato de a instituição contratada ter extinguido de
forma abrupta o curso, ainda que esta tenha realizado convênio, com as mesmas condições e
valores, com outra instituição para continuidade do curso encerrado.
● Competência no caso de ações envolvendo o FUNDEF
I — Ação PENAL: a competência será sempre da Justiça Federal. Ratio: há interesse
federal (art. 109, IV, da CF), considerando que o texto constitucional atribuiu à União
função supletiva e redistributiva em matéria educacional, bem como o interesse na
universalização de um padrão mínimo de qualidade do ensino, nos termos do § 1º do
54 art. 211 da CF/88. II — Ação de IMPROBIDADE:
▪ Se houve complementação de recursos pela União: competência da Justiça
Federal.
▪ Se não houve complementação de recursos pela União: competência da Justiça
Estadual.
● O Ministro não é autoridade competente para determinar a expedição do diploma, não
detendo legitimidade passiva para MS. A Universidade possui autonomia específica para
prática de tal ato. Legitimidade da Universidade para figurar em polo passivo de MS para
expedição de diploma.
● REVALIDAÇÃO DE DIPLOMAS ESTRANGEIROS: art. 48 LDB
o Graduação: a cargo das universidades públicas.
o Pós graduação stricto sensu (mestrado e doutorado): pode ser feito por
também por instituições particulares.
● O regime de progressão continuada (aprovação automática) só pode ser implantada no ensino
fundamental, não se aplicando ao ensino médio.
● Os dispositivos do art. 4º, caput, e §§ 1º e 2º, da Lei nº 11.738/2008 não amparam a tese de
que a União é parte legítima, perante terceiros particulares, em demandas que visam à sua
responsabilização pela implementação do piso nacional do magistério, afigurando-se correta a
decisão que a exclui da lide e declara a incompetência da Justiça Federal para processar e
julgar o feito ou, em sendo a única parte na lide, que decreta a extinção da demanda sem
resolução do mérito.
● Em outras palavras, os Estados prejudicados com o cálculo incorreto do valor mínimo nacional
por aluno deverão ser indenizados por conta do montante pago a menor a título de
complementação pela União no período de vigência do FUNDEF, isto é, nos exercícios
financeiros de 1998 a 2007. Essa indenização abrange apenas os danos materiais, não sendo
devidos danos morais coletivos por conta desse repasse a menor. O valor da complementação
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alegando desapropriação indireta da União. Isto posto, incabível indenização por alegação de
terra devoluta de propriedade do Estado.
● As hipóteses previstas no DL 3365/41 para desapropriação por utilidade pública são taxativas,
não sendo prevista destinação de terra aos QUILOMBOLAS. Assim, a desapropriação para
concessão de domínio de terra aos remanescentes dos quilombos é de interesse social,
cabendo a desapropriação prevista no artigo 184 (interesse social – pagamento por TDA) da
CF. O imóvel desapropriado não vai servir à administração Pública, e sim ao interesse da
comunidade, está-se diante de interesse social e não de utilidade pública, visto que o escopo
da desapropriação em causa é a preservação do patrimônio cultural do povo quilombola.
● A União deverá figurar como litisconsorte necessária em ação na qual se discute com
particulares se determinada área é remanescente das comunidades dos quilombos (art. 68
do ADCT), mesmo que na ação já exista a presença da Fundação Cultural Palmares (fundação
federal).
● É inconstitucional qualquer interpretação que permita a regularização fundiária das terras
ocupadas por quilombolas e outras comunidades tradicionais da Amazônia Legal em nome de
terceiros ou de forma a descaracterizar o modo de apropriação da terra por esses grupos. Em
outras palavras, os quilombolas e outras comunidades tradicionais não podem perder suas
terras em caso de regularização fundiária.
● QUILOMBOLAS: a competência para identificação, reconhecimento, delimitação, demarcação
e titulação das terras ocupadas pelos remanescentes das comunidades dos quilombos é do
INCRA, sem prejuízo da competência concorrente dos Estados, DF e municípios, que também
56 ●
poderão fazer.
O processo de demarcação, regulamentado pelo Decreto nº 1775/96, é o meio administrativo
para identificar e sinalizar os limites do território tradicionalmente ocupado pelos povos
indígenas. Nos termos do mesmo Decreto, a regularização fundiária de terras indígenas
tradicionalmente ocupadas compreende as seguintes etapas, de competência do Poder
Executivo: 1) Estudos de identificação e delimitação, a cargo da Funai; 2) Contraditório
administrativo; 3) Declaração dos limites, a cargo do Ministro da Justiça; 4) Demarcação física,
a cargo da Funai; 5) Levantamento fundiário de avaliação de benfeitorias implementadas pelos
ocupantes não índios, a cargo da Funai, realizado em conjunto com o cadastro dos ocupantes
não-índios, a cargo do Incra; 6) Homologação da demarcação, a cargo da Presidência da
República, por meio de Decreto Presidencial; 7) Retirada de ocupantes não-índios, com
pagamento de benfeitorias consideradas de boa-fé, a cargo da Funai, e reassentamento dos
ocupantes não-índios que atendem ao perfil da reforma, a cargo do Incra; 8) Registro das
terras indígenas na Secretaria de Patrimônio da União, a cargo da Funai e; 9) Interdição de
áreas para a proteção de povos indígenas isolados, a cargo da Funai.
o Assim também dispõe a Lei n.º 6.001, de 19 de dezembro de 1973 (Estatuto do
índio):Art. 19. As terras indígenas, por iniciativa e sob orientação do órgão
federal de assistência ao índio, serão administrativamente demarcadas, de
acordo com o processo estabelecido em decreto do Poder Executivo. Desta
forma, a demarcação deve ser homologada por Decreto do Presidente e não
por meio de resolução.
● A realização da etapa de levantamento da área a ser demarcada é imprescindível, ainda que
já tenham sido realizados trabalhos de identificação e delimitação da terra indígena de
maneira avançada.
o O descumprimento dessa etapa configura violação do devido processo legal
administrativo e enseja vício de nulidade da demarcação.
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questionamento em outros processos. Isso não significa transformação da coisa julgada em ato
normativo geral e abstrato, vinculante para outros processos que discutam matéria similar. Em
outras palavras, essas condições estipuladas para a Raposa Serra do Sol não vinculam os
juízes e tribunais quando forem julgar questões envolvendo outras terras indígenas. Vale
ressaltar, entretanto, que é natural que o entendimento do STF sobre o tema sirva de força
argumentativa para outros casos semelhantes. STF. Plenário. Pet 3388 ED — Terceiros/RR, rel.
Min. Roberto Barroso, julgado em 23/10/2013 (Info 725).
● É a própria comunidade que atesta a autoatribuição como remanescentes quilombolas.
● O processo de demarcação de terras indígenas, tal como regulado pelo Decreto nº 1.775/1996,
não vulnera os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que garante aos
interessados o direito de se manifestarem.
● Como regra, se os índios não estavam na posse da área em 05/10/1988, ela não será
considerada terra indígena (art. 231 da CF/88). Existe, contudo, uma exceção a essa regra.
Trata-se do chamado renitente esbulho. Assim, se, na época da promulgação da CF/88, os
índios não ocupavam a terra porque dela haviam sido expulsos em virtude de conflito
possessório, considera-se que eles foram vítimas de esbulho e, assim, essa área será
considerada terra indígena para os fins do art. 231. O renitente esbulho se caracteriza pelo
efetivo conflito possessório, iniciado no passado e persistente até o marco demarcatório
temporal da data da promulgação da Constituição de 1988, materializado por circunstâncias
de fato ou por controvérsia possessória judicializada. Vale ressaltar que, para que se
caracterize o renitente esbulho, é necessário que, no momento da promulgação da CF/88, os
58 índios ainda estivessem disputando a posse da terra ou tivessem sido delas expulsos há
pouco tempo. Se eles foram dela expulsos muitos anos antes de entrar em vigor a CF/88, não
se configura o chamado “renitente esbulho”. Exemplo: no caso concreto apreciado pelo STF, a
última ocupação indígena na área ocorreu no ano de 1953, data em que os índios foram
expulsos da região. Nessa situação, a Corte entendeu que não estava caracterizado o renitente
esbulho, mas sim “a desocupação forçada ocorrida no passado” já que, no momento da
promulgação da CF/88, já havia se passado muitos anos da saída dos índios do local e eles não
mais estavam em conflito possessório por aquelas terras. STF. 2ª Turma. ARE 803462 AgR/MS,
Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 9/12/2014 (Info 771).
● Texto importante sobre o tema:
A proteção das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios representa um aspecto
fundamental dos direitos e das prerrogativas constitucionais assegurados ao índio.
Sem ter a garantia de que irá permanecer nas terras por eles já tradicionalmente ocupadas, os
índios ficam expostos ao risco da desintegração cultural, da perda de sua identidade étnica, da
dissolução de seus vínculos históricos, sociais e antropológicos e da erosão de sua própria
consciência.
Entretanto, somente são reconhecidos aos índios os direitos sobre as terras que
tradicionalmente ocupem se a área estiver habitada por eles na data da promulgação da CF/88
(marco temporal) e, complementarmente, se houver a efetiva relação dos índios com a terra
(marco da tradicionalidade da ocupação).
No caso concreto, por exemplo, o relatório elaborado pela FUNAI indicou que há mais de 70
anos não existia comunidade indígena ou posse indígena no local em disputa. Logo, o marco
temporal não estava preenchido, sendo, portanto, impossível reconhecer a posse indígena
daquelas terras. Em outras palavras, não estavam atendidos os requisitos necessários para se
reconhecer aquela área como sendo uma terra tradicionalmente ocupada por índios, nos
termos do art. 231 da CF/88.
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2. DIREITO PREVIDENCIÁRIO
2.1. Seguridade Social. Saúde, Previdência e Assistência.
Distinções.
Seguridade Social. Conceitos fundamentais. Natureza. Princípios. Fontes do Direito da
Seguridade Social. Interpretação, aplicação, integração e eficácia das normas. Direito
intertemporal. Direito adquirido e expectativa de direito.
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natureza salarial, conclui-se que esta verba integra a remuneração, razão pela qual incide
contribuição previdenciária.
●
63 ●
A EC 20/98 alterou a redação do artigo 195, I, da CF, ampliando a autorização para instituição
do PIS e COFINS incidentes sobre o resultado da atividade econômica (trocando a expressão
faturamento pela expressão receita ou faturamento, bem como para instituição das
contribuições previdenciárias, trocando a expressão folha de salários por folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título. Acrescentou-se ainda
na contribuição patronal a contribuição para o autônomo que lhe preste serviço, mesmo que
sem vínculo empregatício.
o A COFINS e o PIS são duas contribuições para o financiamento da seguridade social. A
primeira, COFINS, incide sobre a receita ou o faturamento (CF, 195, I, b), paga por todos
os contribuintes, lucrativos ou não. Já o PIS incide sobre o lucro líquido, de forma que os
contribuintes que registram prejuízos no exercício não estão sujeitos a seu pagamento.
A partir de tal Emenda, resolve-se a questão dos rendimentos financeiros (juros)
o STF - empregado: tanto no período anterior, quanto no período posterior à EC 20/98, a
contribuição previdenciária patronal pode incidir sobre os ganhos habituais do
empregado a qualquer título, ainda que não estritamente qualificado como “folha de
salários”, como adicionais de periculosidade e insalubridade, gorjetas, prêmios, etc.
Aqui a jurisprudência não se alterou. A contribuição social a cargo do empregador
incide sobre ganhos habituais do empregado, quer anteriores ou posteriores à Emenda
Constitucional 20/1998. STF. Plenário. RE 565160/SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 29/3/2017 (repercussão geral) (Info 859).
o STF - empregador: antes da vigência da EC20/98, não era possível incidir contribuição
patronal sobre valores pagos àqueles que não eram empregados, como os autônomos,
sócio-gerente, sócio-administrador e avulso que prestam serviço ao empregador. Aqui
a jurisprudência se alterou, pois passa ser obrigatório recolher.
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35H 30M
Para excluir fator cabe a regra 85/95
Aqui reduz 5 anos para professor no tempo de contribuição
68 ● Compete à Justiça Estadual – e não à Justiça Federal – processar e julgar ação que tenha por
objeto a concessão de pensão por morte decorrente de óbito de empregado ocorrido em
razão de assalto sofrido durante o exercício do trabalho.
● Art. 120. Nos casos de negligência quanto às normas padrão de segurança e higiene do
trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação
regressiva contra os responsáveis.
● O art. 120 da Lei nº 8.213/91 prevê que "nos casos de negligência quanto às normas padrão de
segurança e higiene do trabalho indicados para a proteção individual e coletiva, a Previdência
Social proporá ação regressiva contra os responsáveis." Assim, este dispositivo autoriza que o
INSS proponha ação de regresso contra o ex-empregador pedindo o ressarcimento dos
valores que pagou e ainda irá pagar a título de pensão por morte. É possível aplicar este art.
120 para outros casos que não envolvam acidente de trabalho? SIM. O STJ decidiu que: É
possível que o INSS ajuíze ação regressiva contra o autor do homicídio pedindo o
ressarcimento dos valores pagos a título de pensão por morte aos filhos de segurada, vítima
de homicídio praticado por seu ex-companheiro. O art. 120 da Lei 8.213/91 não é numerus
clausus (taxativo) e, assim, não exclui a responsabilidade civil do causador do dano prevista no
art. 927 do CC
● Perde o direito à pensão por morte o cônjuge, o companheiro ou a companheira se
comprovada, a qualquer tempo, simulação ou fraude no casamento ou na união estável, ou a
formalização desses com o fim exclusivo de constituir benefício previdenciário, apuradas EM
PROCESSO JUDICIAL no qual será assegurado o direito ao contraditório e à ampla defesa
● Viúva que recebe pensão por morte de seu marido não deve pagar ao filho posteriormente
reconhecido em ação de investigação de paternidade a quota das parcelas recebidas antes da
sentença de reconhecimento da paternidade, em respeito à situação jurídica definitivamente
constituída. No caso concreto, a retroatividade da sentença esbarra em um obstáculo: o fato
de que as verbas previdenciárias recebidas pelo beneficiário ostentam caráter alimentar e
mostram-se irrepetíveis já que tem por objetivo garantir a subsistência, salvo má-fé.
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● Súmula 336-STJ: A mulher que renunciou aos alimentos na separação judicial tem direito à
pensão previdenciária por morte do ex-marido, comprovada a necessidade econômica
superveniente.
● Ao menor sob guarda é garantido o direito à pensão por morte. O ECA deve prevalecer sobre a
modificação legislativa na Lei RGPS, em homenagem ao princípio da proteção integral e
preferência da criança e adolescente
● Súmula TNU 52: Para fins de concessão de pensão por morte, é incabível a regularização do
recolhimento de contribuições de segurado contribuinte individual posteriormente a seu
óbito, exceto quando as contribuições devam ser arrecadadas por empresa tomadora de
serviços. É vedada contribuição post mortem de contribuinte individual.
● A jurisprudência vem deferindo pensão por morte ao segurado que percebe auxílio-acidente e
não trabalha mais e nem contribui.
● STF: impossibilidade de revisão de pensão por morte cuja RMI antiga era inferior à 100%.
Mesmo argumento do auxílio-acidente: tempus regit actum.
● Deve ser reconhecido aos avós do segurado falecido o direito ao recebimento de pensão por
morte em razão de terem sido os responsáveis pela criação do neto, ocupando verdadeiro
papel de genitores, observada o requisito de dependência econômica.
● Para a concessão de pensão por morte, é possível a comprovação da união estável por meio de
70 ●
prova exclusivamente testemunhal.
O exercício de atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual,
não impede a concessão da parte individual da pensão por morte PREVIDENCIÁRIA do
dependente com deficiência mental.
● Art. 112. O valor não recebido em vida pelo segurado só será pago aos seus dependentes
habilitados à pensão por morte ou, na falta deles, aos seus sucessores na forma da lei civil,
independentemente de inventário ou arrolamento. – Mesma coisa as verbas trabalhistas e o
FGTS depositado.
o Assim, em caso de falecimento do autor no curso de ação ou execução, os
dependentes habilitados na previdência social do autor falecido poderão
habilitar-se, comprovando o óbito e a condição de dependentes
previdenciários, mediante certidão fornecida pelo próprio INSS.
● O benefício cessará em:
o Filho e irmão: até os 21 anos, salvo se inválido ou tiver deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave.
o Filho e irmão inválido/deficiente: até a cessação da invalidez/deficiência.
▪ Ao dependente deficiente, não cessará a pensão por morte, bem
como não impede a sua concessão, ainda que ele exerça atividade
remunerada, inclusive na condição de MEI.
o Cônjuge ou companheiro se inválido ou com deficiência: cessação da
invalidez/deficiência, respeitado o período mínimo de 4 meses
▪ Se permanecer inválido, não importa se verteu menos de 18
contribuições ou se estão juntos a menos de 2 anos. A pensão
permanecerá enquanto persistir a condição incapacitante.
o Se verteu menos de 18 contribuições ou possui menos de 2 anos de união
estável ou casamento, cessa em 4 meses . EXCEÇÕES
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atividade tiver ocorrido antes de quinze dias do afastamento, o segurado fará jus ao auxílio-
doença a partir do dia seguinte ao que completar os quinze dias de afastamento, somados os
períodos de afastamento intercalados. (Feito para não prejudicar o empregador em razão de
atestados picotados)
● ATENÇÃO: O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade abrangida pela
previdência social será devido mesmo no caso de incapacidade apenas para o exercício de uma
delas, devendo a perícia médica ser conhecedora de todas as atividades que o segurado
estiver exercendo.
o Nesse caso, o auxílio-doença será concedido em relação à atividade para a
qual o segurado estiver incapacitado, considerando-se para efeito de carência
somente as contribuições relativas a essa atividade.
o Quando o segurado que exercer mais de uma atividade e se incapacitar
definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido
indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades.
o O valor poderá ser inferior ao salário mínimo, desde que somado às demais
remunerações recebidas resultar um valor superior ao salário mínimo.
● A concessão da aposentadoria por invalidez deve considerar não apenas os elementos
previstos no art. 42 da Lei nº 8.213/91, mas também aspectos socioeconômicos, profissionais e
culturais do segurado, ainda que o laudo pericial tenha concluído pela incapacidade somente
parcial para o trabalho.
●
73 Em hipótese de doença com estigma social, como AIDS e obesidade mórbida, ainda que não
tenha sido reconhecida a incapacidade do requerente para sua atividade pessoal, o julgador
PODE analisar as condições pessoais e sociais para concessão de benefício por incapacidade.
o Súmula 78 da TNU: Comprovado que o requerente de benefício é portador do
vírus HIV, cabe ao julgador verificar as condições pessoais, sociais, econômicas
e culturais, de forma a analisar a incapacidade em sentido amplo, em face a
elevada estigmatização social da doença.
● Ao portador de HIV, constatada a incapacidade laboral, porém, capacidade para vida
independente, não pode obstar a percepção de LOAS, pois o benefício não pode ser concedido
só quando o indivíduo não pudesse se locomover, o que não parece ser o intuito do legislador.
● Se a incapacidade surgir posteriormente ao requerimento administrativo, o termo inicial do
benefício por incapacidade concedido judicialmente deverá ser fixado na data da citação
● O benefício por incapacidade conta como salário-de-contribuição. MAS, o afastamento
contínuo da atividade sem contribuição não pode ser considerado como carência para calcular
aposentadoria por invalidez precedida de auxílio-doença. Só conta se for intercalado com
trabalho, pois senão estaria a se admitir irrazoavelmente a contagem ficta. Assim, para ser
contabilizado, deve haver período de trabalho entre os benefícios. Súmula 73 da TNU.
o Logo: desde que tenha sido intercalado com o exercício de atividade
laborativa, o período em que o segurado se beneficiar de auxílio-doença ou
aposentadoria por invalidez deverá ser considerado para fins de cômputo de
carência e para o cálculo do tempo de contribuição na concessão de
aposentadoria por invalidez, conforme entendimento do STF. – Súmula 73 da
TNU.
o ATENÇÃO: no caso de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrente
de acidente de trabalho, é desnecessário que sejam intercalados por períodos
contributivos, sendo contabilizados como carência e tempo de contribuição.
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● STJ: não havendo concessão de auxílio-doença, bem como ausente prévio requerimento
administrativo para a percepção do auxílio-acidente, o termo a quo para recebimento do
auxílio-acidente é a data da citação do INSS.
● Não é possível acumular dois: Caso surja direito a um novo benefício de auxílio acidente, é
vedada a percepção de dois, de modo que será mantido o benefício mais vantajoso em relação
à RMI.
● STF/AGU/TNU: incabível revisão de benefícios antigos concedidos com RMI menor ao atual,
50%, em homenagem ao princípio tempus regit actum.
● O segurado especial, cujo acidente ou moléstia é anterior à vigência da Lei n. 12.873/2013, que
alterou a redação do inciso I do artigo 39 da Lei n. 8.213/1991, não precisa comprovar o
recolhimento de contribuição como segurado facultativo para ter direito ao auxílio-acidente.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.361.410-RS, Rel. Min. Benedito Gonçalves, julgado em 08/11/2017
(recurso repetitivo) (Info 619). Obs: depois da Lei nº 12.873/2013 o segurado especial continua
tendo direito ao auxílio-acidente sem precisar comprovar o recolhimento de contribuição
como segurado facultativo. Assim, a tese seria melhor redigida se afirmasse o seguinte: O
segurado especial, seja antes ou depois da Lei nº 12.873/2013, tem direito ao auxílio-acidente
sem precisar comprovar o recolhimento de contribuição como segurado facultativo
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● SUM 82 TNU Categorias profissionais que possuem direito à aposentadoria especial: Além dos
profissionais da saúde, contempla os trabalhadores que exercem atividades de serviços gerais
em limpeza e higienização de ambientes hospitalares.
● Em aposentadoria especial inexiste diferença entre homens e mulheres, sendo 100% do SB,
não incide fator previdenciário.
● O aposentado especial que retornar à atividade especial terá o benefício suspenso. A lei não
veda o retorno à atividade comum.
● Aposentadoria especial segundo o texto de lei, é concedido ao empregado, trabalhador avulso
e contribuinte individual somente se cooperado filiado à cooperativa de trabalho ou de
produção. Isto porque somente nesses casos há a respectiva fonte de custeio prévia. (GILRAT).
Atenção, o STJ considerou o artigo 64 do RPS ilegal, motivo pelo qual é cabível o benefício ao
contribuinte individual.
o Essa menção de “somente se cooperado e filiado à cooperativa existe em
virtude do fato de que apenas quanto à contratação do contribuinte individual
descrito, há a previsão de incidência da contribuição do 22, II, da 8212, que
financia a aposentadoria especial (§6º, art. 57, lei 8213)
o Não há vedação legal para contribuinte individual, desde que comprove a
exposição a agentes nocivos à saúde ou à integridade física. Neste sentido é a
súmula 62 da TNU. Alguns divergem aqui. Acompanhar essa tese em prova!
● A atividade especial é considerada como tempo de trabalho permanente, não ocasional nem
intermitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física do
77 segurado.
o SUM 49 TNU: a exposição aos agentes nocivos à saúde ou integridade física
não precisa ocorrer de forma permanente.
● ATENÇÃO: considera-se como atividade especial os períodos de descanso, férias, afastamento
decorrentes de gozo de benefícios de auxílio-doença ou aposentadoria por invalidez
acidentária, percepção de salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado
estivesse exercendo atividade considerada especial.
● SUM 68 TNU: o laudo pericial não contemporâneo ao período trabalhado é apto à
comprovação da atividade especial do segurado.
● SUM 55 TNU A conversão do tempo de atividade especial em comum deve ocorrer com
aplicação do fator multiplicativo em vigor na data da concessão da aposentadoria.
o ATENÇÃO Exceção ao tempus regit actum, pois não considera o fator
multiplicativo vigente na época da atividade laboral.
o ATENÇÃO: a atividade exercida como especial é disciplinada pela lei vigente à
época da prestação do serviço, passando a integrar, como direito adquirido, o
patrimônio jurídico do trabalhador, não se aplicando retroativamente a
legislação nova restritiva.
● SUM 50 TNU: é possível a conversão do tempo de serviço especial em comum do trabalho
prestado em qualquer período.
o ATENÇÃO: não se converte tempo comum em especial, a partir de 1995.
● Atividade especial: acima de 80 decibéis até 1997. De 97 a 2003, 90 decibéis. De 2003 em
diante, 85 decibéis.
● APOSENTADORIA ESPECIAL AO DEFICIENTE:
o Não incide fator previdenciário. Só se for benéfico ao deficiente.
o A renda é 100% do SB.
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● STJ em caso de demissão sem justa causa durante a gestação, é do INSS – e não do
empregador – a responsabilidade pelo pagamento do salário-maternidade à segurada
demitida sem justa causa durante a gestação.
● Com o objetivo de aliviar o MEI, o salário-maternidade da segurada empregada é pago
diretamente pelo INSS.
● O não preenchimento do requisito etário exigido para filiação ao RGPS como segurado especial
não constitui óbice à concessão de salário-maternidade a jovem menor de 16 anos impedida
de exercer trabalho rural em economia familiar.
● O salário-maternidade não poderá ser cumulado com benefício por incapacidade, vez que os
dois são criados para substituir a remuneração.
● Durante o período de graça é cabível salário-maternidade.
● Súmula 45 TNU: o salário-maternidade deve receber correção monetária desde à época do
parto, independentemente da data do requerimento administrativo.
● Entende-se que é possível conceder salário-maternidade para trabalhadoras rurais menores de
16 anos, vez que são consideradas seguradas-especiais. O mesmo pode-se dizer para indígenas
(em provas de PGF defender que não)
2.4.10. Salário-família
Objetiva complementar as despesas domésticas com os filhos menores de 14 anos de idade
ou inválidos de qualquer idade.
Devido aos enteados ou tutelados menores de 14 anos, sendo necessário a comprovação de
dependência econômica, que não é presumida.
80 É pago em 2 cotas fixas que serão atualizadas anualmente.
Quem faz jus: empregado, trabalhador avulso, aposentado por invalidez ou por idade com
mais de 65H e 60M, na qualidade de empregado, empregado doméstico e avulso. Empregado
doméstico passou a ter direito com a LC 150.
É pago na percepção do auxílio-doença e salário-maternidade.
Deve haver baixa renda, conforme fixado pelo artigo 13 da EC 20/98.
Inexiste carência. Não há cálculo.
É possível a percepção de dois salários-família, em razão do mesmo filho, desde que ambos
os pais sejam responsáveis pelo mesmo infante e se caracterizem individualmente como baixa
renda.
A empresa efetua o pagamento, efetivando-se a compensação quando do recolhimento das
contribuições, conforme regulamento
Exige-se apresentação anual de atestado de vacinação obrigatória; comprovação semestral de
frequência à escola do filho ou equiparado. Não exigido para empregado doméstico, devendo
só apresentar certidão de nascimento.
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● Contagem recíproca de trabalhador RURAL que passa para RPPS: deve indenizar todo o
período trabalhado. A contagem recíproca não aceita sem contribuir.
● Trabalho rural de menor de idade. SUM 5 TNU: A prestação de serviço rural por menor de 12
a 14 anos, até o advento da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, devidamente comprovada, pode
ser reconhecida para fins previdenciários.
● Aposentadoria híbrida: pode ser concedida tanto para trabalhador urbano que queira
computar o período rural; quanto para trabalhador rural que queira computar período urbano.
Nestes casos não se aplica a redução de 5 (cinco) anos de idade para os trabalhadores rurais.
● Não se computa para EFEITO DE CARÊNCIA, o trabalho rural para APOSENTADORIA POR
IDADE.
o Computa-se como tempo de contribuição para fins de APOSENTADORIA POR
TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO, pois o tempo de serviço é computado como tempo
de contribuição.
o A APOSENTADORIA POR IDADE EXIGE CARÊNCIA. Assim, não é possível
aproveitar o trabalho rural para aposentar no RGPS A aposentadoria por
idade rural é diferente, devendo-se comprovar o labor rurícola no período
imediatamente anterior ao requerimento administrativo em relação ao
tempo de carência exigido para o benefício específico.
● Para concessão de aposentadoria rural, a atividade rural deverá ser comprovada através do
início de prova material (documentos) produzido contemporaneamente ao período probando,
mesmo que de maneira descontínua, no período de 180 meses imediatamente anterior ao
82 requerimento do benefício ou à data do implemento da idade mínima, salvo força maior.
Súmula 34 e 54 TNU.
● Não se exige que o início de prova material corresponda a todo o período equivalente à
carência do benefício. Súmula 14 TNU.
● A certidão de casamento ou outro documento idôneo que evidencie a condição de trabalhador
rural do cônjuge constitui início razoável de prova material. Súmula 6 TNU.
o A certidão de casamento na qual conste que o cônjuge do requerente da
aposentadoria é agricultor pode ser considerada como início de prova
material?
o REGRA: SIM. A certidão de casamento na qual conste que o cônjuge do autor é
lavrador é suficiente para comprovar início de prova material. Essa é a posição
tanto do STJ como da TNU (Súmula 06).
o As certidões de casamento e de óbito prestam-se como início de prova
material do labor campensino, desde que corroboradas por robusta prova
testemunhal, apta a ampliar sua força probante. A ocorrência do falecimento
do cônjuge, em momento anterior ao implemento da idade para a obtenção
do benefício de aposentadoria rural por idade, não tem o condão de afastar a
certidão de casamento como início de prova material do labor rurícola, desde
que acompanhada de prova testemunhal suficiente. STJ. 2ª Turma. AgRg no
AREsp 782695/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 05/11/2015.
o
o EXCEÇÃO: essa certidão de casamento não será considerada como início de
prova material quando ficar demonstrado que o cônjuge, apontado como
rurícola, vem a exercer posteriormente atividade urbana.
● SÚMULA 577 STJ: é possível reconhecer o tempo de serviço rural anterior ao documento mais
antigo apresentado, desde que amparado em convincente prova testemunhal colhida sob o
contraditório.
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● Súmula 05 TNU: Tempus regit actum: “a prestação de serviço rural por menor de 12 a 14 anos,
até o advento da lei 8213, devidamente comprovada, pode ser reconhecida para fins
previdenciários.
● Súmula 76 da TNU: A averbação de tempo de serviço rural não contributivo, prestados
anteriormente à lei 8213, não permite majorar o coeficiente de cálculo da RMI de
aposentadoria por idade previsto no art. 50 da 8213. STJ entende igual.
● A regra que limita a 120 dias o limite que o segurado especial pode deixar de exercer atividade
rural só se aplica após a publicação da lei em 2008. Em período anterior é vedada tal restrição.
● A sentença trabalhista pode ser considerada como início de prova material, sendo apta a
comprovar o tempo de serviço, mesmo que o INSS não tenha participado da relação jurídico-
processual-trabalhista, se corroborado por outro meio de prova. STJ. 2ª Turma. AgInt no AREsp
988325/SP, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 20/04/2017.
● Após a lei 8213, o trabalhador rural, na condição de segurado especial, sujeito à contribuição
obrigatória sobre a produção rural comercializada, somente faz jus à aposentadoria por
tempo de serviço se recolher contribuições facultativas (como contribuinte indivudual –
sumula 272 do STJ). Ou seja, deve recolher como contribuinte individual para ter direito ao
benefício. Apenas o funrural não lhe gera direito. O funrural só lhe geral o direito de
aposentadoria por idade com o benefício no valor de um salário mínimo.
● O segurado especial terá direito ao benefício de um salário mínimo, salvo se recolher como
contribuinte facultativo ou individual, ocasião em que poderá aposentar por tempo de
contribuição e a BC será realizada conforme a contribuição efetivada.
83 ● STJ: é possível considerar o tempo de serviço rural anterior ao advento da lei 8213 para fins de
carência de aposentadoria híbrida por idade, sem que seja necessário o recolhimento de
contribuições previdenciárias para este fim. No entanto, perderá a possibilidade de redução
de 5 anos.
o ATENÇÃO: o trabalho rural anterior à lei 8213, em caso de aposentadoria por
tempo de contribuição, não será computado para efeito de carência, conforme
o artigo 55, §2º, mas tão somente como tempo de serviço.
o A aposentadoria híbrida pode ser concedida ainda que a última atividade do
segurado seja urbana, ou seja, ele começou na atividade rural e depois migrou
para a urbana.
● A ausência de prova de atividade rural extingue o processo sem resolução do mérito por
carência de pressuposto de constituição e desenvolvimento válido do processo, não gerando
coisa julgada.
● Súmula 149-STJ: A prova exclusivamente testemunhal não basta à comprovação da atividade
rurícola, para efeito da obtenção de benefício previdenciário.
●
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§ 4o O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com
qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência
médica e da pensão especial de natureza indenizatória.
§ 5o A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito
do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada.
● § 8o A renda familiar mensal a que se refere o § 3o deverá ser declarada pelo requerente ou
seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento
para o deferimento do pedido.
§ 9o Os rendimentos decorrentes de estágio supervisionado e de aprendizagem não serão
computados para os fins de cálculo da renda familiar per capita a que se refere o § 3o deste
artigo.
● § 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados
outros elementos probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação
de vulnerabilidade, conforme regulamento.
§ 3o O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a realização
de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem
motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência.
● Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão concedente quando
a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de
microempreendedor individual.
● § 1o Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora de que trata o caput deste
85 artigo e, quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não
tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser
requerida a continuidade do pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de
realização de perícia médica ou reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade para
esse fim, respeitado o período de revisão previsto no caput do art. 21.
● § 2o A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do
benefício de prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da
remuneração e do benefício.
● Desconsidera-se qualquer valor de benefício assistencial ou previdenciário no valor de um
salário-mínimo no caso de LOAS idoso e deficiente.
● Aplica-se o parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso (Lei nº 10.741/2003), por analogia,
a pedido de benefício assistencial feito por pessoa com deficiência a fim de que benefício
previdenciário recebido por idoso, no valor de um salário mínimo, não seja computado no
cálculo da renda per capita prevista no art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93.
2.6.1. Seguro-defeso
● SEGURO-DEFESO: devido ao pescador artesanal que exerça sua atividade exclusiva e
ininterruptamente, de forma artesanal, individualmente ou em regime de economia familiar.
o Valor de 1 salário-mínimo mensal enquanto durar o período de defeso.
o Não pode ser superior a 5 meses.
o Ininterruptamente significa: atividade exercida durante o período
compreendido entre o defeso anterior e o defeso em curso; ou 12 meses
imediatamente anteriores ao defeso em curso, dando-se preferência ao que
for menor.
o O segurado não fará jus a mais de um benefício no mesmo ano decorrente
de defesos relativos a espécies distintas.
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● Se a ação foi proposta sem prévio requerimento administrativo, mas o INSS já apresentou
contestação de mérito, o processo também deverá prosseguir normalmente (não será extinto).
Isso porque o fato de o INSS ter contestado e de ter refutado o mérito da pretensão
demonstra que há resistência ao pedido (a autarquia não concorda com o pleito), de forma
que existe interesse de agir por parte do autor.
● Nas ações em Tribunal/Turma Recursal em que estiver ausente o prévio requerimento
administrativo, o feito será baixado em diligência ao Juízo de primeiro grau, onde permanecerá
sobrestado, a fim de intimar o autor a dar entrada no pedido em até 30 dias, sob pena de
extinção do feito por falta de interesse de agir. A partir daí, o INSS terá o prazo de até 90 dias
para se manifestar.
• Caso negue o benefício, a ação judicial continuará normalmente, uma vez que ficou
demonstrado o interesse de agir.
• Caso o benefício seja concedido administrativamente, o processo judicial será
extinto.
• Caso o autor não dê entrada no requerimento administrativo no prazo de 30 dias, o
processo também será extinto.
o Se o benefício for concedido (seja administrativamente, seja pela via judicial),
a data do início da aquisição do benefício deverá retroagir à data em que teve
início o processo judicial. Em outras palavras, a DIB será a data em que foi
ajuizada a ação, devendo o INSS ser condenado a pagar as parcelas
retroativamente a esse dia.
●
91 Sentença trabalhista pode ser utilizada como início de prova material, desde que fundada em
elementos que demonstrem o labor exercido na função, bem como os períodos alegados pelo
trabalhador, sem que seja necessário que o INSS tenha integrado a contenda trabalhista.
o Sentença trabalhista homologatória não tem valor, salvo se baseada em
elementos que demonstrem o labor e os períodos alegados, uma vez que não
houve instrução probatória.
● Para restar configurado o dano moral previdenciário, deverá ser demonstrada a existência do
dano indenizável; a verificação do nexo de causalidade entre o dano e uma ação praticada por
agente público no exercício do cargo; a ilegalidade do ato comissivo causador da lesão
patrimonial e, ainda, a ausência das excludentes da obrigação de indenizar. Assim, caso não
comprovada lesão que caracterize dano moral, bem como tendo o INSS dado ao fato uma das
interpretações possíveis, não se extraindo do contexto conduta irresponsável ou
inconsequente, diante do direito controvertido apresentado, não é devida indenização por
dano moral.
o A jurisprudência não é pacífica em relação ao tema quanto em virtude de que
não se poder alçar qualquer dissabor, seja a discordância do pretendido pela
pessoa, ainda que posteriormente seja reconhecido o direito em ação
judicial, à condição de dano moral, mormente em se tratando de
indeferimento de pedido em sede administrativa, que deve obedecer ao
princípio da legalidade nos termos do art. 37 da CF/88
● Jurisprudência desta Corte Superior de Justiça firmou entendimento no sentido de ser nula a
sentença que submete a procedência ou a improcedência do pedido à ocorrência de fato
futuro e incerto, como no caso em apreço, no qual o que se pretende é o direito à
complementação de aposentadoria que ainda não se efetivou.
● O juiz pode conceder ao autor benefício previdenciário diverso do requerido na inicial,
desde que preenchidos os requisitos legais atinentes ao benefício concedido. Isso
porque, tratando-se de matéria previdenciária, deve-se proceder, de forma menos
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rígida, à análise do pedido. Assim, nesse contexto, a decisão proferida não pode ser
considerada como extra petita ou ultra petita
● Os chamados "soldados da borracha" têm direito à pensão mensal vitalícia no valor de
2 salários-mínimos, nos termos do art. 54 do ADCT. Para ter direito à pensão, o
indivíduo deverá comprovar que trabalhou como seringueiro na Região Amazônica,
durante a Segunda Guerra Mundial, nos termos do art. 1º, caput e parágrafo único, da
Lei nº 7.986/89. Como é (era) feita essa comprovação? É necessário que o requerente
apresente documentos?
o Antes da edição da Lei nº 9.711/98: a comprovação desse trabalho podia ser
feita por todos os meios de prova admitidos em direito, inclusive mediante
justificação administrativa ou judicial. Não se exigia início de prova material.
o Depois da edição da Lei nº 9.711/98: a comprovação somente produzirá efeito
quando baseada em início de prova material. Assim, se for realizada
justificação, administrativa ou judicial, essa prova só produzirá efeitos se for
acompanhada de início de prova material. Não se admite prova
exclusivamente testemunhal.
o Para recebimento do benefício previsto no art. 54 do ADCT/88, a justificação
administrativa ou judicial é por si só, meio de prova hábil para comprovar o
exercício da atividade de seringueiro quando requerida na vigência da Lei nº
7.986/89, antes da alteração legislativa trazida pela Lei nº 9.711/98, que
passou a exigir início de prova material.
● Incide contribuição previdenciária sobre os valores recebidos a título de CORREÇÃO
92 MONETÁRIA em execução de sentença na qual se reconheceu o direito a reajuste de
servidores públicos. Por outro lado, não há incidência de contribuição previdenciária sobre os
JUROS DE MORA relativos às diferenças remuneratórias pagas aos servidores públicos. Assim,
os juros moratórios consectários de condenação judicial que reconheceu a mora da
Administração Pública no pagamento de diferenças remuneratórias aos servidores não
integram a base de cálculo da contribuição para o PSS, prevista no art. 16-A da Lei nº
10.887/2004
● O abono de permanência em serviço (vulgarmente conhecido como “pé-na-cova”), outrora
previsto no art. 87 da Lei 8.213/91, se encontra, hoje, revogado no âmbito do RGPS.
● É devido abono anual (gratificação natalina) ao segurado e ao dependente da Previdência
Social que, durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão
por morte ou auxílio-reclusão”. Não há salário-maternidade, portanto. Abono anual é uma
renda extra devida ao segurado e ao dependente da Previdência Social que, durante o ano,
percebeu auxílio-doença, auxílio-acidente ou aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-
reclusão. Tem por objetivo assegurar ao segurado ou seu dependente uma gratificação de
Natal extra no fim do ano, com alguma semelhança ao 13º salário ou gratificação natalina
previsto na Lei nº 4.090, de 1962.
● Compete à Justiça Estadual – e não à Justiça Federal – processar e julgar ação que tenha por
objeto a concessão de pensão por morte decorrente de óbito de empregado ocorrido em
razão de assalto sofrido durante o exercício do trabalho.
● Correção monetária dos valores em atraso calculada de acordo com o Manual de Orientação
de Procedimentos para os Cálculos na Justiça Federal até a promulgação da Lei nº 11.960/09
(INPC), a partir de quando será apurada, conforme julgamento proferido pelo C. STF (IPCA-E),
sob a sistemática da repercussão geral (Tema nº 810 e RE nº 870.947/SE), pelos índices de
variação do IPCA-E, tendo em vista os efeitos ex tunc do mencionado pronunciamento. Isso foi
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● Sociedade de risco do direito penal: perigos que podem surgir com a evolução das sociedades,
de modo que é preciso adequar os tipos penais à realidade. Hoje, temos a preocupação com os
direitos difusos, havendo a criação de tipos abstratos e cumulativos.
● Crimes/tipos de perigo abstrato: diante da probabilidade de uma ação ser considerada
perigosa, o legislador antecipa a proteção do direito penal ao dano propriamente dito,
punindo uma conduta entendida como perigosa ao bem jurídico a ser protegido. O tipo penal
visa evitar não o dano, mas o próprio perigo do dano. Ex: soltar balão de fogo. Liquefação.
Espiritualização.
● Crimes/tipos cumulativos: punição da conduta que, de forma isolada, não seria relevante, mas
se praticada generalizadamente traria prejuízos para sociedade. Ex: delitos ambientais. Logo:
não pune a conduta por sua lesividade, mas para prevenir a prática generalizada, que é capaz
de provocar perigo supraindividual.
● Direito Penal Negocial: resposta à expansão do direito penal, que passa a tutelar bens
jurídicos supraindividuais, ameaçados por novos riscos sociais. Nesse modelo, o Estado abre
mão de parcela do ius puniendi e incorpora institutos negociais no ordenamento, sob a
justificativa de redução de custos com o aparato judicial e de maior eficiência no combate à
criminalidade organizada.
● Crimes Plásticos: são tipos penais criados para determinadas épocas, em virtude da evolução
social, como os crimes contra o sistema financeiro, crimes digitais, etc.
● Crimes Naturais: São os crimes que são importantes em todos os momentos históricos, como
no caso do homicídio, furto, roubo, etc.
98 3.3.1. Dolo
● Crime PROGRESSIVO x PROGRESSÃO CRIMINOSA:
o Crime PROGRESSIVO: queria desde o início o crime mais grave, mas tem que
passar pelo menos grave. Não mudou o dolo.
o PROGRESSÃO Criminosa: Primeiro o agente praticou um crime menos grave
(era o objetivo). Depois ele resolveu progredir e praticar um crime mais grave.
Muda o DOLO.
● Crime Progressivo = C vem antes de P. A vontade vem antes.
● Progressão Criminosa = C vem depois de P. A vontade vem depois.
● O roubo impróprio constitui exemplo de progressão criminosa, existindo inicialmente,
a intenção do agente de subtrair a coisa e, depois, o emprego de violência ou grave
ameaça para garantir a apropriação do bem.
● DOLO:
o Dolo direto: determinado, intencional, imediato, incondicionado. O agente
prevê um resultado e dirige a sua conduta na busca de realiza-lo.
▪ Primeiro grau: é o dolo em relação ao fim proposto e aos meios
escolhidos.
▪ Segundo grau: é o dolo em relação aos efeitos colaterais,
representados como necessários, sem os quais o efeito desejado não
ocorre. Ex: bomba em avião para matar um sujeito, e acaba matando
outros.
o Dolo indireto: é aquele em que o agente não tem a vontade dirigida a um
resultado certo e determinado. O agente não dirige sua conduta a uma
finalidade precisa.
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● Terceiro que determina o erro: responde pelo crime o terceiro que determina o erro. Ex:
médico que coloca veneno em seringa e dá para enfermeira aplicar. Só o médico responde por
homicídio.
● Erro de proibição: erro de proibição indireto/ erro de permissão: exclui a culpabilidade, por
inexistência de potencial conhecimento de ilicitude em virtude de circunstâncias que o fazem
acreditar que seu ato não é um ilícito. O desconhecimento da lei é inescusável. O erro sobre a
ilicitude do fato:
o Inevitável, isenta de pena;
o Evitável, poderá diminuir a pena de um sexto a um terço
o Erro direto: o agente acredita sinceramente que sua conduta é lícita
o Erro indireto: o agente supõe que sua ação, ainda que típica, é amparada por
alguma excludente de ilicitude
o Se exige é uma potencial consciência ( ou como afirmava Mezger: “Valoração
Paralela do Profano”), que decorre necessariamente do conjunto de valores
éticos e morais de cada indivíduo.
● Descriminante putativa: artigo 20, §1º, do CP, segundo o qual "é isento de pena quem, por
erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse,
tornaria a ação legítima. – Descriminantes putativas – excludente da ilicitude. Descriminante
putativa é causa de exclusão da ilicitude que não existe concretamente, mas apenas na mente
do autor de um fato típico. Seria, portanto, a conduta de o agente considerar presentes as
descriminantes do artigo 23, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias. Ex: estado
101 de necessidade putativo, legítima defesa putativa, estrito cumprimento de um dever legal
putativo e exercício regular do direito putativo.
● No erro de tipo há exclusão do fato típico, enquanto que na descriminante putativa há
excludente da ilicitude.
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é típico e antijurídico, quer dizer, objetivamente não está valorizado de forma positiva pelo
Direito, ainda que, por não ser censurável, o agente deva ficar impune”.
● O código penal adotou a teoria unitária, de modo que se o bem sacrificado for de menor valor,
ou o bem protegido for de maior valor, haverá excludente de ilicitude. Se o bem sacrificado for
de maior valor do que o bem protegido, haverá, então, causa de diminuição. Art. 24.
empregar para exasperar a pena base, seja a título de maus antecedentes, seja a título de
conduta social ou personalidade do agente.
● STJ: não é possível considerar a condenação transitada em julgado, correspondente a fato
posterior ao narrado na denúncia, para valorar negativamente antecedentes, conduta social
ou personalidade do agente. APENAS CRIMES ANTERIORES, ainda que o trânsito em julgado
seja superveniente ao crime cuja a ação penal se refere
● • Crime continuado do caput do art. 71 do CP: o critério para se determinar o quantum da
majoração (entre 1/6 a 2/3) é apenas a quantidade de delitos cometidos. Assim, quanto mais
infrações, maior deve ser o aumento. • Crime continuado específico (art. 71, parágrafo único,
do CP): a fração de aumento será determinada pela quantidade de crimes praticados e
também pela análise das circunstâncias judicias do art. 59 do Código Penal. STJ. 5ª Turma.
REsp 1718212/PR, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 19/04/2018.
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● Súm STF 718: A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime não constitui
motivação idônea para a imposição de regime mais severo do que o permitido segundo a pena
aplicada.
● Súm STF 719: A imposição do regime de cumprimento mais severo do que a pena aplicada
permitir exige motivação IDÔNEA.
o Tal motivação deve se prender exatamente às circunstâncias judiciais. Deve
ser demonstrado concretamente a existência de circunstâncias judiciais
desfavoráveis.
o Isto posto, não cabe motivo mais gravoso por quantidade de droga
apreendida.
3.5.3. Pena de multa
É suspensa a execução da pena de multa, se sobrevém ao condenado doença mental. Se o
condenado morre, a pena de multa é extinta.
Na fixação da pena de multa, o juiz deve atender, principalmente, à situação econômica do
réu.
● A execução de pena de multa é da Fazenda Nacional, porém, o Ministério Público pode adotar
medidas assecuratórias para garantir o pagamento desta. Art. 142 CPP.
● O indulto da pena privativa de liberdade não alcança a pena de multa que tenha sido objeto de
parcelamento espontaneamente assumido pelo sentenciado.
A prescrição da pena de multa se dá em dois anos se for a única pena cominada; ou, no
105 mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for
alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada.
A pena de multa deve ter relação de proporcionalidade com a pena privativa de liberdade, e
não com a condição econômica do réu. Devem ser utilizados os mesmos parâmetros para o
cálculo da pena privativa de liberdade e da pena de multa.
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A pena de perdimento de cargo deve ser restrita ao cargo ocupado ou função pública exercida
no momento do delito, à exceção da hipótese em que o magistrado, motivadamente, entender
que o novo cargo ou função guarda correlação com as atribuições anteriores.
Prevalece o entendimento que, se o crime for relacionado ao exercício profissional, é possível
ao juiz cominar pena de suspensão da atividade pelo tempo da condenação.
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3.7.1. Prescrição
STJ e DOUTRINA: O recebimento da denúncia por magistrado absolutamente incompetente
não interrompe o curso do prazo prescricional. De outro lado, a denúncia recebida por um juiz
relativamente incompetente interrompe a prescrição.
Tratando-se de denúncia recebida por órgão colegiado, o marco interruptivo da prescrição é a
data da sessão de julgamento (data que se tornaram pública tais decisões), não a data de
publicação do acórdão na imprensa oficial.
No concurso de crimes, a pena deve ser tomada individualmente em relação a cada crime
(como se não houvesse concurso) para cálculo da prescrição, daí não ser cabível no cálculo a
aplicação da causa de aumento em decorrência de continuidade.
O juiz poderá, de ofício ou a requerimento das partes, inclusive dos próprios réus, conceder
perdão judicial, com a consequente extinção da punibilidade, desde que, sendo réus primários,
tenham efetiva e voluntariamente colaborado com a investigação e com o processo criminal e
dessa colaboração tenha resultado a identificação dos demais coautores ou partícipes da ação
criminosa, a localização da vítima com a sua integridade física preservada e a recuperação total
ou parcial do produto do crime.(lei de proteção à vítimas e testemunhas)
Se o Ministério Público não recorreu contra a sentença condenatória, tendo havido apenas
recurso apenas da defesa, qual deverá ser o termo inicial da prescrição da pretensão
executiva? O início do prazo da prescrição executória deve ser o momento em que ocorre o
trânsito em julgado para o MP? Ou o início do prazo deverá ser o instante em que se dá o
trânsito em julgado para ambas as partes, ou seja, tanto para a acusação como para a defesa?
o Posicionamento pacífico do STJ: o termo inicial da prescrição da pretensão
executória é a data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a
acusação, ainda que a defesa tenha recorrido e que se esteja aguardando o
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● Desacato: para a configuração do crime, não é necessário que o funcionário público se sinta
ofendido, sendo indispensável que o menoscabo tenha alvo certo, de forma que a vítima deve
ouvir a palavra injuriosa ou sofrer diretamente o ato. É essencial para a configuração do delito
que o funcionário público esteja no exercício da função, ou, estando fora, que a ofensa seja
empregada em razão dela. Deve, pois, haver o chamado nexo funcional. A crítica ou a censura
sem excessos, por sua vez, não constituem desacato, ainda que veementes.
O STF tem entendido que em caso de decisão que determina alguma providência, sob pena
de multa diária, esta multa diária já é a pena, não havendo que se utilizar do direito penal
para punir por desobediência.
Ainda subsiste o crime de desacato no ordenamento jurídico. Não prevalece a tese de
inconvencionalidade com base no Pacto de San José da Costa Rica
o Desacato não viola a liberdade de expressão
o Descriminalizar o desacato não traria benefícios porque o fato constituiria
injúria
o Corte IDH admite que excessos na liberdade de expressão sejam punidos
o A figura penal do desacato não tolhe o direito à liberdade de expressão, não
retirando da cidadania o direito à livre manifestação, desde que exercida nos
limites de marcos civilizatórios bem definidos, punindo-se os excessos.
Para configurar denunciação caluniosa basta a instauração do inquérito policial, não
necessitado o indiciamento da pessoa cuja conduta criminosa foi imputada, de modo que não
haverá desclassificação para o crime de comunicação falsa de crime ou contravenção.
4.1.1. Crimes funcionais
● Atípica a conduta de utilizar de mão-de-obra de outro servidor público para, em determinados
momentos, fazer com que este preste serviços particulares a ele, não obstante possa ser
caracterizado como improbidade administrativa.
o Entretanto, se utiliza verba pública para pagar salário de empregado
particular, haverá o crime de peculato. É o caso de cargo em comissão que
realiza atividades exclusivamente privadas para o agente do crime, sendo
remunerado por verba pública.
● Peculato USO:
o Bem infungível e não consumível: não é fato típico.
▪ Segundo a doutrina e jurisprudência majoritárias, é atípico o “uso
momentâneo de coisa infungível, sem a intenção de incorporá-la ao
patrimônio pessoal ou de terceiro, seguido da sua integral restituição
a quem de direito.”
o Bem fungível ou consumível: é fato típico.
o EXCEÇÃO (DL 201-67): peculato uso por prefeito
▪ é fato típico à luz do artigo 1º, II, do DL 201-67.
▪ Deve ser coisa INFUNGÍVEL, pois se for coisa fungível, pratica o
peculato do CP.
● Peculato: não exige que tenha a posse do bem, podendo simplesmente valer-se da qualidade
de servidor público e da facilidade para subtrair o bem. Basta concorrer para que a coisa seja
subtraída.
o Situação 1. Servidor público que se utiliza da mão-de-obra de outro servidor
público (normalmente seu subordinado) para, em determinados momentos,
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fazer com que este preste serviços particulares a ele. Esta conduta não
configura peculato nem qualquer outro crime. Atenção: se o indivíduo que se
utilizou do servidor público for Prefeito, ele cometerá o delito do art. 1º, II, do
DL 201/67.
o Situação 2. Servidor público que utiliza a Administração Pública para pagar o
salário de empregado particular. Aqui o chefe contrata um indivíduo
supostamente para ser servidor público (cargo comissionado), mas, na
verdade, ele manda que a pessoa contratada preste exclusivamente serviços
particulares ao seu superior. Esta conduta, em tese, configura peculato.
o O depositário judicial que vende os bens sob sua guarda não comete o crime
de peculato (art. 312 do CP). O crime de peculato exige, para a sua
consumação, que o funcionário público se aproprie de dinheiro, valor ou outro
bem móvel em virtude do “cargo”. Depositário judicial não é funcionário
público para fins penais, porque não ocupa cargo público, mas a ele é
atribuído um munus, pelo juízo, em razão do fato de que determinados bens
ficam sob sua guarda e zelo. STJ. 6ª Turma. HC 402949-SP, Rel. Min. Maria
Thereza de Assis Moura, julgado em 13/03/2018 (Info 623). Obs: vale ressaltar
que o STJ decidiu apenas que a conduta do depositário judicial que vende os
bens sob sua guarda não comete o crime de peculato, pois não é funcionário
público e não ocupa cargo público. No entanto, a depender das peculiaridades
do caso concreto, a conduta pode configurar, em tese, os tipos penais dos arts.
168, § 1º, II, 171 ou 179 do Código Penal.
110 o Para configurar peculato exige-se um valor patrimonial. Diferente de
corrupção, que pode ser favores relacionados ao cargo.
● A configuração do crime de prevaricação exige demonstração da vontade livre e consciente de
deixar praticar ato de ofício, como também do elemento subjetivo específico do tipo, qual
seja, a vontade de satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
● A causa de aumento do 327, §2º, pressupõe de que o crime deve ter ocorrido em decorrência
de direção, imposição hierárquica. Não basta mero exercício de cargo Parlamentar
● Na concussão o agente exige a vantagem indevida, apenas. Não há violência ou grave ameaça.
Se for cometido com violência ou grave ameaça será extorsão.
● O simples fato de o réu exercer um mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa
de aumento do art. 327, § 2º, do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de "imposição hierárquica").
o A causa de aumento de pena prevista no § 2º do art. 327 do CP aplica-se ao
Chefe do Poder Executivo (ex.: Governador do Estado) e aos demais agentes
políticos. STF. Plenário. Inq 2606/MT, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/9/2014
(Info 757). Vale ressaltar, no entanto, que: O simples fato de o réu exercer um
mandato popular não é suficiente para fazer incidir a causa de aumento do art.
327, § 2º, do CP. É necessário que ele ocupe uma posição de superior
hierárquico (o STF chamou de "imposição hierárquica")
● Corrupção passiva: não precisa de ser ato de ofício, entretanto, se em consequência da
vantagem ou promessa, o funcionário retarda ou deixa de praticar ato de ofício ou o pratica
infringindo dever funcional, a pena é aumentada de um terço.
o Não é necessário demonstrar o ato de ofício especificamente praticado em
contrapartida, mas, apenas, que a vantagem indevida guardou liame causal
com o exercício das funções públicas pelo funcionário, de modo que o
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mesma linha de desdobramento causal de lesão ao bem jurídico, integrando, assim, o iter
criminis do delito-fim”.
● No crime de atribuição de falsa identidade, o agente pode perpetrar a ação tanto oralmente,
com poder de ludibriar, quanto por escrito, preenchendo um formulário falso.
● Não é típica a conduta de inserir, em currículo Lattes, dado que não condiz com a realidade.
Isso não configura falsidade ideológica (art. 299 do CP) porque: 1) currículo Lattes não é
considerado documento por ser eletrônico e não ter assinatura digital; 2) currículo Lattes é
passível de averiguação e, portanto, não é objeto material de falsidade ideológica. Quando o
documento é passível de averiguação, o STJ entende que não há crime de falsidade ideológica
mesmo que o agente tenha nele inserido informações falsas
● Prefeito que assina documentos previdenciários com conteúdo parcialmente falso não deve
ser condenado por falsidade ideológica se não foram produzidas provas de que ele tinha
ciência inequívoca do conteúdo inverídico da declaração. Neste caso, ele deverá ser absolvido,
nos termos do art. 386, III, do CPP, por ausência de dolo, o que exclui o crime.
● Configura crime de contrabando a importação de colete à prova de balas sem prévia
autorização do Comando do Exército. A importação de colete à prova de balas não se
enquadra em nenhum tipo penal previsto no Estatuto do Desarmamento. Aquele que poderia
gerar algum tipo de dúvida seria justamente o art. 18. Ocorre que colete à prova de balas não
pode ser considerado acessório. Isso porque a palavra "acessório" mencionada no art. 18 é
acessório de arma de fogo, ou seja, algo que complementa, que se agrega à arma de fogo para
melhorar o seu funcionamento ou desempenho. Exs: silenciador, mira telescópica etc. O colete
112 à prova de balas é uma proteção contra armas de fogo e não um acessório desta. STJ. 6ª
Turma. RHC 62851-PR, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 16/2/2016
● Moeda falsa e falsificação grosseira:
o A doutrina e a jurisprudência diz que falsificação grosseira é estelionato (artigo
171, CP), com possibilidade de sursis. A competência passa a ser da Justiça
Estadual.
▪ Aqui, conforme o caso, é possível aplicar o princípio da insignificância.
o Se for uma falsificação grosseira ao extremo, a ponto de ser perceptível a olho
nu, não possuindo imitatio veri, sequer poderá ser estelionato, sendo conduta
atípica.
o Os padrões a serem utilizados são técnicos (periciais) e sociais, devendo
enganar a sociedade, tendo aparência física de verdadeira.
o Ainda que a moeda falsa seja de menor valor, é INAPLICÁVEL princípio da
insignificância, pois o bem jurídico tutelado é amplo, abrangendo a fé pública e
a segurança das transações financeiras.
o O crime de moeda falsa é formal e de perigo abstrato, tendo em vista que a
mera execução da conduta típica presume absolutamente o perigo ao bem
jurídico tutelado, sendo prescindível a obtenção de vantagem ou prejuízo a
terceiros para a consumação.
o É um crime pluridimensional, pois, além de proteger preponderantemente a fé
pública, de forma mediata, assegura o patrimônio particular e celeridade das
relações empresariais e civis.
o Lembrar que se o mesmo agente falsifica e coloca em circulação/utiliza, esse
último é consumido pelo primeiro crime. Trata-se de post factum impunível.
● Nos casos de prática do crime de introdução de moeda falsa em circulação (art. 289, § 1º, do
CP), se a nota falsificada é repassada para “ascendente, descendente, irmão ou cônjuge” ou
para “criança, maior de 60 (sessenta) anos, enfermo ou mulher grávida”, incidirão as
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agravantes previstas nas alíneas "e" e "h" do inciso II do art. 61 do CP. Isso porque o sujeito
passivo desse delito não é apenas o Estado, mas também a pessoa lesada com a introdução da
moeda falsa.
● Não se aplica o instituto do arrependimento posterior ao crime de moeda falsa. No crime de
moeda falsa — cuja consumação se dá com a falsificação da moeda, sendo irrelevante
eventual dano patrimonial imposto a terceiros —, a vítima é a coletividade como um todo, e o
bem jurídico tutelado é a fé pública, que não é passível de reparação. Desse modo, os crimes
contra a fé pública, semelhantes aos demais crimes não patrimoniais em geral, são
incompatíveis com o instituto do arrependimento posterior, dada a impossibilidade material
de haver reparação do dano causado ou a restituição da coisa subtraída.
● Aquele que recebe moeda de boa-fé e descobre posteriormente ser falsa e coloca de volta em
circulação, responde por moeda falsa na modalidade privilegiada, punida com pena de
detenção de seis a dois anos e multa.
● É possível a condenação pelo crime de uso de documento falso (art. 304 do CP) com
fundamento em documentos e testemunhos constantes do processo, acompanhados da
confissão do acusado, sendo desnecessária a prova pericial para a comprovação da
materialidade do crime, especialmente se a defesa não requereu, no momento oportuno, a
realização do referido exame. O crime de uso de documento falso se consuma com a simples
utilização de documento comprovadamente falso, dada a sua natureza de delito formal
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120 Se o réu é primário e possui bons antecedentes, o juiz pode, mesmo assim, negar o benefício
do art. 33, § 4º da LD argumentando que a quantidade de drogas encontrada com ele foi muito
elevada? O tema é polêmico.
o 1ª Turma do STF: encontramos precedentes afirmando que a grande
quantidade de droga pode ser utilizada como circunstância para afastar o
benefício. Nesse sentido: não é crível que o réu, surpreendido com mais de
500 kg de maconha, não esteja integrado, de alguma forma, a organização
criminosa, circunstância que justifica o afastamento da causa de diminuição
prevista no art. 33, §4º, da Lei de Drogas (HC 130981/MS, Rel. Min. Marco
Aurélio, julgado em 18/10/2016. Info 844).
o 2ª Turma do STF: a quantidade de drogas encontrada não constitui,
isoladamente, fundamento idôneo para negar o benefício da redução da pena
previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006 (RHC 138715/MS, Rel. Min.
Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017. Info 866). STF. 2ª Turma. RHC
138715/MS, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 23/5/2017 (Info 866).
Obs: o tema acima não deveria ser cobrado em uma prova objetiva, mas caso
seja perguntado, penso que a 2ª corrente é majoritária.
Inconstitucional vedar liberdade provisória, não podendo ser ex lege a conversão do flagrante
em preventiva, sendo indispensável a fundamentação judicial concreta idônea.
o Entretanto, é CONSTITUCIONAL a vedação legal à concessão de anistia ao
condenado por tráfico de droga. Trata-se de previsão constitucional.
(Insuscetível de graça ou anistia).
STJ: o tráfico de drogas praticado por menor, em que não há violência ou grave ameaça, não
acarreta a medida socioeducativa de internação, conforme previsto no artigo 122 do ECA.
