Вы находитесь на странице: 1из 7

Modernismo 

O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922. Mas nem todos os 
participantes da Semana eram modernistas: o pré­modernista Graça Aranha foi um dos oradores. 
Apesar de não ter sido dominante no começo, como atestam as vaias da platéia da época, com o 
tempo suplantou os estilos anteriores. Era marcado por uma liberdade de estilo e aproximação da 
linguagem com a linguagem falada; os de primeira fase eram especialmente radicais quanto a isto. 
Outros modernistas importantes são o prosador Érico Veríssimo e o poeta Carlos Drummond de 
Andrade, que tem páginas próprias. 

Jorge Amado 

Jorge Amado nasceu em uma fazenda de cacau em Itabuna, Bahia, em 1912. Fez o curso primário 
em Ilhéus (com uma professora particular que se tornou personagem de Gabriela Cravo e Canela) 
e fez o secundário em um internato. Nessa época começou a ler autores ingleses e portugueses. 
Fugiu para a casa do avô no Sergipe e em 1927 matriculou­se num externato, onde ligou­se a 
Academia dos Rebeldes, grupo de jovens escritores contrários ao Modernismo. Apesar disso, 
Jorge Amado é considerado modernista da segunda geração. Trabalhou em jornais e editoras, 
tendo fugido do país por perseguições políticas em 1935 e, após eleito deputado federal em 1945, 
teve seu mandato cassado em 1948 quando o PCB foi posto na ilegalidade. Deixou o país e viajou 
pelo mundo, recebendo um prêmio na união Soviética em 1951. Em 1961 foi eleito para a 
Academia Brasileira de Letras. Sua obra, que já foi adaptada para várias mídias e traduzida para 
vários idiomas, é regionalista (trata sempre do NE, especialmente a Bahia) e é dividida em três 
fases: uma com maiores preocupações sociais, no começo da carreira, outra sobre o ciclo do 
cacau e outra ainda com maior lirismo. Na primeira parte incluem­se Capitães de Areia e Mar 
Morto; na segunda Cacaus, Terras do Sem­Fim e São Jorge de Ilhéus; na terceira, iniciada com 
Gabriela Cravo e Canela (que apesar de se passar na zona do cacau não é sobre o ciclo do 
cacau em si), incluem­se Dona Flor e seus Dois Maridos, Teresa Batista Cansada de Guerra e 
Tieta do Agreste. Jorge Amado é até hoje muito cotado para ganhar o prêmio Nobel de Literatura. 

"Naquele ano de 1925, quando floresceu o idílio da mulata Gabriela e do árabe Nacib, a estação 
das chuvas tanto se prolongara além do normal e necessário que os fazendeiros, como um bando 
assustado de medrosos, cruzavam­se nas ruas a perguntar uns aos outros, o medo nos olhos e na 
voz" Gabriela Cravo e Canela 

"E aqui termina a história de Nacib e Gabriela quando renasce a chama do amor de uma brasa 
dormida nas cinzas do peito." Gabriela Cravo e Canela 

" Lá estava Vadinho, no chão de paralelepípedos, a boca sorrindo, todo branco e loiro, todo cheio 
de paz e de inocência. Dona Flor ficou um instante parada, a contemplá­lo como se demorasse a 
reconhecer o marido ou talvez, mais provavelmente, a aceitar o fato, agora indiscutível, de sua 
morte. Mas foi só um instante. Com um berro arrancado do fundo das entranhas, atirou­se sobre 
Vadinho, agarrou­se ao corpo imóvel, a beijar­lhe os cabelos, o rosto pintado de carmim, os olhos 
abertos, o atrevido bigode, a boca morta, para sempre morta." Dona Flor e seus Dois Maridos 

"Eu sou o marido da pobre dona Flor, aquele que vai acordar a tua ânsia e morder o teu desejo, 
escondido no fundo do teu ser, de teu recato. Ele é o marido da senhora dona Flor, cuida da tua 
virtude, de tua honra, de teu respeito humano. Ele é tua face matinal, eu sou a tua noite, o amante 
para o qual não tens nem jeito nem coragem. Somos teus dois maridos, tuas duas faces, teu sim, 
teu não. Para ser feliz, precisa de nós dois. Quando era eu só, tinhas meu amor e te faltava tudo, 
como sofrias! Quando foi só ele, tinhas de um tudo, nada te faltavas, sofria ainda mais. Agora, sim, 
é dona Flor inteira como deves ser." Dona Flor e seus Dois Maridos 

