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1 Doutorando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, bolsista do Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) sob orientação do Prof. Dr. José Luiz Borges Horta; é
Mestre em Direito pela Universidade de São Paulo, Mestre em Biologia pela USP, Bacharel em Direito pela
USP, Bacharel em Biologia pela UFMG. E-mail: hugorezende20@yahoo.com.br
2 Mestrando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, sob orientação do Prof. Dr. José Luiz
Borges Horta; é especialista em Formação Política para Cristãos pela Pontifícia Universidade Católica do Rio
de Janeiro; Bacharel em Filosofia pelo Instituto São Tomás de Aquino de Belo Horizonte; atualmente é
Secretário de Estado adjunto de Cultura do Estado de Minas Gerais. E-mail: vercampestre@gmail.com
3 Graduando em Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais, bolsista de Iniciação Científica do
Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico e Tecnológico (CNPq) sob orientação da Profa. Dra.
Daniela Muradas Antunes. E-mail: raphamachado97@gmail.com
4 SALGADO, Joaquim Carlos. A ideia de justiça no período clássico ou da metafísica do objeto: a igualdade. Belo
2014, §7.
6 Nos referimos aqui a uma percepção da história que pode ser descrita como simultaneamente pendular,
ascendente e, portanto, espiralada e contraditória, em absoluta consonância com a interpretação exarada por
MORAES, Alfredo de Oliveira. A metafísica do conceito: sobre o problema do conhecimento de Deus na
Enciclopédia das Ciências Filosóficas de Hegel. Porto Alegre: EDPUCRS, 2003, p. 274: “na compreensão
hegeliana da História universal, segundo entendemos, não se pode imaginar uma linha evolutiva contínua, mas
uma espiral ascendente marcada pela força do negativo e puxada pelas erupções das paixões”.
7 Sobre o tema, Cf. FREDE, Michael. A free will: Origins of the notion in ancient thought. Los Angeles:
conhecer a realidade que o cerca, em compreender aquilo que lhe é exterior,8 vez que, como
já mencionamos, o próprio sujeito – e a noção de sujeição que lhe é afeta –, embora fosse
em alguma medida percebido em sua igualdade (especialmente após a contribuição estoica
que se perfaz na filosofia cristã do sujeito de direitos universal e portador de uma dignidade
humana)9, não era percebido como efetivamente livre, ou seja, não era sabedor de sua
liberdade.
Trata-se, na Metafísica do Objeto, de um momento de universalidade abstrata da
própria metafísica ou, se assim preferirmos, da razão mesma, que aqui não possui sujeito
necessário ou preferencial, isto é, embora se reconheça o sujeito, esse não é necessário, pois
a realidade se impõe como verdade a despeito dele; a externalidade existe independente da
mediação do sujeito que pode, quando muito (quando capaz de pensar ou filosofar) receber
os afluxos dessa realidade e reconhece-la de forma exclusivamente imediata.
Assim, embora se reconheça o Homem como medida de todas as coisas, a
universalidade do conhecimento do mundo, exigência lógica da ciência na perspectiva do
grande sistemático dessa forma de compreensão, Aristóteles, requer que se encontre as
identidades nos objetos, na exterioridade, isto é, somente a coincidência da razão humana
com a exterioridade (em que esta se impõe àquela como única verdade) pode ser considerada
um saber:
A verdade da ciência há de ser geral (universal), no pensar de Aristóteles. Essa
característica da verdade científica está do lado da realidade, do objeto conhecido. O que se
afirma de um fenômeno tem de ocorrer em todos da mesma espécie. O racional
tem de estar em todos os indivíduos da espécie humana. Só assim a proposição
‘o homem é racional’ é uma proposição verdadeira, isto é, expressa o que está no
intelecto como coincidente com o objeto10
Ou, na formulação mais conhecida que nos foi legada por Tomás de Aquino: adequatio
intellectus et rei (adequação da coisa com o intelecto).11 É, aliás, o próprio Aristóteles quem, em
seu “Da interpretação”, admite que a verdade é, em síntese, uma espécie de correspondência
com a realidade que se impõe ao filósofo.12 Ainda acompanhando a interpretação de Salgado,
é justamente na esplendorosa metafísica tomásica que teria se encerrado o período de maior
vigor da Metafísica do Objeto, na inflexão que realizou o sujeito cognoscente para dentro de
8 “Na Metafísica do Objeto, o homem ocidental está preocupado com conhecer a realidade externa, em criar
definitivamente a ciência com a descoberta da razão demonstradora (episteme).” (SALGADO, Joaquim Carlos.
