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ETEC de Artes

Professor César Albino


ACORDES

No ocidente, por alguma razão, desenvolveu-se o hábito de cantar melodias


simultâneas, primeiramente em linhas paralelas de oitavas perfeitas. Isso é facilmente
percebido quando homens e mulheres cantam uma mesma melodia, sem que se perceba
que está se cantando em oitavas 1.

Figura 1. Melodia oitavada

No início do Cristianismo, quando ainda não haviam igrejas construídas e as


reuniões eram realizadas em locais inusitados como as catacumbas, homens e mulheres
cantavam hinos e cantilenas em oitavas. Com a oficialização do cristianismo como religião
oficial de Roma, por volta dos 300, as mulheres já não mais cantavam nas reuniões oficiais.
É possível hoje em São Paulo, ouvir como era o canto realizado nas igrejas até por volta dos
anos 1000, no mosteiro de São Bento.

Após muitos séculos cantando em uníssono (a uma só voz2 ), inventou-se no


ocidente, a moda de se cantar a uma distância de quinta justa, o segundo intervalo mais
importante da música ocidental depois da oitava. Sua resultante, a quarta, poderia ser
produzida pela oitavação da melodia.

1 O som produzido pela oitava, que é obtido por um som que vibra exatamente o dobro da
frequência do outro, gera dois sons tão semelhantes que praticamente se confundem, gerando uma
fusão sonora. Poderíamos dizer que as duas ondas sonoras se encaixam perfeitamente. Mais adiante
no curso, estudaremos a série harmônica, que apresentará por sua vez algumas propriedades físicas
do som. Procure no You Tube uma vídeo sobre ressonâncias. http://www.youtube.com/watch?
v=UitcHO8PYt8

2Voz aqui representa uma outra melodia, de altura diferente à melodia cantada, e não a voz física de
uma pessoa cantando. Por exemplo, em um coral, geralmente, canta-se à quatro vozes, com várias
pessoas cantando a voz mais aguda, as sopranos, e assim por diante. É então uma linha melódica.

1
Figura 2. Melodia em quintas paralelas

O intervalo de quinta justa é de importância fundamental para a música, não apenas


do ocidente, e sua aplicabilidade é enorme em todas as culturas. Dentre as principais
características desse intervalo, é que ele permite a divisão da oitava em duas partes que não
são iguais, mas proporcionais e extremamente agradáveis ao ouvido. Lembre-se que a oitava
é composta por seis tons. A divisão da oitava em dois intervalos diferentes entre si, mas
extremamente harmônicos (proporcionais), a quinta justa (com 7 semitons) e a quarta justa
(com 5 semitons), resulta em uma sonoridade bastante agradável a nossos ouvidos, talvez
por isso, se optou por utilizar esses intervalos ainda na Idade Média. É importante
considerar que a ideia de cantar a mais de uma voz, foi uma preocupação constante na
música ocidental, quase uma obstinação. Algumas culturas cantam e tocam mais de uma
nota simultaneamente, mas nenhuma foi tão longe como a Europa Ocidental nesse aspecto.

Muito tempo cantando em quintas/quartas paralelas provocou por sua vez o advento
de um objeto sonoro da mais alta importância para a música ocidental, o acorde. O Acorde
é uma evolução da ideia da oitava dividida em duas partes, um elemento “perfeito” (a oitava)
dividido em duas partes diferentes, mas coerentes, próximas do perfeito 3, que são os
intervalos de quarta justa e quinta justa, que somados resultam na oitava. De uma forma

3 Os intervalos perfeitos são o uníssono/oitava e a quinta/quarta.

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semelhante, a quinta pode ser dividida em duas partes que também não são iguais mas bem
próximas obedecendo a proporção divina, gerando dois intervalos que chamamos de terças,
uma maior (dois tons) e uma menor (um tom e meio).

Genericamente, podemos dizer que um acorde é uma sobreposição de terças. Duas


terças sobrepostas formam um acorde do tipo tríade. Três terças sobrepostas formam um
acorde do tipo tétrade ou acorde com sétima. Manteremos nosso foco nas tríades. Um
acorde maior é formado por uma terça maior (4 semitons) e uma terça menor (3 semitons),
resultando em um intervalo de quinta justa (7 semitons). Esse modelo imita
proporcionalmente a divisão da oitava em dois intervalos perfeitos, a quinta/quarta, com o
intervalo maior (em termos de quantidade de semitons) abaixo do menor. O mesmo ocorre
com o acorde maior, com a terça maior abaixo da terça menor:

Exercício 1. Escreva acordes maiores a partir da base (fundamental dada):

Na música popular, os acordes são identificados por uma letra maiúscula


denominado por cifras. Esse sistema se inicia com a nota lá, identificada nos países de
origem anglo-saxônica pela letra A, assim fica o sistema:

A B C D E F G

lá si dó ré mi fá sol

3
Os acordes maiores são identificados apenas pela letra maiúscula (teoria do óbvio).

Exercício 2. Cifre o exercício 1 da página anterior.

