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Neopentecostalismo é o resultado da transformação e readaptação das

igrejas pentecostais que veio à tona no final da década de setenta do século


passado, e que hoje se faz presente nas mais diversas áreas do contexto
nacional, da mídia ao cenário político. Esta seria, segundo Ricardo Mariano
(1999), a vertente pentecostal que mais cresceu nas últimas décadas e
despertou a atenção da imprensa, dos meios de comunicação, dos
pesquisadores e da própria Igreja Católica, a qual vem perdendo fiéis no
Brasil para igrejas evangélicas. Ainda segundo Mariano, quanto a essa
nova roupagem do protestantismo no Brasil, podemos afirmar que as
Igrejas Neopentecostais realizaram as mais profundas acomodações à
sociedade (se pensarmos em termos de mutações do protestantismo através
dos tempos), abandonando vários traços sectários, hábitos ascéticos e o
velho estereótipo pelo qual os “crentes” eram reconhecidos e,
implacavelmente, estigmatizados, abolindo certas marcas distintivas e
tradicionais de sua religião, propondo novos ritos, crenças e práticas, dando
ares mais brandos aos costumes e comportamentos como em relação às
vestimentas. O prefixo “neo” é utilizado para marcar sua recente formação,
bem como seu caráter de “novidade” dentro do protestantismo, mais
especificamente do pentecostalismo.

No entanto, é válido afirmar que tal classificação tem abrangência diversa


para vários pesquisadores do tema, que atribuem o termo “neopentecostal”
a tantas outras denominações e igrejas que aqui seriam diferentemente
classificadas pelos critérios apresentados. Por ora, podemos afirmar que tal
classificação já tem seu reconhecimento no meio acadêmico. O fenômeno
das igrejas neopentecostais se dá, como já afirmamos, no final da década de
setenta, momento em que membros de denominações consideradas
pentecostais se desvinculam para formar suas próprias Igrejas. Foi o caso
do Bispo Edir Macedo e do Missionário R.R.Soares, os quais fundaram a
Igreja Universal do Reino de Deus, vindo este último, após uma
dissidência, a ser fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus. Mais
tarde, outras denominações se fariam conhecer, como, em 1984, a Igreja
Renascer em Cristo.

Com uma ascese totalmente reformulada quando comparada às instituições


de maior tradição do protestantismo brasileiro, tais denominações
neopentecostais vão aumentando consideravelmente o número de fiéis, que
se mostram contrários ao tipo de sectarismo exacerbado (de práticas
religiosas bastante rígidas como, por exemplo, em relação à vestimenta)
proposto pelo pentecostalismo mais clássico. Este segmento seria
responsável pelas principais transformações teológicas, axiológicas,
estéticas e comportamentais, pelas quais o movimento pentecostal passou.

Estas Igrejas, nas palavras de Ricardo Mariano, atestam a dessectarização,


a ruptura, com o ascetismo contracultural e a progressiva acomodação
destes religiosos e suas denominações à sociedade e à cultura de consumo.
Essa capacidade de maleabilidade do Neopentecostalismo, quanto às
mudanças da sociedade, torna-se latente ao nos depararmos com a forma
com que usam os meios de comunicação para a evangelização nos quatro
cantos do mundo. Inserem-se de forma peculiar, na linguagem das mídias –
tv, rádio, gravadora, jornal, internet, arregimentando um número cada vez
maior de fiéis, opção esta utilizada por outras vertentes cristãs como a
própria Igreja Católica.

As igrejas neopentecostais guardam algumas características do


pentecostalismo clássico, como por exemplo, no que concerne a aversão ao
ecumenismo, a presença de líderes fortes e carismáticos, o uso dos meios
de comunicação de massa, a participação na política partidária e a pregação
da cura divina.

Para pensarmos na genealogia do Neopentecostalismo no Brasil, é


fundamental pensarmos não somente nas características herdadas das
igrejas que precedem tal movimento, mas sim levarmos em consideração a
influência das Igrejas e movimentos (com características neopentecostais)
norte-americanos. Uma gama considerável de líderes, teólogos e
personalidades do meio protestante norte-americano, através de suas obras
literárias, influenciou em muito o pensamento neopentecostal no Brasil,
trazendo à tona conceitos como a Teologia da Prosperidade, a Confissão
Positiva e a guerra espiritual. Os rumos que tomou a vertente
Neopentecostal permitiram que as diferenças com o discurso conservador
das pentecostais clássicas ganhassem vulto. Nesse ambiente de
expansionismo, os Neopentecostais não estão presentes somente nos meios
de comunicação pregando e formando a opinião dos fiéis, mas chegam
também a outros níveis do arranjo social contemporâneo, como na esfera
da política nacional. Não se trata de mérito de tal vertente pentecostal, uma
vez que outras denominações mais tradicionais possuem membros nos mais
diferentes escalões. No entanto, o que nos chama a atenção é que, se
outrora havia ainda um passo tímido no sentido da participação política, ou
até mesmo um comodismo por parte dos adeptos ao pentecostalismo
clássico, hoje, com a explosão do Neopentecostalismo, este quadro mudou.
Candidatos são lançados e apoiados por grande parte das comunidades
evangélicas. Nas palavras de Mariano, a velha máxima “crente não se mete
em política” deu lugar ao slogan “irmão vota em irmão”. Contudo, vale a
observação que, isso não significa uma adesão ou engajamento político
generalizado entre os fiéis.

Assim, o Neopentecostalismo traz outra alternativa de protestantismo não


apenas para o Brasil mas para o mundo, na qual os estereótipos parecem
não mais valer para rotular o protestante, uma vez que esta mesma proposta
vai se adaptar à sociedade, ao arranjo social proposto pela modernidade.

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