Graciliano Ramos
Graciliano Ramos (1892­1953) pode ser considerado um dos mestres do Regionalismo. Suas 
obras passam­se no NE do Brasil e falam do povo nordestino, da seca, da realidade enfim, com 
uma linguagem direta e típica da região. Apesar de também Ter sido contista e cronista, é como 
romancista que se destaca. Graciliano Ramos nasceu no interior do estado do Alagoas, mas sua 
família se mudou várias vezes, peregrinando pelo interior do Nordeste. Mais tarde mudou­se para o 
RJ e depois de volta a Palmeira dos Índios (AL), cidade onde realizou seus estudos. Lá casou, 
estabeleceu­se no comércio e chegou a ser prefeito da cidade. Foi nessa época que foi descoberto 
como romancista: escrevera também o relatório que um editor desconfiara tratar­se de um 
romancista de gaveta. Estava certo: Graciliano Ramos estava escrevendo havia anos seu primeiro 
romance, Caetés, com o qual estrearia em sua carreira literária aos 41 anos (relativamente tarde). 
Na mesma época de publicação do livro ele completou São Bernardo, primeira obra da trilogia que 
é sua obra­prima e inclui Angústia e Vidas Secas. Em 1936 foi acusado de comunista e mandado 
para a prisão, onde foi humilhado e maltratado (o fruto disso seria o livro de memórias chamado 
Memórias do Cárcere). Em 1945 ele realmente se filiou ao PC e chegou a visitar países além da 
Cortina de Ferro. Várias das obras de Graciliano Ramos já foram filmadas por consagrados 
diretores brasileiros. 

Dyonélio Machado 

Dyonélio Machado (1895­1986) nasceu em Quaraí, Rio Grande do Sul, e formou­se em Medicina 
em 1929 em Porto Alegre, sendo psiquiatra. Foi também jornalista, chegando a dirigir o jornal 
Correio do Povo, e deputado pelo PCB, mas foi destituído do cargo com a implantação do Estado 
Novo. Machado adquiriu notoriedade ao vencer junto com, entre outros, seu amigo Érico 
Veríssimo, o concurso da ABL em 1935. Machado era, aliás, amigo de muitos dos modernistas e 
se correspondia com eles, estando alinhado com a Geração de 30. Dyonélio foi o iniciador da 
prosa urbana gaúcha com o livro Um Pobre Homem. Sua obra de mais repercussão foi Os Ratos, 
mas também é importante O Louco do Cati entre sua obra. 

"Os bem vizinhos de Naziazeno Barbosa assistem ao 'pega' com leiteiro, Por detrás das cercas. 
Mudos, com a mulher e um que outro filho espantado já de pé àquela hora, ouvem. Todos aqueles 
quintais conhecidos têm o mesmo silêncio. Noutras ocasiões, quando era apenas a 'briga' com a 
mulher, esta, como um último desaforo de vítima, dizia­lhe: 'Olha que os vizinhos estão ouvindo'. 
Depois, à hora da saída, eram aquelas caras curiosaas às janelas, com os olhos fitos nele 
enquanto ele cumprimentava." Os Ratos 

"Ele vê os ratos em cima da mesa, tirando de cada lado do dinheiro ­ da presa! ­ roendo­o, 
arrastando­o para longe dali, para a toca, às migalhas!..." Os Ratos 

Raul Bopp 

Raul Bopp (1898­1984), gaúcho de Tupaceretã, foi poeta, ensaísta, diplomata e jornalista. 
Participou da Semana de Arte Moderna e foi muito influenciado pelos Andrade. Sua obra apresenta 
nacionalismo e construções gramaticais mais audaciosas, com linguagem tipicamente popular. 

