Вы находитесь на странице: 1из 15

Clínica Cirúrgica IV – Falência Hepática e Síndrome de Hipertensão Porta

Cirrose Hepática

Conceito: é um processo patológico irreversível do parênquima hepático caracterizado por dois


componentes: fibrose hepática ‘em ponte’ com formação de shunt vasculares e rearranjo da
arquitetura lobular através dos nódulos de regeneração, desprovidos de uma comunicação com
a veia centrolobular. É a resposta comum do parênquima hepático frente a um estimulo lesivo
persistente. O achado de fibrose em ponte + nódulos de regeneração na biopsia tem o poder de
confirmar o diagnostico, logo a biopsia é o exame padrão ouro para o diagnostico. No
entanto, a biopsia não é necessária sempre para o diagnostico de cirrose.

Etiologia: a hepatite C crônica e a doença hepática alcoólica são responsáveis por cerca de
80% dos casos de cirrose.
Outras causas: Deficiência de alfa-1-antitripsina, Galactosemia, Tirosinemia, Fibrose
cística, atresia congênita das vias biliares, cistos de colédoco, colestase intra-hepática
familiar progressiva.

Manifestações clínicas: *Fraqueza/Fadiga é o sinal mais proeminente na cirrose

Sinais de Hiperestrogenismo-Hipoandrogenismo:
o Eritema palmar
o Telangiectasias
o Ginecomastias
o Atrofia testicular
o Perda da libido, disfunção erétil
o Rarefação de pêlos, redução massa muscular

Sinais de disfunção hemodinâmica:


o Resistência vascular periférica diminuída (vasodilatação)
o Alto débito cardíaco
o Retenção hidrossalina
o Hipovolemia relativa
o Baqueteamento digital
o Aumento de parótidas

Sinais de Hipertensão Portal:


o Ascite
o Varizes de esôfago e fundo gástrico
o Esplenomegalia congestiva
o Circulação porta visível no abdome – Cabeça de medusa
o Síndrome de hipertensão portopulmonar

Sinais de insuficiência hepatocelular descompensada:


o Icterícia, Desnutrição
o Encefalopatia hepática
o Coagulopatia
o Hipoalbuminemia – anasarca
o Imunodepressão – tendência à infecção
o Síndromes hepatorrenal e hepatopulmonar
Diagnostico:
o Anamnese e EFG
 *Etiologia alcoólica = Intumescimento de parótidas, Contratura palmar de
Dupuytren, Neuropatia e pancreatite crônica associada.
o Aminotransferases: Não possuem acurácia, nem correlação, com a gravidade da
doença.
 Hepatopatia SEM cirrose = ALT (TGP) / AST (TGO) > 1
 Hepatopatia COM cirrose = ALT / AST < 1
o FA e GGT = sugerem etiologia obstrutiva, como cirrose biliar primária e colangite
esclerosante.
o Bilirrubinas = Hiperbilirrubinemia e um sinal de mau prognóstico
o Hipoalbuminemia
o Alargamento do tempo de protrombina e diminuição da atividade de
protrombina
o Hipergamaglobulinemia = Tendência aumentada à ocorrência de translocação
bacteriana.
o Sódio sérico = Hiponatremia é um sinal de péssimo prognóstico na cirrose com
ascite.
o Pancitopenia na cirrose avançada.

Exames de imagem: USG, USGGD, TC, RNM, ARNM, AG = Podem ser normais
nas fases iniciais.
 Nodularidade da superfície hepática
 Heterogenicidade do parênquima hepático
 Redução volumétrica do lobo hepático direito
 Identificação de nódulos regenerativos

Biopsia hepática = Confirma e oferece pistas sobre a etiologia

Classificação Funcional de Child-Pugh: BEATA


Bilirrubina / Encefalopatia / Ascite / Tempo de protrombina / Albumina

o Grau A = < 6pontos (cirrose compensada – sobrevida de 85-100%)


o Grau B = 7 – 9 pontos (dano funcional significativo – sobrevida 60-80%)
o Grau C = > 10 pontos (cirrose descompensada – sobrevida 35-45%)

Escore de MELD:
Bilirrubina + Creatinina + INR = > 20 pontos  Transplante hepático

Tratamento: a cirrose é considerada uma condição irreversível.


o Terapia antifibrótica
o Terapia nutricional
o Tratamento especifico da causa
o Tratamento das complicações da cirrose
o Transplante hepático
Encefalopatia Hepática:
o Compreende varias anormalidades neuropsiquiátricas tais como distúrbios do
comportamento, sonolência/letargia, inversão do ciclo sono-vigília, fala arrastada, hálito
hepático, flapping, hiperreflexia, sinal de Babinski, crises convulsivas e postura de
descerebração.

o Fatores precipitantes da EH: hemorragia digestiva alta, hipocalemia, alcalose


metabólica ou respiratória, infecções, dieta hiperproteica, constipação intestinal.

