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DIREITO CONSTITUCIONAL

CURSO DIREITO MATERIAL - EXAME OAB


PROF. DIEGO CERQUEIRA
INSTAGRAM: @PROFDIEGOCERQUEIRA

Aspectos Gerais
Direitos Fundamentais Garantias Fundamentais
TEORIA GERAL DOS DIREITOS • Direitos da pessoa humana • são formas de proteção

FUNDAMENTAIS consagrados em um dado


momento histórico
desses bens; instrumentos
Constitucionais.
protegidos e positivados pela • Ex: habeas corpus - Direito à
ordem jurídica liberdade de locomoção.
constitucional;
• Bens protegidos pela
Constituição. Ex: Direito à
vida, liberdade, propriedade.

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As “gerações” de direitos 1ª Geração
Ø São as liberdades negativas;

Ø Os direitos fundamentais são frutos de uma evolução


Ø Papel de restrição da ação do Estado sobre o indivíduo. Valor-fonte
histórico-social;
a liberdade;

Ø São conquistas progressivas da humanidade. Ø Direito de defesa dos cidadãos. Confere ao indivíduo o poder para
exercê-los e exigir do Estado a correção das omissões. Ex: Direitos civis
e políticos (reconhecidos no final do século XVIII, com as Revoluções Francesa e
Americana - Direito de propriedade, locomoção, associação e o de reunião).

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2ª Geração 3ª Geração
Ø São as chamadas de liberdades positivas; Ø Direitos transindividuais ou supraindividuais (direitos difusos
e coletivos);

Ø Prestações positivas do Estado aos indivíduos (políticas e serviços


públicos). Valor-fonte a igualdade; Ø Não protegem interesses individuais; transcendem a órbita
dos indivíduos para alcançar a coletividade. Ex: direito do
consumidor, ao meio-ambiente ecologicamente equilibrado e o direito ao
Ø Obrigações impostas ao Estado decorrente de uma dever de desenvolvimento.
conduta em prol dos indivíduos. Ex: direitos econômicos, sociais e
culturais;
Ø Valor-fonte é a solidariedade, a fraternidade.

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Características Características
Ø Universalidade: há um núcleo mínimo de direitos que deve ser
outorgado a todas as pessoas (Ex: direito à vida). Exceção: Ø Indivisibilidade: são indivisíveis; formam parte de um sistema
direitos outorgados a grupos específicos (Ex: direitos dos harmônico e coerente de proteção à dignidade da pessoa
trabalhadores). humana. Não são considerados isoladamente;

Ø Historicidade: são conquistas progressivas; um processo de Ø Inalienabilidade: são intransferíveis e inegociáveis, não podem ser
afirmação ao longo do tempo. São mutáveis e sujeitos a abolidos pelo titular; não possuem conteúdo econômico-
ampliações. patrimonial;

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Características Características
Ø Relatividade ou Limitabilidade: não há direitos fundamentais
Ø Imprescritibilidade: não se perdem com o tempo, sendo sempre
absolutos; são relativos, limitáveis no caso concreto por outros
exigíveis; são personalíssimos e não cabe a prescrição;
direitos fundamentais. No caso de conflito, há uma concordância
prática ou harmonização.
Ø Irrenunciabilidade: não pode haver disposição, embora possa
deixar de exercê-lo. Admite-se, entretanto, situações de
Ø Complementaridade: a plena efetivação dos direitos fundamentais
autolimitação voluntária de seu exercício. Ex: “reality shows” e o
deve considerar que eles compõem um sistema único. Nessa ótica,
direito à privacidade.;
os diferentes direitos (das diferentes dimensões) se complementam
e, portanto, devem ser interpretados conjuntamente.
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Características Dimensão dos Direitos Fundamentais
Ø Concorrência: podem ser exercidos cumulativamente, podendo um
mesmo titular exercitar vários direitos ao mesmo tempo. Ø Dimensão subjetiva: são direitos exigíveis perante o Estado; as
pessoas podem exigir que o Estado se abstenha de intervir
indevidamente na esfera privada (1ª geração) ou que o Estado atue
Ø Efetividade: os Poderes Públicos têm a missão de concretizar ofertando prestações positivas, através de políticas e serviços
(efetivar) os direitos fundamentais. públicos (2ª geração).

Ø Proibição do retrocesso: não podem ser enfraquecidos/suprimidos. Ø Dimensão objetiva: os direitos fundamentais são vistos como
As normas que os instituem não podem ser revogadas ou enunciados dotados de alta carga valorativa; eles são qualificados
substituídas por outras que os diminuam, restrinjam ou suprimam. como princípios estruturantes, cuja eficácia se irradia para todo o
ordenamento.
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Limites aos Direitos Fundamentais Limites aos Direitos Fundamentais


Ø Teoria interna (teoria absoluta): não há restrições a um direito,
mas uma simples definição de seus contornos. Os limites do direito Ø Teoria externa (teoria relativa): fatores extrínsecos irão
lhe são imanentes, intrínsecos. A fixação dos limites a um direito determinar os limites dos direitos fundamentais. Sob essa ótica
não é, portanto, influenciada por aspectos externos (extrínsecos); que se admite a solução dos conflitos entre direitos fundamentais
pelo juízo de ponderação (harmonização) + princípio da
proporcionalidade.
Ø O núcleo essencial de um direito fundamental é insuscetível de
violação, independentemente da análise do caso concreto.