É inviável o reconhecimento de reincidência com base em único processo anterior em desfavor
do réu, no qual - após desclassificar o delito de tráfico para porte de substância entorpecente
para consumo próprio - o juízo extinguiu a punibilidade por considerar que o tempo da prisão
provisória seria mais que suficiente para compensar eventual condenação. Situação concreta:
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João foi preso em flagrante por tráfico de drogas (art. 33 da LD). Após 6 meses preso
cautelarmente, ele foi julgado. O juiz proferiu sentença desclassificando o delito de tráfico
para o art. 28 da LD. Na própria sentença, o magistrado declarou a extinção da punibilidade do
réu alegando que o art. 28 não prevê pena privativa de liberdade e que o condenado já ficou 6
meses preso. Logo, na visão do juiz, deve ser aplicada a detração penal analógica virtual, pois
qualquer pena que seria aplicável ao caso em tela estaria fatalmente cumprida, nem havendo
justa causa ou interesse processual para o prosseguimento do feito. Essa sentença não vale
para fins de reincidência. Isso significa que, se João cometer um segundo delito, esse primeiro
processo não poderá ser considerado para caracterização de reincidência
Não há bis in idem no fato de o agente ser condenado por importação(art. 33) ou importação
ilícita de substância entorpecente ao mesmo tempo em que a pena é majorada pela
transnacionalidade (art. 40, I). Como o crime é de ação múltipla, fica afastada a alegação de bis
in idem, pois trazer consigo a droga já conduz a configuração da tipicidade formal,
enquadrando no 33, restando plenamente justificada a incidência da majorante do art. 40.
Causa de aumento: 1/6 a 2/3 se praticado com violência, grave ameaça, emprego de arma de
fogo ou qualquer processo de intimidação difusa ou coletiva.
o Porte ilegal de arma, absorvido pelo tráfico de drogas ou não? DEPENDE:
SIM: se porta exclusivamente para praticar o tráfico, sendo um meio
para se atingir um fim.
NÃO: se o porte estiver fora do contexto fático do tráfico, surgindo
concurso material de crimes.
121 Se o agente age apenas como informante do grupo, organização ou associação destinados ao
tráfico, responde apenas pelo delito do artigo 37 da LD. Lado outro, se a atividade dele integra
a própria associação, responde por associação.
Um réu condenado por associação para o tráfico não pode ser reconhecido como agente de
tráfico privilegiado no mesmo feito, haja vista a incompatibilidade de ordem subjetiva
(pessoal, por integrar a associação) preconizada pela lei antidrogas.
Súmula 492 STJ: O ato infracional análogo ao tráfico de drogas, por si só, não conduz
obrigatoriamente à imposição de medida socioeducativa de internação do adolescente.
STF: em caso de flagrante de tráfico de drogas, afasta-se a possibilidade de aplicação da
atenuante da confissão espontânea, já que esta circunstância se aplica somente se o relato do
criminoso for capaz de contribuir para o esclarecimento da verdade real, o que não ocorre na
situação em que ele é preso cometendo o crime.
Laudo preliminar de constatação de substância entorpecente é mera peça informativa, mas
suficiente para a lavratura do auto de prisão em flagrante e da oferta de denúncia, nos
termos dos arts. 20, §1º, da Lei 6.368/76 e 28, §1º, da Lei 10.409/02. Uma vez juntado aos
autos o laudo pericial definitivo, atestando a ilicitude da substância, resta, portanto, suprida
eventual irregularidade na fase inquisitorial.
Apesar da redação do tipo penal do artigo 25 (duas ou mais pessoas se unirem para praticar as
condutas do art. 33), ele está muito mais próximo do artigo 288 do CP, do que do mero
concurso de agentes, ou seja, o fato de duas ou mais pessoas praticarem crime de tráfico em
coautoria não induz automaticamente o reconhecimento da associação ao tráfico do artigo
35. A configuração de associação ao tráfico exige prova da estabilidade e permanência do
liame mantido entre os agentes.
o Para configuração do delito de associação para o tráfico de drogas é
necessário o dolo de se associar com estabilidade e permanência, sendo que
a reunião de duas ou mais pessoas sem o animus associativo não se subsume
ao tipo doa art. 35 da LD.
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124 ● 1) A declaração de emergência feita por Governador do Estado, por si só, não caracteriza
situação que justifique a dispensa de licitação; 2) O crime do art. 89 da Lei de Licitações não é
inconstitucional nem viola o princípio da proporcionalidade; 3) O aditamento realizado
descaracterizou o contrato original e, portanto, configura, em tese, a prática do art. 92; 4) O
fato de a dispensa de licitação e de o aditamento do contrato terem sido precedidos de
parecer jurídico não é bastante para afastar o dolo caso outros elementos externos indiciem a
possibilidade de desvio de finalidade ou de conluio entre o gestor e o responsável pelo
parecer.
● Artigo 90 da 8666 – frustrar, fraudar o caráter competitivo, com intuito de vantagem com a
adjudicação do objeto da licitação:
o Embora o texto fale “mediante ajuste de preços” o preceito legal insere
também “qualquer outro meio”, de modo que podem autorizar a
interpretação analógica para outras ações.
o O tipo subjetivo, finalidade específica, é “obter, para si ou para outrem,
vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação. ”
o STF: configura crime de fraude ao caráter competitivo fracionar licitação para
utilizar-se de modalidade licitatória distinta da determinada por lei.
● Não há qualquer fundamento, segundo o STF para que se tenha a decisão do TCU como
condição de procebilidade de ação penal referente à crimes de licitação.
o Ainda que haja prévia decisão do TCU julgando REGULARES as contas
relacionadas aos crimes de licitação, tal decisão NÃO VINCULA a esfera penal,
que pode receber a denúncia pelos mesmos fatos, já que independente as
instâncias, não tendo o TCU atribuição de interditar investigação criminal.
o Os inquéritos civis – improbidade ou ilícitos civis – são aptos à esfera
criminal, podendo ser oferecido denúncia base neles.
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o Ainda que um laudo técnico, produzido por órgão do MP, não cumpra com as
formalidades do CPP em relação às perícias, constituem documento, que pode
ser valorado segundo a fé que merecer pelo juiz.
● SFN: o crime de evasão de divisas exige especial fim de agir, consistente em promover a
evasão de divisas. Art. 22.
● Segundo o STJ, nos casos de evasão de divisas praticada mediante operação do tipo “dólar-
cabo”, não é possível utilizar o valor de R$ 10.000,00 como parâmetro para fins de aplicação
do princípio da insignificância.
o Art. 22. Efetuar operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de
divisas do País:
Pena - Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa.
Parágrafo único. Incorre na mesma pena quem, a qualquer título, promove, sem
autorização legal, a saída de moeda ou divisa para o exterior, ou nele mantiver
depósitos não declarados à repartição federal competente.
É suficiente à consumação do delito tipificado no artigo 22 da lei 7.492/86 a existência de
operação de câmbio não autorizada, com o fim de promover evasão de divisas.
● Prevaricação financeira não exige especial fim de agir (satisfazer interesse pessoal), bastando a
realização do tipo. Art. 23.
● O STJ, em algumas oportunidades, assentou que só há a conduta descrita no art. 19
(financiamento mediante fraude) da Lei Federal nº 7.492/86 (“financiamento”) quando os
recursos obtidos junto à instituição financeira possuem destinação específica (CC 123.967, CC
122257), não se confundindo, assim, com mútuo obtido a título pessoal, conduta que
caracteriza o crime de estelionato. Logo, como o leasing revela, na prática, verdadeiro tipo de
financiamento bancário, para aquisição de bem específico, em instituição financeira, a conduta
126 se encontra tipificada no artigo 19 da Lei Federal nº 7.492/86.
o Destinação prevista: financiamento mediante fraude.
o Mútuo pessoal/sem destinação: estelionato.
● Não se aplica princípio da insignificância aos crimes contra o SFN, pois o Estado é o sujeito
passivo PRIMÁRIO, interesse público.
● Compete aos Juízes Federais julgar: os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos
determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira. SFN.
● Gestão temerária: atuar de forma a expor a instituição financeira a operações de risco
excessivo de maneira habitual, o que é necessário para caracterização do delito.
● STJ – GESTÃO FRAUDULENTA: simulam negócio jurídico para obter vantagem indevida. Crime
formal, próprio, perigo concreto (risco o patrimônio dos investidores), doloso.
o Crime formal: demonstra-se com a mera gestão fraudulenta ou temerária,
independentemente de prejuízo.
o Habitual impróprio (crime único): o crime de gestão fraudulenta, consoante a
doutrina, pode ser visto como crime habitual impróprio, em que uma só ação
tem relevância para configurar o tipo, ainda que a sua reiteração não
configure pluralidade de crimes (trata-se de crime único)"
o Pressupõe a existência de instituição financeira autorizada.
o Operação ilegal de instituição financeira não pode coexistir com gestão
fraudulenta, pois esta pressupõe existência de instituição financeira
autorizada. Logo, os delitos não coexistem na mesma conduta.
● As operações financeiras realizadas podem ocasionar dois delitos autônomos, como
empréstimo vedado e gestão temerária, não se configurando bis in idem. Assim, os delitos
podem ser processados em concurso formal.
● Crimes contra o SFN em coautoria/participação, a confissão espontânea que revelar a trama
delituosa é causa de redução de pena de um terço a dois terços.
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● A utilização de terceiros (“laranjas”) para aquisição de moeda estrangeira para outrem, ainda
que tenham anuído com as operações, se subsome à conduta tipificada no art. 21 da Lei nº
7.492/86. O bem jurídico resta violado com a dissimulação de esconder a real identidade do
adquirente da moeda estrangeira valendo-se da identidade, ainda que verdadeira, de
terceiros.
● A conduta prevista no art. 21, Lei nº 7.492/86, pressupõe fraude que tenha o potencial de
dificultar ou impossibilitar a fiscalização sobre a operação de câmbio, com o escopo de impedir
a constatação da prática de condutas delitivas diversas ou mesmo eventuais limites legais para
a aquisição de moeda estrangeira.
● O crime de insider trading consuma-se com a mera negociação, independentemente da efetiva
obtenção de vantagem ou causação de prejuízo a terceiro.
o A princípio, o crime em questão – insider trading -, tipificado no art. 27-D da
Lei n. 6.385/76, não atrairia a competência da Justiça Federal, levando-se em
conta o art. 109, VI, da CF, cujo texto reza que compete à Justiça Federal
processar e julgar os crimes praticados contra o sistema financeiro e a ordem
econômico-financeira nas hipóteses determinadas por lei; a Lei n. 6.385/76
assim não dispõe.
o Ocorre que, mostra-se claro que a conduta delituosa prevista no seu art. 27-
D afeta diretamente o interesse da União, porquanto a utilização de
informação privilegiada pode gerar lesão ao Sistema Financeiro Nacional, ao
pôr em risco a confiabilidade dos investidores no mercado de capitais,
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● O art. 6º da Lei nº 7.492/86 prevê o seguinte delito: Art. 6º Induzir ou manter em erro, sócio,
investidor ou repartição pública competente, relativamente a operação ou situação financeira,
sonegando-lhe informação ou prestando-a falsamente: Pena — Reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis)
anos, e multa. Podem ser sujeitos ativos do crime previsto no art. 6º da Lei 7.492/86 pessoas
naturais que se fizeram passar por membro ou representante de pessoa jurídica que não tinha
autorização do Bacen para funcionar como instituição financeira. Configura o crime do art. 6º
da Lei nº 7.492/86 (e não estelionato do art. 171 do CP) a falsa promessa de compra de valores
mobiliários feita por falsos representantes de investidores estrangeiros para induzir
investidores internacionais a transferir antecipadamente valores que diziam ser devidos para a
realização das operações.
● CVM e BACEN podem ser assistentes nas ações, cada um na sua competência.
● Na fixação de pena de multa relativo aos crimes previstos na lei em comento, o limite do
Código Penal pode ser estendido até o décuplo, se verificada a situação cogitada no art. 49,
§1º.
128 ● A prescrição do crédito tributário em nada influi na punibilidade da esfera penal, pois a
obrigação tributária nasceu regularmente, gerando o dever de pagamento do tributo e,
consequentemente, a consumação do delito.
● Crime único que gera sonegação de mais de um tributo é considerado como um crime só, não
havendo concurso formal.
o Não há concurso formal, mas crime único, na hipótese em que o contribuinte
declara Imposto de Renda de Pessoa Jurídica com a inserção de dados falsos,
ainda que tal conduta tenha afetado o lançamento de outros tributos.
● STF: tem prevalecido o entendimento de que, em matéria de crimes societários, a denúncia
deve apresentar, suficiente e adequadamente, a conduta atribuível a cada um dos agentes, de
modo a possibilitar a identificação do papel desempenhado pelos denunciados na estrutura
jurídico-administrativa da empresa.
● STF afirmou que não se pode invocar a teoria do domínio do fato, pura e simplesmente, sem
nenhuma outra prova, citando de forma genérica o diretor estatutário da empresa para lhe
imputar um crime contra a ordem tributária. Para o STF, é imprescindível demonstrar um nexo
de causalidade, expresso por meio de veiculação de ordens a pessoas que executam
materialmente o delito.
● ATENÇÃO: o inciso V do artigo 1º da Lei 8137 não é crime tributário material “negar ou deixar
de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, relativa a venda de
mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizada, ou fornecê-la em desacordo com a
legislação.” Não sendo crime tributário material, PRESCINDE de instauração de processo
administrativo-fiscal para desencadeamento da persecução penal, não se submetendo à SV 24,
uma vez que é crime FORMAL, mesmo que no rol do artigo 1 da lei.
● A fluência do prazo prescricional dos crimes contra a ordem tributária, previstos no art. 1º,
incisos I a IV, da Lei n. 8.137/90, somente tem início após a constituição do crédito tributário,
o que se dá com o encerramento do procedimento administrativo-fiscal e o lançamento
definitivo.
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● Nos crimes de sonegação, a causa de aumento prevista em caso de grave dano à coletividade
não se aplica somente se o valor dos tributos sonegados forem maior do que dez milhões. Isso
porque o dispositivo da Receita Federal define “quantia vultuosa” para fins internos de
acompanhamento prioritário pela Fazenda Nacional dos processos de cobrança, não limitando
ou definindo o que seja grave dano à coletividade.
● O reconhecimento da prescrição tributária em execução fiscal não é capaz de justificar o
trancamento da ação penal referente aos crimes contra a ordem tributária previstos na Lei
8.137.
● SV 24: Não se tipifica crime material contra a ordem tributária, do inciso I a IV do art. 1º da Lei
8137, antes do lançamento definitivo do tributo.
● Descaminho é crime tributário formal (não se restringe ao valor sonegado, mas também às
atividades comerciais dentro do país).
o A causa extintiva da punibilidade pelo pagamento do tributo NÃO SE APLICA
aos crimes tributários formais (descaminho e contrabando), mas só aos
crimes TRIBUTÁRIOS MATERIAIS.
o Aplica-se o princípio da insignificância ao descaminho, mas não se aplica ao
contrabando, uma vez que atinge toda sociedade.
● Agente fiscal que exige dinheiro para deixar de emitir auto de infração de débito tributário
comete crime especial previsto na lei 8137, e não concussão.
● Pagamento de penalidade pecuniária imposta ao contribuinte que deixa de atender às
exigências da autoridade tributária quanto à exibição de livros e documentos fiscais não se
129 adéqua a nenhuma da hipóteses de extinção da punibilidade previstas no §2º do artigo 9 da lei
10864.
● Em se tratando de crime funcional contra a ordem tributária, o pagamento do tributo não
extingue a responsabilidade penal do agente público.
● Pagamento integral, parcelamento e insignificância:
No caso dos seguintes delitos:
•crimes contra a ordem tributária (arts. 1º e 2º da Lei nº 8.137/90);
•apropriação indébita previdenciária (art. 168-A do CP); STJ acolhe o entendimento
do STF, aplicando os 20mil como limite para aplicação da insignificância nos crimes
tributários formais!!!
•sonegação previdenciária (art. 337-A do CP):
o O pagamento integral do débito tributário, a qualquer tempo, até mesmo após
o trânsito em julgado da condenação, é causa de extinção da punibilidade do
agente, nos termos do art. 9º, § 2º, da Lei nº 10.684/2003.
o O parcelamento do crédito tributário suspende a prescrição penal.
o A pendência de procedimento administrativo em que se discuta eventual
direito de compensação de débitos tributários com eventuais créditos
perante o Fisco não tem o condão, por si só, de suspender o curso da ação
penal, eis que devidamente constituído o crédito tributário sobre o qual
recai a persecução penal.
● É possível que o magistrado, na sentença, proceda à emendatio libelli, majorando a pena em
razão das causas de aumento previstas no artigo 12, inciso I, da lei 8137, quando houver na
denúncia expressa indicação do montante do valor sonegado.
● Obtenção indevida de restituição de IR por meio de inserção de informações falsas na
declaração de IR:
o Jurisprudência oscila entre estelionato e crime contra a ordem tributária;
o Estelionato: obtém-se vantagem indevida por meio fraudulento.
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● Senador que solicita propina destinado à campanha política, de modo que o dinheiro é
entregue ao partido, como se fossem doações eleitorais, pratica corrupção passiva e lavagem
de dinheiro.
o Político que com sua influência mantém pessoa como diretora de determinada
entidade pública para que esta facilite contrato com construtora pratica
corrupção passiva.
● O delito de lavagem de bens, direitos ou valores (“lavagem de dinheiro”), previsto no art. 1º da
Lei nº 9.613/98, quando praticado na modalidade de ocultação, tem natureza de crime
permanente. A característica básica dos delitos permanentes está na circunstância de que a
execução desses crimes não se dá em um momento definido e específico, mas em um alongar
temporal. Quem oculta e mantém oculto algo, prolonga a ação até que o fato se torne
conhecido. Assim, o prazo prescricional somente tem início quando as autoridades tomam
conhecimento da conduta do agente.
● A transgressão da lei por parte de quem usualmente é depositário da confiança popular para
o exercício do poder enseja juízo de reprovação muito mais intenso do que seria cabível em se
tratando de um cidadão comum.
● A pena-base pode ser aumentada, no que tange às “circunstâncias do crime”, se a lavagem de
dinheiro ocorreu num contexto de múltiplas transações financeiras e de múltipla
transnacionalidade, o que interfere na ordem jurídica de mais de um Estado soberano.
● Se a lavagem de dinheiro envolveu valores vultosos, a pena-base poderá ser aumentada
(“consequências do crime”) tendo em vista que, neste caso, considera-se que o delito violou o
132 ● bem jurídico tutelado de forma muito mais intensa do que o usual.
Justa causa duplicada: ocorre nos crimes de lavagem de dinheiro, devendo o MP demonstrar
(i) a descrição fática do crime de lavagem de capitais e (ii) a origem ilícita dos bens,
provenientes de infração antecedente, acompanhadas de indícios suficientes do crime
antecedente.
● O crime de lavagem de capitais pode ser conexo ou não com o crime antecedente, tratando-se
de faculdade e não de obrigatoriedade.
● Eventualmente, o julgamento do crime antecedente poderá influir no julgamento do crime de
lavagem de captais, quando, v.g., for considerada inexistente suposta infração anterior. Aqui
cabe HC para trancar a ação por lavagem de captais ou até mesmo revisão criminal, caso
transitada em julgado a sentença penal condenatória.
● Simples fato de ter recebido a propina em espécie não configura lavagem de dinheiro. O mero
recebimento de valores em dinheiro não tipifica o delito de lavagem, seja quando recebido
pelo próprio agente público, seja quando recebido por interposta pessoa. STF. 2ª Turma. AP
996/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 29/5/2018 (Info 904). Recebimento de propina em
depósitos bancários fracionados pode configurar lavagem. Pratica lavagem de dinheiro o
sujeito que recebe propina por meio de depósitos bancários fracionados, em valores que não
atingem os limites estabelecidos pelas autoridades monetárias à comunicação compulsória
dessas operações. Ex: suponhamos que, na época, a autoridade bancária dizia que todo
depósito acima de R$ 20 mil deveria ser comunicado ao COAF; diante disso, um Deputado
recebia depósitos periódicos de R$ 19 mil para burlar essa regra. Para o STF, isso configura o
crime de lavagem. Trata-se de uma forma de ocultação da origem de valores.
●
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recursos para o Município “X”, verba destinada à aquisição de uma ambulância. O recurso foi
transferido, foi realizada a licitação, mas o certame foi direcionado em favor de determinada
empresa que superfaturou o preço. Ficou demonstrado que o Prefeito, o Deputado e os
donos da empresa vencedora estavam em conluio para a prática dessa conduta. Desse modo,
todos eles irão responder pelo delito do art. 1º, I, do DL 201/67. STF. 2ª Turma. Inq 3634/DF,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 2/6/2015 (Info 788).
● O art. 1º, XIV, do DL 201/67 prevê que o Prefeito pratica crime quando nega execução a lei
federal, estadual ou municipal, ou deixa de cumprir ordem judicial, sem dar o motivo da
recusa ou da impossibilidade, por escrito, à autoridade competente. Para configuração do
delito em tela, é indispensável que o MP comprove a inequívoca ciência do Prefeito a respeito
da ordem judicial, não sendo suficiente que a determinação judicial tenha sido comunicada a
terceiros. Para que o Prefeito pudesse ser responsabilizado criminalmente, seria indispensável
a sua intimação pessoal. STF. 1ª Turma. AP 555/SC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em
6/10/2015 (Info 802).
pelo qual não se admite sua impugnação por terceiros, ainda que referidos nas informações
prestadas pelo colaborador.
o É possível que delatado questione o acordo se a impugnação estiver
relacionada com as regras constitucionais de prerrogativa de foro.
● O papel do juiz ao homologar colaboração é meramente em relação aos aspectos formais: só
se faz juízo de valor sobre a consistência probatória quando a colaboração seja invocada como
fundamento para pedido afeto à apreciação judicial.
● Homologação de acordo de colaboração premiada por juiz de primeiro grau, que mencione
autoridade com foro de prerrogativa por função, não traduz em usurpação de competência do
Tribunal. Ao descobrir fortuitamente indícios do envolvimento de pessoa com prerrogativa de
foro, os autos devem ser encaminhados imediatamente ao foro prevalente, o qual é o único
competente para resolver sobre a existência de conexão ou continência e acerca da
conveniência do desmembramento do processo.
● A lei de crime organizado limita-se a exigir a voluntariedade do agente em sua colaboração,
não requerendo a espontaneidade.
● Se a colaboração premiada for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a metade
ou será admitida a progressão de regime ainda que estejam ausentes os requisitos objetivos.
● As declarações do agente colaborador, ainda que se consubstanciem em única prova judicial,
NÃO autorizam a prolação de sentença condenatória.
● O Ministério Público poderá, no caso de colaboração premiada, quando o colaborador não
for o líder da organização criminosa e for o primeiro a prestar efetiva colaboração, deixar de
135 ● oferecer denúncia.
Nos depoimentos que prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao
direito ao silêncio e estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade
● Não obstante o acordo de colaboração premiada, o colaborador poderá ser ouvido em juízo a
requerimento das partes ou por iniciativa da autoridade judicial. Nos depoimentos que
prestar, o colaborador renunciará, na presença de seu defensor, ao direito ao silêncio e
estará sujeito ao compromisso legal de dizer a verdade.
● Competência para homologação do acordo de colaboração premiada se o delatado tiver foro
por prerrogativa de função: Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que
teriam sido praticados por autoridade (ex: Governador) e que teriam que ser julgados por foro
privativo (ex: STJ), este acordo de colaboração deverá, obrigatoriamente, ser celebrado pelo
Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal competente (STJ). Assim,
se os fatos delatados tiverem que ser julgados originariamente por um Tribunal (foro por
prerrogativa de função), o próprio acordo de colaboração premiada deverá ser homologado
por este respectivo Tribunal, mesmo que o delator não tenha foro privilegiado. A delação de
autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do respectivo Tribunal para a
respectiva homologação e, em consequência, do órgão do Ministério Público que atua perante
a Corte. Se o delator ou se o delatado tiverem foro por prerrogativa de função, a homologação
da colaboração premiada será de competência do respectivo Tribunal.
● Análise da legitimidade do delatado para impugnar o acordo de colaboração premiada: Em
regra, o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo de colaboração premiada.
Assim, em regra, a pessoa que foi delatada não poderá impetrar um habeas corpus alegando
que esse acordo possui algum vício. Isso porque se trata de negócio jurídico personalíssimo.
Esse entendimento, contudo, não se aplica em caso de homologação sem respeito à
prerrogativa de foro. Desse modo, é possível que o delatado questione o acordo se a
impugnação estiver relacionada com as regras constitucionais de prerrogativa de foro. Em
outras palavras, se o delatado for uma autoridade com foro por prerrogativa de função e,
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apesar disso, o acordo tiver sido homologado em 1ª instância, será permitido que ele impugne
essa homologação alegando usurpação de competência.
● O descumprimento de acordo de colaboração premiada, por si só, não justifica a decretação da
prisão preventiva. Isto porque não há uma relação direta entre a prisão preventiva e o acordo
de colaboração premiada, tampouco há previsão legal neste sentido. É necessário verificar, no
caso concreto, a presença dos requisitos da prisão preventiva, não podendo o decreto
prisional ter como fundamento apenas a quebra do acordo.
o Logo, o STF rechaça a tese do acoplamento estrutural entre a colaboração
premiada e a prisão preventiva, uma vez que não consta na lei de organizações
criminosas a prisão como consequência da quebra do acordo, bem como
porque o artigo 312 do CPP não contempla tal hipótese.
o Prisão preventiva não é moeda de troca ou punição antecipada.
●
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incriminadora, possui rol exaustivo de conditas tipificadas, cuja lista não contempla
discriminação decorrente de opção sexual.
● A incitação ao ódio (hate speech) contra quaisquer denominações religiosas e seus seguidores
não está protegida pela cláusula constitucional que assegura a liberdade de expressão.
o Diferente é a crítica a outras religiões.
● Proferir manifestação de natureza discriminatória em relação aos homossexuais NÃO
configura o crime do art. 20 da Lei nº 7.716/89, sendo conduta atípica.
● O crime de racismo/discriminação pressupõe a ideia de segregação em função da raça ou da
cor, etnia, religião ou procedência nacional.
● Injúria Racial: ofensa praticada com conotação racial. Injúria qualificada.
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ofendidos indeterminados. Trata-se de exceção à regra de que o legitimado ativo deve ser
pessoa individualizada.
● Configura agravante aos crimes previstos no CDC se o fato é praticado em época de grave crise
econômica ou por ocasião de calamidade.
●
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● Compete à Justiça Federal (e não à Justiça Militar) decidir pedido de quebra de sigilo telefônico
requerido no âmbito de inquérito policial instaurado para apurar a suposta prática de crime
relacionado ao uso de artefato incendiário contra o edifício-sede da Justiça Militar da União,
quando o delito ainda não possua autoria estabelecida e não tenha sido cometido contra
servidor do Ministério Público Militar ou da Justiça Militar.
● A interceptação telefônica poderá ser determinada pelo juiz, de ofício, ou a requerimento da
autoridade policial, na investigação criminal, ou do MP, na investigação criminal e na ação
penal.
● Ocorrerá em autos apartados, apensados ao IP ou ao Processo, preservando-se o sigilo das
diligências, gravações e transcrições.
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141 mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da majorante, ultrapassar o limite
de um ano. (Súmula 243/STJ)
7) A existência de inquérito policial em curso não é circunstância idônea a obstar o
oferecimento de proposta de suspensão condicional do processo.
8) A extinção da punibilidade do agente pelo cumprimento das condições do sursis processual,
operada em processo anterior, não pode ser valorada em seu desfavor como maus
antecedentes, personalidade do agente e conduta social.
9) É constitucional o artigo 90-A da Lei 9.099/95, que veda a aplicação desta aos crimes
militares.
10) Na hipótese de apuração de delitos de menor potencial ofensivo, deve-se considerar a
soma das penas máximas em abstrato em concurso material, ou, ainda, a devida
exasperação, no caso de crime continuado ou de concurso formal, e ao se verificar que o
resultado da adição é superior a dois anos, afasta-se a competência do Juizado Especial
Criminal.
11) O crime de uso de entorpecente para consumo próprio, previsto no artigo 28 da Lei
11.343/06, é de menor potencial ofensivo, o que determina a competência do juizado especial
estadual, já que ele não está previsto em tratado internacional e o artigo 70 da Lei 11.343/06
não o inclui dentre os que devem ser julgados pela justiça federal.
12) A conduta prevista no artigo 28 da Lei 11.343/06 admite tanto a transação penal quanto a
suspensão condicional do processo.
Tratando-se de concurso material, a competência é definida pela SOMA das penas
abstratamente cominadas. Caso resulte somatório superior a dois anos, fica afastada a
competência do juizado especial, pois ultrapassado o limite previsto no art. 61 da Lei 9099.
Os únicos recursos previstos na Lei 9099/95 são a apelação e os embargos de declaração.
Logo, na hipótese de denegar a apelação ou a julgar deserta, cabíveis seriam apenas o habeas
corpus ou mandado de segurança, a depender se a sentença redunde em riscos à liberdade de
locomoção ou não.
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peças que pretende encampar, transcrevendo partes que julgar interessantes para legitimar
o raciocínio lógico que embasa a conclusão a que se quer chegar.
● ANALOGIA: forma de integração. Ubi eadem ratio, ubi idem ius. Onde existe a mesma razão,
deve ser aplicado o mesmo direito. Fato não regido pela norma jurídica, de modo que se
aplica a disposição legal aplicável a fato semelhante. Na esfera processual goza de ampla
aplicação, diferente da penal, que não pode ser em prejuízo do réu. Deve-se respeitar a
liberdade e as garantias CF.
o Analogia legis: aplicação da LEI aplicável a um caso semelhante.
o Analogia juris: aplicação de PRINCÍPIOS aplicáveis a um caso semelhante.
● Atenção: a analogia não é feita com a LEI, mas com todo o ORDENAMENTO jurídico.
● Súmula 501 do STJ: não é possível a combinação de leis, devendo ser aplicado na íntegra o
dispositivo que favorece ou réu, seja ele anterior ou posterior.
● Súmula 611 do STF: Caso a sentença condenatória já tenha transitado em julgado, caberá ao
juízo das execuções a aplicação da lei nova benigna.
● Em caso de norma híbrida (penal e processual – heterotopia), não pode haver cisão. Assim, se
o aspecto penal for benéfico, retroage, e o aspecto processual aplica-se desde já, pelo tempus
regit actum, não retroagindo.
● Não é nula a citação por edital que indica o dispositivo da lei penal, embora não transcreva a
denúncia ou a queixa, ou não resuma os fatos em que se baseia. Não viola o princípio do
contraditório.
● O direito ao silêncio e de não produção de provas não é absoluto. O acusado não tem direito
143 de se recusar a fornecer dados sobre a sua identidade, tampouco recusar-se a se submeter a
reconhecimento pessoal, que é meio de prova.
o STJ: É legal a prova com material genético descartado, ainda que não tenha
havido consentimento do investigado – 2018.
● A absolvição não pode ser afastada por revisão criminal, ainda que a decisão tenha sido
proferida por juízo absolutamente incompetente. Assim, não pode alguém ser julgado mais
de uma vez por fato do qual já tenha sido absolvido por decisão passada em julgado.
o Ainda, diante do trânsito em julgado de duas sentenças condenatórias contra
o mesmo condenado, por fatos idênticos, deve prevalecer a condenação mais
favorável ao réu. Não importa qual processo tenha iniciado antes ou em qual
deles tenha ocorrido primeiro o trânsito em julgado. O que irá prevalecer é
a condenação que foi mais favorável ao réu.
● Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprimindo a nomeação de
defensor dativo. O MESMO SE APLICA PARA ALEGAÇÕES FINAIS.
● Aspectos da presunção de inocência para Barroso:
o Positivo – regra de prova: somente se qualifica como prova apta à condenação
aquela que demonstre a culpa acima de dúvida razoável, que é exatamente o
standard anglo-saxônico “proof beyond a reasonable doubt”
o Negativo – vedação à condenação prematura, isto é, anterior à devida
formação da culpa.
● O princípio da oficialidade mitiga o princípio da igualdade das armas. Isto porque o Estado e o
MP possuem aparatos e recursos para investigação do qual o réu não dispõe, como o apoio da
polícia, perícia, etc. Isto posto, há alguns meios para tentar garantir a isonomia substancial,
como a revisão criminal (vedada a revisão para piorar) e os embargos infringentes criminais.
● Deve-se lembrar que, tanto para o STF quanto para o STJ, há crime na conduta de
autoatribuição de falsa identidade, não estando a medida abarcada como direito de defesa.
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Isto posto, o réu não possui direito ao silêncio e ao nemo tenetur se degetere de forma
absoluta
● A vedação de prova ilícita pode ser mitigada quando: a) a prova ilícita seja fundamental para
não condenar o réu injustamente, com base em critérios de razoabilidade e proporcionalidade,
não prejudicando terceiros; b) a prova aparentemente ilícita deve ser reputada como válida,
quando a conduta do agente está amparada em excludente de ilicitude.
● O CPP adota a teoria do isolamento dos atos processuais, que prevê que a lei processual nova
se aplica desde logo, mantendo válidos, contudo, os atos praticados sob a lei anterior. Assim,
não aplica-se a teoria da unidade dos atos ou unidade processual.
● Há algumas normas no CPP que buscam a paridade de armas entre a acusação, que possui
maiores condições probatórias, e a defesa (réu), a exemplo dos embargos infringentes e de
nulidade, que são exclusivas de defesa.
● As respectivas defesas têm direito de participar e de fazer perguntas nos interrogatórios dos
corréus. Entretanto, estes não são obrigados a responder, em face da prerrogativa contra a
autoincriminação, de que também são titulares.
o O corréu que é advogado não pode ouvir o interrogatório do outro réu,
ocasião em que deverá ser nomeado um defensor para ele.
● O juiz pode declarar o réu indefeso, mesmo naquelas hipóteses em que a ausência de defesa
técnica resulte de conteúdo nulo de peça produzida por advogado constituído pelo próprio
acusado. O juiz deve velar pelo respeito à indisponibilidade do direito de defesa.
● O direito ao silêncio refere-se apenas às condutas delitivas narradas na denúncia, não
144 abrangendo a qualificação pessoal do acusado. É crime atribuir falsa identidade perante
autoridade policial.
● O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da
defesa.
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● Não existe fundamento jurídico que autorize o magistrado, após receber denúncia, requisitar
ao Delegado o indiciamento de determinada pessoa, vez que se trata de atribuição exclusiva
do Delegado.
● Não é necessário o delegado fazer a classificação do crime cometido.
● Arquivamento de IPL e coisa julgada:
o Material (não desarquiva):
▪ Atipicidade: prova nova não pode tornar conduta típica.
▪ Excludente da culpabilidade: há divergência doutrinária.
▪ Extintiva da punibilidade: prova nova não pode demonstrar que a
extinção da punibilidade não ocorreu.
● Exceção: certidão de óbito falsa.
o Formal (desarquiva):
▪ Ausência de pressuposto processual ou de condição da ação;
▪ Ausência de autoria e materialidade (justa causa); e
▪ Exclusão da ilicitude, pois pode surgir novas provas (STF).
▪ Ausência de base empírica (ausência de provas) : NÃO HÁ COISA
JULGADA MATERIAL, a decisão é rebuc sic stantibus. O MP que
decide se há base empírica ou não. Súmula 524 STF.
● No âmbito do STJ, se o MPF requere o arquivamento do IP, não há aplicação analógica ao
artigo 28 do CPP, não podendo o magistrado encaminhar os autos à CCR. O Sub-Procurador
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o Se ele estiver preso e precisar de mais diligências, significa que não tem tanta
certeza da sua autoria/materialidade, de modo que não se pode deixar o
investigado preso.
● O inquérito policial ou outro procedimento previsto em lei em curso somente poderá ser
avocado ou redistribuído por superior hierárquico, mediante despacho fundamentado, por
motivo de:
o Interesse público ou;
o Nas hipóteses de inobservância dos procedimentos previstos em regulamento
da corporação que prejudique a eficácia da investigação.
● Em regra, a decisão de arquivamento do inquérito policial é irrecorrível. Há duas exceções
legais quanto à recorribilidade de decisões de arquivamento de IP:
o Quanto aos crimes contra a economia popular ou contra a saúde pública, há
previsão legal de recurso de ofício (Lei nº 1.521/51, art. 7º);
o E, no caso das contravenções do jogo do bicho e de corrida de cavalos fora do
hipódromo, há previsão legal de recurso em sentido estrito (Lei nº 1.508/51,
art. 6º, parágrafo único).
● A denúncia anônima pode dar início à investigação, desde que corroborada por elementos
informativos prévios que verifiquem a verossimilhança da comunicação, o que pode surgir por
meio de investigações preliminares.
● Ainda que o delito seja de menor potencial ofensivo, a lei 9099 não veda a instauração de
inquérito policial. A regra é a lavratura de termo circunstanciado, mas se o caso for complexo e
146 exigir a realização de investigações, pode ser instaurado inquérito policial, como permite o §2º
do art. 77 da lei 9099.
● Se o MP deixa de oferecer denúncia em relação a alguns fatos ou investigados, isso não obsta
que ele ofereça depois, podendo, perfeitamente, promover ao aditamento da denúncia antes
da sentença final, desde que não extinta a punibilidade, devendo ser garantido o contraditório
e a ampla defesa.
● Não é ilegal a portaria editada por Juiz Federal que, fundada na Res. CJF n. 63/2009, estabelece
a tramitação direta de inquérito policial entre a Polícia Federal e o Ministério Público Federal.
● É INCONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a tramitação direta do inquérito policial entre a
polícia e o Ministério Público. É CONSTITUCIONAL lei estadual que preveja a possibilidade de o
MP requisitar informações quando o inquérito policial não for encerrado em 30 dias, tratando-
se de indiciado solto.
● No STJ não se aplica o artigo 28 do CPP (promotor do 28), uma vez que no STJ, os membros do
MPF atuam sob delegação do PGR. Assim, se o membro do MPF manifesta requer o
arquivamento, não há o que fazer senão acolher o pedido, ainda que o Min. Relator discorde.
● O delegado, quando verificar ausência de sanidade mental do investigado, não poderá realizar
de ofício, devendo representar ao Juiz competente o incidente. (art. 149, §1º)2
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não tenha sido sequer recebida originariamente pelo juízo competente, como ocorreu no caso
concreto. O membro do MP possui total liberdade na formação de seu convencimento (opinio
delicti). Assim, a sua atuação não pode ser restringida ou ficar vinculada às conclusões jurídicas
que o outro membro do MP chegou, mesmo que este atue em uma instância superior. Em
outras palavras, o Promotor de Justiça que passou a ter atribuição para atuar no caso não está
vinculado às conclusões do Procurador-Geral de Justiça que estava anteriormente funcionando
no processo. Desse modo, é irrelevante que outros membros do Ministério Público com
atribuição para atuar em instância superior, em virtude da análise dos mesmos fatos, tenham,
anteriormente, oferecido denúncia de diferente teor em face do réu, uma vez que, conforme
ficou reconhecido pelo STJ e pelo TJDFT, a competência para o processo criminal era da 1ª
instância, de forma que o promotor natural do caso era o Promotor de Justiça que atua na 1ª
instância. Portanto, o fato de o promotor natural — aquele com atribuição para atuar na 1ª
instância — não se encontrar tecnicamente subordinado e apresentar entendimento jurídico
diverso, afasta qualquer alegação de nulidade decorrente de alteração do teor da peça
acusatória oferecida contra o réu Paulo.
6.3.2. Ação civil ex delicto
● Considerando que a norma não limitou e nem regulamentou como será quantificado o valor
mínimo para a indenização e considerando que a legislação penal sempre priorizou o
ressarcimento da vítima em relação aos prejuízos sofridos, o juiz que se sentir apto, diante de
um caso concreto, a quantificar, ao menos o mínimo, o valor do dano moral sofrido pela
vítima, não poderá ser impedido de fazê-lo. Desde que requerido pela parte ou MP.
148 (patrimoniais ou extrapatrimoniais)
o Para que seja fixado, na sentença, o valor mínimo para reparação dos danos
causados à vítima (art. 387, IV, do CPP), é necessário que haja pedido
expresso e formal, feito pelo parquet ou pelo ofendido, a fim de que seja
oportunizado ao réu o contraditório e sob pena de violação ao princípio da
ampla defesa (STJ. 5ª Turma. HC 321.279/PE, Rel. Min. Leopoldo de Arruda
Raposo (Des. Conv. do TJ/PE), julgado em 23/06/2015).
o Na sentença penal, o juiz fixará um valor mínimo. Assim, a vítima poderá
executar desde logo este valor mínimo e pleitear um valor maior que o fixado
na sentença, bastando, para isso, que prove que os danos (MATERIAIS) que
sofreu foram maiores que a quantia estabelecida na sentença. Essa prova é
feita em fase de liquidação pelo procedimento comum, regulado pelos arts.
509, I e 511 do CPC/2015.
o O STJ já decidiu que o juiz somente poderá fixar este valor se existirem provas
nos autos que demonstrem os prejuízos sofridos pela vítima em decorrência
do crime. Desta feita, é importante que o Ministério Público ou eventual
assistente de acusação junte comprovantes dos danos causados pela infração
para que o magistrado disponha de elementos para a fixação de que trata o
art. 387, IV do CPP.
o Danos morais não precisa de prova, devendo ficar demonstrado o abalo
psíquico de determinada situação.
● Antes de o magistrado conhecer a ilegitimidade ativa do Ministério Público para propor ação
civil ex delicto, é indispensável que a Defensoria Pública seja intimada para tomar ciência da
demanda e, sendo o caso, assumir o polo ativo da ação.
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O CDC dispõe expressamente que é possível que pessoa jurídica seja assistente de acusação,
dispensada autorização assemblear.
Durante os debates no Plenário do Tribunal do Júri, o Promotor de Justiça pediu a absolvição
do réu, tendo ele sido absolvido pelos jurados. O assistente de acusação, que intervinha no
processo, tem legitimidade para recorrer contra essa decisão? SIM. O assistente de acusação
possui legitimidade para interpor recurso de apelação, em caráter supletivo, nos termos do
art. 598 do CPP, ainda que o Ministério Público tenha requerido a absolvição do réu. STJ. 6ª
Turma. REsp 1.451.720-SP, Rel. originário Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. para acórdão Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 28/4/2015 (Info 564).
Quando a Defensoria Pública atuar como representante do assistente de acusação, é
dispensável a juntada de procuração com poderes especiais. O Defensor Público deve juntar
procuração judicial somente nas hipóteses em que a lei exigir poderes especiais. Atuar como
representante do assistente de acusação não é considerado um poder especial, não se
exigindo procuração especial. A participação da Defensoria Pública como representante do
assistente de acusação pode ser negada sob o argumento de que a vítima ou seus sucessores
não são hipossuficientes (“pobres”)? NÃO. Compete à própria Defensoria o direito de apurar o
estado de carência de seus assistidos.
Não há nulidade processual na hipótese em que o assistente de acusação, por não ter
arrazoado recurso interposto pelo MP após ter sido intimado para tanto, deixe de ser intimado
quanto aos atos processuais subsequentes.
O assistente da acusação tem direito à réplica, ainda que o MP tenha anuído à tese de legítima
defesa do réu e declinado do direito de replicar.
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Súmula n.° 448-STF: O prazo para o assistente recorrer supletivamente começa a correr
imediatamente após o transcurso do prazo do MP.
o O prazo para o assistente de acusação habilitado nos autos apelar é de 5
(cinco) dias, após a sua intimação da sentença, e terminado o prazo para o
Ministério Público apelar. Incidência do enunciado da Súmula n.º 448 do STF.
● Do despacho que admitir ou não assistente à acusação, não caberá recurso, devendo,
entretanto, constar dos autos o pedido e a decisão.
● STJ: o assistente de acusação possui legitimidade para interpor recurso de apelação, em
caráter supletivo, nos termos do artigo 598 do CPP, ainda que o MP tenha requerido a
absolvição do réu em plenário.
6.5.1. Sentença
● Não viola o princípio da congruência o reconhecimento de ofício pelo juiz de causa de
aumento ou agravante. Isto porque, o réu se defende dos fatos imputados a ele na denúncia, e
não da capitulação jurídica nela estabelecida. O juiz, na sentença, pode reconhecer incidência
de causa de aumento não prevista na denúncia, desde que esteja narrada nos fatos. A
sentença deve guardar RELAÇÃO COM OS FATOS IMPUTADOS, e não com a definição jurídica.
o No mesmo sentido, não há ofensa ao princípio da correlação quando há
reconhecimento da reincidência na sentença, pois esta agravante não
modifica a figura penal objeto da persecução e assim não precisa estar narrada
na denúncia. O seu reconhecimento nada mais é do que o exercício de
jurisdição, não violando o direito de defesa ou o contraditório. Além disso, há
previsão legal expressa, contida no art. 385, do Código de Processo Penal.
o Diz-se que o pedido no processo penal é o de condenação, e não para
condenar por tal crime.
o O STF diz que é preferível a emendatio libelli por ocasião da sentença.
o O juiz, como se atém aos fatos, pode dar capitulação jurídica diversa mais
gravosa.
● A sentença proferida por juízo absolutamente incompetente impede o exame dos mesmos
fatos ainda que pela justiça constitucionalmente competente, pois, ao contrário, estar-se-ia
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não só diante de vedado bis in idem como também na contramão da necessária segurança
jurídica que a imutabilidade da coisa julgada visa garantir”. Masson afirma que entre ne bis in
idem e o juiz natural, deve preponderar o ne bis in idem, de modo a não rediscutir os mesmos
fatos.
o Porém, havendo duas coisas julgadas, a primeira por juiz absolutamente
incompetente e a segunda por juiz competente, com pena mais branda, deve
ser relativizada a coisa julgada da primeira sentença, prevalecendo a situação
mais favorável ao réu. Dignidade da pessoa humana.
o A vedação do bis in idem impede a imputação ao agente de um crime (e de
uma nova ação penal), cometido no contexto fático de outro delito, o qual era
desconhecido na ação penal a este correspondente.
● Havendo duas sentenças condenatórias envolvendo fatos idênticos, a segunda delas não será
necessariamente aquela a ser anulada. Diante do trânsito em julgado de duas sentenças
condenatórias contra o mesmo réu, por fatos idênticos, deve prevalecer o critério mais
favorável em detrimento do critério temporal (de precedência). Isso em homenagem aos
princípios do favor rei e favor libertatis
● É possível a realização de emendatio libelli em segunda instância no julgamento de recurso
exclusivo da defesa, desde que não gere reformatio in pejus, nos termos do art. 617 do CPP.
● O órgão jurisdicional (juiz ou Tribunal) não tem competência para substituir-se ao Ministério
Público, titular da ação penal pública, e retificar (consertar) a classificação jurídica proposta na
denúncia. Por esse motivo, o entendimento dominante é o de que, em regra, o momento
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A negativa em permitir que a polícia entre na casa durante a noite para prender uma pessoa
que lá está é exercício regular de um direito do proprietário, não se tratando de
desobediência, favorecimento real ou resistência.
Lugares abertos ao público, como lojas de departamento, não necessitam de mandado judicial
para realização de busca. Também hotel em caso de estar desocupado. Regra: fechado ao
público, necessita de mandado. Aberto ao público, não necessita de mandado.
A negativa em permitir que a polícia entre na casa durante a noite para prender uma pessoa
que lá está é exercício regular de um direito do proprietário, não se tratando de
desobediência, favorecimento real ou resistência.
A existência de denúncias anônimas somada à fuga do acusado, por si sós, não configuram
fundadas razões a autorizar o ingresso policial no domicílio do acusado sem o seu
consentimento ou determinação judicial.
● Sem fundada suspeita, a busca e apreensão pode configurar crime de abuso de autoridade.
● Quando a medida de busca e apreensão for determinada no cumprimento de busca domiciliar,
as pessoas que se encontrem no interior da casa poderão ser objeto de busca pessoal, mesmo
que o mandado não o diga de maneira expressa.
● A busca pessoal independe de mandado nas seguintes hipóteses: a) no caso de prisão; b)
quando houver fundada suspeita de que a pessoa esteja na posse de arma proibida ou de
objetos ou papéis que constituam corpo de delito: caso a busca pessoal seja executada sem
que haja fundada suspeita, como no exemplo em que a autoridade a executa tão somente
para demonstrar seu poder, a conduta do agente policial pode caracterizar o crime de abuso
158 de autoridade (Lei n° 4.898/65, art. 3°, "a"); c) quando a medida for determinada no curso de
busca domiciliar: no cumprimento de busca domiciliar, as pessoas que se encontrem no
interior da casa poderão ser objeto de busca pessoal, mesmo que o mandado não diga de
maneira expressa.
o (STF: a suspeita deve ser objetiva, exigindo elementos concretos que indiquem
necessidade da revista)
● WhatsApp:
o Se o telefone celular foi apreendido em busca e apreensão determinada por
decisão judicial, não há óbice para que a autoridade policial acesse o conteúdo
armazenado no aparelho, inclusive as conversas do Whatsapp. Pode ler.
o Não há ilegalidade na perícia de aparelho de telefonia celular pela polícia, sem
prévia autorização judicial, na hipótese em que seu proprietário - a vítima - foi
morto, tendo o referido telefone sido entregue à autoridade policial por sua
esposa, com autorização desta. Pode ler.
o Sem prévia autorização judicial, são nulas as provas obtidas pela polícia por
meio da extração de dados e de conversas registradas no Whatsapp presentes
no celular do suposto autor de fato delituoso, ainda que o aparelho tenha sido
apreendido no momento da prisão em flagrante. Não pode ler.
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160 As cartas particulares poderão, sem o consentimento do signatário, ser exibidas em juízo pelo
réu dela destinatário.
Não é nula a condenação criminal lastreada em prova produzida no âmbito da Receita Federal
do Brasil por meio da obtenção de informações de instituições financeiras sem prévia
autorização judicial de quebra do sigilo bancário. Isso porque o STF decidiu que são
constitucionais os arts. 5º e 6º da LC 105/2001, que permitem o acesso direto da Receita
Federal à movimentação financeira dos contribuintes.
A utilização pelo Ministério Público de documentos enviados por outros países para fins de
investigação por meio de cooperação jurídica internacional é legítima mesmo não havendo
ainda legislação específica no Brasil regulamentando o tema. Isso porque a transferência de
procedimento criminal encontra abrigo em convenções internacionais sobre cooperação
jurídica, cujas normas, quando ratificadas, assumem status de lei federal. Dessa forma, é
legítima a providência da autoridade brasileira de, com base em material probatório obtido da
Confederação Suíça, por sistema de cooperação jurídica internacional, investigar e processar o
congressista em questão pelo delito de evasão de divisas, já que se trata de fato delituoso
diretamente vinculado à persecução penal objeto da cooperação, que tem como foco central
delitos de corrupção e lavagem de capitais. STF. Plenário. Inq 4146/DF, Rel. Min. Teori
Zavascki, julgado em 22/6/2016 (Info 831).
A apresentação do custodiado algemado à imprensa pelas autoridades policiais não afronta o
Enunciado 11 da Súmula Vinculante. A SV 11 refere-se apenas a situações em que o emprego
abusivo da algema decorre de decisão judicial, ou seja, no âmbito de um ato processual. Não
abrange hipóteses em que seu uso decorreu de ato administrativo da autoridade policial.
Acusado não pode assistir interrogatório do corréu, mesmo que seja advogado atuando em
causa própria. O réu que seja advogado em causa própria não poderá ver o interrogatório do
corréu na qualidade de advogado. Deverá ser nomeado um defensor para ele.
É denominada testemunha fedatária aquela que assina o auto de prisão em flagrante,
testemunhando a apresentação do preso à autoridade policial. Elas não prestam depoimento
sobre a prática delituosa ou sobre o mérito da ação penal, mas sobre a regularidade de um
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fato ou ato processual, tal como as testemunhas que acompanham os condutores do preso em
flagrante delito.
O depoimento prestado em sede policial pela testemunha deve ser por ela reproduzido em
juízo, não bastando, para tanto, a mera afirmação de que ratifica o depoimento prestado no
inquérito policial.
As testemunhas que não estão obrigadas a depor, caso o façam, não estão sujeitas ao
compromisso de dizer a verdade, previsto no artigo 203 do CPP.
o Tratando-se de testemunha com fortes laços de afetividade com o réu, não se
pode exigir-lhe que diga a verdade, justamente em detrimento da pessoa pela
qual nutre afeição, pondo em risco até mesmo a própria unidade familiar.
o Ainda que o membro da família seja o único que possa elucidar os fatos, ele pode
se recusar a depor, não se lhe exigindo a verdade dos fatos.
STJ: lembre-se: para caracterização do crime de falso testemunho não é necessário o
compromisso, a advertência.
São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão,
devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, o que não ocorre se a
pessoa que deva guardar sigilo for o advogado do acusado. O advogado pode se recusar a
depor sobre o caso mesmo que desobrigado pela parte interessada, conforme preconizado
pelo artigo 26 do Código de Ética e Disciplina da OAB.
A falsidade de documento pode ser arguida por escrito, pelas partes ou o juiz poderá, de
ofício, proceder à verificação da falsidade. Qualquer que seja a decisão, não fará coisa julgada
em prejuízo de ulterior processo penal ou civil.” Logo, nunca fará coisa julgada material.
161 Teoria da tinta diluída (purged taint exception): teoria da mancha purgada, conexão
atenuada. Conceito: não se aplica a teoria dos frutos da árvore envenenada se o nexo causal
entre a prova ilícita originária e a derivada forem atenuados em virtude de causas
supervenientes no curso do processo ou por decurso do tempo, ou quando não se verifique o
nexo causal entre a prova ilícita primária e a derivada.
A prova que deixa vestígios só pode ser suprida por prova testemunhal quando desaparecido
os vestígios ou não puderem ser constatados pelos peritos. Assim, nos crimes em que há
majorante de rompimento de obstáculo, a perícia é indispensável, salvo nos casos aqui
mencionados.
O fato do exame de corpo de delito ser subscrito por apenas um perito oficial, conquanto
caracterize nulidade, à luz do disposto no artigo 159, §1º, do CPP, é vício de natureza relativa,
que pressupõe a alegação no momento oportuno, bem como a verificação de prejuízo para a
parte.
O interrogatório judicial não é ato privativo do juízo, já que admite perguntas feitas pelas
partes diretamente ao acusado, como forma de se assegurar o contraditório. (é
presidencialista).
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● Não se admite prisão preventiva quando o juiz verificar das provas colhidas nos autos que o
agente praticou o crime acobertado por uma causa excludente da ilicitude, ou seja, em estado
de necessidade, legitima defesa, estrito cumprimento de dever legal e no exercício regular de
direito. Por analogia, estende-se para os casos previstos na parte específica e leis especiais que
possuem justificantes.
o Ressalvada a hipótese de inimputabilidade, a doutrina entende que não se
deve decretar prisão preventiva quando ficar demonstrado a existência de
excludente da culpabilidade, salvo inimputabilidade. (erro de direito, coação
moral irresistível, obediência hierárquica, coação física ou material) e
excludentes da ilicitude.
● O requisito negativo para prisão foi expressamente previsto no CPP sendo ele: “A prisão
preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida
cautelar”.
● O relaxamento da prisão em flagrante não impede a decretação da prisão preventiva ou
temporária, nem tampouco a decretação das medidas cautelares diversas da prisão, desde que
presente os requisitos legais. Não se confunde a legalidade da prisão em flagrante com o juízo
de necessidade das medidas cautelares.
o O que não se admite é o relaxamento da prisão em flagrante, porque ilegal, e a
subsequente e automática decretação de prisão preventiva, somente sendo
possível quando presente o fumus comissi delicti, consubstanciado na prova da
materialidade e de autoria, e o periculum libertatis, garantia da ordem pública,
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militares, eleitorais e da lei de drogas até o dia 10/03/2016 são válidos mesmo
que tenham sido efetivados como o primeiro ato da instrução. Após, são nulos
os interrogatórios realizados como primeiro ato de instrução, fora do rito do
artigo 400.
● Se o prefeito é denunciado por um crime do DL201/67 e outro crime, deve ser oportunizado a
defesa prévia da lei especial para ambos os crimes, e não só do DL, uma vez que o
procedimento especial prevalece sobre o procedimento comum.
● Os interrogatórios são feitos separadamente. Assim, se o réu advoga em causa própria, ele não
poderá ouvir os interrogatórios dos corréus na qualidade de advogado, devendo ser
constituído um defensor para ele.
● O interrogatório judicial não é ato privativo do juízo, já que admite perguntas feitas pelas
partes diretamente ao acusado, como forma de se assegurar o contraditório. (é
presidencialista).
● Quando o agente é processado por dois crimes com procedimentos diversos, deve-se dar
prioridade ao que lhe forneça maiores garantias constitucionais, e não o mais célere.
● Prevalece na doutrina que o interrogatório é meio de defesa, realizado em contraditório, e as
perguntas são iniciadas pelo juiz, seguido das partes.
o Ao contrário do que se dá com os depoimentos de testemunhas e do
ofendido, em relação aos quais vigora o sistema do exame direto e cruzado
(CPP, art. 212), o interrogatório continua submetido ao sistema
presidencialista, devendo o juiz formular as perguntas antes das reperguntas
168 das partes. Apesar de a maioria da doutrina entender que o interrogatório
tem natureza jurídica de meio de defesa, tem prevalecido o entendimento de
que quem repergunta primeiro é a acusação (Ministério Púbico, querelante,
ou assistente), seguindo-se as perguntas da defesa”
● Em fase de defesa prévia, a oitiva de todas as testemunhas indicadas pela defesa dos pacientes
fora indeferida, ao fundamento de que o requerimento seria protelatório, haja vista que as
testemunhas não teriam, em tese, vinculação com os fatos criminosos imputados aos
pacientes. Evidente a infringência à matriz constitucional do devido processo legal, visto que
frustrou a possibilidade de os acusados produzirem as provas que reputam necessárias à
demonstração de suas alegações.
6.10.1. Crimes de responsabilidade dos funcionários públicos
● No procedimento do artigo 514 do Código Penal, de crimes de responsabilidade dos
funcionários públicos, o STF entende não haver ofensa ao contraditório pela não apresentação
de defesa prévia do artigo 514 do CPP quando o crime praticado por servidor público é
exercido com violência e grave ameaça.
o Dispensa-se o presente procedimento quando precedido de inquérito policial.
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São, em regra, executáveis as condenações prolatadas pelo júri, não violando a presunção de
inocência, prestigiando a soberania dos vereditos, pois, em regra, o tribunal de apelação não
pode substituir a decisão do júri, salvo as situações acima descritas.
menos réu preso provisoriamente. Em qualquer caso, o juiz de primeiro grau poderá proceder
à produção de provas de natureza urgente.
Não é extemporâneo recurso interposto antes da publicação do acórdão. Sob o ângulo da
oportunidade, a publicação do acórdão impugnado é elemento neutro, podendo a parte,
ciente da decisão proferida, protocolar o recurso. Assim por exemplo, admite-se a interposição
de embargos declaratórios oferecidos antes da publicação do acórdão embargado e dentro do
prazo recursal.
A depender do fundamento da sentença absolutória, remanesce ao réu o direito de recorrer,
mormente quando o fundamento da sentença puder repercutir na esfera civil (por exemplo,
quando é absolvido por insuficiência de provas).
O CPP expressamente previu a fungibilidade recursal no artigo 579: Salvo a hipótese de má-fé,
a parte não será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. Parágrafo único. Se
o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso interposto pela parte, mandará
processá-lo de acordo com o rito do recurso cabível.
Súmula 707 STF: Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer
contrarrazões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de
defensor dativo.
No Juizado Especial Criminal, o prazo para a interposição de apelação é de 10 dias, já inclusas
as razões recursais
Cabem embargos infringentes para o Plenário do STF contra decisão condenatória proferida
em sede de ação penal de competência originária das Turmas do STF. O requisito de
170 cabimento desse recurso é a existência de dois votos minoritários absolutórios em sentido
próprio. Voto absolutório em sentido próprio: significa que o Ministro deve ter expressado
juízo de improcedência da pretensão executória. STF. Plenário. AP 863 EI-AgR/SP, Rel. Min.
Edson Fachin, julgado em 18 e 19/4/2018; HC 152707/DF, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18
e 19/4/2018 (Info 898).
6.13.1. Recurso em sentido estrito
● As hipóteses de cabimento de RESE trazidas pelo artigo 581 são:
o Exaustivas
o Admitem interpretação extensiva (faltou dizer algo que cabe).
o Não admitem interpretação analógica (não disse).
● Assim: a decisão do juiz que revoga a medida cautelar diversa da prisão cabe RESE com base
na interpretação extensiva do 581, V, uma vez que o incisivo V permite RESE contra a decisão
do juiz que revoga a prisão preventiva.
● Cabe RESE, por interpretação extensiva, contra decisão que indefere a prisão temporária.
● Contra a decisão que julga procedente as exceções de litispendência, coisa julgada,
ilegitimidade de parte e incompetência será cabível o recurso em sentido estrito, salvo
suspeição.
o Não cabe RESE contra julgamento de exceção de suspeição (incompetência
cabe). Isto porque, se ele aceita a suspeição, o juiz remete os autos ao
substituto; ou, se ele nega a suspeição, os autos são remetidos ao Tribunal que
competir o julgamento.
● O RESE só cabe quando for julgado procedente as exceções de incompetência, litispendência,
ilegitimidade de parte e coisa julgada.
● A absolvição sumária, como regra, é atacada por apelação, porém, em caso de extinção da
punibilidade é atacada por RESE. A decisão de absolvição sumária por extinção da
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punibilidade não é um veredito absolutório, mas sim uma decisão declaratória, podendo existir
ainda o ilícito. Tem discussão doutrinária aqui. Uns dizem ser apelação, outros RESE.
● O agravo da execução penal não possui rito legal, seguindo-se as mesmas normas do RESE –
Súmula 700 do STF. Tal agravo não possui efeito suspensivo.
● Efeito regressivo: o juiz pode rever a sua decisão quando interposto RESE e contrarrazoado.
o Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz, que,
dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários. Se o juiz
reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples petição, poderá
recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais lícito ao juiz
modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados, subirá o
recurso nos próprios autos ou em traslado
● Da decisão que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade, caberá
recurso em sentido estrito, mas nesta não haverá efeito suspensivo. Esta é uma das únicas
situações vigentes em que o recurso em sentido estrito não admite efeito suspensivo.
6.13.2. Apelação
Não viola o princípio do juiz natural o julgamento de apelação por órgão colegiado presidido
por desembargador, sendo os demais integrantes juízes convocados, desde que haja previsão
legal para isso.
o Salvo se o regimento interno dispor que deva ser julgado só por
desembargadores.
171
6.13.3. Habeas corpus
● Incabível arguição de nulidade em sede de habeas corpus para impugnar a sentença que foi
prolatada exclusivamente em prova emprestada. Isto porque não se admite reanálise fático-
probatória em sede de HC.
● Juiz pode conceder HC de ofício.
● O art. 28 da LD não prevê a possibilidade de o condenado receber pena privativa de liberdade.
Assim, não existe possibilidade de que o indivíduo que responda processo por este delito sofra
restrição em sua liberdade de locomoção. Diante disso, não é possível que a pessoa que
responda processo criminal envolvendo o art. 28 da LD impetre habeas corpus para discutir a
imputação. Não havendo ameaça à liberdade de locomoção, não cabe habeas corpus. Em
suma, o habeas corpus (preventivo) não é o meio adequado para discutir crime que não enseja
pena privativa de liberdade.
● O habeas corpus não é o meio adequado para se buscar o reconhecimento do direito a visitas
íntimas. Isso porque não está envolvido no caso o direito de ir e vir
● O Tribunal pode conceder habeas corpus de ofício, mas para isso acontecer é necessário que
ele seja o Tribunal competente para apreciar eventual pedido de habeas corpus relacionado
com este caso.
● Ministro Relator do STF ou STJ pode decidir HC nas hipóteses autorizadas pelo regimento?
o STF diverge: não, pois cabe ao colegiado. SIM (majoritário), pode.
● Não cabe HC para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ.
● Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra
decisão do relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar.
