haveria uma formatura conjunta
As Almas Infantis da Associação Paulista
VICENTINA PINGITURO
D ISSE o poeta nos
alexandrinos:
seus célebres
"As almas infantis são bran-
cas como a neve,
São pérolas de ouro em ur-
nas virginais;
Tudo quanto se grava e quan-
to ali se escreve
Cristaliza em seguida e não
se apaga mais."
O real dizer desses versos, co-
nhece-o de sobejo, o mestre que
moureja na escola que "Educa pa-
ra a Eternidade" — a Escola A d -
ventista.
Sabedora de que a infância de
hoje representa a esperança da
igreja de a m a n h ã , ciente de que
essa verde jante e fagueira espe-
r a n ç a se t r a n s f o r m a r á em pujante
e rósea realidade, no adorno das
floridas e moças fileiras da juven-
tude adventista, é que a Associa-
ção Paulista procura imprimir à s
Escolas Primárias, uma diretriz s á -
bia e eficiente, no preparo des-
sa argila preciosa para a confec-
ção de vasos escolhidos para o Se-
nhor.
capaz de mudar a idéia da pequena
e o policial teve de deixá-la ao cuida-
do de uma vizinha bondosa, enquan-
to foi buscar a mãe.
Rodeados como estamos por más in-
fluências e um inimigo que sabe que
pouco tempo lhe resta, estamos nós
ensinando a nossas meninas por que
não devem fumar ou beber? Sabeis
que, nas últimas décadas a bebida tem
aumentado mais rapidamente entre as
mulheres do que entre os homens?
Sabem nossas filhas os perigos de se-
rem colhidas desapercebidamente no
hábito dos narcóticos, o qual está tão
desafiadoramente erguendo a hedionda
cabeça contra a mocidade?
Há também o preparo específico pa-
ra o casamento, que constitui o pri-
vilégio de cada mãe dar a sua filha.
Um médico de meia idade, não de
nossa fé, mas interessado nos jovens,
observa que, se mais mães explicassem
o aspecto físico do casamento a suas
filhas, colocando a parte sexual em
seu devido lugar, poucos seriam os
lares desfeitos em resultado de más
informações e idéias preconcebidas.
Recomendo-vos o sincero manuseio,
Maio, 1957
BASSI
Não sem grandes lutas e esfor-
ços, o pastor Hélio Pereira na parte
administrativa e a professora Es-
ter S. Netto na função pedagógi-
ca, vêm labutando para criar aqui
um processo mais eficiente no en-
sino, para remodelar ali um m é -
todo em desuso, para incrementar
acolá um aprendizado perfeito.
Como professores, tivemos à nos-
sa dianteira, esses dois batalhado-
res da "Causa das crianças".
O ano de 1956 foi muito bem
sucedido, graças ao grande Edu-
cador — Jesus Cristo.
A professora Ester, sempre d i -
nâmica e capaz orientadora das es-
colas da Associação Paulista, ideou,
para a finalização do ano es-
colar, algo que, situando as crian-
ças de nossas escolas em plano que
lhes é devido, impressionasse ou-
tro tanto, àqueles que seriam le-
vados a assistir à coroação do êxi-
to, que os meses letivos haviam
trazido para o departamento edu-
cacional, com a demonstração do
valor da escola paroquial adven-
tista.
Pela primeira vez, ao que consta,
feito com oração, dos dois novos l i -
vros — The Adventist Home e Child
Guidance (ainda por traduzir), com-
pilados em grande parte de escritos
ainda não publicados de Ellen G.
White.
"Nossos filhos se encontram, por as-
sim dizer, na encruzilhada. . . . O ser
sua vida uma bênção ou uma maldi-
ço, depende da escolha que fizerem.
Transbordantes de energia, ansiosos de
experimentar suas não provadas apti-
dões, precisam encontrar uma válvula
para a superabundante vida que sen-
tem. Serão ativos para o bem ou para
o mal. A Palavra de Deus não repri-
me a atividade, mas dá-lhes a devida
direção." — Child Guidance, pág. 343.
(N. da Red. — Sem intuito de fazer
propaganda comercial, podemos infor-
mar que a Casa Publicadora Brasilei-
ra editará este ano dois ótimos livros
de esclarecimento para os jovens:
Adolescência Feliz (para os rapazes)
e Adolescência Feliz (para as moças).