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Limites aos Direitos Fundamentais Teoria dos “limites dos limites”
Ø A lei pode impor restrições aos direitos fundamentais, mas há
Ø O núcleo essencial é insuscetível de violação;
um núcleo essencial que precisa ser protegido e que não pode
ser objeto de violações. Aplicação do princípio da
Ø A determinação do que é exatamente esse “núcleo essencial” proporcionalidade, em suas três vertentes (adequação,
dependerá da análise do caso concreto. Os direitos fundamentais necessidade e proporcionalidade em sentido estrito).
são restringíveis, observado o princípio da proporcionalidade e/ou
a proteção de seu núcleo essencial. Ex: Direito à vida pode sofrer
Ø A CF/88 não previu expressamente a teoria dos limites aos
restrições no caso concreto.
limites. Mas, o dever de proteção ao núcleo essencial está
implícito na Carta Magna (Doutrina + jurisprudência STF)
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Eficácia Horizontal Eficácia Horizontal

Ø A partir do século XX, entretanto, surgiu a teoria da eficácia Ø Teoria da eficácia indireta e mediata: os direitos fundamentais
horizontal dos direitos fundamentais, que estendeu sua aplicação só se aplicam nas relações jurídicas entre particulares de forma
também às relações entre particulares. “eficácia horizontal” ou indireta, excepcionalmente, por meio das cláusulas gerais de
“efeito externo”. direito privado (ordem pública, liberdade contratual, e outras).
Essa teoria é incompatível com a Constituição Federal, que, em
Ø Existem duas teorias sobre a aplicação dos direitos fundamentais: i) seu art. 5º, § 1º, prevê que as normas definidoras de direitos
a da eficácia indireta e mediata e; ii) a da eficácia direta e imediata. fundamentais possuem aplicabilidade imediata.

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Eficácia Horizontal

Ø Teoria da eficácia direta e imediata: os direitos fundamentais DIREITOS INDIVIDUAIS E


incidem diretamente nas relações entre particulares. Estes
estariam tão obrigados a cumpri-los quanto o Poder Público. COLETIVOS
Esta é a tese que prevalece no Brasil, tendo sido adotada pelo
Supremo Tribunal Federal.

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Aspectos Gerais Perfil Constitucional


Ø Os direitos fundamentais estão previstos no Título II, da
CRFB/88. Temos assim a divisão em 5 (cinco) diferentes Art. 5º
categorias:
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
ü Direitos e Deveres Individuais e Coletivos (art. 5º)
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
ü Direitos Sociais (art. 6º - art. 11) residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
ü Direitos de Nacionalidade (art. 12 – art. 13) liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
ü Direitos Políticos (art. 14 – art. 16) termos seguintes: (...)
ü Direitos relacionados à existência, organização e
participação em partidos políticos. (art. 17)
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Tome Ø Os direitos fundamentais abrangem qualquer Princípio da Isonomia
pessoa que se encontre em território nacional,
nota... ainda que seja estrangeiro não residente no
país.
Art. 5º , inciso I CRFB/88
Ø Não ofende o direito à vida nem a dignidade da homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos
pessoa humana, a realização de pesquisas com
células-tronco embrionárias, obtidas de termos desta Constituição;
embriões humanos produzidos por fertilização
“in vitro” e não utilizados neste procedimento

Ø As pessoas jurídicas e até mesmo o próprio “A isonomia é determinada aos que estão em condições equivalentes e
Estado são titulares de direitos fundamentais. tratamento desigual aos que estão em condições diversas, dentro de suas
desigualdades”
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São constitucionais as ações afirmativas, como a reserva de vagas Princípio Ø O princípio da isonomia não autoriza ao Poder
em universidades públicas para negros e índios (STF, RE 597285/RS)
É constitucional o programa de bolsa de estudos em universidades
da Judiciário estender a alguns grupos vantagens
estabelecidas por lei a outros, sob pena do