O acorde menor, formado por uma terça menor + uma terça maior, é também
largamente utilizado na música e soa bem a nossos ouvidos. Repare que o intervalo
resultante de quinta justa permanece, mudando apenas o estado do acorde. O acorde é
cifrado empregando a letra seguida de um ´m´ minúsculo, alguns livros usam o sinal ´-´

Exercício 3. Escreva acordes menores a partir da base (fundamental dada):

Chega-se facilmente a um acorde menor a partir de um maior diminuindo sua terça


em um semitom:

Exercício 3. Transforme os acordes maiores em menores, cifre-os:

Há ainda outros dois tipos de acordes, não muito comuns, mas possíveis, o diminuto
e o aumentado. Um acorde diminuto é um acorde formando por duas terças menores, é
portanto, um acorde menor com a quinta diminuta (três tons). Ele é cifrado de diversas
formas: dim, m(5-), m(b5) e as vezes com ´o´. Vamos convencionar cifrá-lo com dim ou
m(b5).

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Exercício 6: Escreva acordes diminutos a partir da base dada e cifre-os.

O acorde diminuto pode ser alcançado a partir do menor, diminuindo-se sua quinta
em um semitom:

Exercício 7. Escreva acordes maiores, menores e diminutos a partir da base dada e cifre-os.

Uma outra forma bem interessante de se chegar ao acorde diminuto, é partir de um


acorde maior elevando sua base, a fundamental em um semitom, alterando também o
nome da raiz do acorde:

Exercício: transforme acordes maiores em acordes diminutos utilizando o recurso de elevar


a fundamental meio tom acima, cifre-os:

5
O acorde aumentado, cifrado com um ´aum´, um ´+´ ou um ´#5´ ou ainda ´5+´ é um
acorde maior com a sua quinta aumentada em um semitom, formado então por duas terças
maiores:

Exercício. Escreva acordes aumentados a partir de acordes maiores sobre as bases e cifre-os:

Essa estrutura chamada acorde pode aparecer nas músicas de diversas formas, uma
delas é em posições diversificadas sem que a estrutura se altere, em outras palavras, o
acorde se mantêm independente de sua posição/disposição, veja alguns exemplos:

Essa constatação, na verdade de Rameau (1722), implica na seguinte questão: qual é


a fundamental do seguinte acorde?

Há uma série de truques para identificar acordes quando não estejam na posição
fundamental, mas não é nosso objetivo agora adentrar nesta questão. Queremos apenas
mostrar que se trata de uma estrutura viva e dinâmica na música ocidental. Por hora, basta

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identificar um intervalo de quarta para que fique claro que o acorde não está em sua
posição fundamental, certinha, bonitinha...

Há ainda a possibilidade da fundamental (a nota que dá nome à raiz do acorde) não


aparecer na voz mais grave do momento musical, a isso deu-se o nome de inversões. Em
um acorde de três sons, há três possibilidades de inversões assim denominadas: posição
fundamental, quando o baixo toca a fundamental do acorde; primeira inversão, quando a
terça toca o baixo do acorde; e segunda inversão, quando a quinta do acorde aparece no
baixo. Em uma tétrade (um acorde de quatro sons), há uma terceira inversão, quando,
geralmente, a sétima do acorde aparece no baixo. Quanto a cifragem desses acordes, eles
são cifrados da mesma forma exposta ao longo deste texto, com uma barra ´/` seguida da
nota que toca o baixo, como por exemplo: C/E; C/G; ou C/Bb, Dm/G, Bm(b5)/D.

A utilização de acordes em melodias se dá de uma forma um pouco diferente das


estruturas apresentadas acima. Independentemente disso, procure visualizar, mesmo diante
de variações, essas pequenas e importantes estruturas:. É importante considerar que a
estrutura acorde4, apesar de sua vocação harmônica (soar as três notas ao mesmo tempo),
foi empregada melodicamente pelos compositores ao longo do tempo (pensamento
melódico-horizontal), veja alguns bons exemplos na página a seguir, aproveite e tente
identificar e cifras os acordes.

4Quando o acorde é tocado, mas cada nota de uma vez, dizemos que o acorde está sendo
arpejado, recurso muito utilizado em prelúdios.

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Figura #2, All Of Me, compassos 1-8

Figura # 3, Prelúdio # 1, compassos 1-8, Cravo bem temperado, Bach.

Brasileirinho
B Bm
Waldir Azevedo

B F7 B
1.

F7 B F7

2.
8

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