Também a leitura do livro Matrimônio
Feliz ajudará nossos jovens de ambos
os sexos a se relacionarem de modo
devido para com os problemas senti-
mentais.)
R E V I S T A A D V E N T I S T A
das Escolas P r i m á r i a s Adventistas
da Capital.
Planejado o programa, alugou a
Associação Paulista, para o seu de-
sempenho, o salão Nobre do Centro
do Professorado Paulista, capaz de
comportar 2.000 pessoas.
No dia e hora aprazados, houve
carinhosa e abundante acorrência
ao mesmo, superlotando-o.
À entrada, em local apropriado,
foram expostos os trabalhos ma-
nuais executados pelos alunos, que
t a m b é m neste sentido, vêm rece-
bendo ensinamentos úteis.
Esperava-se, j á no planejado
programa, o comparecimento da
mais alta autoridade paulista — o
Dr. J â n i o Quadros, Governador do
Estado, que paraninfaria a turma
de diplomandos.
Com invulgar delicadeza, compa-
receu êle, fazendo-se acompanhar
de sua Exma. esposa, D. Eloá Qua-
dros.
Ressoaram majestosas, as vibran-
tes harmonias da marcha executada
pela banda da Força Pública do
Estado, quando t ã o ilustres autori-
dades adentraram o salão.
Ao Governador do Estado coube
a abertura da sessão; e gratas fo-
ram as suas palavras, ao dizer êle
da apreciação que sente pelo po-
vo adventista, nos princípios rígi-
dos que o caracterizam.
O louvor e a petição a Deus, pa-
ra estar presente, foram ouvidos
na palavra de oração do pastor
Moisés Nigri, Pastor Geral da
União Sul-Brasileira.
E num desenrolar harmonioso,
foi o programa levado a efeito, com
a participação de crianças e adul-
tos.
Setenta crianças, naquela memo-
rável noite, receberam das mãos do
Governador de São Paulo, seus cer-
tificados de conclusão do Curso P r i -
mário.
Ao Sr. Dr. J â n i o Quadros, quis
o Departamento de Educação da
Associação Paulista, oferecer um
mimo, e a única jóia, que bem lhe
coube, foi uma Bíblia, que, ao lhe
ser dedicada, levou de todos os
presentes, o anseio de que ela lhe
constituía de fato o "Livro-Guia".
Num misto de graciosidade e ca-
paz desempenho, as crianças se de-
sincumbiram de suas partes.
Sentíamo-nos felizes nessa festa,
justamente porque podíamos pre-
senciar, nas exibições artificiosas
e irreais do valor de nossas esco-
las, mas porque ela era a manifes-
tação singela, singela sim, porém
altamente cristã, do real cumpri-
mento que a igreja procura dar ao
sublime dito: "Deixai vir a M i m
11
os meninos" — quando na escola
paroquial, os pequeninos seres, em
seu coração e cérebro são encami-
nhados ao grande Pedagogo, que,
na banca de carpinteiro de Seu
Pai, demonstrava a par da virtude
do trabalho a virtude t a m b é m san-
ta, que transbordante do temor de
Deus, fazia jorrar Sua sabedoria
aos doutores da lei, que da pródiga
natureza tirava as mais sublimes
lições para humildes circunstan-
tes — o Mestre dos mestres — Cris-
to Jesus.
A Êle, a honra toda, o louvor su-
premo das Escolas Adventistas da
Associação Paulista, pelo que pu-
deram realizar, e o apelo fervente
para que nos guie ainda este ano,
a f i m de prepararmos na Terra, os
cidadãos para os Céus.
E ao voltar Jesus, seja nosso ga-
lardão, podermos ver em Sua coroa
de Rei e Pai, Senhor e Mestre, as
almas infantis da Associação Pau-
lista.
Um Presente de Mãe
Desprezado Durante oito
Anos
A R L I N D O E. EBINGER
V I V I A na litorânea cidade flumi-
nense de Macaé, uma senhora
chamada Antônia Gomes Viana,
única adventista em seu lar. Esta
fiel m ã e cristã almejava encami-
nhar seus vários filhos à verdade;
convidava-os para assistirem à s
reuniões da igreja e insistia com
eles também, para que ao menos
ouvissem de seus lábios, os precio-
sos ensinos da Palavra cie Deus,
nos momentos de meditação m a t i -
nal ou vespertina. Estas oportuni-
dades eram desprezadas pelos f i -
lhos indiferentes à religião. E m -
bora alguns deles j á fossem che-
fes de família, presenteia ela a ca-
da u m de seus filhos com um exem-
plar da Sagrada Escritura.