Clarice Lispector 

Clarice Lispector (1925­1977), contista, cronista e romancista de destaque na literatura brasileira, 
não é brasileira nata: nasceu na Ucrânia e veio para o Brasil ainda criança. Com 12 anos transfere­ 
se do Recife onde morava para o Rio de Janeiro para cursar o secundário. Mas já escrevia antes 
disso: aos sete anos mandava contos ao semanário infantil. Sempre recusados. Ainda estudante 
escreve seu primeiro romance (Perto do Coração Selvagem). Lispector tem um prosa introspectiva 
e intimista, que explora os caráter do ser humano e os conflitos interiores, com um estilo dramático 
e por vezes inteligentemente irônico. Além de vários romances como A hora da Estrela e A Paixão 
segundo G.H., Clarice escreveu contos.
"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas continuarei a escrever. Como começar pelo 
início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré­pré­história já havia os 
monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um 
fato. Os dois juntos ­ sou eu que escrevo o que estou escrevendo. Deus é o mundo. A verdade é 
sempre um contato interior e inexplicável. A minha vida mais verdadeira é irreconhecível, 
extremamente interior e não tem uma só palavra que a signifique. Meu coração se esvaziou de 
todo desejo e reduz­se ao próprio último ou primeiro pulsar. A dor de dentes que perpassa esta 
história deu uma fisgada funda em plena boca nossa. Então eu canto alto agudo uma melodia 
sincopada e estridente ­ é a minha própria dor, eu carrego o mundo e há falta de felicidade. 
Felicidade? Nunca vi palavra mias doida, inventada pelas nordestinas que andam aí aos montes." 
A Hora da Estrela 

"Acho com alegria que ainda não chegou a hora de estrela de cinema de Macabéa morrer. Pelo 
menos ainda não consigo adivinhar se lhe acontece o homem louro e estrangeiro. Rezem por ela e 
que todos interrompam o que estão fazendo para soprar­lhe vida, pois Macabéa está por enquanto 
solta ao acaso como a porta balançando ao vento no infinito, Eu poderia resolver pelo caminho 
mais fácil, matar a menina­infante, mas quero o pior: a vida. Os que me lerem, assim, levem um 
soco no estômago para ver se é bom. A vida é um soco no estômago." A Hora da Estrela 

Antônio de Alcântra Machado 

Antônio Castilho de Alcântara Machado d'Oliveira (1901­1935) foi um importante escritor 
modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da Semana de Arte Moderna de 1922. 
Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma 
linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado. Seus personagens de Brás, 
Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura muito peculiar de italiano e português. Machado 
nunca chegou a completar seu romance Mana Maria, que foi publicado um ano depois de sua 
prematura morte. Pouco antes do fim da vida rompeu relações com Oswald de Andrade por 
motivos ideológicos, ao mesmo tempo em que sua amizade com Mário de Andrade se estreitava. 

"O primeiro serviço profissional de Bruno foi requerer ao exmo. snr. dr. Ministro da Justiça e 
Negócios Interiores do Brasil a naturalização de Tranquillo Zampinetti, cidadão italiano residente 
em São Paulo." Brás, Bexiga e Barra Funda 

Ronald de Carvalho 

Ronald de Carvalho (1883­1935) foi um dos participantes da Semana de Arte Moderna de 1922. 
Ensaísta e crítico, sobressaiu­se como poeta e declamador. Quando durante a Semana declamou 
a famosa poesia Os Sapos, de Manuel Bandeira, recebeu uma das maiores vaias de toda a 
apresentação. Em sua poesia abusava do verso livre, em contraposição a formalidade dos 
parnasianos. 

Cassiano Ricardo 

O paulista Cassiano Ricardo Leite (1895­1974) foi um dos líderes do Movimento Verde e Amarelo 
do início do Modernismo brasileiro. Ensaísta, jornalista e crítico, sobressaiu­se como poeta. Apesar 
do início parnasiano, chegou a ter influência concretista. Foi membro da Academia Brasileira de 
Letras. 

Vinícius de Moraes 

Marcus Vinícius da Cruz de Mello Moraes (1913­1980), cronista, diplomata, teatrólogo e roteirista 
carioca, destacou­se foi mesmo na poesia e na música. Apesar de um começo de preocupações 
mais místicas, mas depois foi expressando sua inquietação com mistério e um fino humor,
valorizando a naturalidade do amor humano e a beleza das relações amorosas. Alguns de seus 
versos também tinham certo cunho político, o que geralmente lhe deixava em maus lençóis frente a 
seus colegas de diplomacia. Apesar de grande poeta, é na música que Vinícius de Moraes 
realmente se destaca e é imortalizado. Pertence à Segunda fase do Modernismo. 

