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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA - UNINTA

CURSO DE BACHARELADO EM MEDICINA VETERINÁRIA


DISCIPLINA: CLÍNICA MÉDICA DE RUMINANTES I
PROFESSORA: DRA. KALINA M. M. G. SIMPLÍCIO

Andressa Maria Nunes Pinheiro


Eric Daniel Melo Lopes

COMPLEXO RESPIRATÓRIO BOVINO – Vírus


REVISÃO DE LITERATURA

SOBRAL
2017
SUMÁRIO

RESUMO ............................................................................................................................................... 1
ABSTRACT...........................................................................................................................................2
1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................. 3
2. FATORES PREDISPONENTES E EPIDEMIOLÓGICOS ..................................................... 4
2.1. Imunidade e fisiologia ....................................................................................................... 5
2.2. Fatores Ambientais ............................................................................................................ 6
3. ETIOLOGIA ................................................................................................................................... 7
4. FISIOPATOGENIA ....................................................................................................................... 8
5. SINAIS CLÍNICOS ........................................................................................................................ 8
6. DIAGNÓSTICO .............................................................................................................................. 9
7. TRATAMENTO .............................................................................................................................. 9
8. CONTROLE E PREVENÇÃO ................................................................................................... 10
9. CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 11
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................... 12
Resumo: O Complexo Respiratório Bovino (CRB) é uma doença multifatorial de alta
prevalência na pecuária de corte e de leite do Brasil. Normalmente, esse complexo
tem relação direta com fatores ambientais estressantes, que acabam reduzindo a
imunidade dos animais e facilitam o surgimento de infecções respiratórias. É uma
denominação clínica usada para designar um quadro respiratório que pode acometer
os bovinos com sinais clínicos de uma doença respiratória aguda e severa.
Geralmente, essa patologia é causada por vírus e bactérias, sendo os vírus os
agentes primários que infectam o trato respiratório. Porém, algumas bactérias
podem aproveitar-se do quadro inicial e infectar as vias respiratórias. São dois os
fatores que estão envolvidos na ocorrência das manifestações clínicas destas
doenças respiratórias. O primeiro está relacionado ao agente infeccioso, já que o
aparecimento dos sinais clínicos ocorrerá após o estabelecimento do(s) agente(s)
infeccioso(s) ao conseguir ultrapassar as barreiras do trato respiratório. O segundo
ponto se refere às condições nutricionais e ambientais que podem atuar como
fatores estressantes nos animais, baixando a imunidade e deixando-os mais
predispostos a enfermidades.
Palavras chave: Multifatorial, infecção, estresse, imunidade.

1
Abstract: The Bovine Respiratory Complex (BCR) is a multifactorial disease of high
prevalence in beef cattle and dairy cattle in Brazil. Usually, this complex is directly
related to environmental stressors, which end up reducing the immunity of the
animals and facilitating the emergence of respiratory infections. It is a clinical name
used to designate a respiratory picture that can affect cattle with clinical signs of an
acute and severe respiratory disease. Usually this pathology is caused by viruses
and bacteria, the virus being the primary agents that infect the respiratory tract.
However, some bacteria can take advantage of the initial condition and infect the
respiratory tract. There are two factors that are involved in the occurrence of clinical
manifestations of respiratory diseases. The agent is in charge of investing in the
market, but the agent is involved in the market. The second point refers to the
nutritional and environmental conditions that can act as stressors in animals,
lowering immunity and making them more predisposed to diseases.
Key words: Multifactorial, infection, stress, immunity..

