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Garantias especiais das obrigações

Consistem em situações em que a posição do credor aparece reforçada para além do que
resultaria da responsabilidade patrimonial do devedor. Esse reforço pode ter caracter
meramente quantitativo, como sucede quando a garantia vai implicar, através da constituição
de uma nova obrigação, que outros patrimónios para além do património do devedor sejam
sujeitos ao poder de execução do credor ou ter carater qualitativo, qd o credor adquire o dt de
ser pago com preferência sobre outros credores, em relação a bens determinados ou
rendimentos desses bens.

Em termos genéricos existe uma garantia especial, sempre que exista algum reforço da posição
jurídica do credor, em confronto com a posição de outros credores.

Separação de patrimónios

Situação em que a lei prevê a sujeição de certos bens do devedor a um regime próprio de
responsabilidade por dividas, dos bens adquiridos pelo mandatário no mandato de
representação (art. 1184º), a meação nos bens comuns do casal, em relação aos bens próprios
dos conjugues (art 1695º).

Pode discutir-se se na separação de patrimónios existe uma efetiva garantia especial, na


medida em que considerada cada massa patrimonial, verifica-se que os credores por créditos
respeitantes a esse património são admitidos à execução dos bens a ele pertencentes em pé de
igualdade. Mas a verdade é que, analisada a questão sob o prisma dos credores que dela
beneficiam, surge nítida a sua situação de garantia, uma vez que, além de concorrerem
genericamente com outros credores no âmbito do património geral do obrigado, beneficiam de
um reforço específico dessa garantia que lhes advém da circunstância de o património
autónomo aparecer primordialmente afeto à satisfação dos seus créditos.

Caução – art 623º

Consiste em toda e qualquer garantia que por lei, decisão judicial ou negócio jurídico, é
imposta ou autorizada para assegurar o cumprimento de obrigações eventuais ou de amplitude
indeterminada.

Pode ter origem legal, judicial ou negocial.

623º

624º

625º

626º
Cessão de bens aos credores

831º

Forma

É sujeita a forma especial – (art 832º nº1)

Caso a cessão envolva bens imoveis, deverá necessariamente constar de escritura pública. A
cessão deve ainda ser registada sempre que envolva bens sujeitos a registo (art 832º nº2).

Objecto

Art 831º refere que ele pode consistir em todo o património do devedor ou apenas em parte
dele, o que implica que o obj do negócio terá de corresponder a uma universalidade
patrimonial, e não a bens determinados. Se o negócio for limitado a bens considerados
individualmente, a situação corresponderá a uma dação pro solvendo e não de uma cessão de
bens ao credor.

Efeitos

A cessão de bens aos credores tem 2 efeitos.

o Transmite para os cessionários os poderes de administração e disposição dos bens


objetos da cessão (art. 834º nº1), ficando o devedor apenas com a possibilidade de
fiscalizar a gestão e exigir a prestação de contas (art. 834º nº2).

o Restringe a possibilidade de se instaurarem execuções sobre esses bens, uma vez que a
partir do momento em que a cessão é celebrada, apenas os titulares de créditos
anteriores podem executar esses bens até á data da sua alienação. Nem os
cessionários nem os credores posteriores à cessão podem instaurar qualquer execução
sobre bens cedidos (art. 833º). No entanto sendo declarada a insolvência do devedor,
os bens objeto de cessão são igualmente apreendidos no processo de insolvência.

Extinção

A cessão de bens aos credores pode extinguir-se pelas formas gerais de extinção dos contratos.

Em relação ao cumprimento apenas ocorrerá a liquidação do património e pagamento aos


credores, só nessa altura se verificando a liberação do devedor. O art 835º refere que o
devedor só fica liberado em face dos credores, a partir do recebimento da parte que a estes
compete no produto da liquidação, e na medida do que recebam.
Há ainda a possibilidade de o devedor desistir a todo o tempo da cessão, mas apenas se
cumprir as obrigações a que está adstrito para com os cessionários, estabelecendo, no entanto,
que essa desistência não tem efeito retroativo (art. 836º).