Op. Cit., 2018, p. 12, grifos do original).
9 Cf. o capítulo de SALGADO, Karine. Ilustração e Dignidade Humana. In: HORTA, José Luiz Borges &
SALGADO, Karine. História, Estado e idealismo alemão. Belo Horizonte, Editora UFMG, 2017.
10 SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 19, grifos nossos.
11 ibidem, p. 20.
Madrid: Aguillar, s/d, p. 255 apud SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 21.
3
13 SALGADO, Joaquim Carlos. Op. Cit., 2018, p. 243, grifos nossos e do original.
14 ibidem, p. 244.
15 ibidem, p. 245, grifos do original.
16 “’concebo mentalmente um corpo projetado num plano horizontal e livre de qualquer obstáculo’. Não se
trata de observar um corpo em movimento sem qualquer obstáculo, mas de conceber o fato no puro pensar, e
de pô-lo como regente de todo movimento mecânico.” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 247).
17 SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 246, grifos do original.
18 Se, no plano filosófico, a Metafísica do Sujeito deve ser reconhecida como esse ponto de inflexão em sentido
ao reconhecimento da liberdade do Homem, não devemos nos olvidar de perceber, com Weber, a importância
central do desenvolvimento da “Ética protestante” como condicionante, possibilitadora da consciência da
liberdade do sujeito no plano religioso e social (portanto, cultural) – esse sujeito que agora não mais depende
da tradição da Igreja de Roma para se conectar com o Deus, realizando tal feito diretamente por meio da
4
Escritura (agora traduzida para os idiomas locais). Cf. WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo.
São Paulo: Martin Claret, 2016.
19 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §8.
21 SALGADO, Joaquim Carlos. A ideia de justiça em Kant: seu fundamento na liberdade e na igualdade. Belo
23 SALGADO, Joaquim Carlos. A ideia de justiça em Kant: seu fundamento na liberdade e na igualdade. 3ª ed.
mas [...] no pensar; não no objeto, mas no sujeito” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 1995, p. 145).
26 SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 9, grifos do original.
27 Ibidem, p. 27.
O espaço para Kant, leciona Salgado, não é uma determinação das coisas, posto que
não subsistiria sem as condições subjetivas da intuição. Não poderia, assim, ser algo que
pertencesse às coisas, pois, se o fosse, não seria intuído independentemente da sua
existência.29 A crítica hegeliana à noção do espaço como intuição a priori é feroz e
rigorosamente levada em termos lógicos, merecendo ser vista por inteiro:
A finitude espacial do mundo [em Kant] é posta de modo apagógico; ‘este se
encontraria, com isso, em um vazio espaço ilimitado e teria uma relação com ele;
mas uma tal relação do mundo com nenhum objeto é nada’. [...] o que deveria ser
provado está aqui diretamente pressuposto na prova. Diretamente, assume-se que
o mundo espacial limitado deveria se encontrar em um espaço vazio e deveria ter
uma relação com ele, quer dizer, que seria preciso ir além dele, – por um lado,
para o vazio, para o além e para o não ser dele, mas, por outro lado, que ele estaria,
com isso, na relação, isto é, continuar-se-ia nela; o além, com isso, precisaria ser
representado como preenchido com uma existência do mundo. A infinitude do
mundo no espaço, que é afirmado na antítese, não é outra coisa do que, por um
lado, o espaço vazio, por outro, a relação do mundo com ele, quer dizer,
continuidade do mesmo nele, ou seja, o preenchimento do mesmo; contradição a
qual – o espaço, ao mesmo tempo, como vazio e, ao mesmo tempo, como
preenchido – é o progresso infinito da existência no espaço. Essa própria
contradição, a relação do mundo com o espaço vazio, tornou-se diretamente base
na prova.30
Similarmente, o tempo não poderia, leciona Salgado a respeito da perspectiva
kantiana, ser uma coisa em si, exterior, ou uma qualidade ou relação das coisas mesmas (no
noumenon). Se assim fosse, não seria dado antes da experiência das próprias coisas, nem
tampouco poderia ser intuído a priori por proposições sintéticas. Se, no entanto, o
tomássemos como condição subjetiva em que se dão todas as intuições, poderíamos intuí-lo
a priori antes da experiência das coisas. O tempo, assim, seria condição a priori de todos os
fenômenos, distinguindo-se do espaço, que é condição apenas dos fenômenos externos.
