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O Golem espreita sob o nome de Fascismo

1 - O Golem é o monstro de uma lenda de origem judaica – com várias versões – que
tomou conta da casa – quando a incúria do caseiro lhe facilitou essa conquista.

O Golem, hoje, pode ser interpretado como Fascismo. Os que lhe estendem a
passadeira e se amancebem com ele, são as classes políticas que chamam
democracia à “democracia representativa” a que preferimos designar por
democracia de mercado. Esses, empobrecem e precarizam a vida da multidão
usando o consumismo e injeções de sedativos mediáticos para que os povos se
mantenham em letargia e imbecilizados.

2 - Não há nada de novo nisto; nem sequer a surpresa dos distraídos, esquecidos da
experiência dos seus avós. A História está cheia de repetições de guerras, barbáries,
repressão, ditaduras, massacres, regressões civilizacionais... Mussolini e Hitler
aproveitaram sabiamente a inoperância dos partidos ditos democráticos,
inventaram o Fascismo e exportaram-no.

Em Espanha, apoiaram decisivamente um general manhoso numa guerra


experimental que se desenvolveu, de seguida, num quadro geográfico mais
alargado. Em Portugal, a incapacidade do regime republicano sucumbiu à marcha
de um general tonto que veio a entronizar durante décadas um catedrático de
Coimbra, menos preocupado com o crescimento e mais com a salvação das almas
através da penitência contida na pobreza e no alfabetismo; ou na discreta
satisfação de umas quantas famílias beneficiárias de um colonialismo tardio
ancorado num nacionalismo beato mas, hoje, recuperado por alguma da dita
“esquerda”, diluída no caldo da “democracia representativa”, como regime político
promitente construtor da bem-aventurança eterna dos povos.

3 – O que seria considerado um conflito local ou regional, décadas atrás, deixou de o


ser, uma vez que vingou o modelo político e económico de Hayek, a vitória
geopolítica da NATO e a criação do mercado global, dirigido pelo sistema financeiro
e pelas multinacionais em harmoniosa mancebia com o crime e a corrupção; e que
gerou as suas próprias instituições de gestão globalizada – FMI, OMC, OMS, OCDE,
UE...

A “democracia representativa” vem-se demonstrando cada vez mais um arremedo


de democracia e serve para permitir a legitimação eleitoral de bandos de idiotas

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como dirigentes políticos, com mandatos enformados pelos referidos interesses
económicos; mandatados para afetarem as nossas vidas. Cabem nessa categoria de
idiotas úteis e perigosos, desbocados ignorantes como Trump, com a cultura de
caserna de um Bolsonaro e bêbedos como Juncker – à frente de um pelotão de
venais mediocridades; ou burocratas incapazes como May, herdeira do presente
deixado pelos repelentes Farage e Boris Johnson; ou ainda, emanações fascizantes
como Salvini, Orban, Kaszinsky…

Na democracia dita representativa vai aumentando tarados evangélicos do tipo


IURD, típicos do tempo em que Constantino deu o monopólio da crença religiosa ao
cristianismo - um género de parceria público-privada - e ao qual se seguiram séculos
de perseguições, crueldades e bestialidades. As bestiagas de hoje, um género de
circumceliões do século XXI, devem-se sentir próximos de continuar a obra de S.
Shenoufe, perseguidor e rapinante de não-cristãos, fiel à doutrina exarada por um
"doutor" do cristianismo, S. Jerónimo, que emitiu esta brilhante regra de conduta -
"Não há crueldade na proteção da honra de Deus". Vale tudo, até tirar olhos, na
sapiência popular. Trump e Bolsonaro escutam e seguem esses ensinamentos,
sonham com novas Inquisições, ou novas Hipácias para massacrar.

4 – A democracia só existe se construída a partir de baixo, com a decisão tomada


diretamente, sem a intermediação dessas instituições tão desacreditadas como
oligárquicas – os partidos políticos e as classes políticas. A democracia só surgirá da
paciente construção de redes rizomáticas de estudo e esclarecimento sobre as
conveniências da multidão de trabalhadores, jovens, desempregados, pensionistas,
mulheres…; grupos e redes onde vingue a tomada coletiva de decisões, capaz de se
sobreporem às oligarquias que dominam os tentaculares, obscuros e repressivos
aparelhos estatais.

Em termos metodológicos de atuação, essas redes rizomáticas deverão ter como


objetivo a montagem de um sistema político democrático, através de uma atuação

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gradualista e acumulativa, constituída por indignação, protesto, mobilização,
organização, desobediência e revolta.

Qualquer sistema democrático terá de ter como base algo como:

• Eleição de indivíduos - e não de listas - para os órgãos de representação


popular;
• Limitação do número de mandatos para cada eleito, com a possibilidade da sua
cessação por iniciativa popular;
• Escrutínio popular, através de referendos - locais, regionais, nacionais… - como
instrumento essencial de decisão;
• Total ausência de mordomias e imunidades para os representantes;
• Administração pública e aparelho judicial sob escrutínio popular;
• Acesso gratuito e facilitado a todos os arquivos e decisões dos órgãos públicos;
• Moldura penal agravada e sem prescrição, para os casos de corrupção.

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