Daqui resulta que a desistência da cessão de bens aos credores se apresenta condicionada à
satisfação do interesse do cumprimento em relação aos cessionários e a sua verificação não
afecta quaisquer actos e administração ou disposição dos bens cedidos, que entretanto estes
tenham praticado.

Natureza jurídica

Alguns autores pretenderam atribuir-lhe a natureza processual. Para outros, a cessão de bens
aos credores constituiria um caso particular de dação em cumprimento. Para outros estar-se-ia
perante um contrato real, em que se verifica a transmissão para cessionários das faculdades de
administração e disposição dos bens.

Para o prof. ML, consiste num caso particular de mandato sem representação para alienar no
interesse comum de ambas as partes. Efetivamente trata-se de um mandato, pq estão
presentes na cessão todos os traços desta figura, já que os credores são encarregados de
praticar actos jurídicos e o devedor pode fiscalizar a gestão e exigir a prestação de contas.

Trata-se de um mandato sem representação para alienar, uma vez que no caso contrário os
actos dos credores seriam qualificados como actos do devedor, pelo que não precisam que a
leis os investisse formalmente em poderes de administração e disposição, deles excluindo o
devedor. (art. 834º).

Trata-se de um interesse de ambas as partes, uma vez que a liquidação tanto visa a extinção
dos débitos do devedor, como o pagamento aos credores, existindo por isso na cessão de bens
as mesmas restrições à revogação do contrato que ocorrem no mandato de interesses comuns
(835º).

Fiança (627º e 655º)

Apresenta-se como uma garantia pessoal típica.

Art 627º nº1- a situação do fiador é de garante da obrigação com o seu património pessoal,
tendo sido discutido na doutrina se esta situação envolve a constituição de uma obrigação
própria do fiador.

De acordo com o PROF. ML a resposta deve ser afirmativa, uma vez que o fiador tem um dever
de prestar perante o credor, ainda que a sua função seja apenas a de assegurar a realização do
pagamento pelo devedor. Daí que se o fiador efetuar a prestação, tal seja considerado como
um caso de prestação por um 3º que garantiu a obrigação, ainda que sujeita por esse mesmo
motivo à sub-rogação legal (art. 644º).
A fiança é uma garantia pessoal das obrigações através da qual um terceiro assegura a
realização de uma obrigação do devedor, responsabilizando-se pessoalmente com o seu
património por esse cumprimento perante o credor. O valor da fiança como garantia encontra-
se, dependente do valor do património do fiador. Normalmente a fiança abrange todo o
património do fiador, restringe-se a algumas dívidas do devedor, embora possa abranger todas
as dívidas presentes e eventualmente futuras, desde que determináveis. Se não for
estabelecido qualquer critério para a determinação de obrigações futuras a afiançar, o negócio
não poderá deixar de ser considerado nulo por indeterminabilidade do objeto (art 280º).

O negócio que dá origem à fiança tem um carater necessariamente bilateral. Pode por isso
dizer-se que a fiança resulta sempre ou de um contrato entre o fiador e o credor, ou de um
contrato entre o fiador e o devedor que, nesse caso revestirá a natureza de um contrato a favor
de 3º.

Apesar de a fiança ser originada num contrato entre duas partes, sempre elemento de uma
relação trilateral entre o fiador, o credor e o devedor. Daí que a lei sinta a necessidade de
regular especificamente o regime das relações entre o fiador e o credor, e entre o fiador e o
devedor.

Forma

Art. 628º nº1 – a forma da declaração de prestação de fiança é a forma exigida para a
obrigação principal, ainda que se exija declaração expressa do fiador. Esta forma vem a ser
estabelecida apenas para a declaração do fiador, já que não fazendo a lei exigência semelhante
relativamente à declaração da outra parte no contrato de fiança, seja ela o devedor ou o
credor, estas estarão naturalmente sujeitas ao regime da consensualidade (art 219º).