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1. INTRODUÇÃO

O Complexo Respiratório Bovino (CRB), também denominado de pneumonia


enzoótica, está envolvido a uma grande quantidade de microrganismos, como vírus
e bactérias. Segundo Fulton et al. ,2009, o principal agente etiológico é o vírus
respiratório sincicial bovino (BRSV). O autor também cita a importância do herpes
vírus bovino-1 (BoHV-1), vírus da diarreia viral bovina (BVDV), vírus da rinotraqueíte
infecciosa bovina (IBR), adenovírus bovino A-D (BAdV-AD) e vírus da parainfluenza
bovina (BPIV-3). Inicialmente, ocorre uma baixa na imunidade devido,
principalmente, a fatores ambientais, em seguida os vírus colonizam o trato
respiratório, destruindo barreiras físicas e dando oportunidades a infecções
secundárias por bactérias como Mycoplasma bovis, Histophilus somni, Pasteurella
multocida e Mannheimia haemolytica (SNOWDER, 2006; DRIEMEIER e MOOJEN,
2007; FULTON et al., 2009).

A quantidade de animais com problemas respiratórios na pecuária nacional é


alta, assim como os fatores de risco que os bovinos estão expostos com frequência,
como desmame, mudança na dieta, variações de temperatura ou ambiente, poeira,
transportes, lotes heterogêneos, entre outras situações que podem estressar o
animal, prejudicar as suas defesas naturais e favorecer a proliferação dos agentes
causadores do complexo respiratório bovino (SNOWDER et al., 2006).

Portanto, o estresse é um fator determinante, pois ocorre uma baixa na


atividade imunológica do animal, fazendo com que essa queda na imunidade sirva
como porta de entrada para microrganismos patogênicos. É uma patologia que pode
ocorrer tanto em animais jovens como em animais adultos, nos animais jovens ela
pode acontecer entre duas a quatro semanas após seu nascimento, que é o período
no qual as imunoglobulinas, as quais foram recebidas via colostro, estão decaindo,
deixando assim, os animais mais predispostos a problemas respiratórios,
principalmente se o animal não ingeriu bem o colostro. Em animais adultos, ocorrerá
especialmente quando o mesmo sofrer algum tipo de estresse, o qual diminuirá a
imunidade do animal predispondo-o a essa patologia. Isso acontece durante
transportes e, particularmente, em animais em confinamento, onde muitos hábitos
são mudados na vida do animal, causando um estresse elevado e favorecendo a
problemas respiratórios (LAVAL, CARRAUD, FILLETON, 1994).

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O CRB é um dos principais problemas sanitários quando se trata de bovinos
em confinamento, pois esse tipo de sistema possui diversos fatores que tornam o
mesmo um ambiente de risco para as doenças respiratórias, uma vez que quando
há, por exemplo, uma alta densidade populacional de animais e mudanças na
alimentação, essas condições podem determinar aumento de estresse dos animais
e uma consequente diminuição da imunidade. Também há outro elemento
importante a ser relatado: a poeira oriunda tanto do trânsito dos animais, quanto dos
vagões forrageiros durante o arraçoamento. Os fatores ambientais são os principais
responsáveis pela manifestação clínica do CRB, e quanto mais cedo os sintomas
forem detectados, maior será a probabilidade de sucesso no tratamento. Os
sintomas mais característicos de doenças respiratórias são corrimento nasal,
dispneia, diminuição de apetite, perda de peso, febre, dentre outros. Quanto mais
tempo o animal passar acometido, mais ele perderá peso, tendo a chance de estar
disseminando os microrganismos para o restante do lote. Portanto, diagnóstico
precoce e tratamento dos animais doentes são fundamentais para impedir a
disseminação da enfermidade para o restante do rebanho (COUTINHO, 2004).

É importante que o animal acometido seja retirado do lote e posto em


quarentena para o tratamento e assim evitar que ocorra a contaminação do restante
do rebanho, pois quanto maior o contato dos animais acometidos com os animais
sadios, maiores serão as chances de propagação da doença. O manejo preventivo é
a melhor maneira de reduzir os problemas respiratórios bovinos, logo o controle de
fatores de risco é uma medida preventiva necessária. O CRB causa importantes
prejuízos econômicos para as fazendas, os quais, geralmente, estão relacionados a
uma eventual mortalidade de animais e, sobretudo, a perdas de produtividades, já
que bovinos com problemas respiratórios terão seus índices produtivos diminuídos
(GAVA, 1999).

