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PLANO COLÔMBIA: MAIS DE 15 ANOS DE INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA

SOBRE A COLÔMBIA.

Por: Ícaro Barbosa e Paloma Maranhão

O Plano Colômbia, inicialmente, foi um pacote de políticas públicas voltadas à


segurança e combate ao narcotráfico, que foram implantadas pelo então presidente Andrés
Pastrana, candidato do Partido Conservador. Pastrana, tinha como foco em seu discurso
eleitoral, a busca pelo fim dos conflitos armados colombianos, que pairavam sob o país durante
boa parte do século XX. As duas estratégias adotadas pelo presidente, se viram postas em
risco, devido à: resistência das FARC, por um lado, às tentativas de conciliação e
desarmamento das guerrilhas; e por outro, sua tentativa dificultosa de arrecadar fundos para
implementação das ações com capital estrangeiro, que contava com pouco interesse
internacional às suas pautas. (PAGLIARI, 2009, p.165)

As FARC, depois de um processo de reivindicação, conseguiram com que o governo


desmilitarizasse parte do território, temporariamente, numa tentativa de estabelecer uma 'zona
de paz', para avançar as negociações apaziguadoras. E com o mesmo intuito, Pagliari (2009,
p.168) afirma que depois de uma série de ações por parte do ELN (Exército de Libertação
Nacional), de ataque à infraestrutura de alguns postos elétricos e oleodutos da união, com o
intuito de fazer o governo ceder uma parte específica do território nortenho do país, houve uma
tentativa de conciliação, por parte de Pastrana, que atendeu em parte a esta exigência do ELN,
retirando as Forças Militares Colombianas de uma zona pouco ao sul do que foi pedido.

Contudo, a ação que excluía a participação econômica das FARC no plano, somadas as
crescentes ofensivas de ambas as forças militares e paramilitares, unidas também à certa
pressão pública de tomada de atitude pelo governo, além do fato de terem ocorrido várias
reformulações do plano em si - que já em sua terceira versão, com várias alterações incluídas
pelo governo norte-americano - fez com que não fossem atingidos avanços significativos nas
negociações, levando a uma ruptura com os propósitos iniciais do plano. Antonio Navarro Wolf
(2002, p.16) afirma que:

Cuando entraron los norteamericanos en escena en 1999, lo primero que


hicieron fue descartar que las FARC pudieran entrar a discutir en qué se usaba el
dinero del Plan Colombia. Lo segundo, armaron um paquete de ayuda al ejército
como elemento esencial vendido en Estados Unidos como um paquete contra el
narcotráfico y tomaron el control de la guerra en el sur y de las inversiones em esa
región; desapareció entonces el contenido de paz que tenía la versión inicial del Plan
Colombia, porque se convirtió en Plan Antidrogas y contrainsurgente. La reacción de
las FARC fue por supuesto oponerse a eso rápidamente y considerarlo uma agresión,
denunciarlo contra el proceso de paz, pero naturalmente ellos siguieron en laa tarea
de armase.

Esta terceira versão do Plano somente foi aprovada no parlamento norte americano na
gestão de Bill Clinton, com o US Aid Package, sob a condição das estratégias adotadas serem
formuladas segundo os interesses estadunidenses. Desta forma, várias empresas de fabricação
bélica com sede nos Estados Unidos foram beneficiadas com a compra não só de equipamentos,
como também acessória militar, reforçando a lógica de guerra às drogas no território
colombiano. (PAGLIARI, 2009, p.167-168). Segundo o sociólogo Ricardo Vagas, em uma
entrevista cedida a BBC Brasil, boa parte dos R$ 12,8 milhões investidos pelos Estado Unidos
foi direcionado a compra de equipamentos como aeronaves e armamentos para o Exército.
Soma-se, ainda ao valor citado anteriormente, as cifras de US$ 600 milhões, como afirma
Pagliaria com base no link cpionline.org/colombia, para as empresas norte-americanas, Bell-
Textro e Unite Technologies Sikorski Aircraft para o fornecimento de veículos aéreos além de
outros fundos cujo valor não se pode precisar destinado a treinamento das forças armadas
colombianas.

Dada a situação crítica de guerras internas, junto ao sentimento de medo causado pelos
acontecimentos de setembro de 2001, a Colômbia foi incluída nos planos norte-americanos de
combate ao 'terrorismo', tendo como principal marco da ruptura de política de paz e conciliação
a eleição de Álvaro Uribe, que com seu lema "Mão firme, coração grande", se elegeu durante
uma onda de insatisfação da opinião pública às ações de caráter defensivo de Pastrana. Levando
o Plano Colômbia para um patamar de combate armado, com ações que utilizavam, por
exemplo, armas químicas com a técnica da fumigación (técnica de eliminação das plantações
de coca através do lançamento aéreo de jato de glifosato que é uma substância química
extremamente nociva à saúde e ao meio ambiente) e conflito armado através do exército
nacional.

