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Ordenações Manuelinas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As Ordenações Manuelinas são três diferentes sistemas
de preceitos jurídicos que compilaram a totalidade da Ordenações Manuelinas
legislação portuguesa, de 1512 ou 1513 a 1603. Fizeram parte
do esforço do rei Manuel I de Portugal para adequar a
administração no Reino ao enorme crescimento do Império
Português na era dos descobrimentos. Consideradas como o
primeiro corpo legislativo impresso no país[1], elas
sucederam as pioneiras Ordenações Afonsinas, ainda
manuscritas, e vigoraram até a publicação das Ordenações
Filipinas[2], durante a União Ibérica. Representam um
importante marco na evolução do direito português,
consolidado o papel do rei na administração da Justiça e
afirmando a unidade nacional[3].
Índice
Reprodução de uma xilogravura da edição de 1514 das
História
Ordenações Manuelinas, impressa por João Pedro
Segunda Versão (recémdescoberta)
Buonhomini nas instalações de Valentim Fernandes, em
Terceira Versão
Lisboa.
Estrutura
Ratificado c.1513 (505 anos)
Referências
Local Lisboa
Bibliografia Reino de Portugal
Ligações externas Autores Manuel I de Portugal
Rui Boto
Valentim Fernandes
História Signatários Manuel I de Portugal
Propósito Compilação Jurídica para a
É sabido que a imprensa (prensa móvel) foi trazida para
legislação do Reino de Portugal.
Portugal pelos judeus e as primeiras obras impressas eram
religiosas, ou relacionadas. A arte da prensa também já era usada pela Igreja Católica, mas até então nunca havia sido
usada pelo Estado[3]. D. Manuel I foi "o primeiro monarca português a servirse das vantagens da produção
tipográfica para expor a sua política governativa” e “procurou utilizála para fins propagandísticos relacionados com a
sua política imperial”[4] Brito Aranha chega afirma que “em tal conta elrei Dom Manuel teve essa arte, e tão
importante a julgou pelo seu fulgurante clarão, que aos que a exerciam concedeu, como é sabido, privilégios e isenções
que por então eram regateados e só concedido a pessoas de nobre estirpe”[5]
Quando assumiu o trono em 1495, visando corrigir e actualizar as Ordenações Afonsinas, D. Manuel já tinha em
mente um novo Código e a tarefa incumbiu a Rui Boto, conselheiro régio desde 1491 e ChancelerMor do Reino desde
1505[1]. A tarefa de imprimir os cinco livros das Ordenações coube a Valentim Fernandes, alemão da Morávia, mas que
servia o monarca português tendo inclusive aportuguesado seu nome. A tarefa se mostrou demorada, pois o primeiro
livro saiu em 1512 e o terceiro apenas em 1513. Até hoje não se sabe se houve ou não uma edição completa de Valentim
Fernandes[3].
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Manuelinas 1/3
30/10/2018 Ordenações Manuelinas – Wikipédia, a enciclopédia livre
Segunda Versão (recémdescoberta)
Fragmentos de um segundo sistema até agora desconhecidos foram recentemente descobertos pela Doutora Helga
Maria Justen, ao restaurar um livro também do séc. XVI (Breve Memorial dos pecados, de Garcia de Resende,
impresso por Germão Galharde, em 1521). [7] Essa versão foi chamada "o segundo sistema das Ordenações
Manuelinas", periodizado entre cerca 15171518, com impressão ao alemão Jacobo Cromberger, chamado por D.
Manuel a Portugal para "usar da nobre arte de impressão". Desse modo, o sistema de Ordenações que vigorou entre
1521 e 1603, e que ao longo desses anos conheceu diferentes impressões, passa a ser considerado o "terceiro sistema
das Ordenações Manuelinas". [7]
Terceira Versão
A versão definitiva foi publicada parcialmente em Sevilha e foi finalizada em Évora em 11 de Março de 1521. Neste ano,
para evitar confusões, por Carta Régia de 15 de Março, o monarca determinou que todos os possuidores de exemplares
das Ordenações de 1514 os destruíssem no prazo de três meses, ao mesmo tempo que determinou aos concelhos a
adquisição da nova edição.