Como todas as representações seriam submetidas ao estado interior do espírito, submetendo-
se, assim, às condições formais dos fenômenos internos, o tempo seria condição geral para
todas elas.31 Novamente a crítica hegeliana é contundente e merece ser visitada:
Na verdade, o tempo [para Kant] é quantidade pura; o ponto de tempo utilizado na
prova, na qual ele deveria ser interrompido, é, antes, apenas o ser para si que se
suprassume a si mesmo do agora. A prova fornece nada mais do que ela torna
representável o limite absoluto afirmado na tese como um ponto de tempo dado e
justamente o assume como ponto consumado, isto é, abstrato, – uma
determinação popular, a qual o representar sensível deixa passar facilmente como
um limite, com isso, deixa valer na prova como assunção o que antes foi
estabelecido como o que precisa ser provado. [...] Essa prova apagógica contém,
como as outras, a afirmação direta e não provada daquilo o que ela deveria provar.
Ela assume primeiro, de fato, um além da existência [Dasein] do mundo, um
tempo vazio, mas, depois, a existência do mundo igualmente continua também
para além de si para dentro deste tempo vazio, por isso, suprime-o [aufhebt] e
importância e, porque não dizer, necessidade da Cultura e da História não como a priori, mas como
determinantes (não no sentido de Destino inevitável, mas de Destino como tarefa): “Cada um é filho de seu
povo e, igualmente, filho de seu tempo [...] Ninguém fica atrás de seu tempo e, muito menos, o ultrapassa”
(HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Filosofia da História. Trad. Maria Rodrigues e Hans Harden. 2ª ed. Brasília:
Editora UnB, 1999, p. 50). Ou, no dizer de HORTA, José Luiz Borges. Entre o Hegel Racional e o Hegel Real.
In: HORTA, José Luiz Borges & SALGADO, Karine. Op. cit., 2017, p. 61, grifos do original: “Filosofar implica
uma nostalgia do que Hegel chama, na esteira romântica, de bela totalidade ética grega: um tempo mágico e mítico
da filosofia, no qual ética e política pertenciam a um mesmo universo, assim como o cidadão e a pólis, a moral
e a religião, o material e o espiritual, o humano e o divino. Essa tarefa tornou-se particularmente ingrata desde
a fragmentação analítica dos saberes filosóficos levada a cabo pelo projeto kantiano de cientifização da filosofia
e a centralidade ocupada no pensamento kantiano pela separação entre o homem que conhece e o homem que
age, entre razão pura teórica e razão pura prática, entre ser e dever ser”.
35 Da dialética da determinação recíproca do finito e do infinito resulta o infinito verdadeiro ou afirmativo como
unidade do infinito e do finito, no qual o finito não é mais real, mas ideal. O infinito afirmativo é a realidade
em sentido elevado. (IBER, Christian. Introdução. In: HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2016, p. 11).
8
mau infinito, de cada determinidade apreendida por ele. [...] No que inicialmente
concerne ao verdadeiro quantum infinito, ele se determinou como infinito nele
mesmo; ele é isso, na medida em que, como resultou, o quantum finito ou o
quantum em geral e seu além, o mau infinito, estão de igual maneira
suprassumidos.36
O indivíduo transcendental, assim, é uma infinita particularidade que queda incapaz
de movimentar-se em sentido à suprassunção no momento posterior, o do nós, da Cultura
intersubjetivamente e tradicionalmente determinada.37 Assim, da origem a algo que se poderia
chamar, não sem uma forte contradição de termos, por uma espécie de “cultura
individualista” já denunciado por Karine Salgado, segundo a qual “o fortalecimento do
individualismo, por meio do depósito das questões morais e religiosas na convicção de cada
um, enfraquece a ideia de fins comuns, compartilhados com toda a sociedade. Dois extremos
se configuram: o absolutismo estatal e o absolutismo individual”.38 Prova desse movimento
é a expressão de Diderot sobre o ideal de homem ilustrado: “um filósofo que deixa de lado
o preconceito, a tradição, o antigo, o consenso universal e a autoridade, em poucas palavras,
tudo o que subjuga o entendimento e se atreve a pensar por si mesmo”.39
Isto é ternura demais para com o mundo: afastar dele a contradição, pelo
contrário, transferi-la ao espírito, à razão e, nisso, deixá-la subsistir não dissolvida.