A lei não exige portanto que a fiança seja genericamente prestada por escrito, podendo esta
revestir a forma consensual, sempre que a obrigação principal não esteja sujeita a qualquer
forma. Nesse caso, a fiança poderá ser provada por qualquer meio, não podendo o fiador elidir
a sua responsabilidade com o argumento de que não celebrou qualquer declaração escrita. Já
se a obrigação principal exigir forma superior à escrita para a sua constituição (escritura publica
ou documento particular autenticado), a fiança não será válida se não adotar essa mesma
forma, mesmo que seja prestada por escrito.

Principais características
 Acessoriedade-, art 627º nº2- a obrigação do fiador apresenta-se na dependência
estrutural e funcional do da obrigação do devedor, sendo determinada por essa
obrigação em termos genéricos, funcionais e extintivos. A dependência da obrigação
do fiador em relação á obrigação do devedor começa na forma de declaração da
prestação de fiança, que é a da forma exigida para a obrigação principal, ainda que seja
exigida declaração expressa do fiador (art 628º nº1). Estende-se tbm ao âmbito da
fiança, já que no art 631º nº1, se refere que a fiança não pode exceder a divida
principal nem ser contraída em condições mais onerosas, ficando sujeita à redução
caso tal venha a suceder (art 631º nº2).

A invalidade da obrigação principal, seja ela nulidade ou mera anulabilidade acarreta


também a invalidade da fiança (art. 632º nº1). No caso porém de ser efetivamente
anulado, para que a obrigação do fiador deixe de subsistir. No entanto a fiança
mantem-se como válida se, anulada a obrigação principal, por incapacidade ou por
falta de vicio da vontade do devedor, o fiador conhecia a causa da anulabilidade ao
tempo em que a obrigação foi prestada.

A possibilidade que o fiador tem de opor ao credor os meios de defesa próprios do


devedor, salvo se forem incompatíveis com a obrigação do fiador (art 637º).

A circunstância de a extinção da obrigação principal acarreta tbm a extinção da fiança


(art 651º).

 Subsidiariedade- a possibilidade de o fiador invocar o beneficio de excussão (art 628º),


impedindo o credor de executar o património do fiador enquanto não tiver tentado
sem sucesso e execução através do património do devedor.

Para além disso, o art. 639º, refere que a subsidariedadde da fiança opera mesmo
existindo garantias reais constituídas po terceiro antes da fiança, já que o fiador tem
igualmente o dt de exigir a execução prévia das coisas sobre que recai a garantia real.
Constitui uma característica não essencial, uma vez que o fiador pode renunciar a ela
(art. 640º a)).

A subsidiariedade é excluída quando o devedor ou o dono dos bens onerados com a


garantia não puder, em virtude de facto posterior á constituição da garantia ser
demandado no território do continente ou ilhas (art. 640º b)) e ainda se a fiança
respeitar a obrigação comercial.

Relação entre credor e fiador

Art 634º- daqui se retira que o credor pode exercer perante o fiador os mesmos
direitos que tem perante o devedor, quer estes respeite à ação de cumprimento, quer
à indemnização por incumprimento, mora ou cumprimento defeituoso.
Meios de defesa- Art 637º, o fiador pode exercer perante o credor, além dos meios de
defesa que lhe são próprios, as exceções que competem ao devedor, salvo se forem
incompatíveis com a sua obrigação. O fiador pode assim utilizar perante o credor tanto
as exceções respeitantes à relação de fiança, como as exceções relativas á própria
obrigação do devedor, não produzindo a renúncia deste a essas exceções, qualquer
efeito em relação ao fiador (art 637º nº2).
Já não se admite porém que o fiador possa invocar exceções relativas ao devedor que
se mostrem incompatíveis com a sua obrigação.

