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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE ENGENHARIA
ENGENHARIA DE CONTROLE E AUTOMAÇÃO
ENGENHARIA ELÉTRICA

DIEGO SILVEIRA FONSECA


DOUGLAS PEREIRA ALVES
LUIZ GONZAGA FERREIRA NETO
SHAYENE KARLA MARQUES CORRÊA
THIAGO SILVA CÂNDIDO

IMPLEMENTAÇÃO DO CONVERSOR BOOST COM


CONTROLE DE RASTREAMENTO DO PONTO DE
MÁXIMA POTÊNCIA APLICADO A GERADORES
TERMOELÉTRICOS

Goiânia
2015
DIEGO SILVEIRA FONSECA
DOUGLAS PEREIRA ALVES
LUIZ GONZAGA FERREIRA NETO
SHAYENE KARLA MARQUES CORRÊA
THIAGO SILVA CÂNDIDO

IMPLEMENTAÇÃO DO CONVERSOR BOOST COM CONTROLE DE


RASTREAMENTO DO PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA APLICADO A
GERADORES TERMOELÉTRICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


à Pontifícia Universidade Católica de Goiás,
como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do Grau de Bacharel em Engenha-
ria de Controle e Automação e Engenharia
Elétrica.

Orientador: Me. Carlos Alberto Vasconcelos


Bezerra

Goiânia
2015
DIEGO SILVEIRA FONSECA
DOUGLAS PEREIRA ALVES
LUIZ GONZAGA FERREIRA NETO
SHAYENE KARLA MARQUES CORRÊA
THIAGO SILVA CÂNDIDO

IMPLEMENTAÇÃO DO CONVERSOR BOOST COM CONTROLE DE


RASTREAMENTO DO PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA APLICADO A
GERADORES TERMOELÉTRICOS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à


Pontifícia Universidade Católica de Goiás,
como parte dos requisitos necessários para a
obtenção do Grau de Bacharel em Engenharia
de Controle e Automação e Engenharia
Elétrica. Sob a orientação do Professor Me.
Carlos Alberto Vasconcelos Bezerra.

Aprovado em: ____ de ____________ de _____.

BANCA EXAMINADORA

________________________________________
Prof. Me. Carlos Alberto Vasconcelos Bezerra
Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC-GO

________________________________________
Prof. Me. Charles dos Santos Costa
Pontifícia Universidade Católica de Goiás – PUC-GO

________________________________________
Prof. Dr. Ézio Fernandes da Silva
Instituto Federal de Goiás – IFG

Goiânia
2015
Dedicado aos nossos pais.
Agradecimentos

Agradecemos primeiramente a Deus, que nos deu a capacidade de aprender e a força e


coragem para irmos mais além.

Agradecemos aos nossos pais, que sempre apoiaram nossas escolhas, nunca deixaram de
nos incentivar e de tentar nos entender nos momentos mais difíceis.

Ao nosso orientador Prof. Me. Bezerra, cujo papel foi imprescindível para o
desenvolvimento deste trabalho, pois nos ensinou muito além da Engenharia, através de
sua paciência e esforço para realizar sempre o melhor.

Aos professores: Ênio Filho e Priscilla Juá.

À amiga: Vitória Regina Lago Lacerda.

Aos nossos colegas, pelo companheirismo, bom humor e disposição.


Resumo

A questão da busca de fontes alternativas de produção de energia há muito deixou de ser


um sonho de idealistas. Já é uma realidade concreta e confiável, sendo visível em muitos
países. O presente trabalho faz um estudo sobre os geradores termoelétricos implementados
por um conversor CC-CC, do tipo Boost, com ciclo de trabalho controlado por um
microcontrolador da plataforma ARDUINO® que executa o algoritmo de rastreamento do
ponto de máxima potência através do método Perturbe e Observe (P&O).

Para análise, é discorrida uma breve conceituação sobre conversores CC-CC, apresentando
outros modelos e suas características. Também é apresentada a importância do Driver e
exemplificados dois métodos de controle de rastreamento do ponto de máxima potência.
O projeto do conversor, das placas auxiliares e do controlador, bem como as simulações
para comprovação da metodologia, são descritos minuciosamente. Os ensaios realizados
revelaram que o método de controle foi capaz de rastrear e alcançar a máxima potência
do modelo proposto de termogerador.

Palavras-Chave: Termogerador, MPPT, Pertube e Observe, Conversor, Eletrônica de


Potência.
Abstract

The search for alternative sources of producing energy has for long left being just some
idealists’ dream. It’s already a concrete and reliable reality, as seen in many countries.
The following work is a study on thermoelectric generators implemented by a DC-DC
converter, Boost type, with duty cycle controlled by an ARDUINO® microcontroller that
executes a tracking algorithm to the point of maximum efficiency through Perturb and
Observe (P&O) method.

For the analysis, it’s briefly broach the concept of DC-DC converters, displaying other
models and its features. It’s also presented the importance of the Driver and exemplified
two methods of maximum power tracking control. The design of the converser, the aiding
boards and the controller, as well as the simulations that justify the methodology, are
thoroughly descript. The essays performed revealed that the method for controlling was
able to track and reach the maximum power of the proposed model of thermogenerator.

Key-words: Thermogenerator, MPPT, Perturb and Observe, Converter, Power Electronics.


Lista de ilustrações

Figura 1 – Configuração típica de um modelo termoelétrico. . . . . . . . . . . . . 20


Figura 2 – Configuração do par termoelétrico. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Figura 3 – Termopar formado pelas junções “P” e “N”. . . . . . . . . . . . . . . . 22
Figura 4 – Proposta de circuito equivalente de um módulo termoelétrico para o
estado estacionário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
Figura 5 – Modulação por largura de pulso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 6 – Espectro de Sinal PWM. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
Figura 7 – Exemplos de forma de onda, variando a largura do pulso e consequente-
mente o Duty Cycle. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Figura 8 – Conversor BUCK. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Figura 9 – Conversor BOOST. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Figura 10 – Conversor BUCK-BOOST. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
Figura 11 – Modo de condução do MOSFET/IGBT. . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Figura 12 – Gráfico de subida de MOSFETs e IGBTs. . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 13 – Gráfico de descida de MOSFETs e IGBTs. . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Figura 14 – Perdas durante o tempo de descida. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
Figura 15 – Driver implementado no conversor Boost. . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Figura 16 – Fluxograma do Algoritmo Perturbe e Observe. . . . . . . . . . . . . . . 40
Figura 17 – Fluxograma do Algoritmo Condutância Incremental. . . . . . . . . . . 42
Figura 18 – Representação do circuito completo, utilizando o simulador Proteus®. . 43
Figura 19 – Simulação da ligação do TEG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Figura 20 – Circuito do TEG. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Figura 21 – Experimento feito por Hall que mostra o aparecimento de uma tensão
transversal (VH) quando submetido a um campo magnético (H). . . . . 46
Figura 22 – Sensor ACS712ELCTR-30-A-T, de corrente baseado no Efeito Hall. . . 46
Figura 23 – Representação do sensor ACS712ELCTR-30-A-T no Proteus®. . . . . . 47
Figura 24 – Esquema do Sensor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Figura 25 – Esquema do Driver. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Figura 26 – Controlador ARDUINO®. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Figura 27 – Modelagem do Boost. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Figura 28 – Curva de potência x Corrente com ∆T de 100°. . . . . . . . . . . . . . 52
Figura 29 – Potência no circuito para ∆T=100°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 30 – Tensão de saída na carga para ∆T=100°. . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Figura 31 – Tensão de saída do TEG para ∆T=100°. . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 32 – Corrente no Indutor para ∆T=100°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Figura 33 – Potência x Corrente para ∆T=150°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 34 – Potência do circuito para ∆T=150°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Figura 35 – Tensão de saída na carga para ∆T=150°. . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 36 – Tensão de saída do TEG para ∆T=150°. . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Figura 37 – Corrente no Indutor para ∆T=150°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 38 – Potência x Corrente para ∆T=200°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Figura 39 – Potencia no circuito para ∆T=200°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 40 – Tensão de saída na carga para ∆T=200°. . . . . . . . . . . . . . . . . . 58
Figura 41 – Tensão de saída do TEG para ∆T=200°. . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Figura 42 – Corrente no Indutor para ∆T=200°. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Lista de tabelas

Tabela 1 – Aplicações de modelos termoelétricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27


Lista de abreviaturas e siglas

CC Corrente Contínua

COP Coeficient of Performance (Coeficiente de Desempenho)

IGBT Insulated Gate Bipolar Transistor

InC Condutância Incremental

MOSFET Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor

MPPT Maximum Power Point Tracking (Rastreamento do Ponto de Máxima


Potência)

MTE Módulo Termoelétrico

PMP Ponto de Máxima Potência

PO Pertube e Observe

PWM Pulse Width Modulation (Modulação por Largura de Pulso)

TEG Termogerador
Lista de símbolos

αm Coeficiente de Seebeck interno

α Coeficiente de Seebeck

A Área

A Corrente elétrica [Ampère]