Faz 8 anos que um deles, Laurin-
do, casado, exercendo profissão de
responsabilidade como chefe da
Guarda da E. F. Leopoldina, rece-
beu de presente uma Bíblia, no seu
dia natalício, presente este que lhe
foi doado por sua atenciosa mãe.
Daí por diante esta se interessava
em saber se Laurindo realmente es-
Os dirigen-
tes do Con-
gresso de
Jovens de
Araçatuba.
tava lendo, e compreendendo os
ensinos do Livro divino. Ao ser i n -
terrogado, respondia que estava
lendo e entendendo, apenas para
satisfazer sua m ã e ; no entanto, a
sua Bíblia permaneceu desprezada
e fechada sobre o guarda-roupa,
durante oito anos. Este filho j á con-
ta 37 anos de idade; nunca havia
lido uma página sequer do precio-
so Livro, nem mesmo agora quan-
do possuía em seu próprio lar, por
oito anos, este maravilhoso tesouro.
Um dia, porém, uma crente ad-
ventista convida ao Sr. Laurindo
para assistir a uma série de confe-
rências que em breve teria início na
cidade. Dias se passaram e lem-
brou-se das conferências que j á de-
veriam ter sido iniciadas; planejou
uma noite sair para assistir a uma
delas, e pela primeira vez na sua v i -
da entrou numa igreja adventista.
Não assistira aos dois primeiros te-
mas da série, porém desta confe-
rência em diante n ã o mais perdeu
nenhuma. Noite após noite era vis-
to no salão, avidamente bebendo
as Palavras da vida, que eram pro-
nunciadas pelo orador, o signatá-
rio deste artigo.
Agora chegou a compreender o
valor daquele Livro, antes despre-
zado. Por si mesmo, em casa, pela
primeira vez abriu as páginas sa-
gradas, maravilhando-se das men-
sagens nelas contidas; aceita ale-
gremente a verdade; após t r ê s me-
ses e meio decide segui-la e em
breve será batizado.
Sua m ã e não chegou a saber de
Grupo dos
investidos
no Congres-
so de Jovens
de Araçatu-
ba.
sua conversão pois j á h á cerca de
um ano que ela descansa no Se-
nhor. Somente na m a n h ã feliz da
ressurreição é que, com regozijo,
t e r á o privilégio de saber que as
orações em favor deste seu filho,
foram atendidas por Deus.
0 Grande Congresso
Regional da Juventude
Adventista de Araçatuba
L. REINERT
O CONGRESSO dos M.V. de Ara-
çatuba foi o maior Congresso
Distrital da Associação Paulista em
1956. Foi o maior no n ú m e r o de c i -
dades representadas, o maior na
assistência às reuniões, o maior no
número de jovens investidos nas
classes progressivas, o maior no
número de decisões pelo batismo,
e, possivelmente, o maior na es-
piritualidade das reuniões. O lema
do congresso era: "Venha o Teu
Reino". O alvo: "Preparar-se e
Trabalhar para o Reino".
O sermão de abertura foi feito
pelo pastor Tossaku Kanada, Prof.
de Bíblia do G.A.C., sexta-feira às
20 horas, subordinado ao tema:
"Às portas do Reino". Após a es-
cola sabatina, o pastor Hélio Pe-
reira, diretor do Departamento de
Educação e Jovens da Associação
Paulista, desenvolveu o grande te-
ma: "A Beleza e a Glória do Rei-
no".
Sábado à tarde começou o Con-
gresso propriamente. No início da
primeira reunião estavam presentes
175 congressistas de Araçatuba, 3
de Coroados, 1 de Guararapes, 19
de Valparaíso, 3 de Jacarècatinga,
7 de Lavínia, 2 de Mirandópolis, 2
de Andradina, 11 de Lins, 4 de Ava-
nhandava, 6 de Vila Sabino, 4 de
Marília, 1 de Guaraçaí, 11 de
Santópolis, 2 de S. José do
Rio Preto, 1 de Irapuã, 1 de Lucé-
lia, 1 de Pereira Barreto, 10 de
Piacatú, 5 de Água Limpa e 5 de
Campinas. Depois ainda chegaram
outros. O assunto dessa reunião
foi: "Uma Visão Antecipada do
(Continua na pág. 24)
 Terceiro Mandamento
5 De que acusa a Bíblia a Esaú?
Resposta: "Nem haja algum impu-
ro ou profano, como foi Esaú" (Heb.