Determina-se que em caso julgado entre o credor e o devedor, esse caso julgado não é
oponível ao fiador, mas pode ser invocado por este em seu benefício, salvo se respeitar
a circunstâncias pessoais do devedor, que não excluam a responsabilidade do fiador
(art. 635º nº1).

Já quanto ao caso julgado entre credor e o fiador, este aproveita ao devedor, mas não o
prejudica o caso julgado desfavorável (art. 635º nº2).

637º- As causas de interrupção, suspensão ou renúncia à prescrição de uma das


obrigações não se estendem à outra. No entanto em relação á interrupção, admite-se
que se o credor interromper a prescrição contra o devedor e der conhecimento do
facto ao fiador, se considere a prescrição interrompida contra este na data da
comunicação (art. 636º nº1).

O fiador pode ainda gozar do benefício da excussão, quer em relação ao património do


devedor (art 638º), quer em relação a bens onerados com garantia real anterior à
fiança (art 639º). O benefício da excussão visa evitar a execução judicial dos bens do
fiador enquanto a garantia concedida pelo património do devedor ou por outras
garantias reais prestada por 3º, anteriormente á fiança não se mostre insuficiente para
assegurar o cumprimento da obrigação.

O benefício é excluído se o devedor a ele tiver renunciado, o que acontece é


designadamente se assumir a obrigação de principal pagador. (art 640º), ou se
posteriormente à constituição de fiança, o devedor ou o dono dos bens onerados com
a garantia não puder ser demandado no território continental ou ilhas (art 640º b)).
O benefício da excussão não é instituído em termos imperativos, pelo que pode ser
afastado pelas partes, bastando para tal que o fiador declare que igualmente se
responsabiliza como principal pagador. Para além disso, se posteriormente à
declaração de fiança se verifica a impossibilidade de demandar o devedor ou o
proprietário dos bens onerados com a garantia no território continental ou das regiões
autónomas, justifica-se o facto de o fiador deixar de poder invocar o benefício de
excussão.
O benefício da excussão não impede que o credor instaure imediatamente a ação
judicial contra o fiador.
Art 641º nº1- mesmo havendo beneficio da excussão, o credor tem a possibilidade de
demandar o fiador isolada ou conjuntamente com o devedor, por forma a obter um
titulo executivo contra qualquer dos dois. Caso seja demandado sozinho, o fiador tem
sempre a possibilidade de chamar o devedor á demanda, actualmente através do
incidente de intervenção principal.

Para além do beneficio da excussão, o art. 642º atribui ainda outros meios de defesa
ao fiador. É-lhe assim permitido recusar o cumprimento enquanto o dt do credor puder
ser satisfeito por compensação com um crédito do devedor ou se este tiver a

Relação entre o devedor e o fiador

Art 644º - desta norma resulta que apesar da exigência de uma obrigação do fiador
perante o credor (art 627º), o cumprimento da obrigação pelo fiador não é equiparado
ao cumprimento pelo devedor solidário, na medida em que não confere apenas um dt
de regresso, mas antes implica, por via da sub-rogação legal (art 592º nº1), uma
verdadeira transmissão do crédito para o fiador, com todos os seus acessórios e
garantias. Por isso podem contimuar a ser opostas ao fiador que cumpriu a obrigação
as measmas exceções que poderiam ser invocadas perante o credor. Se porem o
devedor tiver consentido no cumprimento pelo fiador ou avisado por este, não lhe
tiver dado conhecimento, injustificadamente, dos meios de defesa que poderia opor
esses meios contra o fiador. (art 647º).

A lei prevê tbm por motivos de boa fé, deveres específicos de aviso entre o devedor e o
fiador, de modo a evitar que o cumprimento acabe por lesar o outro. (art 645º nº1).