C Capacitância

∆Io Variação de corrente no indutor

∆Vo Variação na tensão de saída

D Duty Cycle (Ciclo de Trabalho)


dV
dt Derivada da tensão em relação ao tempo

ηopt Máxima eficiência

F Faraday

Fs Frequência de chaveamento
h
A Fator de geometria

h Altura

H Henry

IL,ef icaz Corrente eficaz no indutor

IL,pico Corrente de pico no indutor

IL Corrente no indutor

Io Corrente média de saída

Ipico Corrente de pico

I Corrente elétrica

Is Corrente de entrada

KHz Kilo Hertz


K
W Resistência térmica
K Constante

K Kelvin

L Indutância

m2 Metros quadrados

m Metros

µ Micro
o
C Graus Celsius

ω Frequência angular

Ω Resistência [Ohm]

π Coeficiente dependente da temperatura de Peltier

Pn Potência nominal

Po Potência de saída

Qj Aquecimento Joule

qp Calor absorvido ou dissipado

q Calor

Rcarga Resistência da carga

RES Resistência equivalente em série

ρ Resistividade do material

Rin Resistência de entrada

RL Resistência do indutor

Rm Resistência interna do TEG

R Resistência da carga

Θm Perda por efeito Joule

Θ Secção do condutor

t Tempo

V(GS) Tensão de chaveamento no gate


Vic Tensão de entrada com carga

Vis Tensão de entrada sem carga

Vm Tensão de saída combinada com a carga

Voc Tensão de circuito aberto

Vo Tensão de saída

V Tensão elétrica [Volt]

Vs Tensão de entrada

Wm Potência com carga


W
Km Condutividade térmica

Θ Resistência térmica do par

T Temperatura

V Variação de tensão

W Potência [Watts]
Sumário

1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.2 História . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.3 Evolução da Tecnologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
1.4 Objetivos do Trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
1.5 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

2 TERMOGERADOR . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.2 O Efeito Termoelétrico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2.3 Coeficientes de Seebeck, Peltier, Joule, Thompson e Convecção . . . . . 22
2.3.1 Convecção Térmica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.2 Efeito Joule . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.3.3 Efeito Peltier . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.4 Efeito Seebeck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.3.5 Fenômeno de Thompson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.4 Modelagem Elétrica do TEG . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.5 Aplicações . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.6 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27

3 CONVERSORES CC-CC . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.2 Conceitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.3 Modulação por Largura de Pulso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4 Conversor Buck . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.5 Conversor Boost . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3.6 Conversor Buck-Boost . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.7 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33

4 DRIVER . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.1 Cosiderações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.2 Driver de Comando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.3 Acionamento por MOSFETs e IGBTs . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
4.4 Modo de Acionamento e Desacionamento . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.5 Características de Comutação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4.6 Implementação do Driver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.7 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38

5 CONTROLE DO PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA . . . . . . . . 39


5.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.2 Controle do MPPT . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
5.3 Pertube e Observe . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5.4 Condutância Incremental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.5 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42

6 IMPLEMENTAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
6.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
6.2 Circuito Completo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
6.3 Sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
6.3.1 Efeito Hall . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
6.3.2 Sensor de Tensão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
6.4 Driver . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
6.5 Controlador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
6.6 Conversor Boost . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
6.7 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51

7 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.1 Considerações Iniciais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.2 Resultados Obtidos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
7.3 Considerações Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60

8 CONCLUSÕES . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61

99 BIBLIOGRAFIA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62

ANEXOS 64

ANEXO A – Código MPPT - P&O . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65

ANEXO B – Projeto do Conversor e Dimensionamento do Indutor . . 67


16

1 INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Iniciais

Este capítulo tem como objetivo apresentar um breve histórico acerca da termoge-
ração e sua evolução ao longo dos anos, apresentando os principais efeitos da termoele-
tricidade e os objetivos finais do presente trabalho, para, assim, fazer um panorama do
desenvolvimento apresentado nos capítulos posteriores.

1.2 História

Os primeiros geradores termoelétricos foram utilizados no Programa Espacial Apollo


para gerar energia para as comunicações feitas da lua. Termogeradores (TEGs) utilizando
queima de combustível padrão foram desenvolvidos no final da década de 60. A Global
Thermoelectric INC. comprou a tecnologia e manufatura da 3M em 1975 (SOUZA, 2004).
A termogeração se caracteriza por ser um processo sólido de conversão de energia
térmica (calor) em eletricidade, sem a presença de partes móveis. Isto confere um alto
grau de confiabilidade aos TEGs e baixíssimos requisitos de manutenção e reposição
de sobressalentes (SOUZA, 2004). Um módulo termoelétrico (MTE) é um conversor de
energia em estado sólido. Ele, normalmente, consiste de uma matriz de junção de material
semicondutor diferente (tipo P e tipo N), o qual são unidos, termicamente e eletricamente
em paralelo e/ou série. O MTE pode ser usado para arrefecimento, aquecimento, e geração
de energia (LINEYKIN & BEN-YAAKOV, 2004).
Os TEGs são bastante utilizados em situações que requerem alta confiabilidade,
locais remotos, quando existe a necessidade de baixa manutenção e extensa vida útil ou em
condições climáticas adversas. Suas principais aplicações são proteção catódica, automação
e transmissão de dados, SCADA, telecomunicações, auxílio à navegação e outras (SOUZA,
2004).

1.3 Evolução da Tecnologia

A termoeletricidade é a conversão de diferença de temperatura em energia elétrica e


vice-versa. Três efeitos estão patentes na termoeletricidade, o efeito Seebeck, o efeito Peltier
e o efeito Thomson. Thomas Seebeck (1770-1831), Jean Peltier (1785-1845), e William
Thomson (1824-1907) descobriram os fenômenos que suportam a termoeletricidade até
aos nossos dias (GONÇALVES, 2008).
A necessidade crescente em procurar novas formas de produção de energia e a
necessidade de otimizar as suas produções decorrem de preocupações com a situação
17

econômica e ambiental. Uma nova geração de módulos termoelétricos tem vindo a surgir à
medida que a engenharia dos materiais progride. Novas formas de produzir energia devido
às diferenças de temperatura têm vindo a emergir e a serem alvos de grande atenção por
parte da comunidade internacional (PACHECO, 2014).

1.4 Objetivos do Trabalho

Existem diversos fatores que devem ser levados em consideração na modelagem de


um termogerador, como por exemplo, o efeito de convecção térmica, o efeito Joule, o efeito
de Seebeck, o efeito de Peltier e o fenômeno de Thompson. No que concerne à produção
termoelétrica ainda existe um vasto caminho a ser explorado.
Esta pesquisa está focada principalmente na transformação de energia através da
recuperação da perda de calor, com base no efeito de Seebeck, partindo da modelagem
do TEG, trabalhando com um conversor CC-CC controlado por um algoritmo MPPT
(Maximum Power Point Tracking) que utiliza o método da perturbação e observação
para rastrear o ponto de máxima potência. O objetivo, enfim, é projetar, implementar e
apresentar uma forma de extrair a máxima potência de um TEG.
O presente trabalho está dividido em nove capítulos, que abordam os seguintes
assuntos:

• Capítulo 1 – Faz uma introdução à termogeração, abordando o histórico e a evolução


da tecnologia, bem como os objetivos deste trabalho.

• Capítulo 2 – Apresenta uma explicação sobre a termoeletricidade, explicando o efeito


termogerador e demonstrando os principais estudos de efeitos e fenômenos nesta
área.

• Capítulo 3 – Descreve um panorama geral dos principais conversores CC-CC.

• Capítulo 4 – Relata o comportamento e as necessidades para o chaveamento de


transistores, expondo sua implementação.

• Capítulo 5 – Apresenta o controle de rastreamento do ponto de máxima potência a


partir da análise de dois métodos (P&O e InC), bem como a implementação destes
algoritmos.

• Capítulo 6 – Demonstra a implementação do conversor Boost no modelo do ter-


mogerador, desde a modelagem do TEG, a concepção do algoritmo do MPPT, a
montagem do Driver e teste de sensores.

• Capítulo 7 – Aborda todo o desenvolvimento da simulação, apresentando os resultados


obtidos através do sistema de controle de rastreamento do ponto de máxima potência
aplicado ao modelo do termogerador.
18

• Capítulo 8 – Discute os resultados do sistema simulado e apresenta sugestões para


futuros trabalhos.

1.5 Considerações Finais

Este capítulo apresentou os assuntos que serão abordados ao longo do presente


trabalho, introduzindo a história da termoeletricidade e a evolução da tecnologia dos
termogeradores.
19

2 TERMOGERADOR

2.1 Considerações Iniciais

Este capítulo descreve as principais características do termogerador, levando em


consideração os efeitos e coeficientes termoelétricos, sendo possível modelar um esquema
elétrico.