Cecília Meireles 

Cecília Meireles (1901­1964) nasceu e morreu no RJ. Criada pela avó (os pais morreram quando 
ela era apenas um bebê), sempre foi uma aluna brilhante. Cecília iniciou parnasiana, fez duas 
obras mais simbolistas e depois ligou­se ao Modernismo, mas nunca realmente pertenceu 
totalmente a uma escola. Escreveu uma obra extremamente intimista e foi reconhecida largamente: 
foi a primeira mulher a ganhar um prêmio da ABL, ensinou na UERJ e na universidade do Texas. 
Além de poetisa, Cecília também foi teatróloga e tradutora. 

Jorge de Lima 

Jorge Mateus de Lima (1895­1953) foi, além de médico, político, pedagogo, professor, ensaísta, 
crítico, romancista, pintor e escultor um grande poeta modernista. Nascido no interior do estado de 
Alagoas, Jorge de Lima foi um poeta precoce. Sua primeira poesia publicada foi aos 13 anos; a 
fama chegou três anos mais tarde. Cursou Medicina em Salvador e no Rio de Janeiro, mas 
exerceu­a em Maceió, onde foi eleito deputado estadual. Introduziu métodos de sanitarização em 
Alagoas como diretor da saúde pública e em 1930 mudou­se para o Rio de Janeiro por causa da 
situação política, onde foi vereador e professor e acabou por morrer. Jorge de Lima aderiu ao 
Modernismo apenas em 1925, mas pertence à chamada geração de 30. Publicou vários livros de 
poesia e prosa; até mesmo um de fotomontagens. 

João Cabral de Melo Neto 

João Cabral de Melo Neto é considerado o maior poeta vivo brasileiro. Diplomata, este 
pernambucano nascido em 1920 recusa o sentimentalismo e é por alguns considerado um "poeta­ 
engenheiro", pois constrói suas poesias de grande apelo visual. Em 1945 entrou para o Itamarati 
(Ministério das Relações Exteriores do Brasil) e viajou o mundo como diplomata. Em 1968 entrou 
na Academia Brasileira de Letras. Apesar de ter começado surrealista em seu primeiro livro, o 
segundo apresentava influência construtivista. Mais tarde publicou Morte e Vida Severina, que 
assim como outros poemas, mostra a realidade do NE brasileiro. João Cabral de Melo Neto é 
considerado o maior poeta da autodenominada "Geração de 45", apesar de ter participado pouco 
tempo dela. 

"E somos Severinos 
iguais em tudo na vida, 
morremos de morte igual, 
mesma morte severina" Morte e Vida Severina 

" Lá ficaria toda a vida 
com a geometria e a aritmética. 
Sua vida poderia ser 
muito mais útil do que era. 
O imperador dos brasileiros 
os escritores muito preza. 
Tardou o indulto mas chegou. 
É mais seguro vir por terra. 

(Aqui, descarga de espingardas.)" Auto do Frade
Manuel Bandeira 

Manuel Carneiro de Sousa Bandeira Filho (1886­1968) é uma das figuras mais importantes da 
poesia brasileira e um dos iniciadores do Modernismo. Apesar de ser um poeta fabuloso, também 
foi ensaísta, cronista e tradutor. O próprio autor define sua poesia como a do "gosto humilde da 
tristeza". Grandes músicos de seu tempo como Heitor Villa­Lobos musicaram poemas seus. No 
final da história, Bandeira transcendeu o Modernismo. Já novo gostava da leitura, mas teve que 
abandonar a faculdade por ter contraído tuberculose. Passou doente toda vida, apesar das várias 
estadas em clínicas brasileiras e até na Suíça. Se ligou aos modernistas em 1921 e participou da 
Semana. Em 1940 tornou­se membro da ABL. Apesar de um começo parnasiano, Bandeira já 
produzia inovações em 1919. No livro deste ano estava contido poema Os Sapos, uma irreverente 
crítica aos parnasianos que foi usada como lema dos modernistas da primeira fase após ser lida 
por Ronald de Carvalho. As várias poesias subseqüentes tem metrificação nula e seus livros são 
ortodoxamente modernistas. Sua poesia mais famosa é, sem dúvida alguma, Vou me embora para 
Pasárgada. 