Art 646º

A lei admite que o fiador possa, em certos casos, exigir a sua liberação ou a prestação
de caução. Esses casos constam do art 648º e corresponde ao seguinte:
a) Se o credor obtiver contra o fiador sentença exequível;
b) Se os riscos da fiança se agravarem sensivelmente;
c) Se após a assunção da fiança, o devedor se colocar na situação de não poder ser
demandado ou executado no território continental ou das ilhas adjacentes.;
d) Se o devedor se houver comprometido a desonerar o fiador dentro de certo prazo
ou verificado o evento previsto;
e) Se houverem decorridos 5 anos, não tendo a obrigação principal um termo, ou se,
tendo-o, houver prorrogação legal imposta a qualquer das partes.

Estas situações correspondem a situações em que o fiador vê aumentarem os riscos de


ser demandado em virtude da prestação de fiança (alínea a) e b)), ou se torna mais
difícil o exercício da sub-rogação contra o devedor (alínea c)), ou a vinculação do fiador
se tornar excessiva, ou por ultrapassar o evento ou estender-se para além do prazo em
que o devedor deveria proceder á sua exoneração (alinea d)), ou ainda por vigorar em
termos indefinidos ou muito prolongados (alínea e)).
Nestes casos, torna-se razoável que o fiador adquira contra o devedor o dt a obter a
sua liberação ou a prestação de caução, para garantir o seu dt á eventual sub-rogação.
A liberação do fiador ocorrerá com o cumprimento da obrigação do devedor perante o
credor ou sem qualquer outra forma alternativa de satisfação do dt deste. Já a
prestação de caução pode ocorrer por qualquer das formas do art (623º).

Pluralidade de fiadores

Coloca-se aqui o problema de saber se a responsabilidade de cada fiador abrange a


satisfação integral do crédito ou se, pelo constrário, cada um deve responder por uma
parte da obrigação, respondendo o outro, ou os outros fiadores pelo restante.

Se cada fiador decidiu isoladamente afiançar o devedor, então em principio


responde cada um pela satisfação integral da divida, sendo aplicável o regime
das obrigações solidárias;
Tal só não ocorrerá se tiver sido convencionado entre as partes o beneficio da
divisão. (art 649º).

Se os fiadores se obrigarem conjuntamente, ainda que em momentos


diferentes, então cada um deles poderá invocar o beneficio da divisão
respondendo apenas pela sua parte da obrigação. Se porém, um dos fiadores
se encontrar insolvente , ou não puder ser demandado no continente ou nas
regiões autónomas, respondendo os outros fiadores proporcionalmente pela
quota daquele (art. 649º nº 2 e 3).

No caso de cada um dos fiadores ser responsável pelo cumprimento integral da


obrigação, o facto de um deles vir a efectuar esse cumprimento, não apenas o
investe nos dts do credor contra o devedor por via da sub-rogação, mas tbm no
dt de regresso sobre os outros fiadores, de harmonias com as regras das
obrigações solidárias (art 650º nº1).
No entanto é manifesto que o fiador não pode exercer simultaneamente os 2
dts, pelo que se invocando a sub-rogação, conseguir receber do devedor o que
pagou , nada pode exigir dos restantes fiadores com fundamento no dt de
regresso.

Se os fiadores gozarem do benefício da divisão, qualquer deles pode recusar-se


a cumprir a sua obrigação para além da parte que lhe compete. Se no entanto
o fiador, judicialmente demandado, decidir cumprir integralmente a sua
obrigação ou uma parte superior à que lhe competia goza, além do dt de sub-
rogação sobre o credor (art. 644º), do dt de regresso sobre os outros fiadores,
pela parte que lhes compete, ainda que o devedor não esteja insolvente (art.
650º nº2).

Se porém esse pagamento for efetuado sem este ter sido demandado
judicialmente, este não terá o dt de regresso sobre os outros fiadores, sem que
primeiro ter executivo o património do devedor (art 650º nº3).

Extinção da fiança
A fiança de acordo com o princípio da acessoriedade extingue-se quando se extinguir a
obrigação principal (art 651º).
Para além desta causa específica, a lei admite ainda a possibilidade de extinção da
obrigação por causas referentes ao credor.