2. FATORES PREDISPONENTES E EPIDEMIOLÓGICOS

Além de elementos como estresse, idade, estado fisiológico e alterações


nutricionais, os fatores ambientais também são de suma importância para predispor
os animais às doenças respiratórias. Dentre os fatores ambientais, evidenciam-se
mudança de ambiente, transporte, distância entre transporte, superlotação, alta
umidade, criação em confinamento, ventilação, presença de partículas de poeira.

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Segundo Snowder et al. ,2006, os fatores epidemiológicos compreendem: agentes
microbianos, modo de transmissão, densidade parasitária, virulência, períodos de
infecção, de latência e de transmissão.

2.1. Imunidade e fisiologia

Os bovinos, assim como outros animais, possuem diversas características


fisiológicas, histológicas, sociais e imunológicas que predispõem ao
desenvolvimento de doenças respiratórias. Eles possuem pulmões pequenos em
relação ao seu volume corpóreo, poucos alvéolos e, consequentemente, os
capilares são escassos, tornando menor a reserva respiratória desses animais. No
entanto, os pulmões dos bovinos apresentam septos interlobulares que aumentam a
resistência, diminuem a ventilação colateral e limitam a interdependência, o que
minimiza a eficácia da resposta imunológica. Além disso, dispõem de uma árvore
traqueobrônquica estreita, porém longa, o que aumenta o volume de espaço morto e
isto propicia maior área de superfície, de deposição de partículas e gases nocivos ao
trato respiratório (GAGEA et al., 2006).
Segundo Cerviño e Calvo, 2007, a estratégia que os bovinos utilizam
fisiologicamente para corresponder à ventilação/minuto é aumentar a frequência
respiratória, ao invés de aumentar o volume inspirado, sendo assim, a velocidade de
trânsito de ar é maior e tem consequências no acúmulo de partículas e colonização
das vias respiratórias inferiores. Em relação à velocidade de movimentos
ascendentes da barreira mucociliares dos bovinos, é 15mm/min, é mais de 50%
menos que em outras espécies. Os autores relatam ainda que o número de
macrófagos é menor nos bovinos e são mais fracos quando expostos a agentes
infecciosos, por outro lado, o número de mastócitos nos pulmões é 100 a 1000
vezes superior em comparação com outros animais e controlam a sua degranulação
por feedback positivo, fazendo com que os animais desencadeiem uma intensa
resposta inflamatória. A forma social na qual os bovinos vivem favorece ao
desenvolvimento de doenças infecciosas, por ser em grupo ou manadas. Todos
esses fatores diretos ou indiretamente, fazem com que os bovinos sejam uma
espécie predisposta a doenças respiratórias (COUTINHO, 2004).
Além disso, devido à constituição da placenta da espécie bovina, os neonatos
nascem praticamente sem anticorpos, pois esta impede a transferência de
glicoproteínas pela corrente sanguínea. Então, a proteção contra várias
5
enfermidades é obtida pelo colostro nas primeiras horas de vida durante as
amamentações. As classes de imunoglobulinas maternas são: IgG, IgM e IgA, estas
serão absorvidas ou irão auxiliar na proteção da mucosa. Existem também outros
imunoprotetores no colostro como citocinas, interleucinas pro-inflamatórias e fatores
de necrose tumoral, esses são necessários pela ativação da imunidade inata e
adquirida do neonato (WEBSTER et al., 2010).

Vale lembrar que a qualidade do colostro e a capacidade de absorção de


imunoglobulinas diminuem logo após algumas horas do parto, tornando-se
necessário a amamentação o mais rápido possível, no máximo 6 a 8 horas após o
nascimento. Sabe-se que vacas mais resistente vão transferir maior imunidade para
o neonato, assim como as novilhas que tem menos imunoglobulinas no colostro
concebem menos proteção. As vacas devem ser vacinadas antes do parto, pois
reforçará a qualidade colostral. Portanto, as falhas na transferência de imunidade
passiva continuam a ser um dos riscos mais importantes que provocam o complexo
respiratório bovino, devendo se atentar cada vez mais aos fatores que demandam
erros nessa etapa de vida dos animais (RAMOS, VARA e BEISSENHERZ, 2000).