2.2 O Efeito Termoelétrico

Atualmente existe uma busca intensa por tecnologias de fontes alternativas de


energia. Nesse contexto, uma tecnologia que vem sendo desenvolvida é a fabricação de
dispositivos de estado sólido, conhecido como dispositivos termoelétricos, nos quais existe a
conversão de energia térmica em energia elétrica a partir de um gradiente de temperatura
(efeito Seebeck), ou a conversão de energia elétrica em um gradiente de temperatura
(efeito Peltier). Esses dispositivos apresentam grandes vantagens em relação à tecnologia
termodinâmica convencional (SALES, 2002 apud COSTA, 2010).
Nos anos 60, o fenômeno termoelétrico esteve no seu auge, quando se pensava
que em breve todas as aplicações de refrigeração iriam ser substituídas por dispositivos
Peltier. No entanto, nas últimas quatro décadas não houve grande desenvolvimento na
área. O coeficiente de desempenho (COP, coeficient of performance) dos dispositivos para
arrefecimento por efeito Peltier está ainda 4 a 5 vezes abaixo do COP dos sistemas de
refrigeração convencionais (por ciclo de Carnot) (GONÇALVES, 2008).
Durante a operação, a corrente elétrica passa pelo MTE (Módulo Termoelétrico)
para criar diferença de temperatura, transferindo calor entre suas extremidades. Atualmente,
um único MTE é capaz de produzir uma diferença de temperatura de até 70 K. A Figura 1
mostra a configuração típica de um MTE, que é composto basicamente por semicondutores
dopados positivamente (P) e negativamente (N), montados entre duas placas de condutores
elétricos (cobre, por exemplo) e de isolante elétrico (cerâmica) (OLIVEIRA, 2014).
20

Figura 1 – Configuração típica de um modelo termoelétrico.

FONTE: OLIVEIRA, 2014.

Pode-se observar que na Figura 1, que um módulo termoelétrico é composto por


sucessivas repetições de pares de elementos de semicondutores tipo N e tipo P. Esta
configuração pode ser melhor observada na Figura 2, que apresenta de forma esquemática
a montagem do par termoelétrico, onde ∆V é a diferença de potencial elétrico aplicado,
no caso do efeito Peltier, ou produzido, no caso do efeito Seebeck (OLIVEIRA, 2014).
21

Figura 2 – Configuração do par termoelétrico.

FONTE: OLIVEIRA, 2014.

O conceito de termoeletricidade resulta da junção de duas palavras: “termo” que


significa temperatura e ”eletricidade” (do grego elektron, “âmbar”) que é um termo geral
que engloba uma grande variedade de fenômenos resultantes da presença e do fluxo da
carga elétrica (PINTO, 2010 apud FERNANDES, 2012).
A termoeletricidade tem a sua origem em Alessandro Volta (1800), físico italiano.
Volta concluiu que a eletricidade causadora dos espasmos nas pernas de sapo, estudada
por Luigi Galvani (1780), era devida a um contato entre dois metais diferentes. Essa
conclusão foi a precursora do princípio da termoeletricidade (ANACLETO, 2007 apud
FERNANDES, 2012).
No ano de 1821, o físico Johan Seebeck descobriu que ao se juntar dois metais
distintos a temperaturas diferentes era formada uma corrente elétrica (ROWE, 1995 apud
JAHANBAKHSH, 2012). Quando o calor é aplicado na junção dos elementos semiconduto-
res, os elétrons adquirem energia cinética e migram para a extremidade fria do termopar,
concentrando carga neste local. Conforme a Figura 3, a extremidade fria do elemento
N adquire polaridade negativa e a extremidade fria do elemento P adquire polaridade
positiva. Ao fechar curto circuito entre os elementos N e P, cria-se uma corrente no sistema
(SOUZA, 2004).
22

Figura 3 – Termopar formado pelas junções “P” e “N”.

FONTE: SOUZA, 2004.

2.3 Coeficientes de Seebeck, Peltier, Joule, Thompson e Convecção

A energia térmica está associada à translação, rotação, vibração e aos estados ele-
trônicos dos átomos e moléculas que constituem a matéria. Existem 3 tipos de transferência
de calor: condução, convecção e radiação.

• Condução - Transferência de calor num sólido ou fluido estático (gás ou líquido),


devida ao movimento aleatório dos seus átomos, moléculas e/ou elétrons constituintes;

• Convecção - Transferência de calor devida ao efeito combinado do movimento


aleatório (microscópico) e do movimento macroscópico (advecção) do fluido sobre
uma superfície;
23

• Radiação - Energia que é emitida pela matéria devido a mudanças das configu-
rações eletrônicas dos seus átomos ou moléculas e que é transportada por ondas
eletromagnéticas (ou por fótons) (FERNANDES, 2012).

As formas de transmissão térmica mais importantes para o presente projeto são: a


condução e a convecção, como será descrito mais adiante.

2.3.1 Convecção Térmica

O fenômeno denominado pelo processo de Fourier, descrito por uma constante


física K (W/Km), que é determinada pela condutividade térmica e a geometria da pastilha.
Θ (K/W) é uma resistência térmica de ambos.

1 h
Θ= (2.1)
KA

T = Θq (2.2)

Onde:
Θ (K/W ) – Resistência térmica do par;
h/A – Fator de geometria;
h – Altura da célula (m);
A – Área de secção transversal (m2);
T – Temperatura (K);
q – Calor (W).

2.3.2 Efeito Joule

É o processo físico de dissipação de calor sobre os elementos resistivos. A resistência


elétrica R de ambas pastilhas é:

h
R=ρ (2.3)
A

Qj = I 2 R (2.4)

Onde:
ρ – Resistividade do material (Ωm);
Qj – Aquecimento Joule (W);
24

I – Corrente elétrica (A).

2.3.3 Efeito Peltier

O fenômeno da absorção (ou dissipação) de calor por uma junção entre dois
materiais quando o fluxo de corrente elétrica passa através junção. O calor qp absorvido
ou dissipado pela junção é:

qp = πI (2.5)

Onde:
π (V ) – É um coeficiente dependente da temperatura de Peltier correspondendo a
um par específico de materiais.

2.3.4 Efeito Seebeck

É um processo de geração de energia pelo qual o aquecimento (ou resfriamento) da


junção de dois materiais diferentes gerando um potencial elétrico na junção:

π = αT (2.6)

Onde:
α (V /K ) – É um coeficiente de Seebeck.
A diferença de potencial de ambas as junções será:

V = πa − πe = α(Ta − Te ) = α∆T (2.7)

Onde:
π (a/e) – É um potencial de absorção/emissão das junções;
T (a/e) – É uma temperatura de absorção/emissão das junções.

2.3.5 Fenômeno de Thompson

Que é descrito pelo Coeficiente Thompson:


τ= (2.8)
dT (V /K 2 )

O efeito deste fenômeno é pequeno e, portanto, negligenciada neste trabalho.


25

2.4 Modelagem Elétrica do TEG

É uma prática comum na transferência de calor unidirecional aplicar um esquema


de circuito equivalente elétrico. Esta abordagem foi adotada neste estudo para descrever o
sistema de MTE em que existem vários tipos de energia. Todos os processos não elétricos
são descritos em termos de analogias elétricas. Por isso, o circuito equivalente do sistema
termoelétrico do MTE pode ser construído como um circuito elétrico puro (LINEYKIN &
BEN-YAAKOV, 2004). Na Figura 4, é possível observar o modelo proposto.

Figura 4 – Proposta de circuito equivalente de um módulo termoelétrico para o estado


estacionário.

FONTE: LINEYKIN & BEN-YAAKOV, 2004.

Considerando o modelo apresentado na Figura 4, tem-se:

• Ta - É a temperatura do lado frio (a);

• Te - É a temperatura do lado quente (e);

• ∆T - É a diferença de temperatura (K) que pode ser obtida entre os lados frio e
quente, sendo ∆T = Ta − Te ;

• qa - É a absorção de calor no lado a;

• qe - É a emissão de calor no lado e;

• I - É a entrada de corrente (A) no MTE;

• V - É a tensão CC (V) no MTE.


26

Fabricantes de TEGs normalmente especificam as propriedades elétricas em vez das


térmicas. Então, foram utilizados os seguintes parâmetros do Datasheet para a modelagem
elétrica do TEG:

Vm2
Rm = (2.9)
Wm

2Vm
αm = (2.10)
∆T

2∆T ηopt (2 − ηopt )Rm


Θm = (2.11)
(∆T − ηopt Ta )2 αm2

Onde:
Rm - É a resistência interna do TEG;
αm - É o coeficiente de temperatura;
Θm - É a variação de temperatura pela potência;
Wm - É a potência com carga (sendo combinada com a resistência interna);
Vm - É a tensão de saída combinada com a carga;
Voc - É a tensão de circuito aberto;
η opt - É a máxima eficiência.

2.5 Aplicações

O efeito da termoeletricidade (estudado por Peltier, Seeback, Thomson e outros)


gera uma diferença de potencial entre dois materiais diferentes, que se encontram em
contato com temperaturas diferentes. Mais do que um fator de inovação, uma vez que
o efeito termoelétrico é utilizado em diversas aplicações que vão desde gerar energia
para relógios de pulso, gerar energia elétrica a partir de candeeiros de petróleo / gás,
aquecimento / arrefecimento de fardas militares, assentos de automóveis, geradores de
energia elétrica a partir dos gases de escape de viaturas automóveis etc (FERNANDES,
2012).
A aplicação de sistemas termoelétricos ainda está a nichos específicos, sendo
utilizados quando existem restrições significativas à aplicação de sistemas convencionais,
requerendo um produto de alta confiabilidade, durabilidade e restrições de tamanho. A
Tabela 1 mostra alguns exemplos de aplicações de termoelétricos e seus respectivos nichos
de mercado (OLIVEIRA, 2014).
27

Tabela 1 – Aplicações de modelos termoelétricos.