● Não cabe HC contra decisão monocrática de ministro do STF. Só agravo regimental ao plenário.
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● Em regra, não cabe HC de decisão monocrática do Ministro do STJ que não conhece ou que
denega o HC.
o É necessário que o impetrante esgote as vias recursais cabíveis, como no caso,
agravo regimental.
o Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a
decisão se mostra teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou
manifestamente contrária à jurisprudência do STF.
● A liminar é feita por julgamento monocrático. O que o STF não admite é julgamento
monocrático terminativo (não resolve o mérito) do mérito do HC, por ofensa ao princípio da
colegialidade. O julgamento do mérito em HC em tribunais é sempre colegiado.
● O HC pode ser impetrado para impugnar medidas cautelares de natureza criminal diversas da
prisão. Obs: sursis também.
o As medidas são onerosas ao réu.
o O seu descumprimento enseja conversão em prisão, havendo risco à liberdade
de locomoção.
● É possível que o Ministro Relator do STJ ou do STF decida monocraticamente o habeas corpus
nas hipóteses autorizadas pelo regimento interno?
• Precedente divulgado no Info 857: NÃO. Cabe ao colegiado o julgamento de
habeas corpus.
• Posição amplamente majoritária no STF: SIM. O Ministro Relator pode decidir
monocraticamente habeas corpus nas hipóteses autorizadas pelo regimento
172 interno, sem que isso configure violação ao princípio da colegialidade
O habeas corpus substitutivo ocorre quando o impetrante, ao invés de interpor o recurso
cabível contra a decisão, opta por questioná-la ajuizando novo habeas corpus, dirigido à
instância superior. Na prática, os advogados e Defensores Públicos preferem valer-se do
HC substitutivo por ser este mais simples e rápido que o recurso.
A jurisprudência admite a utilização do habeas corpus como substitutivo de recurso próprio (o
chamado “habeas corpus substitutivo”)?
o 1ª corrente: NÃO. Posição do STJ e da 1ª Turma do STF (mas
pode ser conhecido HC de ofício).
o 2ª corrente: SIM. Posição da 2ª Turma do STF.
É cabível habeas corpus contra decisão judicial transitada em julgado?
o 1ª) SIM. Foi o que decidiu a 2ª Turma no RHC 146327/RS, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 27/2/2018 (Info 892).
o 2ª) NÃO. É a posição majoritária no STF e no STJ. Vale
ressaltar que se houver alguma ilegalidade flagrante, o
Tribunal poderá conceder a ordem de ofício.
Não cabe habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso
interposto no STJ. Ex: o STJ deu provimento ao recurso interposto pelo MP e, com isso, piorou
a situação do réu; a defesa impetra HC no STF contra o acórdão alegando que o STJ, no recurso
especial, reexaminou provas, o que é vedado pela Súmula 7 da Corte (A pretensão de simples
reexame de prova não enseja recurso especial.). Esse HC não será conhecido pelo STF porque o
impetrante busca questionar os pressupostos de admissibilidade do Resp.
A pessoa, sem ter capacidade postulatória, impetra um HC e este é negado. Essa mesma
pessoa poderá ingressar com recurso contra a decisão? Para se interpor o recurso contra a
decisão denegatória do HC, a capacidade postulatória também é dispensada?
o STF: SIM (posição levemente majoritária no STF).
o STJ: NÃO (posição pacífica no STJ).
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A competência para julgar determinados habeas corpus é de uma das duas Turmas do STF (e
não do Plenário). Ex: HC contra decisão do STJ, em regra, é de competência de uma das
Turmas do STF. O Ministro Relator do HC no STF, em vez de submetê-lo à Turma, pode levá-lo
para ser julgado pelo Plenário? SIM. Essa possibilidade encontra-se prevista no art. 6º, II, “c” e
no art. 21, XI, do RI/STF. Para fazer isso, o Relator precisa fundamentar essa remessa? É
necessário que o Relator apresente uma justificativa para que o caso seja levado ao Plenário?
NÃO. É possível a remessa de habeas corpus ao Plenário do STF, pelo relator, de forma
discricionária, com fundamento no art. 6º, II, “c” e no art. 21, XI, do RI/STF. STF. Plenário. HC
143333/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 11 e 12/4/2018 (Info 897)
A superveniência de sentença condenatória que mantém a prisão preventiva prejudica a
análise do habeas corpus que havia sido impetrado contra o título originário da custódia. Se,
após o habeas corpus ser impetrado contra a prisão preventiva, o juiz ou Tribunal prolata
sentença/acórdão condenatório e mantém a prisão anteriormente decretada, haverá uma
alteração do título prisional e, portanto, o habeas corpus impetrado contra prisão antes do
julgamento não deverá ser conhecido.
Na decisão do STF que concedeu o HC coletivo a mulheres, eles, diante da falta de legislação
específica, utilizaram-se da Lei de Mandado de Injunção para fixar o entendimento de que a
legitimidade ativa para impetração de HC coletivo é do: a) partido político com representação
no Congresso; b) organização sindical e entidade de classe ou associação legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano; c) Defensoria pública; e d) Ministério
Público.
173 691 da Súmula do STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus
impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior,
indefere a liminar.
● Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do
trânsito em julgado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão
criminal. A nulidade não suscitada no momento oportuno é impassível de ser arguida através
de habeas corpus, no afã de superar a preclusão, sob pena de transformar o writ em
sucedâneo da revisão criminal
● É possível que o Tribunal, ao julgar um recurso, mantenha a sentença do juiz fazendo a
suplementação da fundamentação da dosimetria e da fixação do regime de cumprimento de
pena, sempre que não haja agravamento da pena do réu. Isso é possível em razão do efeito
devolutivo amplo de recurso de apelação, não se configurando reformatio in pejus. STJ. 6ª
Turma. AgRg no HC 425.361/SC, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 06/03/2018.
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Difuso: Exercido por todos os membros do Ministério Público com atribuição criminal, quando
do exame dos procedimentos que lhes forem atribuídos.
Concentrado: Exercido por alguns membros do MP que tenham a atribuição específica de
realizar o controle externo da atividade policial, conforme disciplinado no âmbito de cada
Ministério Público
O Ministério Público, no exercício do controle externo da atividade policial, pode ter acesso a
ordens de missão policial (OMP). Ressalva: no que se refere às OMPs lançadas em face de
atuação como polícia investigativa, decorrente de cooperação internacional exclusiva da
Polícia Federal, e sobre a qual haja acordo de sigilo, o acesso do Ministério Público não será
vedado, mas realizado a posteriori.
O controle externo da atividade policial exercido pelo Ministério Público Federal não lhe
garante o acesso irrestrito a todos os relatórios de inteligência produzidos pela Diretoria de
Inteligência do Departamento de Polícia Federal, mas somente aos de natureza persecutório-
penal. O controle externo da atividade policial exercido pelo Parquet deve circunscrever-se à
atividade de polícia judiciária, conforme a dicção do art. 9º da LC n. 75/93, cabendo-lhe, por
essa razão, o acesso aos relatórios de inteligência policial de natureza persecutório-penal, ou
seja, relacionados com a atividade de investigação criminal. O poder fiscalizador atribuído ao
Ministério Público não lhe confere o acesso irrestrito a "todos os relatórios de inteligência"
produzidos pelo Departamento de Polícia Federal, incluindo aqueles não destinados a
174 aparelhar procedimentos investigatórios criminais formalizados.
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legitimar essa medida. STF. 2ª Turma. HC 152720/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em
10/4/2018 (Info 897).
A alteração da data-base para concessão de novos benefícios executórios, em razão da
unificação das penas, não encontra respaldo legal. Assim, não se pode desconsiderar o período
de cumprimento de pena desde a última prisão ou desde a última infração disciplinar, seja por
delito ocorrido antes do início da execução da pena, seja por crime praticado depois e já
apontado como falta disciplinar grave. Se isso for desconsiderado, haverá excesso de execução
(Repercussão Geral)
Súmula 192, STJ: Compete ao Juízo das Execuções Penais do estado a execução das penas
impostas a sentenciados pela Justiça Federal, Militar ou Eleitoral, quando recolhidos a
estabelecimentos sujeitos a Administração Estadual.
Manutenção de tornozeleira eletrônica sem fundamentação concreta evidencia
constrangimento ilegal ao apenado.
A prisão preventiva é o marco inicial do tempo para a progressão de regime, desde que não
ocorra condenação posterior por crime que possa acarretar falta grave. Isto porque o preso
provisório deve ter os mesmos direitos do preso definitivo.
Não se pode, diante da ausência de estabelecimento adequando ao regime prisional imposto,
ser dado ao apenado tratamento mais gravoso, isto é, tendo direito, por exemplo de cumprir
pena ao regime aberto, não pode ser obrigado a permanecer no semiaberto.
o É possível que um condenado ao regime semiaberto vá para o presídio, não no
regime fechado, mas em um local destinado aos presos deste regime,
conforme as condições deste regime. O que não pode é manter presos do
175 fechado com os do semiaberto e aberto.
Súmula vinculante 56: A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção
do condenado em regime prisional mais gravoso, devendo-se observar, nesta hipótese, os
parâmetros fixados no Recurso Extraordinário (RE) 641320
o a) A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do
condenado em regime prisional mais gravoso; “Constitui flagrante ilegalidade
a manutenção do apenado em regime mais gravoso durante a execução da
pena, em decorrência da ausência de vagas no estabelecimento prisional
adequado, devendo ser, excepcionalmente, permitido ao paciente o
cumprimento da pena em regime aberto ou em prisão domiciliar até o
surgimento de vaga. Precedentes” (HC 386.300/RS, DJe 06/04/2017).
o b) Os juízes da execução penal poderão avaliar os estabelecimentos
destinados aos regimes semiaberto e aberto, para qualificação como
adequados a tais regimes. São aceitáveis estabelecimentos que não se
qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime semiaberto) ou “casa
de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, §1º,
alíneas “b” e “c”, do CP);
o c) Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de
sentenciado no regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente
monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é posto em prisão
domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de penas restritivas de direito
e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto;
o d) Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser
deferida a prisão domiciliar ao sentenciado. STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016 (repercussão geral) (Info 825).
Advogado e sala de estado maior em fase de execução provisória da pena
o Lei: SIM, até o trânsito em julgado.
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176 O STF firmou o entendimento de que o sistema do regime disciplinar diferenciado (RDD) é
constitucional, desde que demonstrados no caso concreto a necessidade da medida imposta, o
que significa dizer que, aos presos que demonstrem alta periculosidade, conforme o artigo 50
da LEP, deve-se aplicar regime mais rigoroso, em respeito à individualização da pena.
o Aqui, é importante dizer que não viola direitos fundamentais, vez que há
visitas, porém, controladas, mediante agendamento.
A hipótese do art. 318, II, do CPP é chamada de prisão domiciliar humanitária. Em um caso
concreto, o STF entendeu que deveria conceder prisão humanitária ao réu tendo em vista o
alto risco de saúde, a grande possibilidade de desenvolver infecções no cárcere e a
impossibilidade de tratamento médico adequado na unidade prisional ou em estabelecimento
hospitalar — tudo demostrado satisfatoriamente no laudo pericial. Considerou-se que a
concessão da medida era necessária para preservar a integridade física e moral do paciente,
em respeito à dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da CF).
O STJ consolidou entendimento no sentido de que a situação irregular do estrangeiro no País
não é circunstância, por si só, capaz de afastar o princípio da igualdade entre nacionais e
estrangeiros, razão pela qual a existência de processo ou mesmo decreto de expulsão em
desfavor do estrangeiro não impede a concessão dos benefícios da progressão de regime ou
do livramento condicional, tendo em vista que a expulsão poderá ocorrer, conforme o
interesse nacional, após o cumprimento da pena, ou mesmo antes disto
É inviável a remoção de apenado para outro Estado com fundamento em suposto tratamento
privilegiado. Apenas razões excepcionalíssimas e devidamente fundamentadas poderiam
legitimar essa medida
Para o reconhecimento da prática de falta disciplinar será necessária a oitiva prévia do
condenado em processo administrativo (Súmula 533-STJ). No entanto, é possível que seja
determinada a regressão cautelar do reeducando que praticou falta grave mesmo sem a sua
prévia oitiva. Assim, para fins de regressão cautelar não é necessária a prévia instauração ou
conclusão do procedimento administrativo - PAD e a oitiva do sentenciado em juízo. Tais
providências são exigíveis apenas no caso de regressão definitiva. É imprescindível a realização
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178 o Antes da lei, vigorava o regime integral fechado, que foi declarado
inconstitucional, ou seja, nasceu morto tal regime. Assim, antes da lei, a
progressão de pena era 1/6 para primário. SV26
A hediondez ou a gravidade abstrata do delito não obriga, por si só, o regime prisional mais
gravoso, pois o juízo, em atenção aos princípios constitucionais da individualização da pena e
da obrigatoriedade de fundamentação das decisões judiciais, deve motivar o regime imposto
observando a singularidade do caso concreto. Assim, é inconstitucional a fixação de regime
inicial fechado com base unicamente na hediondez do delito. STF. 1ª Turma. ARE 935967 AgR,
Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 15/03/2016. STF. 2ª Turma. HC 133617, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgado em 10/05/2016.
7. DIREITO ECONÔMICO
7.1. Teoria Geral: introdução, constituição e conceitos
Constituição Econômica Brasileira. Ordem constitucional econômica: princípios gerais da
atividade econômica. Tipologia dos sistemas econômicos. Ordem jurídico-econômica.
Conceito. Ordem econômica e regime político. Sujeitos econômicos. Intervenção do Estado
no domínio econômico. Liberalismo e intervencionismo. Modalidades de intervenção.
Intervenção no direito positivo brasileiro.
● O Princípio da Livre Concorrência NÃO faz com que os agentes econômicos estejam LIVRES
para ESTABELECER AS REGRAS de competição, pois cabe ao Estado Interventor elaborar as
regras.
● O princípio da defesa do meio ambiente é previsto na Constituição Econômica, no artigo 170,
dispondo que poderá haver tratamento diferenciado às empresas, conforme o grau de
impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
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● Lembrar que para petróleo e jazidas, a União pode contratar com empresas privadas ou
estatais a realização de exploração destas. Já para materiais nucleares, NÃO, sendo permitida
tão somente, através de permissão, comercialização, utilização e produção de radioisótopos
com 2h de meia-vida inferior ou igual a 2h, e para uso médico, agrícola e industrial.
● Lembrar que empresas públicas que prestam serviços públicos podem gozar de privilégios
especiais não concedidos ao setor privado.
● Princípio da proteção transparente: não há vedação ao tratamento protecionista em relação
ao produto equivalente de origem nacional. A proteção deve ser realizada essencialmente por
tarifa, tida como uma forma transparente de divulgação do grau de proteção que determinado
país dispensa a seus produtos. Esse princípio é considerado como o que menor provoca
distorção ao comércio internacional.
● Falhas de mercado: situações contrárias à teoria da mão invisível, tendo em vista que a busca
pelo desejo individual pode acabar prejudicando a sociedade caso não haja regulação estatal.
As falhas são:
o Deficiência na concorrência: ocorre quando não há condições favoráveis no
mercado aptas a envolver os agentes econômicos numa situação de concorrência
equilibrada, como ocorre em cenários de monopólios ou oligopólios;
o Deficiência na distribuição dos bens essenciais coletivos: quando o mercado não é
capaz de prover os bens necessários à coletividade;
o Externalidades: consequências observadas quando uma atividade econômica
exercida por um agente causa reflexos negativos sobre terceiros, como no caso da
181 poluição gerada pela exploração de minério de ferro etc.;
o Assimetria informativa: quando as informações para o consumidor e para o
Estado são imperfeitas, geralmente ocorrendo com a adoção de práticas ardilosas
pelos agentes econômicos que lhes possibilitará algum ganho diferenciado;
o Imobilidade dos fatores de produção: representa a falta de agilidade de
modificação dos fatores de produção, a fim de se poder reagir aos sinais
indicativos, representados pelos preços, revertendo automaticamente certas
situações indesejáveis.
● É constitucional a cobrança de CIDE para financiar projetos da reforma agrária de empresas
urbanas.
● O zoneamento urbano não pode violar direitos e garantias constitucionais, sob pena de serem
ilegítimos, assim, dispõe a súmula vinculante 49 que: “Ofende o princípio da livre concorrência
lei municipal que impede a instalação de estabelecimentos comerciais do mesmo ramo em
determinada área.”
● Súmula vinculante 38-STF: É competente o município para fixar o horário de funcionamento de
estabelecimento comercial. Ratio: é matéria de interesse local, cuja competência é do
município. O horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais deve atender às
características próprias das cidades, análise a ser feita pelo Poder Legislativo local.
o Exceção: A competência para definir o horário de funcionamento das instituições
financeiras é da União. Isso porque esse assunto (horário bancário) traz
consequências diretas para transações comerciais intermunicipais e
interestaduais, transferências de valores entre pessoas em diferentes partes do
país, contratos etc., situações que transcendem (ultrapassam) o interesse local do
Município. Enfim, o horário de funcionamento bancária é um assunto de interesse
nacional (STF RE 118363/PR).
o Os Municípios podem legislar sobre medidas que propiciem segurança, conforto e
rapidez aos usuários de serviços bancários (STF ARE 691591 AgR/RS, julgado em
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18/12/2012). Exs: tempo máximo de espera na fila (“Lei das Filas”), instalação de
banheiros e bebedouros nas agências, colocação de cadeiras de espera para
idosos, disponibilização de cadeiras de rodas, medidas para segurança dos clientes
etc. Tais assuntos, apesar de envolverem bancos, são considerados de interesse
local e podem ser tratados por lei municipal.
● Os correios prestam SERVIÇO PÚBLICO, e não atividade econômica. Ademais, o serviço público
de serviço postal e correio aéreo nacional são de EXCLUSIVIDADE da União, sob o regime de
PRIVILÉGIO, e não MONOPÓLIO. O Monopólio é ínsito às atividades econômicas. STF:
“Monopólio é de atividade econômica em sentido estrito, empreendida por agentes
econômicos privados. A exclusividade da prestação dos serviços públicos é uma expressão de
uma situação de privilégio.”
● Inconstitucional atribuir responsabilidade solidária aos sócios da pessoa jurídica, uma vez que
há estabelecimento de confusão entre os patrimônios da PF e PJ, importando desconsideração
ex lege objetiva da personalidade jurídica, descaracterizando sociedades limitadas.
Irrazoabilidade e inibição da livre iniciativa.
● Inconstitucional exigência pelo fisco de fiança, garantia real ou fidejussória para impressão de
notas fiscais de contribuintes em débito com o Fisco. Trata-se de sanção política e violação ao
livre exercício de atividade econômica, devido processo legal e proporcionalidade. Só execução
fiscal pode cobrar créditos.
● Princípios de econômicos de INTEGRAÇÃO: são os que objetivam resolver os problemas da
marginalização regional e social. Estão no 170, V a VIII.
182 o defesa do consumidor,
o defesa do meio ambiente,
o redução das desigualdades sociais e a
o busca pelo pleno emprego.
● Lembrar que o ESTADO não pode regular a atividade econômica de interesse local dos
MUNICÍPIOS. Viola o pacto federativo. Ex: isenção de passagem, através de lei estadual, ao
transporte coletivo municipal.
● 1. No mérito, a jurisprudência da Casa já assentou o entendimento de que a imunidade
recíproca prevista no art. 150, VI, “a”, e §§ 2º e 3º, da Constituição Federal é extensível à ECT,
prestadora de serviços públicos essenciais, obrigatórios e exclusivos do Estado, quais sejam, o
serviço postal e o correio aéreo nacional (art. art. 21, X, da CF/88). Esta imunidade subsiste em
relação a todas as suas atividades, incluídos os serviços não exclusivos, dispensados em
regime concorrencial, os quais se prestam, via subsídio cruzado, ao financiamento do serviço
postal deficitário.
● Ordem econômica em sentido amplo disciplina as relações privadas na economia.
● O Estado Liberal surgiu para substituir o Estado Absolutista, valorizando as liberdades
individuais. Surgiu para aliviar a intervenção do Estado na economia, aquecendo as relações
comerciais.
● A liberdade econômica, que consiste na manifestação da liberdade no ciclo econômico
(produção, circulação/distribuição e consumo), não pode ser limitada nem mitigada,
regulando-se pelo interesse essencialmente privado.
o O princípio possui duas espécies: liberdade de empresa, segundo a qual há livre
escolha da atividade a desempenhar, bem como dos meios para o fiel
desempenho, e a liberdade de concorrência, baseada na livre disputa de
mercados.
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Truste: concentração vertical fusão de maioria das empresas dententoras do mercado em uma
só grande empresa. Trata-se de união entre responsáveis pela chegada da mercadoria até o
consumidor, realizada entre empresas e fornecedores ou distribuidores.
Conglomeração: os agentes econômicos são distintos, oferecendo produtos ou serviços
diversos (que podem ser complementares entre si) mas que não fazem parte da mesma
cadeia produtiva.
Join Venture: união de empresas para desenvolverem certas atividades econômicas. Trata-se
de empreendimentos conjuntos. Há uma finalidade específica; Ex: construir uma rodovia.
A lei antitruste aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem
como a quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito,
ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que exerçam
atividade sob o regime de monopólio legal.
A Regra da Razão permite avaliar se houve uma violação razoável no caso concreto. Entenda:
sempre haverá violação às leis concorrenciais quando for utilizada a regra da razão, mas esta
verifica se os efeitos foram benéficos ou se foram violadores. Portanto, não há que se falar
que se utiliza a regra da razão para ver se houve ou não violação às regras concorrenciais, pois
só se usa quando há violação, a fim de aferir os efeitos benéficos ou maléficos.
o Significa abrandamento da ilicitude dos atos de concentração e das práticas
anticompetitivas, visto que algumas operações e condutas, ainda que restrinjam a
concorrência, podem trazer efeitos benéficos ou ganhos de eficiência. Não há que se
falar, portanto, em conduta ilícita per si no direito econômico brasileiro, pois sempre
será necessário analisar seus efeitos no mercado. Se tais efeitos forem inexpressivos, a
186 questão deve ser resolvida no âmbito da responsabilidade civil ou contratual, ou mesmo
sob a ótica do consumidor, mas não pelo direito concorrencial.
Serão solidariamente responsáveis as empresas ou entidades integrantes de grupo
econômico, de fato ou de direito, quando pelo menos uma delas praticar infração à ordem
econômica.
▪ Sócios não, OK, só administradores e dirigentes. Vide abaixo:
▪ As diversas formas de infração da ordem econômica implicam a
responsabilidade da empresa e a responsabilidade individual de seus
dirigentes ou administradores, SOLIDARIAMENTE.
No que concerne às fusões bancárias, NÃO É COMPETÊNCIA DO CADE a aprovação dos atos
de fusão bancária: Os atos de concentração, aquisição ou fusão de instituição relacionados ao
SFN sempre foram de atribuição do BACEN, agência reguladora a quem compete normatizar e
fiscalizar o sistema financeiro como um todo. Ao CADE cabe fiscalizar as operações de
concentração ou desconcentração.
As condutas que caracterizem infração à ordem econômica terão essa qualidade ainda que os
danos à concorrência sejam apenas potencial, independente da intenção do infrator de
praticar ato anticompetitivo. Art. 36 CADE. Independe da intenção e do resultado. Basta a
potencialidade lesiva de danos à concorrência.
Atos de concentração permitidos: a) aumente a produtividade ou competitividade; b) melhore
a qualidade de bens ou serviços; c) propicie a eficiência e o desenvolvimento tecnológico ou
econômico; d) sejam repassados aos consumidores partes relevantes dos benefícios
decorrentes.
A conquista de mercado resultante de processo natural fundado na maior eficiência do agente
econômico em relação a seus competidores não caracteriza o ilícito previsto no inciso II:
“dominar mercado relevante de bens e serviços”.
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Quando duas ou mais empresas celebram contrato associativo, consórcio ou joint venture,
destinados às licitações promovidas pela administração pública direta e indireta e aos
contratos delas decorrentes, não serão considerados atos de concentração.
● Acordo de Leniência previsto na lei do CADE:
o Se a Superintendência-Geral já dispunha de provas suficientes para assegurar a
condenação da empresa ou pessoa física por ocasião da propositura do acordo, há
vedação legal para assinatura do acordo de leniência.
▪ Ela pode ter provas e celebrar o acordo, mas não podem ser suficientes.
o Os requisitos são cumulativos – artigo 86 lei 12.529
▪ A empresa seja a primeira a se qualificar com respeito à infração noticiada
ou sob investigação;
▪ A empresa cesse completamente seu envolvimento na infração noticiada
ou sob investigação a partir da propositura do acordo;
▪ A Superintendência-Geral não disponha de provas suficientes para
assegurar a condenação da empresa ou pessoa física por ocasião da
propositura do acordo e;
▪ A empresa confesse sua participação no ilícito e coopere plena e
permanentemente com as investigações e o processo administrativo,
comparecendo, sob suas expensas, sempre que solicitada a todos os atos
processuais.
o Deverá resultar:
187 ▪ Identificação dos demais envolvidos na infração e;
▪ Obtenção de informações e documentos que comprovem a infração
noticiada ou sob investigação.
o Aplica-se às pessoas físicas ou jurídicas de direito público ou privado, bem como a
quaisquer associações de entidades ou pessoas, constituídas de fato ou de direito,
ainda que temporariamente, com ou sem personalidade jurídica, mesmo que
exerçam atividade sob regime de monopólio legal.
o Resulta: extinção da ação punitiva; redução de 1/3 a 2/3 da pena.
o Cumprido o acordo de leniência extingue-se a punibilidade dos crimes previstos na
lei 8137 e 8666.
o O beneficiário do acordo, que o descumprir, somente pode assinar outro ajuste de
leniência depois de decorridos três anos do julgamento da infração pelo Tribunal
Administrativo de Defesa Econômica.
o O acordo de leniência é firmado pelo CADE, e não pela União, por intermédio da
Superintedência-Geral, e não por Secretaria.
o
● CADE – Conselho Administrativo de Defesa Econômica
● Cabe ao MPF junto ao CADE emitir parecer nos processos administrativos para imposição de
sanções administrativas por infrações à ordem econômica, de ofício ou a requerimento do
Conselheiro-Relator
● À PGF, cabe: representar o CADE judicialmente e extrajudicialmente; prestar consultoria e
assessoramento jurídico; promover a execução judicial das decisões e julgados do CADE;
proceder à apuração da liquidez dos créditos do CADE, inscrevendo-os em dívida ativa para
fins de cobrança administrativa ou judicial, incluindo as multas. Portanto, não é a PGFN!!!;
emitir parecer quando solicitado.
● PGF não realiza estudos econômicos.
● CADE é entidade judicante, e com jurisdição em todo o território nacional.
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em que configurem hipótese prevista no caput deste artigo e seus incisos, caracterizam
infração da ordem econômica: XVI - reter bens de produção ou de consumo, exceto para
garantir a cobertura dos custos de produção;
● Nas relações comerciais de prazo indeterminado, o rompimento da continuidade em razão de
recusa da outra parte em submeter-se a cláusulas e condições comerciais injustificáveis ou
anticoncorrenciais caracteriza infração à ordem econômica.
● Todo abuso de posição dominante implica em restrição aos princípios da livre iniciativa e da
livre concorrência.
o Constituem infração da ordem econômica, independentemente de culpa, os atos
sob qualquer forma manifestados que tenham por objeto ou possam produzir os
seguintes efeitos, ainda que não alcançados: exercer de forma abusiva posição
dominante.
● Todo abuso de posição dominante implica em restrição aos princípios da livre iniciativa e da
livre concorrência, mas nem toda restrição à livre concorrência ou à livre iniciativa é domínio
de mercado ou abuso de posição dominante.
o Restrição à livre concorrência pelo Estado: regulação do mercado.
● A lei antitruste não fala nada sobre finalidade lucrativa como condição aos seus ditames, de
modo que cabe a toda e qualquer pessoa, inclusive associações e fundações.
● As condutas passíveis de caracterizar infração à ordem econômica são numerus apertus, ou
seja, rol aberto, exemplificativo.
● É possível que um ato que não tenha chegado a existir no mundo jurídico configure infração à
190 ordem econômica: “Constituem infração à ordem econômica, independentemente de culpa,
os atos sob qualquer forma manifestados, ..”
● Lembre-se: aplica-se a lei antitruste às pessoas de direito público, de modo que uma
associação médica ou o conselho de medicina pode ser enquadrado como agente infrator da
ordem econômica, considerando ser possível sua identificação como sujeito econômico.
● O critério de submissão dos atos de concentração ao CADE decorre da aferição,
ALTERNATIVAMENTE, do faturamento bruto anual OU do volume de negócios total no País dos
grupos envolvidos, apurados no ano anterior à operação. (O art. 88, da Lei 12.529/11 refere
“faturamento bruto anual OU volume de negócios total”; logo, não é cumulativo
● Doutrina da essential facility: relativização do exercício do direito de propriedade em prol da
competição. Características: a) situação de dependência com a relação ao acesso de certo
bens, controlados por um agente com poder de mercado e; b) a impossibilidade física ou
econômica de duplicação da estrutura por parte dos concorrentes, isto é, a impossibilidade de
suprir essa dependência através da aquisição de bens próprios. A recusa injustificada do
detentor da estrutura em fornecer acesso aos concorrentes, mesmo diante da possibilidade de
liberar o acesso sem comprometer o serviço oferecido, é considerada abusiva.
● Em execução judicial do título executivo extrajudicial do CADE, eventual embargos ou
ajuizamento de qualquer outra ação que vise à desconstituição do título executivo não
suspenderá a execução, SALVO se for garantido o juízo no valor das multas aplicadas, para que
se garanta o cumprimento da decisão final, inclusive no que tange às multas diárias.
● O interventor não assume automaticamente a administração, tendo o executado 48h para
impugnar o interventor. (art. 103)
● A execução tem preferência sobre as demais espécies de ação, salvo HC e MS.
7.3. Comércio internacional - OMC
Mercosul. Gatt. OMC. Instrumentos de defesa comercial.
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8. DIREITO DO CONSUMIDOR
8.1. Relação de consumo: geral
Direito do Consumidor. Elementos Integrantes da Relação Jurídica de Consumo. Sujeitos:
Conceitos de Consumidor e de Fornecedor.
● STJ tem entendido que empresa não é considerado consumidor quando adquire produtos ou
serviços que são utilizados direta ou indiretamente na atividade econômica que exercem.
o Lado outro, por meio de um processo que vem sendo denominado de
finalismo aprofundado ou mitigado, em determinadas hipóteses, a pessoa
jurídica adquirente de um produto ou serviço pode ser equiparada ao
consumidor, por apresentar, frente ao fornecedor, alguma vulnerabilidade.
● Teoria finalista ou conceito subjetivo: amplia o conceito de consumidor, ao considerar como
tal todo aquele que exaure a função econômica do bem ou serviço como destinatário final,
excluindo-o do mercado de consumo.
o O STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparação previsto
no artigo 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria
finalista.
o O CDC adotou a teoria finalista, pois para ele o consumidor é o destinatário
final.
● Teoria Maximalista: amplia o conceito de consumidor para incluir todos os agentes do
mercado, que podem assumir os papéis ora de fornecedores e ora de consumidores. Não
197 considera a vulnerabilidade econômica.
● Teoria Minimalista: não encontra eco na jurisprudência, pois reduz demais o conceito de
consumidor.
● Nos termos do CDC, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas de um acidente de
consumo, ainda que não tenham adquirido o produto como destinatários finais.
● Ainda, o CDC tem a figura do consumidor bystander, por equiparação: todas as pessoas
determináveis ou não, expostas às práticas nele previstas, como no caso de publicidade
enganosa.
● Não se configura o conceito de fornecedor se o comerciante age fora da sua atividade fim, eis
que lhe faltará o requisito da habitualidade.
● O fato de os profissionais liberais poderem ser considerados consumidores não tem relação
com a sua responsabilidade pessoal a ser apurada mediante a verificação da culpa.
● É legítima a cobrança, pelas instituições financeiras, de tarifas relativas a saques quando estes
excederem o quantitativo de quatro realizações por mês
● A jurisprudência do STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparação previsto
no artigo 29 do CDC, tem evoluído para uma aplicação temperada da teoria finalista frente às
pessoas jurídicas, num processo que a doutrina vem denominando finalismo aprofundado,
consistente em se admitir que, em determinadas hipóteses, a pessoa jurídica adquirente de
um produto ou serviço pode ser equiparada à condição de consumidora, por apresentar frente
ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o princípio-motor da política nacional das
reações de consumo. É a vulnerabilidade da PJ que a faz ser parte em relação de consumo. Do
contrário, não será.
● O CDC equipara ao consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que
haja intervindo nas relações de consumo.
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198 ● Em se tratando de relação de consumo, a competência é absoluta, razão pela qual pode ser
conhecida até mesmo de ofício e deve ser fixada no domicílio do consumidor.
● Os contratos empresariais estão sujeitos ao CC ou CDC, dependendo das condições dos
contratantes. O contrato empresarial está sujeito ao CC, se verificada situação de igualdade, e
ao CDC, se verificada vulnerabilidade técnica, econômica ou jurídica. No entanto, quando o
empresário individual ou a sociedade empresária adquirem produtos ou serviços na qualidade
de destinatários finais econômicos deles, o STJ entende configurada a relação de consumo,
aplicando-se o CDC
● No CDC há as seguintes responsabilidades em relação à personalidade
o Grupos societários: responsabilidade subsidiária.
o Consórcios: responsabilidade solidária.
o Sociedades coligadas: exige-se culpa para responsabilização da sociedade que
não agiu perante o consumidor.
o Teoria MENOR (Regra do CDC): desconsidera a personalidade sempre que esta
for obstáculo ao ressarcimento dos prejuízos causados aos consumidores.
● Quando a demanda de contraprestação de serviços de telecomunicação perpassa a análise de
regramentos da ANATEL, há um litisconsórcio passivo necessário com a autarquia, de modo
que haverá competência da Justiça Federal para o feito.
● Fortuito interno: relacionado com a organização da empresa, é um fato ligado aos riscos da
atividade desenvolvida pelo fornecedor.
● Fortuito externo: não está relacionado com a organização da empresa. É um fato que não
guarda nenhuma relação de causalidade com a atividade desenvolvida pelo fornecedor. É uma
situação absolutamente estranha ao produto ou ao serviço fornecido.
● O art. 88 do CDC proíbe que o fornecedor que foi acionado judicialmente pelo consumidor faça
a denunciação da lide, chamando para o processo outros corresponsáveis pelo evento. Esta
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8.1.2. Cadastro de proteção de crédito
Súmula 404 STJ: É dispensável o aviso de recebimento (AR) na carta de comunicação ao
consumidor sobre a negativação de seu nome em bancos de dados e cadastros.
Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e
congêneres são considerados entidades de caráter público.
Súmula 572 STJ: O BB, na qualidade de gestor do Cadastro de Emitente de Cheques Sem
Fundos (CCF) não tem a responsabilidade de notificar previamente o devedor acerca da sua
inscrição no aludido cadastro, tampouco legitimidade passiva para as ações de reparação de
danos fundadas na ausência de prévia comunicação.
Súmula 385 do STJ: Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe
indenização por dano moral quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao
cancelamento.
● É considerada irregular a informação em cadastro de proteção ao crédito, referente a período
superior a cinco anos, podendo o consumidor valer-se do habeas data (artigo 5º, inciso LXXII,
da Constituição da República) como meio de conhecimento, retificação e supressão de dados
inexatos.
● Súmula 323|STJ: A inscrição do nome do devedor pode ser mantida nos serviços de proteção ao
crédito até o prazo máximo de 5 anos, independentemente da prescrição da execução.
● Súmula 550 do STJ: a utilização de escore de crédito, método estatístico de avaliação de risco
202 que não constitui banco de dados, dispensa o consentimento do consumidor, que terá o
direito de solicitar esclarecimento sobre as informações pessoais valoradas e as fontes dos
dados considerados no respectivo cálculo.
o É considerada prática lícita, e independe do consentimento do consumidor,
que tem direito de esclarecimentos solicitados sobre as informações
valoradas.
Nos casos de cobrança indevida de serviço de telefonia, em que não há inscrição do nome do
consumidor em cadastro de inadimplentes, o dano moral não é presumido. A mera cobrança
não gera danos morais presumidos se não foi realizada a inscrição irregular.
8.1.3. Infrações
● O fornecedor de bens ou serviços comete prática abusiva se permitir o ingresso, em seu
estabelecimento, de um número maior de consumidores que o fixado pela autoridade
administrativa como máximo. Além de ser considerado prática abusiva, o fornecedor que
permitir a entrada de um número maior de pessoas do que o permitido comete o crime do art.
65 do CDC
● Publicidade ABUSIVA: são prejudiciais, envolvendo valores.
o Discriminatória de qualquer natureza.
o Incite violência
o Explore medo ou superstição.
o Se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança.
o Desrespeita valores ambientais.
o Induz o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança.
● Publicidade ENGANOSA: há uma falsa noção da realidade.
o Inteira ou parcialmente falsa.
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o Por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o
consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade,
propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e
serviços.
o Publicidade enganosa por omissão: deixa de informar sobre dado essencial
do produto.
● Considera-se abusiva a prática de limitar a liberdade de escolha do consumidor vinculando a
compra de produto ou serviço à aquisição concomitante de outro produto ou serviço de
natureza distinta e comercializado em separado, hipótese em que se configura a venda
casada”.
● As hipóteses de fortuito externo (que não tem relação com o fornecimento do produto ou
prestação de serviços) excluem a responsabilidade do fornecedor. Portanto, é relevante a
análise da natureza do fortuito para fins de responsabilização no âmbito do CDC.
8.1.4. Plano de saúde
● A migração de beneficiário de plano de saúde coletivo empresarial extinto para plano
individual não enseja a manutenção dos valores das mensalidades previstos no plano
primitivo.
● Não é abusiva a exigência de indicação da CID (Classificação Internacional de Doenças), como
condição de deferimento, nas requisições de exames e serviços oferecidos pelas prestadoras
de plano de saúde, bem como para o pagamento de honorários médicos. A exigência de
203 menção da CID nas requisições de exames e demais serviços de saúde decorre do fato de que
as operadoras de planos de saúde estão obrigadas a prestar apenas os serviços previstos no
contrato. Logo, é importante essa informação para que os pagamentos e as requisições de
exames não se voltem para tratamentos que ultrapassem as obrigações contratuais do plano
de saúde.
● Sumula 608 STJ: Aplica-se o CDC aos contratos de plano de saúde, salvo os administrados por
entidades de autogestão.
● O beneficiário de plano de saúde coletivo por adesão possui legitimidade ativa para se insurgir
contra rescisão contratual unilateral realizada pela operadora.
● Aplica-se o CDC aos contratos de plano de saúde.
o “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde,
salvo os administrados por entidades de autogestão.” Nova súmula 608.
● Súmula 609 STJ: A recusa de cobertura securitária sob alegação de doença pré-existente é
ilícita se não houve a exigência de exames prévios à contratação ou a demonstração de má-fé
do segurado.
● Havendo doenças preexistentes, é possível a negativa do seguro de vida, nos termos da
jurisprudência do STJ. Para tanto, deve ser exigido exames prévios à contratação.
● A aposentadoria por invalidez permanente concedida pelo INSS não confere ao segurado o
direito automático de receber indenização de seguro contratado com empresa privada, sendo
imprescindível a realização de perícia médica para atestar o grau de incapacidade e o correto
enquadramento na cobertura contratada. STJ. 2ª Seção. EREsp 1508190-SC, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 08/11/2017 (Info 616).
● Nos planos de saúde coletivos custeados exclusivamente pelo empregador não há direito de
permanência do ex-empregado aposentado ou demitido sem justa causa como beneficiário,
salvo disposição contrária expressa prevista em contrato ou em acordo/convenção coletiva de
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no sentido de reconhecer a existência do dano moral nas hipóteses de recusa injustificada pela
operadora de plano de saúde, em autorizar tratamento a que estivesse legal ou
contratualmente obrigada, por configurar comportamento abusivo. STJ. 3ª Turma. AgInt no
AREsp 1168502/CE, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 06/03/2018. STJ. 4ª Turma.
AgInt no AREsp 1207934/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 22/03/2018.
●
8.2. Objeto de consumo: produto e serviço
Objetos: Conceito de Produto e de Serviço. Vínculo: Conceito de Oferta e de Mercado de
Consumo.
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o Súmula 259-STJ: A ação de prestação de contas pode ser proposta pelo titular
de conta corrente bancária. Prazo previsto no CC – 3 Anos.
● Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias.
o Trata-se de defeito no serviço bancário, chamado de fato do serviço pelo CDC,
que, para o STJ, decorre da violação a um dever contratualmente assumido,
qual seja o de gerir com segurança as movimentações bancárias de seus
clientes.
o A culpa exclusiva de terceiro, no caso de um estelionatário que abre conta em
nome de outrem, não ilide a responsabilidade do banco. O STJ entende que só
a culpa exclusiva de terceiro decorrente de fortuito externo é capaz de ilidir a
responsabilidade do fornecedor.
● É abusiva e ilegal cláusula prevista em contrato de prestação de serviços de cartão de crédito
que autoriza o banco contratante a compartilhar dados dos consumidores com outras
entidades financeiras ou mantenedoras de cadastros positivos e negativos de consumidores,
sem que seja dada opção de discordar daquele compartilhamento.
● Sumula 297: O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras
● A responsabilidade das entidades bancárias, quanto aos deveres básicos contratuais de
cuidado e segurança, é pacífica, em especial a segurança das retiradas, assinaturas falsificadas
207 e segurança dos cofres. Já em caso de falha externa e total do serviço bancário, com abertura
de conta fantasma com o CPF da “vítima-consumidor” e inscrição no Serasa (dano moral),
usou-se a responsabilidade objetiva da relação de consumo (aqui totalmente involuntária),
pois aplicável o art. 17 do CDC para transformar este terceiro em consumidor e responsabilizar
o banco por todos os danos (materiais e extrapatrimoniais) por ele sofridos. Os assaltos em
bancos e a descoberta das senhas em caixas eletrônicos também podem ser considerados
acidentes de consumo e regulados ex vi art. 14 do CDC
9. DIREITO CIVIL
9.1. LINDB, pessoas naturais, domicílio, Estatuto da Pessoa com
Deficiência
Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro. Pessoas naturais. Personalidade jurídica.
Sistema das incapacidades. Legitimação. Domicílio. Direitos da personalidade. Extinção da
personalidade. Morte e morte presumida. Ausência. Tutela. Curatela. Estatuto da pessoa
com deficiência.
9.1.1. LINDB
● Contratos entre residentes no exterior (entre ausentes): aplica-se a regra no local em que
reside o proponente. Se o contrato for executado no Brasil e necessitar de forma essencial,
aplica-se a lei brasileira.
● A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para suceder.
● A prova dos fatos ocorridos em país estrangeiro rege-se pela lei que nele vigorar, quanto ao
ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros provas que a lei
brasileira desconheça.
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● Segundo o STJ, os fatos da causa devem ser submetidos ao contraditório, não o ordenamento
jurídico, o qual é de conhecimento presumido não só do juiz (iura novit cúria), mas de todos os
sujeitos ao império da lei, conforme presunção jure et de jure prevista no artigo 3º da LINDB.
● A retroatividade mínima encontra previsão no artigo 2035 do CC, de modo que pode ser
aplicado, excepcionalmente, a lei nova aos efeitos futuros de relação jurídica entabulada sob
vigência de lei antiga, já revogada.
● Utiliza interpretação extensiva, e não analogia, o juiz que estende a companheiro (a)
legitimidade para ser curador conferida a cônjuge da pessoa ausente.
● A contagem de prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância far-
se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia
subsequente à sua consumação integral.
● Eventual inexatidão formal de norma elaborada mediante processo legislativo regular não
constitui escusa válida para o seu descumprimento.
● EQUIDADE:
o Decidir COM equidade: toda decisão que pretende estar de acordo COM o
direito, enquanto ideal de justiça supremo. É decidir de acordo com a justiça
do caso concreto.
o Decidir POR equidade: tem por base a percepção de justiça do julgador, que
não precisa seguir as regras de direito positivo e métodos preestabelecidos.
208 ● Princípio da conciliação ou das esferas autônomas: a lei posterior geral não revoga lei
especial. Igualmente, a lei especial não revoga a geral.
● A lacuna que autoriza a integração das normas é da LEI e não do direito/ordenamento. O
ordenamento não é lacunoso.
● O CESPE entende que a ordem analogia, costumes e princípios gerais de direito, é preferencial
e taxativa. Doutrina clássica.
o Doutrina moderna: nem sempre essa ordem será preferencial. Isso porque
muitos princípios gerais do direito foram transportados para a Constituição
Federal, de modo que, por ser norma superior, não podem ser vistos como
último recurso na integração das normas. Ex: princípio da dignidade da pessoa
humana.
● Constitucionalização X Publicização do Direito Civil:
o Constitucionalização: processo de elevação ao plano constitucional dos
princípios fundamentais do direito civil, que passam a condicionar a
observância pelos cidadãos, e a aplicação pelos tribunais, da legislação
infraconstitucional.
o Publicização: o processo de crescente intervenção estatal, especialmente no
âmbito legislativo, característica do Estado Social do século XX. Tem-se a
redução do espaço de autonomia privada para a garantia da tutela jurídica dos
mais fracos.
● Metacritérios para resolução de antinomias: hierarquia, especialidade, cronológico.
o Se os metacritérios podem solucionar a antinomia, logo a antinomia é
aparente. Se os metacritérios não conseguem solucionar a antinomia, logo a
antinomia é real. A antinomia real resolve-se pelos arts. 4 e 5 da LINDB:
analogia, costumes e princípios gerais de direito, bem como, fins sociais e bem
comum.
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● Não há impedimento a edição de leis retroativas. Veda-se apenas a retroatividade que atinja o
direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada. A retroatividade é possível mediante
dois requisitos, em regra: a) cláusula expressa de retroatividade; b) respeito ao direito
adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada. Exemplos: lei interpretativa, lei penal benéfica
ao réu.
● Não se tratando de contrato de trato sucessivo, descabe a aplicação retroativa da lei nova para
alcançar efeitos presentes de contratos celebrados anteriormente à sua vigência.
o STJ: Embora não seja permitida a aplicação retroativa da lei, há entendimento
predominante de que nos contratos de plano de saúde, se não foi
oportunizada a possibilidade de migração de plano atingido pela lei nova, o
contrato passa a ser regulamentado inteiramente por esta, face a sua
renovação anual automática.
o A lei nova regula os efeitos presentes e futuros de contratos de trato
sucessivo, pois o que se discute em tais casos, não são os efeitos presentes e
futuros de negócio jurídico que era perfeito sob a égide da lei revogada, mas
sim as consequências de negócios jurídicos renovados sob os auspícios da lei
nova.
● O Brasil adota a teoria da territorialidade moderada, temperada ou mitigada, segundo a qual,
excepcionalmente, será admitida a aplicação da lei estrangeira em território brasileiro, desde
que tal excepcionalidade não atente contra a soberania nacional. Ex: lei de sucessão de bens
de estrangeiro no Brasil.
209 ● A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que era domiciliado o defunto
ou desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Aqui, pode ser
observado o princípio da norma mais favorável se tiver herdeiros brasileiros.
● É a lei do domicílio, e não do nascimento, que determina as regras sobre o começo e o fim da
personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de família.
● A obrigatoriedade de observação da lei se dá com a publicação, e não com a promulgação,
observado o prazo de vacatio legis. Sanção consiste no ato pelo qual o Executivo concorda
com a manifestação de vontade do Legislativo objetivando forjá-la em espécie legislativa.
Promulgação é o instrumento que declara a existência da lei e ordena sua execução
● Nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os
estabelecidos pelo CC para assegurar a função social da propriedade e dos contratos – art.
2035, CC.
● A interpretação sistemática busca alcançar o sentido da lei em consonância com as demais
normas que inspiram determinado ramo de direito. Assim, faz-se uma comparação entre a lei
atual, em vários de seus dispositivos.
● A interpretação lógica utiliza o raciocínio.
● A regra é que a lei nova não atinja os efeitos pretéritos já produzidos, mas esta lei poderá
atingir.
● A LINDB proíbe o “reenvio”. Ou seja, se houver de aplicar a lei estrangeira, deve-se observar a
disposição desta lei, sem considerar qualquer remissão por ela feita a lei de outro país. Logo, é
vedado “reenviar” a regulação para outra lei.
● A aquisição de navios e aeronaves rege-se pela lei do local onde tenha sido efetuado o
registro dos direitos de propriedade sobre a coisa.
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● A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no
exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a
soberania nacional.
● Enunciado 408 da V Jornada de Direito Civil do CJF: Para efeitos de interpretação da expressão
"domicílio" do art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, deve ser
considerada, nas hipóteses de litígio internacional relativo a criança ou adolescente, a
residência habitual destes, pois se trata de situação fática internacionalmente aceita e
conhecida.
● A LINDB disciplina o âmbito de aplicação de normas jurídicas, em todas as suas formas,
inclusive às emendas constitucionais, naquilo em que a CF for omissa e houver
compatibilidade. Lembre-se EC entra em vigor na data de sua publicação.
● Intensidade de sanção das leis:
o Leis Perfeitas: são as que preveem como sanção à sua violação a nulidade ou
anulabilidade do ato ou do negócio jurídico.
o Leis mais que perfeitas: preveem como repreensão à sua violação, além da
anulação ou anulabilidade, uma sanção ao agente violador.
o Leis menos que perfeitas: são as que estabelecem como sanção à sua violação
uma consequência diversa da nulidade ou anulabilidade.
o Leis imperfeitas: são aquelas cuja violação não acarreta qualquer
consequência jurídica, de modo que o ato não é nulo e que o agente não é
210 punido.
● As normas constitucionais são PERFEITAS, pois não preveem sanção em seu
descumprimento, havendo apenas nulidade do ato inconstitucional.
● As leis de efeitos concretos, pura e simplesmente em razão de sua vigência, já viabilizam o
manejo de mandado de segurança preventivo para tutelar pretensão subjetiva. Nos casos de
violação decorrente de lei de efeito concreto, é desnecessária na ação mandamental a
produção de provas que comprove a situação de risco do impetrante.
o Em se tratando de lei de efeitos concretos, uma vez que basta a vigência da lei
instituidora da base de cálculo do tributo para que haja a incidência da
respectiva exação aos fatos geradores ocorridos, ferindo direito subjetivo, é
despicienda a produção de provas que comprove a situação de risco da
impetrante. Assim, plenamente cabível o mandado de segurança impetrado
com o objetivo de afastar a incidência do tributo em questão.
o Doutrina e jurisprudência entendem que, se a lei gera efeitos concretos,
ferindo direito subjetivo, é o mandado de segurança via adequada para
impugná-la.
● O princípio da vigência sincrônica passou a existir com a LINDB, vez que o CC de 1916 dispunha
sobre o princípio da vigência progressiva ou sucessiva, adotando prazos diversos para os entes
da federação.
● LC 95/98: na contagem do prazo de vacatio legis, inlcui-se o dia da publicação e o do último
dia, devendo a lei entrar em vigor no dia seguinte. Conta-se o prazo dia a dia, inclusive
domingos e feriados, sem qualquer interrupção ou suspensão.
● A imposição de conhecimento da lei não é absoluta, havendo hipóteses em que,
expressamente, o direito venha a admitir o erro de direito, como no caso de erro de proibição
no direito penal e o erro substancial no NJ entabulado no direito civil.
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● Analogia legal: busca-se obter a norma adequada à disciplina do caso, a partir de outro
dispositivo legal.
● Analogia jurídica: infere-se a norma a partir de todo o sistema jurídico, utilizando-se da
doutrina, jurisprudência, princípios específicos do tema e até mesmo os princípios gerais de
direito.
● Situações que é possível a retroatividade da lei:
o a) lei penal benéfica;
o b) lei com cláusula expressa de retroatividade, desde que não viole o direito
adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
o c) lei interpretativa, que esclarece o conteúdo de outra lei, tornando
obrigatória uma exegese, que já era plausível antes de sua edição.
● STF: as normas que tratam do regime monetário, inclusive, portanto, as de correção
monetária, têm natureza institucional e estatutária, insuscetíveis de disposição por ato de
vontade, razão pela qual sua incidência é imediata, alcançando situações jurídicas em curso de
formação ou de execução. Trata-se, portanto, de norma de retroatividade mínima, que
deve ser aplicada imediatamente ao contrato em curso.
● A lei nova atinge os FATOS PENDENTES e EFEITOS FUTUROS (pendentes de acontecerem, ou
seja, que ainda não aconteceram). Não confundir com EFEITOS PENDENTES (aqui o fato já
aconteceu, gerando efeitos, porém, seus efeitos não foram consumados).
estrangeira, a comprovação de que houve intimação da parte para todos os atos do processo,
bastando que a parte tenha tido ciência do trâmite do feito em curso perante a Justiça
alienígena.
9.1.2. Pessoa – capacidade – personalidade
● O STJ adotou teoria concepcionista acerca do início da personalidade. Assim, é devido DPVAT
no caso de morte de bebê em acidente de trânsito.
● A teoria da condição resolutiva do nascimento com vida se dá apenas com relação aos direitos
patrimoniais do nascituro, de modo que os direitos personalíssimos são garantidos desde a
concepção. Ex: gravídicos, danos morais, etc.
● O brasileiro que adquiriu dupla cidadania pode ter seu nome retificado no registro civil do
Brasil, desde que isso não cause prejuízo a terceiros, quando vier a sofrer transtornos no
exercício da cidadania por força da apresentação de documentos estrangeiros com sobrenome
imposto por lei estrangeira e diferente do que consta em seus documentos brasileiros.
● Segundo o STJ, caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil
pelos danos causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a
interrupção, deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível
com a vida extrauterina.
● Internação psiquiátrica INVOLUNTÁRIA x COMPULSÓRIA
o Involuntária: se dá sem o consentimento do usuário e a pedido de terceiro.
o Compulsória: determinada por ordem judicial.
212 o A anterior submissão a medida socioeducativa restritiva da liberdade, devido
ao cometimento de infração, correspondente ao tipo penal, não obsta a
determinação da internação psiquiátrica compulsória após o cumprimento
da medida socioeducativa. É possível determinar, no âmbito de ação de
interdição, a internação compulsória de quem tenha acabado de cumprir
medida socioeducativa de internação, desde que comprovado o
preenchimento dos requisitos para a aplicação da medida mediante laudo
médico circunstanciado, diante da efetiva demonstração da insuficiência dos
recursos extra-hospitalares.
o
● Excepcionalmente, desde que preservados os interesses de terceiro e demonstrado justo
motivo, é possível a supressão do patronímico materno por ocasião do casamento.
● O exercício dos direitos da personalidade pode ser limitado, mas não o direito em si, devendo
tal limitação ser sempre temporária.
● É direito subjetivo da pessoa retificar seu patronímico constante do registro de nascimento de
seus filhos após divórcio.
● O dano moral não está somente ligado a alguma reação psíquica da vítima. Assim, o STJ
reconheceu que o absolutamente incapaz, ainda quando impassível de detrimento anímico,
pode sofrer dano moral. O dano moral caracteriza-se por uma ofensa, e não por uma dor ou
padecimento.
o As crianças, mesmo na mais tenra idade, fazem jus à proteção dos direitos da
personalidade, assegurado dano moral para ofensa à integridade mental.
● Emancipação e responsabilidade dos pais: só PERMANECE responsabilidade (solidária) dos pais
na emancipação VOLUNTÁRIA. Na LEGAL e JUDICIAL NÃO, uma vez que os pais não
concorreram para este acontecimento.
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● A morte do interditando no curso de ação de interdição não implica, por si só, a extinção do
processo sem resolução de mérito da ação de exigir contas por ele ajuizada mediante seu
215 curador provisório, tendo o espólio legitimidade para prosseguir com a ação de exigir de
contas.
● Imperiosa cláusula de modicidade: o agente público está sob vigília social, não estando imune
às críticas. Qualquer suposta agressão à honra de um agente público deve ser sopesada com
atenção especial, pois do contrário correr-se-ia o risco de criar impossibilidade de fiscalizar os
agentes públicos. Assim, não se deve indenizar em qualquer caso, havendo uma imperiosa
cláusula de modicidade.
● É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras biográficas literárias
ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária a autorização de pessoas retratadas como
coadjuvantes ou de familiares, em caso de pessoas falecidas ou ausentes”. Caso o biografado
ou qualquer outra pessoa retratada na biografia entenda que seus direitos foram violados pela
publicação, terá direito à reparação, que poderá ser feita não apenas por meio de indenização
pecuniária, como também por outras formas, tais como a publicação de ressalva, de nova
edição com correção, de direito de resposta etc. STF. Plenário.
● Transmissão de música por meio de streaming demanda autorização prévia e expressa pelo
titular dos direitos de autor e caracteriza fato gerador de cobrança pelo ECAD relativa à
exploração econômica desses direitos.
● Ainda que o titular dos direitos autorais sobre a música (cedente) não tenha registrado sua
canção no registro adequado, o cessionário tem legitimidade para fazer a averbação.
● Súmula 228 STJ: é inadmissível interdito proibitório para a proteção do direito autoral.
o No caso, é cabível ação inibitória e a ação de ressarcimento de danos.
● Não há proteção autoral para ideia, vez que as ideias constituem patrimônio comum da
humanidade. Criação de nova espécie de seguro não possui proteção da lei de direitos
autorais.
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● É obrigatória a inclusão de norma estatutária nas associações que preveja o direito de recorrer
dos associados na hipótese de sua exclusão.
● Criação de fundação: Lavratura de escritura pública para dotação especial de bens livres e
suficientes para a constituição da fundação e do desenvolvimento de suas atividades, com a
especificação do fim ao qual a fundação se destina. Na sequência, os instituidores farão a
transferência da propriedade ou outro direito real sobre os bens dotados. Após, àqueles a
quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, formularão o estatuto da fundação
projetada, submetendo-o, em seguida ao MP para aprovação, com recurso ao juiz.
● II - O direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado decai em 3 (três)
anos, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no
registro.
● O ato constitutivo deverá ser apresentado a arquivamento na Junta Comercial, dentro de 30
(trinta) dias contados de sua assinatura, a cuja data retroagirão os efeitos do arquivamento;
fora desse prazo, o arquivamento só terá eficácia a partir do despacho que o conceder. Só se
aplica às sociedades empresárias (mercantis).
● Associação: Não há, entre os associados, direitos e obrigações recíprocos.
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218 responsabilidade das sociedades simples, estabelece o seguinte: Art. 1.023. Se os bens da
sociedade não lhe cobrirem as dívidas, respondem os sócios pelo saldo, na proporção em que
participem das perdas sociais, salvo cláusula de responsabilidade solidária. Esse dispositivo
NÃO se aplica às associações civis. As associações civis são caracterizadas pela união de
pessoas que se organizam para a execução de atividades sem fins lucrativos. Sociedades
simples são formas de execução de atividade empresária, com finalidade lucrativa.
● Para tipificação de fraude contra credores não precisa mostrar o elemento subjetivo, ou seja, a
intenção de burlar o mandamento legal, os pressupostos para fraude contra credores são de
caráter objetivo. A causa de anulação é objetiva. Suficiente o critério objetivo: a redução à
insolvência.
●
9.3. Bens
Bens. Classificação. Regime jurídico. Bem de família
● Súmula 205-STJ: A Lei 8.009/90 aplica-se à penhora realizada antes de sua vigência.
● A exclusão do fiador da proteção da impenhorabilidade do bem de família tem por finalidade
garantir o próprio direito de moradia de inúmeras pessoas que dependem de um mercado
imobiliário estável para travar de forma segura contratos de locação. Assim, é possível
penhorar a casa do fiador de contrato de locação de imóvel, ainda que bem de família.
o Exceção: não pode-se penhorar imóvel de fiador de aluguel de imóvel
comercial.
● O imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação deve ser
tratado como bem público, sendo, pois, imprescritível e impenhorável. A CEF, apesar de EP de
atividade privada, explora serviço público, de relevante função social, regulamentado por
normas especiais previstas na Lei 4.380/64. Logo, o imóvel vinculado ao Sistema Financeiro de
Habitação, porque afetado à prestação de serviço público, deve ser tratado como bem público,
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sendo, pois, imprescritível e insuscetível de aquisição por usucapião. Isto posto, aquele que
financia uma casa na CEF não pode alegar usucapião quando torna-se inadimplente.
● É possível a penhora de bem de família quando a dívida é oriunda de cobrança de taxas e
despesas condominiais com base no art. 3º, IV, da Lei nº 8.009/90. STJ. 2ª Seção. AR 5.931/SP,
Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 09/05/2018. Por outro lado, não cabe a
penhora de bem de família para a cobrança de contribuições criadas por associações de
moradores (condomínio de fato). Isso porque tais débitos ostentam natureza de dívida
fundada em direito pessoal, oriunda do ato associativo ou de concordância com a despesa,
não possuindo vinculação com o bem, mas sim com o serviço contratado, posto à disposição
do associado. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp 1688721/DF, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva,
julgado em 20/02/2018.
● Os bens acessórios seguem o princípio da gravitação jurídica. Assim, o acessório segue a sorte
do principal, podendo, entretanto, haver disposição em contrário pela vontade da lei ou das
partes.
o De outro lado, o negócio jurídico que disser a respeito do bem principal NÃO
ABRANGE as pertenças. Estas são autônomas, não incorporadas ao bem
principal, possuindo natureza jurídica diversa, sui generis. Já as benfeitorias
incorporam-se ao bem principal.
o É direito do devedor fiduciante a retirada das pertenças consistentes nos
aparelhos de adaptação para direção por deficiente físico, se anexados por ele
ao bem principal e, por óbvio, se realizada a adaptação em momento posterior
219 à garantia fiduciária.
● Tratando-se de bem de família que se constitua em imóvel rural, é possível que se determine a
penhora da fração que exceda o necessário à moradia do devedor e de sua família.
● A divisão de bens divisíveis pode haver eventual diminuição de valor, mas esta é compatível
com a divisão em si.
● Para a existência da pertença, o artigo 93 do Código Civil não exige elemento subjetivo como
requisito para o ato de destinação. Basta o fato de submeter determinada coisa, de modo
duradouro, ao fim econômico-social de outra coisa.
o Pertenças: bens móveis que passam a fazer parte do bem imóvel por decisão
humana. Não constituem partes integrantes.
o Benfeitorias: melhorias diretamente no imóvel. Constituem partes integrantes.
● A LC 150 retirou da exceção de impenhorabilidade o “os créditos de trabalhadores da própria
residência e as contribuições previdenciárias.” Assim, o bem de família NÃO pode ser
penhorado nessas hipóteses.
● A proteção instituída pela Lei n. 8.009/1990, quando reconhecida sobre metade de imóvel
relativa à meação, deve ser estendida à totalidade do bem, porquanto o escopo precípuo da
lei é a tutela não apenas da pessoa do devedor, mas da entidade familiar como um todo, de
modo a impedir o seu desabrigo, ressalvada a possibilidade de divisão do bem sem prejuízo do
direito à moradia.
● A infungibilidade de um bem pode decorrer da manifestação de vontade da parte.
● Os bens dominicais, apesar de poderem ser alienados, são regidos pelas regras de direito
público, ainda que componham o patrimônio público na qualidade de direito pessoal ou real
de cada entidade. Contudo, não se sujeitam à usucapião e, ainda que alienáveis, estão
sujeitos às exigências impostas por lei para tal (licitação, autorização legal e avaliação
prévia).
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● Lembre-se: a usucapião pode recair sobre bens incorpóreos, como a súmula 193 STJ: o direito
de uso de linha telefônica pode ser adquirido por usucapião.
● É possível interdito proibitório contra aqueles que turbam linhas telefônicas e energia.
● ATENÇÃO: Súmula 228 STJ: É inadmissível interdito proibitório para proteção do direito
autoral. Aqui só cabe tutela inibitória.