Síndrome Hepatorrenal:
o É uma forma de insuficiência renal funcional, que ocorre geralmente em indivíduos
com hepatopatia crônica avançada, insuficiência hepática grave e hipertensão portal.

o É caracterizada pela perda progressiva da função renal, secundaria à vasoconstricção


renal e vasodilatação sistêmica, havendo queda progressiva da RVP e eventualmente
hipotensão arterial.

o Critérios diagnósticos:
o Cirrose com ascite
o Creatinina sérica > 1,5mg/dl
o Ausência de choque
o Ausência de uso atual ou recente de drogas nefrotóxicas
o Ausência de doença parenquimatosa renal
o Fatores precipitantes:
o Sangramento gastrointestinal
o Infecção (PBE)
o Diurese intensa com rápida perda de peso
o Paracentese de grande volume sem reposição de albumina
o Tipos:
o 1  Rápida progressão / Prognóstico sombrio de 2 semanas
o 2  Progressão insidiosa / Prognóstico melhor
o Tratamento: Transplante hepático

Síndrome Hepatopulmonar:
o Tríade clinica composta por: Doença hepática crônica + hipoxemia + evidencia de
alterações vasculares intrapulmonares

o Clinicamente pode se manifestar como dispneia, cianose de lábios e extremidades,


baqueteamento digital, aranhas vasculares e platipneia (achado clássico – dispnéia que
piora quando o paciente senta ou se levanta) – ortodeóxia (hipoxemia desencadeada ou
agravada pela posição ortostática)

o Tratamento: Transplante hepático


Síndrome da Hipertensão Porta

Conceito: Pressão na veia porta > 5mmHg

Síndrome: Composta basicamente pela esplenomegalia congestiva + varizes


esofagogástricas+ circulação colateral + ascite.

Anatomia:
o Veia mesentérica superior + veia esplênica  Veia Porta
o V. mesentérica inf.  v. esplênica
o Contribuintes:
o Veia gástrica esquerda ou coronária (Cárdia e esôfago inferior);
o Gástricas curtas (Fundo gástrico);
o Ázigos (Retroperitôneo)
o Formação de colaterais:
o Recanalização da veia umbilical (caput medusae);
o Plexo venoso hemorroidário (veia retal sup  mes. Sup) + (v. retais media e inf
 v. pudenda int.  veia cava inf)
o Vasos retroperitoneais (veias de Retzius)

Etiologia:
Pré-Hepática:
o Trombose de veia porta: principal causa. É mais encontrada na população
pediátrica. Na população adulta é decorrente de cirrose hepática, desordens
trombofílicas e carcinoma hepatocelular.

o Trombose de veia esplênica ou Hipertensão porta SEGMENTAR: sinais de


hipertensão portal, particularmente hemorragia por varizes gástricas, em
pacientes com função hepatocelular normal. A pancreatite crônica é a
responsável pela grande maioria dos casos. A esplenectomia corrige
inteiramente o distúrbio.

Intra hepática pré-sinusoidal:


o Esquistossomose hepatoesplênica: é decorrente de uma reação granulomatosa
nas vênulas hepáticas (espaços porta) devido a deposição de ovos do parasita,
levando à fibrose e obliteração (fibrose de Simmers).
o Outras causas: sarcoidose, cirrose biliar primária, doença de Wilson.

Intra-Hepática sinusoidal: Cirrose hepática e suas causas

Intra-Hepática pós-sinusoidal:
o Doença hepática veno-oclusiva: deposição de uma matriz rica em fibronectina
em torno das veias centrais dos lóbulos (centrolobulares). É comumente
encontrada na doença enxerto versus hospedeiro, sendo uma complicação
freqüente no transplante alogênico de células tronco.
Pós-Hepática:
o Síndrome de Budd-Chiari: não possui achados histológicos de cirrose. Há
uma obstrução de caráter agudo ou insidioso da veia hepática. Ocorre nas
desordens mieloprolifertaivas, trombofilias, gravidez, uso de ACO e
malignidades em geral. Manifesta-se com dor intensa no quadrante superior
direito, associado com hepatomegalia e rápido desenvolvimento de ascite e
icterícia e as vezes, sangramento por ruptura de varizes esofágicas.