12:16). O terceiro mandamento re-
quer de nós que façamos distinção
entre o santo e o profano, ou comum.
Esaú foi chamado profano porque não
fêz isto quando vendeu seu direito
de primogenitura, que tinha que ver
com sua relação para com Deus. Is-
to eqüivalia a uma blasfêmia.
Quarto Mandamento
6. Conhecia Adão e toda a famí-
lia humana o quarto mandamento an-
tes de a lei ter sido escrita por Deus
e dada a Moisés?
Resposta: "Assim os céus e a Terra
e todo o seu exército foram acabados.
E havendo Deus acabado no dia sé-
timo a Sua obra, que tinha feito, des-
cansou no sétimo dia de toda a Sua
obra, que tinha feito. E abençoou
Deus o dia sétimo, e o santificou;
porque nele descansou de toda a Sua
obra, que Deus criara e fizera" (Gên.
2:1-3). Uma vez que o sábado é um
monumento da criação, deve ter sido
celebrado no Jardim do Éden, e daí
para o futuro. Portanto, todos o co-
nheciam.
7. Foi o sábado feito unicamente
para o povo judeu, excluindo assim
todos os outros povos?
Resposta: "E disse-lhes: O sábado
foi feito por causa do homem e não
o homem por causa do sábado" (S.
Mar. 2:27).
8. Que incidente registado em Êxo-
do 16 prova que o sábado era conhe-
cido e observado antes de a Lei ser
escrita no Sinai?
Resposta: "Então disse Moisés: "Co-
mei-o hoje, porquanto hoje é o sá-
bado do Senhor; hoje não o achareis
no campo. Seis dias o colhereis, mas
O Governador Dr. Jânio Quadros, no momento em que pronunciava seu
discurso. (Ver o artigo na página 11.)
O Governador cumprimenta a aluna Francis S. Neto, que obteve a maior
média de promoção entre os 70 diplomandos. Ver artigo na pág. 11.
o sétimo dia é o sábado; nele não
haverá. E aconteceu ao sétimo dia,
que alguns do povo saíram para co-
lher, mas não o acharam. Então disse
o Senhor a Moisés: Até quando re-
cusareis guardar os Meus mandamen-
tos e as Minhas leis?" (Êxo. 16:25-
28).
Quinto M a n d a m e n t o
9. Que disse Noé acerca de seu
filho Cão, que fora desrespeitoso para
com êle?
Resposta: "E despertou Noé de seu
vinho, e soube o que seu filho me-
nor lhe fizera. E disse: "Maldito
seja Canaã; servo dos servos seja aos
seus irmãos" (Gên. 9:24 e 25).
Sexto Mandamento
10. Que fêz Caim a seu irmão
Abel?
Resposta: " . . . se levantou Caim
contra seu irmão Abel, e o matou"
(Gên. 4:8).
11. Como classificou Deus o ato
de Caim?
Resposta: "E o Senhor disse a
Caim: Por que te iraste? e por que
descaiu o teu semblante? Se bem
fizeres, não haverá aceitação para ti?
E se não fizeres bem, o pecado jaz à
porta" ( G ê n . 4:6 e 7).
Sétimo M a n d a m e n t o
12. Era o mandamento que proíbe
o adultério conhecido nos dias de Jo-
sé?
Resposta: "E aconteceu depois des-
tas coisas que a mulher de seu se-
nhor pôs os seus olhos em José, e dis-
se: Deita-te comigo. Porém êle re-
cusou e disse à mulher de seu senhor:
. . . T u és sua mulher; como pois
faria eu este tamanho mal, e pecaria
contra Deus?" ( G ê n . 39:7-9). É pre-
ciso haver uma norma por que afe-
rir um ato antes de êle poder ser
classificado como bom ou mau. Por-
tanto, o sétimo mandamento estava
em vigor nos dias de José.
Oitavo Mandamento
13. Pecou Jacó ao apoderar-se, por
fraude, dos direitos espirituais e tem-
porais de seu irmão?