Efeito
Nicho Aplicação
Termoelétrico

Automotivo Peltier Controle de temperatura de bancos


Automotivo Peltier Controle de temperatura de porta copos
Automotivo Peltier Resfriamento de baterias em sistemas híbridos
Economia de combustível: Recuperação do calor
Automotivo Seebeck
perdido
Automotivo Peltier Controle de ar condicionado
Doméstico Peltier Pequenos refrigeradores
Doméstico Peltier Aquecimento de poltronas, camas e cadeiras
Estabilizadores de laser utilizados para
Doméstico Peltier
reconhecimento de movimentos (TV’s)
Doméstico Peltier Fornos
Defesa Peltier Sistemas de resfriamento de laser
Defesa Peltier Sensores e detectores
Defesa Peltier Trajes para aviação e controle de temperatura
Defesa Peltier Estação espacial internacional
Defesa Seebeck Veículos espaciais não tripulados
Biomédico Peltier Estabilização e controle preciso de temperaturas
Precisão nos ciclos térmicos em pesquisas
Biomédico Peltier
científicas
Biomédico Seebeck Geradores auxiliares
Biomédico Seebeck Geradores portáteis
Óleo, gás e Fornecimento de energia para o monitoramento
Seebeck
mineração de perfuração de poços
Óleo, gás e
Seebeck Recuperação de calor perdido
mineração

FONTE: OLIVEIRA, 2014.

Sistemas de refrigeração termoelétricos possuem, em geral, um desempenho termo-


dinâmico na faixa de 10% a 30% (OLIVEIRA, 2014).

2.6 Considerações Finais

Foi apresentado neste capítulo informações que descrevem as características rele-


vantes para o desenvolvimento da modelagem do TEG, contendo equações utilizadas e
efeitos considerados.
28

3 CONVERSORES CC-CC

3.1 Considerações Iniciais

Os conversores CC-CC são circuitos eletrônicos que convertem uma tensão CC


para diferentes níveis de tensão CC fornecendo sempre uma saída regulada (HART, 2012).
Desta forma, foram estudados alguns tipos de conversores para aplicações em TEGs, sendo
eles: Buck, Boost e Buck-Boost.

3.2 Conceitos

Os conversores CC-CC transformam uma potência elétrica em corrente contínua


para uma potência elétrica um pouco menor também em corrente contínua, esta perda se dá
devido o consumo do próprio conversor. A utilização de um conversor CC-CC normalmente
é necessária devido a carga não ter a mesma especificação de tensão ou corrente que o
gerador. Então se utiliza um conversor a fim de a carga poder ser energizada pelo gerador
com uma tensão específica e estável.
Outras aplicações dos conversores CC-CC se dão a fim de isolar o circuito da
carga com o circuito do gerador, estabilizar uma tensão oscilante e a aplicação da qual
o conversor foi utilizado neste trabalho que consiste em extrair do gerador a máxima
potência segundo as suas propriedades elétricas.
Na prática os conversores CC-CC também são amplamente utilizados para se con-
trolar uma carga como a velocidade de motor CC, temperatura de um sistema, iluminação
entre várias outras aplicações das quais pode-se dizer que seja difícil afirmar quais são os
limites das aplicações destes conversores (BASCOPÉ, 2001).
Os conversores podem tanto elevar a tensão assim como reduzi-la, e ao se projetar
necessita-se primeiramente definir a tensão, corrente e variação das mesmas tanto na
entrada do conversor como na saída do mesmo, assim como o tipo de carga, ou seja a sua
resistência, capacitância e indutância.

3.3 Modulação por Largura de Pulso

A Modulação por Largura de Pulso (em inglês, Pulse Width Modulation – PWM)
consiste em operar-se com frequência constante, variando-se o tempo em que o interruptor
permanece conduzindo. O sinal de comando é obtido, geralmente, pela comparação de um
sinal de controle (modulante) com uma onda periódica (portadora) como, por exemplo,
uma “dente-de-serra”. A Figura 5 ilustra estas formas de onda. Para que a relação entre o
sinal de controle e a tensão média de saída seja linear, como desejado, a portadora deve
29

apresentar uma variação linear. Além disso, a sua frequência deve ser, pelo menos, 10 vezes
maior do que a modulante, de modo que seja relativamente fácil filtrar o valor médio do
sinal modulado, recuperando, sobre a carga, uma tensão contínua proporcional à tensão
de controle (vc ) (POMILIO, 2014).

Figura 5 – Modulação por largura de pulso.

FONTE: POMILIO, 2014.

Na Figura 6 tem-se o espectro de uma onda PWM, onde se observa a presença


de uma componente contínua que reproduz o sinal modulante. As demais componentes
aparecem nos múltiplos da frequência da portadora sendo, em princípio, relativamente
fáceis de filtrar dada sua alta frequência (POMILIO, 2014).

Figura 6 – Espectro de Sinal PWM.

FONTE: POMILIO, 2014.

Na Figura 7 é visto o PWM, onde nota-se que a frequência e a amplitude do


pulso não variam, porém, o Duty Cycle irá variar, definindo o tempo em que o sinal irá
30

permanecer ligado (ON).

Figura 7 – Exemplos de forma de onda, variando a largura do pulso e consequentemente o


Duty Cycle.

FONTE: MECAWEB, 2015.

3.4 Conversor Buck

O conversor Buck ou conversor Abaixador, mostrado na Figura 8, possui um filtro


passa baixas LC adicionado ao conversor básico. O diodo proporciona um caminho para a
corrente no indutor quando a chave é aberta e é polarizada reversamente quando a chave é
fechada. Este circuito possui este nome porque a tensão na saída é menor que a de entrada
(HART, 2012).
31

Figura 8 – Conversor BUCK.

FONTE: Adaptado de (HART, 2012).

A tensão da saída deste conversor pode ser obtida através da Equação (3.1):

Vo = Vs D (3.1)

Onde,
Vo - É a tensão de saída;
Vs - É a tensão de entrada;
D - É o Duty Cycle;

3.5 Conversor Boost

O conversor Boost, também chamado de Elevador, é mostrado na Figura 9. Este é


outro conversor chaveado que funciona pelo fechamento e abertura ou comutação periódica
de uma chave eletrônica. Ele possui este nome porque a tensão na saída é maior que a da
entrada (HART, 2012).
32

Figura 9 – Conversor BOOST.

FONTE: Adaptado de (HART, 2012).

Uma análise pode ser feita pelo exame da corrente e tensão no indutor para a chave
fechada e para a chave aberta. Esta análise supõe o seguinte:

• Existem condições de estado estável;

• O período de chaveamento é T e a chave é fechada pelo tempo DT e aberta por


(1 − D)T ;
• O indutor funciona no modo de condução contínua, ou seja, sempre positiva;

• O valor do capacitor é muito alto e a tensão na saída é mantida constante em Vo ;

• Os componentes são ideais.

Com isto, tem-se que a tensão de saída deste conversor é dada pela Equação (3.2):

Vs
Vo = (3.2)
1−D
Onde,
Vo - É a tensão de saída;
Vs - É a tensão de entrada;
D - É o Duty Cycle;
A Equação (3.2) mostra que se a chave ficar sempre aberta e D for zero, a tensão
na saída será a mesma da entrada. Como o Duty Cycle aumenta, o denominador torna-se
menor, resultando numa tensão maior na saída. O conversor Boost produz uma tensão na
saída que é maior ou igual à tensão na entrada. Contudo, a tensão na saída não pode ser
33

menor que a tensão na entrada, como era no caso do conversor Buck. Como o Duty Cycle
aproxima-se de 1, a tensão na saída vai para infinito, tendo em vista que a Equação (3.2) é
baseada em componentes ideais. Componentes reais com perdas previnem tais ocorrências
(HART, 2012).

3.6 Conversor Buck-Boost

Outro modo de chaveamento básico de conversor é o conversor Book-Boost, mos-


trado na Figura 10, que é uma associação dos conversores Buck e Boost, onde a tensão de
saída pode ser maior ou menor que a tensão de entrada (HART, 2012).

Figura 10 – Conversor BUCK-BOOST.

FONTE: Adaptado de (HART, 2012).

A tensão da saída deste conversor pode ser obtida através da Equação (3.3):

D
Vo = −Vs ( ) (3.3)
1−D
Onde,
Vo - É a tensão de saída;
Vs - É a tensão de entrada;
D - É o Duty Cycle;

3.7 Considerações Finais

Foi apresentado durante este capítulo os principais conceitos acerca de conversores


CC-CC, abrangendo os conversores e tipos de chaveamento mais estudados para aplicações
em termogeradores.
34

4 DRIVER

4.1 Cosiderações Iniciais

Este capítulo tem como fundamento apresentar a estrutura bibliográfica utilizada na


modelagem do Driver, com características que descreverão as necessidades de implementar
o circuito de disparo nas chaves eletrônicas.