Diagnóstico:
o Suspeitar de HP quando o paciente apresentar uma combinação de ascite,
esplenomegalia, encefalopatia ou varizes gastroesofágicas.
o Exames laboratoriais iniciais ajudam a detectar se há lesão hepatocelular associada e
incluem: dosagem de albumina sérica, hemograma, provas de função hepática e a
determinação do TAP.
o USG-Doppler: é o método de escolha para acessar o sistema porta no paciente com HP.
O calibre da veia porta nos casos de HP encontra-se em torno de 15mm. A inabilidade
de visualizar a veia porta é sugestiva de trombose desse vaso. O fluxo portal do tipo
hepatofugal é sugestivo de HP.
o EDA: está sempre indicada na suspeita ou após o diagnostico de HP. A presença de
varizes esofágicas sela o diagnostico de HP.
o Angio-TC e Angio-RNM: são indicados nos casos de duvida diagnostica.
o Angiografia: é útil para delinear a anatomia das colaterais do sistema porta. É utilizado
como planejamento cirúrgico.

Tratamento das Varizes Esofagogástricas

Varizes Esofagianas  Prevalência com cirrose hepática de 50%; evoluem para sangramento
em pelo menos 30-40% dos casos e são a causa mais comum de hemorragia digestiva alta em
pacientes com HP. Para os pacientes que sobrevivem à hemorragia inicial, 70% voltam a
sangrar novamente no período de um ano, com uma letalidade de 30%. A mortalidade
decorrente de um primeiro episodio de sangramento é de 25-30%. Pacientes CHILD C possuem
mortalidade de 50% e de até 90% em um ano após o episodio de hemorragia.

Classificação endoscópica:
o F1 (pequeno calibre) ou < 5mm  Minimamente elevadas, sem tortuosidade.
o F2 (médio calibre) ou 5-20mm  Varizes elevadas, tortuosas,ocupando menos de
1/3 do lúmen
o F3 (grande calibre) ou > 20mm  Varizes elevadas, ocupando mais que 1/3 do
lúmen.

Varizes Gástricas  São mais freqüentes na hipertensão porta pré-hepática. O diagnostico


requer além da EDA, a USG endoscópica. Histologicamente observam-se dilatações nos
capilares e vênulas da mucosa (cherry red points).
Conduta no sangramento:

 Controle respiratório e hemodinâmico: estabilização da pressão arterial, com solução


cristalóide. Plasma fresco congelado está indicado nos casos de INR acima de 1,7. Os
pacientes que se apresentam confusos ou com rebaixamento do nível de consciência
merecem ser intubados. A EDA deve ser realizada o mais rápido possível, após a
estabilização do doente.

 Terapia endoscópica: uma vez estabilizada a hemodinâmica, uma EDA deve ser
realizada de preferência nas primeiras 24h. A terapia endoscópica é a terapia de escolha.
Pode ser tanto a escleroterapia (injeção de etalonamina) quanto a ligadura elástica
(obliteração mais rápida – método de escolha). O tratamento endoscópico controla o
sangramento das varizes em 85-90% dos casos.

 Terapia farmacológica: é realizada com vasoconstrictores esplâncnicos intravenosos,


como a terlipressina, ocreotídeo e somatostatina. Agem inibindo a produção
endógena de vasodilatadores esplâncnicos como o NO. É considerada adjuvante à
terapia endoscópica. É a conduta de primeira linha para a hemorragias nas varizes
gástricas ou da gastropatia hipertensiva portal. A terapia deve ser mantida por cerca de
2-5 dias. A antibioticoterapia profilática também se mostrou eficaz, devendo ser feita
com norfloxacina de 400mg 12/12h por 5-7 dias.

 Balão de Sengstaken-Blackmore: na ausência de procedimentos endoscópicos de


urgência ou nos pacientes que permanecem sangrando a despeito da terapia
endoscópica e farmacológica. O efeito hemostático deve-se ao balonete intragástrico
tracionado. O balão deve ser mantido por curta permanência (48h) até que o paciente
encontre-se estável hemodinamicamente para submeter-se a procedimento cirúrgico
descompressivo ou o procedimento endoscópico. O tamponamento com balão é eficaz
em 90% dos casos.