2.2. Fatores Ambientais

As condições climáticas são de grande importância no complexo respiratório


bovino, devido a esta patologia ser comum na maioria das estações do ano, no
entanto, existem outros fatores como de manejo, nutricionais e sazonais, que podem
estar relacionados a esse fenômeno. Os animais saudáveis são capazes de lidar
com temperaturas amplas desde que recebam quantidades de energia adequadas,
ar limpo, ambientes sem grande umidade e sem correntes de ar. Outros autores
relatam também que a amplitude térmica ao longo do dia, ou mudanças bruscas de
condições climáticas, provocam mais predisposição a doenças nos bovinos do que
situações em que é alcançada uma determinada temperatura constante no tempo,
com isso fica evidente que as mudanças do clima deprimem o sistema imunológico
e, então, aumentam a ocorrência de doenças respiratórias (LORENZ et al., 2011).

Ademais, o transporte é o fator de risco não infeccioso que também favorece


condições para o desenvolvimento do complexo respiratório bovino. A manipulação
dos bovinos desde a classificação destes, carregamento e movimentações são
etapas que causam estresse durante o transporte, e a consequência é a diminuição
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da imunidade dos animais predispondo às patologias. Outro fator que deve ser
considerado é a nutrição dos animais, pois é de fundamental importância não só
para o rápido crescimento dos bovinos como por afetar o desenvolvimento e
resposta do sistema imunológico. Vários estudos comprovam que a resposta imune
às diversas invasões microbianas é um dos mais dispendiosos processos
fisiológicos em relação ao gasto de energia. É importante ressaltar também que
animais com ótimas condições alimentares desenvolvem melhores defesas
imunológicas contra as doenças infecciosas. A qualidade do alimento que é
fornecido aos animais vai interferir direta ou indiretamente na saúde dos mesmos em
todas as etapas da sua vida, desde a alimentação oferecida para as mães até
mesmo as últimas etapas de produção. Desse modo, o controle da alimentação é
imprescindível e ela deve ser ajustada adequadamente para atender as
necessidades dos bovinos. Também é essencial atentar-se para a higiene dos
bebedouros e comedouros, pois esses locais podem ser favoráveis ao
desenvolvimento de microrganismos (GAVA, 1999).

Em suma, a nutrição apropriada pode não ser suficiente para impedir o


estresse ou até mesmo uma doença, mas pode minimizar os seus efeitos e
aumentar expectativas de recuperação do animal. O manejo dos animais, também
deve ser considerado como um dos fatores que causam estresse aos mesmos e que
tem grande influência na disseminação de agentes patogénicos. Vale lembrar que os
fatores ambientais são na maioria das vezes, variáveis incontroláveis, porém as
práticas de manejo podem ser um dos fatores mais importante na prevenção e
controle da incidência do complexo respiratório bovino (COUTINHO, 2004).

3. ETIOLOGIA

O complexo respiratório bovino é uma enfermidade comumente iniciada por


infecção viral primária e muitas vezes seguida por infecção bacteriana, resultando
assim em pneumonia. O Herpesvírus Bovino Tipo 1 (BHV-1), Vírus da Rinotraqueíte
Infeciosa Bovina (IBR), o Vírus Respiratório Sincicial Bovino (BRSV), o Vírus
Parainfluenza-3 (PI-3) e o Adenovírus Bovino, são conhecidos como patógenos
respiratórios primários. Segundo Panciera e Confer, 2010, outros vírus como o
Rhinovírus Bovino e Coronavírus Bovino ainda estão sob investigação quanto a sua
participação nesta síndrome. Um vírus que pode causar importante supressão da

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imunidade é o vírus da Diarreia Viral Bovina (BVDV), pois é capaz de destruir os
macrófagos alveolares ou prejudicar sua função. Vírus como o BRSV, o PI-3, o BHV-
1 e o BVDV têm como principal função criar um ambiente favorável à colonização e
replicação bacteriana, propiciando o desenvolvimento de doenças respiratórias
agudas, porém com exceção do Vírus Sincicial Bovino (BRSV), mas geralmente não
ocasionam infecções sozinhos (SNOWDER et al., 2006).