4.2 Driver de Comando

O avanço da tecnologia e o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos, princi-


palmente nas áreas de energias alternativas, telecomunicações e sistemas de computadores,
surgem à necessidade de desenvolver fontes e circuitos de comando com alto desempenho,
elevada eficiência e reduzido volume. Tais características são implementadas fazendo o uso
de conversores estáticos de energia, assim como chaves eletrônicas, como por exemplo os
MOSFETs (Metal-Oxide-Semiconductor Field-Effect Transistor) e IGBTs (Insulated Gate
Bipolar Transistor) em circuitos de conversores que controlam o fluxo de energia entre a
fonte e a carga (ZANATTA; SANTIN; HEY, 2011).
Um dos elementos fundamentais no projeto de conversores é o circuito responsável
pelo acionamento das chaves eletrônicas (transistores), pois fornecem níveis de tensão e
de corrente adequados para que as chaves comutem de maneira eficaz, esse elemento é
comumente chamado de Driver. Uma das características significativas para o uso destas
chaves eletrônicas é a possibilidade da redução do tamanho físico dos circuitos, redução de
núcleos de indutores e núcleos de transformadores. Entretanto uma das maiores dificuldades
é encontrar a relação adequada entre a frequência de operação utilizada e as perdas no
circuito, pois a relação entre ambas é inversamente proporcional (CANÔNICO & TREVISO,
2010).

4.3 Acionamento por MOSFETs e IGBTs

Ao contrário dos transistores bipolares, que são acionados por corrente, os MOSFETs
de potência, com seu gate isolado, são conduzidos por tensão. O princípio básico da
condução do gate permitirá acelerar ou desacelerar a velocidade de comutação de acordo
com a necessidade de aplicação (MAURICE & WUIDART, 2015).
MOSFETs ou IGBTs são simplesmente chaves acionadas por tensão, no qual seu
gate isolado se comporta como um capacitor. Por outro lado, as chaves eletrônicas, como
tiristores e transistores bipolares são controlados por corrente, da mesma forma como
acontece em um diodo PN (MAURICE & WUIDART, 2015).
35

A alimentação do MOSFET ou IGBT comumente enfrenta restrições de isolamento


de alta tensão, por isso a necessidade de implementação de Drivers de comando. Estes
Drivers destacam-se pela capacidade de atingir o isolamento e eficiência ao acionar o
modo de condução em conversores de alta frequência restringindo as perdas de energia
(MAURICE; WUIDART; BOURGEOIS, 2015).

4.4 Modo de Acionamento e Desacionamento

O acionamento de um MOSFET ou IGBT consiste na aplicação de tensão no gate


conforme mostrado na Figura 11. Pode se verificar que no acionamento do MOSFET ou
IGBT, a tensão do Driver irá promover o carregamento das capacitâncias internas do
mesmo. A abertura o Driver deverá ser capaz de descarregar essas capacitâncias.

Figura 11 – Modo de condução do MOSFET/IGBT.

FONTE: MAURICE & WUIDART, 2015.

Um efeito notável no tempo de comutação do MOSFET ou IGBT, ou seja, durante


o fechamento ou abertura destes, é a forma de onda da tensão no gate, que apresenta um
“degrau”, enquanto a tensão do dreno sobe ou desce durante a comutação. A tensão que
permanece no gate durante a comutação é chamada de tensão de Miller (Vgm ). Na maioria
das aplicações, esta tensão é cerca de 4 a 6V, dependendo do nível de corrente que está
sendo transferido (MAURICE & WUIDART, 2015).
O comportamento dos IGBTs ou MOSFETs são exatamente da mesma maneira,
quando ligados nas mesmas condições, além de apresentar uma grande semelhança da
corrente de subida e o tempo de queda de tensão, conforme mostrado na Figura 12.
36

Figura 12 – Gráfico de subida de MOSFETs e IGBTs.

FONTE: MAURICE & WUIDART, 2015.

Durante o tempo de comutação, a forma de onda da corrente comutada apresenta


uma diferença entre ambos, como é apresentado na Figura 13. Esta diferença é dada no
final da comutação, o IGBT cria uma pequena cauda, que é provocada por cargas residuais
na base da saída bipolar do IGBT fazendo que o dispositivo permaneça ligado, podendo
aumentar conforme a temperatura (MAURICE & WUIDART, 2015).

Figura 13 – Gráfico de descida de MOSFETs e IGBTs.

FONTE: MAURICE & WUIDART, 2015.


37

O instante de desligamento pode ser descrito em dois períodos, no qual o aumento


da tensão do dreno (dV /dt), conforme a Figura 14, é seguido pelo aumento da corrente
de comutação, contudo as perdas durante este período “(dV /dt)” dependem, sobretudo,
da velocidade em que a corrente aumenta.

Figura 14 – Perdas durante o tempo de descida.

FONTE: MAURICE & WUIDART, 2015.

4.5 Características de Comutação

Transistores como MOSFETs ou IGBTs são comumente usados em aplicações


em conversores, entretanto, uma das grandes dificuldades encontradas é a realização da
comutação em grandes frequências, até mesmo em ordem de KHz. Alguns estudos declaram
o aproveitamento de comutação do MOSFET como 80% (CANÔNICO & TREVISO,
2010). É necessário encontrar um equilíbrio entre a frequência de operação e a perda do
circuito, pois apresentam grande importância durante o dimensionamento dos indutores
e transformadores. Porém, o comportamento do circuito é inversamente proporcional a
suas perdas, causadas pelas capacitâncias parasitas, especialmente em transistores usados
como comutadores. Por isso é necessário o uso de algum recurso para minimizar as perdas
(ZANATTA, SANTIN, HEY, 2011).
38

4.6 Implementação do Driver

Diversas maneiras podem ser usadas para acionar um MOSFET ou IGBT de forma
que atenue o acionamento dessas chaves eletrônicas. Desta forma é implementado na
construção do conversor CC-CC, tema deste trabalho, um Driver responsável pelo controle
do circuito de comando com o de força, desenvolvido conforme proposto na Figura 15
(CANÔNICO & TREVISO, 2010).

Figura 15 – Driver implementado no conversor Boost.

FONTE: CANÔNICO & TREVISO, 2010.

Os Drivers de acionamento trabalham de forma que obtenha o melhor desem-


penho durante a comutação da chave que realizará a extração da máxima potência do
termogerador, com modulação por largura de pulso (PWM) (CANÔNICO & TREVISO,
2010).

4.7 Considerações Finais

Este capítulo demonstrou a necessidade da aplicação de um Driver de comando, pois


ocasiona o avanço dos circuitos de chaveamento com características de alto desempenho,
eficiência elevada e volume reduzido.
39

5 CONTROLE DO PONTO DE MÁXIMA POTÊNCIA

5.1 Considerações Iniciais

Algoritmos de busca do ponto de máxima potência (MPPT) são largamente utili-


zados para se obter a potência máxima fornecida em sistemas termogeradores (MOÇAM-
BIQUE, 2012). Partindo desta análise, foram estudados dois métodos de rastreamento do
ponto de máxima potência que melhor se aplicam para estes sistemas, o método Pertube e
Observe (P&O) e o método da Condutância Incremental (InC), que serão apresentados
neste capítulo.

5.2 Controle do MPPT

O estudo em termogeração tem crescido de forma acelerada nos últimos anos


como consequência do aumento da preocupação de se obter fontes alternativas de energia.
Apesar dos estudos na área de termogeradores estarem em constante avanço, a máxima
extração da energia gerada por estes não é uma tarefa simples. Para obter a melhor
eficiência energética, é necessário trabalhar com o TEG em seu ponto de máxima potência,
realizando o rastreamento deste ponto por meio de algoritmos de busca do ponto de
máxima potência e gerenciando a potência gerada por meio de conversores CC-CC. O
acionamento do conversor pode ser realizado de forma direta pelo algoritmo de busca ou
por meio de um controlador que tem como entrada os valores de saída atuais do TEG
(tensão e/ou corrente) e a tensão ou corrente de referência gerada pelo conversor.
Há vários algoritmos de controle MPPT que podem ser utilizados para o controle de
um conversor CC-CC (JAHANBAKHSH, 2012). Existem na literatura diversos algoritmos
de MPPT já propostos, simulados e até mesmo implementados experimentalmente. Esses
algoritmos podem ser classificados em três principais categorias: (1) algoritmos baseados
em modelo, (2) algoritmos baseado em treinamento e (3) algoritmos MPPT heurísticos
(ELGENDY; ZAHAWI; ATKINSON, 2008; GONZÁLEZ-LLORENTE, 2009 apud MO-
ÇAMBIQUE, 2012). Foram estudadas as técnicas de rastreamento de máxima potência
de Perturbação e Observação (P&O) e Condutância Incremental (InC), uma vez que as
comparações mostraram que estes dois têm boas respostas dinâmicas, portanto eles são
adequados para aplicações em TEGs (LAIRD et al., 2008 apud JAHANBAKHSH, 2012),
que são algoritmos baseados em métodos heurísticos, ou seja, por meio da quantificação
de proximidade do determinado objetivo, a máxima potência.
40

5.3 Pertube e Observe

O método de P&O é o mais utilizado na maioria dos sistemas comerciais (HOHM;


ROPP, 2000 apud ROQUE, 2014). Ele baseia-se na perturbação da tensão operante na
saída do TEG num determinado sentido, observando se há mudanças na potência gerada.
Caso a potência aumente, é mantida a perturbação no mesmo sentido, caso contrário, o
sentido da perturbação é invertido. Este processo continua periodicamente, até mesmo
quando o ponto de máxima potência (PMP) é alcançado, desta forma, a tensão operante
oscila em torno do PMP em regime permanente o que diminui a eficiência do método
(MOÇAMBIQUE, 2012). Apesar deste método apresentar vantagens como a simplicidade e
facilidade de implementação, este possui limitações que reduzem a eficiência. É necessário
observar que o PMP nunca é atingido exatamente, sendo que o algoritmo oscila ao redor
do ponto (ROQUE, 2014). Este algoritmo está representado no fluxograma da Figura 16.