 TIPS (Shunt intra-hepático porto-sistêmico transjugular): é um dispositivo


colocado por via percutânea criando uma conexão intra-hepática entre a veia hepática e
a veia porta, descomprimindo o sistema porta. É eficaz no tratamento das varizes
esofagogástricas recorrentes ao tratamento clínico endoscópico em 80% dos casos e
no tratamento da ascite refratária.
o Complicação: por ser uma derivação portossitêmica não seletiva, desvia
praticamente todo o sangue do sistema porta para o cava, sem perfundir o
parênquima hepático, o que impede a detoxificação de substancia como a
amônia, levando à encefalopatia hepática em 30% dos casos, que costuma
instalar-se 2-3 meses após a colocação do TIPS. Outro problema observado no
TIPS é a estenose.

o Contraindicações: ICC, cistos hepáticos, hipertensão pulmonar


moderada/grave, neoplasias muito vascularizadas, trombose de porta,
encefalopatia hepática.
 Cirurgia de urgência: é reservada para os casos de sangramento incontrolável pela
endoscopia e/ou terapia farmacológica em hospitais que não dispõe do TIPS, ou não
possuem experiência suficiente com este dispositivo. Cirurgia mais utilizada é a
derivação portocava não seletiva.

Indicações:
o Pacientes nos quais existe falência no tratamento clinico-endoscópico
o Sangramento de varizes gástricas ou da gastropatia hiertensiva portal.
o Cirurgia de urgência.

Tipos de procedimento:
o Derivações portossistêmicas não-seletivas ou totais 
Descomprimem a hipertensão presente em todo o território do sistema
porta. Não são mais utilizadas (exceto na urgência), devido ao alto
índice e encefalopatia e piora da função hepática.

o Derivações portossistêmicas parciais ou calibradas  Reduzem a


pressão da veia porta para níveis próximos a 12mmHg. Indicada na
profilaxia secundária de varizes por cirrose em pacientes COM ascite.

o Derivações portossistêmicas seletivas ou compartimentalizadas 


Descomprimem as varizes, mas mantém a hipertensão portal. É a
derivação esplenorrenal distal ou cirurgia de Warren. O principal
problema desta cirurgia é a ascite, pois além de não melhorar, pode até
piorá-la. Indicada na profilaxia secundária de varizes por cirrose em
pacientes SEM ascite.

o Transplante hepático: indicado nos pacientes com HP associada à


insuficiência hepática avançada.

 Profilaxia primária do sangramento: é a prevenção do primeiro episódio de


hemorragia em pacientes com varizes esofagogástricas. TODO paciente cirrótico deve
ser rastreado para varizes gástricas com EDA. Na presença de varizes F2 ou F3 e nas F1
de pacientes com cherry red points ou Child B ou C, a profilaxia primária com nadolol
ou propranolol está indicada.

 Profilaxia secundária do sangramento: é aquela realizada após o primeiro episódio de


sangramento já controlado. É feita com terapia endoscópica do tipo eletiva com ligadura
elástica, somada ao uso de betabloqueadores (nadolol, propranolol).
Ascite

É a manifestação clínica mais comum da hipertensão porta. A ascite da HP é classicamente um


transudato. É desencadeada pela ativa do SRAA, com retenção de sal e agua.

Diagnóstico:
o Exame físico: Abdome globoso, em avental ou em batráquio. Sinal de Piparote e
Macicez de decúbito (semicírculo de Skoda).
o Paracentese diagnóstica:
 Gradiente de Albumina Soro-Ascite (GASA)
 > 1,1  Transudato  HP
 < 1,1  Exsudato  Dça Peritoneal
 Proteína total
 < 2,5g/dl  Transudato
 > 2,5g/dl  Exsudato

Tratamento da ascite:
 Tratar a doença de base se possível
 Restrição de sódio (cerca de 2g/dia)
 Diuréticos: Espironolactona + Furosemida

Principal complicação: Peritonite Bacteriana Espontânea (PBE)


 Clínica: Ascite + Febre + Dor abdominal
o Não há sinais de irritação peritoneal (peritonite)
 Diagnóstico: PMN > 250/mm³;
 Cultura: Monobacteriana (E. coli)
 Variantes:
o Bacterascite não neutrofílica: Cultura + monobacteriana com PNM < 250/mm³
o Ascite neutrofílica: PMN > 250/mm³ + Cultura negativa
 Tratamento: Cefalosporina de 3º geração ou AMX+CLV, por 5 dias.