De fato, é o espírito que é tão forte para poder suportar a contradição, mas ele é
também aquele que a sabe dissolver. Mas o assim chamado mundo (queira ele
dizer mundo objetivo, real, ou, conforme o idealismo transcendental, intuir
subjetivo e sensibilidade determinada pela categoria do entendimento) em
nenhuma parte está dispensado, por causa disto, da contradição, mas não é capaz
de suportá-la e por causa disto está exposto ao surgir e ao perecer.40
Mas voltemo-nos à Metafísica do Sujeito enquanto sua contribuição essencial ao
movimento dialético da própria metafísica (no momento da particularidade) e, com ela, da
consciência da liberdade do homem. O giro antropocêntrico empreendido por esse
momento constitui uma significativa mudança de perspectiva, à medida em que coloca o
homem em primeiro plano, permitindo a maior consciência da ideia de liberdade que,
segundo Karine Salgado, se encontrava apenas de forma latente nos momentos anteriores à
Ilustração, para percebermos, com ela, que:
O processo de secularização é fundamental nesse tema. Ele desmistifica a
natureza e desvincula de modo radical ciência e ética. [...] As questões éticas
39 DIDEROT, Denis. Oeuvres completes. Paris: Assézat-Tourneux, v. XIV apud TZVETAN, Todorov. El espíritu
buscam apoio na vontade livre, o que abre as portas para a construção de uma
nova realidade, apartada da natural, segundo suas próprias determinações. 41
A liberdade em Kant é profundamente legatária do individualismo ilustrado, ou seja,
não é liberdade no ou para, mas liberdade do sujeito. Quando ela é apresentada, na Crítica da
Razão Pura, o é como espontaneidade, ou seja, como “causa incausada” – só possível,
portanto, no indivíduo transcendental infenso a qualquer determinação externa. Erige-a,
então, como autodeterminação em face da universalidade da Razão, isto é: “livre é aquele
que não se determina por nada exterior, é aquele que se autodetermina. [...] A noção de
autonomia leva, assim, a considerar como ser livre somente aquele que se determina por sua
própria razão, ou, no dizer de Kant, aquele cuja máxima de ação pode ser erigida a lei
universal”.42
Assim emerge o problema da moral no indivíduo transcendental, posto que esse
indivíduo é capaz, nessa perspectiva, de por sua razão e a partir da revelação da estrutura do
seu eu transcendental, conhecer não apenas a ciência dos fenômenos, como vimos até aqui,
mas também a moralidade das ações. Ou seja, é capaz de autodeterminar sua liberdade
racionalmente no sentido do agir universalmente correto do ponto de vista moral.43
Que a razão ou o sujeito transcendental é a única alternativa que resta para a
fundamentação a priori da moral [...] é questão que para Kant ficou resolvida na
Crítica da Razão Pura, que mostrou não haver possibilidade de outro objeto que
não seja o dado nos sentidos, eliminando a possibilidade do conhecimento de um
objeto ideal. De qualquer modo, a confusão entre matéria e forma nunca ocorre
no idealismo transcendental, visto que a forma se refere sempre ao sujeito
transcendental (não psicológico) e não à coisa, seja enquanto considerada como
um dado das sensações, seja enquanto considerada em si mesma, mas externa ao
sujeito.44
Se, na perspectiva kantiana, a experiência sensível na natureza é a fonte de toda
verdade – posto que nenhum conhecimento se dá no homem senão a partir dos estímulos
que a sensibilidade oferece como objeto a ser pensado –; quando se trata de conceber a lei
moral, essa mesma experiência é fonte apenas de aparências, cabendo apenas à racionalidade
pura a faculdade de realizar tal operação.45
Se podemos falar em um otimismo na Ilustração, ele está no próprio homem, na
sua capacidade de conhecer, agir, construir a sua realidade. No mundo da cultura,
da obra humana, essa autoconfiança faz com que ele não se contente apenas em
dizer como as coisas devem ser, mas também como ele próprio deve ser
[destaque-se: universalmente]. O homem, então, torna-se objeto e projeto de si
mesmo.46
44 Ibidem, p. 165.
45 Ibidem, p. 142.
53 “A consciência natural vai mostrar-se como sendo apenas conceito do saber, ou saber não real. Mas enquanto
se toma imediatamente por saber real, esse caminho tem, para ela, significação negativa: o que é a realização do
conceito vale para ela antes como perda de si mesma, já que nesse caminho perde sua verdade. Por isso esse
caminho pode ser considerado o caminho da dúvida [Zweifel] ou, com mais propriedade, caminho de desespero
[Verzweilflung]; pois nele não ocorre o que se costuma entender por dúvida: um vacilar nessa ou naquela pretensa
verdade, seguido de um conveniente desvanecer-de-novo da dúvida e um regresso àquela verdade, de forma
que, no fim, a Coisa seja tomada como era antes” (HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §78).