Figura 16 – Fluxograma do Algoritmo Perturbe e Observe.

FONTE: Autor próprio.

Onde, a partir da Figura 16, tem-se:


V - É a tensão na saída do TEG;
I - É a corrente no indutor;
P - É a potência gerada;
Pant - É a potência gerada na leitura anterior;
41

Vant - É a tensão na saída do TEG na leitura anterior;


∆V - É a variação da tensão na saída do TEG.

5.4 Condutância Incremental

O método de InC consiste em analisar a derivada da potência em relação à tensão.


O PMP corresponde a uma determinada tensão de funcionamento, portanto, dependendo
do valor da tensão, a inclinação em relação à tensão PMP será negativa, positiva ou zero
(JAHANBAKHSH, 2012). Ou seja, a derivada da curva de potência em função da tensão
no ponto de máxima potência é nula, assim, através da observação do sinal e do valor
absoluto da derivada, o algoritmo determina se deve elevar ou reduzir a variável de controle
do conversor até a determinação do MPPT.
A partir desta relação:

dP
= 0, no PMP (5.1)
dV

dP
> 0, à esquerda do PMP (5.2)
dV

dP
< 0, à direita do PMP (5.3)
dV
Sabendo que:

dP d(IV ) dI ∆I
= =1+V ≈1+V (5.4)
dV dV dV ∆V
Tem-se:

∆I I
=− , no PMP (5.5)
∆V V

∆I I
>− , à esquerda do PMP (5.6)
∆V V

∆I I
<− , à direita do PMP (5.7)
∆V V
Assim, a condutância instantânea I/V é comparada à condutância incremen-
tal ∆I/∆V (MOÇAMBIQUE, 2012). O funcionamento básico deste algoritmo é represen-
tado no fluxograma da Figura 17.
42

Figura 17 – Fluxograma do Algoritmo Condutância Incremental.

FONTE: Autor próprio.

Onde, a partir da Figura 17, tem-se:


V - É a tensão na saída do TEG;
I - É a corrente no indutor;
Vant - É a tensão na saída do TEG na leitura anterior;
Iant - É a corrente no indutor na leitura anterior;
∆V - É a variação da tensão na saída do TEG;
∆I - É a variação da corrente no indutor.
Para o algoritmo InC, a potência de saída torna-se oscilante para grandes variações
do Duty Cycle, enquanto que para o algoritmo P&O esta oscilação é reduzida. Logo, o
método P&O, que se baseia na relação entre a potência e o Duty Cycle, foi o escolhido para
ser implementado no projeto, pois o algoritmo apresenta melhores resultados na aplicação.

5.5 Considerações Finais

Este capítulo apresentou dois métodos de controle de rastreamento do ponto


de máxima potência, P&O e InC, que são os métodos mais adequados para aplicações
em TEGs segundo a bibliografia, concluindo com a escolha do algoritmo P&O para a
implementação no presente trabalho.
43

6 IMPLEMENTAÇÃO

6.1 Considerações Iniciais

O presente capítulo aborda, sucintamente, o funcionamento e os principais compo-


nentes que regem o comportamento do circuito. O ferramental apresentado é importante
para alcançar o objetivo do trabalho.

6.2 Circuito Completo

Para analisar o TEG, montou-se o circuito referente a Figura 18. Sua topologia
apresenta dois TEGs em série, a fim de trabalhar com a tensão aproximada de 10V em
circuito aberto e com uma potência máxima próxima de 38W (∆T a 200°). O mesmo
liga-se a um conversor Boost que foi projetado para elevar a tensão de saída para 24V,
tendo um ARDUINO® como controlador, o qual executa o algoritmo de rastreamento do
ponto de máxima potência (P&O), e para maior eficiência foi desenvolvido um Driver.
Após o desenvolvimento do modelo para o simulador PROTEUS®, o mesmo foi colocado
em blocos para facilitar o uso. Esta seção destina-se a descrever o projeto do conversor,
das placas auxiliares e do controlador. Todas as simulações e esquemas eletrônicos foram
feitas no software PROTEUS®.
Figura 18 – Representação do circuito completo, utilizando o simulador Proteus®.

FONTE: Autor próprio.


44

O modelo é importante para analisar o desempenho do TEG sob condições especí-


ficas, tais como perdas de calor, isolamento térmico etc. Podendo especificar módulos para
solucionar problemas específicos e sendo uma excelente ferramenta para a resolução de
problemas de controle de temperatura. A Figura 19 apresenta o modelo de esquema de
ligação do TEG.

Figura 19 – Simulação da ligação do TEG.

FONTE: Autor próprio.

Onde,
Tmin - É a temperatura do lado frio;
Tmáx - É a temperatura do lado quente;
P OS+ - É a tensão de saída positiva do TEG;
N EG− - É a tensão de saída negativa do TEG;
R3 - É a carga.
O modelo termoelétrico foi criado com base nas análises matemáticas e elétricas
do comportamento do TEG, utilizando do modulo HZ–20 que é fabricado pela Hi–Z
TECHNOLOGY. Com base no Datasheet e na fundamentação teórica apresentada no
Capítulo 2, obteve-se os seguintes resultados matemáticos:
45

Th = 230 °C;
Tc = 30 °C;
Wm = 19 W;
ηopt = 4,5 %;
αm = 0,0238 KV;
Θm = 0,589 WK;
Rm = 0,298 Ω.
A partir destes valores, foi realizada a simulação do modelo desenvolvido para o
PROTEUS®, conforme ilustrado na Figura 20. O fluxo destacado em azul representa a
corrente real do TEG.
Figura 20 – Circuito do TEG.

FONTE: Autor próprio.

6.3 Sensores

Para o funcionamento do MPPT é necessária a medição em tempo real da corrente


e da tensão, por isso, foram utilizados um sensor de tensão do tipo divisor de tensão e um
sensor de corrente pelo efeito hall.
46

6.3.1 Efeito Hall

No esquema referente a Figura 21, após a aplicação de um campo magnético (H)


perpendicular, observou-se a existência de um diferencial de potência (VH) entre as bordas
de um condutor retangular (LUZ, 2007).

Figura 21 – Experimento feito por Hall que mostra o aparecimento de uma tensão
transversal (VH) quando submetido a um campo magnético (H).

FONTE: LUZ, 2007.

A utilização de um sensor Hall se dá pelo fato do mesmo proporcionar extrema


fidelidade do sinal sensoriado e baixa resistência em série, ocasionando menor perda por
Efeito Joule. O modelo escolhido é o ACS712 de 30A para poder atender as necessidades
do projeto. A Figura 22 representa o esquemático de um sensor de corrente por efeito Hall.
Figura 22 – Sensor ACS712ELCTR-30-A-T, de corrente baseado no Efeito Hall.

FONTE: ALLEGRO, DATASHEET: ACS712.

A Figura 23 representa a simulação, desenvolvida para este trabalho, de um sensor


por efeito Hall no PROTEUS®.
47

Figura 23 – Representação do sensor ACS712ELCTR-30-A-T no Proteus®.

FONTE: Autor próprio.

6.3.2 Sensor de Tensão

Para medir a tensão de saída do TEG foi desenvolvido um sensor de tensão do tipo
divisor de tensão, entretanto a variação de tensão da saída do TEG é de 0 a 10V, sendo
que o controlador utilizado na simulação só e capaz de ler entre 0 e 5 V. Desta forma, foi
criado um circuito em paralelo para regular a tensão, conforme o esquemático na Figura
24.
Figura 24 – Esquema do Sensor.

FONTE: Autor próprio.


48

6.4 Driver

O modelo de Driver apresentado neste trabalho, conforme a Figura 25, visa a


melhor eficiência no controle do conversor, de forma que restrinja as perdas durante a
comutação do transistor modelo MOSFET IRF540N, que apresenta melhores respostas a
altas frequências. Os transistores tipo IGBT apresentam melhor desempenho quanto a
altas comutações, entretanto, a escolha do modelo do transistor MOSFET foi dada por
oferecer menor custo e maior acessibilidade.
Figura 25 – Esquema do Driver.

FONTE: Autor próprio.