Rachel de Queiroz 

Rachel de Queiroz nasceu em 1910 e foi a primeira mulher eleita para a ABL (em 1977). Poetisa, 
cronista e teatróloga, sobressai­se como romancista e regionalista. Rachel de Queiroz tem em sua 
ficção a preocupação de mostrar tanto os problemas sócio­políticos do NE do Brasil como também 
fazer análises psicológicas. Sucesso de crítica e público, entre suas obras mais famosas 
encontram­se O Quinze, Caminhos de Pedra, Três Marias e Memorial de Maria Moura. 

José Lins do Rego 

José Lins do rego (1901­1957) é um dos mais importantes escritores regionalistas do Brasil. Seus 
romances, com altos tons autobiográficos, tratam muitas vezes do ciclo da cana­de­açúcar e dos 
explorados por essa. José Lins do Rego era paraibano e nasceu ele mesmo num engenho. 
Estudou Direito no Recife e formou­se em 1923. Dois anos depois tornou­se promotor em MG e no 
ano seguinte mudou­se para Maceió, onde começou a escrever seus primeiros livros. Em 35 
mudou­se para o RJ, onde começou a escrever para jornais e revistas. Não trabalhou em outra 
cidade desta data até sua morte. As obras de José Lins do Rego são altamente pessoais e ele é 
considerado o iniciador do neo­realismo (escola literária moderna que se propõe a retratar o real 
mais objetivamente). Sua linguagem é mais descontraída e seus livros são populares não só com o 
público mas com a crítica. Sua primeira obra foi Menino do Engenho (sua obra­prima). Além de 
vários ensaios subseqüentes, escreveu também ensaios, livros de viagens, um livro infantil e outro 
de memórias. 

Murilo Mendes 

Murilo Monteiro Mendes (1901­1975) foi um dos mais importantes poetas da Segunda fase do 
Modernismo. Fez sua obra em diversos períodos com diversas características, chegando até 
mesmo a produzir poesias alinhadas aos processos de vanguarda dos anos 70. Murilo Mendes 
nasceu e estudou em juiz de Fora até a faculdade de Farmácia. Mudou­se então para Niterói. No 
Rio e em Niterói iniciou sua carreira, contribuindo para revistas enquanto funcionário público. Suas 
primeiras obras são tipicamente modernistas no começo, mas quando converteu­se ao catolicismo 
sua obra mudou. Nessa fase já tinha influências cubistas. Por toda a vida seu estilo mudou muito, 
passando da irreverência inicial ao rigor e a suas características vanguardistas. 

Guimarães Rosa 

João Guimarães Rosa (1908­1967) foi um dos maiores prosistas do século XX. De um estilo único 
e pessoal de linguagem e narrativa, Guimarães Rosa sempre usou a realidade como fonte de
inspiração sem descrevê­la documentalmente. Mineiro, o médico e diplomata Guimarães Rosa 
ganhou prêmios como poeta e contista já no início da carreira, na década de 30. Como servia na 
Alemanha em 1942, foi preso durante a guerra diplomática. A partir do fim do Estado Novo 
Guimarães Rosa vai ganhando força e qualidade como escritor. Em 1956 publica sua obra­prima, 
Grande Sertão: Veredas. Dois anos depois tornou­se ministro e em 1963 foi eleito para a ABL. Foi 
adiando sua posse durante quatro anos e acabou por falecer três dias após empossado. 
Guimarães Rosa começou a partir do Regionalismo mineiro, mas sua obra partiu para o universal, 
experimental e fantástico (nos dois sentidos), com grande profundidade psicológica. Guimarães 
Rosa pode ser considerado um dos melhores, se não melhor prosista da chamada geração de 45, 
tendo sido excelente não apenas em seus romances, como também em seus contos. 