 Se a obrigação principal for a prazo e o fiador gozar do beneficio da excussão pode


exigir, vencida a obrigação, que o credor proceda contra o devedor, no prazo de 2
meses a contar do vencimento, sob pena da fiança caducar, não terminando no
entanto esse prazo sem que tenha decorrido 1 mês sobre a notificação (art. 652º nº1).

 Se a obrigação principal for pura, o fiador que goza do benefício da excussão tem a
possibilidade, sob a mesma cominação, de exigir a interpelação do devedor, a partir do
momento em que haja decorrido mais de 1 ano sob a assunção de fiança (art 652º
nº2).

A lei aqui pretende evitar, que tendo o fiador a possibilidade de obter a execução do
património do devedor, possa ver no futuro prejudicada essa possibilidade pela inação
do credor em proceder antecipadamente contra o devedor.

A lei prevê ainda que o fiador fique exonerado pelo facto de, em virtude da conduta do
credor, ter perdido a possibilidade de sub-rogação, nos dts do credor contra o devedor,
ocorrendo essa exoneração mesmo que se verifique a solidariedade entre fiadores (art
653º).
Também neste caso, a conduta do credor vem a traduzir-se num prejuízo para o
exercício dos dts do fiador, situação que a lei considera incompatível com a
manutenção da obrigação de fiança. Se no entanto a impossibilidade de sub-rogação
for apenas parcial a fiança não se extingue, ocorrendo apenas a redução da obrigação
do fiador.

 A fiança pode ainda extinguir-se se surgir em relação a ela qualquer causa geral de
extinção das obrigações, independentemente da subsistência ou não da obrigação
principal.
Caso comum: a caducidade.
A lei admite um prazo supletivo para a obrigação do fiador no caso de fiança para
garantia de obrigação futura (art 654º). Neste caso além de se admitir ao fiador,
enquanto a obrigação não se constituir, a possibilidade de se liberar da garantia se a
situação patrimonial do devedor se agravar em termos de por em risco os seus dts
contra este, admite-se tbm que essa liberação ocorra se tiverem decorridos 5 anos
sobre a prestação de fiança, quando outro prazo não resulte de convenção (art 654º).

Subfiança (630º)

Consiste numa segunda fiança que é prestada para garantir da obrigação do fiador,
estabelecendo-se em segundo nível de garantia, da mesma forma que o fiador garante a
obrigação do devedor principal, o subfiador garante perante o credor a obrigação do fiador.
Em relação ao benefício da excussão estabelece-se que o subfiador beneficia deste, tanto em
relação ao fiador como em relação ao devedor (art. 643º), tendo assim um duplo benefício, o
qual pode ser excluído nos termos gerais.

No caso de a subfiança ser prestada numa situação de pluralidade de fiadores, art 650º nº4

Resulta da subfiança que o subfiador apenas afiança o fiador perante o credor (art.
630º), pelo que se entende que a sua garantia não se deva considerar extensiva a outro
fiador, salvo quando estipulado por lei.

Retrofiança

Consiste numa fiança destinada a garantir o eventual crédito que o fiador venha a adquirir
sobre o devedor em consequência da sub-rogação legal que se opera caso venha a satisfazer
essa obrigação (art 644º e 592º).
O fiador pode, para prestar fiança, exigir que lhe seja prestada uma garantia adicional relativa
ao crédito que ficará investido no case de vir a ser chamado a cumprir a sua obrigação. A
retrofiança desempenha essa função, vindo um 3º a prestar ao fiador uma fiança relativa á
obrigação do devedor resultante da sub-rogação. Assim o retrofiador não assume qualquer
vinculação perante o primitivo credor, mas apenas perante o fiador, e apenas na hipótese de
este vir a ser sub-rogado no crédito sobre o devedor.