Peritonite Bacteriana Secundária (PBS):


 Diagnóstico:
o Prot. > 1g/dl;
o Gllicose < 50mg/dl;
o LDH elevado
 Cultura: Polimicrobiana
 Tratamento: Associar Metronidazol ao esquema terapêutico.

Profilaxia da PBE:
 Primária: Após hemorragia digestiva
o Iniciar com Ceftriaxone 1g EV, seguida de Norfloxacino 400mg VO 12//12h
quando a via oral estiver disponível. Tratamento por 7 dias.
 Secundária: Após um episódio de PBE
o Norfloxacino ou SMZ+TMP

Profilaxia da SHR:
o Albumina 1,5g/Kg nas primeiras 6 horas da detecção e 1g/Kg no terceiro dia de
tratamento.
Cirrose Hepática e suas causas

Hepatites Virais Crônicas

Ocorre sempre que uma lesão hepática necroinflamatória perdurar por mais de 6 meses.

Por ser uma doença essencialmente oligossintomatica ou mesmo assintomática, a suspeição do


diagnostico de hepatite crônica depende basicamente de exames complementares, como
hepatograma e marcadores sorológicos.

Perfil Laboratorial Hepático: a dosagem sérica de aminotransferases é o exame mais


importante para o diagnostico e acompanhamento das hepatites. No entanto, a biopsia ainda é o
MELHOR parâmetro para predizer o PROGNÓSTICO. Nas hepatites virais, os níveis de ALT
(TGP) costumam ser maiores que os de AST (TGO) e a inversão deste padrão sugere doença
avançada ou concomitância de lesão hepática pelo álcool.

Qual a principal causa de cirrose e transplante hepático?


Hepatite pelo vírus C, que cronifica em 90% dos casos.

Quem causa mais hepatocarcinoma?


Hepatite pelo vírus B, que pode causar hepatocarcinoma mesmo em pacientes não
cirróticos.

Hepatite B Crônica

A cronificação da infecção pelo vírus B pelo HBsAg positivo por mais de 6 meses, que se
associa ao Anti-Hbc IgG positivo.

A maioria dos pacientes é oligossintomática. Cerca de 30% cursam com icterícia.

As principais manifestações extra-hepáticas são: Nefropatia membranosa e Poliarterite


Nodosa Clássica.

A taxa de cronificação após a primoinfecção varia conforme a faixa etária: 90% em RN, 25-
50% em crianças e 5-10% em adultos. Logo, a hepatite B crônica não é precedida de um quadro
de hepatite B aguda sintomática.

A chance de evolução para cirrose hepática ao longo de 20 anos, no portador de hepatite B


crônica beira os 50%. Dos pacientes com cirrose, 5-15% evolui com hepatocarcinoma. Ao
contrario do que se observa na hepatite C crônica, o hepatocarcinoma pode surgir na ausência de
cirrose em até 30-50% dos casos.

Fatores de risco para a cronificação: idade, sexo masculino, imunodepressão, IRC, infecção
pelo HIV, Sd. De Down e doenças linfoproliferativas.

Fatores de risco para hepatocarcinoma: Álcool, fumo, sexo masculino, extremos de idade,
historia familiar, mutante pré-core, coinfecção pelo HIV, outras hepatopatias crônicas.

Quadro clinico: assintomática ou oligoassintomática. Manifestações extra-hepáticas incluem


nefropatia membranosa em crianças, nefropatia membranoproliferativa em adultos, poliarterite
nodosa.
Tratamento:
 Anamnese + EFG + Metabolismo do ferro + Aminotransferases + Função hepática
 Verificar se o paciente está ou não em fase replicativa com o HBeAg
 A carga viral e a biopsia hepática não são obrigatórios em todos os pacientes.
 Objetivos: cura da infecção ou controle da replicação viral.

Pacientes sem cirrose:


o HBeAg + 
 Se as aminotransferases forem normais, o tratamento NÃO está
indicado e o hepatograma deve ser monitorizado de 3 em 3 meses.
 Se as aminotransferases estiverem aumentadas ou aumentarem com o
tempo, o tratamento passa a ser indicado, e a droga de primeira escolha
é o interferon-alfa.