54 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §74.
chegada é o novo, ou renovado, pelo momento que lhe antecede. Assim, o momento do universal abstrato,
confrontado pela particularidade, eleva-se ao plano do universal concreto – e universal concreto e universal abstrato
definitivamente não constituem o mesmo fenômeno. A unidade, confrontada pela diferença, ressurge como
unidade da unidade e da diferença, e não apenas como unidade da unidade não diferente. A identidade, confrontada pela
diversidade, cede lugar à identidade da identidade e da diversidade.” (HORTA, José Luiz Borges. Op. cit., 2017, p. 63-
64).
61 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2016, p. 350.
14
próprio conteúdo de pensar e não de sua abstrata forma, é ela a própria metafísica, isto é, a Filosofia
especulativa, que se caracteriza como a filosofia da totalidade (...).” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 1996,
p. 87).
65 “A denominação ‘consciência’ lança ainda mais a aparência de subjetividade sobre o mesmo do que a
expressão pensar, o qual aqui, todavia, tem de ser tomado no sentido absoluto como pensar infinito, como não
preso à finitude da consciência, dito brevemente, como pensar como tal.” (HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich.
Op. cit., 2016, p. 66).
66 “A Fenomenologia como ciência que estuda a relação do sujeito com o objeto no processo de conhecimento é
a ciência da experiência da consciência nos seus momentos de determinação, pelos quais a diferença entre
sujeito e objeto é superada. Assim, o saber se processa na relação sujeito-objeto, estudada na Fenomenologia, que
se refere ao sujeito, à consciência.” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 1996, p. 86).
67 “É interessante notar que na concepção de Aristóteles está o conceito dialético (portanto filosófico) de
verdade formulado por Hegel: o momento imediato, em si, do saber, que é a certeza do sujeito, e o momento
objetivo desse conhecimento, a verdade do objeto, cuja unidade é a efetividade (Wirklichkeit).” (SALGADO,
Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 20, grifos do original).
68 “O caminho filosófico que leva à Ciência da Lógica, portanto ao sistema, é traçado por dois vetores
fundamentais: a história, na qual o Espírito se revela e se mostra nas filosofias precedentes a Hegel, e a
experiência da consciência, através da qual se supera o dualismo entre o sujeito e o objeto, chegada da filosofia
ocidental.” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 1996, p. 33).
69 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §73.
15
inafastável, mas como determinidade cultural de seus fins próprios – especialmente o fim
lógico da essência, que é o de dar-se à consciência:70
Entretanto o saber tem sua meta fixada tão necessariamente quanto a série do
processo. A meta está ali onde o saber não necessita ir além de si mesmo, onde a
si mesmo se encontra, onde o conceito corresponde ao objeto e o objeto ao
conceito. Assim, o processo em direção a essa meta não pode ser detido, e não se
satisfaz com nenhuma estação precedente.71
Outrossim, a Metafísica do Absoluto retoma, do “medo da verdade” legado pelo
cepticismo, o negativo como negação determinada, como conhecimento e, portanto, meio
para o aprofundamento (ou, melhor, suprassunção) da consciência em uma nova consciência,
mais certa de si:
A consciência natural tem geralmente uma visão unilateral assim, sobre esse
movimento. Um saber, que faz dessa unilateralidade a sua essência, é uma das
figuras da consciência imperfeita [...]. Trata-se precisamente do cepticismo, que
vê sempre no resultado somente o puro nada, e abstrai de que esse nada é
determinadamente o nada daquilo que resulta. Porém o nada, tomado só como o
nada daquilo donde procede, só é de fato o resultado verdadeiro: é assim um nada
determinado e tem um conteúdo. O cepticismo que termina com a abstração do nada
ou do esvaziamento não pode ir além disso, mas tem de esperar que algo de novo
se lhe apresente [...] para jogá-lo no abismo vazio. Porém, quando o resultado é
apreendido como em verdade é – como negação determinada –, é que então já
surgiu uma nova forma imediatamente, e se abriu na negação a passagem pela
qual, através da série completa das figuras, o processo se produz por si mesmo. 72
E segue, no percurso de seu Destino, que é o de reconciliação e suprassunção de
todas as cisões no momento da Filosofia Especulativa, por meio de uma consciência que não
é mais mero sujeito determinado, ou muito menos indivíduo transcendental particularizado,
mas consciência que se move em sua própria dialética, que distingue algo de se mesma para,
ao mesmo tempo, relacionar-se com ele. Que é o Eu e é o Outro e, sobretudo, é o Nós, nas
identidades e nas diferenças.73 E que, em seu movimento, estabelece os momentos para-si e
para-o-Outro, fazendo-se em-si-para-si, e em-si-para-Outro, e, portanto, verdade de si
70 “[...] com base na dialética hegeliana, [...] pode-se afirmar que se dá uma superação dessas duas certezas (cada
uma com sua verdade abstrata) pela conversão dessa cisão numa unidade, a partir do conceito de unidade da
própria realidade, que não é algo separado em essência e aparência, como se esta (a aparência) fosse apenas um
engano sobre a realidade, mas uma unidade que se mostra como verdade concreta nos dois momentos, essência
e aparência. Quer-se dizer que o real não é apenas o que dele aparece ou o que nele se oculta; não é a essência
abstrata ou separada com a eliminação da aparência, nem a aparência dada empiricamente nos sentidos sem
consideração da essência, pois a aparência é o próprio modo de por-se o real na existência, o modo de a essência
mostrar-se na existência, como aparência. É da essência da essência aparecer, como diz Hegel. Ao dar-se na
existência, contudo, o real se mostra como racional na forma de ser para, vale dizer, para uma consciência. Eis
como a dialética da essência e da aparência se torna complexa e se desenvolve como dialética do espírito. O
real é assim a unidade da essência e da existência, ou seja, da essência e da aparência. Enfim, para Hegel, o
verdadeiro é a unidade da consciência e da coisa a ela oposta, do sujeito e do objeto, como procurou mostrar
na Fenomenologia do Espírito.” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, pp. 29-30, grifos do original).