● A divisibilidade de um bem, sob o aspecto jurídico, decorre de um aspecto utilitarista:
manutenção do valor econômico proporcional nas coisas divididas, bem como da identidade
da substância. Não sendo possível manter seu valor econômico após a divisão, considera-se
que o bem é juridicamente indivisível: ex: não dá para cortar um cavalo ao meio.
● A pertinência subjetiva não constitui requisito imprescindível para configuração das
universalidades de fato e de direito.
o Fato: complexo de bens.
o Direito: complexo de relações jurídicas.
● O bem de família é IMPENHORÁVEL quando for dado em garantia real de dívida por um dos
sócios da pessoa jurídica, cabendo ao credor o ônus da prova de que o proveito se reverteu à
entidade familiar. O bem de família é PENHORÁVEL quando os únicos sócios da empresa
devedora são os titulares do imóvel hipotecado, sendo ônus dos proprietários a demonstração
de que não se beneficiaram dos valores auferidos. Assim, é possível a penhora de bem de
família dado em garantia hipotecária pelo casal quando os cônjuges forem os únicos sócios
220 da pessoa jurídica devedora. STJ. 2ª Seção. EAREsp 848498-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão,
julgado em 25/04/2018 (Info 627
● Em regra, o bem de família não pode ser penhorado (art. 1º da Lei nº 8.009/90). O inciso V do
art. 3º diz, contudo, que o bem de família pode ser penhorado se o imóvel foi oferecido em
hipoteca como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. A hipoteca é uma espécie de
direito real de garantia, disciplinada nos arts. 1.473 a 1.505 do Código Civil. Se a parte que deu
o bem em hipoteca não cumprir a sua obrigação, o credor poderá executar a hipoteca,
hipótese na qual o imóvel dado em garantia será alienado e o valor obtido utilizado para pagar
o débito. Assim, em regra, é possível a penhora do imóvel que tiver sido oferecido como
garantia real pelo casal ou pela entidade familiar. O STJ, contudo, ao interpretar esse inciso, faz
a seguinte observação: a penhora do bem de família somente será admitida se o imóvel foi
dado em garantia de uma dívida que beneficiou o casal ou entidade familiar. Desse modo, a
exceção prevista no art. 3º, V, da Lei nº 8.009/90 não se aplica aos casos em que a hipoteca é
dada como garantia de empréstimo contraído em favor de terceiro, somente quando
garante empréstimo tomado diretamente em favor do próprio devedor.
● A impenhorabilidade de bem de família pode ser arguida em qualquer tempo ou fase do
processo, desde que não tenha havido pronunciamento judicial anterior. STJ. 3ª Turma. AgRg
no REsp 1373654/RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 06/03/2018. Opera-se a
preclusão consumativa quanto à discussão acerca da penhorabilidade ou impenhorabilidade
do bem de família quando houver decisão definitiva anterior acerca do tema, mesmo em se
tratando de matéria de ordem pública. STJ. 3ª Turma. AgInt nos EDcl no AREsp 1039028/SP,
Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 09/11/2017. A impenhorabilidade de bem de
família pode ser alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição. No entanto, uma vez decidido
o tema, não pode ser reeditado, pois acobertado pela preclusão. STJ. 3ª Turma. AgInt no REsp
1518503/PE, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/09/2017.
● A regra de impenhorabilidade do bem de família trazida pela Lei nº 8.009/90 deve ser
examinada à luz do princípio da boa-fé objetiva, que, além de incidir em todas as relações
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jurídicas, constitui diretriz interpretativa para as normas do sistema jurídico pátrio. Assim, se
ficou caracterizada fraude à execução na alienação do único imóvel dos executados, em
evidente abuso de direito e má-fé, afasta-se a norma protetiva do bem de família, que não
pode conviver, tolerar e premiar a atuação dos devedores em desconformidade com a boa-
fé objetiva. STJ. 3ª Turma. REsp 1575243/DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em
22/03/2018.
●
9.4. Fatos e negócios jurídicos; Das Provas
Negócios jurídicos. Conceito. Existência, validade e eficácia. Condição, termo e encargo.
Defeitos do negócio jurídico. Simulação. Atos jurídicos lícitos e ilícitos. Abuso de direito.
Representação. Prescrição e decadência. Prescrição e Fazenda Pública. Prova.
9.4.1. Fato e Negócio jurídico
Condição impossível:
o Resolutiva: inexistente a condição (plano de existência)
o Suspensiva: invalida o negócio jurídico, remanescendo o negócio como puro e
simples. (Plano da validade)
Encargo ilícito ou impossível: considera-se não escrito e mantem o NJ, salvo se constituir o
motivo determinante da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico.
Estado de perigo: ocorre quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de
sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente
onerosa.
221 o Dependendo do caso pode não ser pessoa da família, mas uma pessoa muito
especial.
o Segundo o STJ, deve ser comprovado o dolo de aproveitamento da outra
parte.
o O dano deve ser conhecido pela parte que aproveita-se de tal situação.
o Ao estado de perigo também aplica-se o disposto no parágrafo 2º do artigo
157: Oferecidos suplementos suficientes, ou se a parte favorecida concordar
com a redução do proveito, não se anula o negócio jurídico.
A LESÃO não exige dolo de aproveitamento. Ou seja, é desnecessário o conhecimento da parte
contrária de que a parte lesada está sob premente necessidade ou é inexperiente.
o Oferecidos suplementos suficientes, ou se a parte favorecida concordar com a
redução do proveito, não se anula o negócio jurídico.
o Enunciado 149: em atenção ao princípio da conservação dos contratos, a
verificação da lesão deverá conduzir, sempre que possível, à revisão judicial do
negócio jurídico e não à sua anulação, sendo dever do magistrado incitar os
contratantes a seguir as regras do art. 157, §2º do CC.
o A lesão não exige o dolo de aproveitamento.
o Nas hipóteses de lesão, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do
NJ, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do NJ por
meio da redução do proveito do lesionador ou do complemento do preço.
A gravidade da falsidade de assinatura se trata de ilicitude que macula irremediavelmente o
negócio jurídico.
o A ilicitude do artigo 166, II, pode se referir à forma, e não somente ao
conteúdo do negócio jurídico, sendo matéria de ordem pública insuscetível
de convalidação.
O valor de 30 salários mínimos do artigo 108 do CC se refere ao valor do imóvel atribuído pelo
FISCO e não ao preço do negócio (preço atribuído entre as partes).
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o Credores:
▪ Suspensão: só aproveita aos demais se a obrigação for indivisível.
▪ Interrupção: aproveita aos outros.
o Devedores
▪ Suspensão:
▪ Interrupção: aproveita aos outros e seus herdeiros.
● Contra herdeiros do devedor solidário: não prejudica outros
herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações
e direitos indivisíveis.
● A interrupção da prescrição por um credor solidário aproveita aos outros.,
o A interrupção da prescrição por um credor (normal) não aproveita os outros.
● A interrupção da prescrição contra um devedor solidário aproveita aos demais e seus
herdeiros.
o A interrupção operada contra o codevedor (normal), ou seu herdeiro, não
prejudica aos demais coobrigados.
o A interrupção contra o herdeiro do devedor solidário não prejudica os outros
herdeiros ou devedores, senão quando a obrigação/direito for indivisível.
● Prescrição contra pessoa jurídica de direito público:
o Ilícitos civis: há regular prescrição da reparação do ilícito civil.
o Improbidade dolosa e ressarcimento ao erário: são imprescritíveis as ações de
ressarcimento ao erário.
224 o Improbidade: prescreve conforme a lei de improbidade.
A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo de
terceiro, depois que a prescrição se consumar.
Decadência LEGAL não pode ser objeto de renúncia, nem antes, nem depois de consumada.
Decadência CONVENCIONAL é suscetível de renúncia.
A propositura de ação pelo devedor, que importe impugnação do débito contratual ou de
cártula representativa do direito do credor, é causa interruptiva da prescrição. Se está
questionando o débito, significa que há interesse no valor, que reconhece o título, entretanto,
impugna o valor.
● Prescrição da ação de indébito envolvendo cédula de crédito rural
o Contrato anterior ao CC 2002: 20 anos.
o Contrato posterior ao CC 2002: 3 anos
● Prescrição: fator de extinção da pretensão/poder de exigir prestação devida em razão da
inércia, deixando escoar o prazo legal.
● Actio nata: nascimento de pretensão através da violação do direito subjetivo e a respectiva
ciência pelo prejudicado da violação desse direito.
● Os prazos de prescrição não podem ser alterados entre as partes.
● É possível renúncia tácita ou expressa à prescrição após a sua consumação.
● O reconhecimento de ofício da prescrição pelo juiz não retira do devedor a possibilidade de
renunciá-la, após consumada.
● Princípio da acessio temporis: a prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr
contra seu sucessor.
● A exceção e a pretensão possuem o mesmo prazo de prescrição.
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● Mera ciência pelo devedor não é causa de interrupção da prescrição. Deve ser ATO
INEQUÍVOCO que importe reconhecimento do direito pelo devedor.
● A propositura de demanda judicial pelo devedor, que importe impugnação de débito
contratual ou de cártula representativa de direito do credor, é causa interruptiva da
prescrição.
● No caso de negócio concluído por representante em conflito de interesses, o prazo de
anulação do NJ é de 180 dias, contado a partir da conclusão do NJ ou da cessação da
incapacidade
● Para alegar a prescrição deve ser demonstrado o legítimo interesse econômico e seus efeitos
liberatórios.
● Prescrição contra a Fazenda Pública:
o Nas relações jurídicas de trato sucessivo em que a fazenda pública figure como
devedora, quando não tiver sido negado o próprio direito reclamado, a
prescrição atinge apenas as prestações vencidas antes do quinquênio anterior
a propositura da ação.
▪ No trato sucessivo, a prescrição fulmina-se isoladamente em cada
prestação, podendo ser contadas isoladamente.
o Todavia, tal entendimento não é aplicável na hipótese de lei de efeitos
concretos cuja vigência acarrete lesão ou modificação do status do suposto
titular do direito, haja vista que, nesse caso, o prazo prescricional é contado a
226 partir da data de publicação da lei, pois não há que se falar em relação de
trato sucessivo.
▪ No caso da lei que suprime ou altera direitos, tem-se que o ato é
único, e seus efeitos concretos e permanentes, recaindo sobre o
direito e não sobre as prestações.
●
9.4.3. Ato ilícito e boa-fé
Abuso de direito: uso do direito além do permitido, extrapolando as limitações jurídicas,
lesando alguém, gerando o dever de indenizar o prejudicado.
o Art. 187: Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social,
pela boa-fé ou pelos bons costumes.
o É o ato desconforme com a finalidade socioeconômica, exagerado nos limites
da boa-fé ou bons costumes.
o A ilicitude é objetiva: independe de culpa ou dolo. Basta o excesso do uso do
direito.
o En. 37: A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe de
culpa e fundamenta-se somente no critério objetivo-finalístico.
o Enunc. 539: O abuso de direito é uma categoria jurídica autônoma em relação
à responsabilidade civil. Por isso, o exercício abusivo de posições jurídicas
desafia controle independentemente de dano.
o O artigo 187 aplica-se a todos os ramos do direito. É uma cláusula geral.
Enunciado 142: As diversas hipóteses de exercício inadmissível de uma situação jurídica
subjetiva, tais como supressio, tu quoque, surrectio e venire contra fatcum proprium, são
concreções da boa-fé objetiva.
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228 o
A decretação de insolvência possui efeito imediato, na data de prolação, tanto para os
devedores quanto para os credores, independentemente do trânsito em julgado. Os débitos
serão executados em concurso universal de todos os credores, como se fosse falência. Será um
juízo universal da insolvência.
Há duas causas para ação pauliana:
o Disposição de bens quando insolvente ou com fins de gerar insolvência;
o Disposição de bens com fins de tornar insuficiente a garantia já dada, como
vender uma casa hipotecada. "O ajuizamento da ação pauliana pelo credor
com garantia real (art. 158, § 1o) prescinde de prévio reconhecimento judicial
da insuficiência da garantia".
9.5. Obrigações
Obrigações. Conceito e modalidades. Obrigação natural. Obrigação propter rem.
Transmissão das obrigações. Adimplemento e inadimplemento absoluto e relativo.
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A formação dos contratos realizados por ausentes, por meio eletrônico, completa-se com a
recepção da aceitação pelo proponente.
Admite-se penhora de website e outros intangíveis relacionados ao comércio eletrônico.
A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
o Cláusula resolutiva tácita: é aquela decorrente de lei, como por exemplo a
exceção do contrato não cumprido, segundo a qual, nos contratos bilaterais,
nenhum dos contratantes pode exigir a prestação do outro, antes de cumprir a
sua.
A transferência de propriedade ao comprador dá-se no momento em que o preço esteja
integralmente pago. Todavia, pelos riscos da coisa responde o comprador, a partir de quando
lhe foi entregue.
Ainda que sem prévia ou concomitante rescisão do contrato de compra e venda com reserva
de domínio, o vendedor pode, ante o inadimplemento do comprador, pleitear a proteção
possessória sobre o bem móvel objeto da avença. Isto porque, enquanto não for pago
integralmente o valor, vigora a propriedade do vendedor sobre o bem, cabendo ação
petitória, e não possessória.
O pagamento parcial, não implica por si só, renúncia à solidariedade, a qual deve derivar dos
termos expressos da quitação ou, inequivocamente, das circunstâncias do recebimento da
prestação pelo credor.
Com a renúncia à solidariedade, quanto a apenas um dos devedores solidários, o credor só
poderá cobrar do beneficiado a sua quota na dívida, permanecendo a solidariedade quanto
231 aos demais devedores, abatida do débito a parte correspondente aos beneficiados pela
renúncia.
A renúncia da solidariedade em favor de determinado devedor, AFASTA a hipótese de seu
chamamento ao processo. Ademais, renunciado a solidariedade, não há enquadramento nas
hipóteses do artigo 130 do CPC que permitem o chamamento ao processo.
O pedido de concessão de prazo para analisar documentos com o fim de verificar a existência
de débito não tem o condão de interromper a prescrição.
É vedada a cessão de créditos previdenciários pelo artigo 114 da Lei 8.213. STJ.
A cessão de crédito pode ocorrer independentemente da vontade do devedor, salvo
estipulação em contrário no contrato originário.
o O credor pode ceder seu crédito, se a isso não se opuser a natureza da
obrigação, a lei, ou a convenção com o devedor; a cláusula proibitiva da cessão
não poderá ser oposta ao cessionário de boa-fé, se não constar do instrumento
da obrigação.
Na cessão de contrato, deve haver expressa anuência do outro contratante, sendo que a
simples notificação não supre ausência da concordância. Tanto o cedente quanto o cedido
devem concordar com o ingresso do cessionário. Não pode haver cláusula vedando a cessão.
Compensação: meio de extinção de obrigação entre pessoas que são credoras e devedoras ao
mesmo tempo. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto: (i) se
provier de esbulho, furto ou roubo; (ii) se uma se originar de comodato, depósito ou
alimentos; (iii) se uma for de coisa não suscetível de penhora.
Não pode ser objeto de novação as obrigações nulas ou extintas, salvo as obrigações
simplesmente anuláveis. Assim, sendo nula, não comporta novação, pois nunca produziu
efeito.
Se a prestação, devido à mora, se tornar inútil ao credor, este poderá enjeitá-la, e exigir a
satisfação das perdas e danos.
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234 estão limitados em 12% ao ano, de acordo com a Lei de Usura, justamente por não se
equipararem às instituições financeiras.
● Súmula 530-STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros
efetivamente contratada — por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do
instrumento aos autos —, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada
nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
● Em caso de advogado que não repassa os valores devidos ao seu cliente (mandatário), o marco
inicial dos juros moratórios em ação de ressarcimento é a data da citação. O termo inicial deve
ser determinado a partir da natureza jurídica mantida entre as partes. No caso, tratando-se de
mandato, a relação jurídica tem natureza contratual, sendo o termo inicial dos juros
moratórios a data da citação.
● Os contratos no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação podem prever juros
capitalizados a partir da Lei 11.977/2009, que introduziu o artigo 15-A à lei 4.380/64
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235
9.6. Contratos
Contratos em geral: teoria geral dos contratos. Princípios. Elementos constitutivos.
Pressupostos de validade. Revisão dos contratos e suas modalidades. Contratos em espécie e
atos unilaterais. Compra e venda. Permuta. Contrato Estimatório. Doação. Locação.
Empréstimo. Prestação de serviço. Depósito. Mandato. Transporte. Seguro. Constituição de
renda. Jogo e aposta. Fiança. Alienação fiduciária em garantia. Promessa de recompensa.
Gestão de negócios. Pagamento indevido. Enriquecimento sem causa. Contratos no âmbito
do Sistema Financeiro da Habitação e do Sistema de Financiamento Imobiliário.
Retrovenda permite ao vendedor, no prazo máximo de três anos, exercer o direito de comprar
a coisa de volta, independentemente da vontade do comprador, pagando o valor do negócio
acrescido das despesas e benfeitorias. Só é possível essa cláusula para bens imóveis.
STJ: é permitido a outorga de procuração com o fito de doar imóvel de se o mandato
especificar o objeto da doação e o beneficiário do ato.
Súmula 335-STJ: Nos contratos de locação, é válida a cláusula de renúncia à indenização das
benfeitorias e ao direito de retenção.
Súmula 402-STJ: O contrato de seguro por danos pessoais compreende danos morais, salvo
cláusula expressa de exclusão.
Súmula 382-STJ: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao ano, por si só, não
indica abusividade.
Em contrato aleatório, a parte pode assumir o risco de a coisa não vir a existir, tendo direito de
receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que não tenha havido culpa ou dolo.
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Em contrato de risco de quantia, terá direito o alienante a todo o preço, salvo culpa, ainda que
venha a existir em quantidade inferior à esperada.
o Porém, nesse caso, se nada vier a existir, a alienação não haverá e o alienante
restituirá o preço recebido.
STJ: embora o comodatário tenha que pagar aluguel da coisa emprestada enquanto
constituído em mora não restitua a coisa, o valor pode ser superior à média de mercado
locativo, uma vez que não se trata de mera indenização devida pela retenção da coisa, mas
sim de verdadeira pena privada.
Súmula 543 STJ: Na hipótese de resolução de contrato de promessa de compra e venda de
imóvel submetido ao CDC, deve ocorrer a imediata restituição das parcelas pagas pelo
promitente comprador –
o Integralmente, em caso de culpa exclusiva do promitente
vendedor/construtor.
o Parcialmente, caso tenha sido o comprador quem deu causa ao desfazimento.
o Precedentes: em caso de culpa do comprador, 25% do valor já pago.
Pacto comissório: É nula a cláusula que dispõe que o credor ficará com o objeto de garantia se
a dívida não for paga. Após o vencimento, poderá O DEVEDOR dar a coisa em pagamento da
dívida.
o STJ: é nulo o compromisso de compra e venda que, em realidade, traduz-se
como instrumento para o credor ficar com o bem dado em garantia em
relação às obrigações decorrentes de contrato mútuo usurário, se estas não
forem adimplidas.
236 Deve haver expressa previsão de cobrança de juros em contratos de mútuo.
o A cobrança de juros capitalizados nos contratos de mútuo é permitida quando
houver expressa pactuação.
Não se pode estender a Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico (exige apenas a
desproporcionalidade das prestações), prevista no CDC, às relações de direito civil (que aplica
a Teoria da Imprevisão, que exige a imprevisibilidade de fato que determine oneração
excessiva de um dos contratantes) mediante a aplicação da Teoria dos Diálogos das Fontes.
Aquela se restringe às relações de consumo.
Pagamento sem causa jurídica deve ser considerado indevido. Essa ideia também se estende
às hipóteses cujos pagamentos eram válidos, mas que perderam sua causa jurídica com o
passar do tempo. A propósito, o disposto no artigo 885 do Código Civil: "A restituição é
devida, não só quando não tenha havido causa que justifique o enriquecimento, mas
também se esta deixou de existir". Portanto, devem ser restituídos os valores pagos por
mutuários sem o desconto da liquidação antecipada cujos contratos se enquadrem na
hipótese do artigo 2º, § 3º, da Lei n. 10.150/00.
Não é possível a revisão de cláusulas contratuais em ação de exigir contas.
Contratos Advocatícios: não é possível a estipulação de multa no contrato de honorários para
as hipóteses de renúncia ou revogação unilateral do mandato do advogado,
independentemente de motivação, respeitado o direito de recebimento dos honorários
proporcionais ao serviço prestado. É direito do advogado renunciar ou da parte revogar o
mandato, a qualquer momento e sem necessidade de declinar.
o É possível cláusula penal em contratos advocatícios somente em caso de
mora/inadimplemento, mas não em caso de renúncia/revogação.
Em contrato de doação, caso o donatário (que recebeu) a doação venha a morrer, o doador
pode estipular que os bens voltem ao seu patrimônio. Não há a possibilidade de criar essa
“reversão” em favor de terceiro.
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É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação à bens excluídos da comunhão.
O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros. Logo, a cláusula de
preempção é intransmissível, quer por ato iter vivos ou causa mortis, visto que personalíssima.
Em contrato de prestação de serviço não há sujeição à cláusula extintiva rebuc sic stantibus
(onerosidade excessiva imprevisível), uma vez que suas causas extintivas são especiais e
próprias (art. 607). Assim, basta força maior que impeça a execução do serviço para extinguir o
contrato, não necessitando de onerosidade excessiva.
A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial,
e não de ato particular.
A evicção consiste na perda parcial ou integral da posse ou da propriedade do bem, via de
regra, em virtude de decisão judicial que atribui o uso, aposse ou a propriedade a outrem, em
decorrência de motivo jurídico anterior ao contrato de aquisição. Caracteriza-se evicção a
inclusão de gravame capaz de impedir a transferência livre e desembaraçada de veículo objeto
de negócio jurídico de compra e venda. Caso concreto: foi vendido um carro, mas, antes que
pudesse ser transferido à adquirente, houve um bloqueio judicial sobre o veículo. Foi
necessário o ajuizamento de embargos de terceiro para liberação do automóvel, sendo, em
seguida, desfeito o negócio. Neste caso, caracterizou-se a evicção, gerando o dever do
alienante de indenizar a adquirente pelos prejuízos sofridos.
Nos contratos de compra e venda de imóveis, a falta de registro da incorporação imobiliária
não compromete os direitos transferidos ao promissário comprador, os quais podem ter
efeitos perante terceiros. A ausência do registro da incorporação não torna nulo o contrato de
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9.6.2. Seguro
STJ: em regra, é válida cláusula prevista em contrato de seguro-saúde que autoriza o aumento
das mensalidades do seguro quando o usuário completar 60 anos de idade. Contudo, será
abusiva:
o Não respeitar os limites e requisitos estabelecidos na lei federal 9656/98
o Aplicar índices de reajuste desarrazoados ou aleatórios, que onerem em
demasia o segurado.
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9.6.4. Fiança
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento
ao qual não anuiu.
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Súmula 332-STJ: A fiança prestada sem autorização de um dos cônjuges implica a ineficácia
total da garantia.
A estipulação de fiança é autorizada ainda que sem o consentimento ou contra a vontade do
devedor.
Súmula 214-STJ: O fiador na locação não responde por obrigações resultantes de aditamento
ao qual não anuiu.
É lícita a cláusula em contrato civil de mútuo bancário que preveja expressamente que a fiança
prestada é prorrogada automaticamente com a prorrogação do contrato principal. Não há que
se falar em interpretação extensiva da fiança nesse caso, pois foi previsto no contrato que
seria prorrogada a fiança.
Extingue a fiança o fato de o credor aceitar, em pagamento da dívida, dação em pagamento
feita pelo devedor, ainda que venha perder o objeto pela evicção e que a obrigação principal
seja restabelecida.
A exclusão do fiador da proteção da impenhorabilidade do bem de família tem por finalidade
garantir o próprio direito de moradia de inúmeras pessoas que dependem de um mercado
imobiliário estável para travar de forma segura contratos de locação. Assim, é possível
penhorar a casa do fiador de contrato de locação de imóvel, ainda que bem de família.
o STF: Não é penhorável bem de família do fiador no caso de contratos de
locação comercial. Apesar de alei não distinguir o tipo de locação, não se pode
potencializar a livre iniciativa em detrimento de um direito fundamental que é
o direito à moradia.
241 A responsabilidade do fiador é limitada à garantia por ele assumida, afastando sua
responsabilização em relação aos acessórios da dívida principal e honorário advocatícios, que
deverão ser cobrados apenas do devedor afiançado. As disposições relativas à fiança devem
ser interpretadas de forma restritiva.
Em regra, o ato interruptivo da prescrição apresenta caráter pessoal e somente aproveitará a
quem o promover ou prejudicará aquele contra for quem dirigido.
o Exceção (FIANÇA): interrompida a prescrição contra o devedor, interrompe-se
contra o fiador.
Se for operada contra o fiador, não prejudica o devedor principal,
salvo nas hipóteses em que os devedores sejam solidários (fiador que
renuncia benefício de ordem).
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● A vítima de evento danoso que sofre redução parcial e permanente da sua capacidade
laborativa, tem direito ao pensionamento do artigo 950 do CC, independentemente da
existência de capacidade para o exercício de outras atividades, em razão do maior sacrifício
para a realização do serviço e do princípio da reparação integral.
● A demora na entrega do imóvel constitui mero inadimplemento contratual, o que, por si só,
não gera dano moral indenizável. Contudo, é indenizável os danos materiais sofridos (aluguel
enquanto aguarda a entrega do imóvel), bem como, a demora excessiva.
● STJ: o fato de vítima de morte possuir idade a superior à expectativa de vida não obsta a
percepção de pensão mensal, sendo cabível a utilização da tabela de sobrevida, de acordo
com os cálculos elaborados pelo IBGE, para melhor valorar a expectativa de vida da vítima
quando do momento do óbito.
● Pensão em caso de morte de filho menor nos casos de família de baixa renda = desde os 14
anos até os 25 anos, no valor de 2/3 do salário mínimo, e, a partir daí, reduzido para 1/3 do
salário mínimo até a data correspondente à expectativa de vida da vítima, segundo tabela do
IBGE, ou até o falecimento da mãe, o que ocorrer primeiro.
o 14 anos, por quê?? É o momento em que pode exercer atividade remunerada,
ainda que na qualidade de menor aprendiz.
● O décimo terceiro salário e a gratificação natalina também se inclui no pensionamento a título
de indenização.
245 ● Pensão aos filhos no caso de morte do pai: No que se refere ao termo final da pensão, a
jurisprudência do STJ firmou-se no sentido de que deve ocorrer na data em que o filho da
vítima completa 25 (vinte e cinco) anos de idade, garantido o direito de a viúva acrescer à
quota dos filhos que completaram 25 anos.
o Completado os 25 anos, a cota das filhas vai para viúva: “Também é pacífico
nesta Corte o entendimento jurisprudencial de ser possível acrescer as cotas
das filhas, ao completarem 25 anos, à cota da mãe”.
● Sem comprovação de salário: É firme a jurisprudência desta Corte no sentido de reconhecer
que, nas hipóteses de ausência de comprovação do exercício de atividade remunerada pela
vítima de acidente fatal, a pensão mensal devida a seus dependentes deve corresponder a 1
(um) salário mínimo.
● Comprovando o salário: A jurisprudência desta Corte encontra-se consolidada no mesmo
rumo do entendimento adotado pelo acórdão recorrido, no sentido de que é devida pensão
mensal ao filho menor, pela morte de genitor, no valor de 2/3 (dois terços) do salário
percebido pelos genitores ou do salário mínimo caso não comprovada a renda
● Os lucros cessantes em caso de ofensa que resulte diminuição de capacidade para o trabalho
perdurarão até o fim da convalescença.
● DANO SOCIAL: nova espécie de dano reparável, que não se confunde com os danos materiais,
morais e estéticos, e que decorre de comportamentos socialmente reprováveis, que
diminuem o nível social de tranquilidade. São lesões à sociedade, no seu nível de vida, tanto
por rebaixamento de seu patrimônio moral – principalmente a respeito da segurança – quanto
por diminuição na qualidade de vida. Os danos sociais são causa, pois, de indenização punitiva
por dolo ou culpa grave, especialmente, repetimos, se atos que reduzem as condições coletivas
de segurança, e de indenização dissuasória, se atos em geral da pessoa jurídica, que trazem
uma diminuição do índice de qualidade de vida da população
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o STJ: NÃO pode ser aplicado em ações individuais, mas tão somente em sede
de ações coletivas.
o Os danos sociais são difusos e a sua indenização deve ser destinada não para a
vítima, mas sim para um fundo de proteção ao consumidor, ao meio ambiente
etc., ou mesmo para uma instituição de caridade, a critério do juiz
● DANO MORAL COLETIVO: O banco pode ser condenado a pagar reparação por dano moral
coletivo, em ação civil pública, pelo fato de oferecer, em sua agência, atendimento
inadequado aos consumidores idosos, deficientes físicos e com dificuldade de locomoção. No
caso concreto, o atendimento desses clientes era realizado somente no segundo andar da
agência bancária, cujo acesso se dava por três lances de escada.
● Enunciado 455: A expressão “dano” no art. 944 abrange não só os danos individuais, materiais
ou imateriais, mas também os danos sociais, difusos, coletivos e individuais homogêneos a
serem reclamados pelos legitimados para propor ações coletivas.
● Art. 6º São direitos básicos do consumidor: VI - a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
● O terceiro que explora clandestinamente área objeto de outorga para pesquisa de viabilidade
de lavra de minérios DEVE indenizar o particular que possuía o direito de pesquisa e lavra, pois
o direito de prioridade (previsto no código de Mineração) e exploração da reserva podem ser
negociadas pelo outorgado.
● Cobrança judicial indevida de dívida já adimplida: artigo 940 dispõe sobre pagamento em
246 dobro. Não precisa de ação autônoma, bastando simples petição; é necessário demonstrar a
má-fé na cobrança indevida para incidência da penalidade.
o ATENÇÃO: art. 941: O autor pode desistir da ação antes de contestada a lide,
ressalvado ao réu o direito de haver indenização por algum prejuízo que prove
ter sofrido.
● O Código Civil adota a Teoria dos Danos Diretos e Imediatos, também denominada de Teoria
de Interrupção do Nexo Causal, de modo que não é indenizável prejuízos mediatos, que não
decorram diretamente do evento danoso.
● Emancipação e responsabilidade dos pais: só PERMANECE responsabilidade (solidária) dos pais
na emancipação VOLUNTÁRIA. Na LEGAL e JUDICIAL NÃO.
● Responsabilidade dos filhos em relação à danos causados a terceiros:
o STJ: os menores terão responsabilidade subsidiária (pais primeiro),
condicionada, mitigada e equitativa, exceto se for emancipado
voluntariamente, quando constituirá reponsabilidade SOLIDÁRIA com seus
pais
o . Os pais terão responsabilidade objetiva, substitutiva, exclusiva e não
solidária. SALVO se emancipado, pois aí terá responsabilidade SOLIDÁRIA com
o filho.
▪ A vítima deve litigar com o PAI.
o Inexiste litisconsórcio passivo necessário em relação ao menor e ao pai. Isto
porque não há obrigação da vítima lesada em litigar contra o responsável e o
incapaz, tratando-se de litisconsórcio facultativo e simples.
● No caso emancipação legal ou tácita, a responsabilidade é exclusiva e direta do emancipado.
● Dano moral à família por morte de parente. Modalidade de dano extrapatrimonial que atinge
as vítimas por ricochete. O STJ entende que é possível que a jurisprudência estabeleça limites
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ao quantum indenizatório de dano moral, não obstante seja consagradamente vedado tarifar
a quantia em lei. Assim, o STJ afirma que, em caso de morte, o valor máximo indenizatório por
danos morais à família do falecido é de 500 salários mínimos de forma global para a família da
vítima, podendo, porém, esse valor ser aumentado segundo as particularidades do caso
concreto.
● Lucros cessantes aos dependentes: O STJ tem adotado a tabela de provável sobrevida
utilizada pela Previdência Social, que, por sua vez, segue a tabela do IBGE, que calcula a
longevidade com base no tempo de vida já decorrido de cada pessoa. Logo, é reconhecida a
pensão até a longevidade provável da vítima, segundo a tabela da Previdência Social, baseada
nos cálculos do IBGE.
● Não cabe dano moral decorrente de impacto ambiental produzido por atividades lícitas
promovidas pelo Poder Público. À exemplo da construção de uma usina hidrelétrica,
totalmente legal.
● Cabível dano moral à pescadores decorrente de atividade ilícita que polui rio. Porém não cabe
atribuir caráter punitivo na fixação do dano moral, isso porque a responsabilidade civil por
dano ambiental prescinde de culpa e que, revestir a compensação com caráter punitivo
propiciaria o bis in idem, pois a punição já é conferida ao direito penal e administrativo.
● A configuração dos lucros cessantes e danos emergentes exige mais do que a simples
possibilidade de realização do lucro, requer probabilidade objetiva e circunstâncias
concretas de que estes teriam se verificado sem a interferência do evento danoso. TESE DE
247 ● DEFESA EM PEÇAS DE RESPONSABILIDADE CIVIL.
O Juiz, ao fixar os alimentos provisórios, não se atenta a princípio para a capacidade do
alimentante, mas procura encontrar o ideal dos alimentos necessitados, diante da análise dos
elementos que dispõe e do que vislumbra compor as necessidades do alimentado. Apenas
quando ultrapassada essa análise inicial, passa-se a dispor sobre a possibilidade de adequar
essa necessidade às condições financeiras do alimentante.
● Responsabilidade civil subjetiva (extracontratual subjetiva) se dá com os elementos: ação ou
omissão (lícita ou ilícita), elemento subjetivo (dolo ou culpa), dano e nexo de causalidade.
● Quando demonstrada a ocorrência de ofensa injusta à dignidade da pessoa humana é
desnecessária a comprovação da dor e do sofrimento para configuração de dano moral.
● Caso o paciente morra em decorrência de ter recebido tratamento médico inadequado, a
teoria da perda de uma chance poderá ser utilizada como critério de apuração da
responsabilidade civil por erro médico.
o Esta teoria é aplicada pelo STJ que exige, no entanto, que o dano seja REAL,
ATUAL e CERTO, dentro de um juízo de probabilidade, e não mera
possibilidade, porquanto o dano potencial ou incerto, no espectro da
responsabilidade civil, em regra, não é indenizável (REsp 1.104.665-RS, Rel.
Min. Massami Uyeda, julgado em 9/6/2009).
o Em outros julgados, fala-se que a chance perdida deve ser REAL e SÉRIA, que
proporcione ao lesado efetivas condições pessoais de concorrer à situação
futura esperada.(AgRg no REsp 1220911/RS, Segunda Turma, julgado em
17/03/2011)
● Caracteriza abuso de direito ou ação passível de gerar responsabilidade civil pelos danos
causados a impetração do habeas corpus por terceiro com o fim de impedir a interrupção,
deferida judicialmente, de gestação de feto portador de síndrome incompatível com a vida
extrauterina.
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● O espólio não é parte legítima para requerer danos morais post mortem em favor do morto,
mas sim o cônjuge, herdeiros ou parentes em linha reta ou colateral até o 4º grau.
Ofensa a direito da personalidade da pessoa enquanto viva, O espólio é legitimado a prosseguir
tendo esta ajuizado ação de indenização, mas falecido antes na demanda.
do trânsito em julgado.
Ofensa a direito da personalidade da pessoa enquanto viva. O espólio é legitimado a propor a
Esta faleceu sem ter ajuizado a ação. ação de indenização.
Os herdeiros (e não o espólio) são
Ofensa à memória da pessoa já falecida. legitimados para propor a ação de
indenização.
Os herdeiros (e não o espólio) são
Dor e sofrimento causado pela morte da pessoa. legitimados para propor a ação de
indenização.
Cliente, após sacar dinheiro Não haverá responsabilidade civil nem do banco nem da
na agência, é roubado à mão empresa privada de estacionamento.
armada em NÃO A empresa de estacionamento se responsabiliza apenas pela
um estacionamento privado guarda do veículo, não sendo razoável lhe impor o dever de
que fica ao lado, mas que não garantir a segurança e integridade física do usuário e a
tem qualquer relação com o proteção dos bens portados por ele (REsp 1.232.795-SP, DJe
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banco. 10/04/2013).
.O código civil não afasta a possibilidade de a responsabilidade civil ter função pedagógica ou
punitiva, ainda que o artigo 944 estipule que “a indenização mede-se pela extensão do dano”.
o Lembre-se: no direito ambiental, o dano moral não pode ser fixado com
caráter punitivo, vez que cabe ao direito administrativo e penal essa fixação.
CJF En. 451: A responsabilidade civil por ato de terceiro funda-se na responsabilidade objetiva
ou independente de culpa, estando superado o modelo de culpa presumida.
A responsabilidade civil decorrente do abuso de direito independe da culpa e fundamenta-se
somente no critério objetivo-finalístico. Às vezes, ao abusar do direito, não há a intenção de
prejudicar determinada pessoa, entretanto, havendo o prejuízo, a responsabilidade deve ser
objetiva, ainda que ausente a culpa.
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extrajudicial enviada pelo Cartório de Títulos e Documentos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.629.000-
MG, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 28/3/2017 (Info 601).
● Ao propor uma ação de usucapião, o autor deverá requerer a citação dos confinantes, ou seja,
dos vizinhos que fazem fronteira com o imóvel que ele almeja. E o que acontece caso não haja
a citação dos confinantes? Haverá nulidade absoluta do processo?
Não. Apesar de amplamente recomendável, a falta de citação dos confinantes não acarretará,
por si, ou seja, obrigatoriamente, a nulidade da sentença que declara a usucapião. Não há que
se falar em nulidade absoluta, no caso.
A ausência de citação dos confinantes e respectivos cônjuges na ação de usucapião é
considerada hipótese de nulidade relativa, somente gerando a nulidade do processo caso se
constate o efetivo prejuízo.
o Não é necessária a citação dos confinantes no caso de usucapião de unidade
autônoma de prédio em condomínio.
● Mesmo que um indivíduo perca a posse de uma propriedade, se já preencheu os requisitos da
usucapião, ele poderá ter este direito. Neste caso, o autor deverá proceder à citação do atual
possuidor do imóvel.
● No desforço possessório, a expressão contanto que o faça logo' deve ser entendida
restritivamente, apenas como a reação imediata ao fato do esbulho ou da turbação, cabendo
ao possuidor recorrer à via jurisdicional nas demais hipóteses".
● O detentor (art. 1.198 do Código Civil) pode, no interesse do possuidor, exercer a autodefesa
256 ● do bem sob seu poder".
O Estatuto da Cidade, ao tratar sobre a ação de usucapião especial urbana, prevê que "o autor
terá os benefícios da justiça e da assistência judiciária gratuita, inclusive perante o cartório de
registro de imóveis." Isso significa que o autor da ação de usucapião especial urbana gozará
sempre da gratuidade da justiça? Há uma presunção absoluta de que este autor não tem
recursos suficientes para pagar as custas? NÃO. O art. 12, § 2º, da Lei nº 10.257/2001 (Estatuto
da Cidade) estabelece uma presunção relativa de que o autor da ação de usucapião especial
urbana é hipossuficiente. Isso significa que essa presunção pode ser ilidida (refutada) a partir
da comprovação inequívoca de que o autor não é considerado "necessitado".
USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA Tempo: 15 anos.
Art. 1.238, caput, CC. Não é necessário haver boa-fé e nem justo título[2].
Os principais requisitos a se provar é a posse mansa,
pacífica e ininterrupta pelo lapso temporal referido,
qual seja, quinze anos.
USUCAPIÃO EXT. REDUZIDA[3] Tempo: 10 anos. Por ser subespécie da
extraordinária, também não há necessidade de
Art. 1.238, § único, CC.
haver justo título nem boa-fé. Entretanto, para o
autor conseguir a redução de cinco anos é
necessário que tenha feito no imóvel obras ou
serviços de caráter produtivo, aumentando a
utilidade daquele.
USUCAPIÃO ESPECIAL RURAL Tempo: 5 anos. Imóvel até 50 hect. O possuidor
deve comprovar que fez da propriedade um bem
OU pró-labore, constitucional.
produtivo, estabelecendo ali sua morada. O
Art. 1.239, CC. usucapiente[4] não pode ser proprietário ou
possuidor direto de outro imóvel, seja urbano ou
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rural.
USUCAPIÃO ESPECIAL URBANA Tempo: 5 anos. Não é necessário justo título nem
boa-fé. O imóvel deve ser de até 250m2. Aqui
OU pró-misero, pró-moradia, pró-
também o possuidor não pode ser proprietário ou
habitatione, habitacional.
possuidor direto de outro imóvel, seja urbano ou
Art. 1.240, CC. rural.
USUCAPIÃO FAMILIAR Tempo: 2 anos, a contar do abandono do imóvel
pelo cônjuge. O imóvel o qual pertencia ao casal ou
OU conjugal
de um deles, deve ser de até 250m2. Importante
Art. 1.240-A, CC. mencionar que o consorte possuidor do imóvel não
pode, para efeitos dessa usucapião, ser possuidor
de outro imóvel, seja na zona urbana ou rural.
USUCAPIÃO ORDINÁRIA Tempo: 10 anos. Difere da extraordinária reduzida
porque, neste caso, o possuidor deve estar de boa-
Art. 1.242, caput
fé, ou seja, ignora qualquer obstáculo impeditivo. O
possuidor deve ter, ainda, justo título[5]
USUCAPIÃO ORD. REDUZIDA Tempo: 5 anos. Bem adquirido onerosamente e
teve registro cancelado, mas havia boa-fé do
Art. 1.242, § único, CC.
possuidor. Para valer-se dessa espécie, deve
comprovar que mantém no imóvel sua morada ou
257 realizou investimentos de interesse social ou
econômico.
USUCAPIÃO COLETIVA Tempo: 5 anos. Caberá esta espécie quando se
tratar de áreas urbanas com mais de 250m2,
Art. 1.228, §4.º, CC e art. 10, Lei
ocupadas por população de baixa renda, não se
10.257/01, Estatuto da Cidade.
sabendo precisar a delimitação de cada um.
Referido prazo deve ser sem interrupção e nem
oposição. Neste caso, é rito é sumário, sendo
obrigatória a intervenção do MP.
●
●
9.8.1. Sistema financeiro de Habitação
● Imóvel da Caixa Econômica Federal vinculado ao Sistema Financeiro de Habitação, porque
afetado à prestação de serviço público, deve ser tratado como bem público, sendo, pois,
imprescritível. Assim, não há que se cogitar do exercício de posse ad usucapionem por parte
de mutuário inadimplente que tenha permanecido no imóvel após a adjudicação pela Caixa
Econômica Federal.
Súmula 586-STJ: A exigência de acordo entre o credor e o devedor na escolha do agente
fiduciário aplica-se, exclusivamente, aos contratos não vinculados ao Sistema Financeiro da
Habitação – SFH
o Assim, STJ: a lei não determina que a apólice de seguro deva ser
necessariamente contratada frente ao próprio mutuante ou seguradora por
ele indicada.
o Obrigar o mutuário a contratar seguro com o mutuante ou outro indicado é
cláusula abusiva no SFH.
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domínio público na Amazônia Legal. União deve utilizar-se de todos os meios para assegurar a
devida proteção ambiental e a concretização dos propósitos da norma, para somente então
ser possível a dispensa da vistoria prévia como condição para inclusão da propriedade no
programa de regularização fundiária de imóveis rurais de domínio público na Amazônia Legal.
● Juros compensatórios: eventual improdutividade do imóvel não afasta o direito aos juros
compensatórios, pois esses restituem não só o que o expropriado deixou de ganhar com a
perda antecipada, mas também a expectativa de renda, considerando a possibilidade do
imóvel ser aproveitado a qualquer momento de forma racional e adequada, ou até ser vendido
com o recebimento do seu valor à vista. REPETITIVO STJ. (ATUALMENTE)
o Na hipótese, os juros compensatórios são devidos sobre o imóvel
improdutivo desde a imissão na posse até a entrada em vigor das MP´s n.
1.901-30, 2.027-38 e reedições, as quais suspendem a incidência dos
referidos juros. A partir da publicação da MC na ADI 2.332/DF (DJU de
13.09.2001) tais juros voltam a incidir sobre a propriedade improdutiva, até a
data da expedição do precatório original, segundo a dicção do § 12 do art.
100 da CF, com a redação dada pela EC 62/09
1) em relação ao “caput” do art. 15-A do DL 3.365/41:
1.a) reconheceu a constitucionalidade do percentual de juros compensatórios no patamar fixo
de 6% ao ano para remuneração do proprietário pela imissão provisória do ente público na
posse de seu bem;
1.b) declarou a inconstitucionalidade do vocábulo “até”;
1.c) deu interpretação conforme a Constituição ao “caput” do art. 15-A, de maneira a incidir
259 juros compensatórios sobre a diferença entre 80% do preço ofertado em juízo pelo ente
público e o valor do bem fixado na sentença;
2) declarou a constitucionalidade do § 1º do art. 15-A, que condiciona o pagamento dos juros
compensatórios à comprovação da “perda da renda comprovadamente sofrida pelo
proprietário”;
3) declarou a constitucionalidade do § 2º do art. 15-A, afastando o pagamento de juros
compensatórios quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência iguais a
zero;
3) declarou a constitucionalidade do § 3º do art. 15-A, estendendo as regras e restrições de
pagamento dos juros compensatórios à desapropriação indireta.
4) declarou a inconstitucionalidade do § 4º do art. 15-A;
5) declarou a constitucionalidade da estipulação de parâmetros mínimo (0,5%) e máximo (5%)
para a concessão de honorários advocatícios e a inconstitucionalidade da expressão “não
podendo os honorários ultrapassar R$ 151.000,00 (cento e cinquenta e um mil reais)” prevista
no § 1º do art. 27.
●
● No valor da indenização, que será contemporâneo da avaliação, não se incluirão os direitos de
terceiros contra o expropriado.
o Em regra, o valor da indenização deve ser contemporâneo à avaliação do
perito JUDICIAL. Porém, o STJ admite a mitigação de tal diretriz quando, em
virtude do longo período de tempo transcorrido entre a imissão na posse e a
data de avaliação, a exacerbada valorização do imóvel possa causar
enriquecimento ilícito do expropriado.
● Em ação de adjudicação compulsória proposta por arrendatário rural que teve desrespeitado o
seu direito de preferência para a aquisição do imóvel, o preço a ser depositado para que o
autor obtenha a transferência forçada do bem deve corresponder àquele consignado na
escritura pública de compra e venda registrada no cartório de registro de imóveis, ainda que
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● O valor objeto de litígio judicial será pago por precatório, e não em dinheiro ou TDA. Em
depósito judicial será só a quantia das benfeitorias (desapropriação agrária) ou o valor da
desapropriação ordinária inicialmente ofertada pelo poder público. Se agrário, será pago o
valor originário ofertado por TDA e o valor judicial por precatório.
● Autoridade coatora em MS contra decreto de interesse público é o Presidente da República,
competência originária do STF.
● Cabe direito de extensão na desapropriação parcial: deverá provar em contestação que a
propriedade ficou menor que a pequena propriedade rural; que a área remanescente é
inaproveitável e que o valor é inferior ao da parte desapropriada.
● DESISTÊNCIA da desapropriação: é possível se não efetuado o levantamento integral e se não
tornou inútil a área desapropriada.
● A impenhorabilidade da pequena propriedade rural não exige que o débito exequendo seja
oriundo da atividade produtiva, tampouco que o imóvel sirva de moradia ao executado e à sua
família. Assim, nem mesmo a dívida oriunda da atividade produtiva, teria o condão de
autorizar a constrição judicial da pequena propriedade rural. Não importa qual a espécie de
dívida. Basta que:
o i) que a dimensão da área seja qualificada como pequena, nos termos da lei de
regência; e
o ii) que a propriedade seja trabalhada (e não residida) pelo agricultor e sua
família.
● O contrato agrário de arrendamento rural, ainda que seja vedado pagamento com parte da
262 produção (por configurar parceria), e isso venha a ocorrer, pode ser usado como prova escrita
para instruir ação monitória. Ainda que o contrato de arrendamento rural se encontre eivado
de vício, relativo à forma de remuneração do proprietário da terra, que lhe subtraia atributo
essencial para ser considerado válido, tem-se que não se pode negar o valor probatório da
relação jurídica efetivamente havida, de maneira que o referido documento é capaz de
alicerçar ação monitória.
● Contrato de parceria rural, apesar de ter affectio e ser aplicado em subsidiariedade as regras
de sociedade, não implica relação de emprego.
● As alienações de terras públicas com mais de 2500 hectares dependerão de aprovação prévia
do Congresso Nacional, SALVO para REFORMA AGRÁRIA
● Para fins de USUCAPIÃO, não adota-se o critério da “destinação do imóvel” para o conceito
de imóvel rural, mas sim o critério da “localização geográfica”. Assim, não há como fazer
uma usucapião em imóvel rural localizado em área urbana.
● Art. 8ºC: É de oito anos, contados do trânsito em julgado da decisão, o prazo para ajuizamento
de ação rescisória relativa a processos que digam respeito a transferência de terras públicas
rurais.
● Contestação é igual no CPC, 15 dias também : Art. 9º A contestação deve ser oferecida no
prazo de quinze dias e versar matéria de interesse da defesa, excluída a apreciação quanto ao
interesse social declarado.
● A perda da condição de segurado não será considerada para a concessão da aposentadoria por
idade, desde que a pessoa conte, com no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao
exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. ESTATUTO DO IDOSO.
● O envelhecimento é direito personalíssimo previsto legalmente no estatuto do idoso.
● A autoridade do curador estende-se à pessoa e aos filhos do curatelado
● Estatuto da juventude:
o Jovens: pessoas com idade entre 15 e 29 anos.
▪ Aos adolescentes entre 15 e 18, naquilo em que a lei conflitar, aplica-
se o ECA.
▪ ECA: adolescentes: 12 e 18 anos.
o É assegurado aos jovens negros, indígenas e alunos oriundos da escola pública
o acesso ao ensino superior nas instituições públicas por meio de políticas
afirmativas, nos termos da lei.
o No sistema de transporte coletivo interestadual, há previsão de reserva de
vagas para jovens de baixa renda.
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material (Art. 485, VI, CPC). Apesar disso, a teoria da asserção ou “della prospettazione” é
amplamente aceita pelo STJ, que costuma usá-la em seus julgados.
Em relação à causa de pedir, o NCPC adotou a teoria da substanciação ou substancialização
que preleciona que a causa de pedir é composta pelos fatos e fundamentos. Já, a teoria da
invidualização, a causa de pedir seria composta apenas pelos fundamentos, sendo irrelevantes
os fatos.
● Nem sempre as ações mandamentais serão só declaratórias, podendo ser constitutivas, no
caso das ações possessórias. Assim, é possível dizer que as ações declaratórias constituem
título executivo judicial.
o São exemplos de tutela jurisdicional executiva: imissão na posse, reintegração
de posse, despejo, prescindem de uma fase de execução do julgado.
● A ação declaratória é apta para declarar falsidade ou autenticidade DOCUMENTAL. Falsidade
ideológica NÃO.
● Não é cabível ação declaratória para ações meramente prováveis, mas para de EXISTÊNCIA ou
INEXISTÊNCIA de relação jurídica.
● A pretensão declaratória é imprescritível.
● É possível propositura de ação declaratória para interpretar uma decisão jurídica, ou seja, para
dizer sobre o “modo de ser de uma relação jurídica”, ainda que seja relação judicial.
● A publicação do acórdão que decide a lide não impede que as partes transacionem o objeto do
litígio.
● Teoria da asserção: a extinção do processo em razão da falta de condições da ação ocorrerá
264 quando tal reconhecimento ocorrer no início, no limiar do processo. Posteriormente, não
acarretará extinção sem resolução do mérito, mas importará na análise do mérito e na
formação da coisa julgada material.
● Nos procedimentos de jurisdição voluntária, o artigo 723 dispõe que o juiz não é obrigado a
observar critério de legalidade estrita, podendo adotar em cada caso a solução que
considerar mais conveniente ou oportuna, podendo adotar a equidade.
● Na jurisdição voluntária há a pretensão a ser exercida pelo interessado. Só não há um conflito,
uma lide.
● Carnelutti X Chiovenda
o Carnelutti: adepto da teoria unitária do ordenamento jurídico. Entendia que o
direito processual não tinha vida própria, sendo um adendo do direito civil,
época em que era chamado de direito adjetivo. Entretanto, ele estava
tentando provar que o processo civil era uma ciência à parte.
▪ Teoria do Arco de Carnelutti: trata-se da primeira fase em que ele
afirma que o direito material cria uma mera expectativa de direito; o
que efetivamente cria direito subjetivo é a sentença proferida em um
processo, é o que completa o todo. É ela, a sentença, que cria o direito
subjetivo. O comando contido na lei é incompleto, como se fosse um
arco, necessitando de uma sentença para transformar em um círculo.
o Chiovenda: adepto da teoria dualista do ordenamento jurídico. Entendia que
o ordenamento era dividido em direito material, que cria um direito subjetivo;
e direito processual. Para ele, o conceito de jurisdição é o de aplicação da
vontade concreta da lei.
● Marinoni: define a jurisdição como função estatal voltada para a concretização de postulados
constitucionais fundamentais: “ Quando se afirma que a jurisdição tem o dever de tutelar os
direitos se quer dizer que a jurisdição tem o dever de aplicar a lei na dimensão dos direitos
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fundamentais, fazendo sempre o resgate dos valores substanciais neles contidos. Tutelar o
direito, em outros termos, é aplicar a lei, diante das situações concretas, a partir dos direitos
fundamentais. É o atuar a lei na medida das normas constitucionais e dos valores nelas
encerrados. Há aí um nítido plus em relação à teoria chiovendiana e uma intenção que nem se
quer passava pela cabeça dos antigos doutrinadores que viam na jurisdição uma função
voltada à tutela dos direitos subjetivos privados violados. Ao se dizer que a jurisdição tem o
dever de tutelar os direitos, deseja-se igualmente pôr às claras que ela tem o dever de
viabilizar as tutelas prometidas pelo direito material e pela Constituição.”.
● Não viola o princípio do juiz natural a criação de varas especializadas, regras de competência
determinadas por prerrogativas de função, convocação de juízes para compor órgãos de
tribunais e a redistribuição de processos em decorrência da criação de vara com idêntica
competência.
● É INCONSTITUCIONAL lei estadual que crie, como requisito de admissibilidade para a
interposição de recurso inominado no âmbito dos juizados especiais, o depósito prévio de
100% do valor da condenação. Tal norma viola a competência privativa da União para legislar
sobre direito processual, além de vulnerar os princípios do acesso à jurisdição, do contraditório
e da ampla defesa.
● Motivação per relationem: STJ entende que atende ao comando normativo e constitucional,
de modo que tal prática não chega macular a validade da decisão. O que não se admite é a
ausência de fundamentação.
● O princípio da eventualidade encontra-se diretamente relacionado à preclusão consumativa.
265 Chama-se de princípio da concentração da defesa (art. 336). Essa norma é mitigada pelo art.
342, que autoriza o réu deduzir novas alegações depois da contestação quando: (i) relativas a
direito ou fato superveniente; (ii) competir ao juiz conhecer delas de ofício; (iii) por expressa
autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.
● Exceções ao princípio do dispositivo/inércia atualmente, do ordenamento:
o Decretação de falência (art. 73 da LRE)
o Execução trabalhista (art. 878) quando as partes não estiverem representadas
por advogado (reforma trabalhista)
o Execução penal (art. 105 LEP)
o Habeas corpus de ofício (art. 654, §2º CPP)
o Cumprimento de sentença relativo à obrigação de fazer, não fazer ou dar coisa
distinta de dinheiro.
o Instaurar IRDR, conflito de competência e incidente de arguição de
inconstitucionalidade.
o Instrução probatória, podendo o juiz determinar produção de provas não
requeridas pelas partes, ainda que haja decretação de revelia nos autos.
● O juiz pode instaurar de ofício a execução da sentença que impõe a obrigação de fazer, não
fazer ou dar coisa distinta de dinheiro (art. 536 e 538). No caso de pagar quantia, exige-se
provocação.
o Há incidentes processuais que o juiz pode dar início de ofício, como o IRDC,
conflito de competência, incidente de arguição de inconstitucionalidade etc.
● Devido processo legal:
o Formal/procedimental: compõe-se pelas garantias processuais.
o Substancial/material: trata-se da aplicação das garantias processuais aos
fatos. Efetivação das garantias.
● Contraditório:
o Formal: direito de participar do processo, de ser ouvido.
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Em sede recursal: a lei do recurso é a lei do dia em que se tornou recorrível a decisão. Para
aferição da possibilidade de utilização de recurso suprimido ou cujas hipóteses de
admissibilidade foram restringidas, a lei a ser aplicada é aquela vigente quando surge para a
parte o direito subjetivo ao recurso, ou seja, a partir da emissão do provimento judicial a ser
impugnado. (É a data da prolação da decisão! E não a data de publicação). Isolamento dos
atos processuais.
As disposições de direito probatório aplicam-se apenas às provas requeridas ou determinadas
de ofício a partir da data de início de sua vigência.
Somente nos recursos interpostos após a vigência do NCPC será possível o arbitramento de
honorários sucumbenciais recursais, na forma do artigo 85, §11º, do NCPC.
No que toca à aplicação da lei processual, a possibilidade de que a coisa julgada venha a
abranger também a questão prejudicial, desde que decida expressa incidentalmente no
processo, só se aplica exclusivamente aos processos iniciados após a vigência do CPC 2015,
aplicando-se a ação declaratória incidental aos processos iniciados na vigência do CPC73.
As ações submetidas ao procedimento sumário e ajuizadas antes da entrada em vigor do novo
CPC e ainda não julgadas, continuarão regidas pelo Código anterior.
O CPC 73 permanece sendo aplicado em:
o Ações de rito sumário ainda não sentenciadas no momento da entrada em
vigor do NCPC.
o Às provas requeridas ou cuja produção foi determinada de ofício pelo juiz
antes da entrada em vigor do NCPC.
o Às execuções contra devedor insolvente, até a edição de nova lei que regule o
268 tema.
o Às ações declaratórias incidentais que possam ser deduzidas em processos
iniciados antes da vigência do NCPC.
A lei que rege a interposição do recurso é a vigente à época da prolação da decisão que se
quer combater, e não da publicação da decisão.
10.1.2. Arbitragem
É válida cláusula compromissória que excepcione do juízo arbitral certas situações especiais a
serem submetidas ao Poder Judiciário.
Via de regra, a previsão contratual de convenção de arbitragem enseja o reconhecimento da
competência do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o Poder Judiciário as questões
acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que
contenha a cláusula compromissória. Exceção: apontou-se exceção a dita regra, justamente no
caso em que o vício for evidente, detectável prima facie. Ex: Violação ao art. 4, §2º da Lei de
Arbitragem: § 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o
aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua
instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura ou
visto especialmente para essa cláusula.
Cláusula compromissória é uma convenção, firmada em um contrato, através da qual as
partes comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios, provindos do pacto.
Diferente é o compromisso arbitral, o qual pressupõe a existência de um litígio prévio, que as
partes decidem submeter a sua resolução à arbitragem. É uma convenção de arbitragem
posterior ao conflito.
● Lembrar que a sentença arbitral é título executivo judicial, e não extrajudicial, conforme
parece ser. Esse é um dos motivos para que defendam a natureza jurisdicional da arbitragem.
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Conforme entendimento do STF, tal como nas causas intentadas contra a União, a ação
ajuizada contra o CADE (ou mais autarquias) pode ser aforada, a critério do autor, na seção
judiciária de seu domicílio, naquela onde houver ocorrido o ato ou fato que deu origem à
demanda ou onde esteja situada a coisa, ou, ainda, no DF.
Compete à Justiça Federal processar e julgar os crimes de violação de direito autoral e contra a
lei de software decorrentes do compartilhamento ilícito de sinal de TV por assinatura, via
satélite ou cabo, por meio de serviços de card sharing.
Quando a demanda contra prestação de serviços de telecomunicação perpassa a análise de
regramentos da ANATEL, há um litisconsórcio passivo necessário com a autarquia, de modo
que haverá competência da Justiça Federal para o feito.
De acordo com o art. 105, parágrafo único, da CF/88, o CJF é órgão que funciona junto ao
STJ, de modo que seus atos devem ser aqui impugnados originariamente pela via do
mandado de segurança, sendo cabível reclamação, perante o STJ, na hipótese de
descumprimento de decisões daquele órgão.
É de competência da Justiça Estadual a ação de restituição de indébito proposta pelo usuário
contra a concessionária de energia elétrica. Não há, em regra, interesse jurídico da ANEEL –
Agência Nacional de Energia Elétrica – para figurar como ré ou assistente simples de ação de
repetição de indébito relativa a valores cobrados por força de contrato de fornecimento de
energia elétrica celebrado entre usuário do serviço e concessionária do serviço público. Em
razão disso, essa ação é de competência da Justiça Estadual. STJ. 1ª Seção.REsp 1389750-RS,
Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 14/12/2016 (recurso repetitivo) (Info 601).
272 Súmula 506-STJ: A Anatel não é parte legítima nas demandas entre a concessionária e o
usuário de telefonia decorrentes de relação contratual.
As ações propostas pelo MPF deverão ser ajuizadas na Justiça Federal. Isso porque o MPF é
órgão da União, o que atrai a competência do art. 109, I, da CF/88. Assim, a competência será
determinada, em um primeiro momento, pela parte processual. Num segundo momento,
contudo, o Juiz Federal irá averiguar se o MPF é parte legítima. Se o MPF for parte legítima,
perpetua-se a competência na Justiça Federal. Por outro lado, se for parte ilegítima, deverá
determinar o deslocamento da competência para a Justiça Estadual. Desse modo, a
circunstância de o Ministério Público Federal figurar como parte na lide não é suficiente para
determinar a perpetuação da competência da Justiça Federal para o julgamento da ação. STF.
Plenário. RE 669952 AgR-ED, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 09/11/2016. Em ação proposta
pelo Ministério Público Federal, órgão da União, somente a Justiça Federal está
constitucionalmente habilitada a proferir sentença que vincule tal órgão, ainda que seja
sentença negando a sua legitimação ativa. STJ. 1ª Seção. AgInt no CC 151506/MS, Rel. Min.
Assusete Magalhães, julgado em 27/09/2017.
A Justiça Federal tem competência para o julgamento de demanda em que se discuta a
existência de obstáculo à obtenção de diploma após conclusão de curso de ensino à distância
em razão de problema no credenciamento da instituição de ensino superior pelo Ministério da
Educação. Vale ressaltar que, neste caso, a demanda foi proposta contra a instituição e a
União.
Compete à JUSTIÇA FEDERAL processar e julgar demanda proposta em face do INSS com o
objetivo de ver reconhecido exclusivamente o direito da autora de receber pensão decorrente
da morte do alegado companheiro, ainda que seja necessário enfrentar questão prejudicial
referente à existência, ou não, da união estável. STJ. 1ª Seção. CC 126489-RN, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 10/4/2013 (Info 517).
Súmula 570-STJ: Compete à Justiça Federal o processo e julgamento de demanda em que se
discute a ausência de ou o obstáculo ao credenciamento de instituição particular de ensino
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273 ● material.
Legitimidade para o processo (ad processum) é a capacidade de estar sozinho em juízo.
● Sindicatos possuem ampla legitimidade extraordinária, ou seja, substituem seus membros. De
outra banda, as associações representam em juízo seus membros, dependendo de autorização
destes para ações ordinárias, ao contrário do MS, que atuam em substituição processual.
● STJ: é desnecessária a comprovação de prejuízo para que haja condenação ao pagamento de
indenização por litigância de má-fé. A comprovação de dano só é exigida para pagamento dos
danos sofridos.
● Os honorários obedecem ao princípio tempus regit actum e verão ser fixados conforme o
código vigente à época da sentença: os honorários nascem contemporaneamente à sentença, e
não preexistem à propositura da demanda, devendo observar as normas do CPC 2015 nos
casos de decisões proferidas a partir de 18/03/2016
o O arbitramento dos honorários não é questão meramente processual, mas sim
questão de mérito apta a formar um capítulo da sentença.