Mandato de crédito

Trata-se de um contrato em que uma das partes assume perante outra a obrigação de conferir
crédito a terceiro, em nome e por conta própria, passando o autor do encargo a garantir esse
crédito como fiador. Sendo quem determina a concessão do crédito, o autor do encargo tem a
possibilidade de revogar o mandato enquanto o crédito não for concedido. (art 629º nº2).
A lei admite que o autor do encargo possa sempre livremente por termo ao mandato,
qualificando essa situação como revogação se o crédito ainda tivesse sido concebido e como
denuncia se tal tiver ocorrido. Neste ultimo caso, a denuncia não libera o autor do encargo da
responsabilidade pelos danos causados.

O encarregado, pelo contrário a partir do momento em que aceita o encargo deixa de poder
renunciar ao mandato. (art. 629º nº3).

Se a situação patrimonial do autor do encargo ou de 3º vier a sofrer alteração que coloque em


risco a futura satisfação do crédito do encarregado pode ele legitimamente recusar o
cumprimento do encargo.

Apesar de qualificação legalmente como um mandato, o mandato de crédito não se reconduz


rigorosamente ao contrato regulado nos arts 1157º, na medida em que apesar de existir uma
obrigação de praticar atos jurídicos, falta o elemento da atuação do mandatário por conta do
mandatante, uma vez que o encarregado concede o crédito em nome e por conta própria.

Garantia autónoma

Ocorre quando determinada entidade vem garantir pessoalmente a satisfação de uma


obrigação assumida por 3º, independentemente da validade ou eficácia desta obrigação e dos
meios de defesa que a ela possam ser opostos. Não se encontrando prevista na lei, a sua
admissibilidade resulta do princípio da autonomia privada. (art 405º).

Não tem a sua prestação dependente da obrigação principal.

Tem natureza contratual, sendo um negócio causal na medida em que se comporta em si uma
função económica própria. O garante não promete o resultado da prestação a título primário,
mas antes para a hipótese de não se verificar o cumprimento por parte de devedor principal.

Distingue-se da fiança, na medida em que a obrigação do garante não se molda sobre a


obrigação principal, querem quanto ao seu obj, quer quanto aos pressupostos da sua
exigibilidade, instituindo antes uma obrigação própria e autónoma, em tudo distinta da do
devedor.

Reside na ausência de acessoriedade, há-de averiguar se as partes pretenderam que a


obrigação do garante ficasse ou não dependente das exceções oponíveis à obrigação principal
devendo, em caso de dúvida presumir-se pela mera estipulação de fiança.

Modalidades

Autónoma - qd as partes se limitam a prever a autonomia da obrigação do garante em relação


a existência, validade ou exceções oponíveis ao credito garantido, admitindo apenas a
oponibilidade de exceções próprias da relação de garantia. Este tipo de garantia limita-se, por
isso à derrogação da regra de acessoriedade existente na fiança.

Ao contrário da fiança, que se caracteriza pela acessoriedade, permitindo ao fiador recusar a


prestação em caso de invalidade de obrigação principal (632º nº1), ou em caso de existirem
meios de defesa oponíveis a essa obrigação (art 637º)., a garantia autónoma não depende da
obrigação principal, podendo ser exercida logo que se verifiquem os seus pressupostos, e
mesmo em caso de invalidade desta ou de existência de exceções a esta.

À primeira solicitação – as partes estipulam ainda que o garante não oporá qualquer exceção á
exigência de garantia, mas antes a satisfará imediatamente sem discussão logo que tal seja
solicitado pelo credor. Neste caso ainda se distingue entre a garantia com ou sem justificação
documental, consoante o pedido de pagamento tenha de ser acompanhado de doc.
comprovativa do evento que desencadeia a garantia ou possa ser realizado
independentemente da junção de qualquer documentação.

Em qualquer dos casos, verificados os pressupostos do acionamento da garantia, o garante terá


de satisfazer imediatamente a correspondente obrigação, sendo extremamente limitadas as
exceções que pode invocar, que praticamente se reconduzem á extinção da garantia por
cumprimento, resolução ou caducidade, e ainda à existência de fraude manifesta e abuso de
poder de dt por parte do credor.