71 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §80.
72 Ibidem, §79.
74 Ibidem, §84.
75 Ibidem, §85.
76 “como resultado da sequência das figuras da consciência, no qual a oposição da consciência do sujeito e do
objeto se unificou numa unidade do conceito e do ser e, com isso, estabelece o âmbito do pensar puramente
conceitualizante.” (IBER, Christian. Introdução. In: HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2016, p. 8-9).
77 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §87.
78 SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, pp. 39-40, grifos do original. Ver também, a esse respeito, VAZ,
Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia VI: ontologia e história. São Paulo: Ed. Loyola, 2001, p. 247-
248).
79 “Diferentemente do ser puro, o ser aí está determinado e sua determinidade, tomada como determinidade
que é, é qualidade, que, por sua vez, distingue-se em realidade e negação. Na medida em que esta diferença no
ser aí está negada e suprassumida, o ser ai é o que é aí, ou seja, o algo como primeira negação da negação. Frente
ao algo se afirma um outro, que é ele mesmo algo. Algo e outro são, em primeiro lugar, ambos algo e, em
segundo lugar, ambos outros um para o outro. Em terceiro lugar, sua alteridade tem que, portanto, também ser
17
A experiência que a consciência faz sobre si mesma não pode abranger nela,
segundo o seu conceito, nada menos que o sistema completo da consciência ou o
reino total da verdade do espírito. Seus momentos se apresentam assim nessa
determinidade peculiar, de não serem momentos abstratos ou puros, mas sim, tais
como são para a consciência ou como a mesma aparece em sua relação para com
eles; por isso os momentos do todo são figuras da consciência. A consciência, ao
abrir caminho rumo à verdadeira existência, vai atingir um ponto onde despojará
de sua aparência: a de estar presa a algo estranho, que é só para ela, e que é como
um outro. Aqui a aparência se torna igual à essência, de modo que sua exposição
coincide exatamente com esse ponto da ciência autêntica do espírito. E,
finalmente, ao apreender sua verdadeira essência, a consciência mesma designará
a natureza do próprio saber absoluto. 80
É a partir da consciência de si que se reconhece em outra consciência de si, ambas
distintas e semelhantes, partícipes no Todo da Cultura (consciência objetiva) e capazes, até
mesmo, de designar a natureza do saber absoluto que o movimento do “eu, o sujeito do
cogito e do sum, deve avançar como consciência de si até alcançar o momento da razão, na
expressão de Hegel, já então no momento do Espírito como sujeito de um cogitamos, em
que pensar e ser (cogito e sum) se assumem numa unidade”.81
A reflexão é negação absoluta, isto é, interna; o oposto não nega para ir em frente
e abandonar o negado, mas refletidamente, nega para, como diferente, voltar ao
idêntico e, com isso – no movimento de reflexão, que é divisão, mas ao mesmo
tempo, mediação para a volta – encontrar a verdade do processo, ou seja, a
totalidade ou unidade. Essa reflexão é um momento necessário e não contingente
como na reflexão abstrata da separação dos termos opostos. É necessária porque
é interior ao real.[...] Colher o real como existência, portanto como o situado no
tempo e no espaço, e o logos, o racional como essência, portanto o exigido como
o necessário é o que se pode denominar ideia, único modo de compreender a
história, que só o homem produz ou constrói, portanto [...] como fenômeno
histórico-cultural.82
Não há mais a mera subjetividade, mas uma subjetividade consciente, isto é, sabedora
de seu pertencimento no tempo e no espaço – isto é, na História e na Cultura – e, a partir
disso, é ainda uma consciência que se encontra com outras consciências (igualmente
histórico-culturais) formando novas consciências, tanto do ponto de vista subjetivo (uma
consciência que se encontrou com outra consciência será sempre mais plena e sabedora de
si mesma) quanto do ponto de vista objetivo (o encontro de consciências forma uma nova
consciência, não mais meramente subjetiva, mas objetiva, pois intersubjetiva, compartilhada,
formadora de uma cultura que é pura realidade efetiva), para a qual a linguagem é um dos
elementos centrais.