● Os atos decisórios proferidos pelo juízo incompetente somente perderão a existência, validade
e eficácia se houver decisão expressa do juízo competente nesse sentido.
● A intervenção obrigatória, como custos legis, do Ministério Público, nesses casos de
desapropriação direta ou indireta, não se dá por conta da discussão isolada da indenização
pelo bem expropriado, mas em virtude dos valores jurídicos maiores envolvidos na demanda,
de índole coletiva e, por vezes, até intergeracional, que vão muito além do simples interesse
econômico-financeiro específico do Estado. Assim, não é obrigatória a intervenção do MP em
desapropriação indireta ou direta. Deve ter motivo de interesse público.
o Até a intervenção do MP observa o princípio pás de nullité sans grief
● Os ESTADOS e o DISTRITO FEDERAL poderão ajustar compromisso recíproco para prática de
ato processual por seus procuradores em favor de outro ente federado, mediante convênio
firmado pelas respectivas procuradorias.
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serviços advocatícios, de modo que não cabe ao magistrado fixar a verba de honorários
antecipadamente, por fixação equitativa. Deverá aguardar o término da lide para receber a
remuneração contratada.
o A vitória processual é condição suspensiva dos honorários, cujo implemento é
obrigatório para que o advogado faça jus à remuneração.
● Honorários advocatícios defensoria pública:
O curador especial tem legitimidade para propor reconvenção em favor de réu revel citado por
edital.
Os cônjuges casados em regime de comunhão parcial de bens devem ser necessariamente
275 citados em ação demolitória. Nesse caso há litisconsórcio passivo necessário.
É dispensável a intimação do ex-cônjuge casado sob o regime de separação convencional de
bens da penhora sobre bem imóvel de propriedade particular, sobre o qual não tem direito de
meação.
O espólio, ainda que representado pelo inventariante, não possui legitimidade ativa para
ajuizar ação de cobrança do seguro obrigatório (DPVAT) em caso de morte da vítima no
acidente de trânsito.
De regra, a representação judicial das pessoas jurídicas de direito público faz-se por
procuradores constituído por servidores públicos, hipótese na qual se dispensa a apresentação
de prova do mandato, porque este é tido como decorrência ex lege. No entanto, quando a
representação do ente público faz-se mediante advogados privados, contratados, no comum
dos casos, por prévio procedimento licitatório, é necessário que esse contrato de mandato
prove-se pelo respectivo instrumento, vale dizer, pela procuração ou pelo substabelecimento.
As assembleias legislativas somente possuem personalidade judiciária quando em defesa de
seus interesses em juízo, não possuindo, portanto, legitimidade passiva em ação de execução.
A representação do ente municipal não pode ser exercida por associação de direito privado,
haja vista que se submete às normas de direito público. Assim sendo, insuscetível de renúncia
ou de delegação a pessoa jurídica de direito privado, tutelar interesse de pessoa jurídica de
direito público sob forma de substituição processual.
Associação de Municípios e prefeitos não possui legitimidade ativa para tutelar em juízo
direitos e interesses das pessoas jurídicas de direito público.
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276 Em ação de nulidade de registro de marca em que o INPI for sucumbente, cabe
a ele reembolsar as despesas judiciais feitas pela parte autora. STJ. 3ª Turma.
REsp 1258662-PR, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 2/2/2016 (Info
576).
O Ministério Público Estadual, ao propor ação de investigação de paternidade como substituto
processual, não é obrigado a adiantar as despesas decorrentes de citação editalícia do réu em
jornal local, devendo o adiantamento dos gastos da referida diligência ser realizado pela
Fazenda Pública Estadual.
A caução prevista no art. 83 do CPC não tem natureza cautelar, sendo exigível no caso em que
se verificar a presença dos requisitos objetivos e cumulativos elencados no referido
dispositivo, podendo ser dispensada nas hipóteses previstas no art. 83, §1º do CPC ou quando,
com base na prova dos autos, as peculiaridades do caso concreto indicarem que a sua
exigência irá obstaculizar o acesso à jurisdição.
Na ação de mandado de segurança não se admite honorários advocatícios.
Os honorários advocatícios, nas ações previdenciárias, não incidem sobre as prestações
vencidas e vincendas após a sentença.
Nas ações de desapropriação incluem-se no cálculo da verba advocatícia as parcelas relativas
aos juros compensatórios.
Os honorários de advogado em desapropriação direta são calculados sobre a diferença entre a
indenização e a oferta, corrigidas monetariamente.
A desistência da execução fiscal, após o oferecimento dos embargos, não exime o exequente
dos encargos da sucumbência.
Os honorários advocatícios não podem ser fixados em salário-mínimo. Entretanto, o valor da
condenação pode.
A remessa oficial devolve ao Tribunal o reexame de todas as parcelas da condenação
suportadas pela Fazenda Pública, inclusive dos honorários de advogado.
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São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas execuções individuais de
sentença proferida em ações coletivas, ainda que não embargadas. "O art. 85, § 7º, do
CPC/2015 não afasta a aplicação do entendimento consolidado na Súmula 345 do STJ, de
modo que são devidos honorários advocatícios nos procedimentos individuais de
cumprimento de sentença decorrente de ação coletiva, ainda que não impugnados e
promovidos em litisconsócio." STJ. Corte Especial. REsp 1648238/RS, Rel. Min. Gurgel de Faria,
julgado em 20/06/2018 (recurso repetitivo).
São devidos honorários advocatícios no cumprimento de sentença, haja ou não impugnação,
depois de escoado o prazo para pagamento voluntário, que se inicia após a intimação do
advogado da parte executada.
SV47: Os honorários advocatícios incluídos na condenação ou destacados do montante
principal devido ao credor consubstanciam verba de natureza alimentar cuja satisfação
ocorrerá com a expedição de precatório ou requisição de pequeno valor, observada ordem
especial restrita aos créditos desta natureza.
A base de cálculo dos honorários de advogado em desapropriação é a diferença entre a oferta
e a indenização, corrigidas ambas monetariamente.
Na ação de nulidade de registro de marca em que o INPI foi indicado como réu ao lado de
sociedade empresária em virtude da concessão indevida do registro e do não processamento
do procedimento administrativo para anular o registro indevidamente concedido, a autarquia
federal responde solidariamente pelos honorários advocatícios sucumbenciais, na hipótese em
que se reconheceu a omissão do instituto quanto a citada inércia, ainda que o ente federal
tenha reconhecido a procedência do pedido judicial.
277 A reclamação tem natureza jurídica de ação pelo ingresso do beneficiário do ato como parte a
necessidade de contraditório prévio e, por conta disso, é possível a condenação em honorários
advocatícios.
Os honorários são regulados pela lei vigente à época da prolação da sentença, quando surge o
direito aos honorários.
É possível a condenação da Fazenda Pública ao pagamento de honorários advocatícios em
decorrência da extinção da Execução Fiscal pelo acolhimento de exceção de pré-executividade.
(repetitivo).
A majoração de honorários na seara recursal independe de requerimento da parte.
Não cabe honorário recursal na hipótese de recurso que conhece “error in procedendo” e
anula a sentença, uma vez que essa providência torna sem efeito o capítulo decisório
referente aos honorários sucumbenciais e estes, por seu turno, constituem pressuposto para
fixação (majoração) do ônus em grau recursal.
O agravo interno visa apenas a levar ao órgão colegiado, considerado juiz natural da causa, a
questão decidida monocraticamente pelo Relator, razão pela qual não há que se falar em
elevação da verba de sucumbência.
Não haverá honorários recursais no julgamento de agravo interno e de embargos de
declaração apresentados pela parte que, na decisão que não conheceu integralmente de seu
recurso ou negou-lhe provimento, teve imposta contra si a majoração prevista no §11 do art.
85 do CPC.
Embargos de divergência há um novo grau recursal, sujeito à majoração dos honorários.
É cabível a fixação de honorários recursais mesmo quando não apresentadas contrarrazões ou
contraminuta pelo advogado.
(Repetitivo) A lei 11941 só dispensou dos honorários advocatícios o sujeito passivo que desistir
de ação judicial em que requeira ‘o restabelecimento de sua opção ou a sua reinclusão em
outros parcelamentos’. Nas demais hipóteses, à mingua de disposição legal em sentido
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10.4.2. Assistência
Mero interesse econômico/patrimonial não justifica a assistência, devendo haver interesse
jurídico na causa. Diferente da intervenção anômala da Fazenda Pública, que basta o mero
interesse patrimonial.
Será admitida em qualquer grau de jurisdição, em qualquer procedimento (execução,
conhecimento, cumprimento de sentença), recebendo o assistente o processo no estado em
que se encontrar.
O interesse jurídico que enseja a intervenção de assistência pode ser o “potencial reflexo na
esfera jurídica do interessado”, não sendo necessário a ofensa direta.
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● Não é extinta a denunciação da lide apresentada intempestivamente pelo réu nas hipóteses
em que o denunciado contesta apenas a pretensão de mérito da demanda principal. Se não
reclamou que foi denunciado intempestivamente e ainda contestou o mérito, não há
irregularidade.
● No CDC o fornecedor não pode fazer denunciação à lide. Entretanto, se fizer e o autor
(consumidor) não contestar, há preclusão de eventual insurgência do autor em relação a isso.
Ainda, o denunciado à lide não pode invocar em seu benefício a regra de afastamento da
denunciação (art. 88) para eximir-se de suas responsabilidades perante o denunciante. A não
denunciação é uma garantia do consumidor, e não do denunciado.
▪ CTN: SIM
● A desconsideração não implica em dissolução da personalidade jurídica, mas mera ineficácia
do contrato ou estatuto social da empresa frente a credores cujos direitos não são satisfeitos.
o Teoria da desconsideração expansiva: Cuida-se da situação do chamado sócio
oculto, não nos termos da sociedade em conta de participação, fique claro,
mas na condição ‘daquele que é sem nunca ter sido’, ou seja, daquele que é o
protagonista da empresa se valendo de interpostas pessoas contratuais,
denominadas na expressão popular de ‘laranjas’, ‘testa de ferro’, ‘homem de
palha’ e ‘boneco de gelo’, a funcionar como um véu, um anteparo, uma
cortina, enfim uma armadura à sua responsabilidade
● Na desconsideração da personalidade jurídica, somente o sócio ou administrador que
participou do ato abusivo terá seu patrimônio particular usado para pagar a dívida da
sociedade (art. 50, CC).
● Estudar desconsideração em direito administrativo: CADE, lei anticorrupção, etc.
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da redação do §1º do art. 222, que dispõe que “Ao juiz é vedado reduzir prazos peremptórios
sem anuência das partes”. Então, só quanto à redução dos prazos peremptórios, o juiz deve ter
anuência das partes. Para alargar não.
● Os advogados particulares podem intimar a parte contrária por meio de correio. Porém, não se
aplica à Fazenda Pública, pois estes deverão ser intimados pessoalmente, por carga, remessa
ou meio eletrônico.
● Os advogados podem proceder à INTIMAÇÃO da parte contrária por correio, mas não a
citação, que é ato exclusivamente judicial.
● O ato de advogado que não junta procuração é considerado INEFICAZ. Portanto, não é nulo e
nem inexistente, mas ineficaz.
● STJ: o prazo em dobro para litisconsortes com procuradores distintos aplica-se ao
cumprimento de sentença. Assim, o prazo para pagar será de 30 dias, uma vez que
impossibilitado o acesso simultâneo dos autos físicos, ainda que não seja um ato com viés
meramente postulatório, como preconiza a doutrina.
● Implica indevido obstáculo ao acesso à tutela jurisdicional a decisão que, após o
reconhecimento da incompetência absoluta do juízo, em vez de determinar a remessa dos
autos ao juízo competente, extingue o feito sem exame do mérito, sob o argumento de
impossibilidade técnica do Judiciário em remeter os autos para o órgão julgador competente,
ante as dificuldades inerentes ao processamento eletrônico.
● Conclusão 129 do Fórum Permanente de Processualistas Civis: “A autorização legal para
ampliação de prazos pelo juiz não se presta a afastar preclusão temporal já consumada”.
282 ● O ato de disposição consistente em manifestação unilateral que implica a desistência da ação,
só produz efeitos se for homologado pelo juiz; depois da citação do réu, só produz efeitos se
este concordar, e depois da sentença não produz qualquer efeito. Os demais atos, consistentes
em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constituição,
modificação ou extinção de direitos processuais.
o Lembrar que em MS a desistência é uma prerrogativa de quem o propõe e
pode ocorrer a qualquer tempo, sem anuência da parte contrária e
independentemente de já ter havido decisão de mérito, ainda que favorável
ao autor da ação.
● FPPC 267: Os prazos processuais iniciados antes da vigência do CPC serão integralmente
regulados pelo regime revogado.
● FPPC 268: A regra de contagem de prazos em dias úteis só se aplica aos prazos iniciados após a
vigência do novo código.
10.5.1. Das nulidades
A jurisprudência desta Corte já assentou entendimento no sentido de que a ausência de
intimação do Ministério Público, por si só, não enseja a decretação de nulidade do julgado, a
não ser que se demonstre o efetivo prejuízo para as partes, o que não ocorreu no caso dos
autos
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ela seja impossível fazê-lo, ao passo que para a parte contrária inexista
semelhante óbice.
o Prova duplamente diabólica: ocorre quando, mesmo invertido o ônus da
prova, a outra parte não consegue obter a prova. O que fazer? Em tais casos,
não cabe ao juiz manter o ônus da prova com aquele que alegou o fato,
tampouco invertê-lo, na fase de saneamento (ou probatória), para atribuí-lo
ao seu adversário. [...]. Para definir qual será a sua regra de julgamento (ônus
objetivo), cabe ao juiz verificar, ao fim da instrução, qual das partes assumiu o
‘risco de inesclarecibilidade’, submetendo-se à possibilidade de uma decisão
desfavorável. Admite-se, contudo, que se trata de uma situação de difícil
deslinde, devendo o magistrado decidir com base, em última análise, na
ponderação dos riscos assumidos entre os sujeitos inseridos na sociedade.
● Em uma prova de perícia médica, há divergência quanto a necessidade de nomeação de perito
especialista, havendo julgados para todos os lados. Câmara defende a necessidade de
especialização.
● O CPC tratou de demanda cautelar de asseguração de prova (art. 381, I), quando houver
fundado receio de que venha a tornar-se impossível ou muito difícil a verificação de certos
fatos na pendência do processo.
o O incidente não previne a competência do juízo para a ação que venha a ser
proposta. Ademais, a produção antecipada de prova é de competência do
juízo do foro onde esta deva ser produzida ou do foro de domicílio do réu.
o Não há contestação (defesa), mas intimação dos interessados, nem recurso
286 das provas produzidas. Entretanto, em caso de INDEFERIMENTO de totalidade
dos pedidos de produção de provas, é cabível apelação, uma vez que houve
extinção do processo sem resolução do mérito.
o O juízo estadual tem competência para produzir prova contra a União caso não
tenha JF na localidade.
● Perspectiva objetiva e subjetiva do ÔNUS DA PROVA:
o OBJETIVA: o ônus da prova volta-se à regra de julgamento a ser aplicada no
momento da decisão judicial, quando houver inexistência ou insuficiência de
prova. São as consequências negativas da parte que não cumpriu com seu
ônus de provar. Nesse caso, o juiz terá que julgar contrário a quem não se
desincumbiu do ônus da prova.
o SUBJETIVA: o ônus da prova tem por finalidade definir a quem compete
provar determinado fato. Nesse sentido, o CPC dispõe, no art. 373, que ao
autor incumbe a prova de fato constitutivo de seu direito; e ao réu a prova da
existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.
▪ O CPC inova ao prever expressamente a possibilidade de redistribuição
dinâmica do ônus da prova quando houver impossibilidade ou
excessiva dificuldade de cumprir o encargo ou à maior facilidade de
obtenção da prova do fato contrário. Prova diabólica.
● No caso de propositura de ação que exija documentos indispensáveis, é possível apresentação
destes documentos se houver um pedido incidental de apresentação destes documentos por
quem tiver a posse, posto que essenciais à instrução da inicial.
● O conceito de documento previsto para ações de exibição de documento não se limita àquele
pertencente a ambas as partes, mas engloba também o documento sobre o qual elas têm
interesse comum.
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● Prova emprestada: antes o STJ entendia pela inadmissão da prova emprestada de processo do
qual não participaram as partes do processo para o qual a prova seria trasladada. Após a
decisão do REsp 617.428SP, a prova emprestada passou de ultima ratio a medida preferencial,
o que prestigia a economia processual. Assim, afigura-se válido o empréstimo desde que
assegurado às partes o contraditório sobre a prova, isto é, o direito de se insurgir contra a
mesma e refutá-la adequadamente. O CPC consagra esse entendimento no artigo 372,
dispondo que “o juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório. ”
● O princípio do dispositivo vincula o juiz tão somente em relação à propositura da demanda
(art. 2º) e aos limites objetivos e subjetivos da lide (art. 141 e 492). Quanto à instrução do
processo, o juiz poderá determinar as provas que julgar necessárias (art. 370).
● Livre convencimento motivado (art. 371): O juiz apreciará a prova constante dos autos,
independentemente do sujeito que a tiver promovido, e indicará na decisão as razões da
formação do seu convencimento.
10.10.Liquidação de sentença
Na liquidação por cálculos do credor, descabe transferir do exequente para o executado o
ônus do pagamento de honorários devidos ao perito que elabora a memória de cálculos. O
289 ônus é do EXEQUENTE no caso de liquidação por cálculos determinada de ofício.
Na fase autônoma de liquidação de sentença (por arbitramento ou por artigos), incumbe ao
devedor a antecipação dos honorários periciais”.
Jurisprudência desta Corte consagrou o entendimento segundo o qual o enunciado do art. 459,
parágrafo único, do CPC, deve ser interpretado em consonância com o princípio do livre
convencimento, de sorte que, NÃO ESTANDO O JUIZ CONVENCIDO DA EXTENSÃO DO PEDIDO
CERTO formulado pelo autor, pode reconhecer-lhe o direito, remetendo as partes para a
liquidação.
o Pode reconhecer o direito mesmo que o juiz não saiba a extensão pedido
certo, de modo que isso vai ser resolvido em liquidação.
Nos Juizados Especiais, por força do art. 1º da Lei nº 10.259/01 e art. 38, parágrafo único, da
Lei nº 9.099/95, é absolutamente vedada a prolação de sentença ilíquida.
Havendo os parâmetros para a realização dos cálculos (apenas aritméticos), não há que se
falar em julgamento ilíquido, bem como inexiste iliquidez na parte que condena em obrigação
de fazer devidamente descrita. Logo, não se considera ilíquida a sentença que exige meros
cálculos aritméticos (art. 509, § 2º, CPC).
Súmula 318-STJ: Formulado pedido certo e determinado, somente o autor tem interesse
recursal em arguir o vício da sentença ilíquida.
Súmula 344-STJ: A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a
coisa julgada.
● Quando houver a chamada liquidação zero, há o julgamento do mérito, caso em que a
liquidação é julgada improcedente, eis que não há nenhum valor devido.
10.11.Cumprimento de sentença
Do cumprimento de sentença. Cumprimento provisório. Cumprimento definitivo de sentença
(obrigação de pagar quantia certa, obrigação de fazer, não fazer e de entregar coisa).
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10.12.Procedimentos especiais
Dos procedimentos especiais. Ação de consignação em pagamento. Ação de exigir contas.
Ações possessórias. Ação de divisão e da demarcação de terras particulares. Ação
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10.13.Processo de execução
Do processo de execução. Da execução em geral. Das diversas espécies de execução. Da
execução para entrega de coisa. Da execução das obrigações de fazer ou de não fazer. Da
execução por quantia certa. Da execução contra a Fazenda Pública. Dos embargos à
execução. Extinção do processo de execução. Exceção de pré-executividade.
● A penhora em conta conjunta solidária só pode recair sobre a parte do executado,
presumindo-se, ante a inexistência de prova em contrário, que os valores constantes da conta
pertencem em partes iguais aos correntistas.
● Cabe astreintes contra a Fazenda Pública para que cumpram obrigação de fazer (fungível ou
infungível) ou ainda para entregar coisa.
● O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária. Só
o valor da condenação, uma vez que trata-se de instituto de direito processual, não fazendo
coisa julgada material, já que seu valor pode ser revisto.
● Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e
sentença condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o
ressarcimento ao erário e se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do
valor da obrigação que primeiramente foi executada no momento da execução do título
remanescente.
● O parcelamento previsto na execução de título extrajudicial (30% +6x + custas e honorários +
correção monetária e juros de 1% ao mês) não é DIREITO SUBJETIVO, dependendo de aceite
293 do credor. Ademais, é importante ressaltar que isso NÃO SE APLICA EM CUMPRIMENTO DE
SENTENÇA, mas só em TÍTULO EXECUTIVO EXTRAJUDICIAL.
● Só é possível a declaração de prescrição intercorrente depois de ouvir o credor.
o Em execução fiscal, em caso de valor inferior ao estabelecido pelo Ministro da
Fazenda, é desnecessário ouvir a Fazenda.
● Nas ações de execução em andamento, o início prazo prescricional intercorrente se dá com a
vigência do NCPC.
● A extinção da execução, uma vez transitada em julgado, impede sua reabertura posterior, por
simples petição, sob pena de transformar tal requerimento em uma verdadeira ação rescisória.
Assim, fica obstada a apuração de saldo remanescente e novo pedido quando já prolatada
sentença não recorrida.
● Exceptio declinatória quanti: É o ônus de o executado informar o valor adequado, sempre que
manifestar excesso na execução, não sendo bastante a genérica de indicação de excesso. A
alegação cabe para defesa da Fazenda Pública, devendo sempre os executados indicarem o
valor sob pena de não terem reconhecida a arguição. Só se aplica nos casos em que é possível
aferir o valor.
● Registro de penhora e boa-fé: em regra SÚM 375 STJ: O reconhecimento de fraude à execução
depende do registro da penhora do bem alienado (gera presunção absoluta de conhecimento
do terceiro da pendência do processo) ou da prova da má-fé do terceiro adquirente.
o PORÉM: Bens não sujeito a registro: o terceiro adquirente tem o ônus de
provar que adotou as cautelas necessárias para a aquisição, mediante a
exibição das certidões pertinentes, obtidas no domicílio do vendedor e no
local onde se encontra o bem.
o LOGO: soma-se a súmula 375, mais essa disposição do CPC.
o Atenção: a súmula não se aplica ao direito tributário. Lá, a presunção de
fraude à execução surge com a inscrição do débito em dívida ativa. Antes da
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em título executivo judicial. Ex: o MP ajuizou ACP contra a empresa “X”. O juiz determinou a
indisponibilidade de todos os bens da requerida. Alguns meses depois, João ajuizou ação de
indenização contra a mesma empresa. A sentença julgou o pedido procedente, condenando a
requerida ao pagamento de R$ 100 mil. O juiz determinou a penhora de um imóvel
pertencente à devedora. João gostou do bem penhorado e requereu a sua adjudicação, nos
termos do art. 876 do CPC. O fato de este bem estar indisponível não impede a adjudicação
Nas execuções contra a Fazenda Pública são devidos honorários advocatícios?
o 1) Sistemática dos PRECATÓRIOS:
• Se a Fazenda Pública apresentou embargos à execução: SIM.
• Se a Fazenda Pública não apresentou embargos à execução: NÃO. Aplica-se aqui
a regra do art. 1º-D da Lei 9.494/97.
o 2) Sistemática da RPV:
• Regra: SIM. Em regra, é cabível a fixação de verba honorária nas execuções
contra a Fazenda Pública, ainda que não embargadas, cujo pagamento da
obrigação é feito mediante RPV.
• Exceção: a Fazenda Pública não terá que pagar honorários advocatícios caso
tenha sido adotada a chamada “execução invertida”.
o No caso de RPV, não se aplica o art. 1º-D da Lei 9.494/97. A execução invertida consiste
no seguinte: havendo uma decisão transitada em julgado condenando a Fazenda Pública
ao pagamento de uma quantia considerada como de “pequeno valor”, o próprio Poder
Público (devedor) prepara uma planilha de cálculos com o valor que é devido e
apresenta isso ao credor. Caso este concorde, haverá o pagamento voluntário da
296 obrigação. Desse modo, a Fazenda Pública, em vez de aguardar que o credor proponha a
execução, ela já se antecipa e apresenta os cálculos da quantia devida. O Poder Público,
sem necessidade de processo de execução, cumpre voluntariamente a condenação. STJ.
1ª Turma. AgRg no AREsp 630235-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 19/5/2015
(Info 563).
O termo inicial para oposição dos Embargos à Execução Fiscal é a data da efetiva intimação da
penhora, e não da juntada aos autos do mandado cumprido. Não se aplica o CPC aqui, que é
da juntada do mandado.
SUM 406 STJ: A Fazenda Pública pode recusar a substituição do bem penhorado por
precatório. Tal matéria é infraconstitucional, não cabendo ao STF analisar.
1.1 Incide a prescrição intercorrente, quando o exequente permanece inerte por prazo
superior ao de prescrição do direito material vindicado, conforme interpretação extraída do
art. 202, parágrafo único, do Código Civil de 2002.
O termo inicial do prazo prescricional, na vigência do CPC/1973, conta-se do fim do prazo
judicial de suspensão do processo ou, inexistindo prazo fixado, do transcurso de um ano
(aplicação analógica do art. 40, § 2º, da Lei 6.830/80
O termo inicial do art. 1.056 do CPC/2015 tem incidência apenas nas hipóteses em que o
processo se encontrava suspenso na data da entrada em vigor da novel lei processual, uma vez
que não se pode extrair interpretação que viabilize o reinício ou a reabertura de prazo
prescricional ocorridos na vigência do revogado CPC/1973 (aplicação irretroativa da norma
processual)
O contraditório é princípio que deve ser respeitado em todas as manifestações do Poder
Judiciário, que deve zelar pela sua observância, inclusive nas hipóteses de declaração de ofício
da prescrição intercorrente, devendo o credor ser previamente intimado para opor algum fato
impeditivo à incidência da prescrição.
A impenhorabilidade do bem-de-família não pode ser arguida, em ação anulatória da
arrematação, após o encerramento da execução. STJ. 2ª Seção. AR 4.525/SP, Rel. Min. Maria
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10.14.1. Reclamação
Difere da reclamação constitucional. A prevista no NCPC é para garantir a autoridade das
decisões dos Tribunais. A Constitucional é em relação à ADI e Súmulas Vinculantes.
O uso da reclamação pressupõe o esgotamento da instância ordinária. Enquanto houver
possibilidade de manejo recursal, não é viável o manejo da reclamação.
O contraditório na reclamação é feito por meio de citação.
Qualquer interessado poderá impugnar o pedido do reclamante.
● Julgado procedente a reclamação, o Tribunal: a) cassará a decisão exorbitante de seu julgado
ou; b) determinará medida adequada à solução da controvérsia.
● Incabível reclamação preventiva, pois pressupõe um ato que efetivamente tenha usurpado a
competência do Tribunal, violado a autoridade das decisões vinculantes ou incidido em outra
hipótese de cabimento da reclamação.
● Constitucional previsão de reclamação na Constituição dos Estados. Não implica invasão de
competência para legislar sobre direito processual. Não possui natureza jurídica de recurso, é
um direito constitucional de petição.
o ATENÇÃO: STF mudou de entendimento quanto à natureza. Ele entende
possuir natureza jurídica de ação, uma vez que há necessidade de
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10.15.Recursos
Recursos. Disposições gerais. Apelação. Agravo de instrumento. Agravo interno. Embargos
de declaração. Recursos para o Supremo Tribunal Federal e para o Superior Tribunal de
Justiça (recurso ordinário, recurso extraordinário e recurso especial). Agravo em recurso
especial e em recurso extraordinário. Embargos de divergência.
● Em regra, não há possibilidade de se complementar recurso, ainda que pendente o prazo
recursal, pois ocorre preclusão consumativa. Só ocorre modificação de razões no caso de
embargos com efeitos modificativos, para alterar ou complementar suas razões, nos exatos
limites de modificação.
● Os honorários recursais estão limitados ao teto estabelecido no CPC, art. 85, §2º, de no
mínimo de 10% e no máximo de 20%.
● Para aferição da possibilidade de utilização de recurso suprimido ou cujas hipóteses de
299 admissibilidade foram restringidas, a lei a ser aplicada é aquela vigente quando surge para a
parte o direito subjetivo ao recurso, ou seja, a partir da emissão do provimento judicial a ser
impugnado. (É a data da prolação da decisão! E não a data de publicação). Isolamento dos
atos processuais.
10.15.1. Apelação
● O valor das astreintes não pode ser reduzido de ofício em segunda instância quando a questão
é suscitada em recurso de apelação não conhecido.
10.15.2. Agravo de instrumento
● Cabe agravo de instrumento contra decisões que versam sobre
competência/incompetência/suspeição de juiz.
● Cabe agravo de instrumento da revogação (acolhimento de impugnação à concessão) e da não
concessão de justiça gratuita. A concessão só pode ser impugnável por apelação à sentença
(não preclui)
● O STJ entende que o rol do CPC não é exaustivo.
● Apesar de não previsto expressamente no rol do art. 1.015 do CPC/2015, cabe agravo de
instrumento contra a decisão interlocutória relacionada à definição de competência. Isso com
base em uma interpretação analógica ou extensiva da norma contida no inciso III do art. 1.015
do CPC/2015, já que ambas possuem a mesma ratio -, qual seja, afastar o juízo incompetente
para a causa, permitindo que o juízo natural e adequado julgue a demanda.
● No CPC 73, a impugnação dos benefícios da justiça gratuita corria em autos apartados,
havendo previsão de apelação contra a decisão que resolver a questão de justiça gratuita.
Agora, com o nCPC, só cabe agravo da decisão que rejeita ou acolhe o pedido de revogação.
Mas e o incidente de justiça gratuita pendente quando do início da vigência do NCPC????
o O STJ entende que aplica-se a teoria do isolamento dos atos processuais –
tempus regit actum, de modo que somente é cabível agravo de instrumento,
salvo se a questão for decidida em sentença, quando caberá apelação.
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● Súmula 83-STJ: Não se conhece do recurso especial pela divergência, quando a orientação do
tribunal se firmou no mesmo sentido da decisão recorrida.
● A suspensão nacional prevista no §5º do artigo 1035 é discricionária do Ministro Relator. Esta
possibilidade aplica-se aos processos de natureza penal.
● No CPC, a nível de primeiro e segundo grau, se depois da propositura da ação houver
superveniência de fato novo que possa influir na ação, caberá ao juiz toma-lo em
consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no momento de proferir a sentença,
devendo ouvir as partes antes de decidir. ENTRETANTO, não cabe à nível de RECURSO
EXTRAORDINÁRIO, apreciação pelo Tribunal nem fato novo, nem norma nova, a não ser em
hipóteses excepcionais, como na de alteração de competência constitucional.
● Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não
admite recurso extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes
não irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do
CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo. Nas palavras do STF: os
embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para interposição de agravo,
por serem incabíveis
●
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o Por outro lado, se o mérito foi examinado, não é o caso de incidir a súmula,
cabendo, portanto, os embargos de divergência. Assim, cabem embargos de
divergência no âmbito de agravo que não admite recurso especial com base na
Súmula 83/STJ para dizer que, no mérito, o acórdão impugnado estaria em
sintonia com o entendimento firmado por esta Corte Superior, uma vez que se
trata de matéria de mérito.
10.15.6. Embargos de declaração
● Só é considerada OMISSA a decisão que deixe de se manifestar sobre tese firmada em casos
repetitivos ou IAC. Assim, não é o artigo 927 todo, mas só o inciso III. A decisão é omissa ainda
que a parte não invoque o precedente. Se invocar e o juiz não a debater, é não fundamentada.
Deve realizar o distinguishing.
● A omissão que enseja o acolhimento de embargos de declaração consiste na falta de
manifestação expressa sobre algum fundamento de fato ou de direito ventilado nas razões
recursais.
● A contradição que autoriza o manejo dos embargos de declaração é a contradição interna,
verificada entre os elementos que compõem a estrutura da decisão judicial, ou seja, a
contradição entre a fundamentação e o dispositivo. Não pode ser considerada “contradição” a
divergência entre a solução dada pelo órgão julgador e a solução que almejava o
jurisdicionado.
● STF: a contradição a autorizar os embargos de declaração é a contradição INTERNA.
● São protelatórios os embargos opostos contra acórdão em harmonia com o STF/STJ, ou ainda,
302 julgado pelo rito dos recursos extraordinários e especial repetitivos.
● ATENÇÃO!!! Os efeitos interruptivos dos embargos de declaração são apenas para RECURSOS.
Os embargos de declaração não interrompem ou suspendem os prazos para CONTESTAR. STJ:
A oposição de embargos de declaração não tem aptidão de interromper o prazo para o
oferecimento da contestação.
● STJ: Os embargos de declaração somente não interrompem o prazo para outros recursos
quando intempestivos, manifestamente incabíveis ou nos casos em que oferecidos, com
pedido de aplicação de efeitos infringentes, sem a indicação, na peça de interposição, de vício
próprio de embargabilidade”
● STJ: A oposição de embargos de declaração à decisão de inadmissibilidade do recurso especial,
em regra, não interrompe o prazo para interposição do agravo nos próprios autos”
o STJ: excepcionalmente, atribui-se o efeito interruptivo aos embargos de declaração
opostos à decisão de inadmissibilidade do recurso especial quando a decisão é tão
genérica que sequer permite a interposição do agravo.
o (...) 1. A jurisprudência do STJ orienta-se no sentido de que o agravo em recurso especial
é o único recurso cabível contra decisão que nega seguimento a recurso especial. Assim,
a oposição de embargos de declaração não interrompe o prazo para a interposição de
ARESP.
Precedentes.
2. Excepcionalmente, nos casos em que a decisão for proferida de forma bem genérica,
que não permita sequer a interposição do agravo, caberá embargos. (...)
STJ. 4ª Turma. AgInt no AREsp 1143127/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em
28/11/2017.
● Não cabem embargos de declaração contra a decisão de presidente do tribunal que não
admite recurso extraordinário. Por serem incabíveis, caso a parte oponha os embargos, estes
não irão suspender ou interromper o prazo para a interposição do agravo do art. 1.042 do
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CPC/2015. Como consequência, a parte perderá o prazo para o agravo. Nas palavras do STF: os
embargos de declaração opostos contra a decisão de presidente do tribunal que não admite
recurso extraordinário não suspendem ou interrompem o prazo para interposição de agravo,
por serem incabíveis. STF. 1ª Turma. ARE 688776 ED/RS e ARE 685997 ED/RS, Rel. Min. Dias
Toffoli, julgados em 28/11/2017 (Info 886).
● STF: Em tese, os segundos embargos são admissíveis, isso quando os vícios ocorram na decisão
referente aos primeiros embargos.
● Enunciado 76 da I Jornada de Direito Processual Civil: É considerada omissa, para efeitos do
cabimento dos embargos de declaração, a decisão que, na superação de precedente, não se
manifesta sobre a modulação de efeitos.
10.15.7. Recurso adesivo
Será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;
10.16.Juizados Especiais
Subsistema dos juizados especiais. Princípios informadores. Juizados Especiais Federais:
competência, procedimento e recursos.
● Compete à Turma Recursal julgar Mandado de Segurança contra ato de Juizado Especial
Federal em relação aos ATOS do JUIZ.
o Em relação ao controle de sua competência, cabe MS ao TRF.
o Mesma interpretação se dá em juizados estaduais.
o Resumindo:
303 o Parte impetra MS contra ato do juiz do juizado: a competência para julgar é
da Turma Recursal (Súmula 376-STJ).
o Parte impetra MS contra Turma Recursal (se for para discutir o mérito): não é
cabível.
o Parte impetra MS contra Turma Recursal (se for para discutir se a causa pode
ou não ser julgada no Juizado - competência): a competência para julgar este
writ é do TJ (ou TRF).
● É admissível mandado de segurança contra ato de juizado que cause danos grave e não haja
recurso.
● JEF: não condenará o vencido em custas e honorários de advogados, ressalvados os casos de
litigância de má-fé.
o Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e honorários de
advogado, que serão fixados entre dez por cento e vinte por cento do valor de
condenação ou, não havendo condenação, do valor corrigido da causa.
● Não se aplica reserva de plenário aos juizados especiais, uma vez que não são organizados em
órgão especial ou regime de plenário. Juizados não são tribunais.
o Bizu: é o mesmo raciocínio utilizado para que o STJ não aceite o RESP de
Turma Recursal, cabendo só o pedido de uniformização de jurisprudência, uma
vez que a constituição fala de recurso oriundo de decisão de TRF e TJ’s. Só
cabe, em turma recursal, REX e Embargos de declaração.
Qual é o instrumento jurídico cabível contra acórdão de Turma Recursal
que viole entendimento consolidado ou mesmo sumulado do STJ?
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jurisprudência. jurisprudência.
304
● No âmbito dos juizados especiais não é admitido nenhum tipo de intervenção de terceiros pelo
art. 10, 1ª parte, da Lei 9.099/95. A regra se coaduna com os princípios regentes dos juizados
vazados no art. 2º da Lei 9.099/95, já que a ampliação subjetiva da lide além de demandar
maior tempo na solução do litígio, agregaria maior complexidade à causa, militando em
desfavor do autor. Por outro lado, o litisconsórcio é expressamente admitido no art. 10, 2ª
parte, da Lei 9.099/95
● Admite-se que o litisconsórcio passivo nos juizados especiais federais ou da fazenda pública
seja composto tanto por entes públicos entre si ou mesmo por particulares desde que
conjuntamente com entes públicos.
● A jurisprudência é firme em afirmar que o exaurimento das diligências de localização
do réu deve ser envidado pelo próprio juizado, não sendo atribuição do juiz cível
tentar esgotar os meios possíveis de citação real do réu.
● O pedido de uniformização para TNU só cabe para decisões divergentes entre turmas
recursais para decidir aspecto de DIREITO MATERIAL. Direito processual NÃO.
10.17.Ações Constitucionais
10.17.1. Mandado de segurança
Se o ato normativo consubstancia ato administrativo, assim de efeitos concretos, cabe contra
ele o mandado de segurança. Todavia, se o ato - lei, medida provisória, regulamento - tem
efeito normativo genérico, por isso mesmo sem operatividade imediata, necessitando, para a
sua individualização, da expedição de ato administrativo, então contra ele não cabe mandado
de segurança, já que, admiti-lo implicaria admitir a segurança contra lei em tese.
Qualquer matéria (de fato ou de direito) pode ser debatida em mandado de segurança, desde
que seja provada documentalmente, independentemente de sua complexidade.
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o Súmula 625 STF: Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão
de mandado de segurança.
● No mandado de segurança impetrado por servidor público contra a Fazenda Pública, as
parcelas devidas entre a data de impetração de a de implementação da concessão da
segurança devem ser pagas por meio de precatórios, e não via folha suplementar.
● Os efeitos financeiros, por ocasião da concessão da segurança, devem retroagir à data de sua
impetração, devendo os valores pretéritos ser cobrados em ação própria. STJ. Corte Especial.
EREsp 1087232/ES, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 07/12/2016. STJ. 1ª Turma. AgInt
no REsp 1481406/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 17/04/2018.
● Denegada a segurança por falta de direito líquido e certo, ou seja, por ser necessária a dilação
probatória, já se viu que, nesse caso, extingue-se o processo sem resolução do mérito. Não
obstante o uso do termo denegação da segurança, nesse caso não se está a julgar o mérito,
nem se está a afirmar que o impetrante não tem razão; apenas se constatou a necessidade de
dilação probatória, sendo inadequada a via do mandado de segurança. Não há, então, coisa
julgada. Esse é o sentido do § 6º do art. 6º da Lei 12.016/2009, bem como do enunciado 304
da Súmula do STF”. Veja-se que a súmula 304 do STF afirma que “Decisão denegatória de
mandado de segurança, não fazendo coisa julgada contra o impetrante, não impede o uso da
ação própria”
● Jurisprudência entende que a aplicação do 109, §2º é cabível em MS, de modo que não há na
CF qualquer restrição a tipos de ação. Isso privilegia acesso à justiça e efetividade de jurisdição.
Assim, a teoria da competência fixada com base no domicílio da autoridade coatora vem sendo
305 mitigada pela jurisprudência.
● O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que, ante o caráter mandamental e a
natureza personalíssima da ação, não é possível a sucessão de partes no mandado de
segurança, ficando ressalvada aos herdeiros a possibilidade de acesso às vias ordinárias.
● No MS, admite-se ingresso de litisconsorte ativo ATÉ o despacho da inicial.
● Em MS não é admitido intervenção de terceiros, nem de amicus curiae, que é espécie de
intervenção.
● A aplicação da teoria da encampação, que mitiga a indicação errônea da autoridade coatora
em mandado de segurança, tem lugar quando presentes os seguintes requisitos:
o a) há vínculo hierárquico entre a autoridade impetrada que prestou as
informações e aquela que determinou a prática do ato. Ex: Governador e
Secretário Estadual;
o b) a autoridade impetrada, em suas informações, manifestou-se sobre o
mérito do mandado de segurança; e
o c) se o MS for julgado não haverá modificação na competência
constitucionalmente estabelecida. Ex: o MS foi impetrado contra o
Governador, mas o ato era do Secretário de Estado. Pela Constituição
Estadual, o TJ é competente para julgar tanto MS tanto no caso de Governador
como no de Secretário.
● Lembrar que em caso de denegação de MS originário de Tribunal o recurso cabível é RECURSO
ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL,
● Desde a EC 01/69 os direitos fundamentais se estendem aos estrangeiros que não residem no
Brasil, motivo pelo qual é possível que um estrangeiro impetre mandado de segurança.
● Se no curso de um processo administrativo federal é praticado ato contrário aos interesses da
parte, o prazo de 120 dias para impetração de mandado de segurança somente se inicia
quando a parte for intimada diretamente, na forma do § 3º do art. 26 da Lei nº 9.784/99. O
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10.18.Ações coletivas
Ações coletivas. Legitimidade ativa. Competência. Coisa julgada. Execução e cumprimento de
sentença. Regras procedimentais aplicáveis.
10.18.1. Regra geral de Direito Coletivo
● O ajuizamento de ação versando interesse difuso tem o condão de interromper o prazo
prescricional para a apresentação de demanda judicial que verse interesse individual
homogêneo.
● O exercício da legitimação extraordinária, conferida para tutelar direitos individuais e
homogêneos em ACP, não pode ser estendido para abarcar a disposição de interesses
personalíssimos, tais como a intimidade, a privacidade e o sigilo bancário dos substituídos.
o Súmula 601 STJ: O Ministério Público tem legitimidade ativa para atuar na
defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores ainda que decorrente da prestação de serviço público.
o “O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil pública
que vise ao fornecimento de remédios a portadores de certa doença”.
Repercussão geral.
● Constitui ônus do demandado dar ciência inequívoca da propositura da ação coletiva àqueles
que propuseram ações individuais, a fim de que possam fazer a opção pela continuidade do
processo individual, ou requerer a sua suspensão para se beneficiar da sentença coletiva.
● Os autores de ações individuais em cujos autos não foi dada ciência do ajuizamento de ação
coletiva e que não requereram a suspensão das demandas individuais podem se beneficiar dos
307 efeitos da coisa julgada formada na ação coletiva. Isto porque eles não podem ser
prejudicados pela ausência da notificação.
● Remessa necessária:
o STJ: não cabe remessa necessária quando a ACP versa sobre direitos individuais
homogêneos, pois o direito ali discutido não possui transindividualidade e relevância
para a coletividade como um todo.
o Cabe remessa necessária em improcedência das ações coletivas, pois foi lesada a
coletividade.
o Cabe remessa necessária em caso de carência e improcedência de ACP,
independentemente do valor atribuído à causa, em analogia ao artigo 19 da LAP.
Quando uma ACP é improcedente, quem tem a perder com isso é a coletividade.
● O juiz tem amplos poderes em ação coletiva, podendo determinar provas, alterar pedidos
depois de já citado, alterar prazos.
o Transporte in utilibus da coisa julgada: só beneficia os indivíduos, nunca os prejudica.
Assim, a improcedência da ação coletiva não impede que o sujeito intente ação
individual. Isso ocorre porque o legitimado extraordinário coletivo não pede autorização
dos titulares dos direitos metaindividuais antes de propor a ação coletiva. Assim, não
pode ser prejudicado se não pediu para que seu direito fosse buscado. A exceção fica
por conta do litisconsórcio, de modo que se um indivíduo foi parte na ação ao lado do
legitimado, a coisa julgada alcançar-lhe-á.
o Fluid recovery: execução feita pelos legitimados quando decorrido um ano sem
habilitação de interessados na execução/liquidação da tutela de direito individual
homogêneo.
o Coisa Julgada: é a qualidade dos efeitos da sentença. Qualidade de imutabilidade.
▪ Limites objetivos: em regra, a parte dispositiva do julgado.
▪ Limites subjetivos:
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▪ Coisa julgada coletiva sobre quem já tem coisa julgada individual: 2 correntes.
Não pode se beneficiar. Pode se beneficiar. PARA AGU seguir que não pode se
beneficiar.
▪ Extensão territorial da coisa julgada: só vale no território onde o juiz tem
competência.
● STF: não se aplica aos casos de órgão jurisdicional com competência sobre
todo o território.
● STJ: (repetitivo): as sentenças e acórdãos na ACP VALERÃO PARA TODO O
PAÍS, não tendo mais sua execução limitada ao município onde foram
proferidas. : A liquidação e a execução individual de sentença genérica
proferida em ação civil coletiva pode ser ajuizada no foro do domicílio do
beneficiário, porquanto os efeitos e a eficácia da sentença não estão
circunscritos a lindes geográficos, mas aos limites objetivos e subjetivos
do que foi decidido, levando-se em conta, para tanto, sempre a extensão
do dano e a qualidade dos interesses metaindividuais postos em juízo
(arts. 468, 472 e 474, CPC e 93 e 103, CDC).
▪ Relativização da coisa julgada: aplica-se às ações coletivas. Cabe rescisória no
prazo de 2 anos.
o Relação entre demandas (litispendência): não é tríplice identidade (partes, pedido,
causa de pedir), como no processo individual, mas sim identidade da relação jurídica
material. Se o MP e a DP entra com o mesmo pedido, há litispendência, ainda que
309 partes diferentes. O Juiz pode conhecer de ofício a qualquer tempo (individual e
coletiva)
▪ REGRA:
o COLETIVA X INDIVIDUAL
▪ Identidade total: entre individuais e coletivas nunca será possível, já que as partes
nunca serão iguais. 104 CDC: ações coletivas não induzem litispendência para as
ações individuais.
▪ Meramente parcial: é possível no que diz respeito à causa de pedir. Há CONEXÃO
apenas. PORÉM não gera reunião, mas sim a SUSPENSÃO da ação individual. A
suspensão pode ser facultativa (requerida pela parte) ou obrigatória judicial nas
ações multitudinárias
▪ COLETIVA x COLETIVA
▪ Identidade total: possível, com base na identidade da relação jurídica (material).
Ex: MPE e MPF. 2 correntes:
● Extinção da ação repetida, podendo a parte entrar em
litisconsórcio na primeira ação.
● Reunião para julgamento conjunto. Não sendo possível,
suspensão de uma delas. MAJORITÁRIA.
o É possível litispendência entre ações coletivas de rito
diverso. Ex: AP e ACP, isso por causa da atipicidade da
tutela jurisdicional coletiva (qualquer ação pode
tutelar direito coletivo). Trata-se de Ação
MULTILEGITIMÁRIA.
▪ Identidade parcial: conexão ou continência e, não sendo possível, suspensão.
▪ STJ. Súmula 489: “Reconhecida a continência, devem ser reunidas na
Justiça Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça
estadual.”
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o ATENÇÃO: não há litispendência entre ação coletiva que discuta direito difuso
e outra que discuta direito individual homogêneo, ainda que ambas estejam
fundamentadas nos mesmo fatos (causa de pedir remota), mas sim CONEXÃO.
● A eficácia subjetiva da coisa julgada formada a partir de ação coletiva, de rito ordinário,
ajuizada por associação civil na defesa de interesses dos associados, somente alcança os
filiados, residentes no âmbito da jurisdição do órgão julgador, que o fossem em momento
anterior ou até a data da propositura da demanda, constantes da relação jurídica juntada à
inicial do processo de conhecimento.
o REQUISITOS para representação dos filiados: (i) CF requer autorização
expressa dos filiados.
o XXI - as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm
legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
o A representação da associação pode ser em interesse judicial ou extrajudicial.
o A mera previsão em estatuto é INSUFICIENTE, devendo a entidade anexar à
inicial o nome dos filiados que autorizaram a representação, podendo ser feito
em assembleia.
o Isso é só para ações ordinárias, pois em ações específicas, como o MS, a
associação atua como SUBSTITUTO processual, não necessitando de
autorização.
● PREVENÇÃO – Critério para reunião/unificação:
o ACP: PROPOSITURA (distribuição ou despacho judicial) Atenção: o NCPC
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● Juízo da condenação.
● Juízo do domicílio do lesado/sucessores.
o Direitos Individuais e homogêneos: prova-se o dano, o nexo de causalidade, o
montante do dano. Pode a vítima liquidar ou o ente coletivo (legitimados para
propor a ACP, em REPRESENTAÇÃO e não substituição), em relação à
pretensão individual destes. Aqui não há o fundo coletivo, há indenização das
vítimas e sucessores.
▪ Pretensão individual: vítima e sucessores já liquidadas.
▪ Pretensão individual de ente coletivo: legitimados coletivos em
representação das vítimas já identificadas e liquidadas.
▪ Coletiva residual (fluid recovery): legitimados coletivos, indo a
indenização para o Fundo. Passado 1 ano sem habilitação, os
legitimados coletivos fazem uma estimativa de quanto seria a
indenização para cada um executar. O dinheiro é enviado para o um
FUNDO. Esse período de um ano dobra (passando a ser dois anos) se
a ACP objetivar interesses de investidores lesados no mercado de
valores mobiliários
o A legitimidade coletiva é subsidiária, preferindo que a sentença seja executada
individualmente (STJ 2012)
● A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça pacificou entendimento no sentido de
que o ajuizamento da execução individual, derivada de decisão proferida no
312 julgamento de ação coletiva, tem como foro o domicílio do exequente, em
conformidade com os artigos 98, § 2º, I, e 101, I, do CDC, afastada a ocorrência de
prevenção do juízo que examinou o mérito da ação coletiva.
● ATENÇÃO!!! Súmula 601 STJ de 2018: O Ministério Público tem legitimidade ativa
para atuar na defesa de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos dos
consumidores ainda que decorrente da prestação de serviço público.
● Cabe execução provisória em processo coletivo de pagar quantia, exceto contra a
Fazenda Pública.
● Se o prejuízo for ao patrimônio público, o destinatário do valor devido é o Poder
Público, e não o Fundo.
● Há ordem de preferência no pagamento das indenizações:
individuais→coletivas→difusas.
● CUSTAS E SUCUMBÊNCIA: não haverá adiantamento de custas, emolumentos,
honorários periciais e quaisquer outras despesas, nem condenação da associação
autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas
processuais.
● Súmula 345 do STJ. São devidos honorários advocatícios pela Fazenda Pública nas
execuções individuais de sentença proferida em ações coletivas, ainda que não
embargadas. Ver o julgado REPETITIVO em 2018, logo acima.
● FUNDO:
o Lesão a interesses indivisíveis: O produto irá para o fundo do art. 13 da LACP e
seu destino será decidido pelo respectivo conselho gestor, para aplicação
flexível, conforme mencionado acima. Seu uso depende de autorização
orçamentária, haja vista tratar-se de recurso público.
o Lesão a interesses divisíveis: O produto é destinado entre os lesados.
o Lesão ao patrimônio público em sentido estrito: O destinatário é a Fazenda.
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● Legitimidade: para ação principal e cautelar: MP, DP, União, Estados, DF e municípios,
autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista, associação que esteja
constituída a pelo menos um ano e possua os fins previstos na LACP.
▪ O MP, se não intervier no processo, será obrigatoriamente fiscal da lei.
▪ Não há necessidade de autorização de assembleia em caso de associações,
para intentar a ACP, entretanto, há necessidade quanto aos beneficiários
daquela associação quando o direito é pertencente a eles.
▪ O requisito de pré-constituição pode ser dispensado nas ações quando haja
manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou características do
dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser protegido.
▪ A legitimidade é autônoma, concorrente e disjuntiva.
▪ Natureza da legitimação: há três correntes, mas predomina a abaixo:
● Direitos difusos ou coletivos: trata-se de legitimação
autônoma, oriunda da lei.
● Direitos individuais homogêneos: legitimação extraordinária,
age em nome próprio para defesa de direito alheio.
▪ É plenamente possível a formação de litisconsórcio entre autores coletivos.
É o litisconsórcio ativo facultativo e unitário. MPF e MPE STJ diz que
depende de uma razão específica que justifique a presença de ambos na
lide.
▪ É possível o controle judicial para a representação adequada, conforme a
316 jurisprudência. Assim, diz-se que a legitimação é ope iudicis, e não ope legis.
o Ministério Público: art. 127, CF: defesa da ordem jurídica, do regime democrático,
proteção do interesse social, interesse individual indisponível.
▪ Para tutela dos direitos difusos e coletivos strictu senso, o MP SEMPRE
tem legitimidade, pois entende-se que há interesse social.
▪ A discussão sobre legitimidade se dá sobre os direitos individuais
homogêneos. Nestes casos, o STJ diz que só se os direitos forem
indisponíveis ou socialmente relevante.
● Aqui tem Súmula NOVA! 601 STJ: O Ministério Público tem
legitimidade ativa para atuar na defesa de direitos difusos,
coletivos e individuais homogêneos dos consumidores ainda
que decorrente da prestação de serviço público
▪ MP tem legitimidade para defender contratantes do DPVAT em ACP.
▪ Há julgados do STJ legitimando MP para propor ACP em defesa de
direitos individuais indisponíveis, difusos ou coletivos, em relação às
pessoas desprovidas de recursos financeiros, mesmo quando a ação
vise à tutela de pessoa individualmente considerada.
▪ “O Ministério Público é parte legítima para ajuizamento de ação civil
pública que vise ao fornecimento de remédios a portadores de certa
doença”. Repercussão geral.
o Defensoria Pública: há uma discussão sobre sua legitimidade, entretanto,
prevalece a corrente de que eles atuam na defesa dos necessitados. A palavra
necessidades deve ser entendida não só como aquele pobre, mas o
necessitado técnico ou organizacional, ou seja, o indivíduo ou grupo em
situação especial de vulnerabilidade. Indivíduos vítimas de abusos ou arbítrios
dos detentores de poder econômico ou político.
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o COMPETÊNCIA DA ACP:
▪ Não há foro por prerrogativa de função em ACP. Será SEMPRE em 1º grau. SALVO:
conflitos federativos e ações em que todos os membros da magistratura sejam
direta ou indiretamente interessados.
▪ Critério MATERIAL:
● Eleitoral: questões político-partidárias e sufrágio.
● Trabalhista: aquelas elencadas na CF.
● Comum: federal e estadual.
o Justiça Federal: Súmula 150 STF: Compete à JF decidir sobre
existência de interesse jurídico que justifique a presença, no
processo, da União, autarquias ou empresas públicas.
o ACP’s ajuizadas pelo MPF: 2 correntes. Uma diz que sempre é da
Justiça Federal, pois o MP é um órgão da União. Outra diz que
qualquer justiça pode julgar, pois o MPF não se confunde com a
União.
o Incidente de deslocamento de competência (direitos humanos):
aquelas previstas na CF de violação de direitos humanos.
o Causas relacionadas ao direito indígena.
▪ Critério Valorativo: não se aplica em acp.
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o Sucumbência na ACP:
▪ LACP não haverá adiantamento de custas.
▪ Se o autor vencido for MP, Defensoria ou associação, será isento do
pagamento de ônus de sucumbência, salvo associação, no caso de
má-fé.
▪ STJ: Os honorários periciais deverão ser pagos pela fazenda pública
quando for perícia requerida pelo MP, defensoria, associações.
▪ O réu não tem esse benefício.
▪ Se o réu for Fazenda pública e perder:
● 1ª corrente: aplica-se o regramento do MP.
● 2ª corrente: caso percam, terão de pagar as verbas de
sucumbência, porque não possui prerrogativas do MP e
defensoria.
▪ Se o MP for vencedor, o réu vencido será isento de honorários, pois
MP não recebe honorários e nem há fundo para isso.
▪ Se os demais legitimados forem vencedores, haverá sucumbência
(fazenda pública, associações e defensoria).
o Efeito suspensivo da apelação: A regra do CPC é duplo efeito, ex lege. Na LACP
o juiz que define se vai ser efeito suspensivo. Na Ação Popular é duplo efeito,
ex lege.
o Reexame necessário: Aplica-se o artigo 19 da LAP à favor da coletividade,
321 quando julgada improcedente ou extinta sem julgamento do mérito.
▪ STJ diz que não cabe em direitos individuais homogêneos, porque não
é de interesse de toda a coletividade. Há ausência de
transindividualidade.
o Possibilidade de ajuizamento da ACP pelo MP em favor de um único indivíduo:
só em caso de interesse individual indisponível: ECA, Est. Idoso, deficiente, etc.
o Inversão do ônus da prova: STJ aplica em ACP, prevista no CDC. Aplicável em
coletivas geral pela integratividade do sistema.
o Possibilidade de convivência de ADI e ACP para discussão da
constitucionalidade de leis: é possível reconhecer constitucionalidade de leis
em ACP, mas incidentalmente, e não como causa de pedir e pedido. Trata-se
de controle abstrato.
Deve-se mitigar as regras do CPC, quando em jogo interesses coletivos, mormente em vista do
princípio da efetividade, previsto no art. 83, caput, da Lei n. 8.078/1990 (CDC). Dessa sorte,
entendeu-se possível a emenda à inicial, ainda que posterior à contestação, em se tratando de
ação civil pública. Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de
pedido genérico, ainda que já tenha sido apresentada a contestação.
Configura quebra de sigilo bancário a decisão judicial que antecipa os efeitos da tutela para
determinar que o banco forneça os dados cadastrais dos correntistas que assinaram
determinado tipo de contrato, a fim de instruir ACP.
10.18.3. Ação Popular
● Natureza cívico-administrativa. Mecanismo de controle popular da
legalidade/constitucionalidade dos atos administrativos.
● Legitimidade: qualquer cidadão.
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● Objetivo: invalidar atos ou contratos administrativos que causem lesão ao patrimônio público
ou ainda à moralidade administrativa, ao patrimônio histórico e cultural e ao meio ambiente.
Em segundo lugar vem a tutela reparatória.
● Objeto: só direitos difusos, e não todos os direitos metaindividuais, como a ACP. Visa a tutela
preventiva/inibitória de remoção do ilícito e reparatória: patrimônio público, moralidade
administrativa, meio ambiente, patrimônio histórico cultural.
▪ STJ rol dos bens protegidos pela AP é TAXATIVO. Não se pode
proteger por via de ação popular o urbanismo, direitos dos deficientes,
idosos, menores, etc.
▪ STF/STJ: vem relativizando a exigência de ILEGALIDADE + LESIVIDADE
exige-se apenas ilegalidade, não necessitando da presença
concomitante da lesividade.
▪ Cabe contra atos administrativos omissivos ou comissivos.
▪ Cabe contra os vícios do ato administrativo: competência, forma,
objeto, motivo, finalidade.
▪ Deve estar presente o binômio lesividade + ilegalidade. (STF
relativiza, não precisando sempre a lesividade)
▪ STF: nos casos de moralidade administrativa e meio ambiente, não há
necessidade de provar a lesividade, que é implícita.
▪ Cabe contra atos administrativos vinculados e discricionários.
▪ Não cabe:
322 ● Contra ato de particular, salvo no caso de meio ambiente e
patrimônio histórico;
● Contra ato legislativo, salvo lei de efeitos concretos;
● Contra decisões judiciais, salvo no caso de acordo homologado
judicialmente;
● Contra atos políticos.
o LEGITIMIDADE ATIVA: cidadão. Aquele que está em exercício e gozo dos
direitos políticos.
▪ Cidadania começa aos 16 anos, mesmo sem assistência, sendo
necessário advogado.
▪ STJ: cidadania deve ser comprovada com título de eleitor ou
documento que com ele corresponda.
▪ Condenado criminalmente, enquanto durarem os efeitos da
condenação não pode propor AP.
▪ MP não pode, nem o estrangeiro.
▪ Pode ajuizar fora do seu domicílio eleitoral.
▪ Quase-nacionais (portugueses) podem, se garantido o mesmo direito
aos brasileiros em Portugal.
▪ Se o autor perder a legitimidade e outros legitimados não assumirem
o polo ativo, o MP deve assumir.
▪ MP pode recorrer e propor ação rescisória.
▪ A natureza da legitimação é extraordinária, vez que age em nome
próprio em defesa do direito alheio, coletividade.
o LEGITIMIDADE PASSIVA
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PRECEDENTES IMPORTANTES:
Súmula 629 do STF - A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe
em favor dos associados independe da autorização destes.
Súmula 630 do STF - A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda
quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
● Teoria da encampação: A aplicação da teoria da encampação, que mitiga a indicação errônea
da autoridade coatora em mandado de segurança, tem lugar quando presentes os seguintes
requisitos:
o a) há vínculo hierárquico entre a autoridade impetrada que prestou as
informações e aquela que determinou a prática do ato. O impetrado deve ser
autoridade superior ao verdadeiro coator. Ex: Governador e Secretário
Estadual;
o b) a autoridade impetrada, em suas informações, manifestou-se sobre o
mérito do mandado de segurança; e
o c) se o MS for julgado não haverá modificação na competência
constitucionalmente estabelecida. Ex: o MS foi impetrado contra o
Governador, mas o ato era do Secretário de Estado. Pela Constituição
Estadual, o TJ é competente para julgar tanto MS tanto no caso de Governador
como no de Secretário.
o Deve ser razoável a dúvida quanto à real autoridade coatora.
PROCEDIMENTO
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MANDADO DE INJUNÇÃO
- Inviabilidade o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à NACIONALIDADE, SOBERANIA e à CIDADANIA.
- A norma constitucional deve ser de eficácia LIMITADA, devendo haver falta de norma
reguladora.
- Surge parar curar a síndrome da inefetividade das normas constitucionais.
328 - Trata-se de um processo constitucional incidental, portanto, subjetivo.
Norma regulamentadora: lei 13.300/2016.
o É possível impetrar o MI em omissão TOTAL e PARCIAL.
o Cabível também na esfera estadual.
o Aplicação subsidiária do CPC e da lei de MS.
LEGITIMIDADE ATIVA:
o Individual: qualquer pessoa cujo direito constitucional subjetivo seja
inviabilizado.
o Coletivo: INOVAÇÃO
Ministério Público: a tutela requerida for especialmente relevante
para a defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos
interesses sociais ou individuais indisponíveis.
Partido Político: com representação no Congresso Nacional para
assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogativas de seus
integrantes ou relacionados com a finalidade partidária.
Organização Sindical, entidade de classe ou associação: legalmente
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano. Dispensada
autorização especial, uma vez que há substituição processual. Sobre
assuntos de interesse de totalidade ou parte de seus membros.
Defensoria Pública: quando a tutela requerida for especialmente
relevante para a promoção dos direitos humanos e a defesa dos
direitos individuais e coletivo dos necessitados.
LEGITIMIDADE PASSIVA: mesma legitimidade da ADO. A pessoa estatal responsável
por regulamentar a norma, e nunca o particular.
o Se o projeto possui iniciativa exclusiva, é o responsável pela iniciativa. Se o
projeto já foi enviado, é o legislativo em mora.
o Pode ser LEI ou ato normativo administrativo.
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PROCEDIMENTO:
o Petição inicial: Requisitos do NCPC. Da decisão do relator que indeferir a inicial,
caberá agravo em 5 dias.
o Recebimento da inicial: notificação do impetrado para prestar informações em 10
dias; ciência de ajuizamento ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica,
para que, querendo, ingresse no feito.
o Parecer do MP: após as informações, o MP será ouvido, para em 10 dias opinar.