Resposta: "E êle disse: Veio o teu
irmão com subtileza, e tomou a tua
bênção. Então disse êle: Não foi o
seu nome justamente chamado Jacó,
por isso que já duas vezes me enga-
nou [ou suplantou]? A minha pri-
mogenitura me tomou, e eis que agora
me tomou a minha bênção" ( G ê n .
27:35 e 36). Se bem que Jacó se
arrependesse, sofreu a pena de sua
transgressão do oitavo mandamento.
Nono M a n d a m e n t o
14. Enganando Jacó a seu pai cego
e idoso, e usando de falsidade para
com êle, merece isto ser classificado de
pecado?
Resposta: "E Jacó disse a seu pai:
Eu sou Esaú, teu primogênito". "E
disse: És tu meu filho Esaú mesmo?

Departamento de Deveres Cívicos
[Secretário Geral — D. Peixoto da Silva)
Jânio Quadros Responde a Questio-
nários dos Evangélicos
Confederação Evangélica do Brasil. —
Departamento de Relações Públicas
e Divulgações.
COMO nas eleições de 1955, tam-
bém neste ano, a Confederação
Evangélica do Brasil submeteu aos
candidatos à Presidência da Repú-
blica, um questionário sôbre pon-
tos de interêsse do evangelismo
pátrio, sobretudo no que se refere
à sua relação com o Estado, e
suas preocupações sôbre alguns
importantes problemas nacionais.
Muito embora o questionário tives-
se sido remetido aos senhores can-
didatos com razoável antecedência,
apenas conseguimos reunir suas
respostas nas vésperas do pleito
— mais precisamente, no dia 29 de
setembro. Ainda assim foi possível
distribuí-las pela imprensa do Rio
de Janeiro e São Paulo, antes das
eleições, para orientação dos evan-
gélicos e esclarecimento da opinião
pública. Pelo menos dois jornais
do Rio, "O Globo", na edição de
1°. de outubro, e o "Correio da
Manhã", na de 2 de outubro, publi-
caram na íntegra as perguntas do
questionário e as respectivas res-
postas dos três candidatos.
Passadas as eleições, e definida
a escola do eleitorado, as respostas
do então candidato Dr. Jânio Qua-
dros, hoje eleito presidente, pas-
saram a ter importância especial.
Desejamos divulgá-las o mais
amplamente possível, particular-
mente pela imprensa evangélica,
não porque pensemos serem elas
um compromisso do candidato
eleito para conosco, nem porque as
julguemos tôdas lisonjeiras para
os evangélicos, mas sim porque
elas nos ajudarão a entender a
posição do presidente do Brasil
em face das questões que nos
preocupam como cristãos e como
cidadãos da pátria.
Damos, pois, a seguir as pergun-
tas por nós formuladas e as res-
postas a elas dadas pelo Dr. Jânio
Quadros, conforme original auten-
ticado e datado a 15 de setembro,
e à disposição dos interessados.
PERGUNTA 1 —Uma vez eleito,
garantirá V. Excia. no espírito e na
letra, a liberdade de culto e de
consciência como se encontra ex-
pressa na Constituição Brasileira?
RESPOSTA — Garantirei a liber-
dade de culto e de consciência tal
como determina a Constituição
Brasileira.
PERGUNTA 2 — E m vista do dis-
positivo constitucional que estabe-
lece separação entre Igreja e Esta-
do, que pensa V. Excia. da subven-
ção pelo Estado brasileiro a em-
preendimentos de caráter especifi-
camente religioso e para finalida-
des de culto de determinada con-
fissão religiosa?
RESPOSTA — Não sou, em tese,
contrário a que o Estado subven-
cione os cultos religiosos, desde
que não distinga entre êstes favo-
recendo a uns em detrimento dos
demais. Nem creio que o dispositi-
vo constitucional, que estabelece a
separação entre a Igreja e o E s -
tado, proíba normas administrati-
vas como a que atrás expressei.
PERGUNTA 3 —No caso de co-
laboração recíproca, entre Gover-
nos e credos religiosos, no interês-
se coletivo, de acôrdo com o Art.
31 da Constituição, tais como ca-
pelanias religiosas, assistência a
menores e a tribos indígenas, ensi-
no primário, secundário, normal,
profissional ou superior, ou obras
de assistência social de qualquer
natureza, adotará o govêrno de V.
Excia. providências para que não
haja exclusividades ou privilégios
para qualquer dêsses credos?