Se a linguagem veicula a exteriorização do logos ou substância interior, para
constituir o nós hegeliano, com isso instaurando o que Hegel denomina razão,
pensada como o outro em relação a si mesmo ou o outro de si mesmo. A partir do outro autorrelacionante,
que a partir de si mesmo se volta contra si, resulta, diferentemente do algo simples original, o algo idêntico a si
mesmo, que se distingue do seu ser outro.” (IBER, Christian. Op. cit., 2016, p. 10-11).
80 HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Op. cit., 2014, §89.
82 Ibidem, p. 10.
18
significa que o ser humano se põe como ser corpóreo no mundo externo e que
essa exterioridade necessita, para que se torne unidade, do elemento também
exterior de ligação, a linguagem. Essa é assumida no conceito de razão, porém
como elemento negador da interioridade do pensar para tornar possível o
reconhecimento do outro e, assim, instaurar o nós.83
É pelo movimento das consciências subjetivas em direção à consciência objetiva, ou
das particularidades à universalidade concreta – esse movimento que a Metafísica do Sujeito
inconscientemente inibiu – que se vislumbra um momento mais consciente do todo em seu
próprio desenvolvimento: “O verdadeiro é o todo. Mas o todo é somente a essência que se
implementa através de seu desenvolvimento. Sobre o absoluto, deve-se dizer que é
essencialmente resultado; que só no fim é o que é na verdade”.84
Ou, nos dizeres de Salgado, “A verdade é, então, todo o processo genético da própria
realidade, na qual há um sentido racional, vez que essa realidade só é verdade na esfera do
Espírito, ou da Cultura, que assume a própria natureza”.85
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Agora parece haver necessidade do contrário: o sentido está tão
enraizado no que é terreno, que se faz mister uma força igual
para erguê-lo dali. O espírito se mostra tão pobre que parece
aspirar, para seu reconforto, ao mísero sentimento do divino em
geral – como um viajante no deserto anseia por uma gota
d’água. Pela insignificância daquilo com que o espírito se
satisfaz pode-se medir a grandeza do que perdeu.
Até aqui procuramos desenvolver, em sede de brevíssimas considerações sobre uma
possível História da Metafísica (em sentido dialético-especulativo), os seus momentos – que
não são nem excludentes, nem tampouco estanques –; isto é, tentou-se perceber na História,
como propôs Hegel, uma racionalidade interna e um fim/telos (ainda que provisório, vez que
a processualidade histórica não pode ser detida ou impedida – nem, jamais, desejaríamos uma
tal barbárie)86.
Assim, partimos da universalidade abstrata de uma Metafísica do Objeto que, ao
longo de mais de 2000 anos cuidou de buscar compreender um objeto (externo) que se
86 “Aliás, a substância vive é o ser, que na verdade é sujeito, ou – o que significa o mesmo – que é na verdade
impunha contra qualquer sujeito (exceto, por vezes, Deus; às vezes, é certo, até mesmo
contra Ele), determinando, essencialmente, uma realidade absolutamente independente de
ou mesmo sem sujeitos. O absoluto se mostrava como absoluto determinante, como
suprema imposição desse absoluto às subjetividades carentes de consciência de sua própria
liberdade – mas já participantes nela, vez que eram também, e para outros, essa potência
determinante.