6.5 Controlador

Para executar o algoritmo P&O, fazendo assim, o controle do MPPT, a plataforma


ARDUINO® foi a escolhida, pois, trata-se de uma ferramenta aberta baseada em hardware
e software flexíveis e de fácil utilização, onde há um ambiente desenvolvido para fácil
compreensão. Na Figura 26 é possível observar o uso desta plataforma no desenvolvimento
deste trabalho. O código desenvolvido encontra-se no Anexo A.
49

Figura 26 – Controlador ARDUINO®.

FONTE: Autor próprio.

6.6 Conversor Boost

Apenas quatro elementos são necessários para construção do Boost: indutor, diodo,
capacitor e chave, como é demonstrado na Figura 27. Os cálculos dos componentes
foram feitos de acordo com a necessidade de manter o conversor em modo de condução
contínua. O mesmo foi projetado para fornecer uma tensão máxima de saída de 24V. As
especificações para o projeto encontram-se resumidas a seguir:

• Tensão de entrada com carga (Vic ) – 4,76V;

• Tensão de entrada sem carga (Vis ) – 10V;

• Tensão de Saída (Vo ) - 24V;

• Frequência de chaveamento (Fs ) – 40KHz;

• Resistencia da Carga (R) – 15,15Ω;

• Ondulação da corrente no indutor (∆Io ) – 10%;

• Ondulação de tensão de saída (∆Vo ) – 2%;

• Potência nominal (Pn ) – 38W;

Obs.: A tensão de saída é delimitada pela faixa de valores de tensão que o módulo
pode fornecer.
50

Para obter a razão cíclica mínima e máxima são necessários os valores de (Vic ),
(Vis ) e (Vo ), utilizando as equações (6.1) e (6.2):

Vis
Dmin = 1 − = 0, 58% (6.1)
Vo

Vic
Dmáx = 1 − = 0, 80% (6.2)
Vo
Para o cálculo da corrente no indutor:

Vo Io
Ii = = 8A (6.3)
Vic
Para o cálculo do valor mínimo da indutância:

Vic Dmáx
Lmin = = 120µH (6.4)
∆Io Fs
Para o cálculo do valor mínimo da capacitância:

Is Dmáx
Cmin = = 66, 11µF (6.5)
∆Vo Fs
Obs.: Na simulação, foi utilizado um capacitor de 100µF, devido à acessibilidade.
Para o cálculo da corrente média de saída (Io ):

Io = Vo
(6.6)
R − 1, 58A

Figura 27 – Modelagem do Boost.

FONTE: Autor próprio.


51

6.7 Considerações Finais

O presente capítulo abordou de forma sucinta o funcionamento dos principais


componentes utilizados para o funcionamento do circuito.
52

7 RESULTADOS

7.1 Considerações Iniciais

Neste capítulo será relatado o comportamento do modelo termoelétrico aplicado


à variação de temperatura e os resultados da implementação de toda teoria adquirida e
descrita anteriormente, no rastreamento do ponto de máxima potência. Além disso, serão
apresentadas análises a partir dos gráficos obtidos nas simulações.

7.2 Resultados Obtidos

Para obter os resultados foram mantidas temperaturas fixas nas duas extremidades,
tanto lado quente quanto o lado frio, resultando um ∆T fixo, possibilitando a análise do
comportamento do modelo termogerador.
Observa-se nas figuras de simulação que quanto maior o ∆T maior será a potência
do TEG (respeitando o valor máximo de ∆T suportado pelo mesmo). A potência máxima
é dada no ápice da parábola que representa a forma de onda da potência. Dessa forma,
pode ser utilizado um controlador para conseguir obter a potência máxima independente
da variação de ∆T.
A primeira parte da simulação se deu na fixação do ∆T em 100°C, em que a
temperatura no lado quente é mantida em 403K (130°C) e no lado frio em 303K (30°C).
Assim, pode ser observado que o ponto de máxima potência é dado no instante que a
corrente atinge aproximadamente 4A e a potência atinge aproximadamente 9,5W.

Figura 28 – Curva de potência x Corrente com ∆T de 100°.

FONTE: Autor próprio.


53

A Figura 28 mostra a simulação através da aplicação do DC-Sweep na resistência,


com variação de 0 a 4,5W.
Para verificar se o algoritmo do MPPT estava rastreando o ponto de máxima
potência foi monitorado a variação de potência sobre a carga até que o mesmo atingiu uma
potência próxima de 9,5W, comprovando, assim, o funcionamento do algoritmo. A Figura
29 apresenta o gráfico do comportamento da potência durante a extração do seu ponto de
máxima para ∆T=100°.

Figura 29 – Potência no circuito para ∆T=100°.

FONTE: Autor próprio.

Como pode ser observado na Figura 30, a tensão é elevada para aproximadamente
11V conforme se aplica o MPPT, apresentando eficiência no tempo de resposta da tensão.

Figura 30 – Tensão de saída na carga para ∆T=100°.

FONTE: Autor próprio.


54

Outra característica que descreve o comportamento do conversor, com o rastrema-


neto do ponto de máxima potência, é a resposta da tensão de saída do TEG juntamente
com a corrente no indutor. Como esses dois parâmetros são inversamente proporcionais, é
possível garantir que o conversor esteja extraindo a máxima potência, como é apresentado
nas Figuras 31 e 32.

Figura 31 – Tensão de saída do TEG para ∆T=100°.

FONTE: Autor próprio.

Figura 32 – Corrente no Indutor para ∆T=100°.

FONTE: Autor próprio.

A segunda parte da simulação se deu na fixação do ∆T em 150°C em que a


temperatura no lado quente é mantida em 453K (180°C) e no lado frio em 303K (30°C).
A Figura 33 apresenta a simulação através da aplicação do DC-Sweep na resistência,
55

com variação de 0 a 4,5W. Assim, pode ser observado que o ponto de máxima potência
é dado no instante em que a corrente atinge aproximadamente 6A e a potência atinge
aproximadamente 21,7W.

Figura 33 – Potência x Corrente para ∆T=150°.

FONTE: Autor próprio.

Para verificar se o algoritmo do MPPT estava rastreando o ponto de máxima


potência, foi monitorada a variação de potência sobre a carga até que o mesmo atingiu
uma potência próxima de 21,7W, comprovando, assim, o funcionamento do algoritmo. A
Figura 34 apresenta o gráfico do comportamento da potência durante o rastreamento do
seu ponto de máxima para ∆T=150°.

Figura 34 – Potência do circuito para ∆T=150°.

FONTE: Autor próprio.


56

Como pode ser observado na Figura 35, a tensão é elevada para aproximadamente
17,5V conforme se aplica o MPPT, apresentando eficiência no tempo de resposta da tensão.

Figura 35 – Tensão de saída na carga para ∆T=150°.

FONTE: Autor próprio.

Através da tensão de saída do TEG juntamente com a corrente no indutor é possível


garantir que o conversor está extraindo a máxima potência como é apresentado nas Figuras
36 e 37.
Figura 36 – Tensão de saída do TEG para ∆T=150°.

FONTE: Autor próprio.


57

Figura 37 – Corrente no Indutor para ∆T=150°.

FONTE: Autor próprio.

A terceira parte da simulação se deu na fixação do ∆T em 200°C, em que a


temperatura no lado quente é mantida em 503K (230°C) e no lado frio em 303K (30°C).
Com isso pode ser observado que o ponto de máxima potência é dado no instante que
a corrente atinge aproximadamente 8A e a potência atinge aproximadamente 37,5W. A
Figura 38 mostra a simulação através da aplicação do DC-Sweep na resistência, com
variação de 0 a 4,5W.
Figura 38 – Potência x Corrente para ∆T=200°.

FONTE: Autor próprio.

Para verificar se o algoritmo do MPPT estava rastreando o ponto de máxima


potência, foi monitorado a variação de potência sobre a carga até que o mesmo atingiu uma
potência próxima de 37,5W comprovando, assim, o funcionamento do algoritmo. O gráfico
58

apresentado na Figura 39 representa o comportamento da potência durante a extração do


seu ponto de máxima para ∆T=200°.

Figura 39 – Potencia no circuito para ∆T=200°.

FONTE: Autor próprio.

Como pode ser observado na Figura 40, a tensão é elevada para aproximadamente
22,7V conforme se aplica o MPPT, apresentando eficiência no tempo de resposta da tensão.

Figura 40 – Tensão de saída na carga para ∆T=200°.

FONTE: Autor próprio.

Através da tensão de saída do TEG juntamente com a corrente no indutor é possível


garantir que o conversor está extraindo a máxima potência como é apresentado nas Figuras
41 e 42.
59

Figura 41 – Tensão de saída do TEG para ∆T=200°.

FONTE: Autor próprio.

Figura 42 – Corrente no Indutor para ∆T=200°.

FONTE: Autor próprio.