Isonomia
Judiciário estar “legislando”, em flagrante
privadas para alunos de renda familiar de pequena monta, com
ofensa ao princípio da separação dos Poderes.
quotas para negros, pardos, indígenas e portadores de necessidades
especiais (STF, Pleno, ADI 3330/DF)
Ø Súmula vinculante 37 STF: “Não cabe ao Poder
A realização da igualdade material não proíbe que a lei crie
Judiciário, que não tem função legislativa,
discriminações, desde que estas obedeçam ao princípio da aumentar vencimentos de servidores públicos
razoabilidade. Ex: Concurso para agente penitenciário de prisão feminina restrito a sob fundamento de isonomia.”
mulheres e a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo
feminino e masculino da Aeronáutica
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Princípio da Legalidade Princípio da Legalidade
Art. 5º (...)
Legalidade Reserva Legal
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma
coisa senão em virtude de lei; • É a Lei em sentido mais amplo; • É evidenciado quando a
todo e qualquer ato normativo Constituição exige
estatal, incluindo atos expressamente que
Ø Particulares: traz a garantia de que só podem ser infralegais, que obedeça às determinada matéria seja
obrigados a agirem ou a se omitirem por lei. Tudo é formalidades que lhe são regulada por lei formal ou atos
permitido na falta de norma legal proibitiva. próprias com força de lei (Ex: decretos
Ø Poder Público: a legalidade reside em fazer o que é autônomos).
permitido pela lei.

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Manifestação do pensamento Manifestação do pensamento


Ø “Marcha da Maconha”: com base no direito à
manifestação do pensamento e no direito de reunião,
o STF considerou inconstitucional qualquer
Art. 5º (...) interpretação do Código Penal que possa ensejar a
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o criminalização da defesa da legalização das drogas,
anonimato; inclusive através de manifestações e eventos públicos.
Ø Diploma de jornalismo: com fundamento na
liberdade de expressão, o STF considerou que a
exigência de diploma de jornalismo e de registro
profissional não são condições para o exercício da
profissão de jornalista.
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Direito de Resposta Direito de Resposta
Ø É aplicável em relação a todas as ofensas, independentemente de elas
Art. 5º configurarem ou não infrações penais;
(...)
Ø Deverá ser sempre proporcional, ou seja, veiculada no mesmo meio de
V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao comunicação utilizado pelo agravo, com mesmo destaque, tamanho e
agravo, além da indenização por dano material, moral ou à duração.;
imagem;
Ø Aplica-se tanto a pessoas físicas quanto a jurídicas ofendidas;

Ø As indenizações material, moral e à imagem são cumuláveis (Súmula STJ nº 37).

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Liberdade de crença e de consciência Escusa de consciência


Art. 5º (...) Ø Requisito cumulativo: recusar-se a cumprir obrigação legal e
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo ainda a cumprir a prestação alternativa fixada pela lei. (Perda
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na de direitos políticos - art. 15, IV, da CRFB/88);
forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência Ø Trata-se de norma constitucional de eficácia contida;
religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença Ø E se não tiver lei estabelecendo prestação alternativa? Não
religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar
poderá ser privado de seus direitos.
para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
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Direito à intimidade e privacidade Direito à intimidade e privacidade

Art. 5º Ø Pessoas jurídicas: poderão ser indenizadas por dano moral,


(...) uma vez que são titulares dos direitos à honra e à imagem;

X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a


Ø Privacidade dos agentes políticos: é relativa, pois há um dever
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização
de prestar contas à sociedade). O direito se mantém apenas no
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
que diz respeito a fatos íntimos e da vida familiar;

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Biografias não autorizadas... Sigilo bancário e fiscal


Ø Entendeu-se pela prevalência do direito à liberdade de expressão e de Ø O sigilo não é absoluto; há determinadas autoridades que podem
manifestação do pensamento. realizar quebra:
q Poder Judiciário: pode determinar a quebra do sigilo bancário e sigilo fiscal.
q Comissões Parlamentares de Inquérito: (CPI`s) federais e estaduais podem
determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal. (CPI`s municipais não
“É inexigível o consentimento de pessoa biografada relativamente a obras
podem determinar a quebra do sigilo bancário e fiscal).
biográficas literárias ou audiovisuais, sendo por igual desnecessária
q Autoridades fiscais podem proceder à requisição de informações a
autorização de pessoas retratadas como coadjuvantes ( familiares ou
pessoas falecidas...)” (STF na ADI 4815)
instituições. (LC nº 105/2001 declarada constitucional pelo STF)
q Ministério Público pode determinar a quebra do sigilo bancário de conta
da titularidade de ente público ou quando estiver no âmbito de
Ø Inexigibilidade do consentimento não exclui a possibilidade de indenização em procedimento administrativo que vise à defesa do patrimônio público.
virtude de dano material ou moral.
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Inviolabilidade domiciliar Inviolabilidade domiciliar
Ø Conceito de “casa” amplo: qualquer compartimento habitado;
Art. 5º aposento ocupado de habitação coletiva; compartimento
privado não aberto ao público, onde alguém exerce profissão
(...)
ou atividade pessoal.
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela
podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo
Ø Alcança também escritórios profissionais, consultórios
em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar
médicos e odontológicos, trailers, barcos e aposentos de
socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; habitação coletiva (hotel). Não estão abrangidos pelo conceito
de casa os bares e restaurantes.