As políticas externas visando a segurança e a paz nacional adotadas por Uribe marcadas por uma
intensa aproximação com os Estados Unidos foram aceitas pela maior da sociedade colombiana visto que,
nesse caso, os custos de combater as FARCs se tornaram aceitáveis por conta do desgaste devido os anos já
transcorridos de violência. O que comprova isso foi o indicie de 91% de aprovação que os dois mandados
de Uribe obtiveram em decorrência das suas diretas ofensivas às FARC. Usando-se desses argumentos, pode-
se concluir que Álvaro Uribe foi o presidente colombiano que mais se apropriou e defendeu as políticas
propostas pelo Plano Colômbia. Outro notório acontecimento durante o governo desse presidente foi a
permissão da instalação de sete bases militares estadunidense no território colombiano como foi
documentado pelo jornalista Hernando Calvo Ospina em seu livro O Terrorismo de Estado na Colômbia
que também foi a causa de seu impedimento de voltar ao país.

O que se pode concluir, de acordo com o que foi apresentado no parágrafo acima, é que a Colômbia,
principalmente a partir do governo de Álvaro Uribe, alinhou suas políticas públicas à agenda norte-americana
guiada pela justificativa de alcançar a pacificação total de seu território com a contraditória adoção de ações
militarizadas contra as FARC, como demostra na seguinte citação:

Não é difícil constatar, por exemplo, que se tratam de relações completamente


assimétricas, nas quais prevalecem a agenda dos EUA, bem como suas definições,
diagnósticos e estratégias acerca do tema. No que se refere ao lado norte-americano,
como visto, parece ter ficado evidente que sua relação com a Colômbia depende de
como se definem os interesses e os objetivos gerais de sua política externa, levando
em conta sua segurança nacional, suas políticas domésticas e os interesses de suas
grandes empresas. (SANTO, 2013, p. 69)
Esse alinhamento se consolidou com a política de segurança interna denominada Política de Segurança
Democrática (PSD) elaborada por Uribe guiada pela política de segurança externa que seguia a lógica da guerra
ao terror declarada pelos Estados Unidos após o atentado de 11 de setembro e com os fundos econômicos vindos
do Plano Colômbia. Essa política do até então presidente colombiano se baseava na identificação do território
colombiano como vitima de narcotraficantes e grupos terroristas. Essa marcante militarização da Colômbia
apoiada pelos Estados Unidos pode ser indicada, segundo Santos (2013), como uma forma de “os sucessivos
governos norte-americanos vêem a preservação dos recursos naturais da região centro e sul americana como
assunto de segurança nacional que precisa ser garantida militarmente”. Outra consequência dessa constante
presença norte-americana em terras colombianas, como indica novamente Santos (2013), é que “fica mais fácil
para a potência norte-americana intervir em outros países (centro e sul americano, nota acrescentada pelos
autores), podendo assim se beneficiar disso”.
O governo que se seguiu após o de Uribe foi o do seu até então nomeado ministro da Defesa, Juan Manoel
Santos. Esse mandato pode ser analisado como um desdobramento das políticas instauradas no governo de Uribe
uma vez que se pode verificar, em decorrência do aumento da segurança, um aumento do crescimento econômico,
uma diminuição dos níveis de pobreza e também uma redução do escândalos decorrentes dos confrontos contra
as guerrilhas, segundo uma matéria publicada pelo jornal El País cujo título é O homem que convenceu a Colômbia
a dizer não à paz.
Adotando políticas diametralmente opostas a Álvaro Uribe, Juan Manuel Santos busca consolidar, em
seu governo presidencial, uma política externa visando a reaproximação com os países sul-americanos, como
Venezuela e Equador, o que, aparentemente, implica em um desalinhamento com os Estados Unidos da América
e, em consequência, do Plano Colômbia e as políticas internas e externas que essa associação ocasionava. No
entanto, Santos conseguiu manter as políticas do Plano chegando até mesmo ganhar um prêmio Nobel da paz
devido aos bons índices de pacificação alcançados durante o seu governo; foi durante seu período com a posse
presencial também que o Plano Colômbia chegou ao seu décimo quinto ano de realização, algo que levou até
mesmo uma reunião do presidente colombiano com o presidente norte-americano Barack Obama.

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