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Rio de Janeiro
2010
Uma Breve Análise do processo de Independência do Brasil
Antecedentes:
Caminhos da Independência:
Tal decisão provocou uma ampla agitação política na cidade do Rio de Janeiro
e a partir de então houve grande participação da população carioca na causa
constitucionalista. Se pararmos para analisar esse fato notamos que
aparentemente as medidas eram favoráveis ao Brasil, de maneira que não só
permanecia na condição de reino como também teria participação política no
mesmo, através do envio de deputados brasileiros para representá-lo nas
Cortes. Entretanto os acontecimentos que se seguiram e culminaram com a
aprovação em Portugal do retorno de D. Pedro ao país, que não era nada
favorável ao Brasil. De fato os decretos aprovados pelas Cortes neste
momento demonstravam claramente o despreparo político dos deputados que
foram para Portugal sem nenhuma instrução precisa a seguir, com exceção
daqueles que representavam São Paulo, previamente orientados por José
Bonifácio, que não tiveram sucesso em suas propostas.
“No documento, ficava patente a idéia de que a partida do príncipe regentes levaria
à anarquia, ao rompimento dos laços de união entre as províncias e à
Independência do Brasil, o que não interessaria nem à este país, nem a
Portugal”(BASILE: 2008, p. 197)
Este fato que culminou com o Fico nos conduzem facilmente a constatar o que
enunciamos na introdução deste trabalho, à elite senhorial brasileira não
interessava num primeiro momento a ruptura com Portugal, porque isso
poderia em função das agitações nas províncias ocasionar o fim da unidade, e
a perda do poder deste grupo com o rompimento das estruturas estabelecidas,
de maneira que a esta elite a liberdade que interessava era simplesmente a
autonomia administrativa para o Brasil e a manutenção da ordem já
estabelecida. Este desejo da manutenção da união com Portugal e apreensão
vivida em função insegurança social da elite fica perfeitamente expressa em
Mota (1986):
“Grande foi a apreensão quando a revolução do Porto e a volta de D. João VI
para o velho reino fizeram perigar a continuação do poder real e do novo
Estado português no Centro-Sul que os interesses enraizados em torno da
Corte queriam preservar. Alem disso, grande era a falta de segurança social
que sentiam as classes dominantes em qualquer ponto da colônia;
insegurança em relação à proporção exagerada entre uma minoria branca e
proprietária e uma maioria dos desempregados, pobres e mestiços, que
pareciam inquietá-los mais do que a população escrava. À insegurança do
desnível social somavam-se os problemas advindos da diversidade étnica de
que os portugueses ou nativos enraizados eram muito conscientes.
(MOTA:1986, p.175)
Nos meses que se sucederam ao Fico o clima político no Brasil se tornou ainda
mais intenso, especialmente no que concerne a falta de unidade, quanto a
concordância com o Fico, demonstrando assim nitidamente as divergências
políticas entre as diferentes áreas do Brasil, que em hipótese alguma tinham
uma orientação nacionalista, além das manifestações na Bahia e no Maranhão
outra oposição contra o Fico concretizou-se através do levante das tropas
portuguesas da Divisão Auxiliadora, que chegaram a ameaçar prender D.
Pedro e enviá-lo para Portugal, evento esse que terminou com a retirada da
tropa da cidade do Rio de Janeiro sob a pressão de tropas organizadas pelos
que defendiam a permanência de D. Pedro.
Este evento acabou servindo, portanto para legitimar o apoio do Rio de Janeiro
a D. Pedro como regente de maneira que passou a se posicionar tanto perante
a Portugal, quanto às demais províncias, que se manifestou mais precisamente
na posterior convocação de um Assembleia Geral Constituinte e Legislativa,
que gerou manifestações contrárias especialmente na Bahia e no Maranhão, já
que conflitava com as Cortes portuguesa, tal Assembleia tinha como objetivo
aumentar a autonomia do Brasil perante a Portugal onde: “Passa-se assim a se
delinear o perfil de uma Monarquia Dual, em que Portugal e Brasil manteriam-
se unidos em uma mesma Nação, mas com constituições semelhantes
adaptadas às suas realidades e delegações próprias dos poderes Executivo e
Legislativo”.(BASILE:2008, p. 200).