Forma

Deverá ser exigida a forma escrita para a declaração do vinculado à garantia autónoma. Já
relativamente à declaração de aceitação, por parte do benefício não será de exigir forma
especial (art. 219º), podendo inclusivamente a aceitação ser meramente tácita (art. 217º).

Regime

A semelhança da fiança institui uma relação triangular.

 Relação de cobertura

Há um compromisso entre o garante e o garantido pelo qual aquele se compromete a emitir


uma garantia a favor da pessoa que venha a ser designado por este, exigindo como
contrapartida o pagamento de uma comissão, a reembolsar imediatamente o garante, caso
este venha a ter que efectivamente efetuar ao beneficio da garantia a prestação a que se
comprometeu.

 Relação de atribuição

Existe um negocio especifico entre o dador de ordem e o beneficiário da garantia, que justifica
que a garantia venha a ser prestada.

 Relação de execução

O garante vincula-se a prestar ao beneficiário a garantia nos termos exatos em que se obrigou
perante o dador da ordem.

Estamos aqui perante um verdadeiro contrato, visto que exige a aceitação do beneficiário,
ainda que esta possa ser tácita nos termos do art 217º. O contrato é no entanto unilateral por
criar apenas obrigações para o garante.

 Relação de execução

Garantia autónoma – o garante compromete-se a realizar ao beneficiário a prestação


pecuniária objecto da garantia, independentemente das vicissitudes da obrigação principal e
das exceções que a esta possam ser opostas. Ao garante é assim vedado opor ao beneficiário
os meios de defesa próprios do devedor e quaisquer objeções relativas á subsistência ou
validade do do crédito sobre este. Assim, a não constituição da obrigação em relação ao
devedor, a invalidade desse contrato por vício de fundo ou de forma, a sua extinção por
impossibilidade de cumprimento, ou por compensação, ou por compensação não impedirão o
beneficio de acionar a garantia.

Mas tbm é vedado ao garante, opor ao beneficiário exceções oriundas da relação de cobertura,
designadamente o facto de o dador deixar de pagar a redistribuição acordada pela prestação
de garantia, ou ter ordenado ao garante que não prestasse a garantia. Mas já se torna
necessário para poder exigir o cumprimento da obrigação do garante, que o beneficiário faça
perante este prova de que ocorreu o facto constitutivo do seu dt.

Garantia autónoma á primeira solicitação - a obrigação do garante é estabelecida


automaticamente perante a primeira exigência de cumprimento por parte do beneficiário,
sendo vedado ao garante opor quaisquer excepções a essa exigência de cumprimento, a qual
deve satisfazer de imediato, desde que naturalmente estejam a ser respeitados os termos
estipulados para a exigência de garantia.

Se esta garantia é estabelecida com justificação doc, não basta que o credor formule ao garante
a exigência da garantia, sendo necessário que essa exigência seja comprovada
documentalmente com a demonstração de que ocorreu o facto que determina a exigência da
garantia. Se, pelo contrário, a garantia autonoma é estabelecida sem justificação documental,
basta ao credor formular pura e simplesmente a exigência da garantia, devendo o garante,
independentemente de qualquer prova, liquidá-la imediatamente.

A obrigação do garante é imediatamente exigível com a simples interpelação do beneficiário da


garantia, não podendo o garante exigir sequer qualquer justificação ou fundamentação para
esse pedido, que deve ser satisfeito.

No entanto neste ultimo caso, o pagamento poderá ser recusado em determinadas hipóteses
típicas, como sejam, a extinção da garantia por cumprimento, resolução ou caducidade.

Em alternativa á realização do cumprimento, o credor pode ainda contentar-se com uma


prorrogação do prazo de vigência inicial da garantia.

Um dos termos do negócio é que o reembolso seja tbm á 1º solicitação, o que exclui que o
devedor possa opor ao garante as exceções relativas ao crédito que sobre ele tinha o
beneficiário, devendo efetuar tbm automaticamente o pagamento.

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