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Inviolabilidade domiciliar Sigilo das Correspondências e


Comunicações
Ø Com o consentimento do morador;
(qualquer hora) Art. 5º (...)
XII - é inviolável o sigilo da correspondência e das
Ø Sem o consentimento do morador, sob comunicações telegráficas, de dados e das comunicações
ordem judicial, apenas durante o dia. telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas
hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de
Ø A qualquer hora, sem consentimento do investigação criminal ou instrução processual penal;
indivíduo, em caso de flagrante delito ou
desastre, ou, ainda, para prestar socorro.
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Sigilo da Sigilo da Mensagens do whatsapp: “Sem prévia
autorização judicial, são nulas as provas
correspondências “a administração penitenciária, com comunicação
obtidas pela polícia por meio da
telegráficas fundamento em razões de segurança pública, dos dados extração de dados e de conversas
de disciplina prisional ou de preservação da
ordem jurídica, pode, sempre
registradas no whatsapp presentes no
excepcionalmente, e desde que respeitada a celular do suposto autor de fato delituoso,
norma inscrita no art. 41, parágrafo único, da ainda que o aparelho tenha sido
Lei 7.210/1984, proceder à interceptação da apreendido no momento da prisão em
correspondência remetida pelos sentenciados, flagrante” (Informativo STJ 583 e 593)
eis que a cláusula tutelar da inviolabilidade do
sigilo epistolar não pode constituir instrumento
de salvaguarda de práticas ilícitas” (STF)
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Sigilo da Ø A quebra do sigilo das comunicações


consiste em ter acesso ao extrato das
comunicações ligações telefônicas (grosso modo, seria
telefônicas X ter acesso à conta da VIVO/TIM). Interceptação das comunicações Sigilo das comunicações
telefônicas telefônicas
Interceptação
telefônica Ø A interceptação das comunicações • Somente pode ser determinada
com ordem judicial
• Poder Judiciário,
telefônicas consiste em ter acesso às • Comissões Parlamentares de
• Existência de investigação Inquérito (CPI’s).
gravações das conversas. criminal ou instrução processual
penal;
• Lei prevendo as hipóteses e a
forma da interceptação.

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Livre exercício do trabalho, ofício ou profissão Livre exercício Ø A atividade de músico prescinde de controle.
do trabalho, Constitui, manifestação artística protegida
pela garantia da liberdade de expressão (STF, RE
Art. 5º (...)
XIII - é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão,
ofício ou 414.426, Rel. M in. Ellen Gracie, julgamento em 1º-8-2011, Plenário, DJE de 10-10-
2011)

atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer; profissão Ø É constitucional o Exame OAB. O exercício da
advocacia traz um risco coletivo, cabendo ao
Estado limitar o acesso à profissão e o
respectivo exercício. (STF, RE 603.583, Rel. M in. M arco Aurélio,
DJe 26/10/11, Plenário, Informativo 646, com repercussão geral )
ü Norma de eficácia contida; e
Ø inconstitucional a exigência de diploma para
ü A exigência de lei só vale apenas quando houver potencial o exercício da profissão de jornalista (art. 5º,
lesivo na atividade. XIV). (STF, RE 511.961. Rel. M in. Gilmar M endes. DJe 13.11.2009 )

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Direito de Locomoção Direito de Reunião Art. 5º (...)


XVI - todos podem
reunir-se
Fins pacíficos e sem pacificamente, sem
armas
Art. 5º (...) Não poderá frustrar outra armas, em locais
reunião convocada abertos ao público,
XV – é livre a locomoção no território nacional em tempo anteriormente para o
independentemente de
Necessidade apenas de prévio mesmo local;
de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele aviso à autoridade autorização, desde que
competente; Protegido por MS e
entrar, permanecer ou dele sair com seus bens não HC
não frustrem outra
reunião anteriormente
convocada para o
mesmo local, sendo
apenas exigido prévio
Direito de Reunião aviso à autoridade
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competente;
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Direito associação Direito de Propriedade
Art. 5º (...)
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada
Art. 5º (...)
a de caráter paramilitar;
XVIII - a criação de associações e, na forma da lei, a de XXII - é garantido o direito de propriedade;
cooperativas independem de autorização, sendo vedada a XXIII - a propriedade atenderá a sua função social;
interferência estatal em seu funcionamento; XXIV - a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação
XIX - as associações só poderão ser compulsoriamente por necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social,
dissolvidas ou ter suas atividades suspensas por decisão judicial, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os
exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado; casos previstos nesta Constituição;
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a
permanecer associado;
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Direito de Propriedade Outros casos - Direito de Propriedade