RESPOSTA — Sou rigorosamente
contrário à exclusividade ou a pri-
vilégios de credo religioso no exer-
cício das capelanias, assistência a
menores, tribos indígenas, ensino
primário, secundário, normal, pro-
fissional ou superior e obras de
assistência social. O Estado não
pode admitir monopólios nem ma-
nifestar preferências neste campo.
PERGUNTA 4 — Assegurará V.
Excia. o direito de qualquer adepto
de minorias religiosas a não ser
coagido a comparecer a cerimônias
religiosas de outros credos?
RESPOSTA — Não concebo se-
quer a idéia de que minorias reli-
giosas se vejam constrangidas a
comparecer a cerimônias de outros
credos.
PERGUNTA 5 —Zelará V. Excia.
pelo direito evangélico de participa-
ção, por eqüidade, em cerimônias
cívicas de caráter público progra-
madas pelo Govêrno, para as quais
outras confissões religiosas forem
convidadas a participar?
RESPOSTA — Entendo que as ce-
rimônias cívicas de caráter públi-
co, programadas pelo Govêrno, só
se beneficiam e se abrilhantam
com o comparecimento de repre-
sentantes de quaisquer confissões
religiosas.
PERGUNTA 6 — Exercerá V.
Excia., à luz do princípio bíblico
da fraternidade de todos os homens
em Deus o Criador, justiça social
que assegure os direitos das clas-
ses desprivilegiadas e que crie
condições de vida mais humanas
aos nossos irmãos brasileiros, no
que diz respeito, especificamente,
à necessidade premente de sábia
legislação agrária, salários de va-
lor aquisitivo mais alto, previdên-
cia social efetiva, proteção ao me-
nor que trabalha, educação gratuita
e democrática para todos?
RESPOSTA — (Vide resposta à
pergunta 7)
PERGUNTA 7 —Velará V. Excia.
pelo erário público, em verdadei-
ro espirito de mordomia, para que
os bens comuns com que Deus
tem abençoado a pátria brasilei-
ra, não sejam dilapidados por
qualquer meio, mas sejam utiliza-
dos com sobriedade, justiça e pa-
triotismo em favor do bem-estar
público e do progresso da nação
como um todo?
RESPOSTA — Respondo afirma-
tivamente às questões de nos. 6 e
7 do questionário que V. Excia.
me remeteu. Elas contêm o pró-
prio sentido, o objetivo direto da
luta política que travo. Espero que
Deus Todo-poderoso, se eu atingir
a Presidência da República, me ilu-
mine e me inspire no estabeleci-
mento entre nós da verdadeira jus-
tiça social e no zêlo pelo erário
público, patrimônio da nossa co-
munidade.
Rio, 12 de outubro de 1960

VVAS<k(SOUNA
HÉLIO ÍTALO
Secretário de Relações
Aceitando convite formulado
pelo j o r n a l i s t a C a r l o s Trezza,
r e d a t o r d a Casa Publicadora
B r a s i l e i r a , esteve e m v i s i t a ao
I A E o destacado escritor e m e s -
t r e b r a s i l e i r o , Júlio César de M e -
l o e Souza, m a i s c o n h e c i d o nos
m e i o s literários c o m o pseudô-
n i m o de M a l b a T a h a n . P e r c o r -
r e n d o as instalações do nosso
educandário, o i l u s t r e v i s i t a n t e
travou contato com diversos
professores, t e n d o o p o r t u n i d a -
de p a r a assistir p a r t e das a u -
las de Religião e B i o l o g i a , oca-
sião e m que teceu comentários
a respeito da metodologia ado-
t a d a pelos mesmos. Precedendo
o almoço especial a êle o f e r e -
cido o v i s i t a n t e p r o f e r i u , n o s a -
lão-nobre d a instituição, u m a
interessantíssima p a l e s t r a , a r r e -
batando completamente a aten-
ção do auditório c o m suas m a -
r a v i l h o s a s histórias. Após o a l -
moço, d i r i g i n d o - s e aos p r o f e s -
sores d a casa, o professor M e -
l o e Souza d i s c o r r e u l o n g a m e n -
te sobre p r o b l e m a s da didáti-
ca escolar, a b o r d a n d o o a s s u n -
t o c o m a segurança d o g r a n d e
pedagogo que é. O u t r o s c o m -
promissos n a C a p i t a l P a u l i s t a
i m p e d i r a m que o a u t o r de " O
H o m e m que C a l c u l a v a " a t e n -
desse aos i n s i s t e n t e s pedidos de
a l u n o s e professores, p a r a m a i s
u m a p a l e s t r a n o período da t a r -
de. M a l b a T a h a n m o s t r o u - s e
vivamente impressionado com
nossa escola, p r o m e t e n d o v o l t a r
breve.