O dar-se à consciência do cogito cartesiano inauguraria o momento seguinte, de uma
Metafísica do Sujeito que teria por seu ponto de cumeada inconteste o rigor da Filosofia
Transcendental kantiana. O cuidado e zelo (ou seria, de fato, medo?) do cepticismo e a
arrogância subjetivista do racionalismo renderiam um encastelamento do sujeito em si
mesmo, da subjetividade no formalismo lógico de seu próprio pensamento, no momento da
particularidade mais extrema que só o constructo do indivíduo poderia perfeitamente
representar. O absoluto se mostra como sujeito particular que se creu desvencilhar de toda
determinidade – que se pretendeu livre de sua própria História (tempo) e de sua própria
Cultura (espaço), que residiriam somente na sua pura razão; as consciências individuais
tiveram a primeira consciência efetiva de sua liberdade, mas somente a liberdade para ser
consigo mesma idêntica a si (na insistência na particularidade) ou regressar à universalidade
abstrata (por meio do universalismo formal e homogeneizante).
Kant dá esse conceito das antinomias, que elas não são artifícios sofísticos, mas
contradições, contra as quais a razão necessariamente precisa se chocar (conforme
expressão kantiana), – o que é uma visão importante. – “Pela aparência natural
das antinomias, a razão, com efeito, não é mais enganada, quando ela compreende
seu fundamento, mas sempre ainda iludida”. [B 449] – a dissolução crítica
precisamente pela assim chamada idealidade transcendental do mundo da
percepção não tem outro resultado além de tornar o assim chamado conflito algo
subjetivo, em que ele ainda permanece sempre a mesma aparência, quer dizer, não
dissolvido como antes. A dissolução verdadeira delas pode apenas consistir no
fato de que duas determinações, enquanto elas estão contrapostas e são
necessárias a um único e mesmo conceito, não podem valer na unilateralidade
delas, cada uma por si, mas elas têm sua verdade apenas no seu ser suprassumido,
na unidade do seu conceito.87
Seria o brilhantismo do idealismo alemão e, em especial, de seu ponto mais alto, na
Filosofia Especulativa de Hegel, quem se imporia a tarefa de atravessar o deserto da
individualidade em busca de outras subjetividades nas quais pudesse se reconhecer.
Inauguraria o que aqui denominamos Metafísica do Absoluto, ou seja, o momento de uma
realidade que é real e efetiva porque é racional e é racional e pensável porque é real e efetiva,
e que se constrói intersubjetivamente no momento da Cultura88 e por meio da História.
O conceito [de verdade], que semanticamente tem a força do ver pela luz com os
olhos do corpo, ser testemunha ocular, implica uma confiabilidade incontestável
no sentido da visão. Passa, porém, figurativamente, a significar um ver do
intelecto, do logos, e, quando expresso pelo id (ideia), é o ver do logos no plano do
nous.89
É o momento, portanto, em que o Absoluto se mostra como universalidade concreta,
como sujeito determinante e determinado, livre como autor e como partícipe da empreitada
humana, todo que é parte e parte que é todo. A verdade que se impõe não apenas como o
idêntico a si ou o absolutamente diferente, mas como a identidade do igual e do diverso, no
entusiasmo da singularidade.
“E se Deus tivesse feito a realidade assim, assim, assim... (em
ziguezague) e não tão certinha como você a encontra? Galileu
respondeu sem dificuldade: Se Deus tivesse feito a realidade
assim, assim, assim... (fez o mesmo movimento que o Cardeal)
teria feito a nossa inteligência assim, assim, assim...
(ziguezagueando com o indicador), para conhece-la.” 90
88 “Ainda que a cultura fosse produzida pela natureza, uma vez produzida, a cultura constitui um momento
autônomo da realidade como um todo. Uma vez produzida, a cultura tem seu próprio movimento, dentro de
suas próprias leis.” (SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 3).
89 SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit., 2018, p. 20, grifos do original e acréscimos nossos.
90 Descrição de trecho da peça “Galileu Galilei” de Bertold Brecht, em SALGADO, Joaquim Carlos. Op. cit.,
2018, p. 23.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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University of California Press, 2011.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Ciência da lógica: 1. A doutrina do ser. Trad. Christian
Iber, Marloren Miranda e Frederico Orsini. Petrópolis: Vozes, 2016.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Fenomenologia do Espírito. Trad. Paulo Meneses. 9ª ed.
Petrópolis: Vozes, 2014.
HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. Filosofia da História. Trad. Maria Rodrigues e Hans Harden. 2ª ed.
Brasília: Editora UnB, 1999, p. 50
HORTA, José Luiz Borges & SALGADO, Karine. História, Estado e idealismo alemão. Belo
Horizonte, Editora UFMG, 2017.
SALGADO, Joaquim Carlos. A ideia de justiça em Hegel. São Paulo: Edições Loyola, 1996.
VAZ, Henrique Cláudio de Lima. Escritos de Filosofia VI: ontologia e história. São Paulo: Ed. Loyola,
2001.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Martin Claret, 2016.