*A carga viral não é importante no paciente HBeAg reagente.

*No paciente HBeAg+ sem cirrose, a biopsia hepática é facultativa, sendo


contudo fortemente indicada em indivíduos > 40 anos do sexo masculino.

o HBeAg -  dosa-se a carga viral e ALT/AST.


 Se as aminotransferases forem normais, uma carga viral > 2.000 UI/ml
indica o tratamento.
 Se a carga viral for menor que 2.000 UI/ml deve-se apenas monitorizar
as aminotransferases e o HBV-DNA a cada 6 meses.
 A droga de primeira escolha no paciente não-cirrótico HBeAg – é o
tenofovir.

Paciente com cirrose:


o Droga de escolha: Entecavir (não deve ser usado o interferon)
o Child B ou C, independente das aminotransferases e da carga viral.
o HBeAg reagente, independente da classificação de Child, das aminotransferases
e da carga viral.
o Paciente Child A e HBeAg - :
o ALT/AST alteradas = Tratamento antiviral
o ALT/AST normais  Carga viral
 < 1.000 copias/ml = Monitorar ALT/AST e HBV-DNA 6/6
meses
 1.000 copias/ml = Tratamento antiviral
Hepatite C crônica

O diagnostico de hepatite C crônica é feito inicialmente pelo anti-HCV ELISA positivo e


confirmado pela pesquisa do RNA viral, pelo PCR (HCV RNA qualitativo +) por mais de 6
meses..

A maioria dos pacientes é assintomática, sendo o diagnostico feito por exames rotineiros.

A manifestação extra-hepática mais freqüente é a crioglobulinemia mista essencial tipo II,


pela glomerulonefrite membranoproliferativa, pelo linquen plano e pela porfiria cutânea
tardia.

Após a infecção aguda cerca de 20% resolvem e cerca de 80-90% cronificam. Dos casos de
infecção crônica, 30% apresentam hepatite crônica estável, 30% evoluem para cirrose ao longo
de muitos anos e o restante possui evolução variável.

Evolução desfavorável: idade > 40 anos, genótipo tipo 1, duração prolongada da infecção,
associação com HIV, alcoolismo, ferro hepático elevado, obesidade.

A gravidade da hepatopatia aguda, a presença ou não de icterícia durante a fase aguda, o nível
de transaminases e o RNA viral NÃO são preditivos de uma evolução mais grave.

Tratamento:
o Indicações:
o Idade entre 12-70 anos
o Biopsia hepática apresentando atividade necroinflamatoria e/ou fibrose de
moderada a intensa.
o Plaquetas > 50.000/mm3 e neutrófilos > 1.500/mm3
o Ausência de critérios de exclusão do tratamento com interferon ou
contraindicações a ribavirina.

*Todo paciente vírus C positivo deve dosar as aminotransferases. Se elevadas uma


biopsia hepática sem duvida deve ser realizada no intuito de decidir sobre a indicação
terapêutica. Até 30% dos pacientes podem ter ALT normal com fibrose significativa.
Por isso, a biopsia acaba sendo aceita nos pacientes com aminotransferases
persistentemente normais.

Esquema: Interferon Peguilado ou Convencional + Ribavirina

Por 48-72 semanas  Genótipo 1

Por 24-48 semanas  Genótipos 2 e 3

*Ribavirina deve ser evitada em: portadores de hemoglobinopatias, doença coronariana


e cerebrovascular, e em nefropatas. Não é recomendado na gravidez. Pode causar
hemólise grave.

*A resposta ao tratamento medicamentoso é maior quando na hepatite pelo vírus C


genótipos 2 e 3. O Genótipo 1 é o de pior resposta.
Doença Hepática Alcoólica

Fatores de risco para lesão hepática alcoólica:


o Dose e duração da ingesta etílica: 40-80g por dia por 10 a 12 anos.
o Sexo: feminino e Fatores genéticos e nutricionais
o Infecção pelos vírus B ou C
o Exposição simultânea a outras hepatotoxinas
o Sobrecarga de ferro

Patologia da DHA:
1 – Esteatose hepática (90%): é a conseqüência a curto prazo da ingestão etílica
acentuada. Não é patognômonico de ingesta alcoólica. Regride em 4 semanas de
abstinência alcóolica.