Com ou sem o parecer os autos serão conclusos para decisão.
o Medida cautelar (liminar): não tem na lei. STF entende pela impossibilidade de
liminar em MI.
- O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração, desde que fundada em outros elementos probatórios.
PROCEDIMENTO E EFEITOS DA DECISÃO DE MÉRITO.
- É adotada a corrente concretista individual intermediária. Ou seja, o judiciário fixa um
tempo para o órgão em mora suprir a omissão. Não suprida a omissão, o tribunal criará
uma norma concreta.
- 1º: dá ciência e determina prazo razoável.
- 2º: não suprida a mora legislativa, estabelece as condições em que se dará o
exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o
caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a
exercê-los.
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§ 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por
decisão monocrática do relator.
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da
impetração fundada em outros elementos probatórios.
Art. 10. Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de
qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou
de direito.
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta
Lei.
● Mandado de injunção coletivo:
o MP: defesa da ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais
ou individuais indisponíveis.
o Defensoria: promoção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais
e coletivos dos necessitados.
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● Para os livros fazerem prova em favor do empresário, além de serem escriturados sem vício
extrínsecos e intrínsecos, devem ser confirmados por outros subsídios. Para fazer prova
contra, basta existir.
● Em regra, o livro empresarial é coberto por sigilo, salvo quando for necessária sua exibição de
forma PARCIAL. Súmula 260 do STF e artigo 382 do CPC.
o A demonstração integral é só em caso de sucessão, comunhão ou sociedade,
administração ou gestão à conta de outrem ou em caso de falência.
o O sigilo não se aplica às autoridades fazendárias no exercício da fiscalização.
● Único livro obrigatório é o DIÁRIO, que pode ser substituído por fichas. Outros livros podem
ser exigidos, como trabalhista, fiscal e previdenciário, porém não são empresariais.
● Para que o conjunto de bens seja considerado estabelecimento, este conjunto de bens deve
ser organizado. Assim, estabelecimento é o conjunto de bens ORGANIZADO, voltados a uma
atividade lucrativa.
● Firma pode ser usada por empresário ou sociedade empresária, a exemplo da LTDA.
● STJ: Tanto o imóvel registrado em nome do empresário, quanto da sociedade empresária,
utilizados como residência e como estabelecimento comercial, são abrangidos pela
impenhorabilidade prevista na lei 8009/90.
● Ação renovatória de aluguel de imóvel comercial: contrato escrito e prazo determinado + 5
anos de relação contratual contínua, podendo esses 5 anos ser de renovação contratual,
334 podendo esse cálculo ser feito com o período do sucessor ou cessionário do locatário +
explorar a mesma atividade econômica nos últimos 3 anos.
o A proteção dada pela lei é ao ponto comercial, e não ao locador nem ao
locatário. Trata-se do direito de inerência ao ponto.
o Há um prazo DECADENCIAL de 1 ano para o final do contrato e termina em 6
meses antes de findar o contrato.
o Em caso de sublocação, a ação é de competência exclusiva do sublocatário,
sendo desnecessário litisconsórcio.
o Exceções de retomada (permitem o locador retomar o imóvel)
▪ O poder público solicitar reforma no imóvel que implique radical
transformação.
▪ Próprio locador realizar reforma no imóvel que resulte em sua
valorização.
▪ Em caso de proposta insuficiente para renovação, aferindo-se o valor
locativo real do imóvel.
▪ Em caso de proposta melhor de terceiro apresentada pelo locador no
bojo da ação renovatória. Se o locatário sair do imóvel, terá direito a
uma indenização.
▪ Para estabelecimento de uso comercial existente há mais de um ano,
sendo detentor da maioria do capital social o locador, cônjuge,
ascendente ou descendente. Não pode ser no mesmo ramo do antigo
locatário.
▪ Para uso próprio: não pode ser no mesmo ramo do locatário.
o Cabe ação renovatória contra shopping center.
● Em caso de trespasse e sendo o imóvel locado, deve haver consentimento do locador do
imóvel, não havendo sub-rogação automática do contrato de locação.
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● Súmula 503-STJ: O prazo para ajuizamento de ação monitória em face do emitente de cheque
sem força executiva é quinquenal, a contar do dia seguinte à data de emissão estampada na
cártula. Editada pela 2ª Seção do STJ e publicada no DJe 10/02/2014 (Info 533). (C-DE)
● Súmula 270 STJ: O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em
execução que tramita na justiça estadual, não desloca a competência para a justiça federal.
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● Em ação de nulidade de registro de marca que o INPI não deu causa nem ofereceu resistência
direta, não cabe condenação do instituto em honorários advocatícios.
● A patente poderá ser requerida em nome próprio, pelos herdeiros ou sucessores do autor,
pelo cessionário (adquirente) ou por aquele a quem a lei ou o contrato de trabalho ou de
prestação de serviços determinar que pertença a titularidade.
● É possível que pessoa jurídica seja titular de direitos autorais, na situação em que a empresa
figure como encomendada de obras intelectuais. Assim, ocorrendo a utilização indevida da
obra encomendada, sem a devida autorização, caberá à pessoa jurídica contratada pleitear a
reparação dos danos sofridos. Aqui é direitos autorais, OK? Não é propriedade industrial.
● Retribuição anual de patente:
o Art. 87 da LPI impõe seja o titular da patente intimado de sua
extinção/arquivamento por falta de pagamento, para o ensejo de, em três
meses, regularizar o pagamento e obter a restauração.
o O STJ rechaça a tese de que tal notificação somente seria cabível se a
inadimplência fosse de uma única retribuição. Deve sempre ser notificado,
independentemente do número de retribuição devida.
o Aspecto subjetivo: tanto os pedidos nacionais quanto os internacionais se
submetem ao pagamento, preordenado que é a tutela estatal do monopólio
garantido ao titular da patente.
o Aspecto temporal: o vencimento se dá a partir do terceiro ano de depósito, e
344 os pagamentos anuais devem ser feitos, em regra, nos três meses iniciais,
podendo ser feito, com acréscimo, nos seis meses subsequentes.
o Aspecto consequencial: a ausência do pagamento acarreta o arquivamento do
pedido ou a perda da patente, que podem ser restaurados mediante
pagamento atempado do depositante ou titular, tão logo cientificados do
arquivamento.
▪ Exige-se notificação prévia do respectivo titular/depositante da
patente para que haja o arquivamento de pedido ou a extinção da
patente por falta de pagamento da retribuição anual.
● O conjunto-imagem (trade dress) é a soma de elementos visuais e sensitivos que traduzem
uma forma peculiar e suficientemente distintiva, vinculando-se a identidade visual, de
apresentação do bem no mercado consumidor. Não se confunde com a patente, o desenho
industrial ou a marca, apesar de poder ser constituído por elementos passíveis de registro, a
exemplo da composição de embalagens por marca e desenho industrial. É passível de proteção
judicial quando a utilização de conjunto similar resulte em ato de concorrência desleal, em
razão de confusão ou associação com bens e produtos concorrentes. Justiça Estadual.
o As questões acerca do trade dress (conjunto-imagem) dos produtos,
concorrência desleal e outras demandas afins, por não envolver registro no
INPI e cuidando de ação judicial entre particulares, é inequivocamente de
competência da Justiça estadual, já que não afeta interesse institucional da
autarquia federal. No entanto, compete à Justiça Federal, em ação de nulidade
de registro de marca, com a participação do INPI, impor ao titular a abstenção
do uso, inclusive no tocante à tutela provisória.
o
● Os contratos que impliquem transferência de tecnologia, para produzirem efeitos em relação a
terceiros precisam ser registrados e/ou averbados no INPI.
o O INPI pode avaliar as cláusulas abusivas e ilegais, exigindo alteração? SIM!
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Não se aplica o CDC aos contratos celebrados entre empresários em que um dos contratantes
tenha por objetivo suprir-se de insumos para sua atividade de produção, comércio ou
prestação de serviços.
o STJ tem entendido que empresa não é considerado consumidor quando
adquire produtos ou serviços que são utilizados direta ou indiretamente na
atividade econômica que exercem.
o Os contratos empresariais estão sujeitos ao CC ou CDC, dependendo das
condições dos contratantes. O contrato empresarial está sujeito ao CC, se
verificada situação de igualdade, e ao CDC, se verificada vulnerabilidade
técnica, econômica ou jurídica.
o No entanto, quando o empresário individual ou a sociedade empresária
adquirem produtos ou serviços na qualidade de destinatários finais
econômicos deles, o STJ entende configurada a relação de consumo,
aplicando-se o CDC
Nos contratos empresariais, o dirigismo contratual (interferência do Estado) deve ser mitigado,
tendo em vista a simetria natural das relações interempresariais.
O contrato empresarial cumpre sua função social quando não acarreta prejuízo a direitos ou
interesses, difusos ou coletivos, de titularidade de sujeitos não participantes da relação
negocial.
Aplicam-se aos negócios jurídicos entre empresários a função social do contrato e a boa-fé
objetiva, em conformidade com as especificidades dos contratos empresariais.
347 Não se presume violação à boa-fé objetiva e o empresário, durante as negociações do contrato
empresarial, deve preservar segredo de empresa ou administrar a prestação de informações
reservadas, confidenciais ou estratégicas, com o objetivo de não colocar em risco a
competitividade de sua atividade
11.6.1. Alienação Fiduciária
Meio pelo qual uma parte aliena à outra (ao banco) um determinado bem, com o dever de
devolvê-lo quando da ocorrência de um determinado fato, que via de regra, é o pagamento.
Geral: trata-se de contrato em que obrigações em geral também poderão ser garantidas,
inclusive por terceiros, por cessão fiduciária de direitos creditórios decorrentes de contratos
de alienação de imóveis, por caução de direitos creditórios ou aquisitivos decorrentes de
contratos de venda ou promessa de venda de imóveis por alienação fiduciária de coisa imóvel.
o A lei não exige que o contrato de alienação fiduciária de imóvel se vincule ao
financiamento do próprio bem, de modo que é legítima a sua formalização
como garantia de toda e qualquer obrigação pecuniária, podendo inclusive
ser prestada por terceiros. Inteligência dos arts. 22, § 1º, da Lei nº .514/1997
e 51 da Lei nº 10.931/2004.
o A garantia pode ser empregada para dívida não compreendida no âmbito do
Sistema Financeiro Imobiliário, isto é, não relacionada com aquisição nem com
construção ou reforma no imóvel.
● Teoria do adimplemento substancial: Por meio da teoria do adimplemento substancial,
defende-se que, se o adimplemento da obrigação foi muito próximo ao resultado final, a parte
credora não terá direito de pedir a resolução (statos quo ante) do contrato porque isso
violaria a boa-fé objetiva, já que seria exagerado, desproporcional, iníquo. No caso do
adimplemento substancial, a parte devedora não cumpriu tudo, mas quase tudo, de modo que
o credor terá que se contentar em pedir o cumprimento da parte que ficou inadimplida ou
então pleitear indenização pelos prejuízos que sofreu, e não pedir a resolução do contrato.
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● Súmula 92-STJ: A terceiro de boa-fé não é oponível a alienação fiduciária não anotada no
certificado de registro do veículo automotor.
● Súmula 384-STJ: Cabe ação monitória para haver saldo remanescente oriundo de venda
extrajudicial de bem alienado fiduciariamente em garantia.
● Súmula 28-STJ: O contrato de alienação fiduciária em garantia pode ter por objeto bem que já
integrava o patrimônio do devedor.
● A propriedade da instituição financeira é resolúvel, pois finda-se com o pagamento do valor
estipulado no contrato de mútuo. Após, a instituição (fiduciário) perderá a propriedade em
favor do fiduciante.
● Impossibilidade de purgar a mora nos contratos firmados a após a vigência da lei 10931 – não
dá para pagar só os atrasados. Quando cumprida a busca e apreensão, o devedor terá 5 dias
para pagar a integralidade do débito, e não só purgar a mora.
● Se não for encontrado o bem na busca e apreensão, o credor pode requerer a conversão em
ação executiva.
11.6.2. Franquia
O comerciante que possui uma marca ou um produto permite que outro a utilize, mediante
remuneração e prestação de serviços.
Necessita de: licença de utilização da marca + prestação de serviços.
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A franquia não é um contrato de consumo (regido pelo CDC), mas, mesmo assim, é um
contrato de adesão. Segundo o art. 4º, § 2º da Lei nº 9.307/96, nos contratos de adesão, a
cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente: • tomar a iniciativa de instituir a
arbitragem; ou • concordar, expressamente, com a sua instituição, por escrito, em documento
anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa cláusula. Todos os
contratos de adesão, mesmo aqueles que não consubstanciam relações de consumo, como
os contratos de franquia, devem observar o disposto no art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96.
Assim, é possível a instituição de cláusula compromissória em contrato de franquia, desde
que observados os requisitos do art. 4º, § 2º, da Lei nº 9.307/96. STJ. 3ª Turma. REsp
1602076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591)
11.6.3. Contratos bancários
Negócio jurídico em que uma das partes é banco ou instituição financeira.
Depósito: real, oneroso, unilateral.
Súmula 596-STF: As disposições do Decreto 22.626 de 1933 (Lei de Usura) não se aplicam às
taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações realizadas por instituições
públicas ou privadas, que integram o sistema financeiro nacional. A lei de usura limita a 12%
os juros anuais.
o Súmula 382-STJ: A estipulação de juros remuneratórios superiores a 12% ao
ano, por si só, não indica abusividade.
o Aplica-se o CDC aos contratos bancários, mas, no que tange à taxa de juros
cobrada pelas instituições financeiras, as regras não são as do CDC e sim as da
349 Lei nº 4.595/64 e da Súmula 596 do STF.
o Súmula 596 STF: As disposições do Decreto 22.626/1933 (lei de usura) não se
aplicam às taxas de juros e aos outros encargos cobrados nas operações
realizadas por instituições públicas ou privadas, que integram o Sistema
Financeiro Nacional.
Abertura de crédito: bilateral, oneroso, consensual, execução sucessiva, intuito personae.
Sum 233 STJ: O contrato de abertura de crédito (rotativo ou cheque especial), ainda que
acompanhado de extrato da conta corrente, não é título executivo.
o Súm 274: Entretanto, instruído com demonstrativo de débito, constitui
documento hábil para o ajuizamento da ação monitória.
Sum 300 STJ: O instrumento de confissão de dívida, ainda que originário de contrato de
abertura de crédito, constitui título executivo extrajudicial.
Nos contratos bancários é vedado ao julgador conhecer, de ofício, abusividade das cláusulas.
Súmula 530-STJ: Nos contratos bancários, na impossibilidade de comprovar a taxa de juros
efetivamente contratada — por ausência de pactuação ou pela falta de juntada do
instrumento aos autos —, aplica-se a taxa média de mercado, divulgada pelo Bacen, praticada
nas operações da mesma espécie, salvo se a taxa cobrada for mais vantajosa para o devedor.
Súmula 72-STJ: A comprovação da mora é imprescindível à busca e apreensão do bem alienado
fiduciariamente.
Súmula 283-STJ: As empresas administradoras de cartão de crédito são instituições financeiras
e, por isso, os juros remuneratórios por elas cobrados não sofrem as limitações da Lei de
Usura.
Súmula 479-STJ: As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por
fortuito interno relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações
bancárias.
o NÃO RESPONDEM quando a operação for realizada com senha pessoal do correntista.
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posse direta.
Ex.: determinada empresa Ex.: a Boeing CapitalCorporation® Ex.: em 2001, a Varig®, a fim
(arrendatária) quer utilizar uma (arrendadora) celebra contrato de se recapitalizar, vendeu
nova máquina em sua linha de de arrendamento para alugar algumas aeronaves à Boeing®
produção, mas não tem recursos cinco aeronaves à GOL® e os alugou de volta por meio
suficientes para realizar a (arrendatária) a fim de que esta de um contrato de lease back.
aquisição. Por esse motivo, utilize os aviões em seus voos. A
celebra contrato arrendadora também ficará
de leasing financeiro com um responsável pela manutenção dos O nome completo desse
Banco (arrendador), que compra aviões. negócio jurídico, em inglês,
o bem e o arrenda para que a é sale and lease back (venda e
empresa utilize o maquinário. arrendamento de volta).
Normalmente, a intenção da Normalmente, a intenção da Em geral é utilizado como uma
arrendatária é, ao final do arrendatária é, ao final do forma de obtenção de capital
contrato, exercer seu direito de contrato, NÃO exercer seu direito de giro.
compra do bem. de compra do bem.
11.6.5. Factoring
A empresa de factoring que receba uma cessão de créditos (de direitos e obrigações) tem
legitimidade para figurar no polo passivo de ação que pede a revisão do pacto.
352 No contrato de factoring, a transferência dos créditos não ocorre por simples endosso, mas
sim por cessão de crédito, subordinando-se, portanto, à disciplina do Código Civil (art. 294), o
que autoriza ao devedor a oponibilidade das exceções pessoais em face da autorizada.
As empresas de factoring não podem ser tidas como instituições financeiras, pois
desempenham atividades de fomento mercantil, em que se acorda a compra e venda de
créditos vencíveis, com preço certo e ajustado e com recursos próprios. Isto posto, seus juros
estão limitados em 12% ao ano, de acordo com a Lei de Usura, justamente por não se
equipararem às instituições financeiras.
No contrato de factoring, o faturizado fica desobrigado do risco do inadimplemento, que
ficará a cargo do faturizador (factoring). No contrato de desconto de títulos, o cliente que faz a
troca continua responsável pela solvência do devedor principal.
A faturizadora tem direito de regresso contra a faturizada que, por contrato de factoring
vinculado a nota promissória, tenha cedido duplicatas sem causa subjacente (sem ter
realmente ocorrido a venda).
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● Segundo o STJ, a suspensão dos feitos prevista no art. 6º da Lei de Falências atinge somente
feitos executivos. A homologação da sentença estrangeira tem natureza constitutiva, uma vez
que esse procedimento, por si só, não implica em execução contra o devedor. Assim, o fato da
empresa se encontrar em recuperação judicial NÃO obsta a homologação de sentença
arbitral estrangeira (SEC 14.408-EX)
● Qualquer decisão que afete os bens da empresa em recuperação deverá ser tomada pelo juízo
onde tramita a recuperação. O juízo onde tramita o processo de recuperação judicial é o
competente para decidir sobre o destino dos bens e valores objeto de execuções singulares
movidas contra a recuperanda, ainda que se trate de crédito decorrente de relação de
consumo.
● STJ: A sociedade não tem legitimidade para o ajuizamento de ação que tenha o objetivo de
receber valor que deveria ter sido exigido pela massa falida, mas não o foi. Uma vez decretada
a sua falência, a sociedade não possui personalidade jurídica e, por isso, não pode postular, em
nome próprio, representada por um de seus sócios, direitos da massa falida, nem mesmo em
caráter extraordinário. Somente a massa falida, através de seu representante legal, que é o
síndico/administrador, tem legitimidade para postular em juízo buscando assegurar seus
próprios direitos.
● Com a novação prevista no plano de recuperação judicial, as garantias reais ou fidejussórias,
de regra, são preservadas, circunstância que possibilita ao credor exercer seus direitos contra
terceiros garantidores coobrigados e impõe a manutenção das ações e execuções aforadas em
354 ● face de fiadores, avalistas ou coobrigados em geral.
Caso um advogado tenha créditos de honorários advocatícios para receber da sociedade
empresária falida, tais créditos estarão em PRIMEIRO lugar.
o Por outro lado, os honorários de advogado resultantes de trabalhos prestados à
massa falida, depois de ter sido decretada a falência não se enquadram no art. 83,
inciso I, da Lei 11.101/05, mas sim no art. 84 e são considerados como créditos
extraconcursais.
● A decretação de falência interrompe o curso da prescrição aquisitiva que corre contra a
empresa, de propriedade de massa falida, visto que o possuidor, seja o falido ou terceiros,
perde a posse pela incursão do Estado na sua Esfera jurídica.
● Em regra, estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido
de recuperação judicial, ainda que não vencidos.
o Não estão sujeitos à recuperação judicial créditos de alienação fiduciária e as
ações relacionadas com tais créditos, que podem continuar ou ser propostas.
▪ Exceção da exceção: se a garantia da alienação fiduciária for o imóvel
que funciona o estabelecimento do devedor ou forem bens móveis
essenciais à atividade empresarial da empresa em recuperação
judicial, nesse caso, mesmo sendo crédito de alienação fiduciária,
deverá ficar sujeita aos efeitos da recuperação judicial. DEVE SER
ESSENCIAL ao funcionamento, se não for, fica fora.
● Complementando este entendimento, e pelo fato de o ente público não participar do acordo
privado da recuperação judicial, a Lei de Falências e o CTN condicionam a recuperação judicial
à regularização dos débitos fiscais e apresentação de certidões negativas, conforme,
respectivamente, seus artigos 57 e 191-A. Isso significa que devem parcelar o débito, nas
condições fornecidas pela lei para as empresas em recuperação ou falência.
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empresária que figura como devedora solidária de empresa estatal não impede que os
credores exijam desta a satisfação total da obrigação devida.
● xAção revocatória possui o prazo de 3 anos, e não 5, no processo de falência.
● Não se aplica falência à SEM e EP, sendo os entes políticos subsidiariamente responsáveis.
● A extinção das obrigações do FALIDO não impede o prosseguimento de execução ajuizada
contra os codevedores, como avalista e devedor solidário.
● Os direitos do proprietário fiduciário não podem ser suspensos na hipótese de recuperação
judicial, já que a posse direta e indireta do bem e a conservação da garantia são direitos
assegurados ao credor fiduciário pela lei e pelo contrato
● A empresa em recuperação judicial, apesar de suspensas as ações e execuções contra esta,
não tem direito de tirar seu nome dos serviços de restrição de crédito e tabelionatos de
protesto. Isso porque essa providência (suspensão das ações e execuções) não significa que o
direito dos credores tenha sido extinto. A dívida continua existindo. Assim, se continua
existindo, não se pode aceitar a retirada do nome da empresa em recuperação dos serviços de
proteção ao crédito e tabelionato de protestos.
● Crime contra a economia popular não está previsto na lei de falência como impedimento
ensejador de decretação em caso de condenação, mas tão somente no código civil, dispondo
que não poderá ser administrador quem for condenado por crime contra a economia popular.
● O credor deverá apresentar ao administrador judicial da falência o valor do seu crédito,
atualizado com juros e correção monetária. Vale ressaltar que o termo final da incidência dos
356 juros e correção monetária é a data do pedido de recuperação judicial, nos termos do art. 9º,
II, da Lei nº 11.101/2005. Assim, mesmo que a sentença condenatória transitada em julgado
tenha determinado que os juros e correção monetária iriam incidir até a data do efetivo
pagamento, quando este crédito for habilitado na recuperação judicial ele será atualizado até
a data do pedido de recuperação judicial. Segundo o STJ decidiu, isso não ofende a coisa
julgada. Nesse sentido: Não ofende a coisa julgada a decisão de habilitação de crédito que
limita a incidência de juros de mora e correção monetária, delineados em sentença
condenatória de reparação civil, até a data do pedido de recuperação judicial.
● O fato de a empresa se encontrar em recuperação judicial não obsta a homologação de
sentença arbitral estrangeira. No caso, empresa brasileira foi condenada, em sentença arbitral
proferida na Suíça, a pagar determinada quantia a empresa estrangeira. A credora pediu a
homologação desta sentença no STJ. A empresa brasileira encontra-se em processo de
recuperação judicial no Brasil. Isso, contudo, não impede que o STJ homologue esta sentença
estrangeira. Depois, a credora terá que habilitar este crédito no juízo da recuperação.
● Execução Frustrada: art. 94, II da LRE: o devedor é executado por qualquer quantia líquida,
mas não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal.
no qual for proposta a ação de conhecimento (aqui, no caso, é a Vara de Fazenda Pública),
competente para julgar ações contra a Fazenda Pública, de acordo as respectivas normas de
organização judiciária.
o Regra: todas as ações devem ser propostas no juízo universal, contra o falido.
o Exceção: ações em andamento ou novas, que demandam quantias ilíquidas
devem ser processadas no juízo cível.
▪ Ação por danos morais é considerada ilíquida.
● É desnecessária a apresentação de Certidão de Dívida Ativa (CDA) para habilitação, em
processo de falência, de crédito previdenciário resultante de decisão judicial trabalhista.
● Se as verbas trabalhistas estão relacionadas com serviços prestados pelo empregado em
momento anterior ao pedido de recuperação judicial, tais verbas também estarão sujeitas a
esse procedimento (falência), mesmo que a sentença trabalhista tenha sido prolatada
somente depois do deferimento da recuperação. A consolidação do crédito trabalhista (ainda
que inexigível e ilíquido) não depende de provimento judicial que o declare — e muito menos
do transcurso de seu trânsito em julgado —, para efeito de sua sujeição aos efeitos da
recuperação judicial.
● Os bondholders – detentores de títulos de dívida emitidos por sociedades em recuperação
judicial e representados por agente fiduciário – têm assegurados o direito de voto nas
deliberações sobre o plano de soerguimento.
● O autor do pedido de falência não precisa demonstrar que existem indícios da insolvência ou
357 da insuficiência patrimonial do devedor, bastando que a situação se enquadre em uma das
hipóteses do art. 94 da Lei nº 11.101/2005. Assim, independentemente de indícios ou provas
de insuficiência patrimonial, é possível a decretação da quebra do devedor que não paga, sem
relevante razão de direito, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos
executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos
na data do pedido de falência (art. 94, I, da Lei nº 11.101/2005)
o Art. 94. Será decretada a falência do devedor que:
I – sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida
materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o
equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência;
II – executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à
penhora bens suficientes dentro do prazo legal; Execução frustrada.
Não ofende a coisa julgada a decisão de habilitação de crédito que limita a incidência de juros
de mora e correção monetária, delineados em sentença condenatória de reparação civil, até a
data do pedido de recuperação judicial. O credor deverá apresentar ao administrador judicial
da falência o valor do seu crédito, atualizado com juros e correção monetária. Vale ressaltar
que o termo final da incidência dos juros e correção monetária é a data do pedido de
recuperação judicial, nos termos do art. 9º, II, da Lei nº 11.101/2005.
o Decretação da falência (data da sentença).
o Pedido de recuperação judicial (data do pedido de recuperação judicial).
No processo de falência, a incidência de juros e correção monetária sobre os créditos
habilitados deve ocorrer até a decretação da quebra, entendida como a data da prolação da
sentença e não da sua publicação.
A certeza quanto à irreversibilidade da decisão que decretou a falência de uma empresa
devedora permite que as ações de execução movidas contra ela, suspensas em razão do
processo de recuperação judicial, sejam extintas. STJ
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o A LRF previa no art. 12, §2º a mesma coisa, mas sem a exceção do congresso
poder autorizar a quebra da regra de ouro. ADIN deu interpretação
conforme a CF para que seja feito sob autorização do Poder Legislativo.
● INSTITUIÇÃO DE FUNDOS: individualização de recursos que recebem finalidade específica.
Forma de descentralização de recursos orçamentários.
o Condições para instituição e funcionamento: lei complementar.
o Efetiva instituição: lei ordinária.
● A decisão do STF que declarou inconstitucional a correção monetária dos precatórios pela TR
(caderneta de poupança) não tem eficácia retroativa, mas sim prospectiva.
● Para os Estados e Municípios que não estiverem autorizados a editar medidas provisórias pela
Constituição Estadual/Lei Orgânica, o ato de abertura dos créditos extraordinários será o
decreto do executivo.
● STF: apenas quando presente alguma situação fática análoga ou igual a guerra, calamidade
pública e comoção interna é que se estaria autorizada a abertura de créditos extraordinários
por meio de medida provisória. Os requisitos constitucionais de imprevisibilidade e urgência
para abertura de créditos extraordinários, diferentemente dos requisitos de uma MP genérica,
gozam de densidade normativa própria passível de controle pelo judiciário.
o Isto posto, no caso de investimentos do governo, o crédito a ser exigido será
suplementar ou especial e não extraordinário e, por isso, será necessária
prévia aprovação do legislativo ara sua abertura, de modo a fazer face às
despesas de execução de investimentos.
359 ● Inconstitucional norma estadual que subordina convênios, acordos, contratos e atos de
Secretários de Estado à aprovação da ALE, porque ofende o princípio da independência e
harmonia dos poderes.
o Lado outro, na órbita federal, os contratos devem ser aprovados previamente
pelo TCU.
● Se a receita de um tributo é destinada a fim diverso daquele previsto (vinculação
inconstitucional), gera apenas a necessidade de fazer a correta vinculação, não ensejando
devolução ao contribuinte, uma vez que a tributação é e foi constitucional.
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que: (i) não tenham o objetivo de distribuir lucros e que (ii) não atuem em regime de
mercado/concorrencial.
● REGIME DE PRECATÓRIOS:
o Quem completar 60 anos na fila do precatório possui preferência.
▪ STF: A limitação de valor para o direito de preferência previsto no art.
100, § 2º, da CF aplica-se para cada precatório de natureza alimentar,
e não para a totalidade dos precatórios alimentares de titularidade de
um mesmo credor preferencial, ainda que apresentados no mesmo
exercício financeiro e perante o mesmo devedor. A CF/88 não proibiu
que a pessoa maior de 60 anos ou doente grave participasse da
listagem de credor superpreferencial do § 2º por mais de uma vez. Ela
só proibiu que o precatório recebido fosse maior do que 3x o valor da
RPV. Logo, não cabe ao intérprete criar novas restrições não previstas
no texto constitucional.
o Caso o titular de um crédito de preferência venha a falecer, o crédito
transferido ao herdeiro permanecerá com a mesma preferência. O mesmo
não ocorre na cessão de precatório. O mesmo não ocorre na cessão de
precatórios para pessoa que não tenha preferência.
o Para aferição de competência por valor da causa e expedição de RPV em ações
plúrimas, deve-se aferir o valor pleiteado INDIVIDUALMENTE por cada um dos
litisconsortes, e não o valor total da ação.
▪ Os honorários advocatícios possuem divergência.
366 ▪ SIM. É legítima a execução de honorários sucumbenciais
proporcional à respectiva fração de cada um dos substituídos
processuais em "ação coletiva" contra a Fazenda Pública (STF. 1ª
Turma. RE 919269 AgR/RS, RE 913544 AgR/RS e RE 913568 AgR/RS,
Rel. Min. Edson Fachin, julgados em 15/12/2015. Info 812).
▪ Ratio decidendi: é contraproducente exigir que a execução dessas
demandas ficasse vinculada ao todo, proibindo a execução facultativa
e individualizada das partes substituídas no processo original. Isso
levaria ao enfraquecimento do movimento de coletivização das
demandas de massa e provavelmente geraria proliferação de
processos, pois nada impediria que os advogados fracionassem os
litisconsórcios facultativos para depois executarem os honorários de
forma proporcional ao valor principal de cada cliente.
▪
NÃO. Não é possível fracionar o crédito de honorários advocatícios
em litisconsórcio ativo facultativo simples em execução contra a
Fazenda Pública por frustrar o regime do precatório (STF. 2ª Turma.
RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min.
Dias Toffoli, julgado em 7/11/2017. Info 884). É a corrente que
prevalece.
STF. 2ª Turma. RE 1038035 AgR/RS, rel. orig. Min. Edson Fachin, red.
p/ o ac. Min. Dias Toffoli, julgado em 7/11/2017 (Info 884).
▪ Ratio decidendi: O fato de terem sido vários autores e de cada um
deles ter direito a uma parte na condenação não faz com que o valor
dos honorários também possa ser dividido. Isso porque o titular do
crédito de honorários é um só. Além disso, os honorários advocatícios
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o § 4º Para os fins do disposto no § 3º, poderão ser fixados, por leis próprias,
valores distintos às entidades de direito público, segundo as diferentes
capacidades econômicas, sendo o mínimo igual ao valor do maior benefício
do regime geral de previdência social.
o Deve-se atender ao princípio da proporcionalidade ao fixar o valor mínimo.
o SIM. Os Estados/DF e Municípios podem fixar limites inferiores ou superiores
àqueles que estão previstos no art. 87 do ADCT. Na prática, contudo, será
muito difícil que um Estado amplie o limite do art. 87 porque, em tese, ele
prejudica suas finanças considerando que terá mais débitos a serem pagos por
RPV.
Para que se verifique a legitimidade do cessionário de honorários advocatícios sucumbenciais
para se habilitar no crédito consignado no precatório há necessidade de preenchimento dos
seguintes requisitos: (a) comprovação da validade do ato de cessão dos honorários, realizado
por escritura pública e (b) discriminação no precatório do valor devido a título da respectiva
verba advocatícia, não preenchendo esse último requisito a simples apresentação de planilha
de cálculo final elaborada pelo Tribunal de Justiça.
Condenações contra Fazenda Pública: JUROS E CORREÇÃO MONETÁRIA.
o Relação Jurídica Tributária: Correção e Juros é SELIC, mesmo índice que
remunera os tributos devidos. (SELIC = Juros moratórios + correção
monetária). Não pode correção monetária + SELIC, sob pena de bis in idem.
o Relação Jurídica Não-Tributária:
Correção: IPCA-E
370 Juros: continuam sendo aplicados os juros da poupança – TR.
o A decisão do STF que declarou inconstitucional a correção monetária dos
precatórios pela TR (caderneta de poupança) não tem eficácia retroativa, mas
sim prospectiva.
371 precatórios.
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o Caso não o faça, há vedação de transferências voluntárias para o ente que não
observe tal disposição em relação aos IMPOSTOS.
● As empresas estatais não dependentes não estão sujeitas à LRF. São excluídas expressamente
pela lei.
● Só é permitida reestimativa de receita se ficar comprovado erro ou omissão de ordem técnica
ou legal
● As transferências voluntárias, ainda que o município esteja inadimplente, não são
interrompidas no que concerne a recursos destinados à educação, saúde, ações sociais e em
faixa de fronteira.
● Os Tribunais entendem que deve ser dado interpretação restritiva do conceito de ações sociais
aptas a legitimarem as transferências voluntárias excepcionais. Ou seja, o caso de
transferências voluntárias aos entes inadimplentes deve ser interpretado de forma restritiva.
● O Novo Regime Fiscal (EC 95/2016) representa uma limitação temporária dos gastos primários
do Poder Público ao valor efetivamente despendido no ano anterior, corrigido apenas pela
inflação. Sua aplicação encontra-se expressamente restrita ao Orçamento Fiscal e da
Seguridade Social, não abrangendo o Orçamento de Investimento.
12.7. Controle da atividade financeira – Políticas Públicas
● É viável o controle judicial das políticas públicas relativas à educação e à saúde, mas não se
poderá exigir a imediata efetivação do comando fundado no texto da CF quando comprovada,
objetivamente, a incapacidade econômico-financeira da pessoa estatal.
373 o A cláusula da reserva do possível, ressalvada a ocorrência de justo motivo
objetivamente aferível, não pode ser invocada, pelo Estado, com a finalidade
de exonerar-se do cumprimento de suas obrigações constitucionais,
notadamente quando, essa conduta governamental negativa poder resultar
nulificação ou até mesmo aniquilação de direitos constitucionais impregnados
de um sentido de essencial fundamentalidade.
● O judiciário não pode, como regra, determinar políticas públicas, entretanto, quando a
obrigação de efetivar tal política advenha diretamente da constituição, o judiciário pode impor
a obrigação de fazer ao Executivo.
● Cabe Ação Popular contra lei orçamentária, desde que o cidadão fundamente alguma infração
à disposição de lei ou da CF.
● MACROJUSTIÇA: Realizada pelo Poder Executivo com fulcro na “justiça distributiva”,
consistente em opções políticas em vista do bem comum, tomando por base uma amplitude
global da política pública e os seus potenciais destinatários.
● MICROJUSTIÇA: Realizada pelo PODER JUDICIÁRIO, que está vocacionado apenas a solucionar
o caso concreto (em regra, individual), a partir de sua visão míope da realidade lato sensu, da
política reclamada e à míngua de aferição acerca do prejuízo à política pública como um todo,
resultante da efetivação dos provimentos judiciais.
A prestação de contas deve ser verificada no tocante a cada um dos Presidentes em exercício e
em consonância com o respectivo período de gestão. O período de gestão é dado
imprescindível na determinação de responsabilidades de cada gestor. O direito brasileiro,
inclusive e principalmente o direto administrativo, consagram o princípio da individualização
da responsabilidade e, em consequência, da pena em caso de sanção.
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Não há exceção à irretroatividade tributária no que concerne ao fato gerador. Lembrar que
interpretação benigna retroage.
O confisco é previsto na CF como sanção penal (perda de bens). Isto posto, o princípio da não
utilização de tributo com efeito de confisco dá-se, principalmente, pela falta de
correspondência entre a punição de um ato ilícito e a cobrança de um tributo. O tributo não é
sanção por ato ilícito.
o Não se confunde com pena de perdimento por ilícito administrativo tributário.
Pagamento em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: a dação em pagamento não
derroga tal benefício, vez que o tributo é extinto pelo pagamento ou outras hipóteses
previstas no próprio CTN.
o STF: inconstitucional lei que permita dação em pagamento de materiais
destinados a atender a programas de governo. Reserva de lei complementar
para tratar da extinção do crédito tributário. Violação ao princípio da licitação.
o Há de se ressaltar que o STF já decidiu pela possibilidade dos Entes Federativos
estabelecerem outros meios não previstos no CTN para extinção de seus
créditos tributários, máxime porque podem conceder remissão e, quem pode
o mais pode o menos.
o Há discussão sobre compensação tributária com títulos da dívida pública.
Para entender a teoria pentapartida, é preciso levar em conta que o artigo 4º do CTN foi
parcialmente não recepcionado pela CF88, uma vez que leva em conta o nome do tributo e a
destinação legal do produto de sua arrecadação.
375 Lembrar que no tributo instituído/majorado por MP, deve ser convertido em lei até o último
dia do exercício financeiro em que foi editada para que produza efeito no exercício seguinte,
SALVO os tributos que são exceção à anterioridade anual II, IE, IOF, IPI, Empréstimo
compulsório guerra e IEG.
Não obstante exista o princípio da capacidade contributiva, em primado ao princípio da
isonomia, nem todos os tributos são delineados na lei em função da capacidade econômica do
contribuinte, de aspecto pessoal/subjetivo. Alguns são delineados em função do
serviço/produto.
Não obstante a CF diga que só os impostos devem levar em consideração o princípio da
capacidade contributiva, o STF entende que nada impede que o princípio da capacidade
contributiva seja levando em consideração na criação de taxas.
A pena de perdimento não constitui sanção que tenha por base a inadimplência do tributo. O
fato de a empresa ter pago todos os tributos não a exime de observar a legislação
alfandegária, podendo ser decreto o perdimento da mercadoria caso não tenha sido cumprida
a legislação tributária.
Não há na CF dispositivo que expressamente vede a concessão de moratórias heterônomas, ao
contrário do que ocorre com a vedação de isenções heterônomas. Entretanto, uma
interpretação que se baseia na autonomia dos entes políticos, afasta a concessão de
moratórias desta natureza.
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acordos homologados que integrem o salário de contribuição são tributos que dispensam a
constituição através de ato de lançamento pela autoridade fiscal, conforme entendimento
doutrinário.
● CIDE-Combustível (art. 177, §4º, CF) – ADIN 2925 STF:
o A tredestinação da sua receita não macula o tributo de inconstitucionalidade.
o Seria inconstitucional se a lei que instituísse o tributo criasse destinação
diversa da prevista na constituição. Entretanto, se a lei que a instituiu for
constitucional, mas apenas a sua destinação não fosse conforme a CF
determina, não haveria inconstitucionalidade do tributo.
o O desvio de verba previsto na LOA referente a tal tributo não torna a exação
inconstitucional, não sendo possível a restituição dos valores aos
contribuintes. Basta dar a destinação correta.
o O Governo não é obrigado a gastar todos os recursos. Isto porque pode haver
gasto dos recursos financeiros em exercício financeiro distinto. Art. 8°,
parágrafo único, LRF.
● É ilegal a disciplina de creditamento prevista nas Instruções Normativas da SRF ns. 247/2002 e
404/2004, porquanto compromete a eficácia do sistema de não-cumulatividade da
contribuição ao PIS e da COFINS, tal como definido nas Leis ns. 10.637/2002 e 10.833/2003 e o
conceito de insumo deve ser aferido à luz dos critérios de essencialidade ou relevância, ou
seja, considerando-se a imprescindibilidade ou a importância de determinado item - bem ou
serviço - para o desenvolvimento da atividade econômica desempenhada pelo Contribuinte.
STJ. 1ª Seção. REsp 1221170-PR, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 22/02/2018
378 (recurso repetitivo)
● CIDE não tem referibilidade. Contribuição profissional sindical tem.
● No CTN: “é irrelevante para determinar a espécie tributária a destinação legal do produto de
sua arredação foi revogada pela CF pelo sistema pentapartite.
● As contribuições sociais gerais possuem previsão constitucional, por isso podem ser instituídas
por meio de Lei ordinária.
● As contribuições especiais, podem ser instituídas por LC ou por LO.
o Se prevista na CF, v.g a CIDE, pode ser por LO.
o Se residual, não prevista na CF, por meio de LC.
● CIDE
o As bases de cálculos descritas no artigo 149, §2º, III, “a”, da CF são
exemplificativas (até hoje, 26/2/2018, há REx com repercussão geral pendente
de julgamente). A controvérsia recai sobre a folha de salário como base de
cálculo, uma vez que quando da redação original da CF não constava tal artigo
e, com a EC 33/01, não foi incluído o texto “folha de salário”, mas tão somente
o “faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de
importação, o valor aduaneiro”. Ocorre que, mesmo antes da EC, já existiam
CIDEs com BC sobre a folha de salário, como as contribuições ao SEBRAE (é
CIDE, e não contribuição de categoria), ao INCRA, APEX-BRASIL, ABDI, todas
ordinárias, com fundamento no artigo 149.
▪ Argumento dos contribuintes pela inconstitucionalidade: o rol do 149
é taxativo, não havendo folha de salário, de modo que a EC 33 tornou
inconstitucional a exação das CIDEs com BC de folhas de salário.
▪ Argumentos dos da Fazenda Nacional pela constitucionalidade: as BCs
trazidas pela EC 33 são facultativas, pois o texto fala “poderão ter
alíquotas..., tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor
da operação; logo, as BCs são exemplificativas; qualquer vedação com
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381 ● Os tablets, smartphones e laptops, embora se possam prestar a gravar livros, têm diversas
outras utilidades, de modo que conceder-lhes a imunidade seria autorizar o desvio de
finalidade desta a aspectos não contemplados pela regra constitucional, daí não se servirem da
benesse. Só se dá imunidade aos livros eletrônicos e aos seu LEITORES, que substituem o
papel.
● O antigo entendimento do STF era no sentido de que a posse indireta de bem da União, como
proprietária, não fazia cessar a imunidade recíproca em relação aos impostos, incidindo,
porém, as taxas. Entretanto, o STF mudou seu entendimento de modo que fixou a tese de que
se alugado para terceiro/particular que utilize o imóvel com finalidade econômica (atividade
econômica, com Petrobrás e Transpetro), não há que se falar em imunidade recíproca.
o Conferir imunidade à SEM e EP de atividade econômica, por alugar imóvel da
União, configuraria violação ao princípio da livre concorrência.
o Só cabe para EP e SEM prestadora de SERVIÇOS PÚBLICOS, como ECT, e outras,
que prestam serviços de água e esgoto.
● Os requisitos para o gozo de imunidade hão de estar previstos em lei complementar.
● Entidades beneficentes de assistência social (195 §7º) NÃO se confunde com instituições de
educação e de assistência social sem fins lucrativos (art. 150, VI, c). Ou seja: a imunidade de
contribuições, do artigo 195, não abrange necessariamente as mesmas beneficiárias da regra
de imunidade de impostos.
o O conceito de entidades beneficentes de assistência social não se pode
depreender diretamente da CF.
o Os requisitos materiais da imunidade dependem de lei complementar (art.
146), como o modo de atuação das entidades de assistência social.
o Os requisitos formais poderiam ser estabelecidos em lei ordinária, como
mecanismos de controle, fiscalização e certificação de tais entidades (CEBAS)
o Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência
social(CEBAS), no prazo de sua validade, possui natureza declaratória para fins
tributários, retroagindo seus efeitos à data em que demonstrado o
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384 ●
13.6. Obrigação Tributária e Responsabilidade Tributária
Obrigação principal e acessória: Fato gerador. Sujeito ativo e sujeito passivo. Capacidade
tributária. Domicílio tributário. Responsabilidade tributária. Solidariedade. Responsabilidade
dos sucessores. Responsabilidade por infrações. Elisão e evasão tributária. Ilícitos tributários.
Súm 554 STJ: Na hipótese de sucessão empresarial, a responsabilidade da sucessora abrange
não apenas os tributos devidos pela sucedida, mas também as multas moratórias ou punitivas
referentes a fatos geradores ocorridos até a data da sucessão”.
Súm 430 STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera, por si só, a
responsabilidade tributária do sócio gerente.
O depósito judicial não configura pagamento para fins de obtenção do instituto da denúncia
espontânea.
● A responsabilidade dos pais pelos tributos devidos por seus filhos, no texto da lei, é
SOLIDÁRIA. Contudo, em eventual dissertação, deve-se dizer que é subsidiária, uma vez que
primeiro procura o incapaz e depois o responsável.
● Elisão: atos lícitos anteriores à incidência tributária. Planejamento tributário.
● Evasão: prática, concomitante ou posterior à incidência da norma tributária, a partir da qual o
contribuinte se utiliza de formas ilícitas de negócios jurídicos com o objetivo de evitar o
pagamento da carga tributária.
● Evasão, elusão, elisão.
o Elisão: utilização de meios lícitos para evitar os encargos tributários ou torna-
los menos onerosos. Ocorre anteriormente ao fato gerador e consiste na
realização de planejamento tributário, sendo respaldado pelo ordenamento
jurídico.
o Evasão: utilização de meios ilícitos para evitar ou reduzir os encargos
tributários. Em geral, ocorre após à ocorrência do fato gerador, por meio de
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13.7.2. Extinção
● LC 118/2005: lançamento por homologação. Inaplicabilidade da regra do 5+5 para repetição.
Apesar da lei ser interpretativa, o STJ entendeu pela impossibilidade de aplicação retroativa
da lei. Assim, a interpretação só se aplica após a vigência da LC 118/2005. Ou seja, para
PAGAMENTOS efetivados a partir da vigência da lei.
o Relativamente aos pagamentos efetuados a partir da sua vigência (que
ocorreu em 09.06.05), o prazo para a ação de repetição do indébito é de cinco
anos a contar da data do pagamento; e relativamente aos pagamentos
anteriores, a prescrição obedece ao regime previsto no sistema anterior,
limitada, porém, ao prazo máximo de cinco anos a contar da vigência da lei
nova.
● Remissão: já está constituído o crédito, extinguindo tanto o tributo quanto as multas.
● As despesas destinadas ao serviço da dívida e ao reajustamento de remuneração de pessoal do
387 inciso X do artigo 37 da CRFB são exceções à regra de que é necessária a implantação de
medidas que visem ao aumento de receita pública, ntes da criação ou aumento das despesas
obrigatórias de caráter continuado.
● Para o tributo cujo lançamento ocorre por HOMOLOGAÇÃO, como o IR, ICMS, IPI dentre
outros, utiliza-se como norte para a contagem do prazo de homologação o art. 150, § 4º do
CTN, que inicia a contagem do FATO GERADOR. Mas de antemão, diante do caso prático,
deve-se fazer a seguinte análise: o contribuinte fez todo o procedimento do lançamento por
homologação e realizou o pagamento?
SIM, houve o pagamento. Então o prazo para homologar (corrigir eventuais valores)
deverá ser contado conforme o art. 150, § 4º do CTN (fato gerador). Declara a menor e
paga o que foi declarado: aqui deve-se corrigir as falhas pelo lançamento suplementar
de ofício (artigo 149, CTN) dentro do prazo de homologação (artigo 150, §4º) contado
do fato gerador, pois houve a constituição do tributo, mas de forma equivocada. Se
não corrigir, haverá decadência de constituir o que faltava e a consequente
homologação tácita.
NÃO, não houve o pagamento. Declarado mas não pago: Na hipótese de o sujeito
passivo ter feito todo o procedimento de lançamento, mas não realizado o
pagamento, a regra para contagem será de PRESCRIÇÃO!!! Pois já houve a constituição
do crédito. (Artigo 174 do CTN).
Não foi declarado e nem pago: inicia-se no primeiro dia do exercício financeiro
seguinte àquele em que o tributo poderia ter sido lançado, conforme artigo 173, inciso
I, do CTN. Súmula 555 STJ: Quando não houver declaração do débito quinquenal para
o fisco constituir o crédito tributário, conta-se exclusivamente na forma do art. 173, I,
do CTN nos casos em que a legislação atribui ao sujeito passivo o dever de antecipar o
388 pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa. Prazo decadencial.
O contribuinte DECLARA corretamente mas NÃO PAGA. Preste bem atenção: ele declarou, ou
seja, constituiu o crédito tributário, mas não pagou. O crédito já está constituído, portanto,
não há que se falar em decadência. Aqui inicia-se a prescrição, pois já foi constituído o crédito
tributário pela declaração do contribuinte, nos termos da Súmula 436 do STJ. O prazo inicial de
prescrição é de 5 anos contado da constituição definitiva do tributo (artigo 174 do CTN). O
termo inicial da prescrição já foi objeto de recurso repetitivo no STJ, com destaque para o
seguinte trecho: o termo inicial do prazo prescricional para cobrança dos tributos lançados
por homologação é a data do vencimento da obrigação tributária, e, quando não houver
pagamento, a data da entrega da declaração, sendo esta (entrega) posterior (ao
vencimento). AgRg no AResp 349.146-SP.
Nos tributos lançados por homologação, verificada a existência de saldo devedor nas contas
apresentadas pelo contribuinte, o órgão arrecadador poderá promover sua cobrança
independentemente da instauração de processo administrativo e de notificação do
contribuinte.
A compensação declarada à Receita Federal extingue o crédito tributário, sob condição
resolutória de sua ulterior homologação. A declaração de compensação constitui confissão de
dívida e instrumento hábil e suficiente para exigência dos débitos indevidamente
compensados
13.7.3. Exclusão
● Anistia: causa de exclusão apenas das penalidades.
● Isenção: causa legal de dispensa de pagar o tributo, ocorre o fato gerador, mas não há o
lançamento.
● Exclusão é sempre antes do lançamento
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389● Uma vez comprovada a regularização da situação que deu origem à inclusão, o órgão ou ente
que efetuou o registro deverá, em 5 dias úteis, promover a respectiva baixa.
● A Fazenda Pública, quer em ação anulatória, quer em execução embargada, faz jus à
expedição de certidão positiva de débitos com efeitos negativos, independentemente de
penhora, posto inexpropriáveis os seus bens”. (RECURSO REPETITIVO)
13.8.2. CDA
● O protesto da CDA decorre de previsão legal na lei 9492.
● Nos tributos por lançamento de ofício, a ausência de prévio processo administrativo NÃO
enseja a NULIDADE da CDA, pois só haverá processo administrativo se o contribuinte
apresentar IMPUGNAÇÃO.
● O protesto das certidões de dívida ativa constitui mecanismo constitucional e legítimo por
não restringir de forma desproporcional quaisquer direitos fundamentais garantidos aos
contribuintes e, assim, não constituir sanção política.
o No caso do protesto de CDA, apesar de ele acabar impondo uma restrição ao
contribuinte (o devedor ficará com nome "negativado", terá mais dificuldades
para conseguir obter empréstimos etc.), esta medida não foi considerada
desproporcional ou irrazoável.
o O protesto é, em regra, mecanismo que causa menor sacrifício ao
contribuinte, se comparado aos demais instrumentos de cobrança disponíveis,
em especial a Execução Fiscal. Por meio dele, exclui-se o risco de penhora de
bens, rendas e faturamentos e de expropriação do patrimônio do devedor,
assim como se dispensa o pagamento de diversos valores, como custas,
honorários sucumbenciais, registro da distribuição da execução fiscal e se
possibilita a redução do encargo legal.
o O protesto é justamente isso, ou seja, um instrumento extrajudicial que
pode ser empregado para a cobrança dos valores inscritos na dívida ativa,
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sujeitos ao regime de alíquota zero, surgiu apenas com a vigência da Lei nº 9.779/99. (Isento
na saída) Aproveita os créditos, após a lei.
STJ: Os produtos importados estão sujeitos a uma nova incidência do IPI quando de sua saída
do estabelecimento importador na operação de revenda, mesmo que não tenham sofrido
industrialização no Brasil. São fatos geradores distintos: desembaraço aduaneiro e a saída do
produto industrializado do estabelecimento importador equiparado a estabelecimento
produtor.
Lei 8.032/90 prevê que as “instituições de educação” possuem isenção de II e de IPI caso
importem bens do exterior. A redação literal da lei fala em “instituições de educação”. Apesar
disso, é possível estender essa isenção também para “instituições culturais”? SIM. As
entidades com finalidade eminentemente cultural também fazem jus às isenções de Imposto
de Importação (II) e de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) previstas nos arts. 2º, I,
“b”, e 3º, I, da Lei 8.032/90. Conquanto a Lei 8.032/90 preveja isenções de II e de IPI para as
“instituições de educação” (art. 2º, I, “b”), as entidades com finalidade eminentemente
cultural também estão inseridas nessa expressão legal, considerando que não se pode
dissociar cultura de educação. STJ. 1ª Turma. REsp 1100912-RJ, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado
em 28/4/2015 (Info 561).
O regime de apuração e de escrituração de tributos “Simples” diminui a carga tributária bruta
e a complexidade das obrigações acessórias. Em compensação, nega o direito ao
aproveitamento de créditos relativos ao IPI.
13.9.3. IOF
393 Fato gerador:
o Operações de Câmbio: a efetivação da operação pela entrega de moeda
nacional ou estrangeira, ou de documento que a represente, ou sua colocação
à disposição do interessado em montante equivalente à moeda estrangeira ou
nacional entregue ou posta à disposição por este.
13.9.4. ITR
Não há previsão de incidência do ITR sobre a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel
rural por acessão física, mas apenas por natureza. O IPTU tem previsão por acessão física e por
natureza.
O ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma
agrária.
O ITR será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas.
Contribuinte: proprietário, titular de domínio útil, ou seu possuidor a qualquer título.
Não incide IPTU, mas ITR, sobre imóvel localizado na área urbana do Município, desde que
comprovadamente utilizado em exploração extrativa, vegetal, agrícola, pecuária ou
agroindustrial.
o Se o imóvel pertence a dois ou mais proprietários, em condomínio, é legítimo
exigir o pagamento do ITR, em sua totalidade, de todos ou de qualquer deles,
reservando-se ao que pagou a faculdade de ressarcir-se dos demais
devedores, na forma do art. 283 do Código Civil.
o Áreas excluídas do ITR:
a) de preservação permanente e de reserva legal, previstas no Código
Florestal;
O STJ entende que somente é possível assegurar a isenção do
ITR nesses casos se a área da reserva legal já estiver averbada
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Súmula 614-STJ: O locatário não possui legitimidade ativa para discutir a relação jurídico-
tributária de IPTU e de taxas referentes ao imóvel alugado nem para repetir indébito desses
tributos.
13.10.2. Impostos Estaduais
● A notificação do lançamento do IPVA pode ser por envio de carnê ou com a publicação de
calendário de pagamento.
● Lembrar que o valor cobrado a título de ICMS em uma transação será incluído na próxima. É o
que se chama de ICMS cobrado por dentro.
● Em regra, o ICMS é considerado um imposto plurifásico, mas a própria CF prevê hipótese
excepcional de incidência monofásica do ICMS.
● Os convênios do ICMS possuem previsão constitucional e, por conta disso, são normas
primárias. (Normas primárias são aquelas cujo fundamento de validade é a Constituição
Federal).
● Incidirá ICMS sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior, não importando
qual seja a sua finalidade.
● É inconstitucional cobrar ICMS das empresas aéreas sobre o serviço de transporte aéreo
INTERNACIONAL de cargas.
● É válida lei estadual que dispõe acerca da incidência do ICMS sobre operações de importação
editada após a vigência da EC 33/2001 (12/12/2001), mas antes da LC federal 114/2002, visto
que é plena a competência legislativa estadual enquanto inexistir lei federal sobre norma
geral, conforme art. 24, § 3º, da CF/88.
395● O ICMS integra a sua própria base de cálculo, sendo isso chamado de ICMS "por dentro" ou
"cálculo por dentro". O ICMS por dentro está previsto no art. 13, § 1º, I, da LC 87/96, sendo
considerado constitucional pelo STF. Essa mesma regra aplica-se para o ICMS substituição
tributária, considerando que se trata do mesmo tributo. Assim, ainda que se adote a
substituição tributária como forma de arrecadação de ICMS, é constitucional aplicar-se a
sistemática do "cálculo por dentro", ainda que seja de operações de importação. Aplica-se
ICMS por dentro nas operações de importação e internas.
● O ICMS não constitui receita ou faturamento, mas mero valor a ser repassado ao Estado-
credor, com o que inábil a compor a base de cálculo do PIS/COFINS. Logo, ICMS não compõe a
base de cálculo da COFINS, porque estranho ao conceito de faturamento. (Plenário)
o Receita não se confunde com ingresso. Para se qualificar como receita, o
ingresso, além de integrar o patrimônio (aspecto formal), deve ser novo
(aspecto material – aumento do patrimônio) e definitivo (aspecto temporal
– não se sujeitar à condições). Logo, o ICMS não preencheu os requisitos.
o É desnecessário norma infraconstitucional para dar o conceito de RECEITA.
Ademais, o conceito de receita na CF não se confunde com o conceito
contábil.
o O STJ tinha entendimento oposto, dizendo que ele seria tanto receita
quanto faturamento, já que era elemento do preço cobrado em suas
vendas.
● Firmou-se a jurisprudência do Plenário deste Supremo Tribunal Federal no sentido de que a
vedação, pela legislação estadual, ao aproveitamento dos créditos do ICMS gerados pela
entrada de insumos tributados, quando o contribuinte exerce, livremente, opção pela
tributação das saídas mediante base de cálculo reduzida, não viola o princípio da não
cumulatividade.
● As exonerações fiscais em ICMS são exceção ao princípio “quem tributa, isenta”, uma vez que
conforme a CF, Lei Complementar disporá sobre as isenções, incentivos e benefícios fiscais
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serão concedidos e revogados mediante deliberação dos Estados. Logo, é necessário que os
Estados deliberem sobre as matérias especificadas, e não o próprio ente que instituiu o
tributo.
● Súmula nº 590, STF: Calcula-se o imposto de transmissão "causa mortis" sobre o saldo redor
da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do
promitente vendedor.
● É inconstitucional “desconto no pagamento da tarifa de água e esgoto sanitário em valor
equivalente ao incremento real e efetivo do recolhimento mensal do ICMS, com repasse
posterior pela Fazenda Estadual à concessionária de água e esgoto”, vez que trata-se de
hipótese de vinculação da receita do imposto, o que é vedado pela CF. Trata-se de vinculação
transversa.
● Incide ICMS sobre aquisição de softwares, ainda que a compra seja feita mediante
transferência eletrônica de dados, sem que haja uma base física que caracterize o corpus
mechanicum da criação intelectual.
● Não incide IPVA sobre embarcações e aeronaves. A interpretação de veículos automotores é
restritiva e só utiliza-se para veículos terrestres.
● O ITCMD é devido pela alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão (morte).
● O ITCMD não é exigível antes da homologação do cálculo.
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Aduz, também, que tanto o vetusto art. 739-A do CPC/1973 e o art. 919 do
CPC/2015 impõe requerimento da parte, garantia do juízo e preenchimento
dos requisitos da tutela provisória para a concessão de efeito suspensivo aos
embargos. Por fim, alega que não há previsão legal para dispensa de garantia
em razão da hipossuficiência ou carência financeira do embargante, uma vez
que tal exigência não se confunde com as custas judiciais e não está
abrangida pela gratuidade judiciária, e que a invocação do princípio da
inafastabilidade da Jurisdição prevista no art. 5º, XXXV, da Constituição
Federal, não seria suficiente para afastar a norma do art. 16, § 1º, da Lei nº
6.830/1980, sobretudo porque a dívida tributária inscrita possui presunção de
certeza e liquidez.
FRAUDE À EXECUÇÃO NO CTN:
o Gera presunção absoluta.
o STJ: não é aplicável a súmula 375/STJ à execução fiscal – “o reconhecimento
de fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da
prova de má-fé do terceiro adquirente”.
o Antes da LC em 2005, só era fraude a alienação quando já iniciada a
execução fiscal. Após, a fraude dá-se com a inscrição do débito em dívida
ativa, não deixando bens para o pagamento dos tributos.
o Momento:
Alienações feitas antes da LC: exige-se prévia execução fiscal para ser
399 reconhecida a fraude à execução.
Alienações feitas após a LC: basta estar inscrito em dívida ativa para
que seja constatada a fraude à execução, sendo irrelevante o
momento da propositura da ação de execução fiscal.
o A declaração de fraude é independente da ação de execução fiscal.
É possível o arresto antes da citação (quando não consegue citar ou encontrar bens passíveis
de penhora), por meio de arresto cautelar, via bacenjud.
A indisponibilidade de bens não se confunde com a penhora online. A indisponibilidade surte
efeito em TODOS os bens, presentes e futuros do devedor, sendo aplicado como última
alternativa, necessitando da comprovação de que foram esgotados todos os meios e
diligências na busca de outros bens.
Não é possível aplicar a indisponibilidade (art. 185-A, CTN), aos processos executivos cíveis,
como cumprimento de sentença, execução de título extrajudicial e ação monitória. A
indisponibilidade é uma prerrogativa da Fazenda, uma vez que o dever de pagar tributo é
constitucional.
● Súmula STJ 559: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial
com o demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto na LEF.
● Só é possível a declaração de prescrição intercorrente depois de ouvir o credor.
o Em execução fiscal, em caso de valor inferior ao estabelecido pelo Ministro da
Fazenda, é desnecessário ouvir a Fazenda.
● A garantia do juízo em execução fiscal deve abranger os honorários advocatícios que, embora
não constem da certidão de dívida ativa, venham a ser arbitrados judicialmente.
● EXECUÇÃO FISCAL: em se tratando de execuções não embargadas, o STJ fixou: A inércia da
Fazenda exequente, ante a intimação regular para promover o andamento do feito e a
observância dos artigos 40 e 25 da LEF, implica a extinção da execução fiscal ex officio.
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● Não cabe exceção de pré-executividade para alegação de sócio cujo nome consta na CDA de
que não houve a prática de nenhuma das circunstâncias do artigo 135 do CTN
(responsabilidade pessoal), pois demanda dilação probatória.
o Se o sócio figura como responsável na CDA, haverá presunção relativa de que
a informação lá constante é certa e legítima, de modo que se revelará
necessária a dilação probatória para derruir a presunção da CDA, caminho não
condizente com a via da exceção de pré-executividade.
● A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é de ser cabível a fixação de honorários de
sucumbência quando a Exceção de Pré-Executividade for acolhida para extinguir total ou
parcialmente a execução, em homenagem aos princípios da causalidade e da sucumbência.
● Justiça Estadual não julga mais execução fiscal proposta pela Fazenda Nacional em caráter
delegado da competência da Justiça Federal. Só irá julgar as antigas.
● O reforço da penhora não pode ser deferido ex officio, a teor dos artigos 15, inciso II, da LEF
e do art. 685 do CPC/73
● Súmula 394 STJ: É admissível, em embargos à execução, compensar os valores de imposto de
renda retidos indevidamente na fonte com os valores restituídos apurados na declaração
anual.
● Não pode haver remissão de ofício pelo magistrado, analisando isoladamente o valor cobrado
em uma execução fiscal, sem questionar a Fazenda Pública sobre a existência de outros
débitos que somados impediriam o contribuinte gozar de determinada remissão prevista em
lei.
