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❖ REALISMO CLÁSSICO
Livro: Morgenthau, Hans. A política entre as nações (1948).
Hans Morgenthau (1904-1980) baseou sua teoria no Positivismo. Existe uma realidade que está
dada, não está sujeita a interpretações. Juridicamente, é a teoria de que vale o que está escrito.
Estados agem como pessoas no estado de natureza, por não haver uma autoridade superior a
eles. É uma guerra de todos contra todos. Assim como “o homem é o lobo do homem”, podemos
considerar que “o Estado é o lobo do Estado”. Estados vivem conforme a natureza humana
hobbesiana, em constante luta pela sobrevivência.
A economia, que confere aos Estados capacidade de investir no poderio militar, assim como a
configuração e localização do território também são fatores de poder. É mais fácil para os EUA
serem potência, por ter vizinhos mais fracos, do que para a França, que tem vizinhos poderosos.
3) A busca pelo poder é universal, mas sua forma varia no tempo e no espaço.
O pensamento realista é atemporal, pois a busca pelo poder é universal. Porém, algo que
conferiria um poder muito grande a um país alguns séculos atrás não teria o mesmo efeito hoje.
OFÍCIO DO DIPLOMATA
→ Segundo a visão de Morgenthau, o diplomata tem um papel acima de tudo técnico:
O diplomata não é dotado de capacidade ou talento natos. É um especialista em Política
Internacional, que possui conhecimento instrumental para exercer a função de conselheiro do
Chefe de Estado.
1) Balancing: contrabalançar o poder de um Estado maior, unindo-se aos demais Estados fracos.
2) Bandwagoning: unir-se ao Estado mais poderoso, a fim de ter mais condições de se proteger.
Kenneth Waltz (1924-2013) partirá das mesmas premissas estabelecidas por Morgenthau, mas
diferirá dos realistas clássicos no que se refere à análise de como o Estado irá agir perante o
sistema internacional.
1) Imagem do homem:
Pode-se analisar o sistema internacional usando como base a trajetória de um estadista. Porém,
Waltz concluiu que não é possível prever decisões que serão tomadas por um indivíduo. Não é
científico supor que indivíduo agirá com base em um conceito abstrato e não quantificável como
a natureza humana. Segundo Waltz, é possível sim analisar as relações internacionais a partir do
comportamento do indivíduo, mas não se pode considerar como ciência.
2) Imagem do Estado:
É possível analisar o sistema internacional com base nas motivações de um Estado para chegar
a decisões de política externa. Porém, será necessário considerar inúmeras particularidades, de
Estados que são diferentes, e não é viável computar todas essas informações. É fundamental
para a obtenção de resultados científicos a realização do controle de variáveis.
O raciocínio de Waltz é de que não se pode analisar as relações internacionais com base nos
aspectos internos dos Estados, cujas variáveis desviariam o foco sistêmico. Essa análise baseia-
se numa lógica de choque entre os Estados e no efeito que cada Estado exerce sobre os demais,
as consequências exógenas de suas ações.
Essa teoria é criticada por ser simplista demais, mas teve uma inegável centralidade nas
discussões. Os teóricos que sucederam Waltz sempre fizeram questão de citá-lo, mesmo que
para refutar a validade de suas ideias.
❖ NEOLIBERAIS
Os liberais, que eram hegemônicos no período entreguerras, perderam força com a ascensão
do Realismo, mas continuaram a publicar suas obras, em geral sobre temas muito específicos
como, por exemplo, a integração regional.
→ 1962-1979: DÉTENTE
Embate entre o bloco capitalista e o bloco socialista persiste, mas perde força, sobretudo devido
à preocupação de que um enfrentamento direto entre os EUA e a URSS pudesse levar ao fim da
humanidade. A iminência de uma guerra nuclear, durante a crise dos mísseis, em 1962, fez com
que as tensões arrefecessem, abrindo espaço para outras discussões.
Os Estados não são, em hipótese alguma, independentes uns dos outros. Todos são
dependentes em maior ou menor escala dos outros e a tendência é que sejam muito
interdependentes entre si. É criado o conceito de interdependência complexa. Fronteiras são
quase fictícias, já não são mais impermeáveis como já foram. O mito do Estado original tem
como base um pretenso controle de sua fronteira, mas a complexidade que as relações entre os
Estados têm adquirido ao longo das décadas passa a fazer com que os conflitos sejam cada vez
menos prováveis. Como retomam o pensamento liberal, Keohane e Nye podem ser chamados
de neoliberais* ou institucionalistas.
*Cuidado para não os comparar com os neoliberais na economia.
Entretanto, Keohane refuta o Realismo ao afirmar que os Estados tenderiam sempre a cooperar.
Justamente por serem egoístas, Estados buscam ganhos absolutos e sempre que há cooperação,
há algum ganho, mesmo que reduzido. Estados não irão buscar a guerra, pois correm sérios
riscos de perder muito, mesmo que exista também a possibilidade de ganhos consideráveis.