Desapropriação para Desapropriação de


imóvel urbano não- Desapropriação
Ø Norma constitucional de eficácia contida; fins de reforma agrária confiscatória
edificado s/ função social
• Competência da União • Competência do Município • Competência da União
• Prévia e justa indenização • A indenização se dará • Desapropriação sem
Ø Regra geral: só poderá haver desapropriação com base na em títulos da dívida agrária; mediante títulos da dívida indenização (art. 243)
tutela do interesse público: necessidade pública, utilidade • Resgate em até 20 anos; pública de emissão • Plantas psicotrópicas ou
• Benfeitorias úteis e previamente aprovada pelo exploração de trabalho
pública ou interesse social. A indenização será em dinheiro. necessárias estas serão Senado Federal, com prazo escravo.
indenizadas em dinheiro. (O de resgate de até 10 anos;
§ 1o art. 184, CF)

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Requisição Administrativa Requisição Administrativa

Art. 5º Ø Ato compulsório devido ao poder de império do Estado;


(...) Ø A propriedade continua sendo do particular. É apenas cedida
gratuitamente ao Poder Público. O titular do bem somente será
XXV - no caso de iminente perigo público, a autoridade
indenizado em caso de dano;
competente poderá usar de propriedade particular, assegurada
Ø O perigo público deve ser iminente. Deve ser algo que acontecerá em
ao proprietário indenização ulterior, se houver dano; breve.
Ø Ente político não pode requisitar administrativamente bens, serviços
e pessoal de outro ente (modelo federativo)

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Impenhorabilidade da propriedade rural Impenhorabilidade da propriedade rural

Art. 5º (...) Ø Exploração econômica do bem pela família;


XXVI - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde Ø Origem na atividade produtiva do débito que causou a
que trabalhada pela família, não será objeto de penhora para penhora.
pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva, Ø Caso não trabalhada pela família, pode ser penhorada para
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu pagamento de débitos decorrentes e débitos estranhos à sua
desenvolvimento; atividade produtiva

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Direito à informação Direito à informação
Ø Resguardar o direito de conhecimento de informações públicas
Art. 5º (...) ou particulares;
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos
informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo Ø Objetivo: transparência e publicidade da adm. pública;
ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja
Ø A regulamentação do art. 5º, inciso XXXIII, é feita pela Lei nº
imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
12.527/2011 - Lei de Acesso à Informação;

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Direito de petição
Princípio da inafastabilidade de jurisdição
Art. 5º
(...) Art. 5º
XXXIV – são a todos assegurados, independentemente do (...)
pagamento de taxas:
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos
ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
lesão ou ameaça a direito
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa
de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;

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Princípio da inafastabilidade de jurisdição Exigência de prévio
esgotamento da
Ø Habeas data: negativa ou omissão da Administração
Pública em relação a pedido administrativo de acesso a
via administrativa informações pessoais ou de retificação de dados.
Ø Modelo inglês de jurisdição (sistema de jurisdição uma); Ø Controvérsias desportivas: “o Poder Judiciário só
admitirá ações relativas à disciplina e às competições
Ø Somente o Poder Judiciário poderá decidir uma lide em desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça
definitivo; pode fazer coisa julgada material. Todas as desportiva, regulada em lei.” (art. 217, § 1º, da CF/88)
decisões administrativas estão sujeitas a controle judicial. Ø Reclamação contra o descumprimento de Súmula
Vinculante pela Administração Pública: “contra
Ø Princípio da universalidade de jurisdição: não existe no omissão ou ato da administração pública, o uso da
Brasil, como regra geral, a “jurisdição condicionada” ou reclamação só será admitido após esgotamento das vias
“instância administrativa de curso forçado”. administrativas”. (Art. 7º, § 1º, Lei nº 11.417/2006) A
reclamação é ação utilizada para levar ao STF caso de
descumprimento de Súmula Vinculante (art. 103-A, §3º).
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Extradição
Princípio da inafastabilidade de jurisdição
Art. 5º (...)
“É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em
requisito de admissibilidade de ação judicial na qual se
pretenda discutir a exigibilidade de crédito tributário” (Súmula caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de
comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
Vinculante nº. 28 STF)
drogas afins, na forma da lei;
LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
“Viola a garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa político ou de opinião;
judiciária calculada sem limite sobre o valor da causa”
(Súmula STF no 667).
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Extradição Extradição

Ø Trata-se de instituto jurídico destinado a promover a Ø Extradição ativa: acontecerá quando o Brasil requerer a um
cooperação penal entre Estados; outro Estado estrangeiro a entrega de um indivíduo para que
aqui seja julgado ou punido;
Ø Consiste no ato de entregar uma pessoa para outro Estado
onde esta praticou crime, para que lá seja julgada ou punida. Ø Extradição passiva: ocorrerá quando um Estado estrangeiro
requerer ao Brasil que lhe entregue um indivíduo

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Devido processo legal

Art. 5º
(...)
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal;

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Devido processo legal Devido processo legal

Ø Âmbito formal (processual): garantia de que as partes


Ø É um conjunto de práticas jurídicas previstas na Constituição
poderão se valer de todos os meios jurídicos disponíveis para
e na legislação infraconstitucional cuja finalidade é garantir a
a defesa de seus interesses. (Derivam do “devido processo
concretização da justiça;
legal” o direito ao contraditório e à ampla defesa, o direito de
acesso à justiça, o direito ao juiz natural, o direito a não ser
Ø É garantia que concede dupla proteção ao indivíduo seja preso senão por ordem judicial e o direito a não ser
âmbito formal seja no âmbito material. processado e julgado com base em provas ilícitas).