4. FISIOPATOGENIA

Fatores como estresse, aspectos relacionados à falha na transferência de


imunidade passiva, má cura de umbigo e fornecimento inadequado de colostro
resultam em imunidade deficiente, fornecendo, dessa forma, oportunidade para
proliferação de microrganismos patogênicos. A presença de microrganismos virais é
um fator predisponente para a ocorrência de infecções secundárias por bactérias
oportunistas, e assim predeterminando o estabelecimento de pneumonias graves. O
vírus pode ser transmitido por contato direto entre os animais, exposição a fômites
contaminados e por aerossol. A partir da presença do vírus no trato respiratório,
ocorre a replicação destes nas células do epitélio respiratório e, consequentemente,
a destruição ciliar, com isso o transporte mucociliar é afetado, havendo a diminuição
da depuração de partículas, o que leva a condições favoráveis para o
desenvolvimento de infecções bacterianas secundária. Há relatos de que a infecção
secundária ocorre por dois motivos: pela mudança na imunidade do animal que faz
com que ocorra diminuição ou inibição da função dos macrófagos alveolares e
diminuição da proliferação linfocitária, induzindo a apoptose de linfócitos modificando
assim citocinas e outros mediadores de respostas inflamatórias; e também a
alteração nos mecanismos de limpeza do trato respiratório superior e adesão no
parênquima pulmonar (LILLIE e THOMSON, 1972).

5. SINAIS CLÍNICOS

Os sintomas relacionados ao complexo respiratório bovino podem variar


desde leves sinais clínicos até a morte do animal doente. No entanto, o CRB é
frequentemente caracterizado por aumento da frequência respiratória, mais de 40
movimentos respiratórios por minuto (mrpm), hiporexia que evolui para anorexia,
corrimentos nasal e ocular, febre, tosse, rinorreia, narinas secas, pelagem sem
brilho, pelos arrepiados e óbito. Quando bezerros são mantidos agrupados, sem
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discriminação de faixa etária, é comum o aparecimento de manifestações febris,
embora não sejam específicas da doença. Na auscultação, observam-se ruídos
patológicos, mais audíveis à medida que a doença progride, indo de chiados,
crepitações e finalmente a sibilos, em geral expiratórios (DUFF e GALYEAN, 2007).

6. DIAGNÓSTICO

O exame clínico é um dos exames mais importantes para a instituição do


diagnóstico, pois ele evidenciará as principais alterações no organismo do animal e,
mais especificamente, no trato respiratório. À auscultação e percussão pulmonares
podem ser detectadas alterações que se relacionam diretamente ao grau de
comprometimento do órgão, assim como apontar a área pulmonar acometida
(RADOSTITS et al., 2002).

Os testes laboratoriais mais utilizados como exames complementares são


isolamento viral e bacteriano, sorologia, imunofluorescência, microscopia eletrônica,
PCR e imuno-histoquímica. Exames hematológicos podem indicar a presença de
vírus e bactérias, identificando, dessa maneira, a natureza da patologia e a
gravidade da infecção, assim como dosar hormônios relacionados ao estresse dos
animais, antígenos e anticorpos e proteínas de fase aguda (RADOSTITS et al.,
2002).