2 – Hepatite alcoólica (10-35%): faz referencia a uma síndrome clinico-patológica que


surge em 10-35% dos alcoolistas crônicos. Caracteristicas obrigatórias: Necrose
hepatocitária, Corpúsculos de Mallory (acumulo eosinofilico de material intracelular,
representando marcadores de dano hepático álcool-induzido), Infiltrado neutrofílico.

3 – Cirrose Alcóolica ou de Laennec (8-20%): Quadro clinico de cirrose com


aumento de parótida e contratura palmar de Dupuytren.

Diagnostico:
Questionário CAGE: duas ou mais respostas positivas sugerem dependência do álcool
o C – Diminuir a bebida ou parar de beber
o A – Pessoas criticam o modo de beber
o G – Sensação de culpa pela maneira em que bebe
o E – Vontade de beber pela manha para diminuir o nervosismo ou ressaca

Exame físico: circulação colateral, ascite, telangiectasias, baqueteamento digital,


ginecomastia, icterícia, contratura palmar.

Laboratório: AST, ALT, GGT anormalmente elevados, com relação AST/ALT > 2,0.
o Hiperglicemia, hipertrigliceridemia, hiperuricemia
o Hipopotassemia, hipomagnesemia, hipofosfatemia
o Anemia discreta com macrocitose
o Reação leucemoide (>25.000/mm3)

Biopsia hepática: se dados clínicos e laboratoriais forem típicos a biopsia não é


mandatória.

Tratamento:
Suporte clínico
o Tratamento da síndrome de abstinência
o Reposição calórico-vitamínica e hidratação
o Cuidados intensivos: paracentese, detectar e tratar infecções, profilaxia da
HDA.
Tratamento especifico: CORTICOTERAPIA  Diagnostico altamente
provável de DHA e IFD > 32 e/ou Encefalopatia hepática. Prednisona 40mg/dia por 4
semanas.
*Principais Sindromes Neuropsiquiátricas do alcoolismo:
o Encefalopatia de Wernicke: deficiência de Tiamina (Vit. B1)  Encefalopatia,
disfunção oculomotora, ataxia de marcha. É reversível com o tratamento.
o Síndrome amnéstica de Korsakoff: seqüela da encefalopatia de wernicke / amnésia
retrógrada ou anterógrada.
o Neuropatia periférica induzida pelo álcool, Miopatia alcoólica, Sindrome de
abstinência.
Esteato-Hepatite Não-Alcoólica – DHGNA ou NASH

Aparecimento de lesões idênticas àquelas induzidas pelo consumo exagerado de álcool


(esteatose macrovesicular + inflamação lobular + corpúsculos de Mallory) em pacientes que
não são etilistas.

Quase todos os pacientes eram obesos, ou apresentavam diabetes mellitus tipo 2 ou


dislipidemia = Síndrome Metabólica  RESISTÊNCIA INSULÍNICA.
*3 ou mais dos seguintes fatores:
o Glicemia de jejum > 100mg/dl ou tratamento hipoglicemiante.
o HDL < 40mg/dl (H) ou < 50mg/dl (M) ou tratamento para HDL baixo.
o Triglicerideos > 150mg/dl ou tratamento para triglicerídeo alto.
o Obesidade central: cintura > 102cm (H) e > 88cm (M)
o HAS: >130x85 mmHg ou tratamento para HAS.

A DHGNA é considerada como a hepatopatia crônica mais comum do mundo.

Esteatose simples 90%)  EHNA (20%)  Cirrose (5%)

*13% dos hepatocarcinomas estão associados à NASH.

São também consideradas etiologias para a DHGNA: Desnutrição protéico-calórica


(Kwashiorkor), cirurgias para obesidade mórbida, perda ponderal rápida, nutrição parenteral
total, drogas, intoxicações, gravidez, miscelânia (Hipotireoidismo, Sd. Cushing, DII).

Quadro clínico:
o Quase todos os pacientes são assintomáticos, com queixas vagas inespecíficas de
fraqueza, mal-estar.
o Exame físico mostra em 75% dos pacientes hepatomegalia firme, indolor.
o Relação AST/ALT < 1
o FA mantem níveis normais ou pouco aumentados.

Diagnostico é de exclusão.

Em caso de duvida, solicitar biopsia hepática ou quando:


o Idade > 45 anos
o Obesidade com IMC >30
o Diabetes Mellitus
o AST/ALT > 1 = Cirrose

Tratamento: Perda de peso e Controle da glicemia (Metformina, Glitazonas), Vit. E


Doença de Wilson

É uma anomalia hereditária autossômica-recessiva, que se caracteriza pelo acumulo de cobre


no organismo.
*Ceruloplasmina = Enzima que transporta o cobre no sangue.