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Devido processo legal Ampla defesa e contraditório

Ø Âmbito material (substantivo): diz respeito à aplicação do


princípio da proporcionalidade (princípio da razoabilidade ou Art. 5º
da proibição de excesso). Não se exige apenas que o processo (...)
seja regularmente instaurado; as decisões adotadas devem
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e
primar pela justiça e equilíbrio.
aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

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19
Ampla defesa e contraditório Ampla defesa e
Ø “É direito do defensor, no interesse do
representado, ter acesso amplo aos elementos
de prova que, já documentados em
contraditório procedimento investigatório realizado por órgão
Ø Ampla defesa: compreende o direito de trazer ao processo todos os com competência de polícia judiciária, digam
elementos lícitos de que dispuser para provar a verdade, ou de se respeito ao exercício do direito de defesa”
calar ou se omitir caso isso lhe seja benéfico (direito à não- (Súmula Vinculante nº 14 STF)
autoincriminação).
Ø “A falta de defesa técnica por advogado no
processo administrativo disciplinar não ofende a
Ø Contraditório: é o direito dado ao indivíduo de contradizer tudo que Constituição” (Súmula Vinculante nº 5 )
for levado ao processo pela parte contrária. Assegura, também, a
igualdade das partes do processo, ao equiparar o direito da acusação Ø “É inconstitucional a exigência de depósito ou
com o da defesa . arrolamento prévios de dinheiro ou bens para
admissibilidade de recurso administrativo”
(Súmula Vinculante nº 21 )
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Provas ilícitas Provas ilícitas


Ø Aquelas obtidas com violação ao direito material deverão ser
Art. 5º expurgadas do processo; serão elas imprestáveis à formação
(...) do convencimento do magistrado.
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por
meios ilícitos; “A presença de provas ilícitas não é suficiente para
invalidar todo o processo, se nele existirem outras
provas, lícitas e autônomas (obtidas sem a
necessidade dos elementos informativos revelados
pela prova ilícita)”. (STF, HC 76.231/RJ)
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20
FIM....
REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS

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Remédios Constitucionais Remédios Constitucionais


Mandado de Segurança
Ø São garantias que visam resguardar o exercício de direitos
fundamentais Habeas Data

Habeas Corpus
Ø Inseridas no contexto da Ordem jurídica Constitucional.
Mandado de Injunção

Ação Popular

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21
Aspectos Gerais

Art. 5º, LXIX, CRFB/88


MANDADO DE SEGURANÇA (...)
“conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas
data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder
for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício
de atribuições do Poder Público”
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Requisitos Requisitos
Ato coator
Ø A prova pré-constituída é sobre os fatos: (art. 6º da Lei.
Direito líquido e certo 12.016/09). O fato devidamente comprovado é que precisa ser
líquido e certo e não o direito.
Desnecessidade de dilação probatória
Súmula 625 do STF: "controvérsia sobre matéria de direito não impede
Tempestividade concessão de mandado de segurança”.

Ação residual (Princípio da Subsidiariedade)

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Mandado de Segurança Coletivo Legitimidade

Art. 5º, CRFB/88


LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado Ø A exigência de um ano de constituição e funcionamento
por: aplica-se apenas às associações.
a) partido político com representação no Congresso
Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação Ø Posição STF: nem mesmo os entes da federação podem
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos impetrar mandado de segurança coletivo, em favor dos
um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou interesses de sua população.
associados;
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Cabimento Situações Especiais


Ø Substituição processual
Ø Visa a proteção de direitos coletivos e individuais e Ø Sem necessidade de autorização expressa
homogêneos contra ato, omissão ou abuso de poder por (...)
parte de autoridade. Art. 21. O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por
partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa
de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade
Ø Não cabe MS coletivo para proteger direitos difusos: estes já partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou
são amparados por outros instrumentos processuais, como, associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo
por exemplo, a ação civil pública. menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da
totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos
seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada,
para tanto, autorização especial.
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23
Situações Especiais

Ø Súmula 629 STF - A impetração de mandado de segurança


coletivo por entidade de classe em favor dos associados
HABEAS DATA
independe da autorização destes.

Ø Súmula 630 STF - A entidade de classe tem legitimação


para o mandado de segurança ainda quando a pretensão
veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva
categoria.

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Aspectos Gerais Requisitos


Art. 5º, CRFB/88: 1) Garantir acesso a informações relativas à pessoa do impetrante:
constantes de registros ou bancos de dados de entidades
LXXII - conceder-se-á habeas data:
governamentais ou de caráter público (Art. 5º, LVXXII, alínea a, da CF/88 e
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à art. 7°, I, da Lei n°. 9.507/07);
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de 2) Retificação de dados: constantes de banco de dados de caráter
dados de entidades governamentais ou de caráter público; público, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial
ou administrativo(art. 5°, LVXII, alínea b, da CF/88 e art. 7°, II, da lei n° 9507/07);
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por
3) Para anotação nos assentamentos do interessado, de contestação
processo sigiloso, judicial ou administrativo;
ou explicação: sobre dado verdadeiro, mas justificável que esteja
sob pendência judicial ou amigável (art. 7°, III, da Lei 9.507/07).
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Legitimidade Passiva

Ø Direito à Certidão. Cabe MS ou HD? Ø Autoridade: pode ser da Administração Pública, direta ou
Ø O HD é utilizado quando não se tem acesso a informações indireta; de qualquer dos poderes ou órgãos destes.
pessoais do impetrante ou quando se deseja retificá-las.
Ø Quando alguém solicita uma certidão, já tem acesso às Ø Pode banco de caráter Privado? O “habeas data” não pode ser
informações; o que se quer é apenas receber um documento usado para que se tenha acesso a banco de dados de caráter
formal do Poder Público que ateste a veracidade das informações. privado. (art. LXXII, do art. 5°, da CRFB/88)
Portanto, é incabível o habeas data.

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Recusa para prestar informações


Ø Requisito indispensável: comprovação da negativa da autoridade
administrativa de garantir o acesso aos dados relativos.
Ø Ficha cadastral de empregado de empresa privada não pode ser “jurisdição condicionada”
conhecida por meio de Habeas Data.
Lei. 9.507/97, art. 8° (...)
Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
Ø E o SPC e o SERASA? São bancos de dados privados de caráter
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem
público, pois recolhem informações para distribuir a terceiros. decisão;
Podem ser conhecidos via Habeas Data. II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias,
sem decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do
Direito Constitucional
decurso de mais de quinze dias sem decisão.
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25
Gratuidade
Art. 5° LXXVII,CRFB/88
(...)
“são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e,
MANDADO DE INJUNÇÃO
na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
cidadania”.

Não há na petição o pedido de condenação em honorários advocatícios nem


custas processuais. Mas precisa de Advogado!!!

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Aspectos Gerais Aspectos Gerais


Art. 5º, CRFB/88
Ø Combater a inefetividade das normas Constitucionais. Tutelar
(...) direitos subjetivos previstos na CF/88 pendentes de
LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de regulamentação.
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e
liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à Ø Incidência nas normas constitucionais não autoaplicáveis, aquelas
nacionalidade, à soberania e à cidadania; denominadas como normas de eficácia limitada.

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26
Não cabimento do MI Mandado de Injunção X ADO
Ø Já há norma regulamentadora do direito constitucional,
mesmo que esta seja defeituosa. MI Processo subjetivo. ADO Processo Objetivo.
Defender direitos Defender normas
Ø Se faltar norma regulamentadora de direito fundamentais constitucionais
dependentes de dependentes de
infraconstitucional. regulamentação regulamentação.

Ø Falta de regulamentação de medida provisória ainda não Controle


Controle difuso
convertida em lei pelo Congresso Nacional. Concentrado

Ø Quando há apenas faculdade de regulamentação do direito Legitimado: Art. 103 I a IX da


Qualquer pessoa, CF/88 “sPresidente
constitucional. seja ela natural ou da República; a
jurídica, nacional ou Mesa do Senado
estrangeira Federal (...).”
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Legitimidade Ativa Legitimidade Ativa


Ø MI Individual: qualquer pessoa física ou pessoa jurídica que está
inviabilizado de exercer o seu direito diante da falta de norma Lei. 13.300/2016
regulamentadora (art. 3º da lei n° 13.300/16) (...)
Ø MI Coletivo: (art. 12, Lei. 13.300/2016) Art. 3o São legitimados para o mandado de injunção, como
ü Partido político com representação Congresso impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam
ü Defensoria Pública titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas
ü Ministério Público referidos no art. 2o e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a
ü Organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente autoridade com atribuição para editar a norma
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano regulamentadora.
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Eficácia das decisões Eficácia das decisões no MI
Ø Posição anterior: Não concretista. Lei. 13.300/2016
q Apenas se declarava a mora do poder omisso. Não
(...)
aplicava por analogia lei existente e tão pouco fixava um
prazo para o legislador legislar. Não havia efeitos práticos. Art. 8° Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a
injunção para:
Ø Posição atual: Concretista. I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a
q Cumprimento do papel do legislador omisso, com o edição da norma regulamentadora;
objetivo de dar exequibilidade às normas constitucionais. (...)
Possibilidade de aplicação analógica.
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Eficácia das decisões no MI Alcance subjetivo da decisão