É importante que as culturas virais sejam feita no início da doença, pois


culturas derivadas de fluidos de lavagens traqueais ou das amostras de necropsia
podem ocasionar um falso negativo, uma vez que alguns vírus são prontamente
depurados no trato respiratório, ou mesmo os anticorpos acabam por neutralizar o
vírus dentro do trato. O raspado das lesões, buscando a presença do agente
infeccioso, também é um meio de diagnóstico. Isolamentos bacterianos, fúngicos,
virais são os mais utilizados. Outro método diagnóstico é a necropsia dos casos
fatais, a partir da qual poderão ser identificadas alterações no tecido pulmonar, que
apresentará mudança na coloração, que se torna hiperemiado, endurecimento e, em
alguns animais, presença de enfisema (FLÖCK, 2004).

7. TRATAMENTO

Quando os animais são diagnosticados precocemente, tratados com


antecedência e são submetidos a um tratamento com antibióticos e

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antiinflamatórios, apresentam melhora significativa em relação aos tardiamente
tratados. No tratamento sintomático ou de suporte, são indicados antibióticos de
largo espectro. Indicam-se tetraciclina, cefalosporinas ou gentamicina. O antibiótico
escolhido vai depender do patógeno encontrado nas culturas. Drogas
antiinflamatórias não esteroidais, na maioria das vezes, são úteis nas infecções
agudas. Também, se necessário, pode ser utilizado secretolíticos e mucolítico, como
cloridrato de bromexina (SNOWDER et al., 2006).

8. CONTROLE E PREVENÇÃO

Para que haja uma prevenção e controle eficazes, é necessário que o médico
veterinário adote medidas como: transporte adequado dos animais, evitando
superlotação, mantendo os lotes homogêneos; vacinação correta, atentando-se para
a temperatura adequada (manter entre 2 a 8°C e não expor à temperaturas altas e
luz solar direta.); diagnosticar precocemente o(s) agente(s) patogênico(s); correções
ambientais e climáticas, buscando uma melhor ventilação; controle da temperatura
ambiente e umidade; correta cura de umbigo (utilizando tintura de iodo à 2 ou 10%,
duas vezes ao dia); fornecimento adequado do colostro (nas primeiras 6 horas de
vida); além de terapia medicamentosa específica. Quando houver acometimento de
um determinado grupo do rebanho, deve-se ficar atento às condições ambientais e
de ventilação, pois erros neste sentido podem predispor a infecções. Uma boa
ventilação garante a dissipação dos patógenos no ambiente, diminuindo assim a
concentração dos mesmos nos currais e piquetes. A indicação para vacinação do
rebanho, como forma preventiva, protege contra os principais vírus causadores do
complexo respiratório bovino (GAVA, 1999).

Durante a investigação clínica, é necessário buscar informações do


proprietário, principalmente histórico de vacinações, surtos anteriores de doenças
respiratórias, recente compra de animais, transporte de animais para outras
fazendas ou exposições, dentre outras. Também é necessário ficar atento à divisão
correta dos animais em idade e fisiológico, e o local onde os mesmo estarão
abrigados, além disso, sempre que houver aquisição de animais novos, os mesmos
devem permanecer em quarentena durante o período que o médico veterinário
achar ideal. O fornecimento de colostro para bezerros neonatos é de vital
importância para o controle de patologias respiratórias, pois quando fornecido de

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maneira correta e na quantidade ideal, pode proteger o animal contra
microrganismos patogênicos durante sua juventude. Em rebanhos que possuem alta
densidade em espaços limitados, a transmissão pode se tornar impossível de evitar,
devido aos aerossóis dos animais dispersarem os microrganismos no ambiente,
principalmente quando se trata de transmissão de bovinos adultos para animais
mais jovens (TAYLOR et al., 2010).

9. CONCLUSÃO

A CRB é uma patologia bastante disseminada pelo país e que causa grandes
prejuízos à pecuária nacional. Para evitar que os animais sejam acometidos, é
necessário minimizar o estresse ao manejo e no ambiente, haver o fornecimento
adequado do colostro, além da separação por categoria e estado fisiológico, para
que não haja dominância e recessividade entre os animais do lote.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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