Fisiopatologia:
o 1 – O fígado é incapaz de excretar cobre para a bile, originando retenção desse metal
no parênquima.
o 2 – A produção hepática de ceruplasmina é deficiente, resultando na maior tendência
de circulação do metal em sua forma livre, podendo se depositar em diversos tecidos,
em especial o SNC.

Clínica:
o Manifestações clinicas são raras antes dos 6 anos de idade, e metade dos pacientes
não tratados permanecem assintomáticos durante a adolescência.
o A maioria dos pacientes são diagnosticados entre 5 e 30 anos de idade.
o Em crianças os sintomas hepáticos são mais proeminentes (forma hepática), enquanto
que nos adultos é comum a sobreposição com sintomas neuropsiquiátricos (forma
neurológica).
o Forma hepática  Hepatite crônica ativa ou hepatite fulminante ou cirrose +
anéis de Kayser-Fleischer
 Associação entre doença hepática e anemia hemolítica coombs-
negativa é bastante sugestiva de Dça de Wilson
o Forma neurológica  Alterações de personalidade, esquizofrenia, neuroses,
síndrome maníaco-depressiva, Tremores, espasmos, disartrias + Anéis de
Kayser-Fleschier.
 Disturbios motores que lembram uma síndrome parkinsoniana em
pacientes jovens = Dça. de Wilson

Diagnóstico:
o Deve-se suspeitar de DW em todo paciente com menos de 40 anos que apresente:
o Hepatite crônica ativa e elevações persistentes inexplicadas das transaminases;
o Anemia hemolítica na presença de hepatite;
o Cirrose hepática inexplicada;
o Distúrbios inexplicados do sistema nervoso central.
o Concentração sérica de ceruloplasmina inferior a 20mg/dl + anéis de KF

OU

o Concentração sérica de ceruloplasmina inferior a 20mg/dl + Concentração de cobre


livre aumentada em uma biopsia hepática (padrão-ouro).

Tratamento:
o Droga de escolha é a D-Penicilamina.
o Ef. Col = Leucopenia, trombocitopenia, linfadenopatia e proteinúria, citopenias,
Sd. Nefrótica e Sd. De Goodpasture.
o Droga de primeira linha com menos efeitos colaterais: Trientine.
o Sais de zinco nos casos leves de DW.
o O Tratamento farmacológico deve ser permanente. Qualquer interrupção resulta em
recidiva.
o O transplante de fígado deve ser reservado aos pacientes que evoluem com hepatite
fulminante e para aqueles com insuficiência hepática crônica severa, não responsivos ao
tratamento farmacológico.
o Quando não tratada a doença de Wilson é progressiva e fatal.
Hemocromatose

Conceito: É o aumento progressivo dos estoques de ferro, com deposição deste metal no fígado,
coração, hipófise, gônadas, pâncreas e outros órgãos, causando dano estrutural e funcional. Pode
ser hereditário (é o distúrbio genético mais comum do ser humano) ou adquirido (anemias
hemolíticas crônicas, hepatopatias crônicas).

Manifestações Clínicas: os 6H’s

 Hepatopatia: Hepatomegalia (95%) / Cirrose


 Heart (Cardiomiopatia) 20 – 30%
 Hiperglicemia (Diabetes) 70%
 Hipogonadismo (Perda da libido, Atrofia testicular/ Amenenorréia)
 Hiperpigmentação cutânea 90%
 “H”Artrite 50%

*Os pacientes sintomáticos tem entre 40-50 anos. O inicio da doença é insidioso e
caracterizado por sintomas inespecíficos.

Diagnóstico:

 Checar alterações no metabolismo do ferro: ferro sérico, índice de saturação de


transferrina, ferritina.
 Teste genético para mutações: C282Y

Tratamento: Flebotomias de repetição

 A expectativa de vida é normal se o tratamento for iniciado antes do desenvolvimento


de cirrose.
 O tratamento reduz a hepatoesplenomegalia, a fibrose hepática, a dependência à
insulina, os distúrbios cardíacos, o mal-estar geral, a astenia e as dores abdominais.
 O tratamento não melhora a cirrose, o hipogonadismo, a artropatia e não impede o
surgimento de carcinoma hepatocelular.

Вам также может понравиться