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JONATAS CARVALHO.
Esta mesa foi pensada, para que de certa maneira, pudéssemos refletir
sobre a ideia de governo dos vivos, assim como os “desgovernos”. Melhor
dizendo, para refletir como os indivíduos lidam ou reagem aos governos,
acima de tudo, os modos específicos de resistência aos processos de
subjetivação no âmbito das relações sociais que envolve diversos usos de
psicoativos. Quais questões são suscitadas dessas relações de força? Em
que medida todos nós somos governáveis? Como selecionamos, se é que
selecionamos o que nos governa e o que não? Há os que são impossíveis de
se governar?
Recorro aqui a uma outra leitura sobre o que vem a ser um dispositivo.
Agamben, bem depois de Deleuze, mais precisamente em 2009, confere, ao
fazer uma genealogia do dispositivo, uma série de características, a saber: a)
elementos históricos, circunscritos em contextos sociais, políticos e culturais
específicos; b) encontram-se imbricados a uma economia das relações
humanas, dispondo os homens de modo a conduzi-los a um bem. Mas não
apenas isto, o dispositivo para Agamben é muito mais que asilos, prisões,
quartéis, disciplina… “mas também caneta, a escritura, o cigarro, o telefone
celular”. E o que está na raiz de cada dispositivo? Responde o filósofo: o
desejo humano de felicidade. A captura e a subjetivação desse desejo em
uma esfera separada constitui a potência própria do dispositivo.
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Eis, pois nossa alternativa mais promissora: Profanar. Pelo toque, pelo
contágio, já conseguimos trazer de volta ao uso puramente dos homens
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