Lei. 13.300/2016 Ø Teoria Concretista Individual:
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos,
Lei. 13.300/2016
das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado promover ação própria visando Art. 9o A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e
a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
determinado. § 1o Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de
atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para § 2o Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser
a edição da norma. estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
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28
Alcance temporal da decisão
(...)
Art. 11. A norma regulamentadora superveniente produzirá
efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada
em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais HABEAS CORPUS
favorável.
Parágrafo único. Estará prejudicada a impetração se a norma
regulamentadora for editada antes da decisão, caso em que o
processo será extinto sem resolução de mérito.

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Aspectos Gerais Aspectos Gerais


Art. 5º, CRFB/88 Ø Conceito: proteção da liberdade de locomoção. Sua finalidade é
(...) fazer cessar a ameaça ou coação à liberdade de locomoção do
LXVIII - conceder-se-á "habeas-corpus" sempre que alguém indivíduo.
sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação
em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso Ø Natureza Jurídica: É ação constitucional, decorrente das
de poder chamadas “tutelas constitucionais de liberdade”.

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Sujeitos Processuais Sujeitos Processuais

1) Paciente: 2) Impetrante:
Ø É aquele que está com a sua liberdade de locomoção cerceada ou Ø É o autor do habeas corpus; é aquele que impetra a ação. Ele pode
sob a ameaça de cerceamento. ser o paciente, mas não necessariamente.
Ø O paciente deve necessariamente ser uma pessoa física. Ø Possui Legitimidade Ativa Universal – Princípio da Universalidade –
art. 654 CPP.
Ø Pode ser concedida de ofício pelo próprio Juiz, afastando inclusive
ato não indicado na inicial.

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Sujeitos Processuais Gratuidade


Art. 5° LXXVII,CRFB/88
3) Coator (Polo Passivo):
(...)
Ø É o responsável pelo cerceamento ou ameaça de cerceamento da
“são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e,
liberdade do paciente.
na forma da lei, os atos necessários ao exercício da
Ø Em regra, é a autoridade pública (Juiz, Desembargador, Delegado, Promotor,
cidadania”.
inclusive por um Presidente da CPI), mas já se entende, na jurisprudência que
é possível o coator ser um particular. Ex: O Particular também: diretor de
Hospital ou Clínica Médica, de um Manicômio... Não há na petição o pedido de condenação em honorários advocatícios nem
custas processuais.

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CRFB/88 (...) CRFB/88 (...)
Art. 5° Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros escrita e fundamentada de autoridade judiciária competente,
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: militar, definidos em lei;
(...) LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela
autoridade judiciária;
XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a
podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar,
lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança;
permanecer ou dele sair com seus bens; LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
autoridade competente; alimentícia e a do depositário infiel;
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(...)
LXVII - não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsável
pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação
alimentícia e a do depositário infiel;
AÇÃO POPULAR
Ø Pacto San José Costa Rica suspendeu eficácia legislação
infraconstitucional
Ø Caráter “supralegalidade e efeito paralisante”
Ø Súmula Vinculante n° 25 STF: “é ilícita a prisão civil de
depositário infiel, qualquer que seja a modalidade de depósito”.
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Aspectos Gerais Aspectos Gerais
Art. 5º, CRFB/88
Ø Plano Constitucional:
(...) ü Remédio de natureza coletiva;
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação ü Processo subjetivo que tem por fim anular ato lesivo ao
popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público patrimônio público, à moralidade administrativa, ao
ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural;
ü Trata-se de participação direta do povo no controle dos
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico
atos do Poder Público (Soberania popular).
e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento
de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

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O que é patrimônio? Legitimidade Ativa


Lei n°. 4.717/65 Ø É o cidadão, que possui condição jurídica de eleitor e está no
Art. 1°, §1°: pleno gozo dos seus direitos políticos.
(...)
“consideram-se patrimônio público para os fins referidos neste Art. 1º Lei. 4717/65.
artigo, os bens e direitos de valor econômico, artístico, estético, (...)
histórico ou turístico”. § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será
feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele
corresponda.
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32
Legitimidade Passiva

Art. 6° da lei 4717/65.


FIM....
(...)
A ação será proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as
entidades referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários
ou administradores que houverem autorizado, aprovado,
@profdiegocerqueira
ratificado ou praticado o ato impugnado, ou que, por omissas,
tiverem dado oportunidade à lesão, e contra os beneficiários @profdiegocerqueira
diretos do mesmo.
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OBRIGADO
PROF. DIEGO CERQUEIRA

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