Apesar dos instantes de variação de temperatura, os resultados foram obtidos com


sucesso e ocorridos conforme o esperado. Dessa forma, conclui-se que o comportamento
do MPPT foi satisfatório diante das formas de ondas obtidas no indutor, no TEG e na
carga. Além disso, a resposta obtida na extração do ponto de máxima potência, conforme
apresentado nos gráficos de potência em função do tempo, foram coerentes e convincentes
para o tempo de resposta.
60

7.3 Considerações Finais

Este capítulo apresentou os resultados obtidos através das simulações realizadas no


software PROTEUS®, demonstrando as formas de onda obtidas pelo modelo e atestando,
de forma satisfatória, o funcionamento do controle do MPPT.
61

8 CONCLUSÕES

O presente trabalho apresentou uma revisão bibliográfica aplicando características


básicas sobre o comportamento dos termogeradores, o funcionamento e as equações que
regem o circuito do conversor implementado, e uma visão geral sobre algoritmos de
rastreamento do ponto de máxima potência. Estas pesquisas foram fundamentais para o
desenvolvimento de todo o conteúdo do trabalho.
Foram discutidas características importantes acerca da realização do rastreamento
do ponto de máxima potência através da operação conjunta de um conversor CC-CC Boost
e um microcontrolador da plataforma ARDUINO®, fazendo com que o sistema como um
todo fosse mais eficiente e satisfatoriamente realizado.
Os resultados das simulações serviram para comprovar a validade da metodologia
e a viabilidade da implementação. Os dados obtidos foram importantes pois criaram
informações de referência para que o melhor desempenho fosse alcançado.
Considerando o exposto, pode-se afirmar que todos os objetivos estabelecidos
para o presente trabalho foram cumpridos. Porém, algumas tarefas podem servir como
sugestão para futuros trabalhos nessa área, pois, a partir das simulações, é possível, agora,
implementar o sistema físico para desenvolver e estudar o aproveitamento térmico. A
continuação do projeto em relação a este aspecto, será de fato facilitada pela versatilidade
das instâncias já desenvolvidas. Outros algoritmos de busca do MPPT podem ser facilmente
implementados em código na plataforma ARDUINO®, permitindo a comparação entre
diferentes estratégias.
62

9
9
9 BIBLIOGRAFIA

BASCOPÉ, Grover Vitor. Nova Família de Conversores CC-CC PWM não Isolados
Utilizando Células de Comutação de Três Estados. 2001. Dissertação (Doutorado –
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica)- Universidade Federal de Santa
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GONÇALVES, Luís Miguel Valente Gonçalves. Microssistema Termoeléctrico Baseado em


Teluretos De Bismuto E Antimónio. 2008. 200f. Tese (Doutorado em Eletrônica
Industrial) - Universidade do Minho, Maio de 2008.

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Dissertação (Degree Project in Electrical Engineering - Master of Science) - Royal
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MOÇAMBIQUE, Nilton Eufrázio Martinho. Aplicação de Algoritmos de Busca do Ponto


de Máxima Potência e Controladores Lineares e/ou Fuzzy para a Regulação da Tensão
Terminal de Painéis Fotovoltaicos. 2012. 134 f. Dissertação (Mestrado - Programa de
63

Pós-Graduação em Engenharia Elétrica e Área de Concentração em Sistemas Dinâmicos) -


Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2012.

PACHECO, Gonçalo Soares. Produção de Energia Elétrica Térmica. 2014. 127 f.


Dissertação (Mestrado Integrado em Engenharia Eletrotécnica e de Computadores) -
Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, 28 de Julho de 2014.

POMILIO, José Antenor. Eletrônica de Potência. Apostila (Departamento de Sistemas e


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Campinas, 2014.

ROQUE, Acássio Matheus. Utilização de Algoritmos de Rastreamento de Pontos de


Máxima Potência em Sistemas Fotovoltaicos. 2014. 76 f. Monografia (Graduação em
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SOUZA, Monique Lopes Valente. Utilização de Termogeradores como Fonte de Energia


Alternativa. SE3 Soluções em Energia, Engenharia e Equipamentos, 2013.

TEXAS, Instruments. Design Tips For Na Efficient Non-Inverting Buck-Boost Converter.


Analog aplications journal. 2015.

TZENG, Ren-Huei; CHEN, Chern-Lin. A Low-Consumption Regulated Gate Driver for


Power MOSFET. In: Power Eletronics, IEEE Transactions on, Taipei, 2009.

ZANATTA, Cleber; SANTIN, Fernando T.; HEY, Hélio L. Circuito de Driver Isolado para
MOSFET e IGBT. Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Santa Maria-RS, 2011.
Anexos
65

ANEXO A – Código MPPT - P&O

#include <PWM.h>
int32_t frequencia = 40000;
float SensorTensao = 0.0;
float TensaoTEGanterior = 0.0;
float TensaoTEG = 0.0;
float CorrenteTEG = 0.0;
float SensorCorrente = 0.0;
float CorrenteTEGanterior = 0.0;
float PotenciaTEG = 0.0;
float PotenciaTEGanterior = 0.0;
int CicloTrabalho = 200;
void perturb(float voltage, float power)
{
if(abs(1 - (PotenciaTEG/PotenciaTEGanterior)) <= 0.001){}
else
{
if (CicloTrabalho > 102 && CicloTrabalho < 231)
{
if (power>PotenciaTEGanterior)
{
if (voltage<(TensaoTEGanterior+10))
{
CicloTrabalho = CicloTrabalho - 10;
}
else
{
CicloTrabalho = CicloTrabalho + 10;
}
}
else
{
if (voltage<(TensaoTEGanterior+10))
{
CicloTrabalho = CicloTrabalho + 10;
}
else
66

{
CicloTrabalho = CicloTrabalho - 10;
}
}
}
else
{
CicloTrabalho = CicloTrabalho;
}
PotenciaTEGanterior = power;
TensaoTEGanterior = voltage;
return;
}
}
void setup()
{
InitTimersSafe();
bool success = SetPinFrequencySafe(3, frequencia);
if(success) {
pinMode(13, OUTPUT);
digitalWrite(13, HIGH);
Serial.begin(9600);
}
}
void loop()
{
SensorTensao = analogRead(A1);
TensaoTEG = map(SensorTensao, 0, 1023, 0, 13.1);
TensaoTEG = (TensaoTEG + TensaoTEGanterior) / 2.0;
SensorCorrente = analogRead(A0);Iin
CorrenteTEG = map(SensorCorrente, 0, 1023, -30.0, 30.0);
CorrenteTEG = (CorrenteTEG + CorrenteTEGanterior) / 2.0;
if (CorrenteTEG < 0.0) CorrenteTEG = 0.0;
PotenciaTEG = TensaoTEG * CorrenteTEG;
perturb(TensaoTEG,PotenciaTEG);
pwmWrite(3, CicloTrabalho);
delay(5);
}
67

ANEXO B – Projeto do Conversor e Dimensionamento do Indutor

Informações de entrada do conversor:


Vs = 4,76 V
Iin = 8 A
Rin = 0,6 Ω
Estas inormações foram retiradas do manual do gerador termoelérico. O valor de
tensão dado em circuito fechado foi multiplicado por “2” (dois), pois foram utlizados dois
MTEs em série conforme descrito no Capítulo 6 deste. O valor da resistência do gerador
(Rin = 0,6 Ω), foi obtido pela soma das resistências internas do gerador, segundo o manual.
Os cálculos a seguir foram feitos com base na análise do chaveamento do conversor
que se divide em dois estágios: chave aberta e chave fechada, utilizando a análise de malhas
e as leis de Kirchhoff para determinar as equações do circuito.
Ciclo de trabalho:
Vs
D= Vo − 1 = 0,802
Máxima corrente de saída:
Io = Is (1 − D) = 1,584 A
Variação de corrente no indutor:
∆IL = 0, 01Io = 0,8 A
Indutância:
Vo D
L= F ∆IL = 120 µH
Capacitância:
Is D
C= F ∆Vc = 67 µF
Variação de tensão no capacitor:
∆Vc = 0, 02Vs = 0,48 V
Corrente de pico no indutor:
∆I
Ipico = Io + 2 = 8,4 A
Ângulo de máxima corrente no capacitor:
ωt = sin−1 ( 2VVoip ) = 31 °
Corrente instantânea no capacitor:
68

Po
Ic (t) = Vo cos(2ωt) = 0,97 A
Resistência máxima permitida ao capacitor:
∆Vo,RES
rc = RES << ∆Ic = 0,49 Ω
O indutor foi dimensionado a partir do manual do entreferro e dos seguintes cálculos:
Área da janela do núcleo:
Ae = 1,81 cm2
LIL,pico IL,ef icaz
Ae Aw = Kw Bmáx Jmáx = 1,097 * 104 cm4
Aw = 1,28 cm2
Cálculo do número de espiras:
LIpico 104
N= Bmáx Ae = 19 espiras
Cálculo da secção do condutor:
Ief icaz
θ= Jmáx = 0,023 cm2
Pelo efeito Skin, tem-se:
14,62
diâmetro ideal = √
Fs
= 0,0731 cm
Diâmetro do fio:
d21AW G = 0,072 cm2
Secção:
S21AW G = 0,004105 cm2
Número de condutores paralelos (NCP):
θ
N CP = S21AW G = 6 condutores
A resistência do indutor infuencia substancialmente na eficiência e nas perdas do
conversor, portanto, foi dimensionado um indutor com a menor resistência cabível dentro
das características do projeto.

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