A esta primeira edição do terceiro sistema seguiramse mais três: a segunda, de cerca de 1533, foi impressa na oficina
de um certo francês Germão Galhardo, que trabalhava em Lisboa. A terceira foi terminada em 1539 e impressa pelo
sevilhano Juan Cronberger, com a colaboração de Germão Galhardo, que imprimiu partes da edição. A quarta e última
foi finalizada em Março de 1565 na tipografia de Manoel João, em Lisboa, às custas de Francisco Fernandes. Sabese
que a obra era vendida por 500 reais, sendo que 100 eram para pagar o licenciado Mateus Esteves, que conferia e
atestava a sua fidelidade, autenticando na última folha da obra[8].
Estrutura
Seguindo o plano das Ordenações Afonsinas, a nova compilação abrangia também cinco livros, subdivididos em
títulos e parágrafos, mas com a supressão das normas revogadas. Quanto à forma, a principal diferença residia no
facto de se apresentarem redigidas em estilo mais conciso, com todos os preceitos redigidos em estilo decretório,
mesmo quando na reprodução de normas já vigentes.
A ordenação da recémdescoberta segunda versão é bem diferente da primeira, mas parecida com a agora chamada
terceira versão[7].
Referências
1. "Descoberto no sistema das Ordenações Manuelinas", in Açoriano Oriental, 7 de Fevereiro de 2012, p. 20.
2. BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL. Ordenações Manuelinas, 500 anos depois. Artigo (http://www.bnportug
al.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=697%3Amostraordenacoesmanuelinas500anos15mar16j
un&catid=162%3A2012&Itemid=731&lang=pt) disponível no site da instituição. Acesso em 5 de Julho de 2012.
3. GAMA, A. B. As Ordenações Manuelinas, a tipografia e os descobrimentos: a construção de um ideal régio
de justiça no governo do Império Ultramarino português. Artigo (http://www.revistanavigator.com.br/navig13/do
ssie/N13_dossie2.pdf) na Revista Navigator, acedido em 5 de Julho de 2012.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Manuelinas 2/3
30/10/2018 Ordenações Manuelinas – Wikipédia, a enciclopédia livre
4. HEITLINGER, Paulo. “A arte da impressão: aparecimento da imprensa em Portugal, Espanha”. In: Cadernos de
Tipografia e Design, número 13, Dezembro de 2008, p. 37. Paulo Heitlinger.
5. ARANHA, Brito. A imprensa em Portugal nos séculos XV e XVI: as Ordenações d’el Rei D. Manuel. Lisboa:
Imprensa Nacional, 1898. p. 6.
6. Arquivos da Torre do Tombo: PTTTCC/1/16/32 apud GAMA, op. cit.
7. BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL. Descoberto um novo sistema das Ordenações Manuelinas. Artigo (htt
p://www.bnportugal.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=705%3Amostraordenacoesmanuelinas500
anos15mar16jun&catid=162%3A2012&Itemid=739&lang=pt) disponível no site da instituição. Acesso em 5 de
Julho de 2012.
8. DIAS, J. J. A. Artigo (http://ww3.fl.ul.pt/biblioteca/biblioteca_digital/docs/res222.pdf) consultado em 5 de Julho de
2012.
Bibliografia
DIAS, João José Alves. "Introdução" in Ordenações Manuelinas: livro I a V : reprodução em facsímile da
edição de Valentim Fernandes (Lisboa, 15121513). Lisboa: Centro de Estudos Históricos da Universidade Nova
de Lisboa, 2002.
ANSELMO, António Joaquim. Bibliografia das obras impressas em Portugal no século XVI. Lisboa: Biblioteca
Nacional, 1926.
NORONHA, Tito de. A imprensa portuguesa durante o seculo XVI: seus representantes e suas produções:
Ordenações do Reino. Porto: Imprensa Portuguesa, 1873.
Ligações externas
Versão facsimilar das Ordenações Manuelinas (http://www.ci.uc.pt/ihti/proj/manuelinas//)
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