O C e n t r o Acadêmico da F a c u l -
dade A d v e n t i s t a de Teologia
efetuou em " S a t u l i n a " , Agulhas
Negras, u m abençoado r e t i r o es-
p i r i t u a l que d u r o u q u a t r o dias.
O i t e n t a acadêmicos d e s l o c a r a m -
se de São P a u l o p a r a a "Casa
de P e d r a " , a l g u n s a c o m p a n h a -
dos das respectivas esposas, p a -
r a u m período de benéfica t r a n -
qüilidade e c a l m a , a t e n d e n d o
p r i n c i p a l m e n t e ao estudo e c o n -
sideração do t e m a " J u s t i f i c a -
ção p e l a F é " . C h e f i a n d o a c a -
r a v a n a , v i a j o u c o m os j o v e n s
universitários o p a s t o r S i e g f r i e d
Kümpel. C o n v i d a d o pela d i r e -
t o r i a do C A F A T , a c o m p a n h o u
a delegação o casal W a l t e r N e l -
son, professores desta i n s t i t u i -
ção. C o m o não p o d i a d e i x a r
IAE1VSE
SEHAFINO
Públicas do IAE
de ser, cheios de e n t u s i a s m o e
disposição, os teologandos es-
calaram o "Pico I t a t i a i a " , v i -
s i t a r a m o parque e museu n a -
c i o n a l , o "Véu d a N o i v a " e as
saunas v i z i n h a s .
A Escola S a b a t i n a d a I g r e j a do
I A E a p r e s e n t a p a r a alunos e
professores, uma interessante
inovação. R e f e r i m o - n o s a duas
classes especiais, e m línguas es-
t r a n g e i r a s : Inglês e E s p a n h o l .
M u i t o concorridas e bem o r i e n -
tadas, t a i s classes c o n s t i t u e m
u m v e r d a d e i r o estímulo p a r a o
estudo d a lição, u m a h o r a de
saudade p a r a os m e m b r o s de
língua e s t r a n g e i r a , assim como
n o v a f o n t e ao a p r i m o r a m e n t o
c u l t u r a l dos m e m b r o s . Os i r -
mãos R u t h N e l s o n e H a r o l d o
A l u m i a , d i r i g e m as classes e m
Inglês e E s p a n h o l , r e s p e c t i v a -
mente.
A c o m p a n h a d o de u m a c o m i t i -
v a de amigos, v i s i t o u o I A E , o
ex-Presidente da República,
d o u t o r Jânio da S i l v a Q u a d r o s .
Veio p a r a almoçar n a i n s t i t u i -
ção e d e m o r o u - s e conosco p o r
a l g u m a s horas, d e m o n s t r a n d o
especial interesse pela v i d a do
nosso estabelecimento de e n s i -
no, nossos métodos e princípios.
Desde o m o m e n t o e m que p i -
sou o chão d a " c o l i n a " , esteve
sempre cercado p o r u m a v e r d a -
d e i r a multidão de pessoas, c u -
riosas e m conhecê-lo e solíci-
tas n a cata de u m autógrafo.