400 ● Súmula 190 STJ: Na execução fiscal, processada perante a Justiça Estadual, cumpre à Fazenda
Pública antecipar o numerário destinado ao custeio das despesas com o transporte dos oficiais
de justiça
● Súm 558 STJ: Em ações de execução fiscal, a petição inicial não pode ser indeferida sob o
argumento da falta de indicação do CPF e/ou RG/CNPJ da parte executada.
● Súm 559 STJ: Em ações de execução fiscal, é desnecessária a instrução da petição inicial com
demonstrativo de cálculo do débito, por tratar-se de requisito não previsto no art. 6 da LEF.
● Para que haja interrupção da prescrição intercorrente, a Fazenda não pode simplesmente se
manifestar com o intuito de movimentar o feito, requerendo penhora online via BACENJUD,
expedição de mandado de livre penhora, quando já realizadas tais diligências e não
comprovada a alteração da situação fática do executado, vez que são “Movimentos
mecânicos” do feito.
o É necessário verdadeira efetivação de diligências capazes de, concretamente,
localizar bens do executado, tendo, assim, o condão de interromper a
prescrição intercorrente.
● Segundo o art. 8º da Lei nº 12.514/2011, para que os Conselhos Profissionais ajuízem
execução fiscal cobrando anuidades em atraso, é necessário que o total da quantia
executada seja de, no mínimo, quatro vezes o valor da anuidade. Mesmo sem poder executar
a dívida, o Conselho Profissional poderá adotar uma outra sanção contra o inadimplente:
poderá suspender ou cancelar seu registro profissional. Assim, o fato de os conselhos não
poderem executar dívidas inferiores a quatro vezes o valor cobrado anualmente da pessoa
física ou jurídica inadimplente, não impede que seja feita a suspensão ou o cancelamento do
registro do profissional que deixar de efetuar o pagamento das anuidades. Isso está previsto
no art. 8º, parágrafo único, da Lei nº 12.514/2011. No caso específico dos Engenheiros e
Arquitetos, o cancelamento do registro somente pode acontecer desde que o atraso seja de,
no mínimo, duas anuidades consecutivas.
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● O prazo prescricional para cobrança das anuidades pagas aos conselhos profissionais tem início
somente quando o total da dívida inscrita, acrescida dos respectivos consectários legais, atingir
o patamar mínimo estabelecido pela Lei 12.514/2011. Ex: João está devendo as anuidades de
2011, 2012, 2013; as anuidades de 2014, 2015 e 2016 foram pagas; assim, somente em 2017
atingiu-se o valor mínimo exigido pelo art. 8º da Lei, ocasião em que o Conselho ajuizou a
execução; o termo inicial da prescrição somente se iniciou em 2017
● Na ação de execução fiscal, frustradas as diligências para localização de outros bens em nome
do devedor e obedecida a ordem legal de nomeação de bens à penhora, não cabe ao
magistrado recusar a constrição de bens nomeados pelo credor fundamentando a decisão
apenas na assertiva de que a potencial iliquidez deles poderia conduzir à inutilidade da
penhora.
● A constatação posterior ao ajuizamento da execução fiscal de que a pessoa jurídica executada
tivera sua falência decretada antes da propositura da ação executiva não implica a extinção do
processo sem resolução de mérito. Isso porque a mera declaração de falência não implica em
extinção da personalidade jurídica da sociedade empresária. Ademais, a massa falida tem
exclusivamente personalidade judiciária, sucedendo a empresa em todos os seus direitos e
obrigações. Em consequência, o ajuizamento contra a pessoa jurídica, nessas condições,
constitui mera irregularidade (erro de fato ou erro material).
● Súmula 583-STJ: O arquivamento provisório previsto no art. 20 da Lei n. 10.522/2002,
dirigido aos débitos inscritos como dívida ativa da União pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional ou por ela cobrados, não se aplica às execuções fiscais movidas pelos conselhos de
401 ● fiscalização profissional ou pelas autarquias federais.
A suspensão do lapso prescricional de 180 (cento e oitenta dias) a partir da inscrição do débito
em Dívida Ativa, prevista no artigo 2º, §3º, da Lei 6.830/1980, somente é aplicável para as
dívidas de natureza não tributária.
●
13.11.2.2. FGTS
O empregador deve informar mensalmente ao empregado sobre os depósitos efetuados.
O empregado, dependentes, sucessores, e o sindicato possuem legitimidade ativa para
cobrar em juízo o depósito dos valores devidos de FGTS.
Não serão inscritos em dívida ativa da união os débitos de um mesmo devedor que sejam
403
iguais ou inferiores a MIL reais.
É vedado o ajuizamento de execução fiscal de FGTS inferior à 20 mil reais.
É possível que o empregado ajuíze ação contra o empregador para discutir qualquer valor.
Atualmente, quem:
o Fiscaliza o pagamento: Ministério do Trabalho.
o Quem mantém em depósito: CEF.
o Quem executa judicialmente: PGFN
o LEI 8844
o LC110
o Correção do FGTS é TR: A remuneração das contas vinculadas ao FGTS tem
disciplina própria, ditada por lei, que estabelece a TR como forma de
atualização monetária, sendo vedado, portanto, ao Poder Judiciário substituir
o mencionado índice.
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● Inconstitucional lei estadual que preveja exceção à súmula vinculante 13. É desnecessário lei
formal para que haja vedação ao nepotismo, uma vez que a proibição decorre diretamente dos
princípios do artigo 37 da Constituição Federal.
● Pelo princípio da delegação de competência, nem sempre a delegação é para uma pessoa
jurídica diversa. Por este princípio há a transmissão de poderes decisórios atribuídos
originalmente à autoridade superior para a autoridade subordinada, caracterizando-se pelo
caráter transitório e facultativo, processando-se segundo o ordenamento jurídico e mediante
ato próprio. Entretanto, a delegação pode ser dada perfeitamente para pessoa que não esteja
em sua linha hierárquica.
o Súm. 510 STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício de competência
delegada, contra ela cabe o mandado de segurança ou a medida judicial.
o Assim, a responsabilidade no caso de delegação é da autoridade a qual os
poderes foram acometidos.
● O que caracteriza um sistema ou outro é a predominância, e não a exclusividade da
JURISDIÇÃO COMUM (sistema de jurisdição única) ou da jurisdição especial (sistema de
jurisdição do contencioso administrativo) para apreciação das questões referentes à
administração pública.
o Até mesmo no contencioso administrativo há hipóteses em que compete ao
judiciário a apreciação do ato administrativo, o que retira a exclusividade da
análise do ato pela jurisdição administrativa (especial).
● Juridicidade: a doutrina contemporânea prega que a administração deve respeito não só a lei
405 formal, mas a todo o ordenamento jurídico, em especial aos princípios gerais do direito, aos
objetivos e aos valores constitucionais. Encontra paralelo com o bloco de constitucionalidade,
pois este bloco é a observação de todo o ordenamento..
● Com efeito, à administração pública, é vedado tudo aquilo que a lei não lhe permite
(conotação negativa ou restritiva do princípio da legalidade), enquanto que, ao particular, é
facultado tudo aquilo que a lei não lhe proíba (caráter positivo ou ampliativo do princípio da
legalidade).
o Negativo ou restritivo = administração.
o Positivo ou ampliativo = particular
● Transparência ativa: decorrente de ato da própria administração; Transparência passiva:
quando há provocação de algum interessado
● Segurança Jurídica: estabilização das relações jurídicas entabuladas sob determinado
ordenamento.
o Proteção da confiança: aspecto subjetivo; assegura que o administrado tem
direito de ter tutelada a sua legítima expectativa em relação aos atos da
administração, baseado na expectativa decorrente da presunção de
legitimidade e de legalidade que emana dos atos administrativos. Protege-se o
administrado de posturas contrárias que manifestamente violam a boa-fé
jurídica.
● Conflito de interesses após o exercício de cargo ou emprego no Executivo:
o A qualquer tempo: divulgar ou fazer uso de informação privilegiada obtida em
razão da atividade exercida
o No período de 6 meses, contado da dispensa, exoneração, destituição,
demissão, ou aposentadoria, salvo quando autorizado expressamente pela
Comissão Ética Púbilca ou CGU: a: prestar serviços; aceitar cargo de
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Portaria interministerial produzida, em conjunto, por dois Ministérios não pode ser revogada
por portaria posterior editada por apenas uma das Pastas
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julgado em 23/4/2014 (Info 743). STJ. 1ª Seção. MS 21598-DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado
em 10/6/2015 (Info 564).
● O servidor que realizou a sindicância pode também determinar a instauração de processo
disciplinar, designando a comissão processante, e, ao final dos trabalhos, aprovar o relatório
final? NÃO. O STJ decidiu que o servidor que participou das investigações na sindicância e
concluiu que o sindicado havia cometido a infração disciplinar, tanto que determinou a
instauração do PAD, não pode, posteriormente, ser a autoridade designada para aprovar o
relatório final produzido pela comissão no processo administrativo, uma vez que ele já
formou seu convencimento no sentido da culpabilidade do acusado.
● Determinado servidor público federal recebeu pena de demissão em processo administrativo
disciplinar contra si instaurado. O servidor interpôs recurso administrativo contra a decisão
proferida. Ocorre que, antes mesmo de ser julgado o recurso, a Administração Pública já
cessou o pagamento da remuneração do servidor e o afastou das funções. É possível que a
sanção aplicada seja desde logo executada mesmo que ainda esteja pendente recurso
interposto no âmbito administrativo? SIM. É possível o cumprimento imediato da penalidade
imposta ao servidor logo após o julgamento do PAD e antes do julgamento do recurso
administrativo cabível. Não há qualquer ilegalidade na imediata execução de penalidade
administrativa imposta em PAD a servidor público, ainda que a decisão não tenha transitado
em julgado administrativamente Art. 109. O recurso poderá ser recebido com efeito
suspensivo, a juízo da autoridade competente.
● Deve ser aplicada a penalidade de demissão ao servidor público federal que obtiver proveito
411 econômico indevido em razão do cargo, independentemente do valor auferido (no caso, eram
apenas R$ 40,00). Isso porque não incide, na esfera administrativa, o princípio da
insignificância quando constatada falta disciplinar prevista no art. 132 da Lei 8.112/1990
● Após o relatório ter sido produzido pela comissão, ele deverá ser apresentado ao servidor
processado para que este possa impugná-lo? Existe previsão na Lei nº 8.112/90 de alegações
finais a serem oferecidas pelo servidor após o relatório final ter sido concluído? NÃO. Não é
obrigatória a intimação do interessado para apresentar alegações finais após o relatório final
de processo administrativo disciplinar. Inexiste previsão na Lei nº 8.112/1990 de intimação
do acusado após a elaboração do relatório final da comissão processante.
● As punições aplicáveis no PAD são independentes em relação às sanções determinadas na
ação judicial de improbidade administrativa, não havendo bis in idem caso o servidor seja
punido nas duas esferas.
● É possível a demissão de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo
disciplinar. Infração disciplinar grave que constitui ato de improbidade é causa de demissão do
servidor, em processo administrativo, independente de processo judicial prévio
● Se o servidor público responder a processo administrativo disciplinar e for absolvido, ainda
assim poderá ser condenado a ressarcir o erário, em tomada de contas especial, pelo
Tribunal de Contas da União.
● De acordo com o princípio da finalidade, a interpretação da norma administrativa no âmbito
do processo administrativo deve ser realizada da forma que melhor garanta o atendimento do
fim público a que se dirige, sendo vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.
● A lei de PAD assegura a irretroatividade da nova interpretação, de modo que a jurisprudência
aplicável às relações continuadas deve ser aquela vigente à época dos fatos. ENTRETANTO, é
possível a aplicação retroativa do novo entendimento caso atenda, simultaneamente, aos
interesses público e particular dos envolvidos, porque não se teria aí quebra de legítima
expectativa ou dano. Assim, a administração não pode agir com venire contra factum proprium
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e deixar de aplicar um entendimento em vigor à época dos fatos de uma relação continuada,
sob pena de violar a segurança jurídica e boa-fé objetiva.
o Essa teoria é acolhida pela jurisprudência brasileira, como se percebe na
posição dos tribunais superiores acerca da irrepetibilidade das verbas
alimentícias recebidas de boa-fé. Também no âmbito da Advocacia Geral da
União, a Súmula nº. 72 acolhe a sobredita teoria, ao afastar a repetição dos
valores recebidos de boa-fé pelo servidor público, em decorrência de errônea
ou inadequada interpretação da lei por parte da Administração Pública.
● Súmula 611-STJ: Desde que devidamente motivada e com amparo em investigação ou
sindicância, é possível a instauração de processo administrativo disciplinar com base em
denúncia anônima, em face do poder-dever de autotutela imposto à Administração
● A intimação de interessado em processo administrativo, para fins de ciência de decisões ou
efetivação de diligências, deve observar a antecedência mínima de três dias úteis quanto à
data de comparecimento, sob pena de nulidade.
● O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
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14.5.2. Autarquias
● Autarquia é CRIADA por lei, e não AUTORIZADA por lei.
o A mera previsão legal já lhe dá personalidade jurídica, não necessitando de
regulamentação por decreto. Existe desde o início de vigência da lei.
o OAB é sui generis. Suas ações são julgadas na JF, quer seja Conselho Federal,
quer seja seccional do Estado.
o Só empresas públicas e sociedades de economia mista são autorizadas por lei.
● Os Conselhos Profissionais possuem natureza jurídica de autarquia especial, gozando dos
privilégios e restrições desta espécie de entidade.
o Se submetem à fiscalização do TCU e ao sistema de concurso público para
contratação.
o São dotados de poder de polícia e poder arrecadador, logo, indelegável aos
particulares.
o Não podem propor ADI, pois não são legitimados do art. 103, salvo Conselho
Federal da OAB.
o Possuem prerrogativas de Fazenda Pública (processuais)
▪ MAS: devem pagar custas processuais, conforme previsão expressa do
art. 4º, parágrafo único, da Lei nº 9.289/96. Os Conselhos de
Fiscalização Profissional, embora possuam natureza jurídica de
autarquia, não estão isentos do pagamento de custas e do porte de
remessa e retorno
413 o Possuem imunidade tributária recíproca.
o Não participam do orçamento público, não recebem aporte do Poder Central e
NEM se confundem com a Fazenda Pública, logo, se não participam do
orçamento público, e não recebem aporte do Poder Central, não se submetem
ao regime de precatórios.
▪ Neste julgamento, o STF não decidiu a natureza jurídica dos bens dos
Conselhos Profissionais e nem se eles poderiam ser penhorados.
o Não se aplica:
a. Regime de precatórios – STF 2017.
b. Arquivamento provisório de execução fiscal de valor inferior ao previsto na lei
10.522 não se aplica à Conselhos Profissionais e Autarquias – finalidade diferente.
Súm 583 STJ
Lembre-se: a autarquia não é criada por lei autorizativa (EP e SEM) específica. É criada pela
própria lei. A lei não autoriza sua criação, a lei a cria. As fundações de direito privado são
autorizadas por lei
O IBGE está legalmente impedido de fornecer a quem quer que seja as informações
individualizadas que coleta, no desempenho de suas atribuições, para que sirvam de prova em
quaisquer outros procedimentos administrativos. O sigilo dos dados coletados pelo IBGE, além
de assegurado por Lei, presta-se justamente a gerar a necessária confiança daqueles que
prestam as informações, bem como a garantia da fidedignidade dos dados coletados
É inconstitucional a exigência de que os dirigentes de entidades da administração indireta
forneçam à ALE a declaração atualizada de seus bens e de suas ocupações para serem
fiscalizados pelo Parlamento. Tal situação viola a separação de poderes.
Autarquia é criada por lei específica, sendo vedada sua criação por medida provisória.
É CONSTITUCIONAL lei estadual que prevê que os dirigentes de determinada agência
reguladora somente poderão ser nomeados após previamente aprovados
pela Assembleia Legislativa. Simetria com a CF.
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qualquer tempo. Seu objetivo e identificar fornecedores com a qualificação necessária para o
fornecimento,
● ATENÇÃO: Sociedade de Economia Mista só pode adotar Sociedade Anônima como tipo
societário. Empresa Pública, de outro lado, pode adotar qualquer tipo societário.
● Competência para ação contra Sociedade de Economia Mista é da Justiça Estadual, salvo:
o Se a União intervier como assistente ou opoente: Justiça Federal
o Se for mandado de segurança contra ATO ADMINISTRATIVO de S.E.M
Federal.
▪ Sendo mero ato operacional/financeiro, não há ato de AUTORIDADE
federal, mas sim de empregado exercendo suas funções privadas. Ex:
edital de concurso público do BB.
● As ações (valores mobiliários) dos entes públicos em EP e SEM federais não se sujeitam à
desapropriação, salvo autorização por decreto do presidente da república.
● Para uma EP ser considerada federal, a maioria do capital votante deve ser da União.
● Os contratos das Agências de Correios Franqueadas em vigor em 27 de novembro de 2007 que
não sejam precedidos de licitação possuem eficácia até que as novas avenças sejam firmadas,
ainda que descumprido o prazo estabelecido pelo art. 7º, parágrafo único, da Lei nº
11.668/2008. Trata-se de respeito à continuidade do serviço público.
● Correios, sua natureza e características:
o Possui possibilidade de equiparação parcial à Fazenda Pública por expressa
disposição no DL 509/69.
416 o Foi recepcionado artigo 12: A ECT gozará de isenção de direitos de importação de
materiais e equipamento destinados aos seus serviços, dos privilégios concedidos
à Fazenda Pública, quer em relação a imunidade tributária, direta ou indireta,
impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços, quer no concernente a foro,
prazos e custas processuais.
o A atividade prestada pela ECT é eminentemente um serviço público, podendo ter
prerrogativas face às demais empresas públicas e sociedades de economia mista.
● Lei 13.303/16, é uma lei de caráter NACIONAL, pois abrange as estatais de todos os entes da
federação. Regula todas as EP e SEM, de atividade econômica e de serviços públicos, ainda que
a atividade esteja sujeita ao monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos.
● São aplicáveis às EP e SEM as disposições da lei 6404 e as normas da CVM sobre escrituração e
elaboração de demonstrações financeiras.
● EP e SEM estão sujeitas à elaboração de carta anual para transparência, contendo inúmeras
informações.
● A EP não poderá lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, conversíveis em
ações.
● Lembre-se: EP e SEM não são criadas por lei, mas AUTORIZADAS, sendo estas criadas da
mesma forma que uma empresa particular, mediante registro de seus atos constitutivos nos
órgãos competentes.
● Mesmo que uma sociedade de economia mista esteja sofrendo intervenção do BACEN,
compete à justiça estadual julgar as ações ajuizadas contra esta SEM.
● É constitucional lei estadual que condiciona a nomeação dos dirigentes de AUTARQUIAS e
FUNDAÇÕES à prévia aprovação da Assembleia Legislativa. Simetria à CF.
o STF: disposições legais que imponham exigência de aprovação
legislativa prévia para a exoneração de ocupante do cargo de
presidente de autarquia são inconstitucionais.
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● Convênios:
o Acordos entre Administração e entidades com vontades convergentes,
aplicando a 8666 no que couber.
o Deve haver prévia aprovação do plano de trabalho proposto pela organização
interessada.
o Todos os termos do acordo firmado serão cientificados ao Poder Legislativo.
É só cientificar, e não ratificação ou autorização do Legislativo. (STF: fere o
princípio da independência e harmonia dos poderes) é igual em tributário,
no que concerne aos convênios do CONFAZ.
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Só nas concessões patrocinadas em que mais de SETENTA 70% do capital for paga pela
administração dependerá de autorização legislativa específica.
PPP é sempre concorrência, com inversão nas fases de habilitação e julgamento. Primeiro esta,
depois aquela.
Na PPP é obrigatório a submissão do edital e de contrato à consulta pública, mediante
publicação na imprensa, jornal.
14.7. Intervenção do Estado na propriedade
Formas de intervenção do Estado na propriedade. Limitações administrativas, tombamento,
requisição, servidão e desapropriação. Fundamentos e requisitos constitucionais para as
desapropriações. Espécies de desapropriações. Proteção ao patrimônio histórico, artístico e
cultural. Desapropriações por utilidade ou necessidade pública ou por interesse social,
desapropriações por interesse social para fins de reforma agrária. O art. 243 da CF/88.
Retrocessão. Desapropriação indireta. Procedimento expropriatório.
14.7.1. Desapropriação
● Artigo 1376 do Código Civil: No caso de extinção do direito de superfície em consequência de
desapropriação, a indenização cabe ao proprietário e ao superficiário, no valor
correspondente ao direito real de cada um.
● A desapropriação do espaço aéreo ou do subsolo só se tornará necessária, quando de sua
utilização resultar prejuízo patrimonial do proprietário do solo.
● Autorização legislativa: Os bens do domínio dos Estados, Municípios, Distrito Federal e
Territórios poderão ser desapropriados pela União, e os dos Municípios pelos Estados, mas,
423 em qualquer caso, ao ato deverá preceder autorização legislativa.
o § 3º É vedada a desapropriação, pelos Estados, Distrito Federal, Territórios e
Municípios de ações, cotas e direitos representativos do capital de instituições
e empresas cujo funcionamento dependa de autorização do Governo Federal e
se subordine à sua fiscalização, salvo mediante prévia autorização, por
decreto do Presidente da República.
● As ações societárias dos entes em EP e SEM federais não se sujeitam à desapropriação, salvo
autorização por decreto do presidente da república.
● O promissário comprador do imóvel tem direito de receber a indenização no caso deste imóvel
ter sofrido desapropriação indireta, ainda que esta promessa não esteja registrada no Cartório
de Registro de Imóveis.
● A União é parte legítima para figurar no polo passivo de ação em que o arrendatário objetive
ser indenizado pelos prejuízos decorrentes da desapropriação por interesse social, para a
reforma agrária, do imóvel arrendado.
● Se, em procedimento de desapropriação por interesse social, ficar constatado que a área
medida do bem é maior do que a escriturada no Registro de Imóveis, o expropriado receberá
indenização correspondente à área registrada, ficando a diferença depositada em Juízo até
que, posteriormente, se complemente o registro ou se defina a titularidade para o pagamento
a quem de direito. A indenização devida deverá considerar a área efetivamente desapropriada,
ainda que o tamanho real seja maior do que o constante da escritura, a fim de não se
configurar enriquecimento sem causa em favor do ente expropriante.
● Ação de indenização em desapropriação indireta (esbulho por parte da Adm.) prescreve em:
o 10 anos, quando sob a égide do CC 2002. Isto porque, até que a administração
não adquira o imóvel pela usucapião extraordinária, em 10 anos (usucapião
extraordinária com obras públicas), a parte pode requerer a ação de
desapropriação indireta para ser indenizada.
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feito para o fim previsto neste e no art. 15, observado o processo estabelecido
no art. 34
o O levantamento do preço será deferido mediante prova de propriedade, de
quitação de dívidas fiscais que recaiam sobre o bem expropriado, e publicação
de editais, com o prazo de 10 dias, para conhecimento de terceiros.
o Se houver concordância, reduzida a termo, do expropriado, a decisão
concessiva da imissão provisória na posse implicará a aquisição da
propriedade pelo expropriante com o consequente registro da propriedade na
matrícula do imóvel. Na hipótese deste artigo, o expropriado poderá levantar
100% (cem por cento) do depósito de que trata o art. 33 deste Decreto-Lei. A
concordância escrita do expropriado não implica renúncia ao seu direito de
questionar o preço ofertado em juízo.
● Juros compensatórios:
o ADI 2332 e art. 15-A: Constitucional juros compensatórios a partir da imissão
provisória na posse no percentual de 6% a.a ou 0,5% a.m.
o É de 6%, e não de ATÉ 6%. A palavra até foi considerada inconstitucional.
o Requisitos:
o a) ter ocorrido imissão provisória na posse do imóvel;
o b) a comprovação pelo proprietário da perda da renda sofrida pela privação da
posse;
o
425 ● As ações concernentes à desapropriação de imóvel rural, por interesse social, para fins de
reforma agrária, têm caráter preferencial e prejudicial em relação a outras ações referentes ao
imóvel expropriando, e independem do pagamento de preparo ou de emolumentos.
o As ações sobre o imóvel serão distribuídas por dependência à Vara Federal em
que estiver em curso a desapropriação, determinando-se de pronto a
intervenção da União.
o O Ministério Público intervirá nos feitos de desapropriação de imóvel rural
para reforma agrária de maneira obrigatória, indisponível e inderrogável,
porquanto presente o interesse público. A falta de intimação do MP para
atuar no feito como fiscal da lei é vício que contamina todos os atos
decisórios, a partir do momento processual em que deveria se manifestar.
● Da sentença que fixar o preço da indenização caberá apelação com:
o Efeito simplesmente devolutivo, quando interposta pelo expropriado.
o Com ambos os efeitos, quando o for pelo expropriante.
● A sentença que condenar a Fazenda Pública em quantia superior ao dobro da oferecida fica
sujeita ao duplo grau de jurisdição.
14.7.2. Tombamento
● STF: é possível o tombamento por ato legislativo, e o Estado pode tombar bem da União.
Todos os entes podem tombar quaisquer bens.
● Sem prévia autorização do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, não se poderá,
na vizinhança da coisa tombada, fazer construção que lhe impeça ou reduza a visibilidade,
nem nela colocar anúncios ou cartazes, sob pena de ser mandada destruir a obra ou retirar o
objeto, impondo-se neste caso a multa de cinquenta por cento do valor do mesmo objeto.
● A norma que previa ordem no direito de preempção dos bens tombados foi revogada pelo CPC
2015.
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detentor do imóvel, não sendo possuidor. Isto posto, quaisquer benfeitorias não serão
indenizadas pelo Estado. Contra o poder público, o particular exerce mera detenção sobre o
bem, restando afastado a retenção por benfeitorias e indenização, uma vez que o código civil
exige a POSSE.
o Não importa se a benfeitoria foi útil ou necessária, NÃO CABE retenção,
permanência e indenização.
● Uso de bens públicos por particulares:
o Autorização: ato administrativo discricionário e precário consentido que
determinada pessoa utilize privativamente o bem público.
o Autorização condicionada/qualificada: editada com fixação de direitos, prazos
e obrigações para o Poder Público e o destinatário.
o Autorização de uso urbanítisca: será conferida de forma gratuita àquele que,
até 22/12/2016, possuiu como seu, por cinco anos ininterruptos e sem
oposição, até 250m² de imóvel público situado em área urbana, utilizando-o
para fins comerciais.
o Permissão: ato administrativo discricionário e precário, por meio do qual
consente com a utilização privativa de determinado bem público.
o Permissão condicionada/qualificada: nesta hipótese a ADM estabelece prazos
para o uso do bem público.
o Concessão: contrato administrativo que tem por objetivo consentir o uso do
bem público, de forma privativa, por terceiro, com fundamento no interesse
428 público.
▪ Direito real de uso.
▪ Uso especial para fins de moradia.
▪ Florestal.
o Cessão de uso: transferência de uso de bens públicos, de forma gratuita ou
com condições especiais, entre as entidades da Administração Pública Direta
e Indireta ou entre a Administração e as pessoas de direito privado sem
finalidade lucrativa.
o Uso privativo de bem público por instrumentos de direito privado:
▪ Locação.
▪ Comodato.
▪ Enfiteuse ou aforamento.
o Ocupação: ocupante de terras públicas que a tornou produtiva com seu
trabalho e de sua família fará jus a legitimação da posse de área contínua de
100 hectares, desde que não seja proprietário de outro imóvel rural e
comprove a morada permanente e cultura efetiva, pelo prazo mínimo de um
ano.
▪ Direito de preferência após ocupação, licença por 4 anos.
● A utilização dos bens públicos é exercitada sem qualquer termo, e sempre será possível
enquanto a administração não der ao bem outra destinação desconforme com o uso de todos.
● Exploração indireta de porto e instalações.
Exploração indireta do (as)... Instrumento
Porto organizado CONCESSÃO
Instalações portuárias localizadas dentro de
ARRENDAMENTO DE BEM PÚBLICO
um porto organizado
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Não há nexo causal apto a configurar a responsabilidade civil do Estado nos casos de
apreensão de veículo com chassi adulterado, ainda que o órgão de trânsito ateste a
regularidade do veículo anteriormente. O Estado não pode ser responsabilizado por ato
criminoso de terceiros ou pela culpa do adquirente de veículo de procedência duvidosa. Se a
Administração não concorreu com ação ou omissão para a prática do ato ilícito, não responde
pelos danos deste decorrentes.
● Os notários e oficiais de registro são civilmente responsáveis por todos os prejuízos que
causarem a terceiros, por culpa ou dolo (responsabilidade subjetiva). Prescreve em três anos
a pretensão de reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do ato registral ou
notarial. Com o advento da lei 13.286, a responsabilidade do notário passou a ser subjetiva
(dolo ou culpa), pessoalmente, sendo o prazo prescricional para pretensão de reparação civil
de três anos contado da lavratura do ato registral ou notarial.
Somente a culpa exclusiva da vítima permite excluir a responsabilidade. A culpa concorrente
atenua, mas não exclui.
A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça firmou orientação no sentido de que “a coisa
julgada na instância penal constitui o termo inicial da contagem do prazo de prescrição da ação
de indenização em face do Estado. (...) Funda-se a jurisprudência no fato de que nesses casos o
termo a quo é o trânsito em julgado da sentença condenatória penal, porquanto a reparação
do dano ex delicto é consequente, por isso que, enquanto pende a incerteza quanto à
condenação, não se pode aduzir à prescrição, posto instituto vinculado à inação.
o Lembrar que nos casos de prescrição de pretensão executória do processo
administrativo disciplinar, também se aplica este entendimento, uma vez que,
430 se o fato também é criminoso, não se sabe se a sentença condenará, ocasião
em que a prescrição será regulada pela prescrição penal, ou se absolverá,
ocasião em que a prescrição será regida pela lei 8.112.
A jurisprudência do STJ é pacificada no sentido de que a prescrição quinquenal, disposta no
art. 1º do Decreto 20.910/1932, é inaplicável aos danos decorrentes de violação de direitos
fundamentais, que são imprescritíveis, principalmente quando ocorreram durante o Regime
Militar, época na qual os jurisdicionados não podiam deduzir a contento suas pretensões.
● Responsabilidade de estado por morte de detento. Deve pagar em dinheiro, e não em
remissão de pena:
o O Estado responde de forma objetiva por suas omissões, sendo que o nexo de
causalidade entre essas omissões e os danos sofridos pelos particulares só
restará caracterizado quando o Poder Público tinha o dever legal específico
de agir para impedir o evento danoso e mesmo assim não cumpriu essa
obrigação legal.
● O ato lícito da administração pode causar prejuízos, sendo que nestes casos, o fundamento
para indenização será o princípio da isonomia. Se for danoso, será considerado dano anormal.
● É constitucional o artigo 71, §6º da lei de licitações, cujo texto veda que, pela só inadimplência
do contratado, seja a responsabilidade por suas dívidas trabalhistas, fiscais e comerciais
transferidas à administração pública contratante.
o A Administração será responsável quando ocorrer em culpa in eligendo e in
vigilando em relação ao contratado.
o Não há transferência automática de responsabilidade para a Administração,
devendo a culpa desta ser demonstrada pelo reclamante.
● A responsabilidade, sendo objetiva, pode decorrer de ato LÍCITO. É o dano anormal,
mencionado acima.
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● TC não tem competência para executar seus acórdãos, mas sim o ente público prejudicado,
titular do crédito.
● Os servidores indiretamente afetados pelas determinações do TCU não possuem direito de
serem ouvidos no processo fiscalizatório. Não existe, no caso, desrespeito ao devido processo
legal.
● Não configura bis in idem a coexistência de título executivo extrajudicial (acórdão do TCU) e
sentença condenatória em ação civil pública de improbidade administrativa que determinam o
ressarcimento ao erário e se referem ao mesmo fato, desde que seja observada a dedução do
valor da obrigação que primeiramente foi executada no momento da execução do título
remanescente.
● Se o servidor público responder a processo administrativo disciplinar e for absolvido, ainda
assim poderá ser condenado a ressarcir o erário, em tomada de contas especial, pelo Tribunal
de Contas da União. TCU. O processo administrativo disciplinar será utilizado como elemento
subsidiário, mas não vincula as decisões do TCU, que, se assim comprovar, poderá tomar
decisão em sentido diverso.
● Só gestores da coisa pública são fiscalizados. O fato de o servidor receber salário não o torna
fiscalizado pelo TC.
● A natureza do parecer técnico elaborado pelo TC é meramente opinativo, competindo à
câmara de vereadores o julgamento das contas anuais do Poder executivo, sendo incabível
julgamento ficto das contas por decurso de prazo.
438 ● A apreciação das contas de prefeito, tanto as de governo quanto as de gestão, será exercida
pelas Câmaras Municipais, com auxílio dos Tribunais de Contas competentes, cujo parecer
prévio somente deixará de prevalecer por decisão de dois terços dos vereadores. (CF)
● O Judiciário não pode invadir o mérito da decisão proferida pelo Legislativo na análise das
contas do chefe do Executivo. Ao Judiciário apenas cabe a aferição da correta observância do
devido processo legal.
● Julgamento dos Tribunaias de Contas:
o TCU e TCE: julgados pelo poder Legislativo.
o TCM’s: julgados pelo TCE respectivo, uma vez que são órgãos administrativos.
● Julgamento das contas do TCE é feita pelo Legislativo Estadual, conforme STF. Já o TCU, que
também é fiscalizado pelo Legislativo Federal (Congresso), possui o fundamento em seu
próprio regimento (TCU)
● TCU aprecia admissão de pessoal (aqui precisa de contraditório) e concessão de aposentadoria
reforma e pensões.
● TCU NÃO aprecia: nomeação de cargos em comissão e melhorias posteriores que não alterem
o fundamento legal do ato concessório.
● SV 3: Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a
ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial
de aposentadoria, reforma e pensão."
o A exceção é porque o referido ato é complexo e, sem a apreciação do TCU, há
mera expectativa de direito, motivo pelo qual não há direito ao contraditório.
Só há direito ao contraditório quando a decisão puder resultar anulação ou
revogação, mas não sua concessão. Ademais, não há como anular aquilo que
não foi, sequer, concedido
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14.11.1. Improbidade
● Indisponibilidade: a autoridade deve representar ao Ministério Público para decretação da
indisponibilidade pelo JUIZ. – art. 7º.
o A comissão processante (administrativa) representará ao MP ou à
procuradoria do órgão para que requeira ao juízo competente a decretação
do sequestro dos bens do agente ou terceiro que tenha enriquecido
ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público art. 16.
▪ Entende-se que no caso de violação de princípios também pode
requerer sequestro ou indisponibilidade, uma vez que a jurisprudência
inclina-se no sentido de que tais valores servirão para eventual multa
quando condenado por violação aos princípios administrativos.
● Novo: Constitui ato de improbidade administrativa qualquer ação ou omissão para conceder,
aplicar ou manter benefício financeiro ou tributário contrário ao que dispõem a LC 116.
o Pena: perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 5 a 8 anos,
e multa civil de até 3 vezes o valor do benefício tributário ou financeiro
concedido.
o É uma modalidade de IMPROBIDADE NOVA, não se enquadrando nos arts. 9,
10 ou 11.
● Novo: ato de improbidade que atenta contra os princípios (não é causa de prejuízo ao erário)
da administração pública – transferir recurso a entidade privada, em razão de prestação de
serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou instrumento
440 congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei 8080.
● Não se aplica a LIA a fatos anteriores à sua vigência. Mas pode declarar indisponibilidade de
bens adquiridos antes do ilícito.
● A autoridade judicial ou administrativa poderá determinar o afastamento do agente público
do exercício de sua atividade, sem prejuízo de sua remuneração, quando a medida se fizer
necessária à instrução processual.
● NÃO EXISTE PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE NAS AÇÕES DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. O
art. 23 da Lei nº 8.429/92 regula o prazo prescricional para a propositura da ação de
improbidade administrativa. Logo, não haverá prescrição se a ação foi ajuizada no prazo, tendo
demorado, contudo, mais que 5 anos do ajuizamento para ser julgada.
● Nas ações civis por ato de improbidade administrativa, o prazo prescricional é interrompido
com o mero ajuizamento da ação de improbidade dentro do prazo de 5 anos contado a partir
do término do exercício de mandato, de cargo em comissão ou de função de confiança, ainda
que a citação do réu seja efetivada após esse prazo. Assim, se a ação de improbidade foi
ajuizada dentro do prazo prescricional, eventual demora na citação do réu não prejudica a
pretensão condenatória da parte autora.
o O marco interruptivo da prescrição é a propositura da ação, e não a efetiva
citação.
● É possível que se determine a indisponibilidade de bens em valor superior ao indicado na
inicial da ação, visando a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário,
levando-se em consideração, até mesmo, o valor de possível multa civil como sanção
autônoma. Isso porque a indisponibilidade acautelatória prevista na Lei de Improbidade
Administrativa tem como finalidade a reparação integral dos danos que porventura tenham
sido causados ao erário.
● Nas ações de improbidade, não vige o princípio da correlação, adstrição ou congruência
entre sentença e pedido. Deve haver, na causa de pedir, narração detalhada do ato de
improbidade, o que é suficiente para a identificação e individualização da demanda, bem como
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para a defesa do réu, à semelhança do que ocorre com o processo penal e em alguns
procedimentos cíveis, como a ação popular e as ações objetivas de controle de
constitucionalidade. O juiz irá analisar as sanções a serem aplicadas, conforme o caso.
● Art. 9º. Atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente público: exige
DOLO.
● Art. 10. Atos de improbidade que causam prejuízo ao erário: pode ser DOLO ou, no mínimo,
CULPA.
● Art. 11. Atos de improbidade que atentam contra princípios da administração pública: exige
DOLO.
● Novidade legislativa: pratica ato de improbidade administrativa o Prefeito que, no prazo
máximo de 2 (dois) anos a contar da vigência da lei 13425, deixar de editar normas especiais
de prevenção e combate a incêndio e a desastres para locais de grande concentração e
circulação de pessoas.
● É admissível a prova emprestada extraída de inquérito policial ou ação penal, com a finalidade
de instruir ação de improbidade.
● Absolvição em processo administrativo não vincula o juízo criminal nem o juízo da ação de
improbidade. STJ.
● Condenação em danos morais em ação de improbidade – STJ: cabível, seja pela frustração
trazida pelo ato ímprobo na comunidade, seja pelo desprestígio efetivo causado à entidade
pública que dificulte a ação estatal, devendo a aferição do dano ser efetuada no caso concreto.
o TRF4 não aceita, pois entende que, em sede de improbidade administrativa, as
441 sanções são exaustivamente previstas em lei, não havendo previsão para dano
moral coletivo.
o Há teoria que não aceita, sob o argumento de que não há dano psicológico.
o Em direito ambiental foi melhor tratado, em sede de ações coletivas.
● O periculum in mora nas ações de improbidade, para fins de decretação de indisponibilidade é
presumido, uma vez que o réu pode dilapidar seu patrimônio.
● É possível, em situações excepcionais, enquadrar o consultor jurídico ou parecerista como
sujeito passivo numa ação de improbidade administrativa. Para isso, é preciso que a peça
opinativa seja apenas um instrumento, dolosamente elaborado, destinado a possibilitar a
realização do ato ímprobo. Faz-se necessário que desde o nascedouro, a má-fé tenha sido o
elemento subjetivo condutor da realização do parecer.
● É possível a demissão de servidor por improbidade administrativa em processo administrativo
disciplinar. Infração disciplinar grave que constitui ato de improbidade é causa de demissão
do servidor, em processo administrativo, independente de processo judicial prévio.
● Não prestar declaração de bens no prazo estipulado ou prestar declaração de bens falsa
sujeita o agente público à pena de demissão. (art. 13) CAIU NO TRF3-2018
● Superior Tribunal de Justiça concluiu que a contagem do prazo prescricional para o particular
deveria seguir a mesma regra que para o agente público, nos termos do art. 23, da LIA,
inclusive considerando a natureza temporária ou efetiva do vínculo.
● TERMO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA: é título executivo extrajudicial. De ambas as partes,
não há direito subjetivo em sua assinatura. Trata-se de uma conciliação.
● Prescrição de ressarcimento de danos ao erário / prescrição que corre contra a Fazenda
Pública:
o Ilícitos civis: há regular prescrição da reparação do ilícito civil.
o Ilícitos administrativos (decorre de improbidade): é imprescritível o
ressarcimento ao erário quando a improbidade for DOLOSA.
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● A suspensão do processo do artigo 315 do CPC possui caráter facultativo, não sendo uma
imposição do julgador. Assim, se tramitar ação penal, o juiz poderá ou não suspender a ação
de improbidade.
● Determinado Município ajuizou Ação Civil Pública de Improbidade Administrativa contra o ex-
prefeito da cidade, sob o argumento de que este, enquanto prefeito, firmou convênio com
órgão/entidade federal e recebeu recursos para aplicar em favor da população e, no entanto,
não prestou contas no prazo devido, o que fez com o que o Município fosse incluído no
cadastro negativo da União, estando, portanto, impossibilitado de receber novos recursos
federais. Esta ação de improbidade administrativa deverá ser julgada pela Justiça Federal ou
Estadual?
o Regra: compete à Justiça Estadual (e não à Justiça Federal) processar e julgar
ação civil pública de improbidade administrativa na qual se apure
irregularidades na prestação de contas, por ex-prefeito, relacionadas a verbas
federais transferidas mediante convênio e incorporadas ao patrimônio
municipal.
o Exceção: será de competência da Justiça Federal se a União, autarquia
federal, fundação federal ou empresa pública federal manifestar
expressamente interesse de intervir na causa porque, neste caso, a situação
se amoldará no art. 109, I, da CF/88.
● De quem será a competência para julgar ação de improbidade em caso de desvio de verbas
transferidas pela União ao Município por meio de convênio?
445 o Se, pelas regras do convênio, a verba transferida deve ser incorporada ao
patrimônio municipal, a competência para a ação será da Justiça Estadual
(Súmula 209-STJ).
o Ao contrário, se o convênio prevê que a verba transferida não é incorporada
ao patrimônio municipal, ficando sujeita à prestação de contas perante o
órgão federal, a competência para a ação será da Justiça Federal (Súmula 208-
STJ).
A autoridade judicial ou administrativa competente poderá determinar o afastamento do
agente público do exercício do cargo, emprego ou função, sem prejuízo da remuneração,
quando a medida se fizer necessária à instrução processual.
Atenta contra os princípios. ART. 11, X – transferir recurso a entidade privada, em razão da
prestação de serviços na área de saúde sem a prévia celebração de contrato, convênio ou
instrumento congênere, nos termos do parágrafo único do art. 24 da Lei nº 8.080, de 19 de
setembro de 1990. (Incluído pela Lei nº 13.650, de 2018)
A aplicação das sanções independe de aprovação/rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo TCU, bem como da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo
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delegada, administram verbas públicas, são sujeitos ativos dos atos de improbidade
administrativa. (REsp 495.933/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
16/03/2004, DJ 19/04/2004, p. 155)
b. O conceito de agente público se estende aos médicos e administradores de entidade
hospitalar privada que administram recursos públicos provindos do Sistema Único de Saúde.
Precedentes. (REsp 412.845/RS, Rel. Ministro HAMILTON CARVALHIDO, SEXTA TURMA, julgado
em 25/06/2004, DJ 06/12/2004, p. 374)
Observe, ainda, que a LIA aplica-se aos agentes políticos, juízes e membros do Ministério
Público:
STJ – O Superior Tribunal de Justiça já sedimentou o entendimento de que a Lei n.
8.429/1992 se aplica aos agentes políticos; nesse sentido, vide: Rcl 2790/SC, Rel. Ministro
Teori Albino Zavascki, Corte Especial, DJe 4/3/2010.
STJ – Esta Corte Superior tem posicionamento pacífico no sentido de que não existe norma
vigente que desqualifique os agentes políticos – incluindo magistrados, para doutrina e
jurisprudência que assim os consideram – como parte legítima a figurar no pólo passivo de
ações de improbidade administrativa. Não custa pontuar, ainda, que os magistrados
enquadram-se no conceito de “agente público” (político ou não) formulado pelo art. 2º da
Lei n. 8.429/92 e, mesmo que seus atos jurisdicionais pudessem eventualmente
subsumirem-se à Lei n. 1.079/50, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça é firme no
sentido de que existe perfeita compatibilidade entre o regime especial de responsabilização
política e o regime de improbidade administrativa previsto na Lei n. 8.429/92, cabendo,
apenas e tão-somente, restrições em relação ao órgão competente para impor as sanções
447 quando houver previsão de foro privilegiado ratione personae na Constituição da República
vigente. (REsp 1169762/RN, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, SEGUNDA TURMA,
julgado em 10/08/2010, DJe 10/09/2010)
Admissão, pelo STJ, de indisponibilidade de bens recair sobre bem de família e bens
adquiridos a qualquer tempo, inclusive antes da prática dos atos de improbidade.
STJ:
a. A jurisprudência do STJ é firme no sentido de que, nas demandas por improbidade
administrativa, a decretação de indisponibilidade prevista no art. 7º, parágrafo único, da LIA
não depende da individualização dos bens pelo Parquet, podendo recair sobre aqueles
adquiridos antes ou depois dos fatos descritos na inicial, bem como sobre bens de família.
(REsp 1287422/SE, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA TURMA, julgado em 15/08/2013,
DJe 22/08/2013)
b. A decretação de indisponibilidade de bens em decorrência da apuração de atos de
improbidade administrativa deve observar o teor do art. 7º, parágrafo único, da Lei n.
8.429/92, limitando-se a constrição aos bens necessários ao ressarcimento integral do dano,
ainda que adquiridos anteriormente ao suposto ato de improbidade, ou até mesmo ao início
da vigência da referida lei. (AgRg no REsp 1191497/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS,
SEGUNDA TURMA, julgado em 20/11/2012, DJe 28/11/2012)
• Art. 9º: atos de improbidade que importam enriquecimento ilícito do agente público DOLO
• Art. 10: atos de improbidade que causam prejuízo ao erário DOLO OU CULPA
• Art. 11: atos de improbidade que atentam contra princípios da administração pública DOLO
Para garantir que a pessoa que praticou ato de improbidade responda pelas sanções do § 4º
do art. 37, da CF, os arts. 7º e 16 da Lei n.° 8.429/92 preveem a possibilidade de ser decretada
a indisponibilidade (art. 7º) e o sequestro (art. 16) dos seus bens. Veja o que diz a Lei:
Além disso, o MP poderá requerer a indisponibilidade, ainda que não tenha sido provocado
por nenhuma autoridade administrativa, desde que, por algum outro modo, tenha tido notícia
da suposta prática do ato de improbidade (ex: reportagem divulgada em jornal).
De qualquer forma, muito cuidado com a redação dos arts. 7º e 16 porque muitas vezes são
cobrados na prova a sua mera transcrição, devendo este item ser assinalado, então, como
correto.
NÃO. A indisponibilidade é SIM. Não se pode conferir uma interpretação literal aos arts. 7º e 16 da LIA,
decretada apenas quando o até mesmo porque o art. 12, III, da Lei n.° 8.429/92 estabelece, entre as
ato de improbidade sanções para o ato de improbidade que viole os princípios da administração
administrativa: pública, o ressarcimento integral do dano - caso exista -, e o pagamento de
a) causar lesão ao patrimônio multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente.
público; ou Logo, em que pese o silêncio do art. 7º, uma interpretação sistemática que
b) ensejar enriquecimento leva em consideração o poder geral de cautela do magistrado induz a
450 ilícito. concluir que a medida cautelar de indisponibilidade dos bens também pode
ser aplicada aos atos de improbidade administrativa que impliquem violação
Assim, só cabe a dos princípios da administração pública, mormente para assegurar o
indisponibilidade nas integral ressarcimento de eventual prejuízo ao erário, se houver, e ainda a
hipóteses do arts. 9º e 10 da multa civil prevista no art. 12, III, da Lei n. 8.429/92 (AgRg no REsp
LIA. Não cabe a 1311013/RO, DJe 13/12/2012).
indisponibilidade no caso de Na doutrina, esta é a posição de Emerson Garcia e Rogério Pacheco Alves
prática do art. 11. (Improbidade Administrativa. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2011).
5) Essa indisponibilidade dos bens pode ser decretada sem ouvir o réu?
SIM. É admissível a concessão de liminar inaudita altera pars para a decretação de
indisponibilidade e sequestro de bens, visando assegurar o resultado útil da tutela
jurisdicional, qual seja, o ressarcimento ao Erário.
Desse modo, o STJ entende que, ante sua natureza acautelatória, a medida de
indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa pode ser deferida nos autos
da ação principal sem audiência da parte adversa e, portanto, antes da notificação para defesa
prévia (art. 17, § 7º da LIA).
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6) Para que seja decretada a indisponibilidade dos bens da pessoa suspeita de ter praticado
ato de improbidade exige-se a demonstração de fumus boni iuris e periculum in mora?
NÃO. Basta que se prove o fumus boni iuris, sendo o periculum in mora presumido
(implícito). Assim, é desnecessária a prova do periculum in mora concreto, ou seja, de que os
réus estejam dilapidando seu patrimônio, ou na iminência de fazê-lo, exigindo-se apenas a
demonstração de fumus boni iuris, consistente em fundados indícios da prática de atos de
improbidade. A medida cautelar de indisponibilidade de bens, prevista na LIA, consiste em
uma tutela de evidência, de forma que basta a comprovação da verossimilhança das
alegações, pois, pela própria natureza do bem protegido, o legislador dispensou o requisito do
perigo da demora.
7) Então, pode ser decretada a indisponibilidade dos bens ainda que o acusado não esteja se
desfazendo de seus bens?
SIM. A indisponibilidade dos bens visa, justamente, a evitar que ocorra a dilapidação
patrimonial. Não é razoável aguardar atos concretos direcionados à sua diminuição ou
dissipação. Exigir a comprovação de que tal fato esteja ocorrendo ou prestes a ocorrer tornaria
difícil a efetivação da medida cautelar e, muitas vezes, inócua (Min. Herman Benjamin).
Vale ressaltar, no entanto, que a decretação da indisponibilidade de bens, apesar da
excepcionalidade legal expressa da desnecessidade da demonstração do risco de dilapidação
do patrimônio, não é uma medida de adoção automática, devendo ser adequadamente
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fundamentada pelo magistrado, sob pena de nulidade (art. 93, IX, da Constituição Federal),
sobretudo por se tratar de constrição patrimonial (REsp 1319515/ES).
8) Pode ser decretada a indisponibilidade sobre bens que o acusado possuía antes da suposta
prática do ato de improbidade?
SIM. A indisponibilidade pode recair sobre bens adquiridos tanto antes como depois da prática
do ato de improbidade (REsp 1204794/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, Segunda Turma, julgado
em 16/05/2013).
11) É necessário que o Ministério Público (ou outro autor da ação de improbidade), ao
formular o pedido de indisponibilidade, faça a indicação individualizada dos bens do réu?
NÃO. A jurisprudência do STJ está consolidada no sentido de que é desnecessária a
individualização dos bens sobre os quais se pretende fazer recair a indisponibilidade prevista
no art. 7º, parágrafo único, da Lei n.° 8.429/92 (AgRg no REsp 1307137/BA, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, 2ª Turma, julgado em 25/09/2012). A individualização somente é
necessária para a concessão do “sequestro de bens”, previsto no art. 16 da Lei n.° 8.429/92.
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verificariam se produzido internamente pela pessoa jurídica. Portanto, há uma análise dos
custos de transação.
o A terceirização é permitida pela Constituição, pelo particular, em homenagem
à livre iniciativa e consectários, bem como para a administração, em
homenagem à eficiência, de modo que atinja seus fins por meios legais menos
onerosos.
o O STF demonstrou que tanto na prática quanto na teoria internacional, é
rechaçado o argumento de que a terceirização importa em precarização das
relações de trabalhos.
o O artigo 71 da Lei 8666 é expresso em vedar a transferência da
responsabilidade do contrato para a Administração Pública nas hipóteses de
inadimplência do contratado por suas obrigações (trabalhistas, fiscais e
comerciais), nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a
regularização e o uso das edificações, inclusive perante o registro de imóveis.
o O STF, no RE 760.931, reiterou o que já decidiu na ADC 16, declarando
constitucional o referido artigo.
o Hipóteses em que a Administração pode ser responsabilizada, segundo o
STF: em regra, é vedada a transferência automática de responsabilidade para a
Administração, quer seja solidária ou subsidiária.
o O STF inadmite a presunção de culpa da Administração na eleição do
contratado, motivo pelo qual a Súmula 331 do TST que trata sobre a
responsabilidade da Administração não merece mais prosperar.
456 o Para que haja a transferência da responsabilidade para a Administração deve
haver a concreta demonstração da omissão da Administração em fiscalizar o
contrato.
TETOS: é possível que as constituições estaduais criem subtetos estaduais, que serão as
remunerações dos desembargadores, ressalvado os parlamentares, pois a Constituição
Federal que regula a remuneração dos Deputados Estaduais.
o Teto único estadual: previsto na CE e limite da remuneração dos
desembargadores, “limitados à 92,5% do teto do STF”. O STF declarou tal
parte inconstitucional, pois criou diferença entre os juízes estaduais e os juízes
federais, uma vez que não há tal limite para Juízes Federais, e o Poder
judiciário é NACIONAL.
o Deputados estaduais: 75% do deputado federal.
o Vereadores: escalonado
Em regra, é vedada a contratação por tempo determinado para atender necessidade
temporária de excepcional interesse público para o exercício de atividades permanentes do
órgão ou entidade e que devam estar sob o espectro das contingências normais da
administração, no entanto não há violação à regra na hipótese de haver crescente número de
demandas e elevado passivo de processos parados junto ao órgão administrativo, justificado o
excepcional interesse público. Nesse caso, não está sob o espectro das contingências normais
da administração.
o Segundo decidiu o STJ, excepcionalmente, admite-se a contratação por tempo
determinado para atender à necessidade temporária de excepcional interesse
público (art. 37, IX, da CF/88) ainda que para o exercício de atividades
permanentes do órgão ou entidade. No caso concreto, as contratações
temporárias se fazem necessárias em decorrência do crescente número de
demandas e do enorme passivo de procedimentos administrativos que estão
parados junto à ANS. Ademais, o quadro de pessoal da agência já está
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sem que tal violação se manifeste, é necessário que a discriminação guarde compatibilidade
com o conteúdo do princípio.
o Requisitos em concurso público: previsto em lei da carreira, compatível com
as atribuições do cargo, previsto no edital do concurso.
o Psicotécnico em concursos: previsto em lei da carreira, necessários
parâmetros objetivos, deve ser conferido direito a recurso.
o A imposição de discrímen de gênero para fins de
participação em concurso público somente é compatível com a Constituição
nos excepcionais casos em que demonstradas a fundamentação proporcional
e a legalidade da imposição, sob pena de ofensa ao princípio da isonomia
A alteração do número de vagas de concurso no decorrer do processo seletivo, impedindo
candidato aprovado dentro do número de vagas anteriormente previsto, viola os princípios da
segurança jurídica e da confiança.
Candidato aprovado em concurso público para formação de cadastro de reserva não tem
direito subjetivo à nomeação, mas mera expectativa.
o STJ: candidato aprovado em primeiro lugar tem direito à nomeação, ainda que
em cadastro de reserva. Superada em 2016 pelo STJ.
Candidato aprovado fora do número de vagas e houver desistência de candidato melhor
classificado já nomeado, há direito subjetivo a nomeação.
Prorrogação da validade de concurso público é ato discricionário da administração.
458 O candidato de concurso cuja nomeação tardia decorreu por força de decisão judicial NÃO
tem direito à indenização pelo tempo que aguardou a solução definitiva pelo Judiciário.
o Também NÃO TEM DIREITO à PROMOÇÃO RETROATIVA
o Esse entendimento aplica-se mesmo que o erro tenha sido reconhecido
administrativamente, e não pelo judiciário. Assim, ainda que a demora tenha
origem em erro reconhecido pela própria administração, a nomeação tardia
não gera direito à indenização.
o STJ e STF consagra a compreensão de que o pagamento de remuneração e a
percepção de demais vantagens por servidor público pressupõe o efetivo
exercício no cargo, sob pena de enriquecimento sem causa, não havendo que
se falar em danos. Ademais, a administração reconhecer seus erros é
autotutela, não podendo se falar que o fato de o erro ter sido reconhecido
pela administração e não pelo judiciário, ensejaria indenização.
o EXCEÇÃO: arbitrariedade flagrante.
O prazo decadencial para impetrar MS contra limite de idade em concurso público conta-se da
ciência do ato administrativo que determina a eliminação do candidato, e não da publicação
do edital.
A banca examinadora do certame, por ocasião da divulgação dos resultados das provas, deve
demonstrar, de forma clara e transparente, que os critérios de avaliação previstos no edital
foram devidamente considerados, sob pena de nulidade da avaliação. As informações
constantes dos espelhos de provas subjetivas representam a motivação do ato administrativo,
consistente na atribuição de nota ao candidato. Essa motivação deve ser apresentada
anteriormente ou concomitante à prática do ato administrativo, pois caso se permita a
motivação posterior, isso pode dar ensejo para que se fabriquem, forjem ou criem motivações.
Não é legítima a conduta da banca examinadora de divulgar o espelho de provas com a
motivação das notas após ser contestada na via judicial ou administrativa. Destaque-se
também que não há fundamentação válida se a banca apenas divulga critérios muito
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entendia que o dispositivo era CONSTITUCIONAL, apenas vedando que a classe superior fosse
de carreira diversa. Entretanto, tal artigo foi REVOGADO em 1997.
● Não há óbice a que um servidor efetivo aposentado compulsoriamente permaneça no cargo
comissionado que já desempenhava ou a que seja nomeado para cargo de livre nomeação e
exoneração, uma vez que não se trata de vínculo efetivo com a Administração.
● O servidor aposentado que comete infração quando ainda na ativa está sujeito a aplicação da
pena de cassação de aposentadoria. Cabe no caso de servidor aposentado cuja pena é
demissão.
● Vedado percepção de aposentadoria e vencimento de cargos inacumuláveis. Só pode perceber
dessa maneira, quando os cargos forem acumuláveis, cargos eletivos ou cargos em comissão.
● A demora injustificada da Administração em analisar o pedido de aposentadoria do servidor
público gera o dever de indenizá-lo, considerando que, por causa disso, ele foi obrigado a
continuar exercendo suas funções por mais tempo do que o necessário. Exemplo de demora
excessiva: mais de 1 ano.
● A ocupação de novo cargo dentro da estrutura do Poder Judiciário, pelo titular do abono de
permanência, não implica a cessação do benefício.
● A EC 20/98 só proibiu cumulação de 2 aposentadorias do RPPS civil. Não proibiu aposentadoria
militar + aposentadoria civil. Assim, é possível que caso o servidor morra, a esposa receba 2
pensões, uma civil e outra militar.
● Integralidade é igual a remuneração da ativa. Proventos integrais é o cálculo feito que
demonstra não ser proventos proporcionais.
460 ● A jornada de trabalho do MÉDICO servidor público é de 4 horas diárias e de 20 horas semanais,
nos termos da Lei nº 12.702/2012. A jornada de trabalho do ODONTÓLOGO servidor público é
de 6 horas diárias e de 30 horas semanais, nos termos do DL 2.140/84. Essas regras acima
explicadas não se aplicam no caso de médicos e odontólogos que ocupem cargo em comissão
ou função de confiança, considerando que, neste caso, terão que cumprir a jornada normal de
trabalho.
● IV - em qualquer caso que exija o afastamento para o exercício de mandato eletivo, seu tempo
de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto para promoção por merecimento;
● Constatada a concessão e a incorporação indevidas de determinada gratificação especial aos
proventos de servidor público aposentado, deve a administração suprimi-la em respeito ao
princípio da autotutela, sendo necessária a prévia instauração de procedimento
administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa.
● Servidor que recebeu auxílio-moradia com base em declaração falsa terá que ressarcir o erário,
ainda que já passado 5 anos, uma vez que trata-se de ato de má-fé.
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celetista, quando da vigência de dois regimes para servidores, suspenso em ADIn. (STF,
Plenário, 22/09/2016) – nesse caso houve o concurso público, portanto é servidor.
o Superado o entendimento da OJ 138 SDI-1, que dispõe que compete à Justiça
do Trabalho julgar pedidos de direitos e vantagens previsto na legislação
trabalhista a período anterior à Lei n. 8112/90, mesmo que a ação tenha sido
ajuizada a pós a edição da referida lei.
● Para determinação de competência, deve ser averiguada a natureza da relação de fundo
mantida entre o servidor e a Administração, ainda que a causa de pedir específica esteja
relacionada ao desvirtuamento ou à existência de vícios na origem da relação jurídico-
administrativa (fraude, simulação, ausência de concurso).
o Assim, compete a Justiça Comum examinar previamente a existência, validade
e eficácia do vínculo jurídico-administrativo existente entre o servidor e a
Administração Pública, a fim de reconhecer o liame trabalhista, acaso constate
a presença de vício a macular a relação administrativa.
● O servidor contratado anteriormente à CF, sob o regime celetista e sem concurso público,
permanecerá na condição de empregado, mesmo após a edição da norma estadual prevendo a
conversão do regime jurídico para público, e ainda que tenho adquirido estabilidade nos
termos do artigo 19 do ADCT, porquanto não se submeteu a concurso público. (A estabilidade
só cabe para servidores públicos civis, empregados públicos não)
o Assim, compete à Justiça do Trabalho examinar pedido de empregado público
admitido sem concurso público antes da CF 88, sob regime celetista, não
463 obstante a superveniência de legislação instituindo a conversão de seu regime
jurídico para estatutário. (Logo, antes da CF 88, o servidor contratado sob o
regime celetista e sem concurso público, ainda que venha legislação alterando
o regime para estatutário, permanecerá sendo celetista, de modo que se
considera NULA a convolação do regime jurídico.
● COMPETE À JUSTIÇA DO TRABALHO processar e julgar ações em que se discute o direito às
verbas trabalhistas relativas ao período em que o servidor mantinha vínculo celetista com a
Administração Pública antes da transposição para o regime estatutário.
o Servidores celetistas, contratados sem concurso, anteriormente à CF88,
podem adquirir a estabilidade do artigo 19 do ADCT, mas continuarão sendo
celetistas caso lei posterior converta seu regime jurídico, conforme explicações
acima.
● A justiça comum, federal ou estadual, é competente para julgar a abusividade de greve de
servidores públicos celetistas da Administração pública direta, autarquias e fundações
públicas.
● Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no serviço público antes da
Constituição de 1988 sem prestar concurso.
● Posição para concursos
o O tema, como visto, está polêmico. Caso seja cobrado nas provas, penso que
será exigida a redação literal daquilo que foi divulgado nos informativos ou nas
ementas oficiais. Portanto, memorize essas duas conclusões que, se
aparecerem nas provas, estarão corretas:
o Compete à Justiça do Trabalho julgar causa relacionada com depósito do
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de servidor que ingressou no
serviço público antes da Constituição de 1988 sem prestar concurso. STF.
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14.13.Licitações e contratos
Licitações. Fundamento constitucional. Conceito e modalidades. O regime de licitações e
alterações. Dispensa e inexigibilidade. Revogação e anulação, hipóteses e efeitos. Pregão e
consulta. O Registro de preços. Contratos administrativos. Conceito e características.
Invalidação. Principais espécies de contratos administrativos. Inexecução e rescisão dos
contratos administrativos.
● A força maior e caso fortuito são motivos para a rescisão do contrato administrativo, porém,
há condicionante legal no sentido de que elas devem ser impeditivas à execução do contrato.
Não havendo tal impedimento, não pode ser utilizado esse dispositivo para justificar a
464 rescisão.
● Para contratar com a administração, na fase de HABILITAÇÃO deve ser demonstrada a
regularidade FISCAL e TRABALHISTA.