Oswald de Andrade 

José Oswald de Andrade (1890­1853) foi poeta, romancista, ensaísta e teatrólogo. Figura de muito 
destaque no Modernismo Brasileiro, ele trouxe de sua viagem a Europa o Futurismo. Formado em 
Direito, Oswald era um playboy extravagante: usa luvas xadrez e tinha um Cadillac verde apenas 
porque este tinha cinzeiro, para citar apenas algumas de suas muitas extravagâncias. Amigo de 
Mário de Andrade, era seu oposto: milionário, extrovertido, mulherengo (casou­se 5 vezes, as 
mais célebres sendo as duas primeiras esposas: Tarsila do Amaral e Patrícia "Pagu" Galvão). Foi 
um dos principais artistas da Semana de Arte Moderna e lançou o Movimento Pau­Brasil e a 
Antropofagia, corrente que pretendia devorar a cultura européia e brasileira da época e criar uma 
verdadeira cultura brasileira. Fazendeiro de café, perdeu tudo e foi à falência em 1929 com o crash 
da Bolsa de Valores. Militante esquerdista, passou a divulgar o Comunismo junto com Pagu em 
1931, mas desligou­se do Partido em 1945. Sua obra é marcada pela irreverência, pelo 
coloquialismo, pelo nacionalismo e pela crítica. Morreu sofrendo dificuldades de saúde e 
financeiras, mas sem perder o contato com os artistas da época. entre seus romance encontram­se 
Memórias Sentimentais de João Miramar, Os Condenados e Serafim Ponte Grande. 

"Napoleão era um grande guerreiro que Maria da Glória conheceu e Pernambuco disse que o dia 
mais feliz da vida dele foi o dia em que fiz minha primeira comunhão." Memórias Sentimentais de 
João Miramar 

"Eu pudera quem sabe prever o armistício com músicas jazzbandando pelas ruas aliadas e o 
esmigalhamento alemão por Foch e Poincaré, mas nunca auscultara minha precoce viuvez e a 
chegada de Antuérpia num cargoboat, do meu cunhado José Elesbão da Cunha com barbas. " 
Memórias Sentimentais de João Miramar 

Mário de Andrade 

Mário Raul de Morais Andrade (1893­1945) foi um dos organizadores do Modernismo e da 
Semana de Arte Moderna de 1922. Começou escrevendo críticas de arte e poesia (ainda 
parnasiana) com o pseudônimo de Mário Sobral. Rompeu com o Parnasianismo e o passado com 
Paulicéia Desvairada e a Semana, da qual participou ativamente. Mário de Andrade era um escritor 
completo: além de poesia, também escreveu romances (Amar, Verbo Intransitivo e Macunaíma), 
contos (Primeiro Andar, Belazarte e Contos Novos) e ensaios (A escrava que não é Isaura, Música 
do Brasil, O movimento modernista e O empalhador de passarinhos). Lutou sempre por uma 
literatura brasileira e com temas brasileiros. Ironicamente, Mário era anti­romântico e este também 
era o objetivo do romântico José de Alencar. Mário de Andrade era um homem tímido e, segundo 
Rachel de Queiroz, um homossexual reprimido. Num PS, esta figura é de Mário mais velho, mas 
ele nunca teve muito cabelo. 

"O rosto se apoiou nos cabelos dele. Os lábios quase que, é natural, sim: tocaram na orelha dele. 
Tocaram por acaso, quase de posição. Os seios pousaram sobre um ombro largo, musculoso, 
agora impassível escutando. Chuvarada de ouro sobre a abandonada barca de Dânae… Carlos…
eta arroubo interior, medo? vergonha? aterrorizado! indizível doçura… Carlos que nem pedra." 
Amar, Verbo Intransitivo 

"… de amor!… Ela abriu os olhos da vida pra aquele. Ininteligente. Sarambé. Batido, sem mesmo 
vivacidade interior. Decididamente Luís lhe desagradava, e Fräulein não sentiu nenhuma vontade 
de continuar. Porém como se ele apenas esperasse um gesto dela para recomeçar o aprendizado, 
Fräulein molemente buscou entre as mãos dele a fita de serpentina. O gesto preparado aproximou 
os corpos. Ondulação macia de auto é pretexto que amante não deve perder. Descansando mais 
pesadamente o ombro no peito dele, Fräuilein se deixou amparar. Ensinava assim o mais doce, 
mais suaves dos gestos dos proteção." Amar, Verbo Intransitivo 

"Ai! que preguiça!…" Macunaíma 

"Pouca saúde e muita saúva os males do Brasil são." Macunaíma

Вам также может понравиться