D u r a n t e o almoço o i l u s t r e p o -
lítico b r a s i l e i r o p a l e s t r o u l o n -
g a m e n t e c o m os d i r e t o r e s d a
casa, d e m o n s t r a n d o possuir u m
grande conhecimento da filoso-
fia e da obra adventista, refe-
r i n d o - s e a fatos s i g n i f i c a t i v o s
d a atuação d a nossa I g r e j a e m
p r o l do b e m - e s t a r social e eco-
nômico d o povo b r a s i l e i r o . S a u -
dado pelo p a s t o r Jerônimo G r a -
n e r o G a r c i a , que u m a vez m a i s
e v i d e n c i o u a l i n h a de c o n d u t a
da I g r e j a A d v e n t i s t a do Sétimo
D i a e especialmente do I n s t i t u -
t o A d v e n t i s t a de E n s i n o e m f a -
ce dos deveres p a r a c o m D e u s
e p a r a c o m a nossa q u e r i d a P á -
t r i a , o d o u t o r Jânio Q u a d r o s
respondeu com breve i m p r o v i s o ,
enaltecendo o estilo de v i d a
do nosso povo, n o t a d a m e n t e n o
que diz respeito aos ideais c r i s -
tãos que nos a n i m a m ; c i t a n d o
Paulo, disse d a necessidade de
verdadeiros dispenseiros, que, a
exemplo dos a d v e n t i s t a s do sé-
t i m o d i a , sejam dignos p e r a n t e
Deus e p e r a n t e os homens. E m
h o m e n a g e m ao v i s i t a n t e , o Co-
r a l " C a r l o s G o m e s " apresentou
a l g u n s números de seu r e p e r -
tório, ao f i m do almoço, e n t r e -
t a n t o , confessando-se enterne-
cido c o m as suaves melodias,
aquele h o m e m público i n s t o u
no s e n t i d o de que os coristas
cantassem mais, declarando,
afinal: " F o i u m a das coisas
m a i s l i n d a s que o u v i ! " A saí-
da, e m n o m e dos alunos, f o i e n -
tregue ao D r . Jânio u m e x e m -
plar do l i v r o "Reconquista",
edição d a nossa Casa P u b l i c a -
dora. Com grande dificuldade
o pequeno V o l k s w a g e n do v i s i -
t a n t e conseguiu a b r i r passagem
e n t r e os alunos do educandário,
d i r i g i n d o - s e à Fábrica de P r o -
d u t o s " S u p e r b o m " , onde encer-
r o u sua v i s i t a .
Estourou no primeiro dia, o a l -
vo da R e c o l t a e s t i p u l a d o p a r a
o IAE; nossos jovens, t r a b a -
l h a n d o a t i v a m e n t e d u r a n t e dois
dias, n a C a p i t a l de São Paulo,
desincumbiram-se com grande
êxito de sua missão, u l t r a p a s -
sando a e x p e c t a t i v a d a Asso-
ciação P a u l i s t a . Felizes pela
participação d e c i d i d a que t i v e -
r a m e m tão nobre t r a b a l h o , os
"iaenses" v o l t a r a m aos labores
escolares, satisfeitos e v i t o r i o -
sos, e s t i m u l a d o s c o m a sensa-
ção do dever c u m p r i d o .
F o i das m a i s e s p i r i t u a i s a Se-
m a n a de Oração do p r i m e i r o se-
mestre. Nossa j u v e n t u d e v i b r o u
e m m o m e n t o s de g r a n d e ele-
vação r e l i g i o s a v i v i d o s através
das p a l a v r a s dos pregadores, e n -
tregando-se às orações com r e -
n o v a d a dedicação. Este ano es-
t i v e r a m conosco três dedicados
obreiros, e n t r e os quais f o r a m
d i v i d i d a s as práticas da S e m a -
n a de Oração. A s s i m sendo, t i -
vemos o p a s t o r Alcides C a m p o -
longo, d e p a r t a m e n t a l da Asso-
ciação P a u l i s t a , n a direção dos
cultos realizados nos períodos
da manhã e da n o i t e ; ao p a s t o r
H e n r y Feyerabend departamen-
t a l d a Associação C a t a r i n e n s e ,
f o i e n t r e g u e a responsabilidade
das capelas d a t a r d e , e n q u a n t o
que, à irmã Neide C a m p o l o n g o
foi confiada a parte correspon-
d e n t e às crianças da Escola P r i -
mária de Aplicação. M u i t o s j o -
vens d a nossa escola, ao cabo
da S e m a n a de Oração e n t r e g a -
r a m seus corações à Jesus, d i s -
postos a a b a n d o n a r seus peca-
dos, oferecendo a v i d a ao ser-
viço do M e s t r e D i v i n o . Q u a n d o
as p o r t a s d a Capela se f e c h a -
r a m , após o c u l t o de segunda
h o r a de sábado, podia-se p e r -
ceber n a f i s i o n o m i a dos nossos
alunos e professores, a v i v a i m -
pressão causada pelas bênçãos
da S e m a n a de Oração, e n q u a n -
t o suas mentes p e r m a n e c i a m
povoadas pelas p a l a v r a s que ser-
v i r a m como t e m a p r i n c i p a l das
reuniões: " M u i t a oração, m u i -
t o poder; pouca oração, p o u -