● Para que a pessoa possa participar de licitações e contratar com a Administração Pública é
necessário que comprove sua regularidade fiscal, ou seja, a inexistência de débitos com o
Poder Público. Essa regularidade fiscal não é exigida apenas no momento da licitação
(habilitação) e contratação, persistindo durante toda a execução do contrato.
o No entanto, segundo o STJ, é ilegal reter o pagamento devido a fornecedor
em situação de irregularidade perante o Fisco. Essa prática não é permitida,
considerando que não existe autorização na Lei para que seja feita (viola o
princípio da legalidade).
o No caso de falta de regularidade fiscal durante a execução do pacto, a Lei de
Licitações autoriza que o Poder Público imponha penalidades ao contratado
(art. 87) ou rescinda o contrato.
● A Lei nº 8.666/93 prevê o seguinte: “Art. 7º (...) § 2º As obras e os serviços somente poderão
ser licitados quando: III — houver previsão de recursos orçamentários que assegurem o
pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem executadas no exercício
financeiro em curso, de acordo com o respectivo cronograma;” Para que seja atendido o inciso
III do § 2º do art. 7º da Lei de Licitações, não se exige a disponibilidade financeira, mas tão
somente que haja previsão destes recursos na Lei Orçamentária.
● É lícita cláusula em edital de licitação exigindo que o licitante, além de contar, em seu acervo
técnico, com um profissional que tenha conduzido serviço de engenharia similar àquele em
licitação, já tenha atuado em serviço similar.
● Licitação deserta: não comparecerem interessados. Se a licitação não puder ser feita
novamente sem prejuízo para a Administração, esta poderá contratar diretamente com
fundamento no inciso V do art. 24.
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o A OAB é sui generis, e o STF falou que é uma entidade privada sem fins
lucrativos, de modo que não precisa licitar.
o Compete à Justiça Federal processar e julgar ações em que a ordem dos
Advogados do Brasil, quer mediante o Conselho Federal, quer seccional, figure
na relação processual”.
Em regra, é vedado o fracionamento de licitação com o fito de burlar as modalidades de
licitação previstas em lei.
o Excepcionalmente a lei permite que seja fracionada, por questões
orçamentárias, quando a Administração, ao longo do exercício financeiro, opta
pela realização de várias licitações para o mesmo objeto, devendo utilizar a
licitação mais rigorosa para cada uma dessas licitações fracionadas.
o Excepcionalmente é possível o parcelamento e a utilização de modalidade
mais simples, sempre que se tratar de parcelas de natureza específica que
devam ser executadas por pessoas diversas daquela que está executando a
obra ou prestando o serviço principal.
o O fracionamento doloso é CRIME.
Em relação à fiscalização do contrato, é possível que a Administração contrate terceiro para
auxiliar o servidor responsável pela fiscalização. Isso ocorre quando é necessário o
conhecimento de aspectos técnicos.
A contratada deve ter um preposto, aceito pela Administração, no local da obra ou serviço
para representação da empresa contratada perante a Administração.
467 Dispensada: art. 17. Rol taxativo. A lei determina a não realização de licitação. Poderia licitar,
mas a lei determina que não se licite.
Dispensável: art. 24. Rol taxativo. A lei autoriza a não realização da licitação. Mesmo sendo
dispensável, a Administração pode decidir realizar a licitação (discricionariedade).
Inexigível: art. 25. Rol exemplificativo. Como a licitação é uma disputa, é indispensável que
haja pluralidade de objetos e pluralidade de ofertantes para que ela possa ocorrer. Assim, a lei
prevê alguns casos em que a inexigibilidade se verifica porque há impossibilidade jurídica de
competição.
Na lei de estatais não há previsão de alteração unilateral do contrato, somente podendo ser
alterado por acordo.
A Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação de consignação em
pagamento movida pela União contra sociedade empresária por ela contratada para a
prestação de serviços terceirizados, caso a demanda tenha sido proposta com o intuito de
evitar futura responsabilização trabalhista subsidiária da Administração nos termos da Súmula
331 do TST. STJ
A declaração de inidoneidade só produz efeito para o futuro, sem interferir nos contratos já
existentes. A sanção inibe a empresa de licitar ou contratar com a administração Pública, sem,
no entanto, acarretar, automaticamente, a rescisão dos contratos administrativos já
aperfeiçoados juridicamente e em curso de execução, notadamente os celebrados perante
outros órgãos administrativos não vinculados a autoridade relativa ao contrato. Todavia, a
ausência de efeito rescisório automático não compromete nem restringe a faculdade que têm
as entidades da Administração Pública de, no âmbito da sua esfera autônoma de atuação,
promover as medidas específicas para rescindir os contratos, nos casos autorizados e
observadas as formalidades estabelecidas nos artigos 77 a 80 da Lei de licitações. CAIU NO
TRF3-2018.
ATENÇÃO: SIM, É POSSÍVEL a contratação de profissionais da advocacia pela Administração
pública, mediante procedimento de inexigibilidade de licitação, devendo demonstrar a
singularidade do serviço prestado e a notória especialização, devidamente justificada. Deve
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TOMADA DE Antes: até 1 milhão e 500 mil Antes: até 650 mil
PREÇOS Agora: até 3 milhões e 300 mil Agora: até 1 milhão e 430 mil
Antes: acima de 1 milhão e
Antes: acima de 650 mil
500 mil
CONCORRÊNCIA Agora: acima de 1 milhão e
Agora: acima de 3 milhões e
430 mil
300 mil
CONTRATAÇÃO DIRETA PELO PEQUENO VALOR (ART. 24, I e II)
(Com a atualização do Decreto 9.412/2018)
Pode haver contratação direta (sem licitação) nos seguintes casos:
Obras ou serviços de engenharia: Compras e serviços diferentes de
468 engenharia:
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políticas destinadas a proteger a vida ou saúde humana, animal ou vegetal; que as medidas
são necessárias para cumprir o objetivo da política
Meio ambiente não é um bem público de uso comum. É bem de uso comum do povo. É um
patrimônio público (PNMA) de titularidade coletiva, e não de domínio estatal. Direito de
terceira geração de titularidade coletiva. É um bem de interesse difuso e de terceira geração.
FAB MATA SERRA PANTA ZONA – só são patrimônio nacional de utilidade disciplinada em lei.
NÃO SÃO UNIDADES DE CONSERVAÇÃO. (Floresta Amazoniga, Mata Atlântica, Serra do Mar,
Pantanal, Zona Costeira.
o O simples fato de um crime ambiental ocorrer em patrimônio nacional não
atrai a competência da Justiça Federal. Deve haver interesse da União no feito.
Em tese, o Estado-membro detém competência para legislar sobre controle de resíduos de
embarcações, oleodutos e instalações costeiras. Isso porque o objeto dessa lei é a tutela ao
meio ambiente, sendo essa matéria de competência concorrente, nos termos do art. 24, VI e
VIII, da CF/88. STF.
Segundo o princípio do protetor-recebedor, as pessoas físicas ou jurídicas que adotarem
medidas para preservação ambiental deverão receber uma vantagem econômica
(compensação financeira) considerando que estão atuando em prol de toda a comunidade.
Não está previsto na PNMA, mas na lei de resíduos sólidos e no código florestal.
Instrumentos de participação e controle popular nas políticas ambientais: Ação Popular,
Audiências Públicas obrigatórias em empreendimentos potencialmente causadores de
degradação ambiental; iniciativa popular de lei; direito de petição em matéria ambiental;
realização de consulta pública quando da criação de unidades de conservação.
470 STF: a aptidão para legislar sobre Direito Ambiental é da União, Estados, DF e Municípios.
Municípios podem editar normas mais restritivas do que as estabelecidas pela União, sendo
avaliada em cada caso concreto se o fundamento para tal exacerbação da restrição é, ou não,
idôneo. Fundamento: conferir maio proteção possível ao meio ambiente, de modo que haja
motivação, pautada no princípio da proporcionalidade.
o Municípios podem criar leis que apliquem multas aos proprietários de carros
que emitam fumaça acima dos padrões aceitáveis.
o A regra é que os municípios são competentes para legislar sobre meio
ambiente com a União e o Estado, vinculado aos eu interesse local e desde
que tal regramento esteja limitado pela disciplina estabelecida pelos demais
entes federados.
o A teor dos dispostos nos arts. 24 e 30 da Constituição Federal, aos Municípios,
no âmbito do exercício da competência legislativa, cumpre a observância das
normas editadas pela União e pelos Estados, como as referentes à proteção
das paisagens naturais notáveis e ao meio ambiente, não podendo contrariá-
las, mas tão somente legislar em circunstâncias remanescentes.
o Ainda que de modo mais benéfico ao meio ambiente, não podem os Estados
legislar em sentido oposto à legislação federal vigente, proibindo aquilo que
é permitido.
Toda atividade nuclear em Território Nacional somente será admitida para fins pacíficos e
mediante aprovação do Congresso Nacional.
Só cabe a União autorização ou concessão para pesquisa e lavra de recursos minerais.
Entretanto, os municípios podem fiscalizar o cumprimento das normas ambientais art. 23
(competência comum): XI - registrar, acompanhar e fiscalizar as concessões de direitos de
pesquisa e exploração de recursos hídricos e minerais em seus territórios;
UNIÃO: competência para estabelecer as áreas e as condições para o exercício da atividade
de garimpagem, em forma associativa.
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Súmula 613-STJ: Não se admite a aplicação da teoria do fato consumado em tema de Direito
Ambiental.
o Não prospera também a alegação de aplicação da teoria do fato consumado,
em razão de os moradores já ocuparem a área, com tolerância do Estado por
anos, uma vez que tratando-se de construção irregular em Área de
Proteção Ambiental-APA, a situação não se consolida no tempo. Isso porque, a
aceitação da teoria equivaleria a perpetuar o suposto direito de poluir, de
degradar, indo de encontro ao postulado do meio ambiente equilibrado, bem
de uso comum do povo essencial à qualidade sadia de vida
As leis estaduais que proíbem o uso do amianto são constitucionais. O art. 2º da Lei federal nº
9.055/95, que autorizava a utilização da crisotila (espécie de amianto), é inconstitucional.
Houve a inconstitucionalidade superveniente (sob a óptica material) da Lei nº 9.055/95, por
ofensa ao direito à saúde (art. 6º e 196, CF/88); ao dever estatal de redução dos riscos
inerentes ao trabalho por meio de normas de saúde, higiene e segurança (art. 7º, inciso XXII,
CF/88); e à proteção do meio ambiente (art. 225, CF/88)
15.2. Política Nacional do Meio Ambiente
Sistema nacional do meio ambiente. Política nacional do meio ambiente.
15.2.1. Instrumentos da PNMA
● A servidão ambiental não pode ser aplicada em áreas de reserva legal e áreas de preservação
permanente. A instituição da servidão ambiental deverá ser averbada na matrícula do imóvel,
472 bem como alienação cessão ou transferência. Sua proteção será de, no mínimo, a aplicada
para reserva legal.
● CONAMA: APRECIAÇÃO, e não aprovação, dos estudos de impacto ambiental, e respectivos
relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental,
especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional.
15.2.2. Zoneamento Ambiental
● O planejamento municipal deverá utilizar-se de alguns instrumentos próprios do direito
ambiental, como o zoneamento ambiental.
● O Zoneamento Econômico Ecológico constitui instrumento de organização territorial de
caráter obrigatório e vinculado. Assim, as organizações e decisões dos agentes públicos e
privados deve levar em observação o ZEE.
● Cabe exclusivamente à União, ouvidos os Estados e Municípios, aprovar a delimitação e
autorizar a implantação de Zonas de Uso Estritamente industrial que se destinem à localização
de pólos:
o Petroquímicos;
o Cloroquímicos;
o Nucleares.
● As indústrias ou grupos de indústrias já existentes, que não funcionarem nas zonas industriais
definidas em lei, serão submetidas à instalação de equipamentos especiais de controle e, nos
casos mais graves, à relocalização. Nesses casos, os projetos terão condições especiais de
financiamento.
● Os Estados poderão instituir, mediante lei complementar, regiões metropolitanas,
aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por agrupamentos de municípios
limítrofes, para integrar a organização, o planejamento e a execução das funções públicas de
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interesse comum. Não há a previsão de exigência de aprovação dos municípios envolvidos por
meio de lei.
PROTEÇÃO INTEGRAL: não pode haver USO SUSTENTÁVEL: pode haver exploração de
utilização direta (indireta pode) de seus maneira a garantir a perenidade dos recursos
recursos naturais. ambientais renováveis e dos processos ecológicos,
mantendo-se os demais atributos ecológicos, de
forma justa e economicamente viável.
Estação ecológica: não precisa de consulta Área de Proteção Ambiental: público ou privado;
pública para sua criação; propriedade pública;
proteger a diversidade biológica; certo grau de
sem visitação; destinada à preservação e à ocupação humana. Não precisa de zona de
pesquisa, devidamente autorizada pelo órgãoamortecimento.
gestor. Área de relevante interesse ecológico: público ou
privado; pouca ou nenhuma ocupação humana;
Reserva biológica: não precisa de consulta exemplares raros extraordinários da biota.
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pública para sua criação; propriedade pública; Floresta Nacional: propriedade pública; permite
sem visitação, salvo com objetivo educacional; visitação pública; objetivo de manter o uso
pesquisa só com autorização do órgão gestor; sustentável dos recursos e desenvolver a pesquisa
finalidade de preservação integral da biota e científica; permitida ocupação por populações
demais atributos existentes. tradicionais que habitam quando da criação. Possui
Parque Nacional: propriedade pública; conselho consultivo.
permite pesquisa se autorizada; permite Reserva Extrativista: propriedade pública; utilizada
visitação pública se previsto no plano de pelas populações extrativistas tradicionais; uso
manejo; finalidade de preservar ecossistemas concedido pelo Poder Público via contrato; pode
naturais de grande relevância ecológica e haver criação de animais de pequeno porte;
beleza cênica. permitida visitação pública; proibida caça
Monumento Natural: propriedade pública ou amadorística e exploração dos recursos minerais. Há
privada; permite visita pública; preservar um conselho deliberativo de extração.
beleza cênica. Reserva de Fauna: propriedade pública; proibido
caça; permitida visitação pública se previsto no
manejo. Finalidade de estudo faunístico.
Refúgio da vida silvestre: propriedade pública
ou privada; permite visita pública; pesquisa só Reserva de desenvolvimento sustentável:
com autorização; finalidade de reprodução dos propriedade pública; abriga populações tradicionais;
espécimes. permitida visitação pública e pesquisa; uso concedido
às populações por contrato público;
Reserva Particular do Patrimônio Nacional:
474 propriedade exclusivamente particular; perpétua;
conservação; destinada à pesquisa; permitida
visitação; cabe turismo recreativo. Não precisa de
zona de amortecimento
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a. Isso porque não se mostra compatível com o art. 225 da CF/88 autorizar-se a
relativização da proteção da vegetação nativa protetora de nascentes, por
exemplo, para “gestão de resíduos” ou para a realização de competições
esportivas.
2) dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, VIII e IX, da Lei, de modo a se
condicionar a intervenção excepcional em APP, por interesse social ou utilidade pública, à
inexistência de alternativa técnica e/ou locacional à atividade proposta;
3) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 3º, XVII e ao art. 4º, IV, para fixar
a interpretação de que os entornos das nascentes e dos olhos d´água intermitentes
configuram área de preservação permanente;
4) declarar a inconstitucionalidade das expressões “demarcadas” e “tituladas”, contidas no art.
3º, parágrafo único;
a. tais terras e áreas poderão receber o tratamento diferenciado mesmo sem
demarcação e titulação. Isso porque a titulação do território das comunidades
tradicionais e dos povos indígenas representa uma mera “formalidade”, de caráter
declaratório (e não constitutivo). Em outras palavras, mesmo sem demarcação ou
titulação, tais territórios já existem e devem receber tratamento diferenciado
independentemente dessas formalidades.
5) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 48, § 2º, para permitir
compensação apenas entre áreas com identidade ecológica;
475 a. O proprietário que não tiver reserva legal em sua propriedade pode regularizar a
situação adquirindo CRA ou, se tiver reserva legal em excesso, é possível emitir CRA
para quem tem déficit compre.
b. as compensações devem ser realizadas somente em áreas ecologicamente
equivalentes, considerando-se não apenas o mesmo bioma, mas também as
diferenças de composição de espécies e estrutura dos ecossistemas que ocorrem
dentro de cada bioma. Não basta que a área seja do mesmo bioma, é necessário
também que haja identidade ecológica entre elas.
6) deve-se dar interpretação conforme a Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo a afastar,
no decurso da execução dos termos de compromissos subscritos nos programas de
regularização ambiental, o risco de decadência ou prescrição, seja dos ilícitos ambientais
praticados antes de 22.7.2008, seja das sanções deles decorrentes, aplicando-se
extensivamente o disposto no § 1º do art. 60 da Lei 12.651/2012, segundo o qual “a prescrição
ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão punitiva”.
a. O art. 59, §4º e 5º conferiu uma espécie de anistia aos proprietários que cometeram
ilícitos ambientais relacionados com a supressão irregular de vegetação em Áreas de
Preservação Permanente, de Reserva Legal e de uso restrito, desde que cumpridos
alguns requisitos. O STF afirmou que esses dispositivos são válidos, mas que se deve
evitar a prescrição e a decadência. Assim, deve-se dar interpretação conforme a
Constituição ao art. 59, §§ 4º e 5º, de modo que, durante a execução dos termos de
compromissos subscritos nos programas de regularização ambiental, não corra o prazo
de decadência ou prescrição.
b. § 1º A prescrição ficará interrompida durante o período de suspensão da pretensão
punitiva. § 2º Extingue-se a punibilidade com a efetiva regularização prevista nesta Lei.
Todos os demais dispositivos da Lei foram considerados constitucionais.
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● Não será exigida APP no entorno de reservatórios artificiais de água que não decorram de
barramento ou represamento de cursos d’água naturais. É constitucional. Ex: lagoa feita por
homem.
15.4.1. Reserva legal
● ATENÇÃO: apesar de a reserva legal ser instituto de zona rural, e que conforme ao artigo 19
ela é extinta quando do registro do parcelamento do solo, PODE o município em vez de
extinguir, convertê-la em área verde urbana, o que é bastante favorável ao meio ambiente.
● Será admitido o cômputo das APP no cálculo do percentual de Reserva Legal, desde que:
o Não implique conversão de novas áreas para uso alternativo do solo.
o A área a ser computada esteja conservada ou em processo de recuperação.
o O proprietário tenha requerido a inclusão do imóvel no CAR.
● O excesso de reserva legal, havendo cadastro no CAR, poderá ser utilizado para fins de
constituição de servidão ambiental, Cota de Reserva ambiental e outros instrumentos
congêneres.
15.4.2. Área de Preservação Permanente
● A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em APP somente ocorrerá nas hipóteses de
utilidade pública, de interesse social ou de baixo impacto ambiental previstas no Código
Florestal Brasileiro.
● APICUM e SALGADOS: é possível regularização das atividades de carcinicultura (camarões e
476 crustáceos em viveiros) e salinas ocupadas antes de 2008, desde que comprove sua localidade
e se obrigue, por termo ou compromisso, a proteger a integridade dos manguezais arbustivos
adjacentes.
● A criação de APP’s são de dois tipos, variando a indenização: por força de lei e de interesse
social, mediante decreto.
o Por força de lei: incabível indenização, pois são imposições de natureza
genérica e abstrata, para todas as pessoas.
o De interesse social: cabível indenização, pois cria restrições para pessoa certa
e determinada. Limitação específica.
15.4.3. Pequena Propriedade Rural
● A intervenção e a supressão de vegetal de baixo impacto ambiental em APP e Reserva Legal
quando realizadas em pequenas propriedades rurais NÃO PRECISAM DE LICENCIAMENTO ou
AUTORIZAÇÃO, quer na modalidade simplificada ou completa, mas SIMPLES DECLARAÇÃO ao
órgão competente pelo licenciamento, desde que o imóvel esteja inscrito no CAR.
o Também necessita de SIMPLES DECLARAÇÃO: implantações de instalações
necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que
comprovada a outorga do direito de uso de água, quando couber E a pesquisa
científica relativa recursos ambientais, respeitados outros requisitos previstos
na legislação aplicável.
● O manejo sustentável da Reserva Legal para exploração florestal eventual, sem propósito
comercial direto ou indireto, para consumo no próprio imóvel, sendo este pequena
propriedade rural, INDEPENDE de autorização ou licenciamento dos órgãos competentes,
bastando DECLARAÇÃO PRÉVIA.
o Admite-se exploração econômica na Reserva Legal na pequena propriedade
rural, mediante Plano de Manejo Florestal Sustentável, que será elaborado de
maneira simplificada.
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● É permitida a instituição de CRA da vegetação nativa que integre a Reserva Legal dos imóveis
definidos como pequena propriedade ou posse rural familiar.
● Pequena propriedade rural: A União deve utilizar-se de todos os meios para assegurar a devida
proteção ambiental e a concretização dos propósitos da norma, para somente então ser
possível a dispensa da vistoria prévia como condição para inclusão da propriedade no
programa de regularização fundiária de imóveis rurais de domínio público na Amazônia Legal.
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● Atuação subsidiária: ação do ente da Federação que visa a auxiliar no desempenho das
atribuições decorrentes das competências comuns, quando solicitado pelo ente federativo
originariamente detentor das atribuições definidas nesta Lei Complementar.
● Ainda que determinado empreendimento tenha se dado em respeito às normas ambientais, o
órgão ambiental competente pode modificar, suspender ou cancelar licenças ambientais caso
haja superveniência de graves riscos ambientais ou à saúde, nos termos da Resolução do
CONAMA, art. 19. Caso o próprio órgão não realize tais modificações, é juridicamente possível
a pretensão de obrigar a empresa à implementação de certos critérios mais rigorosos, com
base em estudos científicos.
●
15.5.2. Avaliação de Impacto Ambiental
● AIA: Avaliação de Impacto Ambiental: instrumento de política ambiental, formado por um
conjunto de procedimentos capazes de assegurar que se faça um exame sistemático dos
impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas, e que os resultados sejam
apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisões. É
exigido nos projetos públicos e particulares, industriais e não industriais, urbanos ou rurais, em
áreas consideradas críticas de poluição ou não.
● Inconstitucional disposição em Constituição Estadual que obrigava a submissão de projetos
ambientais de grande impacto à apreciação do Legislativo local.
478 ● A CF não determina expressamente a audiência pública para dar publicidade aos EPIA, mas tão
somente diz que se dará publicidade. Aquilo está expresso em LEI, e não na CF.
● A elaboração do Estudo de Impacto de Vizinhança não substitui a elaboração do EIA.
● EIA/RIMA é só para atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio
ambiente.
● Os estudos devem ser prévios. Ademais, a jurisprudência rechaça os estudos póstumos.
● O EIA, utilizado nos empreendimentos que apresentem grande potencial de degradação
ambiental, deve ser realizado previamente ao início da execução da obra. É uma medida
preventiva, logo, deve ser antes.
● IMPORTANTE: AIA é género do qual EIA é espécie. São vários os estudos, que variam de acordo
com o grau do risco gerado, servindo como subsídio para a análise da licença ambiental.
15.5.3. Poder de Polícia Ambiental
São válidos os autos de infração administrativa lavrados antes de 22/07/2008.,
A lei não permite a substituição de multa local por multa federal, mas apenas o contrário.
Nessa mesma esteira, a competência comum dos entes justifica a imposição de multa local
pelo mesmo fato já sancionado na órbita federal, não havendo ilegítimo bis in idem. Assim, se
o ente local já aplicou multa, o federal não poderá fazê-lo. Apenas se o examinador exigir uma
postura mais reflexiva em uma questão subjetiva mais aberta ou na prova oral que deve o
candidato levantar esse tipo de críticas.
Quando há iminente risco de agravamento do dano ambiental, é possível a demolição no ato
da fiscalização. Esta não poderá ser utilizada para imóveis residenciais, visto a irreversibilidade
da medida. Necessita de ampla defesa e contraditório.
A pena de demolição não possui autoexecutoriedade em caso de
imóveis residenciais, dado o caráter irreversível da medida.
Necessário, portanto, o processo administrativo que garanta
contraditório e ampla defesa.
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STJ: Poder de Polícia em obra concluída que afeta o meio ambiente não possui o atributo da
autoexecutoriedade.
o Só é aplicada pela autoridade ambiental, após contraditório e ampla defesa,
quando verificada a construção de obra em área protegida em desacordo com
a legislação ambiental ou;
o Quando a obra ou construção não atenda às condicionantes da lei e não seja
passível de regularização.
STJ: titulares dos cargos de técnico ambiental detêm poder para lavrar autos de infração e
instaurar processos administrativos, desde que designados para as atividades de fiscalização.
STF admite possibilidade de suspensão de atividade que cause dano ambiental grave em
detrimento de prejuízo econômico elevado.
A Marinha, através da Agente da Capitania dos Portos, é autoridade responsável para lavrar
auto de infração, conforme previsto na lei 9.605/98.
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no auto de infração. Ex: o fato que causou o dano ambiental não é descrito no PAD pelo
agente autuante.
o Por sua vez, “o erro no enquadramento legal da infração não implica vício
insanável, podendo ser alterado pela autoridade julgadora mediante decisão
fundamentada que retifique o auto de infração”
o Eventual modificação da quantidade de infração apurada durante a instrução
não é vício insanável, pois não alterou os fatos.
o Constatados vícios sanáveis, terá que haver novo contraditório.
● No procedimento de conversão da multa ambiental em serviços de preservação, melhoria e
recuperação da qualidade do meio ambiente, a execução de obras ou atividades de
recuperação de danos decorrentes da própria infração são considerados como serviços de
preservação, melhoria e recuperação da qualidade do meio ambiente.
o A decisão sobre o pedido de conversão é discricionária, podendo a
administração, em decisão motivada, deferir ou não o pedido formulado,
observado o que dispõe o art. 141 do DL 6405.
● Não cabe dano moral decorrente de impacto ambiental produzido por atividades lícitas
promovidas pelo Poder Público.
● Cabível dano moral à pescadores decorrente de atividade ilícita que polui rio. Porém não cabe
atribuir caráter punitivo na fixação do dano moral, isso porque a responsabilidade civil por
dano ambiental prescinde de culpa e que, revestir a compensação com caráter punitivo
481 ● propiciaria o bis in idem, pois a punição já é conferida ao direito penal e administrativo.
O crime previsto no art. 56 (...substância tóxica, perigosa ou nociva à saúde humana ou ao
meio ambiente, em desacordo com as exigências estabelecidas em leis ou nos seus
regulamentos), caput, da Lei nº 9.605/9810 é de perigo abstrato, sendo dispensável a
produção de prova pericial para atestar a nocividade ou a periculosidade dos produtos
transportados, bastando que estes estejam elencados na Resolução nº 420/2004 da ANTT
● João é pescador artesanal e vive da pesca que realiza no rio Paranapanema, que faz a divisa
dos Estados de São Paulo e Paraná. A empresa "XXX", após vencer a licitação, iniciou a
construção de uma usina hidrelétrica neste rio. Ocorre que, após a construção da usina, houve
uma grande redução na quantidade de alguns peixes existentes no rio, em especial "pintados",
"jaú" e "dourados", mas outros peixes de menores portes permaneceram no rio. Vale ressaltar
que estes peixes eram os mais procurados pela população e os que davam maior renda aos
pescadores do local. Diante deste fato, João ajuizou ação de indenização por danos morais e
materiais contra a empresa (concessionária de serviço público) sustentando que a construção
da usina lhe causou negativo impacto econômico e sofrimento moral, já que ele não mais
poderia exercer sua profissão de pescador. O pescador terá direito à indenização em
decorrência deste fato?
o Danos materiais/lucros cessantes: SIM.
o Danos morais: NÃO.
▪ A simples necessidade de que os pescadores se adaptem às novas
condições da atividade pesqueira enseja dano patrimonial (como
vimos acima), mas não gera dano moral indenizável.
▪ Embora não tenha ocasionado a suspensão da pesca, imporia a
captura de maior volume de pescado para manutenção de sua renda
próxima à auferida antes da modificação da ictiofauna.
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● Haverá responsabilização das pessoas jurídicas nas hipóteses em que a infração tenha sido
cometida por decisão de representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, a bem
de sua entidade. (a lei não fala em dolo e culpa).
● É inviável a atribuição de responsabilidade ao representante legal da sociedade empresária
contratante de empreitada. Os responsáveis são os agentes da empresa contratada, e não o
contratante.
● Abandono de substância nuclear está tipificado na Lei 9.605. Lado outro, a inobservância de
normas de segurança ou de proteção relativas à instalação nuclear é crime específico da lei
6.453.
● O delito previsto na primeira parte do artigo 54 da Lei nº 9.605/1998 possui natureza formal,
sendo suficiente a potencialidade de dano à saúde humana para configuração da conduta
delitiva, não se exigindo, portanto, a realização de perícia.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar
em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora. Pena — reclusão, de um a quatro anos, e multa.
STJ. 3ª Seção. EREsp 1417279/SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 11/04/2018 (Info
624).
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Crimes envolvendo OGM são de competência da UNIÃO, vez que afeta o interesse maior da
União. Fundamenta-se nos reflexos da política agrícola nacional e na balança comercial de
exportação do país.
Os crimes de OGM são formais, não dependendo de resultado para sua consumação. Basta a
liberação de OGM no meio ambiente para que o risco seja produzido. Crime de perigo
abstrato.
O Conselho de Gestão do Patrimônio Genético tem competência para criar e manter os bancos
de dados relacionados à lei, bem como para funcionar como instância superior de recurso em
relação à decisão da instituição credenciada.
As entidades financiadoras ou patrocinadoras de OGMs e seus derivados devem exigir a
apresentação do certificado de qualidade em biossegurança, sob pena de se tornarem
corresponsáveis pelos eventuais efeitos decorrentes de atividades.
Atividade com OGM depende de autorização da Comissão Técnica Nacional de
Biossegurança.
É vedada a utilização, a comercialização, o registro, o patenteamento e o licenciamento de
tecnologias genéticas de restrição do uso.
É permitida para fins de terapia e pesquisa, a utilização de células-tronco embrionárias obtidas
através de embriões humanos produzidos por fertilização in vitro e não utilizados no
respectivo procedimento, desde que:
o Sejam embriões inviáveis ou;
o Sejam embriões congelados a três anos ou mais, na data da publicação da lei;
o Ou os já congelados quando publicada a lei, desde que completem 3 anos de
485 congelamento.
As atividades de OGM são vedadas às pessoas físicas em atuação autônoma e independente,
ainda que mantenham vínculo empregatício com qualquer pessoa jurídica autorizada.
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O valor arrecadado pelo uso da água não é tributo, mas sim preço público/tarifa, e seu uso é
obrigatoriamente ao financiamento dos programas de intervenção contemplado no plano de
recurso hídrico.
As outorgas serão cobradas.
Os valores arrecadados serão aplicados prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram
gerados.
O sistema de informações em âmbito federal é de competência da Agência Nacional de águas.
Princípios: descentralização da obtenção de informações, coordenação unificada do sistema,
acesso aos dados e informações à toda sociedade.
o Estados e DF devem implantar e gerir.
o Agências de Águas devem gerir o SINRH em sua área de atuação.
Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos
o Objetivos: coordenar a gestão integrada; arbitrar os conflitos relacionados
com recursos hídricos; implementar a PNRH; planejar, regular, e controlar o
uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos; promover a
cobrança pelo uso de recursos hídricos.
o Integrantes: Conselho Nacional de RH; Agência Nacional de Águas; Conselhos
de RH dos Estados e DF; Comitês de Bacia Hidrográfica; órgãos federais,
estaduais, distritais e municipais cuja competência se relacionem com a gestão
de recursos hídricos; Agências de água.
o Comitês de Bacia Hidrográfica: arbitram em primeira instância os conflitos e
aprova o Plano de Recurso Hídrico da Bacia. Cabe recurso ao Conselho
487 Nacional ou Estaduais, de acordo com a esfera de competência. Cada bacia
tem seu território/comitê. É composto por União, Estado, DF, Municípios,
usuários, entidades civis de recursos hídricos.
Bacia em fronteira precisa de representante do Ministério das Rel.
Exteriores.
Bacia que tenha terra indígena precisa da FUNAI e das comunidades
indígenas.
o Agências de Água: mesma área de atuação de um ou mais Comitês.
Competência: TUDO. Possuem personalidade jurídica.
15.11.Política Nacional dos Resíduos Sólidos – Produtos Tóxicos
As embalagens devem ser fabricadas com materiais que propiciem a reutilização ou a
reciclagem.
São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, mediante retorno dos
produtos após o uso pelo consumidor, de forma independente do serviço público de limpeza
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, os fabricantes, importadores, distribuidores e
comerciantes de: agrotóxicos, pilhas e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas,
produtos eletroeletrônicos e componentes
Os consumidores deverão efetuar a devolução após o uso, aos comerciantes ou distribuidores,
dos produtos e das embalagens a que se referem os incisos I a VI do caput, e de outros
produtos ou embalagens objeto de logística reversa.
As pessoas jurídicas que operam com resíduos perigosos, em qualquer fase do seu
gerenciamento, são obrigadas a se cadastrar no Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos
Perigosos
No licenciamento ambiental de empreendimentos ou atividades que operem com resíduos
perigosos, o órgão licenciador do Sisnama pode exigir a contratação de seguro de
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responsabilidade civil por danos causados ao meio ambiente ou à saúde pública, observadas as
regras sobre cobertura e os limites máximos de contratação fixados em regulamento
O Governo Federal deve estruturar e manter instrumentos e atividades voltados para
promover a descontaminação de áreas órfãs, sem prejuízo das iniciativas de outras esferas
governamentais.
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conflito, a aplicação alternativa do critério cronológico {lex posterior derogat priori) ou,
quando cabível, do critério da especialidade
● Lembre-se: o Brasil não adota os princípios do efeito direto e da aplicabilidade imediata dos
tratados, ainda que sejam de Direitos Humanos. Deve haver a incorporação no ordenamento
interno.
● Reserva é incompatível com tratados bilaterais.
● A superveniência de normas jus cogens não suspende, mas torna NULO e extingue o tratado
que for conflitante com a norma jus cogens.
● Lembre-se: a retroação é exceção nos tratados internacionais, mas é admitido que a norma
oriunda de tratado opere efeitos em relação a fatos ou situações preexistentes, desde que
previsto expressamente no tratado ou em acordo específico.
● Lembre-se: a casa iniciadora é a Câmara dos Deputados. É a regra do artigo 64 da CF, que
dispõe que os PL de iniciativa do Presidente, do STF e dos Tribunais superiores iniciam-se na
Câmara.
● Tanto os tratados-lei como os tratados-contrato exigem apreciação do Congresso Nacional.
o A exceção fica por conta dos acordos executivos (executive agréments), que
são aqueles que não envolvem compromissos gravosos ao patrimônio
nacional.
● Recurso aos trabalhos preparatórios é meio suplementar de interpretação.
● Mudança fundamental de circunstâncias pode ser invocada para extinguir um tratado ou dele
retirar-se, mas não para requerer nulidade.
491 ● A competência da JF para as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado
estrangeiro ou organismo internacional, deve ser relacionado à tratados contratos.
o São tratados que demandem uma contraprestação específica do Estado
Brasileiro, também denominados de tratados-contrato.
● É da competência exclusiva do Congresso Nacional resolver definitivamente sobre tratados,
acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional.
● A denúncia encerra o compromisso com o tratado, deixando o Estado de integrar o rol de
partes. Para que o tratado volte a vigorar, deve o Estado brasileiro aderir ao acordo
internacional novamente, através de todo o trâmite.
● Lei posterior contrária ao tratado apenas derroga este último, afastando-se sua aplicação no
caso concreto em que esteja em conflito com a lei interna. Para que um tratado seja
revogado, deve ser denunciado.
● No brasil, o tratado só entra em vigor após a promulgação.
● Todo tratado concluído por qualquer Estado membro da ONU deverá, dentro do mais breve
prazo possível após a sua entrada em vigor, ser registrado e publicado pelo Secretariado da
Organização, de modo que nenhuma parte, caso não tenha sido o tratado registrado no
Secretariado da ONU, poderá invocar tal acordo perante qualquer órgão das Nações Unidas.
● Vigência diferida: os tratados entram em vigor algum tempo depois do término das
negociações e do consentimento das partes envolvidas.
● A ratificação pode ser consumada com notificação da parte envolvida; por depósito do
instrumento de ratificação junto ao depositário. Ademais, a ratificação não é imprescindível,
podendo ser dispensada em determinados tratados.
● Os tratados internacionais se extinguem por: ocorrer sua execução integral; impossibilidade de
execução; renúncia unilateral por parte do Estado exclusivamente beneficiado; denúncia
unilateral; pela guerra e pela inexecução do tratado por parte de um dos Estados contratantes.
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16.3. Sujeitos do Direito Internacional - Diplomacia
Estado. Imunidade à jurisdição estatal. Consulados e embaixadas. Personalidade
internacional. Organizações internacionais. Conceito. Natureza jurídica. Elementos
caracterizadores. Espécies. Personalidade internacional. População. Nacionalidade.
Princípios. Normas. Tratados multilaterais. Estatuto da igualdade.
As organizações internacionais possuem imunidade ampla, ou seja, tanto para atos de gestão
como para atos de império, somente podendo ser demandadas se renunciarem a imunidade.
A imunidade é para o processo de conhecimento e de execução.
o Imunidade de jurisdição: SIM.
o Imunidade de execução: SIM.
Já os Estados, para o processo de conhecimento possuem imunidade apenas para ato de
império (e não para atos de gestão, como para responderem por verbas trabalhistas). Para a
execução (processo de execução) possuem imunidade ampla (inclusive para atos de gestão).
o Sobre a imunidade de jurisdição de Estado estrangeiro em matéria trabalhista,
esta foi flexibilizada no Brasil em função da evolução do costume internacional
sobre a matéria. (Resposta do TRF-2/2018)
Apesar de trabalhos relevantes e humanitários na assistência médica de indivíduos, a doutrina
não reconhece personalidade jurídica da Soberana Ordem Militar de Malta. Só à CRUZ
VERMELHA.
Beligerância: movimento de grande envergadura contrário a um determinado governo de um
492 Estado, que visa conquistar o poder e criar, com sua movimentação, um novo ente estatal, e
cujo estado é reconhecido pela sociedade internacional.
A Convenção das Nações Unidas sobre Imunidades Jurisdicionais dos Estados e de sua
Propriedade ainda não entrou em vigor, o que ocorrerá apenas quando for depositado o
trigésimo instrumento de ratificação, aceitação aprovação ou adesão a referido tratado. Até
lá, o tema imunidade de jurisdição estatal continuará a ser regido por regras costumeiras.
Doutrinas:
o Drago: nenhuma potência estrangeira pode usar a força contra uma nação
americana com a finalidade de cobrar uma dívida.
o Tobar: a única forma para evitar golpes de Estado na região americana seria a
comunidade internacional se recusar a reconhecer os governos golpistas como
legítimos, rompendo relações diplomáticas e formulando contra eles uma
declaração de não-reconhecimento, até que aquele governo fosse confirmado
nas urnas. Deve se manifestar.
o Estrada: defende que a declaração expressa do reconhecimento de uma nova
soberania é uma prática afrontosa, uma falta de respeito à soberania da nação
preexistente, pois não é necessário o reconhecimento para que o Estado inicie
suas atividades. Não deve se manifestar.
o Cláusula Calvo: é a renúncia de proteção diplomática. Pelo simples fato de
firmar um contrato que contenha esta cláusula, o estrangeiro se obriga a
renunciar a proteção de seu país e acatar as leis do país em que se firmou o
contrato.
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493 agentes diplomáticos, consagrando a regra par in parem non habet imperium vel judicium, de
modo que nenhum Estado soberano pode ser submetido contra sua vontade à condição de
parte perante o foro doméstico de outro Estado.
● Diplomata que comete homicídio:
o Não poderá ser objeto de nenhuma forma de detenção ou prisão.
o Gozará de imunidade de jurisdição penal no Estado acreditado.
▪ Salvo se o Estado acreditante renunciou à imunidade de seus agentes
diplomáticos.
o A imunidade não impede só a prisão, mas as medidas cautelares diversas da
prisão, uma vez que ferem sua liberdade ou dignidade.
o STJ: em hipótese de renúncia de imunidade de jurisdição, não há que se
aplicar medidas cautelares para assegurar a aplicação da lei penal, como
proibição de se ausentar do país, se a jurisdição de execução permanece
sendo do País acreditante.
●
16.3.2. ONU
● Outros órgãos da ONU e entidades especializadas poderão, desde que autorizados pela
Assembleia Geral, solicitar pareceres consultivos à Corte Internacional de Justiça.
o Os órgãos da ONU, chamadas agências especializadas das Nações Unidas
contam com personalidade jurídica de Direito Internacional, não sendo
meros departamentos da ONU.
o Podem pedir pareceres: Assembleia Geral e Conselho de Segurança da ONU e
outros órgãos da ONU que forem autorizados pela Assembleia Geral.
● As decisões do Conselho de Segurança da ONU não são passíveis de serem afastadas pelos
países membros com base no exercício da soberania. Isso porque o artigo 25 determina que os
Membros das Nações Unidas concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de
Segurança, de acordo com a presente carta.
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● A simples ameaça de utilização da força militar por um Estado com o deslocamento de suas
tropas e o anúncio de uma possível invasão a um terceiro Estado, configura uma violação às
disposições da Carta das Nações Unidas.
● O princípio da não intervenção não prejudica a aplicação de medidas coercitivas nos casos
previstos na Carta da ONU.
● Conselho de Tutela é órgão da ONU.
● A UNESCO, sediada em Paris, visa promover a cooperação internacional nas áreas da
educação, ciência e da cultura, com vistas a contribuir para a paz e a proteção dos direitos
humanos.
o Possui personalidade jurídica própria, mas tem vínculo com a ONU, sendo
agência especializada.
o
16.3.3. OIT
Contribui não apenas para estabelecimento de padrões trabalhistas mínimos, mas também
para promoção dos direitos humanos em geral, para melhoria da sociedade como um todo e
para a paz mundial.
A OIT conta com uma estrutura cujos órgãos colegiados se organizam de maneira tripartite:
Estado, empregados e empregadores.
Não há uma “Assembleia Geral”, mas sim um órgão que se chama “Conferência Geral do
Trabalho”.
A organização/direção está à cargo da “Conferência Geral do Trabalho” e do Conselho de
494 Administração.
o A Repartição Internacional do Trabalho (Bureau Internacional do Trabalho), se
encontra sob a direção do Conselho de Administração.
A OIT é secretariada pela Repartição Internacional do Trabalho.
A OIT tem como um de seus objetivos o incentivo à liberdade sindical, não apoiando a
existência de sindicatos únicos.
16.4. Nacionalidade; Estrangeiro; Personalidade internacional.
Estrangeiros. Vistos. Deportação. Expulsão. Extradição. Conceito. Fundamento jurídico.
Reciprocidade e Controle jurisdicional. Asilo político. Conceito. Natureza e disciplina.
Personalidade internacional. Pessoa jurídica. Conceito de nacionalidade. Teorias e legislação.
Empresas binacionais. Estatuto da igualdade
● A doutrina aponta para necessidade de que a nacionalidade do indivíduo respeite o princípio
da efetividade, ou seja, a nacionalidade de um indivíduo deve ser fundamentada em laços
sociais entre o indivíduo e o Estado.
● DUDH e ASILO: Toda pessoa sujeita à perseguição tem o direito de procurar e de se beneficiar
de asilo em outros países. Referido direito não pode, porém, ser invocado no caso de processo
realmente existente por crime de direito comum ou por atividades contrárias aos fins e aos
princípios das Nações Unidas. Duas são as espécies de asilo aceitas no Brasil, e se divide em:
o Asilo diplomático: criminalidade política. – Brasil é contratante da Convenção
de Caracas sobre Asilo Diplomático.
o Asilo territorial: perseguição individualizada.
● A missão diplomática que concede asilo não pode entregar o protegido ao Estado cuja missão
esteja sediada, em virtude da concessão de asilo e do princípio do non refoulement, de acordo
com o qual um Estado (que concedeu o asilo) não pode rechaçar um pretendente ao asilo
quando isso implique que o indivíduo deverá ficar sob a jurisdição.
● O asilo é medida política, discricionária do Estado.
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● A concessão de asilo político não contempla reciprocidade: isso porque o asilo é dado ao
indivíduo, e não ao Estado. Óbvio, não?
● Concedido o asilo, o Estado asilante pode pedir a saída do asilado para território estrangeiro,
sendo o Estado territorial obrigado a conceder, imediatamente, salvo caso de força maior, as
garantias necessárias a que se refere o artigo V e o correspondente salvo-conduto.
● O princípio aut dedere aut judicare implica que, diante do cometimento de determinadas
infrações consideradas graves, o Estado ou deve extraditar um indivíduo que as cometeu ou
deve julgá-lo.
o Não se aplica tal princípio diante da concessão do asilo aos indivíduos que
tenham cometido crimes políticos. Em regra, não se extradita aquele que
cometeu crime político. É a regra adotada no Brasil.
● REFUGIADOS:
o Refúgio é medida de caráter humanitário, deferida em nível administrativo.
Visa proteger as pessoas de temores de perseguição, por motivos de raça,
religião, nacionalidade, grupo social ou opinião política, que se encontram fora
de seu país de nacionalidade e não possam ou não queiram acolher-se à
proteção de tal país, bem como pessoas que, devido a grave e generalizada
violação de direitos humanos, foram obrigadas a deixar seu país de
nacionalidade para buscar refúgio em outro país.
o A concessão é obrigatória quando restarem configurados os pressupostos
para o reconhecimento da condição de refugiado, não cabendo a
495 discricionariedade estatal neste ponto.
o O pedido de refúgio impede o prosseguimento do processo de extradição.
o A decisão do Comitê Nacional para Refugiados, que indefere o pedido de
refúgio, é passível de controle judicial por Juiz Federal de primeiro grau.
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● Segundo o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos, o estrangeiro que se encontre
legalmente no território brasileiro só poderá dele ser expulso em decorrência de decisão
adotada em conformidade com a lei e, a menos que razões imperativas de segurança a isso se
oponham, terá a possibilidade de expor as razões que militem contra a sua expulsão e de ter
seu caso reexaminado pelas autoridades competentes, ou por uma ou várias pessoas
especialmente designadas pelas referidas autoridades, e de fazer-se representar com este
objetivo.
● O Brasil pode solicitar a extradição de qualquer sujeito (estrangeiro/nacional) que tenha
violado a lei penal brasileira, não havendo nenhuma restrição que beneficie brasileiros.
● O fato de o extraditando ter filhos brasileiros menores, incapazes, dependentes de economia
paterna não ostenta relevância jurídica, de modo a obstar a extradição. Aqui tem súmula,
inclusive.
o Súm STF 421: Não impede a extradição a circunstância de ser o extraditando
casado com brasileira ou ter filho brasileiro.
● Já a expulsão sim, importa ter filhos ou cônjuge brasileiro.
o Súm STF n.º 01: É vedada a expulsão de estrangeiro casado com brasileira, ou
que tenha filho brasileiro, dependente da economia paterna.
● Não haverá expulsão, conforme a nova Lei de Migração, quando:
o Tiver filho brasileiro que esteja sob sua guarda ou dependência econômica ou
socioafetiva (STF) ou tiver pessoa brasileira sob sua tutela;
o Tiver cônjuge ou companheiro residente no brasil, sem discriminação alguma,
497 reconhecido judicial ou legalmente;
o Tiver ingressado no Brasil até os 12 anos de idade, residindo no País desde
então;
o For pessoa com mais de 70 anos que resida no País há mais de 10 anos,
considerados a gravidade e o fundamento da expulsão.
● O exame da alegação de que o paciente desconhece o fato que lhe é imputado, induzindo ao
reconhecimento de sua inocência, extrapola os limites da contenciosidade limitada que rege o
processo de extradição.
● Brasileiro naturalizado NÃO PODER SER EXPULSO. Poderá ser extraditado, mas não expulso.
● A extradição pode se dar por tratado ou por reciprocidade. A aceitação da promessa de
reciprocidade é discricionária do Estado que a recebe. A lei do Estado que pede a extradição
deverá permitir a apresentação dessa modalidade de promessa.
● É inviável o exame do pedido extradicional na falta de tratado ou de promessa de
reciprocidade, o que implica indeferimento sumário da demanda de extradição apresentada.
● O Brasil não extradita por crime político ou de opinião.
● Em caso de reingresso de extraditando foragido, não é necessária nova decisão jurisdicional
acerca da entrega, basta a emissão de ordem judicial.
● A contenciosidade limitada é mitigada no pedido de extradição de naturalizado por tráfico de
drogas, uma vez que o STF irá analisar o mérito no sentido de perquirir se houve ou não o
tráfico. Tais casos requerem exame do mérito da questão principal dentro do pedido
extradicional.
● A pessoa que foi extraditada somente pode ser julgada ou cumprir pena no Brasil pelo(s)
crime(s) contido(s) no pedido de extradição. Se o extraditando havia cometido outros crimes
antes do pedido de extradição, em regra, ele não poderá responder por tais delitos se não
constaram expressamente no pedido de extradição. A isso se dá o nome de "princípio da
especialidade".
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● "(...) As normas extradicionais, legais ou convencionais, não constituem lei penal, não
incidindo, em consequência, a vedação constitucional de aplicação a fato anterior da legislação
penal menos favorável. (...)". Possível, portanto, a aplicação retroativa de tratados de
extradição, desde que haja expressa previsão pactuada pelos Estados celebrantes.
O modelo extradicional vigente no Brasil admite duas modalidades de extradição:
o Extradição executória: que exige condenação penal, ainda que não transitada em
julgado; e
o Extradição instrutória: que se satisfaz com a simples existência de investigação penal.
Ainda que não exista tratado de extradição, é possível que o pedido se apoie em outro
fundamento jurídico, qual seja, a promessa de reciprocidade, que constitui fonte formal do
direito extradicional. Veja: (...) A inexistência de tratado de extradição não impede a
formulação e o eventual atendimento do pleito extradicional, desde que o Estado requerente
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16.5.1. MERCOSUL
● A participação do Chefe de Estado membro no CMC deve ser pelo menos semestral.
● O GMC é o principal órgão executivo do MERCOSUL, incumbindo-lhe cuidar da aplicação dos
tratados firmados pelo bloco, podendo inclusive celebrar tratados quando haja delegação do
CMC.
● A Comissão de Comércio do Mercosul (CCM) tem por atribuição cuidar dos instrumentos de
política comercial o bloco e se manifesta por meio de “diretrizes”, de cunho obrigatório, ou
“propostas”, meras recomendações.
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● A Comissão Parlamentar Conjunta é órgão representativo dos Parlamentos dos Estados Partes
no âmbito do Mercosul. Esse órgão foi substituído pelo Parlamento do Mercosul (Parlasul). É
um órgão de representação dos interesses dos cidadãos dos Estados-Partes.
● Protocolo de USHUAIA: firmado no âmbito do MERCOSUL, sobre Compromisso Democrático
entre os membros do bloco regional, assinado também entre Bolívia e Chile, segundo o qual a
plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos
processos de integração entre os Estados signatários deste protocolo.
● Estágios de integração:
o Área de livre comércio: livre circulação de mercadorias e serviços em relação
ao substancial do comércio.
o União aduaneira: livre circulação de mercadorias e serviços em relação ao
substancial do comércio e política comercial comum em relação a terceiros
países.
o Mercado comum: livre circulação de mercadorias e serviços em relação ao
substancial do comércio, política comercial comum em relação a terceiros
países e livre circulação dos fatores de produção.
o União econômica: Harmonização das políticas econômicas.
o Integração econômica: unificação das políticas econômicas.
●
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● A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (Montego Bay) permite que o Estado
solicite a extensão de sua plataforma continental para além de 200 milhas que constituem seu
limite máximo normal. A decisão da Comissão de Limites da Plataforma Continental é
obrigatória e definitiva.
● Em ZEE, todos os Estados gozam das liberdades de navegação e sobrevoo e de colocação de
cabos e dutos submarinos.
o Em ZEE, há soberania do Estado para explorar recursos naturais, produção de
energias; jurisdição; colocação de ilhas artificiais; investigação científica
● Serviços aéreos internacionais regulares não poderão funcionar no território ou sobre o
território de um estado contratante, a não ser com a permissão especial ou outra autorização
do mesmo Estado e de conformidade com as condições de tal permissão ou autorização.
● Não existe direito de passagem inocente aéreo, como existe no Direito do Mar.
● Para a apresentação de um pedido de indenização a um Estado lançador de objeto espacial,
não será necessário que se esgotem previamente os recursos locais que possam estar à
disposição de um Estado demandante, ou de pessoa física ou jurídica que o Estado represente.
● Sempre que possível e realizável, os Estados devem informar ao Secretário Geral da ONU,
504 assim como ao público e a comunidade científica internacional sobre a natureza de atividades
desenvolvidas/exploração espacial que estejam levando à cabo. Não é obrigatório.
● A jurisdição competente em caso de sequestro de aeronave é estatal, e não do TPI. Os estados
devem cuidar do crime.
● Os princípios que regulam a exploração e o uso do espaço cósmico/lua etc, não incluem o
princípio da efetividade, de modo que só há menção ao princípio da cooperação e assistência
mútua.
●
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16.9.1. Global
Em se tratando de direitos humanos, em caso de conflitos de normas, a doutrina defende que
se aplique o princípio da norma mais favorável ao indivíduo, também conhecido como
princípio da norma mais favorável à vítima, princípio pro homine ou princípio pro personae.
Principais direitos de cunho social previstos na Declaração Universal dos Direitos Humanos:
proibição dos trabalhos forçados; direito à segurança social; direito ao trabalho; à livre escolha
de emprego; à condições justas e favoráveis de trabalho; à proteção contra o desemprego; à
liberdade sindical e à igual remuneração por igual trabalho; direito ao repouso e ao lazer; à
limitação razoável das horas de trabalho e a férias remuneradas periódicas; direito a um
padrão de vida que assegure saúde e bem-estar e à assistência à maternidade e à infância;
direito à educação; direitos culturais.
Conselho de Direitos Humanos: órgão da ONU, que fiscaliza o cumprimento dos
compromissos internacionais em direitos humanos, composto de 47 Estados, eleitos pelos
membros da Assembleia Geral para um mandato de três anos, em votação secreta, com direito
a uma reeleição para o período subsequente, segundo o critério de repartição geográfica.
Comitê de Direitos Humanos: previsto no Pacto de Direitos Civis e Políticos.
o Após o primeiro relatório, novos relatórios deverão ser enviados pelo Estado
sempre que o Comitê vier a solicitá-los.
o Não poderá ter mais deum nacional de um mesmo Estado.
o O processamento das comunicações interestatais depende de anuência prévia
do Estado-parte.
o O mandato dos membros do Comitê é de quatro anos.
505 o Os integrantes exercerão suas funções a título pessoal e não serão, portanto,
representante dos Estados dos quais são nacionais, que apoiaram a sua
candidatura ao Comitê ou de qualquer outro ente estatal.
Os direitos dos povos indígenas são objeto de uma declaração específica: Declaração das
Nações Unidas sobre os Direitos dos Povos Indígenas e de um tratado internacional
especializado na matéria, que é a Convenção 169 da OIT sobre Povos Indígenas e Tribais.
Em caso de violação de direitos humanos, admite-se a mitigação da norma que apregoa a
negação de intervenção em assuntos internos.
o A ONU tem como princípio promover e estimular o respeito aos Direitos
Humanos e às liberdades fundamentais para todos, de modo que o princípio
da não intervenção não pode ser invocado diante da violação dos
compromissos internacionais do Estado em matéria de proteção e promoção
da dignidade humana.
STF: Tratados de direitos humanos anteriores à EC 45/03 possuem no direito brasileiro status
de norma supralegal
Crianças: Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança
o Considera-se como criança todo ser humano com menos de dezoito anos de
idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a
maioridade seja alcançada antes. Logo, não há presunção absoluta de ser
criança com menos de 18 anos.
Declaração Universal dos Direitos Humanos: não é um tratado, é uma resolução não
vinculante da Assembleia Geral da ONU e cujo conteúdo pode ser enquadrado como princípios
gerais do Direito ou soft law.
o Trata de muitos direitos de liberdade, de direitos de igualdade, de direitos
econômicos, trata sobre direitos políticos (voto, serviço público, tomar parte
no governo do país), dos direitos culturais, bioética e direitos intelectuais.
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16.10.Convenções Extravagantes
Prestação de alimentos. Convenção de Nova Iorque sobre cobrança de alimentos no
estrangeiro. Decreto Legislativo n. 10/58 e Decreto n. 56.826/65. Noções gerais.
Competência da Justiça Federal. Hipóteses. Procedimento. Subtração Internacional de
Crianças. Convenção de Haia de 1980 sobre os aspectos civis do sequestro internacional de
crianças e Decreto n. 3.413 de 2000.
● Convenção de Nova Iorque sobre os Deficientes: confere aos deficientes direitos
fundamentais individuais concernentes à nacionalidade e à liberdade.
o Conferiu-lhes os direitos referentes à proteção social, redução da pobreza e
assistência social concernente aos gastos relacionados com a deficiência.
o Não fez restrições aos estrangeiros.
o Possui status constitucional, pois foi incorporado no ordenamento pelo rito do
§3º do artigo 5º da CF.
● Tratado de Marraqueche: goza de status de EC, como o tratado acima. (ler o Dizer o Direito)
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o O tratado tem por objetivo permitir que pessoas cegas; pessoas com
deficiência visual; pessoas com outras dificuldades para ter acesso ao texto
impresso possam ter acesso às obras publicadas (livros, apostilas etc.).
o Princípios que fundamentam o tratado: Princípio da não discriminação;
Princípio da igualdade de oportunidades; Princípio da acessibilidade; Princípio
da participação; Princípio da inclusão plena e efetiva na sociedade.
o Será beneficiário toda pessoa: a) cega; b) que tenha deficiência visual ou outra
deficiência de percepção ou de leitura que não possa ser corrigida para se
obter uma acuidade visual substancialmente equivalente à de uma pessoa que
não tenha esse tipo de deficiência ou dificuldade, e para quem é impossível ler
material impresso de uma forma substancialmente equivalente à de uma
pessoa sem deficiência ou dificuldade; ou c) que esteja impossibilitada, de
qualquer outra maneira, devido a uma deficiência física, de sustentar ou
manipular um livro ou focar ou mover os olhos da forma que normalmente
seria apropriado para a leitura.
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acordo com a lei do pavilhão, têm efeitos extraterritoriais até nos países cuja
legislação não conheça ou não regule essa hipoteca ou esses privilégios.
o As hipotecas sobre embarcações brasileiras devem ser registradas no Tribunal
Marítimo. No Brasil é desnecessário o registro
o As hipotecas feitas pelo capitão do navio feitas regularmente segundo a lei do
Estado contratante a cuja jurisdição o navio pertencer, tanto pertencem a
jurisdição do porto de registro, como de um ofício central, e serão
consideradas válidas e acatadas em todos os países contratantes.
Neste caso concreto, a sentença não envolve partes brasileiras ou domiciliadas no país,
tampouco a lide originária se refere a fatos ocorridos no Brasil, nem a sentença homologanda
impôs qualquer obrigação a ser cumprida em território nacional. Deste modo, a ausência de
jurisdição brasileira conduz necessariamente à falta de interesse processual do requerente.
Não constitui óbice à homologação de sentença arbitral estrangeira que imputa à recuperanda
obrigação de pagar, quando esta está em curso de processo de falência, cabendo ao juízo
universal decidir sobre o crédito. Isso porque se está em fase antecedente à execução, apenas
emprestando eficácia jurídica ao provimento homologando.
A cobrança de dívida de jogo contraída por brasileiro em cassino que funciona legalmente no
exterior é juridicamente possível e não ofende a ordem pública, os bons costumes e a
soberania nacional. Nesse sentido, o STJ entendeu ser perfeitamente possível a homologação
para que se evitasse o enriquecimento ilícito, ao brasileiro que, tenta retornar ao país de
origem buscando a impunidade civil. Não há incompatibilidade com a ordem pública, uma vez
que
511 o A dívida de jogo foi contraída no exterior, por isso, deve ser aplicada a lei
material estrangeira (LINDB, art. 9).
o Ordem pública é um conceito mutável, atrelado à moral e ordem jurídica do
momento histórico.
o O CC veda enriquecimento sem causa, de modo que a ordem pública deve ser
relativizada sob as luzes dos princípios que regem as obrigações na ordem
contemporânea, isto é, a boa-fé e vedação do enriquecimento sem causa.
Para o STJ, é possível a homologação de sentença penal estrangeira que determine o
perdimento de imóvel situado no Brasil em razão de o bem ser produto do crime de lavagem
de dinheiro. O imóvel em cuja sentença estrangeira determinou perdimento em favor do país
não será transferido para a titularidade do país interessado. Ele será levado a leilão judicial
(antigamente chamado de "hasta pública"), nos termos do art. 133 do CPP: "Art. 133.
Transitada em julgado a sentença condenatória, o juiz, de ofício ou a requerimento do
interessado, determinará a avaliação e a venda dos bens em leilão público."
Art. 15. Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reuna os seguintes
requisitos:
o a) haver sido proferida por juiz competente;
o b) terem sido os partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
o c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para
a execução no lugar em que foi proferida;
o d) estar traduzida por intérprete autorizado;
É possível a concessão de exequatur de carta rogatória, para fins de citação, por meio de
decisão monocrática de relator no STJ, posteriormente confirmada na Corte Especial, em
homenagem aos princípios da cooperação e da celeridade processual. O STJ, com fundamento
no art. 216-T de seu Regimento Interno, vem concedendo, por meio de decisões monocráticas,
exequatur a cartas rogatórias destinadas à citação em território brasileiro das partes
interessadas para que tomem conhecimento de ações que tramitam na Justiça rogante. O STF
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Robert Alexy:
o Existe uma conexão necessária entre o direito e a moral.
o Ao lado da norma (positivismo) há uma dimensão ideal ou crítica, refletindo na
correção moral.
Fórmula de Radbruch (Gustav Radbruch): O direito positivo deve ser
respeitado, mesmo que injusto, a não ser quando a injustiça atinge o
limiar da injustiça extrema, caso em que o direito positivo não é
válido.
o Princípios são comandos de otimização que exigem que algo seja realizado na
máxima medida possível dentro das circunstâncias fáticas e jurídicas,
enquanto regras são comandos definitivos, os quais exigem apenas que certa
conduta seja realizada. As colisões entre os princípios são solucionadas através
da famosa máxima da proporcionalidade.
o O princípio da segurança jurídica é um princípio formal. Ele exige um
compromisso com aquilo que foi estabelecido autoritativamente e é
socialmente eficaz. O princípio da justiça é um princípio material ou
substantivo. Ele exige que a decisão seja moralmente correta. Esses dois
princípios, como princípios em geral, podem colidir, e de fato eles
frequentemente colidem. Um nunca pode tomar o lugar do outro
completamente, ou seja, em todas as casas. Ao contrário, a dupla natureza do
direito exige que eles sejam considerados reciprocamente em uma proporção
correta. Na medida em que essa ponderação correta é obtida, é a lançada
514 harmonia no sistema jurídico.
Ponto em comum de Alexy e Dworkin para Alexandre Trivisonno: O modelo de Alexy
tem um ponto em comum com o modelo de Dworkin: a aceitação de que a legislação
não é perfeita e a constatação da importância do processo de interpretação (em Alexy,
argumentação). Mas Alexy, ao contrário de Dworkin, não entende ser possível uma
única solução para todo e qualquer caso. Alexy entende que seria inadequado firmar a
tese da única resposta correta sem oferecer um procedimento para alcança-la. Por
isso, a única resposta correta transforma-se, em Alexy, em uma ideia regulativa, isto é,
uma ideia metodologicamente construída, que deve ser buscada no discurso real, mas
que nem sempre pode ser alcançada.
Decisões judiciais e hard cases
o Hart: utiliza-se da discricionariedade.
o Dworkin: não há discrição, o juiz está vinculado a princípios. Decisão única.
o Alexy: ponderação, optar pela melhor escolha sem excluir totalmente o
ordenamento. Respeito às regras.
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