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Ordenações Afonsinas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As Ordenações Afonsinas, ou Código Afonsino, são
uma das primeiras colectâneas de leis da era moderna, Código Afonsino
promulgadas durante o reinado de Dom Afonso V. O código
deveria esclarecer a aplicação do direito canônico e romano
no Reino de Portugal, e, após um longo período de gestação,
as primeiras cópias manuscritas aparecem em meados do
século XV. Sua aplicação não foi uniforme no Reino e vigorou
até a promulgação das suas sucessoras, as Ordenações
Manuelinas.
Índice
História
Estrutura
Legado e Influência
Referências
Página decorada das Ordenações Afonsinas
Bibliografia
Criado 1446
Texto integral
Ratificado c.1448 (570 anos)
Ligações externas
Local Arruda
Ver também Reino de Portugal
Propósito Compilação Jurídica para a
legislação do Reino de Portugal.
História
A necessidade de uma codificação geral de leis se fez mais presente na Dinastia de Avis (13851581/82). Várias vezes as
Cortes tinham pedido a D. João I a organização de uma colectânea em que se coordenasse e actualizasse o direito
vigente, para a boa fé e fácil administração na justiça. A compilação era defendida em particular por João das Regras,
considerado braço direito do rei na Revolução de Avis, mas os trabalhos apenas começaram após a sua morte, em
1404. [1] Para levar a cabo essa obra designou D. Duarte o doutor Rui Fernandes, que acabaria o trabalho em 1446 em
Arruda.
Este projecto foi revisto por ordem do infante D. Pedro, que lhe introduziu algumas alterações, fazendo parte da
comissão Lopo Vasques, corregedor da cidade de Lisboa, e os desembargadores Luís Martins e Fernão Rodrigues.
Talvez em 1448, ainda durante a regência de D. Pedro, tenha acabado a revisão embora as Ordenações incluam leis de
1454. Desconhecese as partes de autoria de João Mendes e Rui Fernandes. A respeito das fontes utilizadas, verificase
que os compiladores aproveitaram, sobretudo, leis existentes. Muitas disposições foram extraídas dos direitos romano
e canónico, quer directamente, quer através das obras de comentadores. Pensase que o Livro das Leis e Posturas e as
Ordenações de D. Duarte tenham sido trabalhos preparatórios de codificação afonsina. Nem sempre, porém, os textos
foram reproduzidos de uma forma exacta e frequentemente os compiladores atribuiram a um monarca leis elaboradas
por outro.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Afonsinas 1/3
30/10/2018 Ordenações Afonsinas – Wikipédia, a enciclopédia livre
As Ordenações não chegaram a ser impressas durante o período em que vigoraram, [1] apesar de prensa de Johannes
Gutenberg já estar em uso na Alemanha desde 1439:
A demora na produção de cópias manuscritas parece ter sido umdos proproblemas para a
sua aplicação em todo o Reino. Em Portugal a imprensa apareceu por volta de 1487 e logo
foi utilizada para editar a legislação eclesiástica e monárquica, pois, como afirmou o próprio
D. Manuel "necessária é a nobre arte da impressão [...] para o bom governo, porque com
mais facilidade e menos despesa os ministros da Justiça possam usar de nossas leis e
ordenações e os sacerdotes possam administrar os sacramentos da madre santa Igreja."
Cf. Nunes, J. E. Gomes da Silva. História do Direito Português. 2a ed. Lisboa: Fundação
Calouste Gulbenkian, 1992, pg. 266.[1]
Estrutura
As Ordenações encontramse divididas em cinco livros, talvez à imitação dos Decretais de Gregório IX. Todos os livros
são precedidos de preâmbulo, que no primeiro é mais extenso que nos restantes, pois lá se narra a história da
compilação.
O livro I trata dos cargos da administração e da justiça.
O livro II ocupase da relação entre Estado e Igreja, dos bens e privilégios da igreja, dos direitos régios e sua
cobrança, da jurisdição dos donatários, das prerrogativas da nobreza e legislação "especial" para judeus e mouros.
O livro III cuida basicamente do processo civil.
O livro IV trata do direito civil: regras para contratos, testamentos, tutelas, formas de distribuição e aforamento de
terras, etc.
O último trata do direito penal: os crimes e as suas respectivas penas.
Embora com cinco livros, as Ordenações estavam longe de constituir um sistema completo. No direito privado há
institutos que são esquecidos e outros excepcionalmente lembrados. Tampouco o código apresenta uma organicidade
visível nos códigos modernos. Com relação ao direito subsidiário (as fontes para "preencher lacunas" usadas na
jurisprudência), "o direito romano tornouse a referência básica e o canônico passou a prevalecer só nas matérias
espirituais ou nas que envolvesse a noção de pecado". [1]
Legado e Influência
As Ordenações são notáveis se comparadas com os outros códigos vigentes na época em outros países. As Ordenações
Afonsinas ocupam uma posição destacada na história do direito português: representaram o final da evolução
legislativa que vinha desde D. Afonso III, e forneceram as bases das colectâneas seguintes, que se limitaram a
actualizálas. Sendo substituídas no reinado de D. Manuel I, depressa caíram em esquecimento, sem terem chegado a
ser impressas.
Referências
1. De acordo com a Introdução (pg. 3032) do Livro V das Ordenações Filipinas, Silvia Hunold Lara (org.), Companhia
das Letras, parcialmente visualizável em Google Books (http://books.google.com.br/books?id=KH9ilwvHp9AC&prin
tsec=frontcover&dq=ordena%C3%A7%C3%B5es+filipinas&hl=ptBR&sa=X&ei=Hk4OT4beHMfqtgfP8OSGAg&redi
r_esc=y#v=onepage&q=ordena%C3%A7%C3%B5es%20filipinas&f=false)].
Bibliografia
SERRÃO, Joel (direcção). Dicionário de História de Portugal. Porto, Livraria Figueirinhas, 19631971.
Texto integral
Ordenações Afonsinas (http://www1.ci.uc.pt/ihti/proj/afonsinas/): texto integral, em facsimile, disponível no sítio
do do Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ordena%C3%A7%C3%B5es_Afonsinas 2/3
30/10/2018 Ordenações Afonsinas – Wikipédia, a enciclopédia livre
do do Instituto de História e Teoria das Ideias da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Ligações externas
História do Direito Português no período das Ordenações Reais (http://www.cih.uem.br/anais/2011/trabalhos/153.p
df)
Ver também
Ordenações
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