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SOBRE A COLÔMBIA.
Contudo, a ação que excluía a participação econômica das FARC no plano, somadas as
crescentes ofensivas de ambas as forças militares e paramilitares, unidas também à certa
pressão pública de tomada de atitude pelo governo, além do fato de terem ocorrido várias
reformulações do plano em si - que já em sua terceira versão, com várias alterações incluídas
pelo governo norte-americano - fez com que não fossem atingidos avanços significativos nas
negociações, levando a uma ruptura com os propósitos iniciais do plano. Antonio Navarro Wolf
(2002, p.16) afirma que:
Esta terceira versão do Plano somente foi aprovada no parlamento norte americano na
gestão de Bill Clinton, com o US Aid Package, sob a condição das estratégias adotadas serem
formuladas segundo os interesses estadunidenses. Desta forma, várias empresas de fabricação
bélica com sede nos Estados Unidos foram beneficiadas com a compra não só de equipamentos,
como também acessória militar, reforçando a lógica de guerra às drogas no território
colombiano. (PAGLIARI, 2009, p.167-168). Segundo o sociólogo Ricardo Vagas, em uma
entrevista cedida a BBC Brasil, boa parte dos R$ 12,8 milhões investidos pelos Estado Unidos
foi direcionado a compra de equipamentos como aeronaves e armamentos para o Exército.
Soma-se, ainda ao valor citado anteriormente, as cifras de US$ 600 milhões, como afirma
Pagliaria com base no link cpionline.org/colombia, para as empresas norte-americanas, Bell-
Textro e Unite Technologies Sikorski Aircraft para o fornecimento de veículos aéreos além de
outros fundos cujo valor não se pode precisar destinado a treinamento das forças armadas
colombianas.
Dada a situação crítica de guerras internas, junto ao sentimento de medo causado pelos
acontecimentos de setembro de 2001, a Colômbia foi incluída nos planos norte-americanos de
combate ao 'terrorismo', tendo como principal marco da ruptura de política de paz e conciliação
a eleição de Álvaro Uribe, que com seu lema "Mão firme, coração grande", se elegeu durante
uma onda de insatisfação da opinião pública às ações de caráter defensivo de Pastrana. Levando
o Plano Colômbia para um patamar de combate armado, com ações que utilizavam, por
exemplo, armas químicas com a técnica da fumigación (técnica de eliminação das plantações
de coca através do lançamento aéreo de jato de glifosato que é uma substância química
extremamente nociva à saúde e ao meio ambiente) e conflito armado através do exército
nacional.
As políticas externas visando a segurança e a paz nacional adotadas por Uribe marcadas por uma
intensa aproximação com os Estados Unidos foram aceitas pela maior da sociedade colombiana visto que,
nesse caso, os custos de combater as FARCs se tornaram aceitáveis por conta do desgaste devido os anos já
transcorridos de violência. O que comprova isso foi o indicie de 91% de aprovação que os dois mandados
de Uribe obtiveram em decorrência das suas diretas ofensivas às FARC. Usando-se desses argumentos, pode-
se concluir que Álvaro Uribe foi o presidente colombiano que mais se apropriou e defendeu as políticas
propostas pelo Plano Colômbia. Outro notório acontecimento durante o governo desse presidente foi a
permissão da instalação de sete bases militares estadunidense no território colombiano como foi
documentado pelo jornalista Hernando Calvo Ospina em seu livro O Terrorismo de Estado na Colômbia
que também foi a causa de seu impedimento de voltar ao país.
O que se pode concluir, de acordo com o que foi apresentado no parágrafo acima, é que a Colômbia,
principalmente a partir do governo de Álvaro Uribe, alinhou suas políticas públicas à agenda norte-americana
guiada pela justificativa de alcançar a pacificação total de seu território com a contraditória adoção de ações
militarizadas contra as FARC, como demostra na seguinte citação: